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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 1

CENTRO TECNOLÓGICO TROCADORES DE CALOR


Prof. Emanuel Negrão Macêdo

1 - TROCADORES DE CALOR - INTRODUÇÃO


É um equipamento que efetua a transferência calor de um fluido para
outro.

O tipo mais simples de trocador de calor é um recipiente no qual um


fluído quente e um frio são misturados diretamente.

Figura 1 - Diagrama Esquemático de Balanço Térmico

2 - FASES PRINCIPAIS DE PROJETO DE TROCADORES DE


CALOR.

- Análise Térmica
- Projeto Mecânico Preliminar
- Projeto de Fabricação.

2.1 - Análise Térmica

Consiste na determinação da área de troca de calor requerida para


transmitir o calor, numa determinada quantidade por unidade de tempo,
dadas as velocidades de escoamento e as temperaturas dos fluidos.
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Maiores velocidades dos fluidos ⇒ maiores perdas de carga e


potência de bombeamento ⇒ maiores coeficientes de película (melhor
troca de calor) ⇒ menor necessidade de área de troca (resultado em
trocadores menores e mais baratos).

2.2 - Projeto Mecânico Preliminar.

Considerações sobre as pressões e temperaturas de operação, as


características corrosivas de um ou de ambos os fluidos, as expansões
térmicas relativas e as conseqüentes tensões térmicas, e a relação do
trocador de calor com os demais equipamentos.

2.3 - Projeto de Fabricação

Requer a tradução das características e dimensões físicas em uma


unidade que possa ser construída a um baixo custo. A seleção dos
materiais, vedações, invólucros e arranjo mecânico ótimo devem ser
feitos, e os processos de fabricação devem ser especificados. Além disso,
deve-se levar em conta:

- Custo do Equipamento;

- Vida útil;

- Facilidade de Limpeza;

- Segurança do Equipamento.
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3 – CLASSIFICAÇÃO DE TROCADORES DE CALOR

3.1 – Classificação de Acordo com o Processo de


Transferência

3.1.1 – Trocadores de Calor de Contato Indireto

a) Trocadores de Calor de Transferência Direta


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b) Trocadores de Calor de Armazenamento

3.1.2 – Trocadores de Calor de Contato Direto


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3.2 – Classificação de Acordo com o Tipo de Construção

3.2.1 – Trocadores de Calor Tubulares

a) Trocadores de Calor de Carcaça e Tubos

b) Trocadores de Calor de Tubo Duplo


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c) Trocadores de Calor em Serpentina

3.2.2 – Trocadores de Calor de Placas


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4 – ALGUNS TIPOS BÁSICOS DE TROCADORES DE CALOR

a) Trocador de Calor de Tubo Duplo: Correntes Paralelas e Correntes


Opostas.

b) Trocadores de Calor de Correntes Cruzadas


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c) Trocadores de Calor Casco e Tubos: 01 Passe no Casco e 01 Passe


nos Tubos

Modo de operação com escoamento cruzado em contra corrente.

d) Trocadores de Calor Casco e Tubos: 01 Passe no Casco e 2, 4, 6


Passes nos Tubos.
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e) Trocadores de Calor Compactos

5 – DISPOSIÇÃO DOS TUBOS NOS TROCADORES DE


CALOR.
Arranjos mais empregados – TEMA (Tubular Exchanger Manufactures
Association).

5.1 - Passo Triangular (Triangular Pitch), Passo > 1,25 do

Arrumação em Quincôncio
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5.2 - Passo Quadrado(Square Pitch)

Arrumação em Paralelo

5.3 - Considerações

Para aumentar a área superficial de troca de calor efetiva por


unidade de volume, são usadas muitas vezes chicanas.
* Chicanas Verticais
* Chicanas Horizontais
* Chicanas tipo disco e anel
* Chicanas com orifícios
Os códigos que governam a construção de trocadores de calor tipo
casco e tubos são:.
TEMA - Tubular Exchange Manufactures Association
ASME- American Society Mechanical Engineers.

6 – COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

O coeficiente global de troca de calor, U, é uma forma de sistematizar


as diferentes resistências térmicas equivalentes existentes num processo
de troca de calor entre duas correntes de fluidos. Para isto vamos partir
da lei de Newton do resfriamento, dada por:
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q = hAs ( T s − T ∞ ) (1)

6.1 – Parede Plana

Considerando que o transporte de calor seja em regime permanente,


pode-se afirmar que a taxa (ou fluxo) de transporte de calor por
convecção que atravessa o filme de fluido quente é igual ao que atravessa
a parede e também igual ao que atravessa o fluido frio. Assim,

q = h12 A( T1 − T2 ) (2.a)

k 23 A
q = ( T2 − T 3 ) (2.b)
x

q = h34 A( T 3 − T4 ) (2.c)
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combinando as equações (2.a-c) resulta a seguinte equação para o a taxa


q que atravessa a parede plana.

A( T1 − T4 )
q = (3)
1 x 1
+ +
h12 k 23 h34

onde define-se o coeficiente global de transmissão de calor U como

1
U = (4)
1 x 1
+ +
h12 k 23 h34

então

q = UA( T1 − T4 ) (5)

6.2 – Parede Cilíndrica


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Fazendo procedimento semelhante ao anterior temos que:

q = 2 πr2 Lh12 ( T1 − T2 ) (6.a)

2 πLk 23
q = ( T −T3 ) (6.b)
ln( r3 / r2 ) 2

q = 2 πr3 Lh34 ( T 3 − T4 ) (6.c)

combinando as equações (6.a-c) resulta a seguinte equação para a taxa


de transporte de calor

T1 − T 4
q = (7)
1 ln( r3 / r2 ) 1
+ +
2 πr2 Lh12 2 πLk 23 2 πr3 h34

multiplicando e dividindo (7) por A1 = 2 πr2 L ou por A2 = 2 πr3 L


obtém-se:

A2 ( T1 − T4 )
q = (8.a)
1 r ln( r3 / r2 ) r2
+ 2 +
h12 k 23 r3 h34

A3 ( T1 − T4 )
q = (8.b)
r3 r ln( r3 / r2 ) 1
+ 3 +
r2 h12 k 23 h34
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onde, U2 e U3 são definidos respectivamente por:

1
U2 = (9.a)
1 r ln( r3 / r2 ) r2
+ 2 +
h12 k 23 r3 h34

1
U3 = (9.b)
r3 r ln( r3 / r2 ) 1
+ 3 +
r2 h12 k 23 h34

logo,

q = U 2 A2 ( T1 − T4 ) = U 3 A3 ( T1 − T4 ) (10)

7 - DIAGRAMA ÁREA DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR


versus TEMPERATURA

Nomenclatura utilizada:

Tq e , s - Temperatura de entrada e saída do fluido quente

Tf e , s - Temperatura de entrada e saída do fluído frio.

m& q - Vazão mássica do fluido quente.

m& f - Vazão mássica do fluido frio.

U - Coeficiente global de troca térmica.

A - Área de troca térmica


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7.1 – Diagrama A x T para Trocadores de Calor em Correntes


Paralelas

7.1 – Diagrama A x T para Trocadores de Calor em Correntes


Opostas
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Observação:

O trocador de calor de correntes paralela tem pouca durabilidade,


pois apresenta numa de suas extremidades elevado gradiente de
temperatura. Nesta região, há uma concentração de tensões térmicas que
pode proporcionar uma corrosão prematura, vazamentos, empenamento,
etc... Portanto, vida útil menor.

8 - DIFERENÇA DE TEMPERATURA MÉDIA LOGARÍTMICA


(DTML).
Considere um trocador de calor de correntes paralelas, representado
no diagrama A x T a seguir:
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Hipóteses:

- Processo de troca de calor em regime permanente;


- Propriedades físicas dos fluidos não são funções da temperatura (se
a faixa de variação for grande, valores médios devem ser usados);
- Escoamento totalmente desenvolvido (U = constante).

A quantidade de calor transmitida por unidade de tempo no elemento


de área dA, é dado por:

1
dQ = −m& q C pq dTq ⇒ dTq = − dQ (11.a, b)
mq C pq
&

1
dQ = +m& f C pf dTf ⇒ dTf = + dQ (12.a,b)
m& f C p f

dQ = U dA( Tq − Tf ) = U dA ∆T (13)

Subtraindo-se (11.b) de (12.b) e substituindo dQ da equação (13) resulta

 1 1 
d ( Tq − T f ) = −  + UdA( Tq − Tf ) (14)
m& C
 q pq m
& C
f p f 

Considerando as hipóteses feitas, podemos separar as variáveis e


integrar a equação (14) de A = 0 até A = A obedecendo as especificações
do diagrama A x T :
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Área Fluido Quente Fluido Frio Diferença


Entrada A =0 Tq e Tf e Tq e − T f e
Saída A=A Tq s Tf s Tq s − T f s

Tq s − Tf s   1 1 
ln   = −  m& C + UA (15)
T
 qe − T fe   q pq m
& C
f p f 

Integrando-se as equações (11.a) e (12.a) para cada corrente,


respectivamente, e usando a 1a lei da Termodinâmica teremos:

Q = m& q C pq ( Tq e - Tq s )
(16.a,b)
Q = m& f C pf ( Tf s - Tf e )

somando-se (16.a) e (16.b) resulta

 1  1
 & +
1
= [
( Tq e − Tq s ) − ( T f s − T f e ) ] (17)
 mq C pq m& f C pf  Q

Substituindo (17) em (15) resulta

( Tq e − T f e ) − ( Tq s − T f s )
Q = UA (18)
Tq − Tf e 
ln  e 
T
 s q − T f s 

ou

∆Tentrada − ∆T saída
Q = UA = U × A ×DTML
 ∆Tentrada  (19)
ln  
 ∆ T saída 
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onde

∆T1 ≡ ∆Tentrada = Tqe − Tf e


∆T2 ≡ ∆T saída = Tq s − Tf s (20.a,b)

Sendo:

∆T 1 − ∆T 2
∆T = DTML =
 ∆T 1  (21)
ln  

 2T
Observações:

i) Esta equação pode ser aplicada tanto para trocadores de calor em


correntes paralelas como em correntes opostas, bastando que se tome a
DTML correta no diagrama A x T específico para cada tipo de trocador.

∆T1 ≡ ∆Tentrada = Tqe − Tf s


∆T2 ≡ ∆T saída = Tq s − Tf e (22.a,b)

ii) Se m& q C pq ≅ m& f C pf em correntes opostas, Verifica-se que

∆T saída ≅ ∆Tentrada e neste caso fazer

∆T = DTML = ∆Tentrda ou ∆T = ∆T saída

iii) Caso ∆ T saída seja próximo de ∆ T entrada , pode ser

∆T saída + ∆Tentrada
usado ∆T = , que será menos que 1% da DTML.
2
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iv) Para trocadores de calor mais complexos, o procedimento


consiste em modificar a DTML por fatores de correção sob a forma de
gráficos.
Neste caso usa-se a DTML como se fosse de um trocador de calor de
correntes opostas com um fator de correção:

Q = f × A × U × DTML (23)
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8 – A DIFERENÇA DE TEMPERATURA ∆T EM UM
TROCADOR DE CALOR COM UM PASSE NA CARCAÇA
E DOIS NOS TUBOS (TROCADOR DE CALOR 1,2)
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Nomenclatura utilizada:

Tq e , s = T 1 , 2 - Temperatura de entrada e saída do fluido quente

Tf e , s = t 1 , 2 - Temperatura de entrada e saída do fluído frio.

Tfi = t I - Temperatura do fluído frio na corrente i.

Tfii = t II - Temperatura do fluido frio na corrente ii.

m& q - Vazão mássica do fluido quente.

m& f - Vazão mássica do fluido frio.

U - Coeficiente global de troca térmica.

A - Área de troca térmica

Hipóteses:

- O escoamento na carcaça é turbulento;


- Troca de calor em regime permanente;
- Propriedades físicas dos fluidos não são funções da temperatura
(se a faixa de variação for grande, valores médio devem ser
usados);
- Escoamento totalmente desenvolvido (U = constante);
- A temperatura do fluido na carcaça é média e constante para
qualquer seção reta;
- Existe uma igual quantidade de superfície aquecedora em cada
passagem;
- Não existe mudança de fase no processo;
- As perdas de calor para o ambiente são desprezíveis.
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No incremento de área dA a energia cedida pelo fluido quente e


recebida pelo fluido frio em cada corrente pode ser calculada por:

dA dA
− m& q C pq dTq =U ( Tq − Tfi ) + U ( Tq − Tfii ) (24)
2 2

Na equação (24) Tq , Tfi e Tfii são variáveis dependentes. Então, o

nosso objetivo é relacioná-las entre si. Melhorando a equação (24) na


forma temos

Tfi + Tfii
− m& q C pq dTq = UdA ( Tq − ) (25.a)
2

ou

dTq U Tfi + Tfii


+ T =U (25.b)
dA m& q C pq q 2

ou

d 2Tq U dTq U  dTfi dTfii 


+ −  +  =0 (25.c)
dA2 m& q C pq dA 2  dA dA 

Agora, fazendo-se um balanço de energia por passagem teremos

dA
m& f C pf dTfi = U (Tq − Tfi )
2
(26.a,b)
dA
m& f C pf dTfii = −U (Tq − Tfii )
2
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somando-se (26.a) com (26.b) resulta

dTfi dTfii U
+ = ( Tfii − Tfi ) (26.c)
dA dA 2 m& f C p f

Definindo-se os parâmetros R e P

m& f C pf Tqe − Tq s
R= = (27.a)
m& qC pq Tf s − Tf e

Tf s − Tf e
P = (27.b)
Tq e − T f e

(26.c) em (25.c) e usando as eqs. (27) teremos

2
d 2Tq UR dTq  
dA2
+ −
U
m& f C pf dA  2 m& f C pf  ( )
 R Tfii − T fi = 0 (28)

Fazendo-se um balanço de energia da posição X = L até a saída do


fluido quente (ver figura) e em todo trocador, teremos

m& q C pq ( Tq - Tq s ) = m& f C p f ( Tfii - Tfi ) (29.a)

m& q C pq ( Tq e - Tq s ) = m& f C p f ( Tf s - Tf e ) (29.b)


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combinando as eqs. (29) resulta que

Tq − Tq s Tq e − Tq s
R= = (30.a)
Tfii − Tfi Tf s − Tf e

de onde chegamos a

Tq − Tq s
Tfii − Tfi = (30.b)
R

substituindo (30.b) em (28) resulta a seguinte equação diferencial


ordinária

2
d 2Tq dTq  
+
UR
m& f C pf
− 
U
dA  2 m& f C pf
(
 Tq − Tq = 0
 ) (31)
dA2 
s

onde a solução de (28) é dada por

 U 2 
Tq = Tq s + K 1 exp − ( R + R + 1 ) A +
 2 m
&fCp
f 
(32)
 U 
K 2 exp − ( −R + R 2 + 1 ) A 
 2 mf C p f
&

para A = 0 ⇒ Tq = Tq e e A = AT ⇒ Tq = Tq s , de onde resulta as

seguintes Eqs. para K1 e K2


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U 1  K 
= ln  − 1 
m& f C pf R2 + 1  K 2 
(33.a,b)
K 1 + K 2 = Tq e − Tq s

Derivando (32) e igualando a (25.b) resulta

( R + R 2 + 1 ) K 1 + ( −R + R 2 + 1 ) K 2 = −2 RTq e + Tf e + Tf s

(34)

combinando a Eq. (34) com (33.b) resulta

(
K1 2 − P R + 1 − R2 + 1 )
− =
(
K 2 2 − P R + 1 + R2 + 1 ) (35)

(35) em (33.a) teremos

 U


 1
ln 
(
2 − P R + 1 − R2 + 1 )
 m& f C p
 f

real
=
(
R 2 + 1  2 − P R + 1 + R 2 + 1 ) (36)

para um trocador de calor tubo duplo em correntes opostas temos que

( Tq e − T f s ) − ( Tq s − T f e )
Q = m& f C pf ( Tf s - Tf e ) = UA (37)
Tq e − Tf s 
ln  
T
 s q − T f e 

de onde resulta
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UA Tf s - Tf e ln [(1 - P)/(1 + RP) ]


= = (38)
m& f C pf ( Tq e − T f s ) − ( Tq s − T f e ) R-1
Tq − Tf s 
ln  e 
T
 s q − T f e 

dividindo-se (38) por (36) encontra-se o fator de correção da DTML para


este tipo de trocador de calor

f =
(R 2 )
+ 1 ln [(1 - P)/(1 + RP) ]
( )
(39)
2 − P R + 1 − R2 + 1 
R - 1 ln  
(
2 − P R + 1 + R2 + 1 
  )
logo

Q = f × A × U × DTML (40)

9 – A DIFERENÇA DE TEMPERATURA MÉDIA


LOGARITMICA CORRIGIDA – FATORES DE CORREÇÃO

O conceito da DTML foi desenvolvido para um trocador de tubos


concêntricos, bastante simples. Entretanto, há situações mais sofisticadas
como aquelas envolvendo trocadores de passes múltiplos cujos
tratamentos matemáticos são bastante complexos. Consequentemente, é
usual utilizarmos um procedimento corretivo simples para facilitar nossos
cálculos:

Q = f × A × U × DTML (41)
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onde o fator f de correção é determinado a partir de gráficos como o das


figuras abaixo para diversas configurações. Nestes gráficos, f depende de
dois fatores:

f =f (R,P ) (42)

onde

T1 − T 2 Tq e − Tq s
R= = (43.a)
t 1 − t 2 Tf e − Tf s

t 2 − t 1 Tf s − Tf e
P = = (43.b)
T1 − t 1 Tq e − T f e
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10 - COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA DE CALOR “U”


É usualmente calculado numa seção média localizada a meia
distância entre os extremos e tratado como U constante.
Caso, U varie consideravelmente, um tratamento numérico é
necessário.
O U é definido em função da resistência térmica total à transferência
de calor entre os dois fluidos. Para uma superfície com aletas o U pode ser
dado por:

1 1 1 1 R"i , f
= = = + + Rw +
UA U f Af U p Ap ( ηo hA ) f ( ηo A ) f
(44)
R"i , q 1
+ +
( ηo A ) q ( ηo hA ) q

onde

A
q = ηo h ( T b − T ∞ ); ηo = 1 − f ( 1 − ηa ) (45.a, b)
A
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R"i , f Fator de Incrustação no lado do fluido frio;

R"i , q Fator de Incrustação no lado do fluido quente;

t
Rw = Resistência térmica para o caso de parede plana;
kA
ln( De / Di )
Rw = Resistência térmica para o caso de parede
2 kπL
cilíndrica;

A = Af + Au Área total da superfície aletada;

ηo Eficiência global da superfície de troca de calor;

ηa Eficiência de uma única aleta na superfície;

h Coeficiente de troca de calor entre a superfície aletada e o meio.

Embora a tabela abaixo inclua alguns fatores de incrustação


representativos, este fator é variável durante a operação de troca de
calor. Ele cresce a partir de zero, numa superfície limpa, à medida que os
depósitos se acumulam na superfície.

As expressões ou a magnitude de ηa para uma variedades de

configurações são avaliadas na literatura. Nas figuras abaixo pode-se


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obter ηa em função dos seus parâmetros geométricos, do escoamento e

propriedade do material.
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A ordem de magnitude de h para várias condições são dadas na


tabela abaixo.

Na maioria dos casos é necessário usar correlações empíricas para


calcular h, algumas delas serão listadas abaixo.
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11 – CÁLCULO DE “U” PELO MÉTODO DE COLBURN

Como U = f(k, C p , ρ , ν , Pr, Tq , T f ) , espera-se que U varie ao

longo do trocador de calor. Essa variação pode ser computada por


integração numérica em cada elemento dx do trocador, usando os

resultados na integração da equação ∂Q = U∆T∂A , cujo o somatório


desses ∂Q resulta em Q = UA∆T , porém este método é dispendioso

e demorado.
Para resolver esse problema, Colburn definiu a temperatura calórica,
onde todas as propriedades termofísicas dos fluidos quente e frio deverão
ser avaliadas para computar o U do trocador.
Para avaliar o U do trocador pelo método de Colburn devemos seguir
os seguintes passos:

i) Encontrar a função calórica definida por:

Uq − Uf
Kc = (46)
Uf

Uq- Coeficiente Global do Trocador avaliado a Tqs


Uf- Coeficiente Global do Trocador avaliado a Tfs

ii) Calcular a relação das diferenças de temperatura quente e frio.

Tq e − Tq s
R= (47)
Tf s − Tf e
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iii) Calcular a fração calórica.

Fc =
(1 / K c ) + [R /( R − 1 ) ] − 1
(48)
ln( K c + 1 ) Kc
1+
ln( R )

iv) Calcular as temperaturas calóricas das correntes quente e fria.

Tqc = Tq s + Fc ( Tqe − Tq s ) (quente) (49.a)

Tf c = Tf e + Fc ( Tf s − Tf e ) (frio) (49.b)

Aplicar essas temperaturas no cálculo do U.

12 –O MÉTODO DA EFETIVIDADE

Se mais de uma das temperaturas de entrada ou saída do trocador de


calor não forem conhecidas, o método da DTML se tornará muito
trabalhoso, necessitando de um método interativo de tentativas e erro.
Um outro método, introduz uma definição de EFETIVIDADE de um
trocador de calor como:

Troca de Calor Real Q


ε≡ = real (50)
Maxima troca de Calor Possivel Q max
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Este método foi proposto inicialmente por Nusselt e Ten


Broeck. Chamando de “C” a capacidade térmica do fluído, tem-se:
C q = m& qCpq , que é a capacidade térmica do fluído quente.
C f = m& f Cpf , que é a capacidade térmica do fluído frio.

assim,

Q real = C q (Tqe - Tqs ) = C f (Tfs - Tfe ) (51)

A máxima troca de calor ocorre quando o fluído de menor “C” sofre a


maior variação de temperatura possível. A máxima troca de calor possível
seria obtida num trocador de calor de correntes opostas, de área de troca
infinita. Assim temos:

Q máx = C mín (Tqe - Tf e ) (52)

onde, Cmin é o menor valor numérico entre Cq e Cf. Portanto:

Qreal C q ( Tq e − T q s ) C f ( Tf s − Tf e )
ε= = = (53)
Qmax C min ( Tqe − Tf e ) C min ( Tqe − Tf e )

logo,

Qreal = εC min ( Tqe − Tf e ) (54)


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Vejamos o cálculo de efetividade “ ε ” para trocadores de calor de


correntes paralelas. Sabe-se que:

__ ( Tq s − T f s ) − ( Tq e − T f e )
Q = UA ∆T = UA
Tq s − T f s (55)
ln
Tq e − T f e

e da eq. (53) temos:

Q real Q real
Cq = e Cf =
T qe − T q s Tf s −Tfe (56.a, b)

Substituindo (56) em (55), tem-se:

Tq s − T f s  1 1 
ln = −UA + 
 (57)
Tq e − T f e C
 q C f 

Tq s − T f s  UA  C 
= EXP  − 1 + f  (58)
Tq e − T f e  
 Cf  Cq 

da equação (53) temos:

Cq Tqe − Tq s 
ε=   se Cq < Cf
C min  Tq − T f  (59.a)
 e e 
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Cf  Tf s − Tfe 
ε=   se Cf < Cq
C min T q − T f  (59.b)
 e e 

mas de Q real = C q (Tq e - Tq s ) = C f (Tf s - Tf e ) pode-se obter

Cq
Tf s = Tf e + (T - Tq s ) (60)
C f qe

Combinando (58), (59.a) e (60) para o caso de Cq < Cf tem-se:

 UA 

1 − EXP  −
Cq
(1 + C q / C f )
ε=  
(61.a)
1 + Cq / Cf

Combinando (58), (59.b) e (60) para o caso de Cf < Cq tem-se:

 UA
1 − EXP −
Cf
(1 + C f / C q )

ε=  
(61.b)
1 + Cf / Cq

as eqs. (61.a, b) podem ser escritas numa forma geral, como:

 UA
1 − EXP  − (1 + C min / C max )
 C min 
ε=
1 + C min / C max (62)
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O termo UA/Cmin é chamado de Número de unidade de Transferência


NTU.

UA
NTU = (63)
C min

Relações de NTU x ε podem ser obtidas de gráficos apropriados


para cada tipo de trocador decalor.
Uma análise semelhante pode ser feita para o caso de trocadores de
calor em correntes opostas, para o qual a efetividade é calculada como:

 UA  C min 
1 − EXP −  1 − 
 C min  C max  
ε=
 C min   UA  C min  (64.a)
1 − EXP − 1 − 
C
 max   C min  C max 

− NTU ( 1 −C *)
1 −e
ε= * (64.b)
1 − C * e − NTU ( 1 −C )

onde C * = C min / C max .


Nas tabelas a seguir são mostradas várias relações de efetividade
para uma variedade de trocadores de calor.
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13 –O MÉTODO P - NTU

Este método representa um variante do método ε - NTU . Como são


mostrados nas tabelas acima, as relações de ε - NTU são diferentes
dependendo se sobre os tubos (no trocador de calor de casco e tubos) o
fluido é de Cmax ou Cmin. Com o objetivo de se evitar um possível erro e
confusão a cerca do fluido com Cmin, é apresentada uma alternativa onde é
definido uma efetividade de temperatura “P” como função de “NTU” e “R”.
A efetividade de temperatura “P” é definida para a corrente do fluido
quente ou para a corrente do fluido frio.
Se compararmos as eqs. (43.b) e (53), escritas novamente abaixo, a
efetividade de temperatura “P” e a efetividade do trocador “ ε ” são
relacionadas como:

T f s − T f e Tc 2 − Tc 1
P = = (65.a)
Tqe − Tf e Th1 − Tc 1

C q ( Tqe − Tq s ) C f ( Tf s − Tf e )
ε= = (65.b)
C min ( Tqe − Tf e ) C min ( Tqe − Tf e )

C min ε se C f = C min
P = ε= * (66)
Cf C ε se C f = C max

Note que P é sempre menor ou igual a ε. Definindo-se NTU1 em


função do NTU e baseado em Cmin temos
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C min NTU se C f = C min


NTU 1 = NTU = * (67)
Cf C NTU se C f = C max

De maneira semelhante a efetividade ε de um trocador de calor, a


efetividade de temperatura P é função de NTU1, R e do arranjo do
escoamento.

P = f ( NTU 1 , R , arranjo do escoamento) (68)

Podemos notar que P, NTU1 e R são definidos com base nas variáveis
do fluido frio. Os resultados, também, são válidos para P, NTU1 e R
baseados nas variáveis do lado dos tubos ou do lado da carcaça, eles
também são válidos para as variáveis do fluido quente.
No método P - NTU1, a taxa de transferencia de calor total do fluido
quente para o fluido frio é expressada por:

Qreal = εC min ( Tqe − Tf e ) ; εC min = PC f (69.a,b)

Qreal = PC f ( Tqe − Tf e ) (69.c)

Algumas relações P - NTU1 podem ser derivadas diretamente, para


vários arranjos de escoamento, a partir das relações de ε - NTU . Para o
caso de um trocador de calor do tipo 1-2 casco e tubos a relação P - NTU1
está mostrada na figura abaixo.
Algumas expressões para P - NTU1 para vários arranjos de
escoamentos em trocadores de calor industriais são mostrados nas
tabelas seguintes, onde o lado 1 do fluido é claramente identificado no
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esboço para cada arranjo de escoamento. Neste caso, ele é o lado do


casco no trocador casco e tubos.
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14 –O MÉTODO ψ − P
Como mencionado anteriormente um método de tentativa e erro é
necessário para avaliar o problema pelo método da DTML (se mais de uma
temperatura de entrada ou saída do trocado não são conhecidas) e para o
dimensionamento pelo método ε - NTU para o caso de trocadores de
calor casco e tubos. Em propósitos gráficos o método ε - NTU apresenta

abscissa variando de 0 até ∞. O método ψ −P combina todas as

variáveis da DTML e do método ε - NTU , e elimina suas limitações para


auxiliar os cálculos. Neste método um novo grupo é definido ψ como a

razão entre a verdadeira diferença de temperatura média “ ∆ T ” e a


diferença de temperatura de entrada dos dois fluidos

∆T
ψ= (70)
Tq e − T f e
A partir das equações para ε , f, e NTU pode-se chegar as seguintes
relações

Qreal UA
ε= ; NTU = (71.a, b)
C min ( Tqe − Tf e ) C min

C min C min
NTU 1 = NTU ; P = ε (71.c, d)
Cf Cf

de onde temos:
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ε P
ψ= = (71.e)
NTU NTU 1
O fator de correção da DTML é definido como

∆T
f = (72)
DTML←

onde ∆T é a verdadeira diferença de temperatura média logarítmica do


trocado. Porém, para avaliar f se compara a real troca de calor de um
arranjo de interesse com a troca de calor de um trocador de calor de tubo
duplo em contra corrente, tendo a mesma temperatura terminal

Q = U × A × ∆T ; Q = U × A × DTML←
→ (73.a,b)

de onde resulta

NTU 1 ←

f = (74)
NTU 1

onde NTU 1 representa o número de unidades de transferencia para um

dado arranjo NTU 1 ←


→ o número de unidades de transferencia para um

trocador de calor de tubo duplo em contra corrente.


De acordo com as tabelas anteriores a relação P - NTU1 para um
trocador tubo duplo em correntes opostas é dado por
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− NTU 1 ←

( 1 −R )
1 −e
P = (75)
− NTU 1 ←

( 1 −R )
1 − Re
de onde resulta

 1  1 − RP 
1 − R  1 − P  para R ≠ 1
ln

NTU 1 ←
→ =
(76)
 1 para R = 1
1 − R

combinando as equações (71.e), (74) e (76) resulta a seguinte equação
para ψ

fP ( 1 − R )
ψ=
 1 − RP  (77)
ln  
 1 − P 
Neste método a taxa de transporte de calor pode ser calculada a
partir de

Q = U × A × ∆T ; ψ = ∆T /( Tqe − Tf e ) (78.a,b)

de onde teremos

Q = U × A × ψ × ( Tq e − T f e ) (79)
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Da equação (79) podemos notar que não existe a necessidade de

calcular DTML uma vez que ψ representa ∆T adimensional. De uma

forma geral ψ pode ser relacionado como

ψ = φ( P , R , Arranjo do escoamento ) (80)

cartas de ψ −P tendo R como parâmetro estão disponíveis na literatura.

Como exemplo, a carta ψ −P para um trocador de casco e tubos tipo 1-2

é mostrada na figura abaixo.


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Na tabela seguinte estão resumidos cada um dos métodos discutidos


até aqui.
10) Coeficiente global de troca de calor variável
U = f (Re, A, ρ, Cp, K, µ, Pr)

Nas figuras abaixo são mostradas situações típicas onde U varia ao longo do
trocador de calor.

(b) e (c) Se as três regiões de b e c possuem U = CTE então estas trocas de calor
podem ser tratados como trocas de calor em série.

Para uma variação arbitrária de U ao longo do trocador de calor, o mesmo pode ser
dividido em N segmentos e um valor de U designado para cada segmento. Neste caso a
análise pode ser feita por diferenças finitas.
Seja um trocador de calor de correntes opostas:
T
Tqe Tq

Tfs

Tqs
............. Tf Tfe

A1 A2 A3 Ai Ai+1 AT
∆A i
Ui = Ui (Tq , Tf ) (1)

A taxa de transferência de calor em ∆Ai é dada por:

∆Qi = −(mq Cpq )i .(Tqi +1 − Tqi ) = (mf Cpf )i .(Tfi − Tfi +1) (2)

∆Qi = Ui ∆Ai (Tqi − Tfi ) (3)

de (2)

∆Qi ⎜⎜
1

1 ⎞
(
⎟ = Tqi +1 − Ti +1 − Tqi − Ti
⎟ f f ) ( )
⎝ (mf Cpf )i (mq Cpq )i ⎠

Cif = (m f Cp f )i ; Ciq = m q Cp q(i


)
⎛ 1 1 ⎞⎟
∆Q i ⎜ −
⎜ Ci Ciq ⎟
( ) (
= Tqi +1 − Tfi +1 − Tqi − Tfi ) (4)
⎝ f ⎠

(3) em (4) resulta:

⎛ 1 1 ⎞⎟
(
Ui ∆Ai Tqi − Tfi ⎜ − )
⎜ Ci Ciq ⎟
(
= Tqi +1 − Tfi +1 − Tqi − Tfi ) ( )
⎝ f ⎠

(Tqi+1 − Tfi+1) − (Tqi − Tfi ) = U ⎛⎜ 1 −


1 ⎞⎟
∆Ai (5)
i⎜
Tqi − Tfi i
⎝ Cf Ciq ⎟⎠

⎛ 1 1 ⎞⎟
M i = Ui ⎜ −
⎜ Ci Ciq ⎟
⎝ f ⎠

Resolvendo para Ti − Ti resulta:


q f

( )
Tqi +1 − Tfi +1 = Tqi − Tfi (1 + M i ∆Ai ) (6)

O Esquema Numérico:
i) Entrar com um valor conveniente ∆Ai;
ii) Calcular hinterno e hexterno e o valor de U para as condições de entrada através de
∆Ai;
iii) Calcular ∆Qi = Ui ∆Ai (Tqi − Tfi ) ;
( )
iv) Calcular Tqi +1 − Tfi +1 = Tqi − Tfi (1 + M i ∆Ai ) , Tqi +1 e Tfi +1 com as equações (2);

E a taxa total de transferência de calor:

N
Q= ∑ ∆Qi (7)
i =1

Para o coeficiente U e ∆T variando linearmente com Q, Colburn recomenda:

A(U 2∆T1 − U1∆T2 )


Q = U m ADTlm =
lm[(U 2∆T1 ) (U1∆T2 )]
(8.a)

∆T1 − ∆T2
DTml = (8.b)
ln(∆T1 ∆T2 )

Tqe
∆T2
U2
Tfs Tqs
U1
∆T1
Tfe

A
1
Quando e ∆T variam linearmente com Q:
U

1 1 ⎡ DTml − ∆T2 ⎤ 1 ⎡ ∆T1 − DTml ⎤


= + (9.a)
U m U1 ⎢⎣ ∆T1 − ∆T2 ⎥⎦ U 2 ⎢⎣ ∆T1 − ∆T2 ⎥⎦

Q = U m ADTml (9.b)

11) Gradiente de pressão e potência de bombeamento.


Efeito do atrito ∆P Pbomb.
11.1) ∆P no lado dos tubos.

∆P
= φ( U m , di , ρ, µ, ε) para escoamento laminar ou turbulento (10)
L

onde: ε é a rugosidade [L]

Duto circular
∆P ⎛ ε⎞
= φ⎜ Re, ⎟
(
4(L Di ) ρU 2m 2
1 4 42 4 43
) ⎝ di ⎠
(11)

grupo admensional definido


como fator de atrito de Fanning

∆P
f =
(
4(L di ) ρU 2m 2 ) (12)

⎛ ε⎞
f = φ⎜ Re, ⎟ (13)
⎝ d i⎠

Gráfico de Mood

16
f = Regime laminar (14.a)
Re

f = 0,046 Re −0,2 3 x 104 <Re < 106 (turbulento) (14.b)

f = 0,079 Re −0,25 4 x 103 < Re < 105 (turbulento) (14.c)


Para fluidos Não-Newtonianos
n
⎛ δU ⎞
Power Law: τ = ⎜ ⎟
⎝ δy ⎠
⎛ ε ⎞ ρU md i
f = φ⎜ Rea , , n ⎟ ; Rea = g
⎝ d i ⎠ µ ap

δU
Plástico de Bingham: τ = τ0 − µ
δy
⎛ ε ⎞
f = φ⎜ Re, , y ⎟ ; y = f (τ0 )
⎝ di ⎠
Onde: y é o limite de escoamento adimensional.

n
⎛ δU ⎞
Herschel-Bulkley: τ = τ0 − K⎜ ⎟
⎝ δy ⎠
⎛ ε ⎞
f = φ⎜ Rea , , y, n ⎟
⎝ di ⎠

Nas indústrias: - Caracterização reológica dos fluidos de processo


- Determinar f adequadamente

- Caracterização reológica: Viscosímetros e reômetros.

- Plástico de bingham:

⎡ 1 ⎤
5,5 (1 − ã )(3 + ã )
= 4,073 log ⎢(1 − ã )⎛⎜ Re 2 f − Re y ⎞⎟ ⎥ +
1 2

2y ⎢⎣ ⎝ 8 4 ⎠ ⎥⎦ 2 3,28
f−
Re

2y
a=
Re f

Num duto circular f pode ser relacionado a tensão Tw na parede:

P1 P2
No escoamento completamente desenvolvido:

π
Fp = ∆P. di 2 Fvisc = Tw .π.di.L
4

π 2
Fp = Fvisc di ∆P = Tw .π.di.L
4

Tw
f = (15)
1
ρUm 2
2

Dutos de secção não circular:

Onde, De será o diâmetro equivalente (di é substituído por De)

4A 4 x Área da secção tranversal


De = = (16)
Pw Perímetro molhado

4 x ab 4 x ab/a 4b
b De = = =
2(a + b) 2(a + b)/a 2(1 + δ)
b
a δ = , Se a = b => δ = 1 => De = b
a

De =
( )
4(π 4) d 0 2 − di 2
= d 0 − di
π(d 0 + di )

Para um duto circular De = di

di

do
O número de Reynolds de transição para dutos não circulares é aproximadamente
2300. (Como para dutos circulares).

Escoamento laminar

2b

∆P 12 µ U m
= ; D e = 2b
∆X b2

∆P
f = (17)
4(L Do )(ρU m / 2)

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