Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RECIFE
2020
_____________________________________________________________________________
WELLINGTON TINOCO CARNEIRO
RECIFE
2020
_____________________________________________________________________________
Agradeço a Deus minha saúde e disposição para realizar meus sonhos, à minha esposa,
Roseana Oliveira Carneiro, pelo apoio e confiança, também à minha mãe Waldith Walter
Tinoco Carneiro, que nunca deixou de me apoiar e acreditar nos meus feitos; aos meus colegas
de turma que têm me ajudado a atravessar esta jornada, a todos os professores, em especial a
Antenor Parnaíba, que acreditou em meu projeto e aceitou participar como meu co-orientador;
não menos importante, a UNINASSAU, na pessoa da coordenadora Eloisa Pimentel, aos
orientadores do projeto, Prof. Yuri Amorim e novamente ao Prof. Antenor Parnaíba, que me
convidaram para fazer parte deste projeto do Ventilador Mecânico Pulmonar não Invasivo
patrocinado pela UNINASSAU, e pôr fim, aos egressos João Marcelo Bezerra e Rodrigo
Mangueira que desenvolveram este projeto.
_____________________________________________________________________________
LISTA DE FIGURAS
The high temperature and humidity in electronic equipment, electrical panels, control panels,
computers and processors are factors that directly influence the performance and performance
of such equipment and components. Therefore, the use of sophisticated and expensive HVAC
and humidity control systems is increasingly common in environments where such equipment
and components are operating, however the high cost of implantation and use of such systems
places a heavy burden on installations and operation itself. The aim of thisstudy is to propose
to create equipment that can replace traditional systems in a satisfatory matter, with low
manufacturing cost, high energetic efficiency, adequate temperature control and very low
maintenance cost, based on the theoric model of heat transfer through thermoelectric plates that
use the Peltier effect. At first, several measurements have been made in various heat sources,
such as computer processors, to measure the amount of heat that would need to be removed.
After thermal load calculations and a survey of the main Peltier plates types, power supplies
and heat sinks, it was defined which configuration, in theory, would best fit the model. Finally,
a prototype was assembled to collect data and information that support the reserach.
Keywords: Energetic efficiency; low cost control; thermoelectric plates; heat transfer; heat
dissipation.
_____________________________________________________________________________
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 13
2. OBJETIVOS 15
2.1. Objetivo geral 15
2.2. Objetivos específicos 15
3. REFERENCIAL TEÓRICO 16
3.1. Sistemas térmicos 16
3.2. Dissipadores e Calor 21
3.3. Processadores 29
3.4. Nanofluidos 31
3.5. Coolers, Transferência de calor em WATTER COOLER e Pasta térmica 33
3.6. Efeito 35
3.7. Fontes de energia e corrente elétrica (Ponte retificadora) 37
3.8. Controladores de temperatura e umidade (FULL GAUGE) 38
4. METODOLOGIA 39
4.1. Área de estudo 39
4.2. Materiais e Métodos 39
4.3. Coleta de dados e Dimensionamento 41
4.4. Modelo de Aplicação Experimental 45
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 47
5.1. Modelagem Teórica 47
5.2. Análise do Modelo Experimental 52
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 56
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58
13
__________________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO
A forma conhecida e usual para se retirar calor de ambientes onde estão presentes
computadores e mainframes, mantendo controlados os níveis de temperatura e umidade, é com
sistemas de ar condicionado e bancos de resistência. Tais sistemas, quando dimensionados,
levam em consideração o calor gerado pelo trabalho dos processadores e demais componentes
geradores de calor
A premissa deste projeto é desenvolver a teoria para construção de um equipamento
compacto de refrigeração, que seja capaz de retirar calor do processador e demais componentes
de uma CPU, mantendo a temperatura de trabalho desta controlada entre 30ºC e 40ºC,
possibilitando assim uma redução significativa no dimensionamento dos sistemas de ar
condicionado atualmente utilizados para esta finalidade, em salas de CPD.
Os sistemas de ar condicionado atualmente utilizados são mais robustos, ocupam muito
espaço e necessitam de uma quantidade razoável de energia para cumprirem seu papel. Estes
sistemas baseiam-se em equipamentos de expansão direta (fluido refrigerante) ou expansão
indireta (água gelada).
Apesar de ser abordada neste trabalho outras soluções utilizadas para se obter a eficiente
transferência de calor desejada, com a finalidade de fundamentar a teoria aqui apresentada, este
trabalho propõe a utilização de pastilhas termoelétricas que operam utilizando o efeito Peltier.
Basicamente, ao se aplicar uma voltagem nos polos de dois materiais distintos, cria-se
uma diferença de temperatura, fazendo com que o calor se mova de um lado ao outro, ou seja,
transfere a temperatura do processador para o meio, mantendo-a controlada.
Ao desenvolver o projeto, alguns problemas conhecidos surgem, como o controle da
temperatura na faixa de temperatura de eficiência do processador e o controle da umidade no
ambiente do gabinete da CPU.
Para controlar a faixa de temperatura e umidade, a ideia inicial é utilizar um controlador
do tipo full gauge, que faz a aferição das temperaturas de máximo e mínimo estabelecidas em
projeto, bem como a umidade dentro do gabinete da CPU. Esse controlador está inter travado
eletricamente com a fonte de corrente DC, que alimenta as pastilhas termoelétricas, fazendo
com que esta fonte envie corrente para as pastilhas quando a temperatura atingir a máxima de
operação do processador e interrompa, quando essa atingir o mínimo.
A aplicação das pastilhas termoelétricas ou células Peltier neste sistema, é muito
simples. O sistema de controle aplica uma tensão elétrica sobre as células Peltier, fazendo com
14
__________________________________________________________________________________
que um dos lados da célula resfrie e o outro aqueça. O lado que resfria estará em contato com
o processador, que dissipará o calor gerado por este pelo lado quente da célula, contudo existe
uma característica importante no funcionamento das células Peltier. Elas operam com uma
diferença de temperatura entre a face fria e a quente. Por exemplo, se assumir que a diferença
de temperatura entra as faces da célula é de 30ºC, e que o controle de temperatura do
processador seja mantido numa temperatura média de 35ºC (temperatura do lado frio da célula).
Para que seja fatível, a temperatura da face quente não poderá ultrapassar os 65ºC, sabendo-se
que para cada 1ºC acima dos 65ºC, 1ºC também subirá na face fria.
Para dissipar este calor, foi idealizado e calculado um sistema dissipador, composto de
um cooler posicionado do lado quente da célula Peltier, de forma a permitir que a convecção
seja suficiente para garantir que seja atingida a temperatura desejada. O sistema de dissipação
de calor também está sendo utilizado para manter os níveis de umidade compatíveis para o
ambiente (gabinete da CPU).
A ideia para desenvolver este produto compacto foi baseada na possibilidade de resolver
a perda de desempenho dos processadores de CPU´s, sem a necessidade de ter que utilizar
grandes sistemas para refrigerar as salas de CPD´s, conferindo ao produto final um baixo custo
de implantação, baixo custo operacional e baixo custo de manutenção, indo de encontro as
necessidades mercadológicas.
Sendo assim, o produto apresenta características físicas e mecânicas diferenciadas, que
se propõe a resolver problema corriqueiro de superaquecimento e, portanto, atingindo um
público consumidor bastante carente com uma solução inovadora, prática e acessível, sem que
seja necessária a implantação de grandes estruturas para sua aplicação.
15
__________________________________________________________________________________
2. OBJETIVO
2.1. Objetivo Geral:
Utilizar células Peltier para controlar a temperatura de um processador de CPU,
mantendo-a entre 30ºC e 40ºC, utilizando um controlador full gauge MT530E para este
gerenciamento.
__________________________________________________________________________________
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Sistemas de refrigeração eletrônica, é o sistema de transferência de calor a base de
Pastilhas Peltier, que torna obsoleto o uso de compressores, gás refrigerante, etc. Essa
tecnologia, baseada em pequenas unidades que contém uma série de semicondutores agrupados
em pares, que operarem como bombas de calor, veio para ficar.
__________________________________________________________________________________
Convecção Natural: Dissipadores ativos em alumínio, presentes em processadores de
computador;
Convecção forçada: Dissipadores ativos em processadores de computador com cooler;;
Convecção Natural: Processo de fabricação do chip a partir de silício;
Convecção forçada: Dissipador de calor em processadores usando um líquido
(watercooler);
Na transferência de calor por condução, convecção ou radiação, o fluxo de calor q, em
kcal/s, é dado pelas expressões (1) e (2).(INCROPERA, 2008).
∆𝒕
(1) 𝒒𝒙 = −𝑲𝑨 ∆𝒙
(2) 𝒒"𝒙 = 𝒒𝒙 /𝑨
__________________________________________________________________________________
aquecimento ou resfriamento, uma vez que se admite o resfriamento ou aquecimento uniforme,
contudo algumas condições de regime permanentes são necessárias, para que se possa analisa-
los, tendo em vista a facilidade que tais processos propiciam, além de boas respostas. Conforme
figura 02.
Um estudo realizado pela Tvrzská e Casella (2004), se apoia nas teorias discorridas por
Incropera (2008) para transcorrer sobre a transferência de calor transiente, considerando um
sólido que se encontra a uma temperatura inicial (Ti) e é resfriado ao ser imerso em um fluído
de menor temperatura (T∞). Neste estudo se diz que o resfriamento foi inicialmente em um
tempo t=0, a temperatura do sólido irá diminuir para um tempo t>0, até que alcance, por fim a
temperatura do fluido. Essa redução de temperatura é devida à transferência de calor por
convecção na interface sólido-fluido. A essência desse método é a consideração de que a
temperatura do sólido é espacialmente uniforme em qualquer instante durante a transferência
de calor. Essa consideração implica que gradientes de temperatura no interior do sólido sejam
desprezíveis e, portanto, para a modelagem do processo são estabelecidas duas hipóteses:
O corpo possui temperatura homogênea, desprezando-se o gradiente de temperatura
interna;
Ocorre apenas troca de calor por convecção com o meio externo e não há geração de
calor e também não há alteração da massa do corpo;
(3) 𝒒𝒙 = 𝒉𝑨(𝑻𝒔 − 𝑻∞ ) na convecção (LEI DO REFRIAMENTO DE NEWTON)
19
__________________________________________________________________________________
Sendo assim, a variação de temperatura entre o sólido e o fluido se dará deforma
exponencial com o tempo, tendendo a zero à medida que o tempo tende para infinito (figura
03).
Figura 03 - Resposta transiente da temperatura de sólidos com
capacitâncias globais para diferentes constantes de tempo térmicas (Ƭt)
Ainda, conforme Braga (2018), quando se efetua um Balanço de Energia (BE) em cada
nó da malha térmica de um corpo sólido, considerando que se trata de uma transferência de
calor transiente, o BE será escrito como: Calor transferido através das superfícies durante
∆t + Calor gerado no volume do elemento durante ∆t = Variação de energia do elemento
durante ∆t (4). Substituindo os calores transferidos pelas superfícies, pelas taxas de condução
de calor, o calor gerado em todo o volume do elemento de controle pelo símbolo, Ėg, para o nó
“m” obtemos como resultado a equação (4).
__________________________________________________________________________________
𝑻𝒊+𝟏 𝒊
𝒎 − 𝑻𝒎 )⁄
(4) 𝚺𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆 𝑸̇ + 𝑬𝒈̇ = 𝝆 𝒄𝒑 𝑽 ( 𝚫𝒕
Figura 05 - Influencia do número de Biot na distribuição de
temperaturas em estado estacionário em uma parede plana
com convecção na superfície
Note que com o aumento da inércia térmica, definida pelo produto ρcpV, o tempo para
o regime permanente aumenta, o que é bastante razoável. Da mesma forma, se a taxa de
aumento da energia sendo transferida da peça para o ambiente, aumentar, seja pelo aumento da
área de troca térmica ou pelo aumento do coeficiente de película, esse tempo diminuirá.
Portanto ao abordar um problema de condução de calor transiente, o método mais simples de
resolução é a verificação da validade do método de capacitância global. Para isso,
determinamos o número de Biot (Bi)(5). Pelo gráfico a figura 05, percebe-se que quanto menor
o número de Biot (Bi) mais uniforme fica o perfil de temperaturas. A condição de Bi < 0,1
garante que o uso do método da capacitância global seja preciso com erro menor que 5%. Neste
caso, mesmo que Bi 0,1>, ele não é tão maior assim e o método da capacitância global pode ser
utilizado perdendo-se um pouco da precisão do resultado, mas de tal forma que a facilidade
matemática ganha com a capacitância global se sobrepondo a esse fato, e o problema de
condução transiente se torna simples de ser resolvido, visto que todo o interior do sólido pode
ser considerado com temperatura uniforme variante apenas com o tempo, T(t). Em situações de
baixa intensidade de troca térmica por convecção (baixo h), para pequenas dimensões
(Lc=V/ATC) e altos valores de k, as diferenças de temperaturas são desprezíveis, pois as trocas
de calor são intensas em presença da diferença externa de temperatura. (Braga, p. 56-58):
21
__________________________________________________________________________________
𝑻𝑺,𝟏 −𝑻𝑺,𝟐 𝑳⁄𝑲𝑨 𝑹𝒄𝒐𝒏𝒅. 𝒉𝑳
(5) 𝑻𝑺,𝟐 −𝑻𝒎
= 𝟏⁄𝒉𝑨
= 𝑹𝒄𝒐𝒏𝒗.
= 𝑲
= 𝑩𝒊
__________________________________________________________________________________
otimizações para o melhor desempenho, tornando possível a diminuição da energia térmica do
componente. Para este estudo, está sendo abordada a teoria para dissipadores com aletas planas,
de secção transversal uniforme, orientadas verticalmente (figura 06).
Figura 06 - Dissipador de calor de alumínio mod. Di 193
Fonte: https://www.aluminioalure.com.br/dissipador-de-calor-de-aluminio-di-193
De acordo com Çengel (2012, p.535), a questão que muitas vezes surge na seleção de
um dissipador de calor, é saber quando selecioná-lo com aletas estreitamente espaçadas ou
23
__________________________________________________________________________________
amplamente espaçadas (figura 08). Um dissipador com aletas estreitamente espaçadas terá
maior superfície de transferência, mas um coeficiente de transferência de calor menor por conta
da resistência extra que a proximidade das aletas introduzirão ao fluxo do fluido entre elas. Já
um dissipador com aletas amplamente espaçadas, terá um coeficiente de transferência de calor
maior, mas uma área de superfície menor. Segundo o fabricante de dissipadores HS, deve-se
buscar um espaçamento ótimo, que maximize a transferência de calor por convecção natural. A
taxa de transferência de calor por convecção natural a partir das aletas de um dissipador, será:
(a) (b)
Fonte: https://www.monkeybusinessbr.com.br/acessorios-
raspberry-pi/dissipador-de-calor-raspberry-pi3-anodizado-
autoadesivo
__________________________________________________________________________________
térmica. Dessa forma considera-se um circuito térmico, que segue uma lei muito parecida com
a lei de Ohm, como sendo Lei de Ohm Térmica (figura 10). Os elementos se comportam como
resistores, o que quer dizer que se existirem caminhos paralelos para o fluxo de calor, eles
podem ser considerados como "resistores térmicos" ligados em paralelo. Da mesma forma que
num circuito elétrico um transiente de temperatura, ou seja, uma produção de um pico de calor
pelo componente que gere um pico de calor pode causar danos ao dispositivo se não for
rapidamente absorvida, impedindo que a temperatura se eleve na mesma velocidade, conforme
mostra a (figura 11). O componente térmico equivalente a um capacitor, que absorveria um pico
elétrico, no caso do calor é representado pela capacidade térmica do sistema (figura 12).
(BRAGA, Newton).
𝒅𝑸⁄
(8) 𝑪𝒗 = 𝒅𝑻 (Joules/ºC)
(9) 𝑪𝑺 = 𝑪𝒗 𝑽𝑪 , onde Vc é o volume do componente.
Figura 10 – Circuito Térmico
Fonte: https://ww.newtoncbraga.com.br
__________________________________________________________________________________
dizer-se capacidade energética interna, mas optámos pelo termo capacidade térmica, porque
pretendemos relacionar a energia trocada por calor com a variação de temperatura do sistema.
Quando um sistema recebe energia por calor, uma mudança da sua temperatura pode ou não
ocorrer, dependendo do processo que o sistema sofre. Se a temperatura de um sistema variar de
(Ti) para (Tf) durante a troca de Q unidades de energia por calor com a sua vizinhança, a
capacidade térmica média do sistema é definida pela razão da expressão (8).
Ainda de acordo com BRAGA, para uma estrutura multicamadas, associa-se às diversas
capacidades térmicas de seus elementos. Um exemplo é a estrutura de um microprocessador e
dissipador, onde encontra-se o silício, cobre, e o próprio dissipador (figura 13).
Fonte: www.newtoncbraga.com.br
𝑪𝒔⁄
(10) 𝑻𝚽 = 𝑷𝑹𝚽 𝟒
(11) 𝑹𝒔𝒂 = (𝑻𝒋𝒎𝒂𝒙 − 𝑻𝒂𝒎𝒂𝒙)𝑷𝒅𝒊𝒔. − 𝑹𝚽𝒋 , onde:
Pdis: Valor determinado pela aplicação;
Tamax: Valor determinado pela aplicação;
Tjmax: Valor determinado pelo fabricante;
RΦj: Valor determinado pelo fabricante;
Sendo assim, para a escolha de um dissipador, os seguintes fatores serão necessários:
Potência máxima que deve ser dissipada pelo componente montado no dissipador de
calor. (Pdis);
Temperatura interna máxima do componente - temperatura de junção (Tjmax);
Resistência térmica da junção do componente para seu invólucro (RΦj);
Temperatura ambiente máxima (Tamax);
A conclusão de toda a teoria aqui demonstrada é que a dissipação por convecção
depende da diferença entre a temperatura ambiente (Tamax) e a temperatura do filme de ar que
circunda o dissipador (Ts). (Q=h A (Ts -Tf))
26
__________________________________________________________________________________
Como exemplo, para valores de resistências térmicas com um ΔT = 75ºC, observa-se
que o dissipador de calor é mais eficiente quando a temperatura ambiente é baixa, e à medida
que a temperatura ambiente aumenta, diminui a eficiência da troca térmica entre o dissipador e
o ambiente, conforme gráfico (figura 14). (HS DISSIPADORES DE CALOR).
Fonte: https://www.hsdissipadores.com.br/
__________________________________________________________________________________
geral estes dispositivos são construídos em alumínio dada sua boa condutividade térmica
(condição indispensável), baixo custo e peso. Alguns são construídos em cobre e alguns são
uma mistura dos dois. O volume do dissipador se associa às características dinâmicas dos
fenômenos térmicos. O tipo mais comum de dissipador disponível para uso em circuitos
eletrônicos é o fabricado em alumínio, devido a boa condutividade térmica. Muitos possuem
uma camada anodizada de óxido escuro que tem por finalidade reduzir em até 25% a resistência
térmica. Os dissipadores comuns resfriados por convecção sem ser forçada possuem uma
constante de tempo térmica típica que varia entre 5 e 15 minutos. As constantes de tempo dos
dissipadores com ventilação forçada são bem menores. Dissipadores de calor são mais
eficientes quando a temperatura ambiente é baixa e à medida que a temperatura ambiente
aumenta, diminui a eficiência da troca térmica entre o dissipador e o ambiente. (CUNHA,
Daniel).
A Quadro 01 mostra os valores de condutância térmica para diferentes materiais e estes
valores podem ser melhor visualizados comparativamente na figura 15.
__________________________________________________________________________________
Devido a circulação forçada e ar, que propicia uma redução significativa no valor efetivo
da resistência térmica, os dissipadores que utilizam essa ventilação possuem menor
espaçamento entre as aletas. O gráfico, onde o eixo das abscissas é o fator multiplicativo da
resistência e o eixo das ordenadas é a velocidade de deslocamento do ar em m/s, representa bem
o que ocorre com qualquer dissipador que se utilize de ventilação forçada (figura 16).
__________________________________________________________________________________
Geralmente feito de cobre ou alumínio, através da condução térmica, busca maximizar,
via presença de uma maior área por onde um fluxo térmico possa ocorrer, a taxa de dissipação
térmica, ou seja, de calor, entre qualquer superfície com a qual esteja em contato térmico e o
ambiente externo. O objetivo do desenho do dissipador é de minimizar a resistência térmica,
via tamanho da área exposta ou circulação de resfriador líquido ou gasoso. (DANVIC, 2019)
Quando se utiliza pastilhas termoelétricas, que se valem do efeito Peltier para retirar
calor, o cálculo para dimensionar a capacidade do dissipador ou trocador de calor, é
fundamenta. Caso o trocador não esteja bem dimensionado, o sistema se mostrará ineficiente
além de ocorrer o dano permanente da pastilha. A diferença de temperatura entre o dissipador
e a pastilha pode variar bastante e a resistência do trocador é medida pela sua capacidade de
dissipar o calor que lhe é aplicado, e é definida por Çengel (2012), como:
(𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 )
(12) 𝑹 = ⁄𝑸
3.3. Processadores
Os processadores modernos são constituídos de centenas de milhões de transistores
distribuídos em uma pequena área. Essa elevada concentração de transistores operando com
velocidade elevada produz calor que precisa ser removido do dispositivo. (Brito Filho, 2007).
Atualmente o desenvolvimento dos microcomputadores não encontra como principal
barreira a miniaturização dos seus componentes, e sim a dissipação de calor gerado, que afetaria
o desempenho dos seus componentes. (Maidana et al., 2007).
Esse cenário suscita a necessidade da utilização de novos métodos de dissipação de calor
gerado. Atualmente, em processadores comerciais, utiliza-se basicamente aletas com
convecção natural ou forçada. Aletas, ou superfícies estendidas, são mecanismos muito usados
na engenharia para aumentar a eficiência de trocas de calor, quer na absorção ou dissipação.
Um bom exemplo de aplicação das aletas é nos dispositivos para resfriar o cabeçote de motores
de motocicletas e de cortadores de grama, ou para resfriar transformadores de potência elétrica.
(Incropera et al., 2008).
Uma análise dos atuais sistemas de HPC mostra que 40-60% do consumo de energia
pode ser atribuída aos nós de computação (processadores e memórias), 10% para os sistemas
de interconexão e de armazenamento, e o restante (até 50%) é consumida pela própria infra-
estrutura, incluindo iluminação, fonte de alimentação, e acima de tudo, refrigeração (SCHÄPPI
et al., 2009).
30
__________________________________________________________________________________
A maioria dos sistemas não se comporta como uma resistência pura, e com os
processadores não seria diferente. Adicionando-se componentes reativos ao sistema, o fluxo de
potência flutua, ou seja, a corrente pode fluir tanto em um sentido quanto em outro ao longo do
tempo. Nesse caso, a corrente não acompanha as variações de tensão instantaneamente,
havendo um retardo ou um adiantamento (figura 18).
Figura 18 – Corrente e tensão em cargas capacitivas e indutivas
__________________________________________________________________________________
Em sistemas computacionais, como visto em (KONDURI, 1999, apud CARISSIMI et
al, 2010), a energia utilizada para realização de um programa executado em um processador
baseados em switches CMOS pode ser expressa:
𝑵 𝑵
(14) 𝑬𝒐𝒑 = 𝑪𝑽𝟐𝒅𝒅𝒇 ( 𝒇 ) + 𝑰𝒇𝒖𝒈𝒂 𝑽𝒅𝒅 ( 𝒇 ), onde:
Eop é a energia;
C é a capacitância de chaveamento;
Vdd é a voltagem na qual o circuito está operando;
f é a frequência de operação;
Ifuga é a corrente de fuga;
N o número de ciclos requeridos para executar o programa.
A conclusão sobre a expressão (14) é que para diminuir o consumo de energia é
necessário reduzir a voltagem de alimentação (Vdd), contudo para isso, também tem que se
mexer na frequência de operação (f). Somente assim esta mudança é possível. Por sua vez,
redução da frequência faz com que o processador execute instruções em um ritmo menor,
prejudicando o seu desempenho. Surge, então, o compromisso consumo energético versus
desempenho.
__________________________________________________________________________________
transmissores. Os Nanofluidos com partículas abaixo de 100 nm em líquidos são os mais
utilizados em projetos para sistemas de transferência de calor. ABDULLAH et al. (2018).
Estudo realizado por NAZARI (2014), utiliza dissipadores fluidos como os nanofluidos
de alumina CNT, com fração volumétrica do nanofluidos de alumina/água na ordem de 0,1,
0,25 e 0,5 (% p / p) e frações volumétricas de CNT no fluido base, de 0,1 e 0,25 (% p / p), para
resfriamentos de CPU´s, e compara os resultados com os obtidos utilizando fluidos básicos
comuns (água e etileno glicol) e somente nanofluidos de alumina. Os resultados obtidos
demonstram que houve um aumento de 4% no coeficiente de transferência de calor por
convecção no caso do etileno glicol (30%), um aumento de 6% usando a fração de volume de
0,5% do nanofluidos de alumina e o melhor resultado foi da ordem de 13%, quando utilizados
nanofluidos de CNT com a fração volumétrica de 0,25% para a vazão de 21 mL / s.
KUMAR e ARASU (2018) observam que as pesquisas envolvendo a impregnação de
mais de uma nanopartícula no fluido-base (figura 20) vem tomando corpo, com fortes
tendências no sentido de desenvolver nanofluidos híbridos (figura 21) ou compostos que
apresentem melhores características térmicas e reológicas em comparação com nanopartículas
simples.
Já DE OLIVEIRA (2018), na sua defesa à teoria coloidal, afirma que a sedimentação
em suspensões é interrompida quando a dimensão da partícula é menor que um raio crítico, se
devendo isto ao equilíbrio entre as forças gravitacionais e as forças brownianas. Diz ainda que
quanto menor for o tamanho da partícula, mais elevada será sua energia superficial,
contribuindo para aglomeração das nanopartículas imersas no meio fluido. Sendo assim,
conclui que a concentração e o tamanho das nanopartículas sólidas dispersas no fluido-base
aliada à qualidade do método de preparação do nanofluido afetam significativamente o grau de
estabilidade e portanto, influenciam substancialmente nas propriedades do nanofluido.
Figura 20 – Fluidos-base típicos para nanofluidos híbridos.
__________________________________________________________________________________
Figura 21 – Composições típicas de nano partículas para nanofluidos híbridos.
Fonte:https://www.kabum.com.br/produto/47668/cooler-para-processador-
multilaser-amd-intel-ga120
34
__________________________________________________________________________________
De acordo com a BRAZELLI, Comércio e Industria de Dissipadores Ltda, os
dissipadores normalmente são feitos de alumínio, mas o material pode variar bastante. Os
dissipadores mais caros e mais eficientes, são feitos totalmente de cobre, ou possuem uma
pastilha de cobre na base, com o intuito de dissipar calor mais rapidamente do processador,
visto que o cobre tem melhor condutividade térmica.
Com a crescente redução de componentes microeletrônicos e aumento da densidade de
empacotamento verifica-se um aumento na potência térmica dissipada pelos novos sistemas
eletrônicos. O cálculo da resistência térmica de contato mostrou a importância do uso da pasta
térmica quando se quer aumentar a condutividade entre as interfaces dos materiais. O
acabamento superficial das interfaces também varia significativamente o valor dessa
resistência. Para a dissipação térmica em processadores comerciais, o modelo matemático
utilizado para o dimensionamento correto é baseado na equação da condução de calor na sua
forma tridimensional e transiente. HENRÍQUEZ (2007).
BAR, COHEN e ROHSENOW (1984), consideram que as placas de circuito impresso,
posicionadas na vertical, forma canais por onde o fluxo de ar pode escoar de forma ascendente,
movido exclusivamente pelas forças de empuxo provocadas pela variação de densidade do
fluido.
Mais recentemente AVELAR e GANZAROLLI (2002) apresentaram os resultados de
um estudo numérico e experimental sobre escoamento por convecção natural entre placas
paralelas verticais com elementos protuberantes aquecidos.
O processo de transferência de calor através da superfície em contato com o processador
apresenta características de transferência de calor multidimensional devido à diferença de
tamanho entre a fonte de calor (processador) e a superfície do dissipador. (Figura 23)
__________________________________________________________________________________
A utilização de Pasta Térmica ou elastômero, tem a função de ocupar as microscópicas
frestas presentes na superfície plana do dissipador ou do núcleo do processador, evitando assim
a convecção entre as duas superfícies devido a formação de prováveis bolhas de ar, que é
péssimo condutor de calor. Quando o computador é ligado, o núcleo do processador esquenta
e derrete o elastômero ou pasta térmica, que se molda em torno do mesmo. A utilização da pasta
térmica é mais comum, devido a sua maior eficiência no trabalho de ocupação destes espaços.
COMUNIDADE HARDWERE (2020).
__________________________________________________________________________________
Os seus estudos, que foram numerosos, foram dedicados, em grande parte, à
eletricidade atmosférica (relâmpagos), intensidade luminosa (das descargas atmosféricas),
temperatura da água no estado de levitação térmica (spheroidal state) e também o estudo do
ponto de ebulição a grandes altitudes. Mas o seu nome ficará sempre associado ao efeito térmico
de juncos, num circuito eléctrico, a sua grande descoberta experimental, em 1834, conhecida
por efeito Peltier. COSTA (1982).
De acordo com FERNANDES (2012, p.15-16), O efeito de Peltier estabelece que se
num circuito, constituído por dois materiais distintos, ao ser submetido a uma corrente eléctrica,
de intensidade determinada, numa das junções, haverá a libertação de calor enquanto que na
outra junção haverá a absorção de calor. Este efeito surge devido a circulação da corrente em
ambos sentidos, onde Th (Temperatura quente - ºK), Tc (Temperatura fria - ºK), a (Material
condutor do tipo a), b (Material condutor do tipo b) e I (corrente elétrica –A), conforme
mostrado na Figura 25.
Figura 25 - Efeito de Peltier numa junção, com inversão do sentido da corrente eléctrica.
Fonte: Dissertação para obtenção do Grau de Mestre - Alberto Emanuel Simões dos Santos Fernandes
(2012)
Logo:
(15) 𝑾 = 𝝅𝑰, onde π é o coeficiente (ou tensão) de Peltier e I, é a corrente.
__________________________________________________________________________________
pode se utilizar módulos empilhados ou múlti-estágios, que permitem uma transferência maior
de calor, por utilizarem várias pastilhas ao mesmo tempo.
Nas palavras de MAIDANA (2007), são pequenos dispositivos que operam através do
efeito Peltier. Quando uma corrente elétrica é imposta em dois fios elétricos de materiais
diferentes, unidas em duas pontas, uma diferença de temperatura aparece entre as suas junções,
que promove a dissipação de calor gerado.
Para se selecionar o tipo de pastilha que será necessário para transferir calor do sistema,
é necessário dimensionar a quantidade de calor a ser bombeada, ou seja, a carga térmica do
sistema. A carga térmica pode ser ativa, passiva ou uma combinação das duas.
Carga Térmica Ativa:
𝟐
(16) 𝑸𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 = 𝑽 ⁄𝑹 = 𝑰𝟐 𝑹;
(17) 𝑽 = 𝑰𝑹;
Carga Térmica Passiva (condução e convecção combinados):
(18) 𝑸𝒑𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 = (𝑨𝚫𝑻)⁄(𝒙⁄𝑲 + 𝟏⁄𝒉);
__________________________________________________________________________________
O cálculo do filtro capacitivo é feito através da seguinte equação (BARBI, 2007, p.
10):
𝑷𝒊𝒏
(19) 𝑪 = (𝑽𝟐𝒑𝒌 − 𝑽𝟐𝒄𝒎𝒊𝒏 );
𝒇
__________________________________________________________________________________
4. METODOLOGIA
4.1. Área de Estudo
Este trabalho é fruto de um estudo da Termodinâmica de Refrigeração aplicada para
dispositivos eletrônicos, desenvolvido a partir de pressupostos da pesquisa bibliográfica,
descritiva e exploratória, onde pretende-se demonstrar como se dá a transferência de calor e
de massa, aplicada em ambientes microprocessados.
__________________________________________________________________________________
Peltier, a retificação da corrente de entrada e saída, a forma de controlar as variações de
temperatura e umidade, bem como a viabilidade da utilização dos materiais escolhidos;
3ª Fase: Foram feitos cálculos objetivando o dimensionamento e a escolha dos materiais
a serem utilizados com base nas informações bibliográficas colhidas. O sistema de resfriamento
foi composto de: 01 pastilha Peltier, 02 cooler´s, 02 dissipadores e 01 controlador, tipo full
gauge, de temperatura e umidade;
4ª Fase: Montagem do Equipamento.
Figura 29 - Gabinete de uma CPU (experimento)
Conjunto 02
Conjunto 01
__________________________________________________________________________________
Com o modelo teórico resolvido e a escolha dos materiais, feitos na etapa anterior, foi
possível idealizar a montagem do equipamento para refrigeração de processadores, assim como
seu sistema de controle, conforme acima (figura 29).
Foi selecionada uma pastilha PELTIER do Fab. DANVIC, com as seguintes
características:
1 Célula Peltier Mod. HTC 50-12-15,4
Quadro 02 – DADOS DA PASTILHA PELTIER MOD.:HTC 50-12-15,4
Temperatura Ambiente =
dTMax = 68ºC
27ºC
CxL Imax Qmax
Modelo HTC Vmax (V) Altura (mm)
(mm) (A) (W)
TC 50-12-
50 x 50 12 106.7 15.4 3.6
15.4
Fonte: DANVIC (2020)
__________________________________________________________________________________
informações fornecidas pelos respectivos fabricantes. Será calculada a Temperatura no interior
do Gabinete, proveniente exclusivamente do CONJUNTO 02 e dos dados adotados abaixo.
O gabinete de CPU adotado, tem 0,28m² e 0,056m³ - (0,20 x 0,40 x 0,70);
A potência dissipada ou fluxo do Processador Intel® Core™2 Duo E4400 ((Pd ):
65W.
Dimensão do Processador Intel® Core™2 Duo E4400 (X; Y) = 0,0375 x 0,0375m;
A temperatura máxima de operação do processador (Tpmax): 73,3ºC;
A temperatura no interior do gabinete é de Tg = ? ºC;
Temperatura Máxima de junção do processador (transistor de silício)(TjMAX): 150 ºC;
Resistencia Térmica do Cooler MOD. AVC DS08025T12U (RθCOOLER): 0,4ºC/W.
informação colhida de VASCONCELOS (2006) e outras fontes;
Dimensão do Dissipador MOD. HS 3520 (X; Y) = 0,1016 x 0,1016m;
Resistencia Térmica do Dissipador MOD. HS 3520 com 101,6 mm de comprimento
(4”) (RθDISSIPADOR): 4,89ºC/W;
Condutividade térmica da PASTA TÉRMICA IMPLASTEC λ = 2 W/mK;
__________________________________________________________________________________
Quadro 03 – CALCULO DA RESISTENCIA EQUIVALENTE Quadro 04 – SIMULAÇÃO
MATEMATICA
__________________________________________________________________________________
deixados de lado, e se adota o método experimental, que consiste em aplicar algumas pastilhas
e ver qual oferece o melhor desempenho.
No estudo em questão, será considerado que a Carga Térmica Ativa é a Potência
dissipada pelo CONTUNTO 02, que é de 65W, conforme Quadro 02.
A Parcela responsável pela Carga Térmicas de Radiação que se dá do CONJUNTO
02 para o CONJUNTO 01, se dá pela equação:
𝑸𝒓𝒂𝒅 = 𝑭𝒆𝒔𝑨(𝑻𝟒𝒂𝒎𝒃 − 𝑻𝟒𝒄 );
Q = carga térmica de radiação (W);
es = constante de Stefan-Boltzman (5.667 x 10-8W/m²K4);
A = área resfriada (área do dissipador) (m²) – 0,1016 x 0,1016;
Tamb = temperatura ambiente inicial (K);
Td = temperatura final no interior do gabinete (K). Para a simulação
apresentada, adotou-se 20ºC;
F = fator de forma/Constante e proporcionalidade (adotado 1, como a pior
situação);
Quadro 05 – CÁLCULOS DA CARGA TRANSMITIDA POR RADIAÇÃO
__________________________________________________________________________________
A = área resfriada – área do dissipador (m²) – 0,1016 x 0,1016
Tamb = temperatura ambiente inicial (ºC);
Td = temperatura final no interior do gabinete (ºC). Para a simulação
apresentada, adotou-se 20ºC;
__________________________________________________________________________________
Quadro 07 – Dados coletados do experimento
dT
__________________________________________________________________________________
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. MODELAGEM TEÓRICA
Partiu-se das hipóteses que a transmissão de calor do conjunto microprocessador (corpo
sólido) e cooler/dissipador, foi transiente, se deu de forma homogênea e uniforme, e cujos
gradientes de temperatura no interior deste conjunto foram considerados desprezíveis e que,
portanto, apenas existiu troca de calor com o meio através da convecção. Sendo assim,
considerou-se que o método mais simples de resolução foi através da verificação da validade
do método de capacitância global, descrito por (Braga, p. 56-58) e explicado na figura 12.
Desprezou-se ainda, para efeito de simplificação do modelo matemático, as demais
fontes de calor existentes dentro do gabinete CPU.
Fonte: https://adrenaline.uol.com.br
ANALISE 1:
Neste modelo matemático, foi definido que a Tensão de alimentação da Pastilha estaria
estabilizada em 12V, e, portanto, abaixo da tensão máxima admitida pelo fabricante, que é
15,4V, e verificou-se como o modelo matemático se comportou para esta pastilha selecionada:
𝑷 = 𝑸 = 𝑽𝑰;
Qneces. = 74,55W < Qmax;
V = 12V (adotado);
Logo, Ineces = Q/V = 74,55/12 = 6,2125A < Imax;
__________________________________________________________________________________
Figura 32 – DIAGRAMA/DIMENSÕES PASTILHA PELTIER REF.: 50-12-15,4
4ºC 23ºC
9A
74,55W
Fonte: DANVIC
__________________________________________________________________________________
Quadro 08 – TABELA DE EVOLUÇÃO DA CORRENTE x VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA DO PROCESSADOR (Td=20C)
Pôde-se constatar que o processador, ainda que atingisse sua temperatura máxima de
junção (TjMAX = 150ºC), a Pastilha selecionada conseguiria atender, pois o calor máximo gerado
pelo processo (QgeradoMAX = 102,86 W), é menor do que o Qmax da pastilha selecionada.
ANALISE 2:
ANALISE 3:
A medida que a temperatura interna desejada subiu acima dos 20ºC, que foi a
temperatura utilizada como premissa inicial do cálculo (QUADRO 08), e se igualou com os
27ºC utilizados pelo fabricante como condição de projeto (QUADRO 09), ou seja, a
50
__________________________________________________________________________________
temperatura do lado frio da pastilha ficou igual a temperatura do lado quente, a eficiência da
pastilha aumentou, que se traduziu em um consumo menor de corrente para a mesma tensão.
Quadro 09 – TABELA DE EVOLUÇÃO DA CORRENTE x VARIÇÃO DE TEMPERATURA DO
PROCESSADOR (Td = 20ºC a 35°C)
I~8A
72,32W
Fonte: DANVIC
__________________________________________________________________________________
Quadro 11 – Valores típicos do coeficiente de transferência
de calor por convecção
ANALISE 4:
Também foi possível, a partir da análise da QUADRO 09, se obter a leitura das diversas
faixas de temperatura e de corrente, necessária para que a pastilha PELTIER selecionada
pudesse transferir calor com eficiência e dentro das especificações do fabricante, sendo possível
concluir que a pastilha selecionada pôde ser utilizada em faixas maiores de temperatura.
ANALISE 5:
Tecnicamente, a eficiência se refere a razão de entrada e saída de energia em uma
máquina. Em aplicações de transferência de calor, este termo é raramente utilizado por que a
energia que entra é muito diferente do resultado obtido, isto é, fornece-se energia elétrica a uma
pastilha, para receber bombeamento de calor. Assim sendo, para pastilhas é comum utilizar
"coeficiente de desempenho" (COD) e não eficiência. O COD é a magnitude da transferência
de calor dividida pela quantidade de potência fornecida ao sistema no ponto (figura 31).
Com base neste conceito e de acordo com a DANVIC, o fabricante da pastilha
selecionada, este fator situa-se entre 0.4 e 0.7 para aplicações de simples estágio, que foi a
condição de uso da pastilha selecionada. Sendo assim, obteve-se o seguinte:
Qmax (magnitude da transferência de calor) = 74,55 W;
V.I (quantidade de potência fornecida ao sistema) 9 x 12 = 108 W;
COD = Qmax/ V.I = 74,55/108 = 0,69027
ANALISE 6:
Foi possível verificar que o modelo de pastilha PELTIER selecionado para este projeto,
Ref.: HTC 50-12-15,4, atendeu com folga para todas as faixas de temperatura que o
processador pudesse vir a atingir (73,3 a 150ºC), bem como a variações de temperatura desejada
(20 a 35ºC) dentro do ambiente gabinete, conforme demonstrado pelos dados comparativos do
QUADRO 09.
52
__________________________________________________________________________________
5.2. ANÁLISE DO MODELO EXPERIMENTAL
As análises dos resultados experimentais do modelo foram obtidas a partir da
mensuração das temperaturas internas e externas do dissipador de acordo com a figura 35,
demonstrada abaixo:
Figura 35 – TEMPERATURA DISSIPADA (LADO QUENTE DA PASTILHA)
Fonte: DANVIC
53
__________________________________________________________________________________
ANALISE 1:
Neste modelo matemático, foi definido que a Tensão de alimentação da Pastilha estaria
estabilizada em 12V, e, portanto, abaixo da tensão máxima admitida pelo fabricante, que é
15,4V, e verificou-se como o modelo matemático se comportou para esta pastilha selecionada:
𝑷 = 𝑸 = 𝑽𝑰;
Qneces. = 40,87W < Qmax; (vide QUADRO 07)
V = 12V (adotado);
Logo, Ineces = Q/V = 40,87/12 = 3,406A < Imax; (vide QUADRO 07)
Como a corrente utilizada foi de 3ª, o calor retirado foi da ordem de 35W, conforme
mostrado no gráfico da figura 36.
ANALISE 2:
Com base nas especificações do quadro 07 e análise dos dados gráficos apresentados na
figura 36, onde para um dT de 5°C e uma corrente aplicada de 3A, o calor extraído deve ser da
ordem de 35W, é plausível concluir que a pastilha REF.: DV 40-03-15,4, mesmo tendo sua
corrente máxima atendendo as especificações do projeto no tocante a corrente máxima
admissível, não atende as exigências e transferência de calor que o sistema requer (QUADRO
07), conforme demonstra-se em gráfico da figura 37, abaixo.
Abaixo do necessário
Fonte: DANVIC
54
__________________________________________________________________________________
Para esta referência de pastilha, o calor máximo extraído nas condições de projeto e
aplicando-se corrente máxima (IMAX) de 3A, seria de 27W, insuficientes para a demanda, que é
de 40,87W.
ANALISE 3:
O equipamento foi colocado em funcionamento, e com 10min a temperatura da carcaça
do motor estava em 28,5°C e a temperatura interna do gabinete em 27 °C. (item 4 do QUADRO
07). Passados 30 min de funcionamento, observou-se que a temperatura da carcaça (TC) do
motor estabilizou em um intervalo de 37°C ≤ TC ≤ 40°C e a temperatura interna do gabinete
(TG) estabilizou em TG =29°C, e portanto, dentro da faixa desejada em projeto.
Como existe folga na fonte (12V;20A) quanto a corrente, analisando o gráfico da figura
35, observou-se que aumentando a corrente, o calor retirado seria maior. Se a quantidade de
calor gerado pelo sistema foi limitada aos 35W (QUADRO 07), o aumento de corrente
significaria que o ambiente interno perderia calor mais rapidamente.
ANALISE 4:
Para os dados de entrada utilizados, o coeficiente de desempenho (COD) da pastilha
selecionada ficou bem acima do que o fabricante considera como bom (entre 0.4 e 0.7), para
aplicações de simples estágio:
Qmax (magnitude da transferência de calor) = 35 W;
V.I (quantidade de potência fornecida ao sistema) 3,00 x 12 = 36 W;
COD = Qmax/ V.I = 35/36 = 0,97
__________________________________________________________________________________
Figura 38 – DIAGRAMA/DIMENSÕES PASTILHA PELTIER REF.: 40-03-15,4 (Análise da
Variação da corrente)
Fonte: DANVIC
ANALISE 5:
Foi utilizado uma placa de ARDUINO programada para mandar sinal ao CONJUNTO
01, composto de 02 coolers MOD.: TFS602512M, 02 dissipadores MOD.: MOD. HS8044, e
uma pastilha PELTIER MOD.: HTC 40-10-15,4, acionando o CONJUNTO quando a
temperatura interna atingir os 28°C.
De acordo com o quadro 11, item 5, observou-se que o CONJUNTO 01 conseguiu
cumprir com seu objetivo, mantendo o ambiente no interior do gabinete nos 28°C pré-
determinados pela programação, mesmo tendo a temperatura do motor variado para cima ao
longo do uso.
ANALISE 6:
__________________________________________________________________________________
6. CONCLUSÃO
__________________________________________________________________________________
Foi sugerido o controlador FULL GAUGE MT530E como forma de controlar a
temperatura e umidade, através da interrupção do sinal para a pastilha PELTIER, ou até mesmo
variando este sinal. Esta variação foi determinada a partir do modelo matemático adotado, cujo
resultado está apresentado no QUADRO 08, e a utilização da configuração da Histerese do
Controlador. Para se determinar a faixa de atuação do controlador, foi tomado a temperatura de
set point + Histerese, o que se evitou o ciclo liga/desliga. Este controle também pode ser
substituído por uma placa de ARDUINO,que é uma plataforma de prototipagem eletrônica
open-source, e se baseia em hardware e software flexíveis e fáceis de usar.
Analisando os dados obtidos a partir do modelo prático experimentado em um
respirador mecânico, onde o CONJUNTO 01, composto de 02 coolers MOD.: TFS602512M,
02 dissipadores MOD.: MOD. HS8044, e uma pastilha PELTIER MOD.: HTC 40-10-15,4,
foram instalados no gabinete daquele equipamento, concluiu-se que o CONJUNTO 01 foi capaz
de retirar o calor necessário, estabilizando a temperatura interna do gabinete dentro da faixa
desejada, que foi da ordem de 28°C e como consequência possibilitou a diminuição da carga
instalada dos equipamentos de ar condicionado no ambiente na ordem de 92,07 BTU´s.
Sabe-se ainda que 1(W) é aproximadamente 3,41 (BTU/h);
Portanto a carga à ser retirado do gabinete é de 35 x 3,41 = 119,35 (BTU/h);
De acordo com dados obtidos sugere-se que este é um modelo adequado e barato para
resolver o problema excessivo de calor em pequenos equipamentos, como por exemplo:
Gabinetes de CPU´s, respiradores mecânicos etc., principalmente quando estes se encontram
em ambientes úmidos e quentes como na região de recife.
58
__________________________________________________________________________________
7. REFERENCIA BIBLOGRÁFICA
ABDULLAH, M.; MALIK, S.R.; IQBAL, M.H.; SAJID, M.M.; SHAD, N.A; HUSSAIN,
S.Z.; RAZZAQ, W. e JAVED,Y. Sedimentation and stabilization of nano-fluids with
dispersant. Journal of colloids and surfaces A. v. 554, 2018.
ANALOG DEVICES. 12-Bit, 300 kSPS, Single-Supply, Fully Isolated RTD Temperature
Measurement System with 3-Wire Compensation. Disponível em:
<Http://www.analog.com/media/en/reference-design-documentation/referencedesigns/
CN0337.pdf> Acesso em: 14/06/2016.
__________________________________________________________________________________
BRAGA, N. C. Transformadores e fator de potência (EL104). Disponível em:
<http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/ eletrotecnica/2193-el134.html>
Acesso em: 21/05/2020, 12:13.
COELHO, Rafael (09 jul. 2018). Artigo: Qual a influência da temperatura ambiente no
desempenho de um cooler. Disponível em:
<https://www.clubedohardware.com.br/artigos/refrigera%C3%A7%C3%A3o/qual-a-
influ%C3%AAncia-da-temperatura-ambiente-no-desempenho-de-um-cooler-r36852/>
Acesso em: 21 mai. 2020.
COSTA, Ênnio Cruz. Refrigeração. 3. ed., 9 impressão. São Paulo: Blucher, 1982
ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de Calor. 4 ed, Porto Alegre,
AMGH, v. 1, f. 1, p. 1-135, 2012.
DANVIC LTDA. Introdução ao efeito Peltier. São Paulo – SP. Disponível em:
<http://www.peltier.com.br/index.php?url=home>. Acesso em: 24 mai. 2019, 15:10.
__________________________________________________________________________________
GIZMODO. (12 de Julho de 2007). Peltier USB Can Cooler/Heater is a Cup Holder Too.
Obtido em 26 de Julho de 2011, de gizmodo.com: <http://gizmodo.com/277642/peltier-usb-
cancoolerheater-is-a-cup-holder-too>.
INCROPERA, Frank P.; DEWITT, David P.; BERGMAN, Theodore L.; LAVINE,
Adrienne S. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 6 ed, Rio de Janeiro, LTC, v.
1, f. 1, p. 2-147, 2008.
61
__________________________________________________________________________________
KREITH, Frank; BOHN, Mark. Princípios de transferência de calor. São Paulo: Pioneira
Thomson, 2003. Xxi.
LINGEN, O. D. A.; ACHEN, E.M.Z.C. Manual do Engenheiro Mecânico Vol. 2. 13. ed.
São Paulo/SP: Hemus Livraria e Editora Ltda,1979.
MAIDANA, C. F., et al. 2007. Bancada para Medida de Eficácia Térmica de Pastilhas de
Efeito Peltier, Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas, Porto Alegre.
NETO, Carlos Boabaid. Instituto Federal de Santa Catarina, v. 1 – Parte 03, 2010.
OKUMURA, Cássio Santos Okl; SANTOS, Felipe Feliz; PEREIRA JR, Ricardo Alves.
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO TERMOELÉTRICA DE PELTIER USADO PARA
ARREFECER O PROCESSADOR DE COMPUTADOR. 2018. Disponível em: <
http://repositorio.aee.edu.br/jspui/handle/aee/478>. Acesso em 25 mai. 2020, 13:18
__________________________________________________________________________________
<https://ppgcm.ufms.br/files/2018/09/Disserta%C3%A7%C3%A3o.Thiago-Lopes-
Quevedo.pdf>. Acesso em: 18 mai, 2020, 15:44.
SAJID, M.U. e ALI, H.M. Thermal conductivity of hybrid nanofluids: A critical review.
Internacional journal of heat and mass transfer. V. 126, 211-234, (2018).
SCHAPPI, B., Przywara, B., Bellosa, F., Bogner, T., Weeren, S., Harrison, R., and
Anglade, A. (2009). Energy efficient servers in europe–energy consumption, saving
potentials and measures to support market development for energy efficient solutions, report.
Intelligent energy Europe project.
VOLPE, Pedro L. O. O que são Termo Pastilhas, como funcionam e como os químicos
podem utilizar estes componentes. Instituto de Química – Departamento de Físico-Química
– UNICAMP – Campinas – SP, 1992.