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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


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Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


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Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS
DE REFRIGERAÇÃO
E CLIMATIZAÇÃO
© 2016. SENAI – Departamento Nacional

© 2016. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA
FICHA CATALOGRÁFICA

S491f

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Fundamentos de refrigeração e climatização / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. - Brasília :
SENAI/DN, 2016.
79 p. : il. ; 30 cm. - (Série refrigeração e climatização)

Inclui índice e bibliografia


ISBN 978-85-505-0027-0

1. Refrigeração. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.


Departamento Regional de Santa Catarina II. Título. III. Série.

CDU: 621.5

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Manômetro de Bourdon.............................................................................................................................27
Figura 2 - Conjunto Manifold .......................................................................................................................................28
Figura 3 - Vacuômetro.....................................................................................................................................................28
Figura 4 - Esquema do efeito Peltier..........................................................................................................................34
Figura 5 - Circuito de refrigeração por absorção...................................................................................................35
Figura 6 - Exemplo de circuito de refrigeração......................................................................................................37
Figura 7 - Identificação de cores de fluido refrigerantes....................................................................................49
Figura 8 - Isolantes............................................................................................................................................................58
Figura 9 - Conjunto de brasagem...............................................................................................................................59
Figura 10 - Maçarico com refil......................................................................................................................................59
Figura 11 - União de dois tubos com porca.............................................................................................................65
Figura 12 - Alicate Lokring para união de tubos a frio.........................................................................................65
Figura 13 - Conexão do tipo Schrader.......................................................................................................................66
Figura 14 - Exemplo de teste de estanqueidade...................................................................................................67
Figura 15 - Exemplo de procedimento de evacuação.........................................................................................69
Figura 16 - Exemplo de procedimento de carga de fluido................................................................................70
Figura 17 - Recolhimento do fluido refrigerante...................................................................................................74
Figura 18 - Reciclagem do fluido refrigerante........................................................................................................74
Figura 19 - Recarga do fluido refrigerante...............................................................................................................75
Figura 20 - Cilindro de recolhimento.........................................................................................................................75
Figura 21 - Realização do lacre e soldagem de um tubo....................................................................................76

Quadro 1 - Grandezas fundamentais do SI ..............................................................................................................18


Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos de unidades.................................................................................................18
Quadro 3 - Leis relacionadas com sistemas de refrigeração...............................................................................19
Quadro 4 - Normas relacionadas com sistemas de refrigeração.......................................................................20
Quadro 5 - Conversão de unidades de temperatura.............................................................................................21
Quadro 6 - Medidores de temperatura......................................................................................................................22
Quadro 7 - Unidade de calor..........................................................................................................................................23
Quadro 8 - Classificação de compressores quanto à disposição do motor ................................................38
Quadro 9 - Classificação dos compressores quanto à forma de acionamento mecânico.......................40
Quadro 10 - Condensadores resfriados a ar ............................................................................................................41
Quadro 11 - Dispositivos de expansão ......................................................................................................................42
Quadro 12 - Evaporadores..............................................................................................................................................43
Quadro 13 - Equipamentos complementares de sistemas de refrigeração..................................................47
Quadro 14 - Regra geral para nomenclatura de fluidos refrigerantes............................................................48
Quadro 15 - Fluidos refrigerantes muito utilizados...............................................................................................49
Quadro 16 - Tipos de chama na brasagem ..............................................................................................................60
Quadro 17 - Elementos utilizados na brasagem de sistemas de refrigeração ............................................62
Quadro 18 - Ferramentas de interligação do sistema de refrigeração e climatização..............................64
Quadro 19 - Técnicas de verificação de vazamento ..............................................................................................67
Quadro 20 - Pilares da vida profissional.....................................................................................................................78

Tabela 1 - Conversão de unidade de calor...............................................................................................................24


Tabela 2 - Conversão de unidade de potência térmica.......................................................................................24
Tabela 3 - Conversão de unidades de pressão.......................................................................................................26
Tabela 4 - Saturação do R-22.........................................................................................................................................30
Tabela 5 - Conversão de polegadas e milímetros para diâmetros comuns em refrigeração................57
Tabela 6 - Relação Pressão x Temperatura do fluido R22....................................................................................73
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Conceitos básicos em refrigeração...........................................................................................................................15


2.1 História da refrigeração.............................................................................................................................16
2.2 Conforto térmico..........................................................................................................................................16
2.3 Medições e sistema de unidades...........................................................................................................17
2.4 Normalização para sistemas de refrigeração.....................................................................................19
2.5 Temperatura...................................................................................................................................................20
2.5.1 Transformações de estados físicos.......................................................................................20
2.5.2 Unidades de medida de temperatura................................................................................21
2.5.3 Instrumentos de medição de temperatura......................................................................21
2.6 Calor..................................................................................................................................................................23
2.6.1 Unidades de medida de calor e potência térmica.........................................................23
2.6.2 Calor específico, sensível e latente......................................................................................24
2.6.3 Transmissão de calor e isolamento térmico.....................................................................25
2.7 Pressão.............................................................................................................................................................26
2.7.1 Pressão relativa (manométrica), absoluta e vácuo........................................................26
2.7.2 Instrumentos de medição de pressão................................................................................27
2.7.3 Vácuo..............................................................................................................................................28
2.7.4 Temperatura e pressão de saturação..................................................................................29

3 Ciclos de refrigeração e seus componentes.........................................................................................................33


3.1 Refrigeração termoelétrica.......................................................................................................................34
3.2 Refrigeração por absorção.......................................................................................................................34
3.3 Refrigeração por compressão a vapor.................................................................................................36
3.4 Compressores................................................................................................................................................38
3.5 Condensadores.............................................................................................................................................40
3.6 Dispositivos de expansão.........................................................................................................................41
3.7 Evaporadores.................................................................................................................................................42
3.8 Outros elementos de sistemas de refrigeração................................................................................43
3.9 Fluidos refrigerantes...................................................................................................................................48
3.9.1 Classificação e identificação dos fluidos refrigerantes.................................................48
3.9.2 Fluidos refrigerantes mais utilizados..................................................................................49
3.9.3 Segurança no manuseio de fluidos refrigerantes..........................................................50
3.10 Lubrificantes de sistemas de refrigeração........................................................................................50

4 Características básicas de instalação de equipamentos de refrigeração...................................................55


4.1 Equipamentos de segurança...................................................................................................................56
4.2 Instalação de tubulações..........................................................................................................................57
4.2.1 Isolantes térmicos......................................................................................................................58
4.2.2 Processos de brasagem...........................................................................................................58
4.2.3 Ferramentas de interligação do sistema de refrigeração e climatização..............63
4.2.4 Outros procedimentos para conexão dos tubos de interligação.............................64
4.3 Técnicas de reoperação do sistema.......................................................................................................66
4.3.1 Teste de vazamento..................................................................................................................66
4.3.2 Evacuação.....................................................................................................................................68
4.3.3 Carga de fluido refrigerante...................................................................................................69
4.3.4 Recuperação, reciclagem e recarga do fluido refrigerante.........................................74
4.3.5 Ajustes dos parâmetros de funcionamento do sistema de refrigeração e
climatização.................................................................................................................................76
4.3.6 Lacre da unidade selada..........................................................................................................76
4.4 Trabalho em equipe....................................................................................................................................77
4.4.1 Grupo, equipe e liderança......................................................................................................77
4.4.2 Responsabilidades.....................................................................................................................78
4.4.3 Cooperação entre pessoas e relacionamentos profissionais.....................................79

Referências...........................................................................................................................................................................81

Minicurrículo.......................................................................................................................................................................85

Índice.....................................................................................................................................................................................87
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Fundamentos de Refrigeração e Climatização.


Com o acesso aos conhecimentos elaborados nesta unidade, você construirá bases de
conhecimentos necessários para que possa atuar com sucesso no ramo de refrigeração e
climatização residencial, sem ter dúvidas ou agir equivocadamente. Assim, é necessário prestar
muita atenção nos conceitos e técnicas que serão abordados, pois eles serão muito importantes
nas próximas etapas do curso.
Ao iniciar seus estudos, você conhecerá os conceitos básicos envolvendo ciências térmicas,
unidades de medida, conforto térmico e métodos de medição das grandezas mais relevantes
nessa área do conhecimento.
Em seguida, aprenderá sobre os tipos construtivos dos sistemas de refrigeração e seu
funcionamento, podendo assim, distinguir as diferentes formas de esfriar um ambiente. Um
foco maior será dado à refrigeração por compressão de vapor e você terá a oportunidade
de conhecer cada um dos componentes desse tipo de processo, como o condensador, o
evaporador, os dispositivos de expansão, o compressor, as válvulas, os filtros etc. Aprenderá
ainda sobre fluidos refrigerantes e lubrificantes dos sistemas de refrigeração: como identificá-
-los, suas diferenças e como devem ser utilizados.
Primeiramente, você conhecerá a importância dos Equipamentos de Proteção Individual
e o porquê de usá-los durante a execução dos serviços, mesmo que alguns não ofereçam o
conforto desejado. Alguns pontos sobre a instalação de sistemas serão abordados, como o
processo de brasagem, ferramentas de interligação de sistemas e isolantes térmicos. Você
conhecerá as técnicas de reoperação de sistemas de refrigeração através de exemplos, como o
teste de vazamento, a evacuação, a carga de fluido etc.
Finalizando seus estudos, você entenderá a importância do trabalho em equipe e como isso
influencia no seu futuro como profissional qualificado do ramo de refrigeração e climatização.
Você terá a oportunidade de conhecer conceitos como os de grupo, equipe, liderança,
responsabilidades, cooperação entre pessoas e relacionamentos profissionais.
Assim, você estará capacitado para resolver os frequentes desafios que surgem no dia a dia.
Portanto, tire proveito desse material. Bons estudos!
Conceitos Básicos em Refrigeração

Você lembra o que quer dizer pressão? Sabe o que significa calor específico? A maioria das
pessoas que trabalha no ramo da refrigeração nunca se preocupou com os conceitos físicos
importantes que um profissional da área precisa saber. Contudo, para resolver os mais diversos
inconvenientes que podem acontecer nos sistemas de refrigeração e de climatização, é muito
importante ter uma base sólida de conhecimentos dos conceitos básicos dessa área.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) transformar unidades de medida utilizando o sistema internacional e o britânico;
b) verificar valores das grandezas físicas relacionadas à refrigeração e à climatização
utilizando instrumentos de medição;
c) calcular grandezas físicas aplicadas à refrigeração e à climatização;
d) identificar algumas fontes geradoras de calor no ambiente a ser refrigerado;
e) identificar alguns instrumentos e ferramentas de sistemas de refrigeração e climatização
residencial;
f ) consultar normas técnicas.
Você terá agora a oportunidade de relembrar alguns conceitos fundamentais para agir em
diversas situações relacionadas à profissão e para se tornar um bom profissional do ramo de
refrigeração e climatização.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
16

2.1 HISTÓRIA DA REFRIGERAÇÃO

Desde a pré-história os seres humanos têm a necessidade de obter o resfriamento com o objetivo de
alcançar uma temperatura abaixo da experimentada no ambiente, seja para conservar alimentos ou retirar
calor de alguma substância. A utilização dos efeitos das baixas temperaturas têm registros desde 2.000 a.C.,
quando os povos retiravam gelo das montanhas para utilizar no resfriamento de seus mantimentos (SILVA,
2003).
No século XVIII, blocos de gelo eram retirados de lugares muito frios e estocados em salas com forte
isolação térmica1 de modo a manter o seu estado físico, possibilitando a comercialização para o mundo
todo. Por volta de 1750, um sistema de refrigeração primitivo já estava disponível através do uso de um
líquido como meio refrigerante, chamado de éter. Anos depois, em 1834, Jacob Perkins aprimorou o sistema
construindo uma máquina de refrigeração mecânica que fazia uso de quatro elementos fundamentais:
compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador. No ano de 1870, Cari Von Linde introduziu
no sistema a utilização da substância denominada amônia como meio circulante. Sistemas de refrigeração
passaram a dominar o mercado por volta de 1930, e após a segunda guerra mundial, já estavam disponíveis
compressores herméticos2 e fluidos refrigerantes modernos, popularizando definitivamente a refrigeração
por compressão a vapor (SILVA, 2003). Já no Brasil, o primeiro registro da instalação de um sistema de
refrigeração é do Frigorífico Renner, no município de Monte Negro no estado do Rio Grande do Sul (RIENZO,
2006).
Sabendo um pouco da história da refrigeração, agora você estudará sobre o que é conforto térmico e
como ele pode ser determinado.

2.2 CONFORTO TÉRMICO

As pessoas costumam registrar a sensação de conforto térmico distintamente umas das outras. Conforto
térmico é a condição de temperatura e umidade ideal que os seres humanos precisam de modo a não sentir
frio e nem calor. Como todos os seres humanos apresentam temperaturas distintas, quando comparadas,
podendo estas variar de 35°C a 39°C, a ISO 9241 recomenda que, em um ambiente de trabalho, seja mantida
a umidade relativa entre 40% e 80%, a temperatura entre 23°C a 26°C no inverno e 20°C a 24°C no verão e
a velocidade do ar em até 0,75 m/s (COSTA, 1982).
Com as mudanças climáticas desfavoráveis ao conforto humano, a climatização passou a ser cada dia
mais necessária. Não basta somente a temperatura do ar estar agradável, há uma série de outros fatores
que devem ser ajustados de acordo com o ambiente, de modo a proporcionar o conforto térmico ideal.
Segundo pesquisas da área, os fatores que devem ser analisados para caracterizar o conforto térmico são
os seguintes (COSTA, 1982):
a) fatores climáticos (temperatura externa do ar, movimento externo do ar, umidade relativa do ar etc.);

1 É uma barreira que impede a transferência de calor evitando a variação de temperatura (INCROPERA et al., 2014).
2 Inteiramente tapado, de maneira a impedir a passagem de ar; selado ou lacrado (FERREIRA, 2010).
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
17

b) isolamento térmico (tipo de material utilizado na construção da edificação etc.);


c) fontes de calor (equipamentos eletroeletrônicos, motores, máquinas etc.);
d) atividade física realizada no local (forte agitação, repouso etc.);
e) tipos de roupa;
f ) sexo;
g) idade;
h) fatores pessoais (estado de saúde, estado psicológico, fatores situacionais etc.);
i) qualidade do ar;
j) renovação do ar;
k) controle de temperatura.
A atenção nesses fatores pode influenciar significativamente a vida dos ocupantes do recinto em
questão (COSTA, 1982).
Muitas vezes, são consultados gráficos de conforto térmico que nada mais são do que ferramentas
que relacionam a umidade relativa, a temperatura e outras condições de interesse de um ambiente de
forma a mostrar o conjunto de condições que geram maior conforto para as pessoas que convivem em um
determinado local (FROTA; SCHIFFER, 2007).

SAIBA Para saber mais sobre conforto térmico, pesquise no livro Manual de conforto térmico,
MAIS de Frota e Schiffer, 2007.

Agora que você aprendeu sobre conforto térmico, prossiga com seus estudos para conhecer as unidades
utilizadas para medir as grandezas físicas que o determinam.

2.3 MEDIÇÕES E SISTEMA DE UNIDADES

O profissional do ramo da refrigeração precisa conhecer bem o emprego das unidades de medidas e suas
escalas, pois os instrumentos utilizados para instalação e manutenção dos equipamentos de climatização
fazem uso dessas grandezas, o que irá refletir no sucesso da instalação.
O Sistema Internacional de Unidades, designado por SI, é aceito em todos os países do mundo. No
entanto, em muitos países como os Estados Unidos, o sistema utilizado é o Sistema Inglês de Unidades.
Considerando que alguns dos polos de pesquisa mais importantes da área de refrigeração se encontram
em países que utilizam o Sistema Inglês, vários equipamentos apresentam essas unidades, de maneira que
é necessário que você conheça ambas (ALBERTAZZI; SOUZA, 2008; INMETRO, 2012).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
18

O quadro a seguir apresenta as grandezas que são de fundamental importância para a refrigeração.

GRANDEZAS FUNDAMENTAIS NO SI
Grandeza Unidade de medida Símbolo
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampere A
Temperatura Kelvin K
Quadro 1 - Grandezas fundamentais do SI
Fonte: adaptado de Inmetro (2012)

Quanto às grandezas que possuem muitos algarismos, deve-se expressá-las com múltiplos e
submúltiplos, de modo a facilitar a associação, como segue no quadro.

UNIDADES COM SEUS MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DECIMAIS


Prefixo Símbolo Equivalência
Mega M 1 000 000 = 106
Kilo k 1 000 = 103
Hecto h 100 = 102
Deca da 10 = 101
Deci d 0,1 = 10-1
Centi c 0,01 = 10-2
Mili m 0,001 = 10-3
Micro µ 0,000 001 = 10-6
Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos de unidades
Fonte: adaptado de Inmetro (2012)

A letra “K” maiúscula refere-se à escala de temperatura kelvin. Já a letra “k” minúscula
FIQUE quer dizer que a mesma está sendo multiplicada por mil. Assim, é necessário que,
ALERTA sempre que seja utilizada a letra “k”, pronuncie-se o k e a grandeza desejada na
situação (ALBERTAZZI; SOUSA, 2008; INMETRO, 2012).

Visto sobre unidades e medidas, agora será abordado um pouco sobre as normas que regem o ramo de
refrigeração e climatização.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
19

2.4 NORMALIZAÇÃO PARA SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Antes de falar diretamente sobre refrigeração, vale lembrar que sempre será possível contar com as
leis e normas que foram feitas para esse ramo. Elas são desenvolvidas para padronizar procedimentos,
equipamentos, rotinas, entre outros, de modo a permitir que todos os profissionais da área de climatização
realizem a mesma atividade, da mesma forma, em qualquer lugar no Brasil. As leis e normas também são
valiosas para garantir a segurança do trabalhador.
No quadro seguinte, observe a descrição das leis que um profissional da refrigeração precisa saber para
trabalhar de forma correta.

LEIS DESCRIÇÃO
Determina o registro no IBAMA de pessoas físicas e jurídicas que
Instrução Normativa N° 37 de 2004 do IBAMA lidem com substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal –
Castro Técnico Federal (BRASIL, 2004).
Promulga a Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal sobre
Decreto Lei 99280-90 de 1990
substâncias que destroem a Camada de Ozônio (BRASIL, 1990).
Proíbe o uso e comercialização de várias substâncias utilizadas no
Resolução do Conama 267 de 2000
setor da refrigeração (BRASIL, 2000).
Proíbe o uso de alguns cilindros e dá orientações sobre reciclagem
Resolução do Conama 340 de 2003
de fluido refrigerante (BRASIL, 2003a).
Determina a publicação de orientação técnica elaborada por
grupo técnico assessor, sobre padrões referenciais de qualidade
Resolução RE/ANVISA Nº 9 de 2003
do ar interior, em ambientes climatizados artificialmente, de uso
público e coletivo (BRASIL, 2003b).
Quadro 3 - Leis relacionadas com sistemas de refrigeração
Fonte: adaptado de Brasil (1990); Brasil (2000); Brasil (2003a); Brasil (2003b); Brasil (2004)

No quadro a seguir, as normas relevantes aos profissionais de refrigeração são descritas.

NORMAS DESCRIÇÃO
Bebedouros com refrigeração mecânica incorporada - Requisitos
ABNT NBR 16236.2013
de qualidade, desempenho e instalação (ABNT, 2013).
Redução das emissões de fluidos frigoríficos halogenados em
ABNT NBR 15976:2011 equipamentos e instalações estacionárias de refrigeração e ar-
-condicionado — Requisitos gerais e procedimentos (ABNT, 2011).
Sistemas de ar-condicionado e ventilação – Procedimentos
e requisitos relativos às atividades de construção, reformas,
ABNT NBR 15848:2010
operação e manutenção das instalações que afetam a qualidade
do ar interior (ABNT, 2010).
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-1:2008
Parte 1. Projetos das instalações (ABNT, 2008a).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
20

NORMAS DESCRIÇÃO
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-2:2008
Parte 2. Parâmetros de conforto térmico (ABNT, 2008b).
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-3:2008
Parte 3. Qualidade do ar interior (ABNT, 2008c).
Tubo de cobre sem costura para refrigeração e ar-condicionado –
ABNT NBR 7541:2004
Requisitos (ABNT, 2004).
Equipamentos unitários de ar-condicionado e bomba de calor
ABNT NBR 11215:1990 - Determinação da capacidade de resfriamento e aquecimento -
Método de ensaio (ABNT, 1990).
Quadro 4 - Normas relacionadas com sistemas de refrigeração
Fonte: adaptado de ABNT (1990); ABNT (2004); ABNT (2008a); ABNT (2008b); ABNT (2008c); ABNT (2010); ABNT (2011); ABNT (2013)

Agora que você já estudou sobre as leis e normas existentes na área da refrigeração e climatização,
conheça, na próxima seção, o conceito de temperatura, suas escalas e conversões, além dos tipos de
instrumentos para suas aferições.

2.5 TEMPERATURA

Temperatura é uma grandeza física que mede o nível de agitação térmica das moléculas de um corpo.
Quanto maior a agitação, maior a temperatura e o contrário também acontece. Dependendo da temperatura,
uma substância pode se apresentar em diferentes estados físicos da matéria: líquidos, sólidos ou gasosos. A
variação desses estados é chamada transformação de estado físico (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).

2.5.1 TRANSFORMAÇÕES DE ESTADOS FÍSICOS

Acompanhe, a seguir, cada uma dessas transformações.


a) Solidificação é a transformação do estado líquido para o estado sólido. Como exemplo, imagine um
copo com água pura a uma temperatura de 23°C que está no seu estado líquido a uma pressão
atmosférica (ao nível do mar). Se for colocado na geladeira, sua temperatura vai caindo com seu
resfriamento. Quando a temperatura chegar a 0°C, essa água solidificará, se transformando em gelo.
Já a fusão é a transformação no sentido contrário da solidificação, ou seja, é a mudança do estado
sólido para o estado líquido. Essa temperatura de 0°C é chamada, portanto, de ponto de solidificação
da água ou de fusão do gelo (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
b) Vaporização ou ebulição é a transformação do estado líquido para o estado de vapor. Com a água
pura, a temperatura em que isso ocorre é a 100°C, e a mudança só acontece se a pressão do vapor for
maior do que a pressão atmosférica. Já a condensação ou liquefação, é a transformação do estado
de vapor para o estado líquido. A temperatura de 100°C é o ponto de ebulição da água ou o ponto
de condensação do vapor d’água (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
21

c) Ainda há as transformações do estado sólido para o estado de vapor e vice-versa, chamadas de


sublimação e ressublimação, respectivamente. Esse fenômeno ocorre comumente com sprays tipo
aerossol e com a naftalina (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).

2.5.2 UNIDADES DE MEDIDA DE TEMPERATURA

Existem várias formas de se medir temperatura. Para tal finalidade, foram criadas escalas termométricas
com padrões de unidades de medidas, sendo as unidades mais comuns o grau Celsius, o grau fahrenheit
e o kelvin.
A escala de temperatura em graus Celsius (°C) é bastante comum nos países que usam o SI. Ela foi definida
usando o ponto 0°C como a temperatura de fusão da água e 100°C como a temperatura de ebulição da
água. A escala fahrenheit (°F) é mais usada em países que utilizam o Sistema Inglês de Unidades. O ponto
de fusão da água nela é o 22°F e o de ebulição é o 212°F, tendo entre eles 180 subdivisões. Por fim, a escala
kelvin (K) tem uma subdivisão com o mesmo tamanho da graduação da escala Celsius, mas os pontos de
referência são diferentes. Em kelvin, o ponto de fusão da água ocorre em 273,14 K e o de ebulição é 373,14
K, sendo o 0K (zero kelvin) a menor temperatura que um corpo pode chegar (SILVA, 2003).
Vale ressaltar que algumas pessoas ainda utilizam o termo grau Centrígrado ao invés de grau Celsius.
No entanto, essa nomenclatura não existe mais desde 1948, ficando apenas grau Celsius como o nome da
unidade (INMETRO, 2012).
Para realizar a conversão de valores de temperatura de uma escala para outra, utiliza-se as equações que
estão no quadro a seguir.

CONVERSÃO FÓRMULA

K para °C

°F para °C

Quadro 5 - Conversão de unidades de temperatura


Fonte: adaptado de Silva (2003) e Incropera et al.(2014)

2.5.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

Existem vários tipos de medidores de temperatura, cada um com sua especialidade e melhor forma
de utilização. Os mais comuns, entre digitais e analógicos, são mostrados no quadro a seguir (BALBINOT;
BRUSAMARELLO, 2010).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
22

TERMÔMETRO DE BULBO

Consiste em um tubo de pequeno diâmetro e um bulbo fechado


a vácuo contendo, geralmente, mercúrio, o qual muda seu
volume conforme a temperatura a que está sendo exposto,

Creatas ([20--?])
variando a altura em um a escala graduada na unidade desejada.

TERMÔMETRO DE PRESSÃO

É constituído de um bulbo que é interligado por um tubo capilar


sendo preenchido com um gás. O bulbo, ao sofrer variação na
temperatura, varia o volume do gás aumentado ou diminuindo

Thinkstock ([20--?])
a sua pressão de forma a transmitir essa temperatura absorvida
para escala graduada de leitura.

TERMOPARES

É um tipo de termômetro digital formado pela junção de fios de


metais diferentes. Quando as uniões desses fios estão em tem-
peraturas diferentes, é gerada uma tensão que é proporcional a

alexlmx ([20--?])
essa diferença de temperatura, o chamado efeito Seeback.

TERMORRESISTORES E TERMISTORES
Termorresistores indicam a temperatura com base na variação de
sua resistência elétrica, que varia de acordo com a oscilação da
temperatura. Já os termistores são sensores de temperatura feitos
Ryan McVay ([20--?])

de material semicondutor, visualmente parecidos com os termor-


resistores. Quando aplicados a circuitos eletrônicos, variações da
temperatura implicam em variação da sua resistência elétrica.
PIRÔMETRO

É um dispositivo que mede a temperatura sem precisar entrar em


contato com o corpo em questão, através da radiação infraver-
Nikita Sobolkov ([20--?])

melha emitida por ele.

Quadro 6 - Medidores de temperatura


Fonte: adaptado de Balbinot e Brusamarello (2010); Tinkstock (2015)
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
23

O pirômetro é bastante utilizado em lugares onde os outros termômetros não


CURIOSI permitem registrar a medição de temperaturas em função da necessidade de
contato de que dispõem. Um exemplo é em fundições, onde as temperaturas são
DADES muito altas, de maneira que outros tipos de medidores certamente derreteriam com
o contato.

Agora que você já relembrou o conceito de temperatura, conheça o termo calor.

2.6 CALOR

Esta é uma palavra muito comum especialmente nos dias com altas temperaturas. Na verdade, o calor
é a energia térmica em trânsito entre dois corpos com temperatura diferentes. Sendo assim, quanto maior
essa diferença, maior o fluxo de calor (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
Segundo Dossat (2007), calorimetria é o estudo que mede a quantidade da transferência de energia
térmica absorvida ou liberada entre dois corpos, com diferentes temperaturas entre si, durante o processo
de um fenômeno físico ou químico.
A potência térmica é a quantidade de energia que transitou em um determinado período de tempo
(INMETRO 2012, SILVA, 2003).

2.6.1 UNIDADES DE MEDIDA DE CALOR E POTÊNCIA TÉRMICA

O calor e a potência térmica são comumente medidos com as unidades mostradas no quadro a seguir.

UNIDADES DE CALOR UNIDADES DE POTÊNCIA TÉRMICA


Quilojoule (kJ) TR (Tonelada de Refrigeração)
Caloria (cal) BTU por hora (BTU/h)
Quilocaloria (kcal) Quilowatt
BTU (British Thermal Unit) Quilocaloria por hora (kcal/h)
Quadro 7 - Unidade de calor
Fonte: adaptado de Inmetro (2012)

Na refrigeração, é comum aparecer em manuais técnicos diferentes unidades de calor e potência


térmica. Na tabela seguinte, são mostradas as relações de conversão para energia térmica.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
24

kJ kcal BTU kWh


kJ 1 0,239 0,948 0,000278
PARA kcal 4,186 1 3,97 0,00116
MULTIPLIQUE
CONVERTER
BTU POR 1,055 0,252 1 0,000293
DE
kWh 0,0013 0,0013 0,0193 1
Tabela 1 - Conversão de unidade de calor
Fonte: adaptado de Silva (2003); Inmetro (2012) e Dossat (2007)

Na próxima tabela, são apontadas as conversões de unidades de potência térmica.

TR BTU/h kW kcal/h
TR 1 12000 3,52 3023,95
PARA BTU/h 0,000083 1 0,00029 0,25
MULTIPLIQUE
CONVERTER
kW POR 0,28 3412,14 1 859,85
DE
kcal/h 0,00033 3,97 0,0012 1
Tabela 2 - Conversão de unidade de potência térmica
Fonte: adaptado de Silva (2003); Inmetro (2012); Dossat (2007)

FIQUE Quando se relaciona a energia térmica na unidade de quilowat/hora (kWh) em


refrigeração, não se está referindo ao consumo de energia elétrica, mas sim à
ALERTA quantidade de transferência de calor por hora.

Com o que foi visto até agora, já é possível supor que, em um sistema de refrigeração ou climatização,
ocorrem inúmeros processos de troca de calor, tendo em vista o objetivo de retirar energia de um ambiente
para resfriá-lo. Porém, é necessário, ainda, conhecer os tipos, os conceitos e as diferenças entre calor
específico, o calor sensível e o calor latente.

2.6.2 CALOR ESPECÍFICO, SENSÍVEL E LATENTE

Calor específico é a quantidade de energia necessária para variar, em um grau Celsius, um quilograma
de uma substância. É uma propriedade que depende da temperatura, entretanto, no caso de gases e
vapores, o volume e a pressão em que eles se encontram também afetam essa propriedade (DOSSAT, 2007;
INCROPERA et al., 2014; SILVA, 2003).
Calor sensível é a energia trocada em processo de transferência de calor, que ocorre variando a
temperatura de um corpo sem que haja mudança em seu estado físico (DOSSAT, 2007). A equação para se
medir esse calor é dada pela expressão a seguir.
Q = mcΔT
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
25

Q é a quantidade de calor, em joules (J).


m é a massa, em quilogramas (kg).
c é o calor específico, em joule por quilograma grau Celsius (J/kg°C).
Δt é a variação de temperatura em grau Celsius (°C).
Vale atentar para as unidades das grandezas utilizadas em expressões algébricas como estão descritas
acima. Usar grandezas com unidades erradas ou não compatíveis pode levar a erros grosseiros nos
resultados dos cálculos, além da instalação de um sistema de refrigeração que nunca funcionará de acordo
com o especificado.
Já o calor latente é a quantidade de energia movimentada em um a troca de calor em que ocorre a
mudança de estado físico da matéria, sem que haja mudança de temperatura (DOSSAT, 2007). A equação
para se calcular essa quantidade é a seguinte:
Q=mL
Q é a quantidade de calor, em caloria (cal).
m é a massa, em gramas (g).
L é o calor latente, em caloria por gramas (cal/g).

2.6.3 TRANSMISSÃO DE CALOR E ISOLAMENTO TÉRMICO

Sendo o calor uma energia em transferência, destacam-se agora as formas em que essa movimentação
pode ocorrer, sendo elas: a condução, a convecção e a radiação. A troca de calor por condução ocorre
entre sólidos, líquidos parados e gases parados que estejam em contato e tenham temperaturas diferentes.
Já a convecção ocorre toda a vez que um fluido, seja ele um vapor, um gás ou um líquido, troca calor com
objetos e outros fluidos durante sua movimentação.
Por fim, a transmissão de calor por radiação é um dos meios mais importantes, este efeito é o único que
ocorre através de ondas eletromagnéticas, podendo ocorrer no vácuo, diferentemente da condução e da
convecção que precisam de um meio físico para acontecer. Qualquer corpo que tenha uma temperatura
diferente de 0K emite radiação, indicando que existe algum grau de movimentação de seus átomos
(DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
Para garantir um bom desempenho de um sistema de refrigeração, é importante que o ambiente a
ser refrigerado seja tão bem isolado quanto possível, isto é, que o ar com baixa temperatura se mantenha
dentro do ambiente e que suas paredes evitem, da melhor maneira possível, a troca de calor com a parte
de fora.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
26

Um sistema de isolamento térmico, ou isolação térmica, é um sistema composto por materiais que
conduzem pouco calor. Em geral, é necessário utilizar materiais diferentes para se obter um bom isolamento
térmico, pois dificilmente um material consegue impedir bem a troca de calor de todas as maneiras aqui
descritas. Um bom exemplo disso são as garrafas térmicas, que são compostas de um recipiente feito de
superfície espelhada onde fica o líquido cuja temperatura se deseja preservar. Essa superfície é responsável
pela parte de isolamento de calor por radiação e a parte da garrafa com vácuo em volta, é responsável pelo
isolamento por condução e convecção.
Vistos a temperatura e o calor, a última propriedade importante que você conhecerá é a pressão.

2.7 PRESSÃO

A pressão é definida como uma força exercida por uma unidade de área e a equação para descobrir a
distribuição média da força aplicada sobre uma determinada área é expressa na seguinte fórmula (DOSSAT,
2007).
As unidades de medida mais comuns para pressão são as indicadas na tabela a seguir.

kgf/cm2 atm psi mmHg kPa bar


kgf/cm2 1 0,9684 14,2 735,98 98,0665 0,98
atm 1,033 1 14,7 760 101,32 1,0133
PARA psi 0,0703 0,068 1 51,68 6,8943 0,0689
MULTIPLIQUE
CONVERTER
mmHg POR 0,0013 0,0013 0,0193 1 0,1329 0,00133
DE
kPa 0,0102 0,0099 0,145 7,52 1 0,01
bar 1,02 0,9869 14,5 750,44 100 1
Tabela 3 - Conversão de unidades de pressão
Fonte: adaptado de Silva (2003); Dossat (2007); Inmetro (2012)

Pressão atmosférica é a força exercida pela camada de moléculas de ar sobre a superfície terrestre e
pode variar de um lugar para outro, dependendo das condições meteorológicas (umidade e densidade do
ar), assim como modificação de altitude. A pressão atmosférica ao nível do mar é de 1 atm (DOSSAT, 2007).

2.7.1 PRESSÃO RELATIVA (MANOMÉTRICA), ABSOLUTA E VÁCUO

A pressão relativa é determinada tomando como referência a pressão atmosférica existente no próprio
local. Se um manômetro, utilizado para medir pressões for ajustado para medir pressão zero quando
exposto somente à pressão atmosférica, qualquer pressão medida a partir daí é manométrica (SILVA, 2003).
A pressão absoluta é o resultado medido em relação ao vácuo absoluto somado à pressão relativa e à
pressão atmosférica (SILVA, 2003).
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
27

Sempre, ao medir a pressão absoluta, esta deve ser identificada de forma diferente da pressão relativa.
Caso não se tenha esta informação, ela deve ser considerada como pressão relativa.
Exemplo:
(3 kgf/cm² ABS) logo, este valor refere-se à pressão absoluta.
(4 kgf/cm²) logo, este valor refere-se à pressão relativa.

2.7.2 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE PRESSÃO

Para registrar ou atuar sobre diferentes níveis de pressão existem diversos tipos de instrumentos, sendo
que o mais utilizado é o manômetro. Ele serve para medir a pressão relativa de algum fluido contido em
circuito fechado, de forma a auxiliar na indicação e monitoramento da pressão do processo. Na área da
refrigeração, o manômetro mais utilizado é o do tipo Bourdon, que pode ser visto na figura seguinte.

Iren Moroz ([20--?])

Figura 1 - Manômetro de Bourdon


Fonte: Thinkstock (2015)

Neste equipamento, o fluido sob pressão entra pelo orifício da haste do tubo de Bourdon, que é for-
mado por um tubo curvo ligado a um par engrenado, sendo que uma das engrenagens tem um ponteiro
indicador. Conforme a pressão aumenta, esse tubo se dilata, de maneira semelhante a uma língua de so-
gra (brinquedo de festas infantis). Quando inflada, aciona as engrenagens, e assim, movimenta o ponteiro
proporcionalmente à pressão aplicada. A faixa de valores que esse equipamento consegue indicar chama-
-se intervalo de medição (DOSSAT, 2007; INMETRO, 2012).
Também existem manômetros digitais que utilizam parâmetros elétricos para determinar a pressão
de um duto, como por exemplo, a deformação sofrida por ele sob pressão. Ainda, usa-se manômetro em
tubos graduados, sendo esses consideravelmente mais simples (FIGLIOLA; BEASLEY, 2000).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
28

No ramo da refrigeração, é muito comum também o uso de um instrumento chamado conjunto manifold
para medição de pressão. Ele é constituído por dois manômetros, sendo um para baixa pressão e o outro
para alta pressão, interligados por um barrilete, o qual tem registros para cada um dos lados (SILVA, 2003).
Observe um conjunto manifold na figura que segue.

Andressa Vieira (2015)

Figura 2 - Conjunto Manifold


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

2.7.3 VÁCUO

O conceito de vácuo refere-se à ausência de matéria em um determinado espaço. Quando se aplica este
conceito na refrigeração, significa que um sistema está com uma pressão negativa, ou seja, a pressão está
inferior à pressão relativa atmosférica. Para medir pressões menores que a pressão atmosférica, utiliza-se
um medidor chamado vacuômetro (FIGLIOLA; BEASLEY, 2000). Um instrumento desse tipo pode ser visto
na figura a seguir.
Andressa Vieira (2015)

Figura 3 - Vacuômetro
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
29

Apresentados os conceitos de temperatura e pressão, ainda é necessário que você conheça a definição
de saturação.

2.7.4 TEMPERATURA E PRESSÃO DE SATURAÇÃO

Saturação é a condição limite em que um fluido refrigerante, que está em um a determinada pressão,
por exemplo, a pressão atmosférica, ao ser resfriado começa a condensar-se e ao ser aquecido, todo ele
ficará no estado de vapor, sem nenhuma fase líquida (STOECKER; JONES, 1985; STOECKER; SAIZ JABARDO,
2002).
Você precisa conhecer esse conceito porque, como verá no capítulo seguinte, em algumas partes dos
sistemas de refrigeração e climatização é muito importante, para sua eficiência e integridade, que o fluido
refrigerante esteja somente na fase de vapor.
Cada fluido refrigerante tem pressões e temperaturas de transição próprias e que são correlacionadas.
Para saber quais são as características do fluido com que você trabalha, é necessário utilizar uma tabela de
saturação própria desse fluido.
A seguir, pode ser vista uma tabela de saturação para o fluido R-22.

PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DO REFRIGERANTE R-22 SATURADO


T p Vl Vv hl hlv hv Sl Sv
[ºC] [kPa] [l/kg] [l/kg] [KJ/kg] [KJ/kg] [kJ/kg] [kJ/kg K] [kJ/kg K]
-40 104,9 0,7093 205,7 155,4 233,2 388,6 0,8249 1,8251
-39 109,9 0,7108 197,0 156,5 232,6 389,1 0,8294 1,8227
-38 115,0 0,7123 188,8 157,5 232,0 389,5 0,8339 1,8205
-37 120,4 0,7138 180,9 158,6 231,4 390,0 0,8384 1,8182
-36 125,9 0,7153 173,5 159,7 230,8 390,4 0,8423 1,8160
-35 131,6 0,7168 166,4 160,7 230,2 390,9 0,8474 1,8138
-34 137,6 0,7183 159,7 161,8 229,5 319,4 0,8519 1,8117
-33 143,7 0,7198 153,3 162,9 228,9 391,8 0,8564 1,8085
-32 150,1 0,7214 147,2 164,0 228,3 392,3 0,8609 1,8074
-31 156,6 0,7229 141,4 165,1 227,6 392,7 0,8653 1,8054
-30 163,4 0,7245 135,8 166,1 227,0 393,1 0,8698 1,8033
-29 170,4 0,7261 130,6 167,2 226,4 393,6 0,8742 1,8013
-28 177,7 0,7277 125,6 168,3 225,7 394,0 0,8786 1,7993
-27 185,2 0,7293 120,8 169,4 225,1 394,5 0,8831 1,7973
-26 192,9 0,7309 116,2 170,5 224,4 394,9 0,8875 1,7954
-25 200,9 0,7325 111,9 171,6 223,7 395,3 0,8919 1,7934
-24 209,2 0,7342 107,7 172,7 223,1 395,8 0,8963 1,7915
-23 217,6 0,7358 103,7 173,8 222,4 396,2 0,9007 1,7897
-22 226,4 0,7375 99,93 174,9 221,7 396,6 0,9051 1,7878
-21 235,4 0,7392 96,31 176,0 221,0 397,0 0,9095 1,7860
-20 244,7 0,7409 92,84 177,1 220,3 397,5 0,9139 1,7842
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
30

T p Vl Vv hl hlv hv Sl Sv
[ºC] [kPa] [l/kg] [l/kg] [KJ/kg] [KJ/kg] [kJ/kg] [kJ/kg K] [kJ/kg K]
-19 254,3 0,7426 89,53 178,3 219,6 397,9 0,9182 1,7824
-18 264,2 0,7443 86,35 179,4 218,9 398,3 0,9226 1,7806
-17 274,4 0,7461 83,32 180,5 218,2 398,7 0,9269 1,7789
-16 284,8 0,7478 80,41 181,6 217,5 399,1 0,9313 1,7771
-15 295,6 0,7496 77,62 182,7 216,8 399,5 0,9356 1,7754
-14 306,7 0,7514 74,96 183,9 216,1 400,0 0,9400 1,7737
-13 318,1 0,7532 72,40 185,0 215,3 400,4 0,9449 1,7721
-12 329,8 0,7550 69,95 186,1 214,6 400,8 0,9443 1,7704
-11 341,8 0,7569 67,60 187,3 213,9 401,2 0,9529 1,7688
-10 354,2 0,7587 65,34 188,4 213,1 401,6 0,9573 1,7671
-9 366,9 0,7606 63,17 189,6 212,4 402,0 0,9616 1,7655
-8 379,9 0,7625 61,09 190,7 211,6 402,3 0,9659 1,7640
-7 393,3 0,7644 59,10 191,9 210,9 402,7 0,9701 1,7624
-6 407,1 0,7663 57,18 193,0 210,1 403,1 0,9744 1,7608
-5 421,2 0,7683 55,34 194,2 209,3 403,5 0,9787 1,7593
-4 435,7 0,7703 53,57 195,3 208,5 403,9 0,9830 1,7578
-3 450,6 0,7722 51,86 196,5 207,8 404,3 0,9872 1,7563
-2 465,8 0,7743 50,23 197,7 207,0 404,6 0,9915 1,7548
-1 481,4 0,7763 48,65 198,8 206,2 405,0 0,9958 1,7533
Tabela 4 - Saturação do R-22
Fonte: adaptado de Stoecker e Saiz Jabardo (2002)

Com a tabela, é possível saber, por exemplo, que o R-22 na temperatura de -10°C na saturação está em
uma pressão de 354,2 kPa.

CASOS E RELATOS

O VALOR DO CONHECIMENTO
Wellington era o único funcionário de uma empresa de refrigeração de pequeno porte, onde se
prestava assistência técnica em equipamentos dos tipos freezers e refrigeradores.
Ele não tinha muito conhecimento técnico para realizar as manutenções e operações necessárias,
a pouca habilidade que adquiriu foi por repetição ou tentativa, aprendizado herdado do dono da
assistência.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
31

Como se sabe, a evolução dos eletrodomésticos tem trazido cada vez mais inovações como, por
exemplo, diferentes tipos de fluidos refrigerantes com pressões e temperaturas de operações
diversificadas.
Observando essa realidade, Wellington percebeu que estava muito defasado em relação aos
profissionais do mercado.
Isso estava se refletindo na empresa em que trabalhava e o negócio estava indo de mal a pior.
Muitos atendimentos não puderam ser realizados e cada cliente perdido era mais prejuízo. Algo
precisava ser feito.
Wellington, então, percebeu a importância de se obter mais conhecimento e se inscreveu em
diversos cursos da área visando qualificar-se, atualizar-se e estar preparado para atender às novas
exigências do ramo. Agiu acertadamente e logo obteve os resultados esperados.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, em virtude da importância dos principais temas conceituais informativos da


refrigeração, você aprendeu os fundamentos sobre temperatura, calor, pressão e o conceito de
conforto térmico.
Com esses princípios, você está capacitado e distinguir as escalas termométricas e o procedimento
para converter as unidades de pressão e entender os tipos de energia térmica e as suas correlações,
informações que foram baseadas nos principais sistemas de medida.
É essencial o entendimento dos temas até aqui abordados, pois eles são a base para a compreensão
dos conteúdos seguintes, sendo indispensáveis na continuidade dos seus estudos, como também,
do meio profissional da área em questão.
Ciclos de Refrigeração e seus
Componentes

Você conhece os componentes do seu refrigerador? E do seu ar-condicionado? Esses


equipamentos são alguns dos tipos de sistemas de refrigeração que existem no mundo. Mas
existem ainda muitos outros, inclusive funcionando com princípios diferentes.
Neste capítulo, você terá a oportunidade de conhecer três diferentes tipos construtivos de
sistemas de refrigeração: refrigeração termoelétrica, refrigeração por compressão de vapor e
refrigeração por absorção.
Contudo, será dada ênfase aos sistemas que trabalham com compressão de vapor, pois
são os mais comuns para climatização e refrigeração residencial. Isso possibilitará a você,
identificar características intrínsecas do seu funcionamento e manutenção, evitando assim,
que a variabilidade dos equipamentos possa surpreender.
Serão demonstrados o emprego e o posicionamento dos elementos necessários para o
funcionamento dos sistemas, abordando a sua função para cada caso.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os diferentes tipos de sistemas aplicados em refrigeração e climatização resi-
dencial e seus componentes mecânicos;
b) identificar fluxogramas de sistemas de refrigeração residencial;
c) identificar a sequência de funcionamento de sistemas de refrigeração e climatização
residencial;
d) identificar fluidos refrigerantes dos sistemas de refrigeração e climatização residencial;
e) selecionar fluidos refrigerantes compatíveis com óleos lubrificantes utilizados em
diferentes sistemas de climatização;
f ) ter consciência com relação à importância ambiental.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
34

3.1 REFRIGERAÇÃO TERMOELÉTRICA

A essência de um equipamento de refrigeração que funciona por efeito termoelétrico consiste em


dois fios de materiais diferentes que estão interligados, de acordo com a figura seguinte. Ligando uma
fonte elétrica, como mostra a figura, gera-se, em uma das uniões dos fios, uma junção quente e na outra,
uma junção fria. De fato, ambas podem ser utilizadas dependendo do objetivo: esfriar ou esquentar. Esse
fenômeno chama-se Efeito Peltier, e o transdutor que funciona a partir desse princípio é chamado apenas
de Peltier.

Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 4 - Esquema do efeito Peltier


Fonte: do Autor (2015)

Equipamentos que funcionam por esse princípio não costumam ter uma eficiência energética razoável
se comparados com os outros princípios de refrigeração, mas é bastante usado em equipamentos de
pequeno porte, como bebedouros, adegas climatizadas, frigobares e chopeiras.
Depois de conhecer esse importante princípio, você estudará sobre refrigeração por absorção. Prossiga
com o estudo!

3.2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO

Esse processo de refrigeração pode atender desde sistemas de refrigeração residencial até sistemas de
grande porte industrial. Sua utilização passou por altos e baixos, porém, devido ao aumento do uso de
energias renováveis e da demanda por sistemas mais eficientes, sua utilização tem sido mais frequente,
em especial em locais que já dispõem de uma fonte de calor. A seguir, serão descritos seus principais
componentes e forma de funcionamento (COSTA, 1982).
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
35

Um exemplo de sistema que utiliza esse princípio pode ser visto na figura “Circuito de refrigeração por
absorção”, sendo comumente chamado de sistema de absorção contínua. Tudo se inicia com a presença
de uma fonte de calor, cuja função é comprimir e esquentar o fluido refrigerante. Essa fonte pode ser
qualquer dispositivo que gere calor, como uma caldeira ou um forno. Nesse local, uma solução aquosa de
amônia tem sua temperatura e pressão elevadas, o que resulta na sua movimentação, juntamente com
vapor de amônia, até o separador, onde este último se separa totalmente da solução devido à diferença
de densidade e à alta temperatura, retornando o líquido para o absorvedor e destinando a amônia ao
condensador. Ao passar pelo condensador, ela perde calor, baixando sua temperatura, e depois baixa sua
pressão ao passar por um dispositivo de expansão, mudando do estado gasoso para o líquido. Em todo o
ambiente do evaporador e do absorvedor, há vapor de hidrogênio que induz a amônia a absorver calor
do meio que se deseja resfriar. Então, o restante de amônia líquida e a mistura entre vapor de amônia e
de hidrogênio vão para o absorvedor, e depois, a um tanque que contém uma solução aquosa de amônia.
O hidrogênio não se mistura na água, ficando livre para preencher o ambiente, voltando inclusive para o
evaporador. O tanque tem comunicação com a fonte de calor, de forma que a solução é para lá direcionada,
permitindo que o ciclo se reinicie (COSTA, 1982).

Condensador
Evaporador

Separador

Absorvedor
Tanque
Julio Cesar Borchers (2015)

Caldeira

Figura 5 - Circuito de refrigeração por absorção


Fonte: do Autor (2015)

Para que aconteça o funcionamento e promoção do ciclo de refrigeração com os demais elementos
é preciso ter uma fonte de calor, podendo ser através de circulação de água quente, resistência elétrica,
caldeira, aquecimento com chama ou qualquer outra que possa aquecer. O que faz com que esse tipo de
sistema de refrigeração tenha um apelo ecológico é justamente o fato de poder utilizar o calor de uma
fonte que, em primeiro momento, não seria utilizada para iniciar o ciclo térmico. Dessa forma, gera-se um
ambiente frio com uma energia que estaria sendo jogada fora (COSTA, 1982).
Na seção seguinte, você poderá verificar as semelhanças entre o ciclo descrito agora e o ciclo por
compressão de vapor.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
36

3.3 REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO A VAPOR

O funcionamento deste sistema depende da compressão de um fluido gasoso que será o meio
condutor de energia, passando por transformações de estado, bem como, por mudanças na pressão e na
temperatura, de modo a manter um ambiente resfriado.
Esse ciclo funciona através da movimentação de um fluido que percorre quatro elementos principais,
sendo eles: o compressor, o condensador, o dispositivo de expansão e o evaporador. A esse conjunto
de equipamentos, vão sendo somados outros elementos, variando de acordo com o projeto da instalação,
conforme a finalidade e o objetivo.
A seguir, será apresentado um exemplo de ciclo, sendo complementado com a figura “Exemplo de
circuito de refrigeração”. Esses elementos principais são encontrados, na figura em destaque, na cor laranja.
Quando acionado o compressor, o fluido refrigerante é enviado em alta pressão e temperatura no
estado de vapor superaquecido ao separador de óleo, que se destina a separar o fluido do óleo lubrificante.
Este, por sua vez, é utilizado para garantir o bom funcionamento dos equipamentos mecânicos envolvidos
no ciclo. Antes, ele passa por um silenciador, que reduz o ruído devido à operação do compressor. O
lubrificante que foi separado retorna ao compressor pelo emprego de uma bomba que controla o nível de
óleo. O fluido refrigerante e a outra parte da separação, segue para o condensador. Conforme estudado,
o fluido, passando pelo condensador, cede calor ao ambiente externo para reduzir sua temperatura,
chegando a mudar de fase para o estado líquido, entrando em um tanque onde é possível compensar
algum volume excedente de refrigeração no sistema. Então, o fluido sai do tanque e passa por uma válvula
de bloqueio, que é fechada em ocasiões onde seja necessária a manutenção do sistema. Na sequência, o
fluido passa pelo filtro secador, que retém alguma partícula sólida e/ou umidade, e na sequência, entra no
visor de líquido, permitindo a análise da fase do fluido refrigerante. Posteriormente, segue para a válvula de
expansão, onde sua pressão é reduzida, passando antes no filtro capilar, que retém partículas que possam
entupir o vaso fino desse elemento. No evaporador, o fluido absorve energia do ambiente, ao qual interessa
ser refrigerado. Em seguida, ele passa no acumulador de sucção, cuja função é separar a fase líquida da
fase de vapor do fluido, permitindo somente a passagem do vapor. Por fim, o filtro de sucção serve para
impedir que alguma sujeira retorne ao compressor. Já o pressostato de alta e baixa e a válvula de bloqueio
interrompem o fluxo, caso ocorra algum defeito por falta ou excesso de pressão no funcionamento do
conjunto. O ciclo, então, é reiniciado (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
37

Observe, a seguir, a figura já mencionada.

Filtro Visor de Válvula de


Tanque de líquido
secador líquido expansão
termostática

Condensador Válvula de
bloqueio Evaporador

Pressostato
de alta e baixa
Silenciador

Separador e
acumulador Pressostato
de óleo de óleo Filtro de
sucção

Julio Cesar Borchers (2015)


Filtro de óleo

Válvula de
bloqueio
Válvula de Controlador de Acumulador
Bloqueio nível de Óleo de sucção
Compressor

Figura 6 - Exemplo de circuito de refrigeração


Fonte: do Autor (2015)

Um sistema de climatização e um de refrigeração podem operar com um mesmo


CURIOSI fluido de refrigeração. Porém, como tipicamente cada um deles tem temperaturas
DADES de trabalho diferentes, as pressões requeridas diferem.

Um equipamento que funciona com refrigeração por compressão a vapor pode ser utilizado no modo
reverso, caracterizando uma bomba de calor ou apenas uma inversão de ciclo em um condicionador. Isso
acontece através da atuação em uma válvula de quatro vias, que é responsável pela alteração do fluxo do
fluido no evaporador e no condensador, esquentando o ambiente em que está o primeiro e esfriando o
que está em segundo (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).

FIQUE A válvula de quatro vias também é utilizada para reverter o ciclo de refrigeradores,
ALERTA realizando o degelo da serpentina.

A seguir, você estudará os tipos de compressores.


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
38

3.4 COMPRESSORES

Como você já sabe, o compressor é um elemento importante dentro dos sistemas de refrigeração por
compressão de vapor. É a parte responsável pelo fluxo de fluido refrigerante no sistema, permitindo, dessa
forma, que ele remova energia térmica do ambiente desejado (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).
O compressor é selecionado para um circuito de refrigeração com base nos requisitos do local a ser
refrigerado, podendo variar seu tipo construtivo de acordo com as temperaturas envolvidas, a potência
requerida, o fluido refrigerante e o óleo lubrificante utilizados, e ainda, com questões relacionadas ao local
de instalação. Dessa forma, os compressores são divididos quanto à disposição do motor. Observe o quadro
a seguir (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).

QUANTO À DISPOSIÇÃO DO MOTOR


Hermético

Tem suas partes mecânicas e elétricas dentro de uma carcaça


soldada. Para realizar manutenções, é necessária a remoção da
solda ou o corte da carcaça, o que, em geral, leva à substituição

Thinkstock ([20--?])
da peça por inteiro em refrigeradores, por exemplo. É bastante
compacto, ideal para aplicações residenciais.

Semi-hermético

Tem partes mecânicas e elétricas associadas, mas permite al-


gum acesso para manutenção. Devido, especialmente, ao seu
Thinkstock ([20--?])

tamanho, é mais usado em aplicações de maior porte.

Aberto

Permite acesso ao motor, facilitando manutenções. A trans-


missão de potência costuma ocorrer por elementos de máqui-
Thinkstock ([20--?])

nas como correias. Mais comum em refrigeração industrial.

Quadro 8 - Classificação de compressores quanto à disposição do motor


Fonte: adaptado de Dossat (2007); Miller e Miller (2014); Thinkstock (2015)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
39

Os compressores são ainda classificados conforme a forma de acionamento mecânico, como mostra no
quadro a seguir (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).

QUANTO À FORMA DE ACIONAMENTO MECÂNICO


O movimento alternativo do pistão succiona e comprime o fluido. É um dos mais utilizados, pois
pode ser fabricado com as disposições hermética, semi-hermética e aberta, com um ou mais pistões
para compressão.

Alternativo

Julio Cesar Borchers (2015)


Funciona pela rotação excêntrica de um cilindro dentro de uma câmara. Tem excelente eficiência,
mas atende no máximo 3 TR. Assim, é mais usado em equipamentos de climatização.

Rotativo (de palhetas)


Julio Cesar Borchers (2015)

Duas peças em forma de caracol, uma fixa e outra móvel, são encaixadas. A móvel rotaciona de
maneira a conduzir o fluido para a descarga no centro da parte fixa, em alta temperatura e pressão.
Sua principal aplicação é para sistemas de climatização de pequeno a médio porte com capacidades
até 30HP. Possui alta eficiência.

Scroll (caracol)
Julio Cesar Borchers (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
40

Existem diferentes disposições. Dois parafusos acoplados com uma pequena folga giram, suc-
cionando o fluido e o comprimindo até a descarga. É muito eficiente por ter poucas peças móveis.
Atende capacidades de 20 TR até 750 TR. Diferentemente dos outros tipos, permite grandes volumes
de fluido na fase líquida dentro do compressor.
GÁS DE SOLUÇÃO GÁS APRISIONADO DESCARGA DO
Parafuso COMPRESSOR

Julio Cesar Borchers (2015)


ADMISSÃO GÁS
DO COMPRESSOR COMPRIMIDO GÁS SENDO
DESCARREGADO

A rotação aplicada ao fluido na sucção faz com que ele seja direcionado a cavidades menores, au-
mentando sua pressão. Em aplicações de grande porte, pode chegar a -100°C em múltiplos estágios,
com capacidade de 100 TR a 10000 TR.

Centrífugo

Julio Cesar Borchers (2015)


Quadro 9 - Classificação dos compressores quanto à forma de acionamento mecânico
Fonte: adaptado de Brown (2005); Costa (1982); Dossat (2007); Miller e Miller (2014)

Visite sites de empresas fabricantes de compressores, como a Embraco, por exemplo.


SAIBA Ela produz algumas das peças utilizadas pela fabricante de eletrodomésticos
MAIS Whirlpool.

O compressor é uma das peças principais de um sistema de refrigeração por condensação de vapor,
mas não é o único. O condensador é vital e o porquê, será visto na seção seguinte.

3.5 CONDENSADORES

É o elemento do ciclo de refrigeração responsável por diminuir a temperatura do fluido refrigerante logo
após a sua saída do compressor. Essa mudança de temperatura é feita pela troca de calor com um ambiente
externo que está a uma temperatura inferior à do fluido, nessa etapa do processo (MILLER; MILLER, 2014;
SILVA, 2013).
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
41

Cada aplicação de um sistema de refrigeração vai precisar de um determinado condensador, com


características convenientes para a situação. Inclusive fatores como o clima do local de instalação podem
levar à mudanças na escolha desse elemento (MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
Os condensadores podem ser resfriados a ar por convecção natural ou por convecção forçada.
No quadro que segue, são mostrados os tipos de condensadores resfriados a ar.

CONDENSADORES RESFRIADOS A AR POR CONVECÇÃO NATURAL


É um dos tipos de condensadores mais aplicados em sistemas
de refrigeração residencial e comercial de pequeno porte. Nele, o
fluido escoa pelo tubo em um sentido, trocando calor com o ambi-

Rosimeri Likes (2015)


ente externo, diminuindo sua temperatura. Costuma ter um feixe
de arames cilíndricos soldados sobre os tubos que ajudam na dis-
sipação de calor.
CONDENSADORES RESFRIADOS A AR POR CONVECÇÃO FORÇADA
Funciona de forma parecida com o anterior, mas a convecção é
forçada por um ventilador, aumentando a eficiência da troca de
calor. Pode ser aplicado em sistemas de refrigeração e climatização
residencial, comercial e industrial com potências de 0.5 TR até mais

Thinkstock ([20--?])
500 TR. Usualmente, a montagem precisa ser em ambientes exter-
nos e bem arejados, longe de fontes de calor, para que haja grande
capacidade de troca térmica.
Quadro 10 - Condensadores resfriados a ar
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014); Silva (2013); Thinsktock (2015)

Outro componente de grande importância é o dispositivo de expansão, que você estudará na sequência.

3.6 DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

A função destes dispositivos é regular a pressão, garantindo que no condensador seja alta e no
evaporador, baixa, o que é muito importante para assegurar a eficiência do sistema. O fluido no evaporador,
com a temperatura e pressão de acordo com o especificado pelo projeto, é essencial para conseguir
remover a quantidade de energia prevista (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
No quadro a seguir, são mostrados os dispositivos mais comuns.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
42

VÁLVULA DE EXPANSÃO ELETRÔNICA

Controla a vazão de fluido no evaporador,


monitorando a temperatura de saída desse fluido
através de um circuito eletrônico que abre e fecha

Andressa Vieira (2015)


a entrada. É um dos dispositivos mais eficientes.

TUBO CAPILAR E DISPOSITIVO TIPO PISTÃO


ACUMULADOR
PLACA ÚMIDA
TERMOSTATO DE DEGELO

O tubo capilar reduz a pressão através da di-


PONTO DE
minuição da seção transversal do tubo por onde CONTATO DO
CONTROLE
passa o fluido refrigerante. É o dispositivo mais
TROCADOR
DE CALOR
empregado em sistemas residenciais e facilmente
SERPENTINA DO
utilizável em ciclo reverso. Já o dispositivo tipo FREEZER LINHA DE SUCÇÃO

COMPRESSOR
pistão tem funcionamento similar ao tubo capilar,
TUBO CAPILAR RESFRIADOR DE ÓLEO LINHA DE DESCARGA
sendo usado costumeiramente em equipamento

Julio Cesar Borchers (2015)


(SE UTILIZADO)

CONDENSADOR
de climatização split, até 10 kW.

FILTRO SECADOR

Quadro 11 - Dispositivos de expansão


Fonte: adaptado de Costa (1982); Miller e Miller (2014); Silva (2013)

Conheça, agora, o último equipamento básico que compõe os sistemas de refrigeração por compressão
de vapor: os evaporadores.

3.7 EVAPORADORES

Esse é um dos elementos mais importantes de um ciclo de refrigeração, pois é responsável pela remoção
de calor do ambiente em que se deseja controlar a temperatura. É essencial que seja dimensionado
coerentemente com os outros componentes, de forma a garantir a troca de calor eficiente, vaporizando
todo o fluido até a sua saída (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
Observe os diferentes modelos de evaporadores no quadro que segue.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
43

EVAPORADOR DE PLACA

Consiste em duas chapas de alumínio prensadas com canais

Julio Cesar Borchers (2015)


internos de circulação do fluido. Comum em refrigeradores
e freezers.

EVAPORADOR POR CIRCULAÇÃO FORÇADA DE AR

O ar do ambiente a ser refrigerado é ventilado através do


evaporador. É o mais usado em sistemas de refrigeração e

Julio Cesar Borchers (2015)


climatização.

Quadro 12 - Evaporadores
Fonte: adaptado de Costa (1982); Miller e Miller (2014); Silva (2013)

Considerando esses quatro componentes, existem outros que não são vitais para o funcionamento do
sistema, mas são úteis para melhorá-lo. Alguns deles serão vistos a seguir.

3.8 OUTROS ELEMENTOS DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Conforme estudado nos princípios de funcionamento de sistemas de refrigeração, comumente é


necessário adicionar mais elementos nos circuitos de refrigeração para melhorar a eficiência e garantir que
o sistema funcione bem, sem ficar defeituoso ou com frequência incômoda. O funcionamento do conjunto
não depende diretamente da presença dos equipamentos descritos no quadro a seguir, contudo, eles são
importantes para proteger os componentes vitais durante a operação (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014;
SILVA, 2013). Acompanhe.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
44

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Evitar o retorno do fluido refrigerante, na


fase líquida, para o compressor.
Acumulador de sucção

Andressa Vieira (2015)


Mais comum em sistemas de médio porte
e maiores.

Reter partículas que possam chegar ao


tubo capilar.
Filtro capilar
Bastante utilizado em sistemas de

Andressa Vieira (2015)


refrigeração de pequeno porte.

Reter partículas sólidas antes da entrada


do fluido no compressor.

Andressa Vieira (2015)


Absorver resíduos do fluido antigo após
Filtro de sucção troca do mesmo.
Absorver umidade.
Reter componentes ácidos resultantes da
queima do compressor.
Andressa Vieira (2015)

Reter partículas sólidas e umidade que Filtro


Filtro secante secante
possam atrapalhar a expansão do sistema.

Proteger o circuito de pressões fora do


Pressostato
Andressa Vieira (2015)

especificado.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
45

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Proteger o compressor de variações de


Pressostato de óleo

Andressa Vieira (2015)


pressão e volume de óleo no sistema.

Manter o óleo do compressor aquecido,


Resistência de cárter

Andressa Vieira (2015)


na viscosidade correta.

Andressa Vieira (2015)


Silenciador Reduzir ruído na linha de descarga.

Mola de regulagem

Diafragma
Permitir o fluxo, de acordo com a variação
Válvula By-pass Equalizador externo
de pressão ou temperatura.

Sede
Andressa Vieira (2015)

Conjunto
do pistão
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
46

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


Válvula de fechamento Impedir fluxo.

Permitir o fluxo do fluido refrigerante


Válvula de retenção

Andressa Vieira (2015)


apenas em um único sentido.

Acionar o ciclo reverso em aparelhos de


climatização de ciclos frio e quente.

Andressa Vieira (2015)


Válvula de reversão
Descongelar a serpentina de refrigera-
dores em processos de degelo.

Proteger o sistema contra elevação exces-


Andressa Vieira (2015)

Válvula de segurança siva de pressão, que liberaria fluido para


atmosfera.

Bloquear o fluxo, com possibilidade de


Válvula de serviço
medir a pressão nos tubos.
Andressa Vieira (2015)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
47

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Válvula reguladora de pressão Regular a pressão do sistema.

Andressa Vieira (2015)

Andressa Vieira (2015)


Válvula solenoide Impedir fluxo, com atuação eletrônica.

Andressa Vieira (2015)


Analisar o estado físico do fluido, se há
Visor de líquido
vazão e se há umidade.

Quadro 13 - Equipamentos Complementares de Sistemas de Refrigeração


Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014); SENAI/SC – São José/Palhoça (2015); Wika (2015); Danfoss (2015); Elbac (2015); Climate (2015); Thinkstock (2015); Mabore
(2015)

A maioria dos filtros em refrigeração são de sentido único, isto é, só podem ser
FIQUE usados de forma que a vazão que passa por ele o faça em um sentido específico.
ALERTA Caso seja instalado ao contrário, ele perderá sua função. Todavia, existem filtros
bidirecionais, que funcionam com qualquer sentido de passagem do fluido.

É importante notar que quando ocorre vazamento de fluido refrigerante, vaza juntamente um pouco de
óleo do compressor. Assim, é necessário repô-lo para que o pressostato de óleo não seja acionado.
Além desses componentes, é necessário atentar para os fluidos que fazem, de fato, todos esses
equipamentos cumprirem sua função. São eles: o fluido refrigerante e o óleo de lubrificação. Primeiramente,
você verá o fluido refrigerante.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
48

3.9 FLUIDOS REFRIGERANTES

Para atuar no mercado profissional da refrigeração, é muito importante ter conhecimento sobre os
fluidos refrigerantes. São veículos de troca térmica responsáveis pelo trânsito de energia do ambiente a ser
refrigerado para o ambiente externo (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).
Os fluidos mais utilizados são os compostos de dióxido de carbono, de amônia, de dióxido de enxofre,
de cloreto de metila e de hidrocarbonetos. Pesquisas no mundo todo vêm, no entanto, em busca de outros
fluidos que sejam menos inflamáveis, tóxicos, corrosivos, mais inertes quimicamente, inodoros e que
agridam menos ao meio ambiente (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).
Não há um fluido universal que reúna todas as qualidades necessárias e funcione nos inúmeros tipos
e formatos de sistemas de refrigeração existentes. Dessa forma, os fluidos refrigerantes são divididos em
várias classes, como você estudará a seguir (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).

3.9.1 CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS REFRIGERANTES

Os fluidos refrigerantes são classificados em primários e secundários (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER,
2014).
a) Primários: são os que mudam de fase no ciclo de refrigeração.
b) Secundários: são os que não mudam, sendo usados como um fluido intermediário, geralmente em
sistemas de refrigeração industriais e comerciais.
A nomenclatura utilizada para identificá-los segue no exemplo mostrado no quadro (DOSSAT, 2007;
MILLER; MILLER, 2014).

REGRA GERAL PARA NOMENCLATURA DE FLUIDOS REFRIGERANTES


XXXX R–YYY
XXXX é relacionado à composição química dos componentes do gás YYY é relacionado à origem dos componentes do gás
CFC Cloro, flúor e carbono. Causa danos à camada de ozônio. 00 Derivados de metano
Hidrogênio, cloro, flúor e carbono. Menos danoso à
HCFC 100 Derivados de etano
camada de ozônio que o CFC.
Hidrogênio, flúor e carbono. Inofensivo à camada de
HFC 200 Derivados de propano
ozônio.
HC Hidrogênio e carbono. Inofensivo à camada de ozônio. 300 Derivados de butano
400 Misturas não azeotrópicas1
500 Misturas azeotrópicas
600 Compostos orgânicos
Quadro 14 - Regra geral para nomenclatura de fluidos refrigerantes1
Fonte: adaptado de Dossat (2007) e Miller e Miller (2014)

1 É a mistura de dois ou mais elementos que não se combinam e que evaporam em temperaturas e pressões distintas um do outro.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
49

Além do nome, muitos fluidos também podem ser identificados por cores na pintura externa do cilindro
em que estão contidos, podendo variar conforme o fabricante. Alguns exemplos do fabricante Dupont de
fluidos refrigerantes podem ser vistos a seguir:

Andressa Vieira (2015)


ISCEON ISCEON
R134a 49 R22 R407C R410A R404A 69L R717
R413A R03B

Figura 7 - Identificação de cores de fluido refrigerantes


Fonte: adaptado de DuPont (2013)

3.9.2 FLUIDOS REFRIGERANTES MAIS UTILIZADOS

No quadro seguinte, você poderá obter informações sobre alguns dos fluidos refrigerantes mais usados
nos âmbitos doméstico, comercial e industrial.

CFC R-12 HCFC R-22


Excelente fluido, mas vem sendo substituído por alternativos por Excelente fluido, mas vem sendo substituído por alternativos por
conter Cloro. Há restrições de uso. conter Cloro.
HCFC R-141B HFC R-134A
Usado para remoção de umidade, resquícios de óleo e partículas Usado em refrigeração automotiva, residencial e comercial, e
sólidas. ainda como retrofit.
HCFC R-401A HFC R-404A
Retrofit para o CFC R-12. Usado em refrigeração residencial e
2
Usado em refrigeração residencial, comercial e industrial. Retrofit
comercial. para o CFC R-502.
HCFC R-407C HFC R-410A
Retrofit para o CFC R-22. Usado em condicionadores de ar domés- Retrofit para o CFC R-22. Usado em refrigeração residencial e
ticos e bombas de calor. comercial.
HFC R-417A HFC R-437A
Retrofit para o CFC R-22. Usado em condicionadores de ar com Usado em condicionadores de ar automotivo, refrigeração
capacidade inferior a 5 TR. doméstica, comercial e industrial
Quadro 15 - Fluidos refrigerantes muito utilizados2
Fonte: adaptado de Dossat (2007) e Miller e Miller (2014)

CURIOSI Um fluido refrigerante não deve ser liberado na atmosfera, pois mesmo que não
tenha cloro em sua composição, a sua emissão contribui para o aumento do efeito
DADES estufa.

2 Termo utilizado quando se faz a conversão de um sistema de refrigeração para uso de gases menos nocivos à natureza.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
50

3.9.3 SEGURANÇA NO MANUSEIO DE FLUIDOS REFRIGERANTES

Existem quatro pontos importantes na hora de avaliar se um fluido refrigerante é seguro para ser utilizado
e manuseado: a toxicidade, o potencial carcinogênico, o potencial mutagênico e a inflamabilidade. Vários
órgãos que estudam os efeitos de fluidos no ser humano têm recomendações a respeito de níveis máximos
desses parâmetros, porém, nem sempre eles são iguais.
Um exemplo de classificação é o da norma ASHRAE 34-92, que diferencia os fluidos em números e letras
(DOSSAT; 2004; STOECKER; SAIZ JABARDO, 2002):
a) A, não tóxicos
b) B, tóxicos
c) 1, pouco ou não inflamável
d) 2, inflamabilidade média
e) 3, inflamabilidade elevada
Fluidos como o R-134a e o R-22, bastante utilizados, têm classificação A1.
Na sequência, você estudará os óleos lubrificantes dos sistemas de refrigeração.

3.10 LUBRIFICANTES DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Os lubrificantes em sistemas de refrigeração são usados para garantir o bom funcionamento dos
componentes mecânicos, em especial do compressor. Um item importante é que esses lubrificantes
utilizados devem ser compatíveis com o fluido refrigerante, tendo em vista que eles estarão em contato na
maior parte do tempo de trabalho (DOSSAT, 2007).
As características imprescindíveis para um óleo lubrificante de um sistema de refrigeração podem ser
vistas a seguir, observe (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014):
a) Viscosidade: é a resistência ao escoamento apresentada pelo lubrificante. A viscosidade correta é
importante para que ele entre em todos os locais que precisem ser lubrificados.
b) Lubricidade: se refere à capacidade de proteger as superfícies metálicas do desgaste.
c) Estabilidade química: é a habilidade do lubrificante de manter suas propriedades ao longo do tempo
de trabalho, evitando reações químicas que gerem produtos danosos ao sistema.
d) Resistência dielétrica: é a resistência que o lubrificante oferece ao fluxo de corrente elétrica, evitando
formação de curto, especialmente em compressores herméticos.
e) Ponto de fluidez: é temperatura, abaixo da qual, o óleo impede significativamente o fluxo do fluido
refrigerante. Deve ser bem abaixo da menor temperatura alcançada pelo sistema no evaporador.
f ) Miscibilidade: é a propriedade que define o intervalo de temperaturas em que há separação e mistu-
ra do óleo com o fluido.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
51

É importante sempre consultar manuais, sites do fabricante do fluido ou entrar em contato por telefone
para saber sobre a compatibilidade de óleos lubrificantes com esse fluido, em especial, porque essa é uma
característica que pode variar significativamente de fabricante para fabricante.
Não se recomenda a mistura de fluidos dentro de um sistema de refrigeração ou no cilindro. Mesmo que
sejam compatíveis com o lubrificante, propriedades distintas entre eles, podem causar problemas graves
ao funcionamento do sistema.
Outra recomendação relevante é que, quando a parte elétrica de um compressor queima, não basta
apenas realizar a troca desse elemento. É necessário, primeiramente, realizar uma limpeza interna de todo
o sistema para eliminar resquícios do óleo contaminado para não prejudicar o funcionamento do novo
componente.

CASOS E RELATOS

Proteção do sistema
Mateus, técnico em refrigeração formado pelo SENAI, foi chamado para consertar um sistema
de refrigeração que não estava alcançando a temperatura desejada. Primeiramente, ele fez uma
inspeção visual, seguindo uma ordem no seu checklist. Em seguida, verificou a tensão elétrica em
alguns dos principais pontos do sistema, constatando que estava tudo normal. Tentou, então, ligar
o equipamento. A maioria dos componentes foi acionada, exceto o compressor, assim ele decidiu
verificar se alguma proteção havia sido desarmada, encontrando um problema no pressostato de
pressão baixa. Rearmou-o, contudo, o mesmo foi novamente desarmardo por uma rápida queda
de pressão. Assim, Mateus concluiu que havia vazamento de fluido refrigerante. Para solucionar
esse problema, era necessário localizar o ponto de vazamento e promover a estanqueidade,
inserindo em seguida, uma nova carga de fluido e, por fim, executando testes para assegurar o
perfeito funcionamento. E assim ele fez, corrigindo o revés.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
52

RECAPITULANDO

Você chegou ao fim de mais um capítulo. Nele, foram estudados os tipos construtivos de sistemas de
refrigeração, focando no sistema de refrigeração por compressão a vapor; conheceu também seu
funcionamento e componentes. Você agora é capaz de analisar um circuito desse tipo, identificar
suas partes e entender o modo de operação de cada elemento presente no sistema.
Também estudou sobre fluidos refrigerantes e lubrificantes, elementos também essenciais para
que o sistema de refrigeração cumpra sua função. Agora, você poderá caracterizar um fluido de
acordo com sua nomenclatura e saber o que fazer para relacioná-lo com o lubrificante certo no
circuito.
Características Básicas de Instalação de
Equipamentos de Refrigeração

Nesse capítulo, você conhecerá o conteúdo técnico sobre tubulações de circuitos de


refrigeração e sua união com os componentes já estudados no capítulo anterior, completando
assim, os conhecimentos necessários para você saber como os equipamentos de refrigeração
e climatização funcionam.
Questões acerca da importância de trabalho em equipe serão tratadas como parte integrante
e muito importante da realização dos trabalhos na instalação desses aparelhos.
Para que um profissional qualificado na área de refrigeração consiga crescer profissionalmente
e desenvolver suas atividades no mercado de trabalho, com excelência, é necessário adotar
certas posturas juntamente com as suas competências, pois essas ações fazem parte do seu
marketing pessoal, característica muito avaliada pelas empresas atualmente.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar a sequência de funcionamento dos diferentes componentes da instalação de
sistemas de refrigeração e climatização residencial;
b) identificar instrumentos e ferramentas de sistemas de refrigeração e climatização
residencial;
c) utilizar alguns equipamentos, ferramentas e instrumentos necessários à instalação de
sistemas de refrigeração e climatização residencial;
d) identificar os tipos de varetas de brasagem a serem utilizados nos sistemas de refrigeração
e climatização;
e) identificar os tipos de junção a serem utilizados nos sistemas de refrigeração e
climatização;
f ) realizar a brasagem em sistemas de refrigeração e climatização;
g) montar sistemas de refrigeração;
h) utilizar equipamentos de proteção individual;
i) trabalhar em equipe;
j) ter capacidade analítica;
k) argumentar tecnicamente;
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
56

l) demonstrar capacidade de organização do próprio trabalho;


m) demonstrar versatilidade, criatividade e ter capacidade de se relacionar em diversos níveis hierárqui-
cos.

4.1 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

A segurança do trabalho é o conjunto de medidas adotadas para prever e evitar acidentes que envolvam
o trabalhador e as pessoas que estão a sua volta, preservando a integridade física e psicológica dos
mesmos. Para tanto, além de uma série de medidas e práticas, é muito importante o uso de Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) (SEGURANÇA, 2006).
Cada área de trabalho possui suas características próprias e formas de proteção que devem ser seguidas
para evitar problemas. Obviamente, o mesmo acontece com a refrigeração e a climatização. No Brasil, as
normas que preveem disposições acerca da segurança do trabalho são chamadas normas regulamentadoras
(NRs), geridas pelo Ministério do Trabalho (SEGURANÇA, 2006).
A NR 6, norma responsável pela descrição de EPIs, lista os equipamentos necessários para cada
atividade de uma maneira genérica. Para profissionais do ramo de refrigeração, é importante atentar para
cada uma das atividades desempenhadas e, com base na norma, utilizar os equipamentos corretos, de
modo a salvaguardar sua saúde e integridade. Vale lembrar que, por mais que seja de responsabilidade
do empregador cobrar o uso de EPIs pelos seus funcionários, o trabalhador é o maior interessado em
proteger sua saúde contra fatores como a radiação emitida pela brasagem de tubos, a toxicidade dos gases
refrigerantes e outros produtos químicos.
Deve-se, também, buscar a máxima segurança com trabalhos em altura, no momento de instalar a
máquina externa de um climatizador em um edifício, por exemplo. Nunca se deve deixar de utilizar o EPI,
mesmo que o serviço seja rápido e simples. O menor descuido é uma oportunidade para que ocorra um
acidente (SEGURANÇA, 2006).

SAIBA Para realizar manutenção, de modo geral, em sistemas de refrigeração, procure saber
mais sobre as normas regulamentadoras (NRs), preferencialmente as NR 06, NR10,
MAIS NR13, NR19, NR23 e NR35.

Nesta seção, você estudou sobre os EPIs, em especial, na instalação de sistemas de refrigeração e
climatização. A seguir, você saberá como é realizada a instalação de tubulações.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
57

4.2 INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÕES

A maioria dos tubos empregados em sistemas de refrigeração é feito de cobre. Há, porém, ocasiões
em que, para diminuir os custos, utilizam-se tubos de ferro ou alumínio, dependendo do tipo de fluido e
pressão de trabalho (MILLER; MILLER, 2014).
Os tubos servem para conduzir o fluido refrigerante de um elemento a outro. Seus diâmetros costumam
depender de fatores como o comprimento, a potência do compressor, o número de curvas que a tubulação
fará, o tipo de fluido refrigerante, a pressão e a vazão. Essa dependência vem da necessidade de controlar
a perda de carga, que é a diminuição da pressão no fluido conforme ele avança na tubulação, devido a
perdas de energia por atrito e mudança de direção do fluxo. Isso faz com que o compressor gaste mais
energia para realizar o mesmo trabalho, perdendo eficiência (COSTA, 1982; INCROPERA et al., 2014).
A variação do diâmetro dos tubos afeta a velocidade e, dessa forma, o atrito que age no conjunto. Os
valores de velocidade do fluido no sistema são os seguintes (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014):
a) velocidade máxima de 20 m/s, qualquer que seja a direção do escoamento;
b) velocidade mínima de 2,5 m/s, em linhas horizontais;
c) velocidade mínima em linhas verticais de 5,0 m/s.
Para encontrar o comprimento equivalente de uma instalação, o comprimento real é calculado
considerando a quantidade de desnível entre unidades e o número de curvas, obtendo a correção das
distâncias dos tubos de interligação entre as unidades interna e externa (COSTA, 1982; MILLER, MILLER,
2014).
Os tubos de cobre são encontrados em dois tipos: rígidos e flexíveis. Os flexíveis costumam ser mais
baratos e os rígidos, mais utilizados em instalações que exigem maior qualidade, tendo em vista sua
característica de maior espessura de parede (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007).
A tabela, a seguir, apresenta a conversão de diâmetros comuns entre milímetro e polegada de tubos de
cobre usados em sistemas de refrigeração.

DIÂMETRO DE TUBOS
Polegadas Milímetros
1/8” 3,175
¼” 6,35
5/16” 7,9375
3/8” 9,525
½” 12,7
5/8” 15,875
¾” 19,125
Tabela 5 - Conversão de polegadas e milímetros para diâmetros comuns em refrigeração
Fonte: adaptado de Inmetro (2012)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
58

Uma recomendação interessante é que, quando aumentados os diâmetros dos tubos que interligam o
sistema de refrigeração, é necessário realizar uma carga adicional de fluido refrigerante e óleo lubrificante
de acordo com o diâmetro e o comprimento dos tubos na instalação.

4.2.1 ISOLANTES TÉRMICOS

O uso de materiais isolantes térmicos é essencial para garantir a eficiência do sistema. Basicamente,
enrolam-se as partes da tubulação com o material escolhido, garantindo, assim, certo controle sobre as
perdas de calor do fluido conforme ele avança no sistema. A ideia é a mesma de usar um cobertor em dias
frios: evitar a perda de calor (COSTA, 1982; INCROPERA et al., 2014).
Em sistemas de refrigeração, costuma-se utilizar materiais como isopor, lã de vidro, poliuretano e
polietileno como isolantes. A escolha de um desses considera fatores como o custo/benefício, a praticidade
na instalação e a flexibilidade. Suas dimensões variam de acordo com o tipo de fluido aplicado e temperatura
de trabalho e é recomendável que o diâmetro interno do isolante seja o mais próximo possível do diâmetro
da própria tubulação. De qualquer maneira, o uso ou não, pode ser previsto em projeto ou analisando-se o
próprio sistema, que indica a necessidade de utilização de um isolante quando o líquido é condensado na
superfície da tubulação (COSTA, 1982; INCROPERA et al., 2014).
Na figura seguinte, observe exemplos de materiais usados no setor de refrigeração para isolar tubulações
de cobre.
Andressa Vieira (2015)

Figura 8 - Isolantes
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

4.2.2 PROCESSOS DE BRASAGEM

A brasagem é um processo de união de elementos de um sistema de refrigeração ou de vedação da


tubulação desse sistema. Por meio da fusão de um material de adição e do material dos elementos a
serem unidos e usando uma chama proveniente da combustão de um gás chamado acetileno, tenciona-se
garantir a estanqueidade da junção sem, contudo, causar qualquer tipo de entupimento ao fluxo de fluido
refrigerante (MILLER; MILLER, 2014).
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
59

Para entender o processo de brasagem, é necessário conhecer um pouco mais sobre características e
variáveis.
Comumente, usa-se como fonte de calor para a brasagem um conjunto de solda de oxigênio e acetileno.
Ele é composto de dois cilindros de 1 m³ cada, um contendo oxigênio e o outro, acetileno; reguladores
de vazão de saída de gás, mangueiras, uma válvula de retenção, um maçarico e um bico. O acetileno é
o gás combustível e, em geral, opera com uma pressão de 0,5 kgf/cm². Já o oxigênio é o comburente,
apresentado em pressões próximas a 4 kgf/cm² (MILLER; MILLER, 2014).
Na figura que segue é possível observar um conjunto de brasagem.

Andressa Vieira (2015)

Figura 9 - Conjunto de brasagem


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Ainda, muitas vezes são utilizados maçaricos portáveis com refis, como os da figura que segue, quando
as condições de trabalho dificultam a utilização do conjunto convencional.
Andressa Vieira (2015)

Figura 10 - Maçarico com refil


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
60

A chama é composta por um dardo e um penacho. No maçarico, é possível controlar a vazão de cada
componente de forma a gerar chamas com características diferentes, conhecidas como chama neutra,
chama oxidante e chama redutora, como podem ser vistas no quadro que segue (DOSSAT, 2007; MILLER;
MILLER, 2014).
Na chama neutra, a vazão de saída dos gases é igual. Indicada na brasagem de tubos de cobre, mantendo
uma formação equilibrada de óxidos na união.

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


A vazão de saída dos gases é igual. Indi-
Chama neutra
cada na brasagem de tubos de cobre.

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


Bastante utilizada na brasagem em latão
Chama oxidante
ou cobre com outra liga.

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


Maior concentração de acetileno. Usada
Vareta de prata
na brasagem de ligas de alumínio e cobre.

Quadro 16 - Tipos de chama na brasagem


Fonte: adaptado de Embraco (2009) e Miller e Miller (2014)

O ajuste do dardo da chama é dado de acordo com a distância. Assim, quanto maior for a distância entre
a ponta do bico e a superfície da peça, menor será a temperatura da chama. O inverso acontece quando se
aproxima o bico da peça, gerando uma chama mais quente (EMBRACO, 2009).
De maneira simples: o procedimento de brasagem é a fusão do material de adição na região onde se
deseja unir ou deixar estanque.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
61

No processo de brasagem é recomendado sempre utilizar o nitrogênio passante


FIQUE pelos tubos, com uma pressão em torno de 5 a 10 psi. Isso ajuda a não deixar óxidos
ALERTA da solda e fuligem que prejudicariam o funcionamento do equipamento.

O aquecimento deve ocorrer da forma mais uniforme e rápida possível, evitando a contaminação dos
metais fundidos. Outra recomendação importante é nunca direcionar a chama para as varetas de material
de adição. Sempre direcioná-la para os tubos e deixar que as varetas se fundam conforme o calor passa
para elas por condução. Existem ainda dois pontos importantes: o tempo de aquecimento dos tubos pela
chama não pode ser muito longo e a forma do preenchimento na união de dois tubos, caso bastante
comum em sistemas de refrigeração, precisa ficar no formato cônico (EMBRACO, 2009; MILLER; MILLER,
2014).

A Embraco, empresa que fabrica compressores herméticos para refrigeração,


disponibiliza em seu site materiais que instruem a atividade de brasagem em
SAIBA seus equipamentos. Procure na internet pelos termos “Embraco”, “brasagem” e
MAIS “compressores” para mais informações. Muitos outros fabricantes de componentes
de sistemas de refrigeração têm a mesma iniciativa, disponibilizando em seus sites
manuais e outros tipos de material, inclusive interativos.

Materiais de adição são ligas metálicas próprias para proporcionar a união de elementos de sistemas
de refrigeração que combinam uma série de fatores, como resistência do material, temperatura de fusão,
resistência à corrosão e oxidação, resistência ao calor e ao frio e resistência à brasão. Costuma vir na forma
de varetas, forma ergonômica para realizar o processo de brasagem (MILLER; MILLER, 2014).
O quadro seguinte traz informações sobre algumas das varetas e outros elementos utilizados na
brasagem de sistemas de refrigeração.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
62

NOME FUNÇÃO

Utilizado em vários tipos de brasagem. Em forma de pó químico ou pasta. Serve


Fluxo para brasagem
para evitar a formação de óxidos, em especial na junção de duas ligas diferentes.

Aplicadas em bronze, cobre, metal duro, aço e latão. Comum na indústria auto-
Vareta de alto teor de cobre
motiva e em trocadores de calor em geral.

Brasagem em uniões entre ligas ferrosas e não ferrosas, com exceção do


Vareta de prata
alumínio e do magnésio.

Varetas fosforosas São mais utilizadas em uniões de cobre, dispensando o uso de fluxo.

Possui fluxo na composição. Aplicada em condensadores automotivos e em


Vareta de alumínio
evaporadores de refrigerador.

Quadro 17 - Elementos utilizados na brasagem de sistemas de refrigeração


Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014) e Harris Brastak (2013)

Para o processo de brasagem, além de usar EPIs, alguns procedimentos de segurança devem ser
realizados para evitar qualquer tipo de acidente (MILLER; MILLER, 2014). Acompanhe:
a) não realizar soldas em local de atmosfera explosiva;
b) não realizar soldas em espaços confinados;
c) não utilizar os cilindros do conjunto de brasagem com oxigênio e acetileno na posição deitada;
d) utilizar reguladores de pressão na saída dos cilindros;
e) utilizar válvula de retenção nas mangueiras;
f ) não exceder a pressão de uso do acetileno: acima de 1,5 kgf/cm²;
g) utilizar cilindros testados e identificados pelo fornecedor;
h) não realizar brasagem em locais ou próximo de locais explosivos;
i) não realizar brasagem em sistemas com pressões positivas.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
63

4.2.3 FERRAMENTAS DE INTERLIGAÇÃO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

Para a realização de bons serviços, é necessário utilizar as ferramentas adequadas. Os tubos a serem
utilizados, por exemplo, devem ser de boa qualidade, não apresentando irregularidades ou empenamentos.
Por isso, fique atento, pois na sequência, serão mostradas as principais ferramentas para executar o processo
de corte, bolsa, flange e curva de tubos que são uma constante no dia a dia do profissional de refrigeração.

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


Permite um corte perpendicular e uni-
Cortador de tubos forme ao eixo do tubo. Muito comum no
corte de tubos de cobre e alumínio.

Remove possíveis rebarbas e outras sujei-

Andressa Vieira (2015)


Escareador de tubos ras que possam ter ficado dentro do tubo
no processo do corte.

Andressa Vieira (2015)


Fixa o tubo durante procedimentos como
Modente
o flageamento e o alargamento.
Andressa Vieira (2015)

Prepara a extremidade de um tubo para a


Flangeador
união com outro através de uma conexão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
64

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2015)


Alarga a extremidade de um tubo para
Alargador de tubos encaixá-los e uni-los, posteriormente, com
brasagem.

Andressa Vieira (2015)


Dobra tubos flexíveis para dar a forma
Curvador de tubos necessária à tubulação de um circuito de
refrigeração.

Quadro 18 - Ferramentas de interligação do sistema de refrigeração e climatização


Fonte: Banco de imagens de SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Jamais se deve cortar tubos com alguma outra ferramenta, como algum tipo de serra ou outro material.
Outras ferramentas costumam deixar muitas rebarbas que o escareador não consegue remover por
completo. Rebarbas deixadas no corte de tubos podem permitir que sujeiras afetem o funcionamento do
ciclo de refrigeração.

4.2.4 OUTROS PROCEDIMENTOS PARA CONEXÃO DOS TUBOS DE INTERLIGAÇÃO

A seguir, alguns procedimentos para a conexão dos tubos do circuito de refrigeração serão apresentados.

CONEXÃO DE TUBOS OU ENTRE TUBO E VÁLVULA


É um procedimento bastante comum, basicamente, é a adaptação da forma entre tubos, utilizando
porcas, para adequá-los bem e de forma estanque, evitando o vazamento de fluido refrigerante. Deve-se
seguir alguns procedimentos, acompanhe:
a) corte o tubo na medida que for necessária para atender à conexão;
b) remova as rebarbas da ponta do tubo com o escareador;
c) insira a porca-flange no tubo;
d) prenda a ponta do tubo no mordente;
e) utilize o flangeador na ponta do tubo até que a área flangeada seja suficiente para se ajustar à peça
que encaixa na porca-flange;
f ) encaixe os componentes a serem unidos e efetue o aperto necessário da porca, com chaves inglesas.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
65

Na figura que segue, pode-se visualizar a união de dois tubos já preparados para tal.

Andressa Vieira (2015)


Figura 11 - União de dois tubos com porca
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

UNIÃO DE TUBOS A FRIO


É uma alternativa de união de tubos usando cola. Após a aplicação da cola, pressiona-se a junta com um
alicate próprio para essa função durante alguns segundos, dependendo do produto utilizado. Caso essa
união precise ser desfeita, basta aquecer a junta com um maçarico. Na próxima figura, pode-se observar
um exemplo do alicate mencionado .
Andressa Vieira (2015)

Figura 12 - Alicate Lokring para união de tubos a frio


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

CONEXÃO TIPO SCHRADER


Esta conexão se aplica à sistemas como bebedouros, refrigeradores, freezers e condicionadores de ar
para realizar aferição ou manutenção do sistema hermético. Sua instalação ocorre da mesma maneira que
a conexão entre tubos e porcas.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
66

Andressa Vieira (2015)


Figura 13 - Conexão do tipo Schrader
Fonte: do Autor (2015)

Nesta seção, você estudou os principais procedimentos com tubulações de sistemas de refrigeração e
climatização. Na sequência, estudará algumas técnicas para colocar esses sistemas em operação.

4.3 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA

Toda a vez que é preciso fazer algum tipo de manutenção em um sistema de refrigeração para colocá-lo
novamente em operação, é necessário realizar uma série de procedimentos, que estão descritos a seguir.

4.3.1 TESTE DE VAZAMENTO

O teste de vazamento é feito com o objetivo de se evitar perdas de fluido refrigerante, o que pode levar
a mau funcionamento, falhas ou problemas com infiltração, dependendo do sistema utilizado. Algumas
técnicas são descritas a seguir (SILVA, 2013).
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
67

TÉCNICA DESCRIÇÃO
Pressuriza-se o sistema com o fluido refrigerante já usado nele e, utilizando água e sabão,
produz-se espuma que é colocada envolvendo as juntas, soldas, conexões, visores, vál-
Espuma
vulas e outros pontos suspeitos. Se houver a formação de bolhas em um desses pontos,
isso indica a presença de um vazamento.
São detectores que, ao entrar em contato com o fluido refrigerante que está sendo
Detector eletrônico inspecionado, emitem um alerta sonoro que vai se intensificando conforme a concen-
tração do fluido aumenta.
Utilizando uma bomba de vácuo, evacua-se o circuito até uma pressão próxima de 1
mmHg. Essa pressão deve ser mantida por cinco horas, e após esse período, faz-se uma
Teste de estanqueidade (sob vácuo)
nova medição da pressão, verificando as alterações. Este teste não é capaz de indicar o
local do vazamento.
Quadro 19 - Técnicas de verificação de vazamento
Fonte: adaptado de Silva (2013)

Uma observação importante é que o teste com espuma não pode ser realizado dentro de quadros
elétricos. Outra é que o teste com detector eletrônico não pode ser realizado em ambientes com atmosfera
que apresente componentes explosivos. Ainda, no teste de estanqueidade, as pressões utilizadas devem
estar de acordo com as propostas do fabricante dos equipamentos.
Na sequência, observe um exemplo de ligação do teste de estanqueidade.

UNIDADE INTERNA UNIDADE EXTERNA

Manifold
Cilindro
1 kgf/cm² 14,7 PSI nitrogênio

1 kgf/cm² 98066,5 Pa

Válvula
de serviço
(sucção)

EVAPORADORA

COMPRESSOR
Andressa Vieira (2015)

Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)
Figura 14 - Exemplo de teste de estanqueidade
Fonte: adaptado de Komeco (2013)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
68

4.3.2 EVACUAÇÃO

Essa é uma das técnicas de reoperação mais importantes para sistemas de refrigeração. Trata-se da
remoção de ar e umidade do sistema antes de realizar uma carga de fluido refrigerante. Um circuito que
não tenha sido completamente evacuado pode apresentar problemas de alta pressão por líquidos não
vaporizáveis no sistema, de reações químicas com partes metálicas do circuito e de decomposição do óleo
lubrificante. Normalmente, os fabricantes dos equipamentos de refrigeração e climatização recomendam
evacuar o sistema mantendo uma pressão inferior a 0,5 mmHg no vacuômetro (SILVA, 2013).

As bombas de vácuo operam utilizando um óleo lubrificante que pode ser usado
SAIBA por um período máximo determinado pelo fabricante e depois precisa ser trocado.
MAIS A manutenção evita problemas de eficiência desse equipamento. Para saber mais,
procure o livro Ar-condicionado e refrigeração, de Miller e Miller (2014).

A seguir, estão descritos os procedimentos para executar a evacuação de maneira correta:


a) substitua os filtros do sistema, com atenção especial para o filtro da linha de líquido;
b) instale o conjunto manifold;
c) instale a mangueira de pressão baixa (mangueira e manifold azul) do conjunto manifold na válvula
de serviço do equipamento;
d) acople a mangueira de serviço do conjunto manifold à bomba de vácuo;
e) instale o vacuômetro na bomba de vácuo ou no local indicado pelo fabricante;
f ) ligue a bomba de vácuo e abra o registro do conjunto manifold;
g) espere a pressão no vacuômetro atingir a recomendada pelo fabricante do equipamento, ou abaixo
de 0,5 mmHg, caso não se tenha essa informação;
h) feche os registros do conjunto manifold e desligue a bomba de vácuo.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
69

Na sequência, uma figura que ilustra o processo apresentado anteriormente.

UNIDADE INTERNA UNIDADE EXTERNA

Vacuômetro
Manifold

Válvula
de serviço
(sucção)
Bomba de vácuo
EVAPORADORA

COMPRESSOR

Andressa Vieira (2015)


Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)
Figura 15 - Exemplo de procedimento de evacuação
Fonte: adaptado de Komeco (2013)

4.3.3 CARGA DE FLUIDO REFRIGERANTE

É o processo de adicionar fluido refrigerante ao circuito de refrigeração. As primeiras informações sobre


a carga que deve ser adicionada no sistema podem ser obtidas no manual do fabricante ou em placas
de identificação presentes na superfície dos aparelhos. Em sistemas que as unidades ficam separadas, a
distância entre elas precisa ser levada em consideração para calcular a massa de fluido a ser inserida (SILVA,
2013; KOMECO, 2013).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
70

A próxima figura é um exemplo do procedimento de carga de fluido em um sistema.

REGISTRO E MANÔMETRO DE BAIXA PRESSÃO


REGISTRO E MANÔMETRO DE ALTA PRESSÃO
(NÃO UTILIZADO NESTE CASO)
REGISTRO DE SAÍDA DE GÁS
DO CILINDRO
MANGUEIRA DE
PROCESSO
(AMARELA)
MANGUEIRA (AZUL) DE “BAIXA”

VÁLVULA DE SERVIÇO
UNIDADE

DE CARGA
CILINDRO
CONDENSADORA

3,469 kg

VÁLVULA DE SERVIÇO BALANÇA


Andressa Vieira (2015)
DE SUCÇÃO VÁLVULA DE SERVIÇO
DE EXPANSÃO
(Quando tiver ventil tipo Schrader)

Figura 16 - Exemplo de procedimento de carga de fluido


Fonte: adaptado de Springer (2013)

A carga de fluido começa pela utilização de uma bomba de vácuo para retirar do sistema o ar e a
umidade. Posteriormente, é conectada a mangueira de baixa na válvula de serviço de sucção e a mangueira
de processo, na válvula onde o cilindro, contendo o gás, também está conectado. Esse cilindro deve estar
sobre uma balança e a diferença de massa dele deve ser igual à massa de fluido refrigerante recomendada
pela fabricante do equipamento (MILLER; MILLER, 2014).
Para verificar se a carga está correta, pode-se verificar a pressão de descarga do sistema ou medir se a
potência consumida pelo compressor está dentro do especificado.
Para sua segurança, garanta que o sistema não tenha vazamentos, evitando contato com o fluido
refrigerante em questão. E ainda, não execute esses procedimentos perto de fontes de calor, para que não
haja risco de explosão dos vasos de pressão.
Em uma primeira instalação, geralmente, o equipamento vem com uma quantidade de fluido refrigerante
para uma tubulação de cinco metros ou mais, dependendo da potência da máquina e do fabricante. Caso
essa dimensão seja maior ou menor do que esse valor, é necessário ajustar a massa de fluido presente, o
que é feito utilizando o teste de superaquecimento.
O teste de superaquecimento de um sistema que opera com fluido refrigerante R-22 é realizado da
seguinte forma (KOMECO, 2013; SPRINGER, 2013):
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
71

a) instale o manômetro de baixa pressão na conexão da válvula de serviço do tubo de sucção;


b) coloque o termômetro em contato com o tubo de sucção, sob o isolamento térmico, a
aproximadamente 15 cm antes do compressor;
c) isole o termômetro para a temperatura ambiente não afetar a medição;
d) após cinco minutos, verifique a pressão de baixa no manômetro e a temperatura no termômetro,
que é a temperatura de sucção;
e) verifique a relação de pressão do refrigerante R-22, mostrada a seguir, e converta a pressão em
temperatura, encontrando assim, a temperatura de evaporação (por exemplo, para uma pressão de
0,52 Mpa, a temperatura é de 7°C).
f ) encontre a temperatura de superaquecimento utilizando a seguinte expressão (atenção às unidades):

TABELA DE PRESSÃO X TEMPERATURA DO R22


Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão
°C MPa PSI °C MPa PSI °C MPa PSI °C MPa PSI
-6,9 0,29 42,6 23,5 0,9 132,2 42,1 1,51 221,8 55,9 2,12 311,4
-6,2 0,3 44,1 23,9 0,91 133,7 42,3 1,52 223,3 56,1 2,13 312,9
-5,4 0,31 45,5 24,2 0,92 135,1 42,6 1,63 224,8 56,3 2,14 314,4
-4,8 0,32 47,0 24,6 0,93 136,6 42,8 1,54 226,2 56,5 2,15 315,8
-4,1 0,33 48,5 25 0,94 138,1 43 1,55 227,7 56,7 2,16 317,3
-3,4 0,34 49,9 25,3 0,95 139,6 43,3 1,56 229,2 56,9 2,17 318,8
-2,8 0,35 51,4 25,6 0,96 141,0 43,5 1,57 230,6 57,1 2,18 320,2
-2,1 0,36 52,9 26 0,97 142,5 43,8 1,58 232,1 57,3 2,19 321,7
-1,5 0,37 54,4 26,3 0,98 144,0 44 1,59 233,6 57,5 2,2 323,2
-0,9 0,38 55,8 26,6 0,99 145,4 44,2 1,6 235,0 57,7 2,21 324,6
-0,2 0,39 57,3 27 1 146,9 44,5 1,61 236,5 57,9 2,22 326,1
0,3 0,4 58,8 27,4 1,01 148,4 44,7 1,62 238,0 58 2,23 327,6
0,9 0,41 60,2 27,4 1,02 149,8 45 1,63 239,4 58,2 2,24 329,0
1,5 0,42 61,7 28 1,03 151,3 45,2 1,64 240,9 58,4 2,25 330,5
2,1 0,43 63,2 28,3 1,04 152,8 45,5 1,65 242,4 58,6 2,26 332,0
2,6 0,44 64,6 28,6 1,05 154,2 45,7 1,66 243,8 58,8 2,27 333,5
3,2 0,45 66,1 29 1,06 155,7 45,9 1,67 245,3 59 2,28 334,9
3,8 0,46 67,6 29,3 1,07 157,2 46,2 1,68 246,8 59,2 2,28 334,9
4,3 0,47 69,0 29,6 1,08 158,6 46,4 1,69 248,3 59,4 2,29 336,4
4,9 0,48 70,5 29,9 1,09 160,1 46,6 1,7 249,7 59,6 2,3 337,9
5,4 0,49 72,0 30,2 1,1 161,6 46,9 1,71 251,2 59,8 2,31 339,3
5,9 0,5 73,4 30,6 1,11 163,1 47,1 1,72 252,7 59,9 2,32 340,8
6,5 0,51 74,9 30,9 1,12 164,5 47,4 1,73 254,1 60,1 2,33 342,3
7 0,52 76,4 31,2 1,13 166,0 47,6 1,74 255,6 60,3 2,34 343,7
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
72

TABELA DE PRESSÃO X TEMPERATURA DO R22


Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão
°C MPa PSI °C MPa PSI °C MPa PSI °C MPa PSI
7,4 0,53 77,9 31,5 1,14 167,5 47,8 1,75 257,1 60,5 2,35 345,2
8 0,54 79,3 31,8 1,15 168,9 48 1,76 258,5 60,7 2,36 346,7
8,5 0,55 80,8 32,1 1,16 170,4 48,2 1,77 260,0 60,9 2,37 348,1
9,1 0,56 82,3 32,4 1,17 171,9 48,5 1,77 260,0 61,1 2,38 349,6
9,4 0,57 83,7 32,7 1,18 173,3 48,7 1,78 261,5 61,2 2,39 351,1
9,9 0,58 85,2 33 1,19 174,8 48,9 1,79 262,9 61,4 2,4 352,6
10,4 0,59 86,7 33,3 1,2 176,3 49,1 1,8 264,4 61,6 2,41 354,0
10,9 0,6 88,1 33,6 1,21 177,7 49,4 1,81 265,9 61,8 2,42 355,5
11,4 0,61 89,6 33,9 1,22 179,2 49,6 1,82 267,4 62 2,43 357,0
11,8 0,62 91,1 34,2 1,23 180,7 49,8 1,83 268,8 62,2 2,44 358,4
12,2 0,63 92,5 34,5 1,24 182,2 50 1,84 270,3 62,3 2,45 359,9
12,7 0,64 94,0 34,7 1,25 183,6 50,2 1,85 271,8 62,5 2,46 361,4
13,2 0,65 95,5 35 1,26 185,1 50,5 1,86 273,2 62,7 2,47 362,8
13,6 0,66 97,0 35,3 1,27 186,6 50,7 1,87 274,7 62,9 2,48 364,3
14,1 0,67 98,4 35,6 1,27 186,6 50,9 1,88 276,2 63 2,49 365,8
14,5 0,68 99,9 35,9 1,28 188,0 51,1 1,89 277,6 63,2 2,5 367,2
15 0,69 101,4 36,2 1,29 189,5 51,4 1,9 279,1 63,4 2,51 368,7
15,4 0,7 102,8 36,5 1,3 191,0 51,6 1,91 280,6 63,6 2,52 370,2
15,8 0,71 104,3 36,7 1,31 192,4 52 1,92 282,0 63,8 2,53 371,6
16,2 0,72 105,8 37 1,32 193,9 52,2 1,93 283,5 63,9 2,54 373,1
16,6 0,73 107,2 37,3 1,33 195,4 52,4 1,94 285,0 64,1 2,55 374,6
17 0,74 108,7 37,6 1,34 196,8 52,6 1,95 286,4 64,3 2,56 376,1
14,4 0,75 110,2 37,8 1,35 198,3 52,6 1,96 287,9 64,4 2,57 377,5
17,8 0,76 111,6 38,1 1,36 199,8 52,8 1,97 289,4 64,6 2,58 379,0
18,2 0,76 111,6 38,4 1,37 201,2 53 1,98 290,9 64,8 2,59 380,5
18,6 0,77 113,1 38,6 1,38 202,7 53,2 1,99 292,3 65 2,6 381,9
19 0,78 114,6 38,9 1,39 204,2 53,4 2 293,8 65,1 2,61 383,4
19,4 0,79 116,0 39,2 1,4 205,7 53,7 2,01 295,3 65,3 2,62 384,9
19,8 0,8 117,5 39,4 1,41 207,1 53,9 2,02 296,7 65,5 2,63 386,3
20,2 0,81 119,0 39,7 1,42 208,6 54,1 2,03 298,2 65,6 2,64 387,8
20,6 0,82 120,5 40 1,43 210,1 54,3 2,04 299,7 65,8 2,65 389,3
21 0,83 121,9 40,2 1,44 211,5 54,5 2,05 301,1 66 2,66 390,7
21,4 0,84 123,4 40,5 1,45 213,0 54,7 2,06 302,6 66,2 2,67 392,2
21,7 0,85 124,9 40,7 1,46 214,5 54,9 2,07 304,1 66,3 2,68 393,7
Tabela 6 - Relação Pressão x Temperatura do fluido R22
Fonte: adaptado de Komeco (2013)

Geralmente, a temperatura de superaquecimento precisa estar entre 5°C e 7°C. Contudo, é interessante
verificar no manual do fabricante para garantir que não haja variações (KOMECO, 2013; SILVA, 2013;
SPRINGER, 2013).
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
73

4.3.4 RECUPERAÇÃO, RECICLAGEM E RECARGA DO FLUIDO REFRIGERANTE

A recuperação é o processo de extrair o fluido refrigerante do sistema de refrigeração. Já o processo de


reciclagem é a remoção de contaminantes do fluido que foi recolhido. Por fim, recarga é o retorno desse
fluido para a tubulação do sistema em questão. Para evitar desperdícios e não liberar fluido refrigerante
para a atmosfera, comumente utiliza-se uma unidade de tratamento, que contém uma bomba recolhedora,
filtros, uma estação de separação de óleo e um cilindro de armazenamento e transporte (MILLER; MILLER,
2014). Acompanhe na sequência as figuras esquemáticas desses procedimentos.

Manifold

Andressa Vieira (2015)


Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 17 - Recolhimento do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)

Manifold
Andressa Vieira (2015)

Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 18 - Reciclagem do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
74

Manifold

Andressa Vieira (2015)


Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 19 - Recarga do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)

O cilindro utilizado para estocar o fluido tem que ser específico para recolhimento, não podendo ser
do tipo descartável. Durante o procedimento, a válvula de serviço de líquido do cilindro é a que deve
ser utilizada e é importante salientar que estes permitem recolher e armazenar uma capacidade de 80%
do seu peso máximo a uma temperatura de 38°C. Utilize sempre uma balança e um termômetro para
controlar o limite máximo de armazenamento (MILLER; MILLER, 2014). A seguir, pode ser visto um cilindro
de recolhimento e suas válvulas, sendo a vermelha mais comumente atribuída à parte líquida.
Andressa Vieira (2015)

Figura 20 - Cilindro de recolhimento


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Nunca misture diferentes tipos de fluidos refrigerantes dentro do mesmo cilindro de


FIQUE armazenamento. Sempre deverá ser utilizado um cilindro para cada tipo. O mesmo
ALERTA ocorre quando o fluido estiver contaminado: não se pode misturar com o que não
estiver.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
75

4.3.5 AJUSTES DOS PARÂMETROS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E


CLIMATIZAÇÃO

Nos sistemas de refrigeração ou climatização, toda vez que for necessário realizar uma manutenção
do sistema ou colocá-lo em reoperação, é preciso ter em mãos informações reais e compará-las com as
especificadas pelo fabricante, como o tipo de fluido refrigerante, a pressão de trabalho, as temperaturas
no condensador e no evaporador, as massas de fluido refrigerante e do óleo lubrificante, a corrente e a
resistência elétrica de cada componente etc. Esses testes servem para permitir algum tipo de ajuste do
sistema para uma condição de trabalho mais adequada, garantindo o bom rendimento do conjunto.

4.3.6 LACRE DA UNIDADE SELADA

O procedimento de lacrar o equipamento tem como finalidade impedir que haja uma fuga de fluido
refrigerante do sistema para a atmosfera. Lacra-se o tubo de serviço amassando a sua extremidade e
aplicando um ponto de solda para garantir a estanqueidade do sistema. Alguns equipamentos dispõem
de válvulas, o que torna dispensável o amassamento. Na figura, a seguir, pode ser vista a imagem de um
tubo lacrado.
Andressa Vieira (2015)

Figura 21 - Realização do lacre e soldagem de um tubo


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Nesta seção, foram apresentados vários procedimentos e ferramentas para a instalação de sistemas
de refrigeração e climatização. Contudo, você verá, a seguir, que não é só o conhecimento técnico que é
importante para se ter sucesso nessa profissão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
76

4.4 TRABALHO EM EQUIPE

O profissional de refrigeração sempre estará em contato com as pessoas, sendo elas clientes ou colegas
de trabalho. Assim, é importante saber interagir de forma a alcançar, da melhor maneira possível, um
determinado objetivo.
O trabalho em equipe é a maneira de reunir pessoas para que essas trabalhem em conjunto, com intuito
de ter mais ideias e gerar um número maior de alternativas para alcançar determinada finalidade. Na equipe,
cada decisão é tomada em conjunto e as metas são alcançadas pela união dos esforços (LACOMBE, 2012).
Pensando dessa maneira, alguns conceitos sobre grupo, equipe e liderança precisam ser abordados
visando estimular a reflexão acerca desse tema. Acompanhe.

4.4.1 GRUPO, EQUIPE E LIDERANÇA

Grupo é qualquer conjunto de pessoas com um objetivo comum. Equipe é um grupo em que as pessoas,
além de terem uma meta comum, atuam de forma a colocar os objetivos do grupo acima dos interesses
pessoais. Pessoas que atuam em equipes não ficam presas à burocracia e às formalidades: cooperam com
as demais no que for necessário e agem de forma consciente em prol dos objetivos a serem atingidos.
Define-se equipe também alternativamente como um pequeno número de pessoas com conhecimentos
complementares, compromissadas com propósito, metas de desempenho e abordagem comuns
(LACOMBE, 2012; LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).
Ainda, dentro do conceito de equipe, o relacionamento entre colegas deve ocorrer de forma fluida e
os conflitos existentes devem ser trazidos às pessoas envolvidas e resolvidos o quanto antes, garantindo
um ambiente de confiança e cordialidade que é vital para se alcançar objetivos. Esses precisam ser claros e
estar bem estabelecidos para todos. A união é fortalecida pelo comprometimento com metas comuns, para
as quais todos colaboram. Todos dependem de todos. Por isso, deve ficar claro que não se pode sustentar
uma equipe que delegue todo o trabalho a apenas alguns membros (LACOMBE, 2012).
É fato que uma equipe necessita ser orientada por um líder, capaz de guiar todos para atingir um obje-
tivo de satisfação dos interesses desses membros. É preciso que esse líder tenha uma série de qualidades
relacionadas à consciência, atitudes e experiência. Um líder é um indivíduo que, graças a sua personali-
dade, consegue responsabilizar-se por um grupo social com participação espontânea de seus membros,
estimulando e entusiasmando seus colegas. Deve trabalhar pautado na cooperação, demonstrar boa von-
tade, nunca impondo ordens, mas sim, interagindo e elucidando sobre a necessidade do cumprimento dos
deveres para levar o trabalho adiante. Os líderes de equipe devem colocar como seu primeiro objetivo a
construção de um senso de compromisso e confiança em cada participante. Grupos que não possuem res-
ponsabilidades mútuas de desempenho não são capazes de desenvolver propósitos comuns, necessários
para sustentá-los como equipe. Em suma, muitas vezes se cria um grupo sem ter uma equipe, e isso pode
gerar falta de coesão e motivação (LACOMBE, 2012; LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
77

Nota-se, então, a diferença entre um chefe e um líder. Um grupo coordenado por um chefe tem menos
desempenho que o acompanhado por um líder, já que o último procura concentrar toda a sua atenção em
atitudes e interesses dos subordinados, não os tratando como simples empregados, mas como grandes
colaboradores. Vale lembrar que as pessoas podem fazer muito se forem motivadas e reconhecidas
(GUBMAN, 1999; LACOMBE, 2012; TEIXEIRA, 2008).

SAIBA Leia o livro “Liderança segundo Barack Obama” para mais informações sobre o tema.
MAIS

4.4.2 RESPONSABILIDADES

Responsabilidade é ter a consciência de que cada atitude gera uma consequência e que se deve ter
a obrigação de responder por elas. Na vida profissional, a responsabilidade é baseada em alguns pilares,
conforme mostrado no quadro a seguir (GUBMAN, 1999; LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).

PILARES DA VIDA PROFISSIONAL


Responsabilidade específica da profissão
É a necessidade de obedecer ao código de ética e atribuições inerentes do registro profissional, que habilita e certifica o indivíduo a ter
responsabilidade técnica sobre um produto ou serviço.
Responsabilidade técnica
É a assunção da responsabilidade pelo serviço prestado, regulamentado por leis trabalhistas e direitos do consumidor.
Conhecimento, habilidade e atitude
São as características necessárias para qualquer profissional ter a possibilidade de se manter dentro de uma empresa.
Quadro 20 - Pilares da vida profissional
Fonte: adaptado de Gubman (1999) e Lapolli e Lapolli (2011)

Ainda sobre responsabilidade, existe a necessidade do discernimento entre responsabilidade individual


e coletiva. A primeira é basicamente o que foi estudado no parágrafo anterior, enquanto que a segunda
tem relação com o conceito de equipe. A partir do momento que há decisões tomadas em grupo, gera-se
uma responsabilidade coletiva, que obriga todos a responderem pelos atos cometidos enquanto equipe.
Ambas são complementares e visam à ética para o cumprimento eficiente dos objetivos traçados. A
responsabilidade coletiva, portanto, vem à prática na forma de uma divisão de papéis, onde para cada um
é atribuída uma responsabilidade, um compromisso, uma parte de um todo que é a meta a ser alcançada
(GUBMAN, 1999; TEIXEIRA, 2008).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
78

4.4.3 COOPERAÇÃO ENTRE PESSOAS E RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS

Quando indivíduos se reúnem em prol de uma determinada causa, realizando ações que se
complementam, há um exemplo de cooperação. Essa soma de colaborações, em especial, se cada um
contribui naquilo em que é especialista, aumenta as chances de que os resultados alcançados sejam os
melhores possíveis. Esta é a melhor forma de relacionar-se profissionalmente (LACOMBE, 2012, LAPOLLI;
LAPOLLI, 2011).
Por meio da aceitação incondicional das qualidades das pessoas é que se consegue formar
relacionamentos profissionais fortes e efetivos. Manter a boa comunicação, ouvir as pessoas e saber a hora
de se expressar, também são ações que caminham nessa mesma direção. Por isso, é necessário fazer uma
seleção das palavras que se deseja utilizar, pois uma mesma informação pode ser interpretada de diversas
formas dependendo do modo como é falada. Um exercício interessante é a autoavaliação, no sentido de
rever conceitos próprios e posicionamentos, trabalhando a flexibilidade e desenvolvendo habilidades para
lidar com as diferentes situações (LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).

Existem diversas ferramentas organizacionais para auxiliar na condução e gestão


do trabalho em equipe. Muitos pesquisadores pelo mundo estudam formas de
CURIOSI melhorar a interação entre pessoas no trabalho, de forma a alcançar melhores
resultados. Pode-se citar como um exemplo o grupo NEDIP da Universidade
DADES Federal de Santa Catarina, que faz estudos acerca de metodologias para projetos
de produtos, sistematizando procedimentos, tarefas e a própria organização do
trabalho em equipe no desenvolvimento de novos produtos e serviços.

CASOS E RELATOS

O barato sai caro


Luiz é um instalador de equipamentos de condicionamento de ar, que gostava de levar vantagem
nas etapas dos seus serviços. Ao realizar a instalação, ele utilizava tubos de cobre de menor diâmetro
para fazer a interligação de uma unidade a outra, burlando as recomendações do fabricante e
obtendo um lucro maior.
Como Luiz somente instalava os equipamentos e não prestava serviços de manutenção, nunca ficou
sabendo dos problemas que isso gerava, sempre achando que o funcionamento do equipamento
era tolerante a essa alteração que fazia nos procedimentos recomendados.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
79

Passados alguns dias da realização de um dos seus serviços, o cliente ligou para lhe informar que
o equipamento havia parado de funcionar e ele havia acionado a assistência autorizada da marca,
que relatou que aquela instalação estava errada, o que culminou na queima do compressor.
Assim, ele teve que corrigir os tubos para o diâmetro correto, desinstalar o compressor, substituí-
-lo por um novo e refazer toda a reoperação do sistema. Além disso, ficou com o nome manchado
no mercado, pois seu cliente recontou essa história e logo várias pessoas já sabiam do ocorrido.
Ele compreendeu que é muito mais lucrativo realizar o serviço com responsabilidade e com ética
profissional, e dessa forma, ter sucesso na profissão que escolheu desempenhar.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre os tubos de interligação
dos sistemas de refrigeração e climatização e seus isolantes térmicos. Foram demonstradas,
também, as ferramentas para aplicação do procedimento de corte, escareamento, alargamento,
flangeamento, curvatura, assim como manuseio e tipos de materiais utilizados para brasagem em
qualquer equipamento de refrigeração.
Foram apresentadas também técnicas de reoperação do sistema de refrigeração e climatização
como: pressurização, evacuação, carga, teste de superaquecimento e recolhimento do fluído
refrigerante.
Você conheceu, ainda, os procedimentos técnicos para trabalhar em equipe, tendo a oportunidade
de analisar, argumentar sobre decisões que necessitam ser tomadas no dia a dia de trabalho. A
visão de prever consequências apresentando sempre boa flexibilidade, versatilidade e criatividade,
gera ótimos resultados quando acompanhados da ética profissional entre você e seus colegas de
trabalho, portanto, aproveite os conteúdos estudados e tenha sucesso em sua profissão.
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES

BERNARDO CASSIMIRO FONSECA DE OLIVEIRA

É doutorando em Metrologia e Instrumentação no Departamento de Engenharia Mecânica (CAPES


Conceito 7) pela Universidade Federal de Santa Catarina, com projeto envolvendo inspeção de
materiais compósitos. Mestre em Metrologia e Instrumentação no Departamento de Engenharia
Mecânica, também pela Universidade Federal de Santa Catarina, com tema inspeção e medição
de estatores de compressores herméticos utilizando visão computacional, em 2015. Graduado
em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013). Atualmente,
tem atividades em projetos envolvendo processamento de imagem para medição e inspeção,
metrologia óptica, metrologia de produção, bioengenharia e tomografia computadorizada. Tem
no currículo a publicação de um livro de auxílio ao ensino de desenho técnico em software CAD.
ÍNDICE

A
Acumulador de sucção 36, 44
Ajustes dos parâmetros de funcionamento do sistema de refrigeração e climatização 76
Alargador de tubos 64

B
Brasagem 5, 9, 13, 55, 56, 58, 59, 60, 61, 62, 64, 80

C
Calor 5, 6, 9, 15, 16, 17, 20, 23, 24, 25, 26, 31, 34, 35, 36, 37, 40, 41, 42, 49, 58, 59, 61, 62, 70, 83, 84
Calor específico 9, 15, 24, 25
Calor sensível 24
Carga de fluido refrigerante 10, 68, 69
Cilindro de recolhimento 5, 75
Compressor 13, 16, 36, 38, 40, 44, 45, 47, 50, 51, 57, 70, 71, 80
Compressores 5, 16, 37, 38, 39, 40, 50, 61, 84, 87
Condensador 13, 16, 35, 36, 37, 40, 41, 76
Condensadores 40, 41, 62
Condensadores resfriados a ar por convecção forçada 41
Condução 25, 26, 61, 79
Conexão de tubos 64
Conexão tipo Schrader 65
Conforto térmico 9, 13, 16, 17, 20, 31, 83, 84
Conjunto manifold 5, 28, 68
Convecção 25, 26, 41
Cortador de tubos 63
Curvador de tubos 64

D
Detector eletrônico 67
Dispositivo de expansão 13, 16, 35, 36, 41
E
Efeito Peltier 34
Equipamentos de segurança 56
Equipe 10, 13, 55, 77, 78, 79, 80
Escareador de tubos 63
Espuma 67
Evacuação 5, 10, 13, 68, 69, 80
Evaporador 13, 16, 35, 36, 37, 41, 42, 43, 50, 76
Evaporador de placa 43
Evaporadores 42, 62
Evaporador por circulação forçada de ar 43

F
Ferramentas de interligação do sistema 6, 10, 63, 64
Filtro capilar 36, 44
filtro de sucção 36, 44
Filtro secante 44
Flangeador 63, 64
Fluidos refrigerantes 5, 9, 13, 16, 31, 33, 48, 49, 50, 52, 75, 84

G
Grau Celsius 21, 24, 25
Grau fahrenheit 21
Grupo 10, 13, 19, 77, 78, 79

H
História da refrigeração 16

I
Instalação de tubulações 56, 57
Instrumentos de medição 9, 15, 21, 27
Isolantes térmicos 9, 13, 58, 80

K
kelvin 18, 21
L
Lacre da unidade selada 10, 76
Leis 5, 19, 20, 78
Liderança 10, 13, 77
Lubrificantes de sistemas de refrigeração 50

M
Maçarico com refil 5, 59
Manômetro 5, 26, 27, 71
Mordente 64

N
Nomenclatura de fluidos refrigerantes 5, 48
Normas 5, 15, 18, 19, 20, 56, 83

P
Pirômetro 22, 23
Pressão 6, 9, 15, 20, 22, 24, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 35, 36, 39, 40, 41, 42, 45, 46, 47, 51, 57, 59, 61, 62,
67, 68, 70, 71, 73, 76
Pressão absoluta 26, 27
Pressão atmosférica 20, 26, 28, 29
Pressão relativa 26, 27, 28
Pressostato 36, 44, 45, 47, 51
Pressostato de óleo 45, 47

R
Radiação 22, 25, 26, 56
Reciclagem 10, 19, 74
Recuperação 10, 74
Refrigeração por absorção 5, 9, 33, 34, 35
Refrigeração por compressão a vapor 9, 16, 36, 37, 52
Refrigeração termoelétrica 9, 33, 34
Relacionamentos profissionais 10, 13, 79
Resistência de cárter 45, 84
Responsabilidade 56, 78, 80
S
Segurança do trabalho 56
Silenciador 36, 45
Sistema Inglês de Unidades 17, 21
Sistema Internacional de Unidades 17
Solidificação 20

T
Técnicas de reoperação do sistema 66, 80
Temperatura 5, 9, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 29, 30, 31, 35, 36, 39, 40, 41, 42, 45, 50, 51,
58, 60, 61, 71, 73, 75
Termômetro de bulbo 22
Termômetro de pressão 22
Teste de estanqueidade 5, 67
Teste de vazamento 10, 13, 66
Trabalho em equipe 13, 55, 77, 79

U
Unidades de medida 13, 15, 26
Unidades de medida de temperatura 9, 21

V
Vacuômetro 5, 28, 68
Válvula By-pass 45
Válvula de expansão eletrônica 42
Válvula de fechamento 46
Válvula de retenção 46, 59, 62
Válvula de reversão 46
Válvula de segurança 46, 85
Válvula de serviço 46, 68, 70, 71, 75
Válvula reguladora de pressão 47
Válvula solenoide 47
Vaporização 20
Vareta 60, 62
Visor de líquido 36, 47
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Bernardo Cassimiro Fonseca de Oliveira


Elaboração

Adair Teixeira
Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto

Marina Wudtke Laurindo


Design Educacional

Eliane Terezinha Alves


Revisão Ortográfica e Gramatical

Andressa Vieira
Julio Cesar Borchers
Fotografia e Tratamento de Imagens

SENAI/SC – São José/Palhoça


Thinkstock
Banco de imagens

Ellen Cristina Ferreira


Scheila Andrea Sabel
Diagramação

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Normalização
Patricia Correa Ciciliano
CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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