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QUALIDADE, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE E
SEGURANÇA NOS
SERVIÇOS EM
ELETRICIDADE
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
QUALIDADE, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE E
SEGURANÇA NOS
SERVIÇOS EM
ELETRICIDADE
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
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S491g
ISBN 0000000000
CDU: 005.95
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Lista de figuras e quadros
Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes de
Distribuição de Energia Elétrica................................................................................................................12
Figura 2 - Procedimento documentado...................................................................................................................16
Figura 3 - Uma questão de qualidade.......................................................................................................................19
Figura 4 - Princípios de gestão da qualidade..........................................................................................................22
Figura 5 - Representação de processo.......................................................................................................................23
Figura 6 - Exemplo de processo seletivo..................................................................................................................24
Figura 7 - Uso incorreto da tomada............................................................................................................................31
Figura 8 - Vida por um fio..............................................................................................................................................31
Figura 9 - Indicações de prazos de validade em equipamentos de proteção............................................41
Figura 10 - Símbolo da CIPA..........................................................................................................................................44
Figura 11 - Choque elétrico no corpo humano......................................................................................................50
Figura 12 - Exemplo de percursos da corrente elétrica no corpo humano..................................................51
Figura 13 - Arco elétrico..................................................................................................................................................55
Figura 14 - Exemplo de campo magnético..............................................................................................................58
Figura 15 - Raio atingindo a rede elétrica................................................................................................................62
Figura 16 - Aterramento elétrico.................................................................................................................................63
Figura 17 - Alguns tipos de eletrodos de aterramento.......................................................................................65
Figura 18 - Símbolos utilizados nos esquemas de aterramento......................................................................65
Figura 19 - Condutor PEN interrompido...................................................................................................................67
Figura 20 - Esquema TT...................................................................................................................................................67
Figura 21 - Incêndio em edifício..................................................................................................................................71
Figura 22 - Tetraedro do fogo.......................................................................................................................................72
Figura 23 - Extintores de incêndio..............................................................................................................................75
Figura 24 - Descarte correto dos resíduos sólidos................................................................................................84
Figura 25 - Reciclando vidas..........................................................................................................................................85
Figura 26 - Nas embalagens reutilizadas, cuidado com o conteúdo original.............................................86
Figura 27 - Alumínio, um resíduo inerte que gera renda..................................................................................87
Figura 28 - Tarjetas de identificação...........................................................................................................................89
Figura 29 - Poda de árvore.............................................................................................................................................91
Figura 30 - Motosserra....................................................................................................................................................92
Figura 31 - Mapa do Japão, com destaque para a Usina de Fukushima.......................................................94
Figura 32 - Precisamos proteger o nosso planeta.................................................................................................95
Figura 33 - Distribuição da água no planeta Terra................................................................................................97
Figura 34 - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, que mostra a eficiência
energética de um equipamento...........................................................................................................98
Quadro 1 - Definições de alguns termos da qualidade........................................................................................18
Quadro 2 - EPIs e suas aplicações.................................................................................................................................36
Quadro 3 - EPCs e suas aplicações ..............................................................................................................................38
Quadro 4 - Prazos para testes dielétricos...................................................................................................................40
Quadro 5 - Regras básicas de segurança...................................................................................................................41
Quadro 6 - Funções e responsabilidades da equipe.............................................................................................42
Quadro 7 - Efeitos da corrente elétrica no corpo humano..................................................................................51
Quadro 8 - Tipos de tensão.............................................................................................................................................53
Quadro 9 - Esquema TN...................................................................................................................................................66
Quadro 10 - Situação do neutro no esquema IT.....................................................................................................69
Quadro 11 - Métodos de extinção de incêndios.....................................................................................................73
Quadro 12 - Classes de incêndios.................................................................................................................................74
Quadro 13 - Agentes extintores mais utilizados.....................................................................................................76
Quadro 14 - Resíduos na área de energia elétrica..................................................................................................88
Quadro 15 - Composição do kit de contenção a derramamentos...................................................................90
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11
2 Qualidade..........................................................................................................................................................................15
2.1 Termos e procedimentos de trabalho .................................................................................................16
2.2 Princípios de gestão da qualidade........................................................................................................18
2.2.1 Satisfação do cliente.................................................................................................................19
2.2.2 Participação e produtividade na gestão da qualidade................................................20
2.2.3 A qualidade como processo...................................................................................................23
Referências......................................................................................................................................................................... 103
Índice................................................................................................................................................................................... 107
Introdução
Nos capítulos deste livro, reunimos informações básicas sobre qualidade, saú-
de, meio ambiente e segurança no trabalho para que você possa seguir seus estu-
dos e qualificar-se nessa área.
Assim, no segundo capítulo abordaremos fundamentos da qualidade, com
destaque para os principais conceitos e princípios de gestão.
No terceiro capítulo, você estudará aspectos essenciais relativos à saúde e se-
gurança no trabalho, entre eles prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
O quarto capítulo apresentará os riscos nos serviços em eletricidade e as medi-
das de controle necessárias, com destaque para os Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPIs) e Coletiva (EPCs) utilizados em redes de distribuição de energia elétrica.
1 Introdução
13
Neste capítulo*, você estudará alguns aspectos referentes à qualidade de produtos e servi-
ços, tendo em vista sua importância para a imagem do profissional e da empresa.
Para dimensionar a relevância da qualidade, pense na aquisição de um produto ou serviço. Em
geral, temos expectativa de que ele atenda aos nossos desejos e às nossas necessidades. Imagine,
assim, a seguinte situação: entusiasmado com um produto adquirido por um colega e avaliado
por ele como sendo muito bom, você resolve adquirir outro igual. Porém, quando compra o seu,
constata que o produto apresenta defeitos que inviabilizam o uso. Como você se sentiria?
Saiba que esse problema pode ser decorrente da gestão inadequada dos processos produ-
tivos, que geraram um equipamento defeituoso.
Pois bem, a qualidade de produtos e serviços de uma organização afeta diretamente nossas
vidas e deve ser preocupação de todas as organizações.
há mais um fator que faz a diferença entre a sua avaliação e a de seu colega sobre o mesmo
produto: a qualidade é um conceito amplo, que compreende dimensões próprias do objeto e
particulares a cada pessoa.
Sabendo disso, as empresas têm buscado aprimorar sua visão sobre elementos e aspectos
que contribuem para a qualidade dos seus produtos, procurando melhor atender às necessi-
dades de seus clientes.
Esse é exatamente o tema deste capítulo. Trataremos dos conceitos que têm sido desen-
volvidos pelas organizações para agregar qualidade aos produtos, processos de produção e
serviços, inclusive os conceitos relacionados a redes de distribuição de energia elétrica.
Neste tópico, abordaremos os principais conceitos da qualidade, destacaremos a importân-
cia dela no dia a dia das empresas e comentaremos sobre como a sua gestão pode afetar os
resultados das organizações.
Logo, ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer a importância da qualidade nas organizações;
b) identificar os processos de gestão da qualidade.
* Este capítulo foi extraído e adaptado do capítulo 2, do livro: SENAI-DN. Qualidade, saúde, meio ambiente e
segurança no trabalho. Brasília: SENAI DN, 2012. (Série Eletroeletrônica - páginas de 17 a 27).
quALIdAde, SAÚde, MeIO AMBIente e SegurAnÇA nOS SerVIÇOS de eLetrICIdAde
16
Atender aos requisitos e às especificações legais pode ser fator decisivo para a
comercialização de produtos ou serviços de uma organização. Exemplos muitos
conhecidos são os produtos das indústrias alimentícias e farmacêuticas, os quais
devem atender a normas ou regulamentações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para que possam ser comercializados.
Especificações:
São parâmetros definidos pelo projetista. Permitem verificar se um dado elemen-
to atende à finalidade para a qual ele está sendo utilizado, seja na fabricação de pro-
dutos, seja na prestação de serviços. Por exemplo, as especificações indicam se uma
determinada bitola1 de condutor é adequada à corrente de uma dada aplicação.
2 Retrabalho Mas, além dos requisitos e das especificações, existem outros conceitos que
merecem nossa atenção, pois nos ajudam a entender melhor como a qualidade
Situação na qual após
a conclusão do serviço está diretamente relacionada com o nosso trabalho. Veja no quadro a seguir quais
um componente ou são esses conceitos, suas definições e como afetam nosso dia a dia, como eletricis-
equipamento precisa sofrer
intervenções para atender ta, na empresa onde atuamos. São eles:
às funções para as quais foi
projetado.
Compara a eficácia obtida Processos com baixa eficiência até podem ser
Eficiência com os recursos utiliza- eficazes, porém, comparativamente, têm altos
dos. custos.
Atualmente, dois dos maiores desafios das organizações são garantir a prefe-
rência dos clientes por seus produtos e serviços e assegurar a eficiência dos seus
processos. Para tanto, os Sistemas de Gestão de Qualidade3 (SGQ) são aliados im-
portantes, já que apresentam um conjunto de metodologias e ferramentas que
contribuem para o alcance e a manutenção dos objetivos da qualidade.
Os Sistemas de Gestão da Qualidade se destinam a impulsionar e estruturar
mudanças para a melhoria contínua das empresas e, desse modo, contribuir para
a permanência delas nos mercados onde já atuam e, algumas vezes, para a con-
quista de novos mercados.
Para tanto, devemos pensar em qualidade sob três aspectos:
a) qualidade dos produtos: refere-se à busca de um desempenho com au-
sência de falhas, à manutenção de preço adequado, à disponibilidade para
atendimento e à boa qualidade de serviços associados (assistência técnica,
suporte, treinamento);
2 quALIdAde
19
Mas você pode estar se perguntando: "De que maneira o meu trabalho como
eletricista de redes pode contribuir para a conquista e manutenção dos clientes
da organização na qual atuo ou atuarei?"
Para responder a essa questão, imagine-se como eletricista de uma conces-
sionária de energia, responsável pela manutenção das redes elétricas e dos equi-
pamentos instalados. Como profissional responsável que você é, sabe que o seu
trabalho tem influência direta sobre os serviços prestados, pois caso a manuten-
ção realizada não atenda aos padrões de qualidade, poderá gerar problemas no
fornecimento de energia, comprometendo sua imagem profissional perante a
empresa e a da empresa perante os clientes.
A NBR ISO 9000 define oito princípios de gestão da qualidade que devem
ser seguidos pelas organizações, independentemente de elas terem ou não a cer-
tificação ISO. Vejamos a seguir quais são esses princípios.
a) Foco no cliente: se os clientes são a razão de existir da empresa, convém
que esta busque determinar e atender necessidades atuais e futuras das
pessoas e, sempre que possível, exceder as expectativas dos clientes. Esse
princípio destaca a importância das relações entre os clientes e a organiza-
ção. Se a qualidade é julgada pelo cliente, todas as características específi-
cas dos produtos e serviços devem adicionar valor ao produto e contribuir
para determinar a preferência do consumidor. Essa questão se constitui,
portanto, no principal foco do sistema de gestão.
b) Liderança: o ponto de partida para a implantação de um programa de me-
lhoria da qualidade em uma empresa é a intervenção da liderança e da alta
direção, estabelecendo rumos e se empenhando pessoalmente, através da
participação efetiva, dando o exemplo aos colaboradores na busca pelo
cumprimento dos objetivos da organização.
2 qualidade
21
Foco no
cliente
Melhoria Envolvimento
contínua das pessoas
Benefícios Sistema de
mútuos na
relação com Gestão da Liderança
fornecedores Qualidade
Abordagem Abordagem
factual para de
tomada de processo
decisões Abordagem
sistêmica
para gestão
Atividades
Entradas do
Saídas
processo
Demanda por
profissional
(entrada)
Perfil Profissional
Divulgação
das vagas
Currículos
Seleção dos
candidatos
Candidatos
Entrevistas
Contratados
(saída)
CASOS E RELATOS
Recapitulando
Neste capítulo, você viu que qualidade é um conceito amplo, pois com-
preende dimensões próprias do objeto e particulares a cada pessoa. As-
sim, o que significa qualidade para uma pessoa não necessariamente é o
mesmo para outra.
Você também estudou que as empresas têm buscado a qualidade dos
produtos para melhor atender às necessidades dos clientes, os quais são
o motivo da existência das organizações.
Também foram abordados neste capítulo os conceitos de qualidade dos
produtos, processos de produção e serviços que têm sido desenvolvidos
pelas empresas, inclusive na área de redes de distribuição de energia elé-
trica, assim como a importância da gestão da qualidade no dia a dia das
organizações.
Após estes estudos, esperamos que você, toda vez que for prestar um
serviço, reflita sobre a importância do trabalho bem feito para garantir a
satisfação do cliente e, assim, promover uma imagem profissional positi-
va e a boa imagem da empresa na qual trabalha ou trabalhará.
2 qualidade
27
Anotações:
Segurança e saúde no trabalho
Uma antiga superstição diz que, ao passarmos debaixo de uma escada, algo de ruim nos
acontecerá. Se no alto da escada estiver uma pessoa, haverá realmente uma grande chance de
acontecer um acidente, ou seja, estaremos sujeitos a riscos. Um deles seria o de ser atingido por
algum objeto que caia do alto da escada.
Podemos afirmar que no exercício de qualquer profissão sempre existem riscos em maior
ou menor proporção, tanto para quem desempenha a atividade como para quem compartilha
espaços comuns com o executor da tarefa.
Por isso, abordaremos neste capítulo* aspectos importantes referentes à saúde e à segu-
rança para aqueles que trabalham em redes de distribuição de energia elétrica. Tais aspectos
são um conjunto de indicações e medidas a serem observadas para minimizar os acidentes de
trabalho e as doenças ocupacionais, bem como para proteger a integridade física e psíquica
dos profissionais. Também trataremos de algumas doenças ocupacionais que podem afetar as
pessoas que atuam nesta área.
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar:
a) condições de segurança no trabalho para execução dos serviços;
b) riscos inerentes à construção de redes de distribuição aérea de energia;
c) riscos nos serviços em eletricidade.
Iniciaremos com os riscos no trabalho. Vamos lá?
* Este capítulo foi extraído e adaptado do capítulo 4 do livro: SENAI DN. Qualidade, saúde, meio ambiente e
segurança no trabalho. Brasília: SENAI DN, 2012. (Série Eletroeletrônica).
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
30
Para efeito de cadastro de acidentes do trabalho pela empresa, uma das princi-
pais referências é a norma NBR 14280:2001 - Cadastro de acidente do trabalho
- Procedimento e classificação que, nos subtópicos do item 2.8 define as possí-
veis causas do acidente como sendo:
• 2.8.1 fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao com-
portamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática
do ato inseguro.
• 2.8.2 ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segu-
rança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente.
• 2.8.3 condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição
do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.
Cabe ressaltar que o item 2.8.3 condição ambiente de insegurança equivale
à condição insegura, denominação ainda presente na maior parte da literatura
sobre segurança do trabalho.
Veja a seguir exemplos de situações que ilustram condições e atos inseguros.
Você deve conhecer pessoas que têm o hábito de ligar vários equipamentos
em uma única tomada, como mostra a figura seguinte. Pois bem, isso pode causar
aquecimento e até iniciar um incêndio. Imagine se bem próximo dessa ligação
inadequada houvesse uma cortina. Isso facilitaria a propagação de chamas. Nesse
3 SegurAnÇA e SAÚde nO trABALHO
31
caso, temos: o ato inseguro da pessoa que fez essas ligações, a condição insegura
de conexão elétrica e a proximidade da cortina.
a) o acidente ligado à atividade que, embora não tenha sido a causa única,
tenha contribuído diretamente para a morte do segurado ou para a perda
ou redução da capacidade para o trabalho, ou ainda que tenha produzido
lesão que exija atenção médica para a recuperação;
b) o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em con-
sequência de:
• ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou com-
panheiro de trabalho;
• ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada com o trabalho;
• ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
• ato de pessoa privada do uso da razão;
• desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes
de força maior;
c) a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercí-
cio da atividade;
d) o acidente ocorrido, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execu-
ção de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade ou anuência da
empresa;
e) o acidente sofrido no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veícu-
lo de propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou altera-
ção de percurso por motivo alheio ao trabalho.
Imagine que você tenha sido contratado para ser o artilheiro de um time de
futebol. A sua função será atacar o adversário no intuito de fazer o gol. Por outro
lado os adversários que estão na defesa farão de tudo para detê-lo, e eles têm
fama de “quebra-canela”. Quais medidas de segurança você tomará para se prote-
ger? Logicamente você utilizará alguns equipamentos, como caneleira, chuteira,
faixas e cocheira, que ajudarão na proteção individual.
No caso de um eletricista em redes de distribuição de energia elétrica, todo
cuidado deve ser tomado, pois as tarefas que você irá executar estão sujeitas a
vários riscos de acidentes. Assim como o artilheiro do time de futebol, um eletri-
cista também necessita de equipamentos de uso individual que protejam a saúde
e a integridade física. Esses equipamentos são chamados de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) e, para cada atividade, você, no exercício da profissão,
precisará dessa proteção.
Para que você tenha a dimensão da importância do uso dos EPIs, a legislação
trabalhista, segundo a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, em seu artigo
158, parágrafo único, determina, com relação ao uso desses equipamentos forne-
cidos pela empresa, que “constitui ato faltoso do empregado a recusa injustifica-
da de seu uso”.
Já o artigo 166 da mesma Lei define que
Agora que você já viu como a legislação é rigorosa com relação ao uso dos
EPIs e sabe que as atividades realizadas pelo eletricista de redes de distribuição
de energia elétrica envolvem riscos importantes, veja, no quadro a seguir, alguns
dos muitos equipamentos que você utilizará para realizar suas tarefas diárias na
empresa.
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
36
Capacete de segurança
Protetores auriculares
Luvas de borracha BT
Fita refletiva
Cone de sinalização
3 Segurança e saúde no trabalho
39
Bastão sinalizador
Aterramentos temporários
1 Material Dielétrico
3.5 TESTES DE EPIs e EPCs
Isolante elétrico que
somente sob a ação de Para detectarmos possíveis rupturas ou fugas de correntes acima das especifi-
um campo elétrico acima
do seu limite de isolação cadas pelo fabricante, todos os materiais que têm a função de isolantes elétricos
permitirá uma descarga devem ser submetidos a testes em laboratório, denominados testes de rigidez
elétrica.
dielétrica. Existem prazos máximos definidos para a realização desses testes, que
variam de acordo com o equipamento. Veja no quadro a seguir.
Mantenha-se sempre atento e focado na ativi- As distrações são a causa de uma grande parte
dade que está realizando. dos acidentes.
Respeite os riscos, pois, se ocorrer um acidente, Muitos acidentes ocorrem por displicência de
pode ser o último da sua vida. funcionários que se julgam muito experientes.
Sempre que possível desfrute de uma boa noite O cansaço gera a distração, que pode causar
de sono. acidentes.
Caso esteja doente, avise a seu supervisor e Você pode não estar apto a realizar suas tarefas
procure um médico. com segurança.
Agora que você já sabe quais são suas atribuições com relação à segurança no
trabalho, passe para o próximo tópico e atente para a divisão de responsabilida-
des em uma equipe.
Funções Responsabilidades
CASOS E RELATOS
Esse caso pode parecer um exagero, mas é verídico. É importante reforçar que são
muitos os acidentes com descarga elétrica que resultam em morte e deles podemos
tirar a seguinte lição: cada atividade exige o uso de um conjunto de EPIs que não
pode ser substituído pelo conhecimento que você venha a ter sobre os riscos em
serviços com eletricidade. Um choque elétrico pode ocorrer num piscar de olhos,
por isso, fique sempre atento e use os EPIs adequados às atividades que irá realizar.
Desde o início deste capítulo, estamos tratando das ações que podem minimi-
zar/eliminar os riscos de acidentes nas empresas e destacamos a importância da
prevenção quando o assunto é saúde ou segurança.
Porém, diante de tantas informações, você pode estar se perguntando:
a) Como zelar pelas condições de saúde e segurança na empresa e ainda ter
tempo para trabalhar?
b) Quem deve capacitar os funcionários quanto aos procedimentos de segu-
rança da empresa?
Essas tarefas ficam a cargo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), regulamentada pela NR 5.
Os cipeiros, como são chamados os membros da CIPA, são trabalhadores da
empresa que, além de cumprir suas funções, devem observar as condições de
saúde e segurança e orientar os colegas sobre os procedimentos adequados.
Eles são reconhecidos, normalmente, por usar um bóton verde, semelhante ao
apresentado na figura a seguir.
C I PA
SE
G UR A N Ç A
Figura 10 - Símbolo da CIPA
Fonte: SENAI (2013)
3 Segurança e saúde no trabalho
45
Recapitulando
Anotações:
riscos nos serviços em eletricidade
Observe a figura 12 para entender o que queremos dizer com relação ao per-
curso da corrente elétrica pelo corpo humano e os pontos atingidos. Repare que
esse percurso pode ou não passar através do coração, o que, na maior parte dos
casos, pode causar uma parada cardiorrespiratória1.
Fonte: SENAI DN. Instalação de sistemas elétricos prediais. Brasília: SENAI DN, 2013. (Série Eletroeletrônica).
2 Massa As descargas elétricas podem ser provocadas por fontes não controladas,
como os raios provenientes de descargas atmosféricas, mas grande parte dos aci-
Em instalações elétricas,
refere-se ao conjunto dentes poderia ser evitada com a adoção de medidas de proteção adequadas.
das partes metálicas
não destinadas a Os acidentes com pessoas que executam serviços em eletricidade muitas ve-
conduzir corrente e
eletricamente isoladas zes são decorrentes da falta de informação adequada, de habilidade ou de treina-
dos pontos energizados, mento no uso de equipamentos e no controle de riscos. Não são raras as situações
tais como invólucros de
equipamentos elétricos. em que pessoas tentam efetuar tarefas sem o devido preparo e sofrem acidentes
graves.
3 Capacitor
Para evitar situações de risco, é importante que você conheça as causas e os
tipos de choque elétrico, bem como as medidas de proteção. Acompanhe!
Conjunto de condutores
elétricos, geralmente
com formato de placas
(armaduras), isolados entre
si por meio de materiais 4.1.1 Causas do choque elétrico
isolantes (dielétricos),
que têm como função
armazenar cargas O choque elétrico pode ocorrer devido a dois tipos de causas: diretas e indiretas.
elétricas. Seu princípio de
funcionamento baseia-se Causas diretas são aquelas decorrentes do contato direto resultante do toque
na formação de um campo
eletrostático entre suas
acidental de uma parte do corpo com um componente energizado de um equi-
armaduras. Os capacitores pamento ou da instalação ou por contato indireto resultante do toque de uma
são muito utilizados
em instalações elétricas parte do corpo com uma massa2 energizada.
industriais no controle de
perturbações ocorridas na Causas indiretas são definidas através dos fenômenos listados a seguir.
rede elétrica pelo uso de
componentes indutivos a) Indução eletromagnética: fenômeno que se apresenta em um corpo ex-
(motores, transformadores
etc.) e em equipamentos posto a um campo magnético variável, gerando uma tensão elétrica indu-
eletrônicos. zida. Em locais onde existem tensões com valores elevados, como subesta-
ções de energia, os riscos resultantes de tensões induzidas são controlados
por meio do aterramento dos componentes.
b) Eletricidade estática: fenômeno que ocorre em um corpo exposto a um
acúmulo de cargas, originando uma tensão elétrica. Em locais onde há
grande acúmulo de cargas, como superfícies metálicas, os riscos de choque
elétrico podem ser controlados por meio de aterramento.
c) Descargas atmosféricas: fenômeno que se apresenta por diferenças de
potenciais atmosféricos, gerando uma descarga elétrica entre dois ou mais
pontos, conhecida como raio. Pode ocorrer entre as nuvens e entre elas e
um ponto da superfície da terra. Ao atingir pessoas ou animais, os riscos
resultantes dessas descargas são incalculáveis; podem causar queimaduras
e até a morte.
4 rISCOS nOS SerVIÇOS eM eLetrICIdAde
53
tensão de toque
+ + + +
Tensão de toque
+
É produzida pelo contato + +
acidental de uma parte do + +
+ +
corpo com um ponto ener- + +
gizado de um equipamento + +
+ +
ou da instalação.
-
- -
- - - -
Tensão de toque
Tensão de passo
É a diferença de potencial descarga elétrica
(tensão) existente entre os
membros inferiores de uma
pessoa ou de um animal, a
qual pode ser desencadeada
por descargas atmosféricas
ou contatos acidentais de
partes energizadas da rede tensão de passo
elétrica com a terra. Quando
uma corrente elétrica de alta
intensidade é descarregada
na terra, ocorre um aumento
da tensão em torno do pon-
∆V
to onde houve a descarga,
resultando na distribuição
dessa tensão pelo solo.
Caso uma pessoa ou um
animal esteja próximo a esse
∆V
ponto, uma tensão poderá
ser estabelecida entre seus
membros inferiores. Tensão de passo
O arco elétrico (ou arco voltaico) é um fenômeno de alto risco que também
precisamos conhecer e controlar através da adoção de algumas medidas. Ele
ocorre todas as vezes que houver a passagem de corrente elétrica pelo ar ou por
outro meio isolante, por exemplo, óleo ou graxa.
4 Riscos nos serviços em eletricidade
55
5 Load Buster (LB) O arco elétrico conhecido também como centelha pode causar queimaduras
e quedas graves ao atingir uma pessoa ou um animal. Sua temperatura é tão alta
É uma ferramenta de
interrupção de carga, que pode destruir os tecidos do corpo e gerar explosões.
leve e de fácil manuseio.
Ela traz a capacidade A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende
de seccionamento sob
carga para sistemas de da energia liberada pelo arco, da distância que separa as pessoas do local e do
distribuição aérea de até tipo de roupa que utilizam. Esses fatores afetam diretamente a chance de sobre-
34,5 kV e 600 A nominais ou
900 A máximos. vivência da vítima.
As mais sérias queimaduras por arco voltaico envolvem a queima da roupa da
vítima pelo calor produzido. Tempos relativamente longos (de 30 a 60 segundos) de
queima contínua de uma roupa de uso comum aumentam tanto o grau da queima-
dura quanto a área total atingida no corpo. Além disso, as partículas incandescentes
desprendidas pelo arco, ao atingir os olhos, podem levar à perda da visão.
Portanto, todo cuidado é pouco para evitar a abertura de arco através do
operador.
Até aqui estudamos como os arcos elétricos podem ser provocados, partindo
de suas fontes geradoras, porém é importante saber como evitá-los. Acompanhe
a explicação a seguir.
Em muitos dos casos em que conhecemos a fonte geradora, podemos adotar
medidas de controle do arco elétrico diferenciadas, tais como:
a) desenergização do circuito;
b) utilização de EPIs adequados;
c) utilização de equipamento destinado à extinção do arco elétrico – Load
Buster (LB)5;
d) execução de procedimentos de segurança.
CASOS E RELATOS
ELETROÍMÃ
prego
bateria alfinetes
fio de cobre
chave
Observe que existe uma bobina, construída com o fio de cobre enrolado so-
bre um núcleo metálico (prego) e alimentada por uma fonte (bateria). A bobina,
quando percorrida pela corrente elétrica, gera um campo magnético, que atrai os
alfinetes. Se abrirmos a chave, não haverá mais corrente elétrica, cessando a ação
do campo magnético, portanto os alfinetes não são mais atraídos.
Os campos eletromagnéticos também podem ter efeitos prejudiciais sobre
aqueles que trabalham com eletricidade. Por isso, abordaremos alguns conceitos
importantes para que você entenda como eles ocorrem. Vejamos dois deles.
O campo elétrico provoca a formação de uma carga sobre a superfície da
pele, enquanto o campo magnético causa fluxo de correntes circulando em todo
corpo. Normalmente esses efeitos não são prejudiciais às pessoas, mas quando
muito intensos, podem provocar disfunções em implantes eletrônicos (marca-
passos e dosadores de insulina) e a circulação de correntes em próteses metálicas,
podendo resultar em aquecimento intenso e acarretar lesões internas.
Outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser parti-
cularmente importante quando há diferentes circuitos próximos uns dos outros,
pois a passagem da corrente alternada em condutores gera um campo eletro-
magnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores próxi-
mos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito dese-
nergizado se ele estiver próximo a outro circuito energizado.
4 Riscos nos serviços em eletricidade
59
Por isso é fundamental que, além de desligar o circuito no qual irá trabalhar,
você confira, com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de ten-
são), se o circuito está efetivamente desenergizado.
6 Higrômetro Além disso, para trabalhar em andaimes, o trabalhador deve estar de cinturão
de segurança do tipo paraquedista em alturas iguais ou superiores a 2 metros.
Instrumento utilizado
para medir a umidade O trabalho realizado em alturas, quando requer o manuseio de escadas, tam-
existente nos gases,
mais especificamente bém exige cuidados especiais. Acompanhe!
na atmosfera. Tem uso
principal em estudos
relacionados com o clima
e em situações nas quais
a presença de umidade 4.4.2 Manuseio de escadas
excessiva ou abaixo do
normal pode provocar
danos, por exemplo, em As escadas utilizadas pelo eletricista devem sempre ser inspecionadas visu-
laboratórios.
almente antes do uso, a fim de verificar se apresentam rachaduras, degraus com
jogo ou soltos, corda desajustada, montantes descolados. Se houver qualquer ir-
regularidade, deve ser entregue ao superior imediato para reparo ou troca.
Para garantir sua segurança, atente para outros cuidados que devem ser to-
mados ao utilizar escada.
a) Manuseie-a com luvas.
b) Limpe a sola do calçado antes de utilizá-la.
c) Ao atravessar vias públicas, conduza-a paralelamente ao meio-fio.
d) Ao transportá-la em veículos, coloque-a com cuidado nas gavetas ou nos
ganchos-suportes, devidamente amarrada.
e) Ao subir ou descer, conserve-se de frente para ela, segurando firmemente
os montantes.
f ) Trabalhe somente depois de certificar-se de que ela está firmemente amar-
rada.
g) Utilize o cinto de segurança e mantenha os pés apoiados sobre os degraus.
7 Linhas elétricas de A incidência de raios é maior em solos que são maus condutores do que em
sinais
solos condutores de eletricidade. Em solos maus condutores, com a presença de
Linhas por onde trafegam nuvens carregadas, por indução concentram-se no terreno cargas elétricas. Por
sinais eletrônicos, que exemplo, a nuvem funciona como placa negativa, o solo como placa positiva e
podem ser sinais de
telecomunicações, de o ar, naturalmente úmido e às vezes ionizado, serve como um isolante de baixo
intercâmbio de dados, de
controle, de automação etc. poder dielétrico, propiciando assim a ocorrência de raios que podem atingir a
rede elétrica.
8 Dispositivos de
Proteção contra
Surtos (DPS)
Dispositivos utilizados
nas instalações elétricas
com a finalidade de
proteger os equipamentos
eletroeletrônicos contra
perturbações que possam
ocorrer na rede elétrica
decorrentes de descargas
atmosféricas ou de
manobras realizadas pelas
empresas fornecedoras
de energia. Seu uso está
previsto na NBR 5410.
4.5 Aterramento
De acordo com a NBR 5410, toda edificação deve dispor de uma infraestrutu-
ra de aterramento, incluindo haste de aterramento, sendo admitidas as seguin-
tes opções:
a) armaduras do concreto das fundações;
b) fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no con-
creto das fundações;
c) malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, que cubram a área da
edificação e sejam complementadas, quando necessário, por hastes verti-
cais e/ou cabos dispostos radialmente (pés de galinha);
d) anel metálico enterrado, que circunde o perímetro da edificação e seja
complementado, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dis-
postos radialmente (pés de galinha).
4 Riscos nos serviços em eletricidade
65
Esquema TN
Quadro 9 - Esquema TN
Variações de
esquema TN
Condição Representação
L1
As funções de neutro e de L2
L3
proteção são combinadas em PEN PE
Esquema N
um único condutor, em um de-
TN-C-S
terminado trecho do circuito, e
são separadas posteriormente. aterramento da massas massas
alimentação
L1
L2
As funções de neutro e de L3
PEN
proteção são combinadas em
Esquema TN-C
um único condutor, em todo o
circuito.
aterramento da massas massas
alimentação
-L1
-PEN
Esquema TT
L1
L2
L3
N
PE
L1
L2
L3
N
PE PE
massas massas
aterramento da
alimentação
Figura 20 - Esquema TT
Fonte: SENAI-SP (2013)
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
68
Esquema IT
Todas as partes vivas da rede de alimentação são isoladas da terra ou, então,
um ponto da alimentação é aterrado através de uma impedância9. As massas da
instalação são aterradas, observando-se as seguintes possibilidades:
a) massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da rede de alimenta-
ção, caso exista;
b) massas aterradas em eletrodos de aterramento próprios, por não haver
eletrodo de aterramento da rede de alimentação ou porque o eletrodo de
aterramento das massas é independente do eletrodo de aterramento da
rede de alimentação.
O neutro pode, ou não, ser distribuído, conforme você pode observar no qua-
dro seguinte.
4 Riscos nos serviços em eletricidade
69
Situação Representação
L1
L2
L3
massas
L1
L2
L3
impedância
aterramento da massas
alimentação
L1
L2
L3
N
Com massas aterradas em eletro-
dos separados e independentes
PE PE
do eletrodo de aterramento da
rede de alimentação impedância
massas massas
aterramento da
alimentação
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
70
L1
L2
L3
N
Com massas coletivamente ater-
radas em eletrodo independente
do eletrodo de aterramento da PE
rede de alimentação impedância
L1
L2
L3
N
1⁰ TETRAEDRO Veja o tetraedro1⁰ do fogo, formado pelos quatro elementos que o alimentam.
Sólido geométrico ou
poliedro de quatro faces, calor
sendo que cada uma delas
forma um triângulo.
combustível comburente
reação
em cadeia
Figura 22 - Tetraedro do fogo
Fonte: SENAI-SP (2013)
Método Característica
APARAS DE PAPEL
Materiais sólidos
A MADEIRAS
O método de
como tecidos, ma-
resfriamento é o
deira, papel e fibras.
mais comum. Ocasio-
Queimam na super-
Classe A nalmente, usa-se o
fície e em profundi-
método de abafa-
dade e deixam, após
mento através de
a queima, resíduos,
jato pulverizado.
brasas e cinzas.
Triângulo verde com a letra “A” no meio.
LÍQUIDOS
B INFLAMÁVEIS
Líquidos e produtos
inflamáveis como
gasolina, graxa,
Método de abafa-
Classe B óleo, verniz, tinta.
mento.
Queimam somente
na superfície e não
deixam resíduos.
Quadrado vermelho com a letra “B” no
meio.
EQUIPAMENTOS
C ELÉTRICOS
Equipamentos
elétricos energizados Desligamento do
como transforma- quadro de força e
Classe C
dores, motores, fios, uso de extintor de
quadros de dis- incêndio específico.
tribuição.
METAIS
D COMBUSTÍVEIS
Elementos pirofóri-
cos como magnésio, Método de abafa-
Classe D
zircônio, titânio, mento.
entre outros.
A projeção dos agentes contra o fogo é feita por meio de um jato proveniente
do equipamento ou da instalação e tem a finalidade de:
a) proteger a pessoa, mantendo-a a distância do foco do incêndio;
b) alcançar o fogo nas mais desfavoráveis condições;
c) facilitar a distribuição gradativa e propícia do agente contra o fogo;
d) propiciar a penetração do agente contra o fogo no foco do incêndio.
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
76
A extinção por espuma foi muito usada no passado e está em desuso, porém
ainda é adotada em algumas situações. A espuma é formada pela mistura de
água, líquido gerador de espuma (LGE) e ar. Deve possuir baixa densidade, para
que flutue sobre os líquidos inflamáveis. O principal fator extintor do fogo é o
abafamento, porém, devido à liberação de água, a espuma atua também por res-
friamento.
CASOS E RELATOS
Recapitulando
Anotações:
Meio ambiente
Neste capítulo*, você estudará as questões ligadas ao meio ambiente, desde as mais sim-
ples ações até aquelas que envolverão o seu dia a dia como eletricista em RDA.
Atualmente, há uma grande preocupação com o uso consciente dos recursos naturais –
água, petróleo e seus refinos, solo – e outros aspectos da interação humana com o meio am-
biente. Essa preocupação deve fazer parte do nosso cotidiano, em todas as atividades que re-
alizamos. Por isso, mais do que fornecer informações para que você possa conhecer o correto
descarte de resíduos, o objetivo deste capítulo é refletir sobre a relação harmoniosa que deve-
mos ter com o meio ambiente.
Sabemos que as questões sobre meio ambiente têm sido bastante discutidas, pesquisadas e
divulgadas. Muitos projetos, em esferas restritas e mais amplas, são voltados à conscientização
das pessoas para a mudança de atitudes e hábitos, pois há consenso de que as ações humanas
influenciam fortemente na preservação do nosso planeta.
Quantas vezes, por exemplo, você já viu pessoas jogarem tocos de cigarro no chão? Essa
atitude tão comum, muitas vezes praticada por aqueles que se dizem preocupados com a pre-
servação do meio ambiente, certamente prejudica a natureza. Você sabe quanto tempo um
filtro de cigarro leva para se dissolver? Em torno de cinco anos.
Por isso, neste capítulo iniciaremos com a apresentação de aspectos e impactos ambientais
da ação humana. Um dos principais aspectos ambientais gerados em nossas residências e em-
presas de que trataremos é o lixo.
Abordaremos também a geração e destinação de resíduos, incluindo aqueles relativos às
atividades profissionais do eletricista em RDA.
Em seguida, ampliaremos a discussão com temas como ecossistema e globalização dos
problemas ambientais, racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia, tec-
nologias limpas e uso de recursos renováveis, ressaltando a importância de adotarmos ações
voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Vamos iniciar?
* Os tópicos 5.1, 5.11 e 5.12 foram extraídos e adaptados do capítulo 5 do livro: SENAI DN. Qualidade, saúde,
meio ambiente e segurança no trabalho. Brasília: SENAI DN, 2012. (Série Eletroeletrônica).
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
82
Para que você possa avaliar o quanto suas ações do dia a dia
afetam o meio ambiente, acesse o site <http://www.pegada-
SAIBA ecologica.org.br/> e calcule suas pegadas ecológicas1. Nesse
MAIS site, você também pode encontrar informações importantes
sobre a preservação do meio ambiente e dicas para adotar
atitudes ecologicamente corretas.
Observe que os coletores são coloridos. Essas cores costumam seguir uma pa-
dronização relacionada ao material de destinação, quais sejam:
a) coletor azul: destinado ao descarte de papéis;
b) coletor vermelho: indicado para o descarte de plásticos;
c) coletor verde: destinado ao descarte de vidros;
d) coletor amarelo: indicado para o descarte de metais.
5 Meio ambiente
85
2 Resíduos reativos
Elementos instáveis ou
capazes de gerar misturas
perigosas quando em
contato com água ou outra
substância comum ao meio
onde são empregados. Um
exemplo são os derivados
de enxofre, que são
combustíveis e contaminam
o solo e a água.
3 Resíduos patogênicos
Elementos capazes de
contaminar pessoas,
fazendo-as adoecer,
como agulhas e seringas
utilizadas em hospitais e Figura 26 - Nas embalagens reutilizadas, cuidado com o conteúdo original
centros de saúde. Fonte: Dreamstime (2013)
Segundo a periculosidade:
a) resíduos perigosos (como óleo e lâmpadas fluorescentes);
b) resíduos não perigosos (como restos de plástico, papel e metais).
Os resíduos perigosos (classe I) são os inflamáveis, corrosivos, reativos2, tóxi-
cos ou patogênicos3.
Os resíduos não perigosos (classe II) se subdividem em inertes (classe II B) e
não inertes (classe II A).
Um exemplo de resíduo inerte é o entulho gerado nos processos de construção,
reforma e demolição; outro exemplo é o alumínio. Esses elementos são denomi-
nados inertes pois somente ocupam espaço, não reagindo com o meio ambiente.
Os resíduos não inertes, apesar de classificados como não perigosos, podem re-
agir com o meio ambiente, tornando-se combustíveis, biodegradáveis ou solúveis
em água. Por isso, devemos tratá-los de forma especial, para não gerarem impac-
tos ambientais como a contaminação de fontes ou cursos de água ou a combus-
tão, caso ocorra um incêndio. Um exemplo de resíduo não inerte é o enxofre, que
contribui para a ocorrência de chuva ácida e contamina cursos e fontes de água.
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
88
O PCB, mais conhecido como ascarel, é um composto químico que foi utilizado
em grande escala na composição de óleo isolante para equipamentos elétricos,
tais como capacitores, transformadores e religadores.
Em longo prazo, o contato com o ascarel pode causar problemas de saúde a
seres humanos, animais, plantas e meio ambiente, por isso sua utilização foi proi-
bida há alguns anos.
Porém, como na rede de distribuição de energia elétrica existem muitos equi-
pamentos antigos instalados e em operação, estes podem conter ascarel. Por isso,
todos os equipamentos fabricados antes de 1983, quando retirados da rede, de-
vem ser classificados como suspeitos ou com ascarel. Caso essa situação ocorra
no exercício de sua atividade, comunique o seu responsável direto, para que ele
providencie a execução de procedimentos corretos para o descarte do óleo.
Após inspecionar o óleo, o equipamento deve ser identificado com uma tarje-
ta como as que seguem, a fim de indicar aqueles que contêm ascarel, aqueles em
que há suspeita da presença desse elemento e aqueles que são biodegradáveis
(ou seja, não contêm ascarel). Veja exemplos de identificação.
Veja, no próximo quadro, quais são os materiais que compõem esse kit.
Material Características
Manta para absorção Esta manta tem um alto grau de absorção de substâncias líquidas,
de substâncias líquidas por isso se recomenda a não reutilização para outras substâncias.
Das várias atividades que o eletricista em RDA e seu auxiliar executam, uma
delas é a poda de galhos, ramos de árvores ou vegetações diversas.
As concessionárias de energia elétrica têm autorização para podar a vegetação
que esteja interferindo direta ou indiretamente na rede de distribuição aérea.
5 Meio ambiente
91
A motosserra é uma das máquinas mais utilizadas na zona rural e urbana para
corte de árvore ou supressão de troncos.
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
92
Figura 30 - Motosserra
Fonte: 123RF (2013)
Ecossistema pode ser definido como um sistema composto pelos seres vivos
e pelo local onde eles vivem. Esse sistema inclui componentes não vivos, como
os minerais, as pedras, o clima, a luz solar etc. e todas as relações destes com o
meio e entre si.
Os ecossistemas, em condições naturais, encontram-se em equilíbrio dinâmi-
co, quer dizer, com entradas e saídas equilibradas de matéria e energia. Porém,
quando ocorrem interferências como, por exemplo, a ação humana, pode haver o
aumento ou diminuição da matéria e energia, provocando desequilíbrio.
A espécie humana é a única capaz de alterar de forma drástica as condições
ambientais, causando desequilíbrio. Portanto, se quisermos conviver em harmo-
nia com outras espécies do nosso planeta, precisamos refletir sobre isso e planejar
nossas ações de forma a preservar o equilíbrio e evitar os impactos ambientais.
Para que você entenda melhor a amplitude dos impactos ambientais e o modo
como atingem o planeta de forma global, basta fazer uma revisão das notícias
publicadas pela imprensa mundial nos últimos tempos sobre ocorrências de de-
sastres ambientais.
Entre esses desastres, vamos destacar o acidente nuclear ocorrido, em 2011,
na Usina de Fukushima, no Japão, no qual foi constatado que as correntes maríti-
mas se encarregaram de levar a locais distantes as partículas tóxicas que caíram,
inicialmente, no Oceano Pacífico.
quALIdAde, SAÚde, MeIO AMBIente e SegurAnÇA nOS SerVIÇOS de eLetrICIdAde
94
Ikata (3)
Sendai (2)
4 Tecnologia mais limpa Precisamos proteger o nosso planeta de modo a torná-lo sustentável, ou seja,
precisamos interagir com o mundo preservando o meio ambiente, para garantir a
É a aplicação contínua de
uma estratégia integrada qualidade de vida das gerações futuras. Isso significa dizer que devemos fazer as
de prevenção ambiental escolhas certas. Veja o que queremos dizer com isso no tópico a seguir.
a processos, produtos
e serviços, visando ao
aumento da eficiência da
produção e à redução dos
riscos para o homem e o
meio ambiente.
5.3 CONSUMO CONSCIENTE DOS RECURSOS NATURAIS E DAS FONTES DE
ENERGIA
oceanos (salgada)
geleiras (congelada)
Ações para reduzir o consumo de água e energia nas empresas podem envol-
ver mudanças nos processos produtivos, como a compra ou adoção de máquinas
e equipamentos mais eficientes, além da definição de políticas que alertem os
funcionários sobre o problema.
Em decorrência da preocupação com o consumo de energia dos equipamen-
tos, inúmeros produtos fabricados no Brasil já possuem a Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia, a qual classifica o consumo de energia em sete faixas de
eficiência energética. A faixa A é a mais eficiente e a G, a menos eficiente. Obser-
vando essas etiquetas, você sabe qual o nível de consumo de energia do equipa-
mento que está utilizando. Essa informação tem se mostrado valiosa no momento
de aquisição de novos equipamentos, pois, com ela, é possível optar por produtos
que consomem menos energia.
Energia (Elétrica)
REFRIGERADOR
Modelo/tensão(V) DW42X/127V
Mais eficiente
A
B
A
C
D
E
F
G
Menos eficiente
Figura 34 - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, que mostra a eficiência energética de um equipamento
Fonte: Eletrobras (2013)
5 Meio ambiente
99
Ao final deste tópico, você já deve ter concluído que precisamos utilizar os
recursos naturais de forma mais eficiente e que atitudes simples, como fechar a
torneira ou desligar máquinas e equipamentos quando não estão sendo utiliza-
dos, ajudam a evitar o desperdício e prevenir prejuízos para a empresa, para você
mesmo e para o meio ambiente.
CASOS E RELATOS
Para finalizar, reforçamos que os descartes de resíduos devem sempre ser reali-
zados de forma apropriada para que não prejudiquem o sistema ecológico.
Qualidade, Saúde, meio ambiente e segurança nos serviços de eletricidade
100
Recapitulando
Anotações:
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
______. NBR ISO 9000:2005: sistemas de gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de
Janeiro: ABNT, 2005.
______. NBR ISO 9001:2008: sistemas de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT,
2009.
______. NBR ISO 14001: sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de
Janeiro: ABNT, 2004.
AES ELETROPAULO. Manual de construção e manutenção em redes de distribuição aérea. São
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BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao.htm>. Acesso em: maio 2012.
______. Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Consolidação das leis do trabalho. Rio de
Janeiro, 2008.
______. Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios da
Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF.
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Comunicação de Acidente do Trabalho. Disponível em: <http://www.mps.gov.br/arquivos/
office/4_101112-101538-142.pdf>. Acesso em: jan. 2013.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6: equipamento de proteção individual (EPI). Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2011.
______. ______. NR 9: programa de prevenção de riscos ambientais. Brasília: Ministério do Trabalho
e Emprego, 1994.
______. ______. NR 10: segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília: Ministério do
Trabalho e Emprego, 2004.
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do Trabalho e Emprego, 2010.
______. ______. NR 33: segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. Brasília: Ministério
do Trabalho e Emprego, 2006.
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FUNDACENTRO. Material de apoio no setor elétrico: segurança em instalações e serviços em
eletricidade: NR 10. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: nov. 2012.
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Instruções técnicas 2011: decreto estadual nº
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RADIAÇÃO liberada em Fukushima circulou por todo o planeta. Veja, 17 nov. 2011. Disponível em:
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SENAI DN. Instalação de sistemas elétricos prediais. Brasília: SENAI DN, 2013. (Série
Eletroeletrônica).
______ . Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança no trabalho. Brasília: SENAI DN, 2012.
(Série Eletroeletrônica).
______. Riscos elétricos, prevenção e combate a incêndios: apostila. Brasília: SENAI DN, 2007.
VERGARA, Sylvia Constant. (Org.). Gestão da qualidade. São Paulo: FGV, 2011. (Coleção Gestão
Empresarial).
MINICURRÍCULO Do AUTOR
B
Bitola 16
C
Capacitor 52
D
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) 62
E
Equipotencialização 54, 65, 68
H
Higrômetro 60
I
Impedância 68
L
Linhas elétricas de sinais 64
Load Buster (LB) 56, 58
M
Massa 52, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70
Material dielétrico 40
P
Parada cardiorrespiratória 50, 51
Pegadas ecológicas 82
R
Resíduos patogênicos 86
Resíduos reativos 86
Retrabalho 18, 21, 25
S
Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) 18
T
Tecnologia mais limpa 96
Tetraedro 72
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Cleber de Paula
Revisão Técnica
Karina Silveira
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico