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SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 3
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 3
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 3
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Instalações elétricas / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial,
Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI
DN, 2013.
4v. 100 p.: il. (Série Construção Civil,v.3)
ISBN 978-85-7519-763-9
1. Instalações elétricas. 2. Construção Civil. 3. Qualificação em
Eletricista instalador Residencial. I. Serviço Nacional de Aprendizagem.
Departamento Regional da Bahia. II. Instalações Elétricas. III. Série
Construção Civil.

CDU: 696

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Disjuntores.......................................................................................................................................................18
Figura 2 - Disjuntor térmico .........................................................................................................................................19
Figura 3 - Partes do disjuntor - vista lateral interna..............................................................................................19
Figura 4 - Disjuntores.......................................................................................................................................................20
Figura 5 - Disjuntor motor.............................................................................................................................................21
Figura 6 - Disjuntor diferencial residual bipolar e tetrapolar............................................................................22
Figura 7 - Disjuntor DR....................................................................................................................................................22
Figura 8 - Disjuntor DR bipolar e tetrapolar............................................................................................................23
Figura 9 - Fusível tipo rolha com base.......................................................................................................................24
Figura 10 - Fusível cartucho e base............................................................................................................................25
Figura 11 - Fusível tipo D com seus componentes ..............................................................................................26
Figura 12 - Fusível NH e seus componentes............................................................................................................27
Figura 13 - Dispositivo de proteção contra furto..................................................................................................31
Figura 14 - DPS monofásico..........................................................................................................................................32
Figura 15 - Esquema de ligação de DPS....................................................................................................................35
Figura 16 - DPS próximo ao medidor.........................................................................................................................37
Figura 17 - DPS próximo ao quadro de distribuição............................................................................................37
Figura 18 - Equipamento sem aterramento............................................................................................................41
Figura 19 - Equipamento com aterramento............................................................................................................42
Figura 20 - Malha de aterramento..............................................................................................................................44
Figura 21 - Aterramento com neutro e proteção juntos.....................................................................................45
Figura 22 - Esquema TN-S..............................................................................................................................................47
Figura 23 - Esquema TN-C..............................................................................................................................................47
Figura 24 - Esquema TN-C-S..........................................................................................................................................47
Figura 25 - Esquema TT...................................................................................................................................................48
Figura 26 - Esquema IT....................................................................................................................................................49
Figura 27 - Haste de aço de cobre...............................................................................................................................50
Figura 28 - Ligação aterramento com haste...........................................................................................................50
Figura 29 - Malha...............................................................................................................................................................51
Figura 30 - Estrutura metálica e aterramento.........................................................................................................52
Figura 31 - Inspeção.........................................................................................................................................................58
Figura 32 - Choque de mão a mão.............................................................................................................................60
Figura 33 - Efeitos da corrente elétrica......................................................................................................................61
Figura 34 - Planejamento de atividade.....................................................................................................................64
Figura 35 - Análise preliminar de risco......................................................................................................................65
Figura 36 - Má postura do eletricista........................................................................................................................66
Figura 37 - Equipamentos para carga........................................................................................................................67
Figura 38 - Levantamento de carga............................................................................................................................67
Figura 39 - EPI’s básicos...................................................................................................................................................69
Figura 40 - EPI - Equipamento de proteção individual........................................................................................70
Figura 41 - Capacete........................................................................................................................................................71
Figura 42 - Óculos de segurança................................................................................................................................72
Figura 43 - Luvas................................................................................................................................................................73
Figura 44 - Escada.............................................................................................................................................................74
Figura 45 - Cinto de paraquedista...............................................................................................................................75
Figura 46 - Proteção dos pés.........................................................................................................................................76
Figura 47 - Meio ambiente.............................................................................................................................................81
Figura 48 - Descarte de resíduos.................................................................................................................................83
Figura 49 - Hidrelétrica e mineração..........................................................................................................................84
Figura 50 - Emissão de poluentes urbanos..............................................................................................................85
Figura 51 - Atividade agrícola.......................................................................................................................................86

Tabela 1 - Tensão de impulso suportável em função da tensão nominal......................................................33


Tabela 2 - Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação.......................................34
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Proteção das instalações elétricas............................................................................................................................17


2.1 Disjuntores......................................................................................................................................................18
2.1.1 Disjuntores térmicos.................................................................................................................18
2.2 Dispositivos diferencial residual (DR)....................................................................................................21
2.3 Fusíveis.............................................................................................................................................................23
2.3.1 Fusível tipo rolha........................................................................................................................24
2.3.2 Fusível tipo cartucho................................................................................................................25
2.3.3 Fusível tipo diametral (Diazed).............................................................................................25
2.3.4 Fusível tipo NH............................................................................................................................26

3 Dispositivos de proteção contra surtos..................................................................................................................31

4 Ligação à terra (aterramento).....................................................................................................................................41

5 Segurança do trabalho.................................................................................................................................................57
5.1 Prevenção de acidentes.............................................................................................................................58
5.2 Causa de acidentes......................................................................................................................................61
5.3 Análise preliminar de risco........................................................................................................................63
5.4 Ergonomia......................................................................................................................................................65
5.5 Equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC)......................................................68

6 Meio ambiente.................................................................................................................................................................81
6.1 Gestão ambiental.........................................................................................................................................82
6.2 Descarte de resíduos...................................................................................................................................82
6.3 Impactos ambientais...................................................................................................................................84
6.3.1 Três tipos de impactos ambientais......................................................................................84
6.4 Normalização.................................................................................................................................................86

Referências

Minicurrículo do autor

Índice
Introdução

Sejam bem-vindos ao universo das Edificações com o curso de Qualificação Profissional em


Eletricista Instalador Residencial que tem como objetivo formar profissionais capazes de exe-
cutar instalações elétricas, utilizando ferramentas e equipamentos adequados, além de pro-
porcionar o desenvolvimento de uma visão geral do sistema elétrico da edificação.
Durante o processo de aprendizagem, o aluno será capacitado a interpretar projetos, pla-
nejar e elaborar orçamento, executar instalações elétricas, realizar manutenção, utilizar os
materiais e equipamentos conforme normas, noções de segurança e meio ambiente, além de
desenvolver uma consciência social focado no ambiente organizacional no qual será inserido.
O nosso curso se dará pelo estudo do livro Instalações Elétricas que é divido em 04 volumes.
Neste terceiro volume, abordaremos informações importantíssimas sobre as maneiras de tra-
balhar as instalações elétricas, dispositivos de proteção contra surtos, segurança do trabalho,
aterramento e meio ambiente.
De forma integrada, desenvolveremos também as capacidades sociais, organizativas e me-
todológicas necessárias, adequadas às diferentes situações profissionais, favorecendo uma
base consistente para a construção das competências específicas, conforme descritas abaixo:

CAPACIDADES TÉCNICAS:
a) manusear instrumentos e ferramentas típicas da área de instalações elétricas de baixa
tensão residenciais;
b) utilizar equipamentos de proteção individual;
c) descartar materiais de acordo com normas ambientais;
d) transportar materiais, considerando normas de segurança, de saúde e recomendações
do fabricante;
e) locar as instalações elétricas a serem executadas;
f) realizar manutenção em instalações elétricas residenciais.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
14

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS:


a) desenvolver consciência prevencionista em relação a saúde, segurança e
meio ambiente;
b) trabalhar em equipe;
c) ser metódico;
d) ser detalhista;
e) ser organizado;
f) manter relacionamento interpessoal;
g) ter visão sistêmica;
h) ser analítico;
i) ser responsável.
Os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias, para o alcance do
objetivo desta qualificação, serão apreendidos através dos conteúdos apresenta-
dos nos capítulos que abordam a execução das instalações elétricas em edifica-
ções conforme projetos, normas técnicas vigentes e procedimentos específicos,
planejando o trabalho de forma limpa e organizada, assegurando o desenvolvi-
mento do processo de execução das obras dentro dos prazos, com segurança,
qualidade, economia e respeito ao meio ambiente.

Siga em frente e bons estudos!


1 INTRODUÇÃO
15

Anotações:
Proteção das instalações elétricas

Proteção é um dos itens mais importantes numa instalação elétrica, pois seu principal ob-
jetivo é garantir que os equipamentos existentes funcionem dentro dos padrões determina-
dos pelo fabricante, e que a instalação esteja preparada para qualquer anormalidade que por
ventura possa acontecer. Existem dispositivos para diversas possíveis anormalidades. Cabe ao
projetista identificá-las e dimensioná-las, e ao eletricista conhecer suas características e saber
montá-las.
Todos os condutores vivos de um circuito devem ser protegidos contra as sobrecargas e
os curtos-circuitos, por um ou mais dispositivos de proteção que promovam sua interrupção
quando ocorre uma dessas condições anormais.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
18

1 DISJUNTOR 2.1 DISJUNTORES


TERMOMAGNÉTICO:
São os dispositivos de manobra e proteção, capazes de garantir o funciona-
São disjuntores que
possuem duas formas mento do circuito em condições normais, e interromper quando houver correntes
de atuação em proteção,
sendo proteção térmica e em condições anormais, tais como as de curto-circuito e/ou sobrecarga. Existem
magnética. Uma protege vários tipos de disjuntores, os mais usuais em instalações elétricas residenciais
contra sobrecorrente e
a outra curto-circuito, são descritos abaixo.
respectivamente.

Figura 1 - Disjuntores
Fonte: SENAI, 2013.

2.1.1 DISJUNTORES TÉRMICOS

Disjuntores térmicos são dispositivos que têm objetivo de interromper a pas-


sagem de corrente, sendo constituído por lâminas metálicas com coeficientes de
dilatação térmica diferentes (latão e aço), soldados. A dilatação em tempos dife-
rentes produz um aquecimento devido corrente elétrica acima do valor nomi-
nal determinado pelo fabricante, o que pode provocar abertura do disjuntor em
tempos diferentes, isso porque a dilatação desigual das lâminas determina que as
mesmas se curvem e desliguem o dispositivo. Alguns fabricantes de disjuntores
permitem ajustes em função da temperatura ambiente. Além dos bimetálicos, os
disjuntores podem também possuir relés magnéticos (bobinas de abertura), que
atuam mecanicamente, desligando o disjuntor quando a corrente é intensa e de
curta duração, como em casos de curto-circuito.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
19

Figura 2 - Disjuntor térmico


Fonte: SENAI, 2013.

As correntes de curto-circuito se caracterizam por possuir valores extrema-


mente elevados, da ordem de 1.000 a 10.000% da corrente nominal (In) do circui-
to. São provenientes de falhas ou defeitos graves das instalações, tais como:
a) falha ou rompimento da isolação entre fase e terra;
b) falha ou rompimento da isolação entre fase e neutro;
c) falha ou rompimento da isolação entre fases distintas.
Dessa forma, o disjuntor substitui com vantagem o fusível, pois não é danifi-
cado ao abrir um circuito em caso de curto-circuito, bem como substitui o relé
térmico em casos de sobrecarga . Conheça, na figura que segue, as partes de um
disjuntor:

Figura 3 - Partes do disjuntor - vista lateral interna


Fonte: ENSINANDO ELETRICA, 2013.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
20

2 CORRENTE NOMINAL: Os disjuntores termomagnéticos1 existentes no mercado podem ser encontra-


dos para instalações monofásicas, bifásicas e trifásicas, ou seja, para residências
É a corrente mais alta
que um dispositivo pode com uma, duas ou três fases em sua alimentação.
conduzir continuamente
dentro da faixa de
temperatura determinada
pelo fabricante, após
ensaios.

Figura 4 - Disjuntores
Fonte: SENAI, 2013.

Os disjuntores termomagnéticos somente devem ser li-


FIQUE gados aos condutores fase dos circuitos, para evitar que
ALERTA durante alguma manutenção o eletricista esteja exposto a
choques.

O disjuntor apresenta uma capacidade de corrente, chamada “nominal2”, para


a qual ele foi calibrado; entretanto, essa corrente nominal somente é válida para
o disjuntor frio, isto é, trabalhando ao ar livre, enquanto o calor produzido nos
contatos e no mecanismo de disparo se mantém baixo.
As correntes de sobrecarga são caracterizadas pelos seguintes fatores:
a) quando correntes superiores à corrente nominal (até 10 x in) são provoca-
das no circuito;
b) quando se utiliza fora dos padrões estabelecidos pelo fabricante, ou seja,
acima de suas capacidades nominais.
Pode acontecer desligar um disjuntor, juntamente com outros numa caixa de
distribuição, devido ao calor desenvolvido pelo conjunto, proveniente da falta de
ventilação e do efeito térmico produzido pela passagem de corrente, desligar um
ou mais disjuntores da respectiva caixa, sem mesmo haver sobrecarga. Por isso,
recomenda-se que os disjuntores trabalhem com folga, ou seja, o circuito não
deve ultrapassar 70% da capacidade de corrente nominal do disjuntor.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
21

As sobrecargas são extremamente prejudiciais ao siste-


VOCÊ ma elétrico, pois produzem efeitos térmicos altamente
SABIA? danosos aos circuitos que vão desde o mau funciona-
mento até a queima do equipamento.

Atualmente, o disjuntor, pela sua confiabilidade, custo, além do tempo de


montagem, vem sendo substituído pelo conjunto fusível, contator e relé, o qual
abordaremos mais adiante, para ligação de motores. Contudo, deve-se deixar
claro que para atender estas necessidades os fabricantes adaptaram o disjuntor
tradicional, criando, assim, o Disjuntor motor:

Figura 5 - Disjuntor motor


Fonte: SENAI, 2013.

A diferença entre os disjuntores térmicos e termo-


magnéticos e o disjuntor motor é que no segundo são
VOCÊ considerados a corrente de partida do motor (que é da
SABIA? ordem de 4 a 8 vezes a corrente nominal), não desligan-
do-o quando são acionados, e possuem regulagem de
corrente nominal.

2.2 DISPOSITIVOS DIFERENCIAL RESIDUAL (DR)

Os Dispositivos Diferencial Residual (DR) são equipamentos de seccionamento


mecânico destinados à abertura dos próprios contatos quando ocorre uma cor-
rente indesejada à terra, ou seja, correntes que são produzidas normalmente por
falhas de isolamento e que expõem as pessoas a choques. Tais dispositivos po-
dem ser interruptores ou disjuntores.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
22

Figura 6 - Disjuntor diferencial residual bipolar e tetrapolar


Fonte: SENAI, 2013.

Os interruptores DR seccionam o circuito apenas quando existe corrente de


fuga, não protegendo o circuito contra sobrecorrentes e faltas. Já os disjuntores
DR são dispositivos de seccionamento mecânico destinados a desligarem quan-
do ocorre uma sobrecarga, curto-circuito ou corrente de fuga à terra. Na verdade,
eles possuem duas funções:
a) proteger contra efeitos nocivos causados por choques elétricos. É uma pro-
teção eficaz contra fugas de corrente, evita incêndios causados por instala-
ções elétricas defeituosas, protege a vida humana e os animais domésticos;
b) ser um vigia constante da instalação elétrica, pois são de fácil instalação no
quadro elétrico.

Figura 7 - Disjuntor DR
Fonte: SENAI, 2013.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
23

Indicado como meio de proteção contra contatos diretos e indiretos pela nor-
ma brasileira (NBR 5410). Pelo seu alto desempenho mecânico, pode ser usado
como chave geral do quadro elétrico. Outros modelos de menor capacidade de
corrente são adequados para proteção de áreas específicas, tais como: quartos
de crianças, cozinhas, lavanderias, garagens e áreas úmidas em geral, pois atuam
em até 30 milissegundos, com uma corrente de fuga máxima de 30 miliampéres.

VOCÊ A instalação do DR também permite uma economia de


energia, pois ao desligar o circuito em caso de fuga,
SABIA? elimina as possibilidades de correntes indesejadas.

Os DR’s são encontrados no mercado em diversas especificações, atendendo


a instalações monofásicas, bifásicas ou trifásicas. Portanto, eles podem ser mono-
polar, bipolar ou tetrapolar, ou seja, significa que existem um, dois ou mais entra-
das para ligações elétricas com as redes, e podem ser de alta e baixa sensibilidade.
Os dispositivos monopolares, bipolares e tetrapolares são utilizados em insta-
lações monofásicas, bifásicas, trifásicas, respectivamente; uma fase mais um neu-
tro, duas fases mais um neutro, três fases mais um neutro.

Figura 8 - Disjuntor DR bipolar e tetrapolar


Fonte: SENAI, 2013.

2.3 FUSÍVEIS

Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper o circuito em


casos de curto circuito. Estes elementos de proteção atuam através da fusão de
um filamento instalado entre dois polos, que se interrompem quando a corrente
elétrica excede um valor estabelecido num determinado intervalo de tempo.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
24

Em condições normais, faz com que o circuito onde está instalado opere nor-
malmente, sem qualquer interferência em suas características. Mas, quando há
elevação do valor da corrente nominal de funcionamento, ocorre um aumento
rápido de temperatura no seu elemento fusível até que ocorra a sua fusão, seccio-
nando o circuito após determinado tempo. Existem diversos tipos de fusíveis, po-
rém apresentaremos os mais usados em instalações residenciais a partir de agora.

2.3.1 FUSÍVEL TIPO ROLHA

São fusíveis de baixa tensão onde um dos contatos é uma peça roscada, que
se fixa na parte roscada da base, da mesma forma que uma lâmpada roscada no
soquete. A norma que certifica estes tipos de fusíveis é a NBR 5113, NBR 5117 e a
NBR 6280.
Este fusível entrou em desuso por conta das mudanças dos padrões de ali-
mentação de entradas das residências. Atualmente, é muito difícil encontrar no
mercado.

SAIBA As Normas, NBR 5113, NBR 6280, da Associação Brasileira de


Normas Técnicas – ABNT, são referentes a fusíveis, para obter
MAIS maiores informações é só visitar o site: www.abnt.org.br.

Figura 9 - Fusível tipo rolha com base


Fonte: SENAI, 2013.

O maior motivador para este tipo de fusível deixar de ser usado é a segurança,
pois as partes vivas, ou seja, partes energizadas ficam expostas, o que permite um
contato acidental.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
25

2.3.2 FUSÍVEL TIPO CARTUCHO

É um fusível de baixa tensão feito com material isolante, o mais comum pape-
lão, com contatos nas extremidades sendo metálica. Normalmente, utilizado em
circuitos de iluminação e força. Tem como capacidade de corrente valores que
variam de 10 a 100 ampéres e como tensão máxima de trabalho de 250 Volts.

Figura 10 - Fusível cartucho e base


Fonte: SENAI, 2013.

Ainda bastante utilizado em instalações elétricas, mas sendo naturalmente


substituídos por disjuntores.

2.3.3 FUSÍVEL TIPO DIAMETRAL (DIAZED)

O fusível diametral, que teve seu nome popularizado como diazed, é um dis-
positivo que pode ser de ação rápida ou ação retardada. Os de ação rápida, usa-
dos para iluminação e carga resistivas, atuam com valores abaixo de décimos de
segundo. Enquanto que os de ação retardada servem para proteger motores, por
causa da elevação da corrente dos mesmos na hora da partida.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
26

Figura 11 - Fusível tipo D com seus componentes


Fonte: SENAI, 2013.

Os fusíveis tipos D – Diazed são usados em larga escala e os mais usados popu-
larmente. Estes fusíveis veem acompanhados de diversos acessórios como:
a) base – serve para fixar o fusível no quadro ou painel;
b) parafuso de ajuste – tem como principal objetivo impedir que, ao serem
substituídos, sejam colocados fusíveis de valores maiores. existem vários ta-
manhos e cores que são correlacionados com a corrente nominal;
c) anel – evita o contato acidental do eletricista com partes metálicas;
d) tampa – tem o objetivo de fixar o fusível na base, possui parte visível para
identificar quando a queima;
e) extrator do parafuso de ajuste – este dispositivo tem o objetivo de permitir
a retirada do parafuso sem risco de choque.

2.3.4 FUSÍVEL TIPO NH

Os fusíveis tipo NH são muito parecidos aos Diazed. A diferença existe apenas
na capacidade de corrente e encapsulamento. Esta capacidade de corrente varia
de 6 a 1000 ampéres, ou seja, bem maior que o Diazed.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
27

Figura 12 - Fusível NH e seus componentes


Fonte: SENAI, 2013.

A utilização de fusíveis NH em instalações residenciais não é comum por ser


robusto. É mais utilizado para proteção de cargas grandes. Além de permitir par-
tes vivas expostas, seu manuseio exige cuidados extras por parte do eletricista.

CASOS E RELATOS

A proteção certa nos circuitos residenciais


Sr. José, eletricista experiente, foi contratado para fazer uma manutenção
elétrica na residência de Sr. Nozinho. Ao chegar na casa de Seu Nozinho,
José preferiu ouvir todas as suas necessidades, para daí emitir uma opinião.
Era assim que ele agia sempre, não gostava de surpresas, pois acreditava
que poderia causar prejuízos.
Então Sr. Nozinho começou a descrever o serviço, que parecia simples, rápi-
do e barato. Seria apenas resolver o problema do chuveiro novo, pois sem-
pre que era ligado, desligava a energia da casa toda. Então Sr. José analisou
a situação e propôs o seguinte:
Fazer atualização das instalações elétricas de acordo com os novos padrões,
pois a proteção geral era feita com fusíveis tipo rolha.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
28

De acordo com Sr. José, a proteção da instalação é um dos itens mais im-
portantes, e que o serviço não poderia ser apenas uma troca de fusíveis
por disjuntores termomagnéticos. Teria que instalar um DR, que protege
as pessoas contra choque, um DPS, que protege a instalação contra surtos
elétricos e o fusível teria que ser substituído por um disjuntor que garanti-
ria proteção não só contra curto circuito, mas também contra sobrecarga.

RECAPITULANDO

Neste capitulo, foram abordados os principais equipamentos de proteção


dos circuitos elétricos residenciais e prediais. Foram listados os principais
disjuntores (disjuntor termomagnético, disjuntor motor, disjuntor diferen-
cial residual) e suas respectivas características mecânicas e elétricas e sua
utilização, considerando a importância do dimensionamento para uma
aplicação correta. Além destes dispositivos de proteção citados anterio-
mente, citamos a importância dos fusíveis, que mesmo não sendo usado
corriqueiramente nas instalações elétricas residenciais e prediais, apresen-
tam um grau de proteção satisfatório, contudo o eletricista deve considerar
os diversos aspectos na hora de optar pelo seu uso. Foi abordado que o
fusível dimensionado deve ser baseado nos aspectos do equipamento do
qual se quer proteger, ou seja, se for um motor, o fusível apresenta uma
especificação, caso seja equipamento com características de resistência, o
fusivel a ser considerado é diferente do anterior. Por isso, o eletricista re-
sidencial ao especificar um sistema de proteção deve observar as cargas
existentes na instalação elétrica, para daí escolher o melhor sistema de pro-
teção.
2 PROTEÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
29

Anotações:
Dispositivos de proteção
contra surtos

O Brasil é um país que a incidência de descargas atmosféricas, ou seja, raios, é muito grande,
acarretando constantes prejuízos a equipamentos e aparelhos elétricos e eletrônicos. Mesmo
com a existência de proteção dos para-raios, a queda de um deles gera um campo eletromag-
nético que se espalha por toda área, principalmente pelas redes elétricas. A rede de distribui-
ção de energia elétrica de uma cidade ao ser atingida por essa descarga acaba produzindo
uma rápida elevação de tensão, ou sobretensão transitória, também chamado de “surtos”.
O DPS é um Dispositivo de Proteção contra Surtos elétricos, picos de tensão e descargas
elétricas causadas por raios. Pode ser instalado próximo do quadro do medidor de energia da
concessionária, na entrada da residência ou no quadro intermediário de distribuição parcial da
residência. Esta instalação é feita normalmente nas áreas de serviço ou cozinhas, dependendo
das suas características.

Figura 13 - Dispositivo de Proteção contra surto


Fonte: SENAI, 2013.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
32

Um dos problemas mais comuns causados por descar-


VOCÊ gas atmosféricas ou manobras de circuito é a queima de
SABIA? equipamentos eletrônicos como computadores, TVs e
aparelhos de fax, por exemplo.

Figura 14 - DPS monofásico


Fonte: SENAI, 2013.

Os DPS devem atender as Normas Técnicas e são selecionados com base nas
seguintes características:
a) níveis de proteção - É o maior valor de tensão apresentado pelo DPS entre
seus terminais durante atuação, sem provocar prejuízos. Logo, é tensão que
ele “deixa passar”;
b) máxima tensão (Uc) de operação contínua - É o maior valor de tensão que
pode ser aplicado ao DPS, em regime contínuo, sem atuar. A NBR 5410 es-
tabelece que o valor de Uc deva ser maior do que a tensão nominal de ins-
talação;
c) suportabilidade a sobretensões temporárias - É o valor máximo de tensão
que o DPS é capaz de interromper, sem causar prejuízo;
d) corrente nominal (In) de descarga e/ou corrente de impulso - Válida apenas
DPS classe II, e também serve para indicar a vida útil em função da quanti-
dade de surtos que ele deve suportar com esse valor de corrente nominal;
e) suportabilidade à corrente de curto-circuito - É o valor máximo da corrente
de curto -circuito que o DPS é capaz de interromper, sem dano para a insta-
lação.
3 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS
33

Quando há mais de um tipo de DPS instalado em uma residência, em função


dos níveis de proteção que se deseja garantir, utilizamos a coordenação entre
DPS de tal forma que os mais sensíveis não tenham comprometido seu funciona-
mento por um surto mais elevado do que sua capacidade de escoamento.
Os componentes existentes na instalação devem ser considerados de forma
que o valor nominal da tensão de impulso suportável não seja inferior àqueles
indicados na tabela. Veja um exemplo:

Tabela 1 - Tensão de impulso suportável em função da tensão nominal


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004. (Adaptado).

O DPS desvia para o aterramento a corrente acima dos


valores ideais de funcionamento da rede elétrica, são
VOCÊ divididos em classes de acordo com o grau de proteção/
SABIA? risco: classe I descarga atmosférica direta, classe II para
descarga atmosférica indireta e classe III para pequenos
surtos e variações na rede.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
34

Tabela 2 - Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004. (Adaptado).

Para especificar o DPS adequado é importante descobrir a suportabilidade a


surtos elétricos de cada equipamento. Deve-se seguir a seguinte regra:

Tensão residual < V impulso do aparelho = Aparelho protegido

O DPS limita o surto elétrico a uma tensão residual. Porém, nem todas as ins-
talações residências utilizam o Sistema de Proteção para Descargas Atmosféricas
(SDPA). Dessa forma, tem-se uma proteção média com um DPS classe II, as quais
estão especificadas até 20kA para proteção contra sobretensões. Os DPS`s classe
II são dimensionados para proteção contra os efeitos das descargas indiretas. São
mais utilizados em residências, na proteção de descargas indiretas. Portanto, nes-
te caso, o DPS deve ser instalado no Ramal de Entrada de energia e/ou no Quadro
de Distribuição Primária.
Os DPS especificados para o Ramal de Entrada de Energia de cada imóvel de-
vem ser trifásicos da Classe I e com Categoria de suportabilidade de surto IV.

Os produtos com suportabilidade a impulsos categoria II são


produtos destinados a serem conectados à instalação elé-
trica fixa da edificação. São, essencialmente, equipamentos
de utilização como aparelhos eletrodomésticos, aparelhos
eletroprofissionais, ferramentas portáteis e cargas análogas.
Os produtos com suportabilidade a impulsos categoria I tam-
bém são destinados a serem conectados a uma instalação fixa
de edificação, mas providos de alguma proteção específica,
que se assume externa ao equipamento — e situada, portanto,
3 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS
35

em algum ponto da instalação fixa ou entre a instalação fixa e


o produto, limitando as sobretensões transitórias a um nível
especificado. (ABNT, 2004, p. 204).

Para instalações com carga superior a 75kW, ou seja, quando existe uma uni-
dade transformadora na instalação, não serão abordados neste módulo, pois,
nosso objetivo é instalação residencial.
Deve-se considerar também o esquema de aterramento utilizado na instala-
ção, pois pode alterar a especificação do DPS:

Figura 15 - Esquema de ligação de DPS


Fonte: ABNT, 2004. (Adaptado).
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
36

Nota
a) a ligação ao BEP (barramento de equipotencialização principal) ou à barra
PE depende de onde, exatamente, os DPS serão instalados e de como o BEP
é implementado, na prática. Assim, a ligação será no BEP quando:
- o BEP se situar adiante do quadro de distribuição principal (com o BEP
localizado, como deve ser, nas proximidades imediatas do ponto de en-
trada da linha na edificação) e os DPS forem instalados então junto do
BEP, e não no quadro;
- os DPS forem instalados no quadro de distribuição principal da edifica-
ção e a barra PE do quadro acumular a função de BEP.
b) por consequência, a ligação será na barra PE, propriamente dita, quando os
DPS forem instalados no quadro de distribuição e a barra PE do quadro não
acumular a função de BEP;
c) a hipótese configura um esquema que entra TN C e que prossegue instala-
ção adentro TN C, ou que entra TN C e em seguida passa a TN S (aliás, como
requer a regra geral de 5.4.3.6). O neutro de entrada, necessariamente PEN,
deve ser aterrado no BEP, direta ou indiretamente. A passagem do esquema
TN C a TN S, com a separação do condutor PEN de chegada em condutor
neutro e condutor PE, seria feita no quadro de distribuição principal (global-
mente, o esquema é TN-C-S);
d) a hipótese configura três possibilidades de esquema de aterramento: TT
(com neutro), IT com neutro e linha que entra na edificação já em esquema
TN S.
Há situações em que um dos dois esquemas se torna obrigatório, como a do
caso relacionado na alínea b) de 6.3.5.2.6 que trata da Proteção contra choques
elétricos e compatibilidade entre os DPS e dispositivos DR. (ABNT, 2004).
Os modelos de DPS para uso em área urbanas em instalações predial, normal-
mente são de 10 a 40 kA x 200 a 400 volts, ou seja, desviam pelo aterramento os
picos de tensão a partir de 200 volts e possuem a capacidade de corrente elétrica
de 10.000 a 40.000 amperes. Se a corrente eletrica máxima for ultrapassada, ele
será destruído e deverá ser substituído por um novo.
Nas figuras 16 e 17, são apresentados como exemplo a instalação do DPS no
medidor geral e o outro no quadro parcial.
3 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS
37

Figura 16 - DPS próximo ao medidor


Fonte: SENAI, 2013.

Figura 17 - DPS próximo ao quadro de distribuição


Fonte: SENAI, 2013.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
38

O DPS também atua de maneira silenciosa, pois nenhum estabilizador de ten-


são consegue garantir estabilidade aos picos de tensão devido a velocidade do
raio. Este deverá ser instalado individualmente em cada Fase (1 para residências
monofásicas, 2 para residências bifásicas e 3 para residências trifásicas).

As quatro categorias indicadas na Tabela 2 (I, II, III e IV) repre-


SAIBA sentam suportabilidades crescentes nessa ordem. Você pode
MAIS encontrar mais informações lendo a NBR 5410: 2004 – Insta-
lações Elétricas em Baixa Tensão.

Ao instalar o DPS, os equipamentos, instrumentos, etc, estarão protegidos au-


tomática e silenciosamente e sem interrupção do fornecimento de energia elé-
trica.

CASOS E RELATOS

Os raios e as instalações elétricas residenciais


Joélio mora numa residência em que ele demorou cinco anos para cons-
truir, e instalar tudo aquilo que tinha direito. Não economizou, fez piscina,
sauna e colocou até um campinho de futebol, pois gostava de jogar bola
nos finais de semana. Este ano ele passou por um dissabor: simplesmente
viu seus equipamentos eletrônicos, micro-ondas, televisão, computador,
depurador e seu ar condicionado, queimarem em função de um raio que
caiu na rede elétrica. Tudo aconteceu depois de uma chuva torrencial, uma
tempestade que Joélio não via há muito tempo. Os relâmpagos ilumina-
vam toda a piscina, a área externa, o que fazia parecer dia. Sem saber o que
fazer e com prejuízo grande, pensou como resolveria o problema.
Joélio procurou um eletricista que depois de avaliar o prejuízo disse que
o melhor seria instalar um sistema de para-raios e complementar com um
DPS. Assim que instalasse não teria mais este tipo de prejuízo.
3 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS
39

RECAPITULANDO

Neste capítulo, foi apresentado o dipositivo de proteção chamado de dis-


positivo de proteção contra surto o DPS, suas características, utilização e
importância da sua utilização nas instalações elétricas. Sendo considerados
suas principais funções e suas possíveis ligações observando a dependência
do esquema de aterramento, as especificações técnicas apresentadas pelos
fabricantes. Mostramos que devemos considerar que a NBR 5410:2004 traz
recomendações de uso deste dispositivo para todas as instalações elétricas
em baixa tensão.
Ligação à terra (aterramento)

O aterramento é muito importante, porém frequentemente negligenciado. O condutor


terra funciona como um caminho de fuga para picos de tensão provenientes da rede elétri-
ca. A eletricidade sempre encontra caminho mais fácil para seguir. O condutor terra cria esta
possibilidade, permitindo que a eletricidade percorra um caminho mais fácil, deixando todo o
equipamento e as pessoas protegidos.
O aterramento em instalação elétrica residencial tem sido alvo de discussão há alguns anos
devido à quantidade de acidentes ocorridos, causando, assim, prejuízos financeiros com a quei-
ma de aparelho, ou, até mesmo, danos físicos às pessoas expostas aos efeitos da eletricidade.
A recomendação para a instalação de aterramento foi evidenciado na reformulação de NBR
5410 – Instalações em Baixa Tensão, em 1991, e desde então tem-se observado a importância
do aterramento. Com a melhora do poder de compra do brasileiro e a redução do preço dos
produtos, a quantidade de eletrodomésticos e eletroeletrônicos nas residências tem aumenta-
do significativamente, o que cada vez mais expõe os usuários aos riscos da eletricidade. Logo,
o aterramento é a solução mais eficaz.

Figura 18 - Equipamento sem aterramento


Fonte: EBAH, 2013. (Adaptado).
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
42

O aterramento é nada mais que uma ligação elétrica intencional do equipa-


mento à terra, onde o valor de resistência é considerado importante, porque
quanto mais próximo de zero, melhor o aterramento, ou seja, mais segura é esta
instalação. Veja as especificações na figura que segue:

Figura 19 - Equipamento com aterramento


Fonte: ENSINANDO ELETRICA, 2011. (Adaptado).

Se essa ligação é feita diretamente, sem a interposição de qualquer impedân-


cia medida da capacidade de um circuito de resistir ao fluxo da corrente elétrica
quando se aplica uma tensão nos seus terminais (ou resistência) falamos em ater-
ramento direto.
Se, ao contrário, entre o condutor e a terra insere-se uma impedância, dizemos
que o aterramento é não direto.
Existem dois tipos de aterramento numa instalação:
a) aterramento funcional que consiste na ligação à terra de um dos condutores
do sistema (geralmente o neutro), com o objetivo de garantir o funciona-
mento correto, seguro e confiável da instalação;
b) aterramento de proteção que consiste na ligação à terra das massas e dos
elementos condutores estranhos à instalação, com o único objetivo de pro-
porcionar proteção contra contatos indiretos.
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
43

Para conhecer um pouco mais sobre aterramento, leia o ma-


SAIBA nual: PROCOBRE. Aterramento elétrico.
MAIS Disponível em: <http://procobre.org/pt/media-center/
biblioteca/?did=634>. Acesso em: 15 Jul. 2014.

O aterramento funcional tem objetivo de garantir o perfeito funcionamento


do sistema, fazendo com que os dispositivos de proteção e controle existentes na
instalação funcionem dentro do especificado no projeto contra:
a) surtos em linhas de força, provocado por atividades realizadas pelas distri-
buidoras de energia;
b) surtos em linhas de transmissão de dados, existentes através da comunica-
ção de instrumentos da distribuidora;
c) descargas atmosféricas;
d) segurança contra choques elétricos, gerados por falhas de isolamentos;
e) curtos-circuitos fase a terra, provocada por falhas no sistema de distribuição
de energia.
Algumas vezes são realizados aterramentos “conjuntos”, ou seja, ao mesmo
tempo, funcionais e de proteção.
Os aterramentos são feitos com hastes de aterramento, que vão permitir o
contato direto com a terra. Estes podem ser também: perfis, barras, cabos nus,
fitas, etc. O termo “eletrodo” refere-se sempre ao condutor ou ao conjunto de
condutores que estarão enfiados no solo, e, portanto, pode ser desde uma sim-
ples haste isolante até uma complexa “malha” de aterramento, constituída pela
associação de hastes com cabos. Em qualquer tipo de prédio deve existir um “sis-
tema de terra” que é composto de equipamentos e dispositivos que fazem parte
do circuito de aterramento constituído por:
a) eletrodo de aterramento – condutor ou conjunto de condutores em con-
tato íntimo com o solo e que garante(m) uma ligação elétrica com ele;
b) eletrodos de aterramento eletricamente distintos (independentes) –
eletrodos de aterramento suficientemente distantes uns dos outros para
que a corrente máxima suscetível de ser escoada por um deles não modifi-
que sensivelmente o potencial dos outros;
c) condutor de proteção (PE) - condutor prescrito em certas medidas de pro-
teção contra os choques elétricos e destinado a ligar eletricamente:
–– massa - são os elementos condutores que não são energizados, mas que po-
dem, por problemas de isolação, energizar-se e, assim, provocar um choque
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
44

ao manter em contatos diretamente parte metálicas de aparelhos eletrodo-


mésticos ou a carcaça do equipamento;
–– elementos condutores estranhos à instalação – pode ser qualquer material
condutor que não faz parte do sistema de aterramento;
–– eletrodos de aterramento principal – são as hastes de aço revestidas de co-
bre. Pontos de alimentação ligados à terra são os pontos onde serão conec-
tados os equipamentos utilizados na instalação.

Figura 20 - Malha de aterramento


Fonte: SENAI, 2013.

d) condutor PEN – condutor ligado à terra garantindo ao mesmo tempo as


funções de condutor de proteção e de condutor neutro; a designação PEN
resulta da combinação PE (condutor de proteção) + N (de neutro); o condu-
tor PEN é considerado um condutor vivo;
e) terminal (ou barra) de aterramento principal – terminal (ou barra) desti-
nado a ligar, ao dispositivo de aterramento, os condutores de proteção, in-
cluindo os condutores de energia potencialidade e, eventualmente, os con-
dutores que optam por um aterramento funcional;
f) resistência do aterramento (total) – resistência elétrica entre o terminal de
aterramento principal de uma instalação elétrica e a terra;
g) condutor de aterramento – condutor de proteção que liga o terminal (ou
barra) de aterramento principal ao eletrodo de aterramento;
h) ligação equipotencial – ligação elétrica destinada a colocar no mesmo
potencial ou em potenciais vizinhos os elementos condutores estranhos à
instalação;
i) condutor de equipotencialidade – condutor de proteção que garante uma
ligação equipotencial;
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
45

j) condutor de proteção principal – condutor de proteção que liga os diver-


sos condutores de proteção da instalação ao terminal de aterramento prin-
cipal.
Sistema de aterramento com condutores neutro e de proteção juntos, muito
comuns, porém não recomendado como primeira opção conforme apresentado
na figura seguinte.

Figura 21 - Aterramento com neutro e proteção juntos


Fonte: SENAI, 2004. (Adaptado).

Existem algumas recomendações para fazer um aterramento:


a) os equipamentos elétricos deverão ser ligados a terra, só se dispensando os
aparelhos eletrodomésticos desta exigência, aqueles com duplo isolamento
e em perfeito estado de conservação;
b) os chuveiros elétricos deverão ser obrigatoriamente ligados à terra;
c) os eletrodutos metálicos rígidos ou flexíveis, bem como as capas de chum-
bo e armações dos cabos elétricos, deverão ser eletricamente contínuos e
ligados à terra, mas não podem ser usados como condutores de proteção.
Os sistemas de aterramento apresentados na NBR 5410 trazem uma codifica-
ção por meio de letras:
a) primeira letra: situação da alimentação em relação à terra:
–– T – sistema aterrado;
–– I – sistema isolado.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
46

1 SECCIONAMENTO b) Segunda letra: situação das massas em relação à terra:


AUTOMÁTICO DA
ALIMENTAÇÃO: –– T – massas diretamente aterradas;

Dispositivo que deve –– N – massas ligadas ao neutro.


desligar a alimentação do
circuito ou equipamento c) Outras letras: condutor neutro versus condutor de proteção:
por ele protegido sempre
que uma falta no circuito ou –– S – neutro e proteção em condutores distintos;
equipamento der origem a
uma tensão de contato.
–– C – neutro e proteção num mesmo condutor (PEN);
–– C-S – neutro e proteção combinados numa parte da instalação.
Os esquemas de aterramento têm como referência as condições de aterra-
mento da alimentação da instalação e das massas existentes. São considerados
na Norma os seguintes esquemas: TN, TT e IT.
No caso de instalações alimentadas por distribuidora de energia em baixa
tensão, o neutro é sempre aterrado próximo à medição, consideradas a fonte da
instalação. Assim, nestas instalações, recomenda-se utilizar apenas os esquemas
TN e TT.
As instalações alimentadas em alta tensão, em que para instalações residen-
ciais são raras no Brasil, com subestação pertencentes aos usuários, ou as que têm
fonte própria, vias de regra, qualquer um dos três esquemas pode ser utilizado.
Os esquemas de aterramento estão relacionados com as medidas de proteção
contra choque elétrico e contra sobretensão, neste caso considerados aterramen-
to de proteção.
Existem diversas maneiras de proteger pessoas contra choque elétrico, o es-
quema de aterramento influenciam a medida de controle do risco, podendo ser
por proteção supletiva ou seccionamento automático da alimentação1. No caso
das medidas de proteção contra sobretensão, o esquema de aterramento influen-
ciou na seleção e instalação dos dispositivos DPS´s (dispositivos de proteção con-
tra surtos).
A figura que segue apresenta um Esquema Terra Neutro – TN que pode apre-
sentar variações em seu esquema. As variações são: TN-S, TN-C e TN-C-S.
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
47

Figura 22 - Esquema TN-S


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

A corrente de falta fase-massa é uma corrente de curto-circuito, logo um pon-


to de alimentação diretamente aterrado ligado à massa através de um condutor
de proteção.

Figura 23 - Esquema TN-C


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

Neste aterramento, observa-se que o condutor neutro esta ligado ao condu-


tor terra, criando um condutor chamado PEN, que nada mais é do que Condutor
neutro + condutor PE.

Figura 24 - Esquema TN-C-S


Fonte: SENAI, 2013.(Adaptado).
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
48

2 IMPEDÂNCIA: Neste esquema, observa-se que apenas uma massa está com o condutor PE
separado do neutro. Consequentemente, o esquema TN-C-S é uma combinação
É a medida da capacidade
de um circuito de resistir ao dos dois esquemas mostrados anteriormente.
fluxo da corrente elétrica
quando se aplica uma a) esquema terra neutro – TT
tensão nos seus terminais.
O percurso da corrente de falta fase-massa inclui a terra, como mostra a figura.
É, portanto, um percurso de resistência alta. As massas podem ser aterradas indi-
vidualmente ou por grupos.
3 CAPACITÂNCIA:
O esquema TT com eletrodos de aterramento independentes é mais comum
É a grandeza elétrica de em áreas rurais, por conta das distâncias entre a rede ou a entrada de energia até
um capacitor, determinada
pela quantidade de energia o consumo.
que armazenada em uma
determinada tensão e
quantidade de corrente que
o atravessa o circuito.

Figura 25 - Esquema TT
Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

b) esquema IT
A alimentação pode apresentar esquemas de aterramento isoladas da terra ou
aterradas através de uma impedância2. As massas, por sua vez, individualmente,
por grupos ou coletivamente, podem estar aterradas em eletrodo ou, no caso da
alimentação aterrada por impedância, sendo conectada ao eletrodo de aterra-
mento da alimentação.
Independente da situação, a corrente de uma primeira falta fase-massa, que
expõe o usuário ao risco de choque ou a um curto-circuito , apresenta um va-
lor limitado, visto que seu percurso se fecha através da capacitância3 do circuito
em relação à terra ou, eventualmente, através da impedância por meio da qual é
aterrada a alimentação. Este tipo de aterramento normalmente é usado em ins-
talações de maior porte, não sendo nosso caso, onde o universo são residências.
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
49

Figura 26 - Esquema IT
Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

Não confundir o condutor neutro com o condutor terra,


FIQUE pois o neutro é fornecido pela concessionária de energia,
ALERTA e tem corrente elétrica passando por ele, enquanto o terra
é construído através da haste enterrada no solo.

c) resistividade do solo
O tipo de solo, ou seja, arenoso, calcário, argiloso e outros não deve ser descon-
siderado porque tem influência direta quanto às especificações do aterramento.
Neste caso, os eletrodos de aterramento ficarão imersos no solo e suas proprieda-
des elétricas serão determinantes para o dimensionamento dos eletrodos. O fator
primordial para ser considerado um bom aterramento é a capacidade de condu-
ção de corrente elétrica, portanto deve-se considerar a resistividade do solo.
Chegar aos valores de resistência do solo demanda uma atividade especifica
feito por profissional especializado, pois exige ensaios elétricos para a sua deter-
minação.
As características químicas do solo (teor de água, quantidade de sais, etc) in-
fluenciam diretamente sobre o modo como escolhemos o eletrodo de aterramen-
to. Os eletrodos mais utilizados na prática são: hastes de aterramento, malhas de
aterramento e estruturas metálicas das fundações de concreto.

Não se deve usar produtos com o objetivo de melhorar


VOCÊ a resistência de aterramento junto com a haste, porque
SABIA? melhora a resistividade na hora, mas com o tempo as
características do solo se perdem.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
50

d) haste de aterramento
A haste pode ser encontrada em vários tamanhos e diâmetros. O mais comum
é a haste de 2,40 m por 1/2 polegada de diâmetro. Quando não se consegue
uma boa resistência de terra (menor que 10 Ω), agrupamos mais de uma barra
em paralelo ou em linha. Dessa forma, emenda-se outra haste até alcançar o va-
lor desejado de resistência. Podemos encontrar no mercado dois tipos básicos:
Copperweld (haste com alma de aço revestida de cobre) e Cantoneira (trata-se de
uma cantoneira de ferro zincada ou de alumínio).

Figura 27 - Haste de aço de cobre


Fonte: SENAI, 2013.

Nas residências, o padrão estabelecido pela concessionária de energia elétrica


é a instalação de haste instalada no quadro de entrada, próximo ao medidor de
energia, conforme apresentado na figura:

Figura 28 - Ligação aterramento com haste


Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
51

FIQUE Nunca deixe de fazer o aterramento. A maioria dos cho-


ques elétricos são oriundos da falta da haste de terra ou a
ALERTA mesma inserida no solo irregularmente.

e) malhas de aterramento
A malha de aterramento é indicada para locais cujo solo oferece dificuldades
em inserir haste, e/ou precisa-se de uma área maior para o escoamento de corren-
tes de fuga. O eletrodo de aterramento é instalado antes da montagem do prédio,
e se amplia por boa parte da área da construção. A malha de aterramento é feita
de cobre, e sua “janela de visita”, ou seja, um ponto de visualização de conexões
previsto em projeto para inspeção.

Figura 29 - Malha
Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).

Caso haja mais de uma malha de terra na instalação elas


FIQUE devem ser interligadas em pelo menos dois pontos, desta
ALERTA maneira garantindo o que determina a NBR 5410: 2004
quanto à equipotencialização.

f) estruturas metálicas
Algumas instalações usam as ferragens da estrutura da construção como ele-
trodo de aterramento elétrico. Neste caso, deve-se observar alguns itens, qual-
quer que seja o eletrodo de aterramento (haste, malha ou ferragens da estrutura).
Ele deve ter as seguintes características gerais:
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
52

–– ser bom condutor de eletricidade;


–– ter resistência mecânica adequada ao esforço a que está submetido;
–– não reagir (oxidar) quimicamente com o solo.
Normalmente, a utilização deste tipo de aterramento é bastante limitada de-
vido aos custos envolvido com manutenção e instalação. São mais comuns em
construção de maior porte, onde parte dos custos são diluídos. Aproveitar as es-
truturas metálicas para o aterramento exigirá alguns cuidados que são previstos
em projeto, como por exemplo, conexões dos condutos de proteção com a estru-
tura metálica, seu sistema de proteção para descargas atmosférica (SPDA).

Figura 30 - Estrutura metálica e aterramento


Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).

Um dos conceitos propostos pela NBR 5410 é a equipotencialização, pois, to-


das as possibilidades existentes de corrente de fuga devem ser eliminadas. Neste
caso, o aterramento é uma das opções mais viável e consegue conectar toda a
estrutura metálica do prédio a todos os sistemas existentes, como por exemplo,
sistema de incêndio, SPDA, sistema de gás, tubulações hidráulicas e outras, e criar
um único caminho para a malha de aterramento. É ideal para o funcionamento
dos equipamentos e proteção de pessoas.
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
53

Quando o projetista opta em utilizar este aterramento,


VOCÊ obrigatoriamente tem que realizar um tratamento para
SABIA? reduzir a oxidação das estruturas metálicas periodica-
mente.

CASOS E RELATOS

Um bom aterramento
Na residência de Joélio quando houve a queima de vários equipamentos,
foi instruído pelo eletricista que necessitaria de um aterramento. Joélio
acreditou que bastaria enfiar uma haste no chão e estaria resolvido o pro-
blema. Contudo, o eletricista explicou a ele que não era bem assim, pois o
caminho que o aterramento tem que oferecer para a terra tem obrigatoria-
mente que ser o mais próximo de zero possível, senão , quando ele tocar
num equipamento e a resistência de seu corpo for menor que o caminho
que a corrente de fuga vai à terra, ele poderá tomar um choque.
Para isso, existem vários itens a ser analisados: o solo, os condutores, a
quantidade de hastes, a distância entre o equipamento e a malha, ou haste.
Avaliando todos estes critérios, aí sim terá um aterramento satisfatório, ou
seja, o senhor estará protegido, disse o eletricista a Joélio.
- Sendo estes os critérios que garantirão minha segurança, vamos começar.
Disse Joélio.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
54

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos que o aterramento é uma das poucas maneiras de


proteção onde a instalação se mantém energizada, bem como pode ter
dois objetivos: primeiro, como característica principal ser funcional, ou
seja, garantir que os dispositivos de proteção e controle funcionem dentro
dos padrões estabelecidos pelo projetista, e segundo, proteção de pessoas,
conforme determinado pela NR 10, revisada em 2004. Conhecemos os tipos
de aterramento, suas características, como devem ser a sua disposição físi-
ca no sistema e sua conexão com os dispositivos de proteção. Aprendemos
aqui, também, a nos perguntar qual o esquema de aterramento está sendo
usado? Quais os dispositivos de proteção foram instalados? Estas pergun-
tas são as primeiras que devem ser feitas pelo eletricista antes de quaisquer
atividades na instalação. As respostas estão nos esquemas elétricos. Res-
pondidas as perguntas, o eletricista precisa avaliar todos os componentes
do sistema de aterramento: hastes, cabos, terminais, conexões, sistema de
SPDA – caso exista na instalação, isoladores e dispositivos de proteção.
4 LIGAÇÃO À TERRA (ATERRAMENTO)
55

Anotações:
Segurança do trabalho

Com os atuais níveis de acidentes de trabalho no Brasil, o governo tem melhorado os pro-
cessos de fiscalização e, com isso, exigindo dos empregadores melhores condições de traba-
lho. Por sua vez, os empregadores buscam trabalhadores mais conscientes e responsáveis com
relação ao desenvolvimento das atividades. Esta atenção passa primeiro, pelo fornecimento de
equipamentos eficientes, por parte dos empregadores e, em segundo, o uso correto dos equi-
pamentos de proteção individual e coletivo, os EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual
e EPC’s – Equipamentos de Proteção Coletiva por parte dos trabalhadores, além dos procedi-
mentos que devem ser obedecidos.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
58

5.1 PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O meio mais eficiente de manter as instalações seguras é o da inspeção cons-


tante, neste caso, o executante tem que avaliar não só os equipamentos, mas
também o procedimento de uso. É por meio da inspeção que se verifica a con-
servação dos contatos, chaves, fusíveis, disjuntores, temperatura dos condutores,
quadros, amperagens e voltagens dos circuitos. Deve-se fazer, também, inspe-
ções na malha de terra, verificando-se ainda a continuidade e as condições dos
condutores de terra.

Figura 31 - Inspeção
Fonte: SENAI, 2013.

Existem alguns serviços de Manutenção e Reparos em Baixa Tensão que de-


vem ser providenciados para certificar-se de que os equipamentos e instalações
estejam aptos ao uso correto. Podemos citar:
a) evitar trocar fusíveis ou executar qualquer serviço sem desligar a chave do
circuito;
b) utilizar estrado de madeira, luvas de borracha e alicate isolado, caso haja
necessidade de executar um serviço em linha viva (com tensão);
c) firmar muito bem todas as emendas, ligações de quadros, tomadas e inter-
ruptores, se possível soldadas;
d) manter os quadros elétricos fechados e só permitir o seu uso às pessoas
autorizadas;
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
59

e) manter as partes metálicas não condutoras solidamente ligadas à terra por


meio de hastes de aterramento nos aparelhos elétricos destinados a aque-
cimento d’água e com carcaça metálica (chuveiros, aquecedores, lavadores
de roupas, etc);
f) manter a resistência de terra periodicamente verificada.
–– Medidas de emergência em caso de choque elétrico
Sempre que uma pessoa for vítima de um choque elétrico, devem ser tomadas
as seguintes medidas:
a) separar a vítima do condutor elétrico;
b) chamar ajuda especializada;
c) manter a vítima consciente.
Se a vítima ficar presa ao condutor elétrico, o primeiro cuidado é desligar a
fonte de energia. Caso a chave elétrica não fique próxima ao local do acidente,
separar a vítima do condutor eletrificado, por meio de uma peça de madeira seca,
borracha, plástico ou outro material isolante. Nunca se deve tocar a vítima, por-
que poderá haver outro acidente.
–– Os perigos da corrente elétrica
Podem ser caracterizados quatro fenômenos patológicos críticos: a tetaniza-
ção, a parada respiratória, as queimaduras e a fibrilação ventricular, apresentados
a seguir:
–– Tetanização
É quando uma corrente elétrica circula pelo corpo humano e atinge os tecidos
nervosos. Há uma parada muscular. Como o sinal do cérebro para o músculo é
superposto pelo da corrente elétrica, há uma confusão nos sistemas muscular e
nervoso. A depender do valor da corrente e do tempo de exposição ao choque,
pode-se comprometer uma parte do corpo ou mesmo a sua totalidade.
–– Parada respiratória
Quando estão envolvidos na tetanização, os músculos peitorais são contraídos
e consequentemente os pulmões são comprimidos e a função vital de respira-
ção para. Este efeito é chamado de parada respiratória direta. A indireta aconte-
ce quando há uma contração no músculo diafragma provocada por um choque
inferior ao choque capaz de produzir uma fibrilação, e este por sua vez também
produz uma parada respiratória. Trata-se de uma situação de emergência.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
60

VOCÊ A parada respiratória pode acontecer com um valor de


corrente elétrica a partir de 10mA, pois esta corrente já
SABIA? é capaz de produzir contrações musculares.

–– Queimaduras
No decorrer da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano, pode ocor-
rer queimaduras.Tais queimaduras, a depender do tempo de exposição e valor da
corrente, podem ser de primeiro, segundo e terceiro graus. Na de primeiro grau,
surge apenas uma vermelhidão. Nas queimaduras de segundo grau o estrago já é
maior, nota-se o aparecimento de bolhas. Na de terceiro grau, os efeitos são mais
danosos: queimaduras nas partes inferiores da epiderme e, no local do contato da
corrente, queimaduras ainda mais severas.
–– Fibrilação ventricular
O coração é um músculo que tem dois movimentos: sístole e diástole. Se uma
corrente elétrica passa por esse órgão, cria um descompasso nesses movimen-
tos (contrações involuntárias), isso chama-se fibrilação ventricular. Se o ritmo de
bombeamento de sangue é afetado, a pessoa pode morrer.
É muito difícil salvar pessoas que tiveram fibrilação ventricular. O tempo de
socorro e o equipamento específico (desfribilador) pode fazer a diferença.

Figura 32 - Choque de mão a mão


Fonte: SENAI, 2013.

Abaixo, temos uma figura com os efeitos da corrente elétrica de acordo com o
tempo de exposição, neste caso, tempo medido em milissegundos e corrente elé-
trica em miliamperes. Deve-se ter em mente que tais valores não são tão precisos
e que outros fatores, como peso, local em que tomou o choque, umidade relativa
do ar, podem agravar ainda mais os efeitos. Para facilitar a análise da corrente de
choque em função do tempo a figura, foi divida em áreas/zonas.
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
61

Figura 33 - Efeitos da corrente elétrica


Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).

Definição das zonas do gráfico apresentados.


a) área A - Nenhum efeito perceptível;
b) área B - Efeitos fisiológicos geralmente não danosos, apenas contrações
musculares sem consequências graves;
c) área C - Efeitos fisiológicos notáveis (parada cardíaca, parada respiratória,
contrações musculares) geralmente reversíveis;
d) área D - Elevada possibilidade de efeitos fisiológicos graves irreversíveis: fi-
brilação cardíaca, parada respiratória.
Após termos visto as consequências dos acidentes com eletricidade, veremos
agora as suas causas:

5.2 CAUSA DE ACIDENTES

Diversos fatores podem contribuir para a causa de acidentes, que vão de fato-
res emocionais, pessoais ou mesmo fatores de trabalho. Cabe ao trabalhador, ao
desenvolver suas atividades, seguir as regras estabelecidas pela organização, ou
pelo fabricante do equipamento, quando necessário. Na ausência deles, o execu-
tante deve observar e analisar todos os riscos que envolvem cada uma das etapas
das atividades e definir controles. Assim evitará consequências danosas tanto fí-
sicas como materiais.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
62

Certas situações que podem causar prejuízos são instalação de novos equi-
pamentos elétricos que podem causar aquecimento excessivo nos condutores
elétricos, além de aumentar consumo de energia, resultando em curtos-circuitos
e incêndios.
Em ligações bifásicas ou trifásicas, o acréscimo de equipamentos causa dese-
quilíbrio nas fases, ocorrendo desligamentos ou queima de disjuntores, aqueci-
mento de fios ou mau funcionamento dos equipamentos. Dessa forma, algumas
providências devem ser tomadas:
a) verificar fios ou condutores de qualidade duvidosa que podem prejudicar
a passagem da corrente elétrica, aquecer e provocar o desgaste da isolação;
b) observar no manual do aparelho ou na placa de identificação, a tensão e a
potência dos eletrodomésticos a serem instalados. Quanto maior a potência
do eletrodoméstico, maior o consumo;
c) quando um fusível queimar, desligar a chave geral e trocar o fusível danifi-
cado por um novo, de igual amperagem. Porém, somente após ter certeza
da identificação do problema. Fusíveis são dispositivos de proteção contra
curto-circuito na instalação elétrica;
d) substituir os dispositivos de proteção da residência, se ainda forem do tipo
chave-faca, fusíveis cartucho ou rolha, por disjuntores, é mais seguro;
e) só usar fusíveis com valor bem dimensionado;
f) não utilizar o fio neutro nos interruptores e fusíveis;
g) colocar todos os fios da instalação dentro do eletroduto, evitando que pes-
soas tenham contato com o mesmo;
h) não fazer emendas dentro de eletrodutos;
i) as tomadas e equipamentos também devem ser levados a sério no quesito
segurança. Pois, é na ligação de equipamentos em tomadas que ocorrem
muitos acidentes.
Estes pontos em uma instalação elétrica são constantemente manuseados por
qualquer pessoa, não havendo necessidade de treinamento ou cursos específi-
cos. Contudo eles devem estar em condições adequadas de uso pra com isso evi-
tar acidentes. As recomendações seguintes são de bastante relevância para evitar
acidentes com eletricidade:
a) não usar os famosos plugs elétricos tipo “T” (benjamins) conectando diver-
sos aparelhos. Pois a corrente elétrica ficará acima do que a fiação suporta, e
irá sofrer um aquecimento até queimar, provocando um curto-circuito, que
poderá causar um princípio de incêndio;
b) evitar jogar água próxima à tomada;
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
63

c) manter os aparelhos elétricos em bom estado;


d) utilizar e instalar o condutor terra nos equipamentos domésticos;
e) no banho ou úmido, não tocar em equipamentos elétricos;
f) as conexões defeituosas devem ser refeitas com o circuito desligado;
g) ao retirar um plug de uma tomada, atentar para não puxar pelo condutor;
h) não pisar em fios caídos no chão, principalmente se a queda foi consequên-
cia de uma tempestade.
As Instalações de antenas, quando feitas sem a devida segurança, podem oca-
sionar danos nefastos para as pessoas e para os equipamentos. Por isso, esta ativi-
dade requer muita atenção devido a proximidade com a rede da concessionária,
logo:
a) instalar a antena de TV longe da rede elétrica;
b) cuidado com o risco de choque elétrico quando a antena tocar nos fios du-
rante a instalação.
Outro fator preponderante nos acidentes domiciliares com eletricidade são as
trocas de lâmpadas, uma das atividades mais comuns numa instalação elétrica,
portanto mais negligenciada pelas pessoas. Deve-se ater a alguns cuidados:
a) desligar o interruptor antes de trocar a lâmpada. Se possível, desligar a cha-
ve geral antes de fazer a substituição;
b) evitar o manuseio da parte metálica da lâmpada;
c) segurar a lâmpada pelo vidro e não exagerar na força ao rosqueá-la;
d) usar escadas seguras, não metálicas.
Vimos os riscos mais comuns que podem acidentar as pessoas no manuseio
das instalações elétricas residenciais. Agora vamos ver o que podemos fazer para
minimizar ou erradicar esses acidentes.

5.3 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO

Um dos principais fatores que levam aos acidentes é a falta de planejamento


para a execução das atividades. Ao realizarmos qualquer serviço, sem observar
as possíveis consequências que possam ocorrer, fique certo de que estaremos
expondo o trabalhador à risco de acidentes.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
64

Figura 34 - Planejamento de atividade


Fonte: SENAI, 2013.

A eletricidade por sua natureza representa um risco, contudo, para atividades


realizadas em baixa tensão existem equipamentos de proteção bastante eficien-
tes, bem como a tecnologia dos materiais usados pelos fabricantes em seus equi-
pamentos oferece boa segurança. Mas, o eletricista é quem deverá garantir sua
segurança e a de outros profissionais, seguindo fielmente as instruções de uso e
respeitando os limites estabelecidos.
A análise preliminar do risco ou perigo é a ferramenta que garante a elimi-
nação de possíveis eventualidades ao executante da atividade. Isso garante a
identificação antecipada dos riscos para cada etapa da atividade. E, assim, para
cada risco identificado, um controle será garantido. Essas ações, além de defini-
rem previamente o líder e os responsáveis pelo trabalho a ser executado, permite
uma redução significativa de acidentes. O planejamento é a chave principal para
eliminar o profissional eletricista a condição de risco. Veja a seguir um exemplo de
Análise Preliminar de Risco:
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
65

Figura 35 - Análise preliminar de risco


Fonte: SENAI, 2007.

A APR – Análise Preliminar de Risco tem grande importância para a determi-


nação das medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional
da atividade. Permite revisões e avaliações de projeto em tempo de execução,
com segurança, além de definir responsabilidades no que se refere ao controle
de riscos.

5.4 ERGONOMIA

Uma das principais causas de afastamento do trabalho evidenciadas pelo Mi-


nistério da Previdência e Assistência Social são lesões musculares e problemas
de coluna devido à má postura durante a realização das atividades. Na maioria
das vezes, o trabalhador não se preocupa com sua postura, porque acredita que
será rápida a execução de determinada tarefa e que não precisa de prevenção.
Contudo, depois de algum tempo negligenciando os limites do corpo, aparecem
os sintomas.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
66

Figura 36 - Má postura do eletricista


Fonte: SENAI, 2013.

Alguns aspectos devem ser considerados ao executar as atividades:


a) conforto visual – deve-se garantir o conforto visual, mantendo uma distân-
cia em torno de 45 e 70 cm de distância do foco da atividade com altura na
sua linha de visão. sempre que possível, procurar “descansar” a vista, olhan-
do para objetos e paisagens a mais de 6 metros;
b) punho neutro – as atividades com ferramentas como alicates, chaves de
fenda, ou ferramentas elétricas como furadeira, lixadeira, devem ser manu-
seadas de maneira que as mesmas fiquem no nível da altura dos cotovelos.
durante o manuseio, o punho deve ficar neutro (reto);
c) pés bem apoiados - é importante que as pessoas possam trabalhar com os
pés no chão. neste caso, significa que se deve executar as atividades com os
pés mantendo uma abertura suficiente para garantir boa fixação;
d) descanso para as costas - com exceção de algumas atividades, o recomen-
dado é que a coluna esteja ereta, com os ombros retos. Evitar posturas cur-
vadas ou abaixadas por muito tempo.
–– Atividades físicas pesadas
As atividades físicas pesadas também exigem alguns cuidados. Caso o profis-
sional negligencie algumas posturas, irá arcar com sérios problemas no futuro:
a) trabalho físico pesado atinge um estado de fadiga mais rápido e evidencia
problemas físicos e de saúde com mais frequência;
b) todavia, a ausência de esforço físico produz monotonia. A recomendação é
variar as tarefas e adotar pausas para descansar;
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
67

b) deve-se evitar cargas estáticas.


Em atividades executadas no dia a dia de qualquer profissional, com certeza
em algum momento terá que realizar esforços físicos, transportando objetos, ins-
talando equipamentos, etc. Logo, observar a melhor maneira de executar ativida-
des sem provocar danos à saúde é muito importante. Agora entraremos no tópi-
co de movimentação de cargas. Mais adiante serão apresentados equipamentos
desenvolvidos para diminuir esforços físicos.
–– Movimentação manual de cargas
a) o ideal é que as atividades pesadas sejam feitas por meios mecânicos:

Figura 37 - Equipamentos para carga


Fonte: SMS GESTÃO, 2013.

b) se forem realizadas sem os meios mecânicos, adotar o esforço com o auxílio


das pernas e não das costas:

Figura 38 - Levantamento de carga


Fonte: SENAI, 2013.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
68

Algumas recomendações devem ser adotadas quando os esforços forem fei-


tos de forma manual:
a) separar bem os pés e distribuir bem o peso do corpo;
b) flexionar os joelhos;
c) aproximar o corpo do objeto;
d) manter as costas e o pescoço alinhados;
e) as pernas vão-se flexionando lentamente;
f) apoiar as cargas nas mãos e não nos dedos;
g) o objeto deve permanecer sempre próximo do corpo.
–– Seleção de Ferramentas
A seleção das ferramentas corretas também conta ponto na hora de evitar
contusões e problemas físicos:
a) devem ser de boa qualidade e certificadas;
b) adequadas à tarefa e condições em que é executada;
c) não deve produzir carga estática;
d) evitar que se formem ângulos inadequados da mão-punho-braço;
e) diminuir a pressão desconfortável na palma da mão.
As ferramentas são uma extensão do corpo para a execução de determina-
das tarefas, nas quais não podemos executar, devido às limitações físicas, daí a
importância de escolher adequadamente na hora do uso ou na compra. Devem
ser utilizadas respeitando as limitações determinadas pelo fabricante, bem como
as físicas, assim evitando comprometimento da saúde, ou até mesmo acidentes.

5.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO (EPI E EPC)

Com o objetivo de garantir condições mais adequadas para a realização de ati-


vidades cotidiana dos trabalhadores em qualquer serviço realizado, o Ministério
de Trabalho elaborou as Normas Regulamentadoras. A NR 6 - Equipamento de
Proteção Individual – EPI afirma em seu texto “ que é todo dispositivo ou produto,
de uso individual usado pelo trabalhador, objetivando a proteção de possíveis
riscos presentes na atividade que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho”
(MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2001). Nas funções que exigem o uso de
Equipamentos de Proteção Individual, a empresa deve fornecer o EPI sem custo
ao funcionário e adequado ao uso; devem oferecer conforto e proteção e com
CA - Certificado de Aprovação - fornecido pelo fabricante do EPI que, obrigato-
riamente, devem ser marcados de maneira visível no EPI. Os funcionários devem
receber da empresa treinamento para o correto uso.
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
69

Figura 39 - EPI's básicos


Fonte: SENAI, 2013.

Essas orientações devem sempre considerar as atividades básicas do eletricis-


ta residencial que desenvolve atividades como autônomo ou em empresas que
executam serviços de instalações elétricas prediais e residenciais. Suas principais
atividades são:
a) interpretação de diagramas elétricos unifilares e multifilares, conforme defi-
nidos no volume 1 eletricidade;
b) conhecer normas técnicas relacionadas às instalações elétricas prediais;
c) conhecer normas de segurança relativas à eletricidade;
d) conhecer especificações de cabos e fios para instalações elétricas de baixa
tensão;
e) conhecer elementos dos circuitos elétricos prediais;
f) conhecer circuitos prediais elementares de alimentação;
g) conhecer as técnicas de instalação dos diversos componentes de circuitos
elétricos;
h) conhecer e saber medir grandezas elétricas elementares como corrente e
tensão alternada, resistência elétrica e potência;
i) conhecer circuitos de proteção contra descargas atmosféricas;
j) conhecer circuitos de aterramento.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
70

Figura 40 - EPI - Equipamento de proteção individual


Fonte: SENAI, 2013.

Baseadas nas atividades relacionadas, pode-se considerar, num primeiro mo-


mento, que os EPI’s necessários ao eletricista são os básicos. Os mais diversos ris-
cos estão presentes em toda e qualquer atividade e, para proteger a integridade
física e saúde, obriga-se o uso dos EPI’s o tempo todo.
A utilização de EPC’s acontecem antes mesmo do uso dos EPI’s. Isso porque, o
eletricista precisa isolar uma área para trabalhar, ou utilizar uma placas de sinali-
zação para avisar que a instalação se encontra ligada ou não.
Os EPI’s também devem ser usados na proteção dos trabalhadores rurais. Prin-
cipalmente quando existe o uso de Produtos Fitossanitários. Isso reduz os riscos
de intoxicações decorrentes da exposição.
Alguns tipos de proteção individual são:
–– Proteção para cabeça
O capacete tem o objetivo de proteger a cabeça de lesões provocadas pela
queda de quaisquer materiais de níveis elevados, contra lesões provenientes de
batidas da cabeça, contra objetos fixos e pode também proteger contra descar-
gas elétricas.
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
71

Figura 41 - Capacete
Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).

Construído com polímero de alta resistência e de um amortecedor interno


chamado de carneira, o capacete distribui de maneira uniformemente a força do
impacto dos objetos contra o equipamento. Devendo ser bem ajustado a cabeça.
Além disso garante proteção para qualquer impacto de objetos que caem. Por
isso, também é imprescindível adotar proteções coletivas com objetivo de evitar
queda de materiais em grande quantidade ou que caem em alta velocidade.
Em locais elevados e com muito vento, o capacete recomendado é o que pos-
sui uma cinta de fixação “jugular”. Trata-se de uma cinta que passa por baixo do
queixo permitindo que o capacete não caia caso a pessoa faça movimentos re-
pentinos, ou se tiver um vento muito forte.
O capacete poderá ter aba frontal ou total. O objetivo da aba é de proteger o
rosto da pessoa contra a queda de objetos.
–– Proteção para os olhos
Os acidentes com os olhos podem acontecer de forma rápida e inesperada.
Dessa forma, o trabalhador pode perceber na mesma hora ou apenas horas de-
pois, quando surgirem sintomas como irritação, olhos vermelhos ou sensação de
corpo estranho.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
72

Figura 42 - Óculos de segurança


Fonte: SENAI, 2013.

Durante o manuseio com condutores elétricos ou eletrodutos, ou mesmo


quando uma ferramenta escapar das mãos, a reação de controle do trabalhador
não é suficientemente rápida para evitar danos nos olhos. Nestas situações, os
óculos de segurança farão a diferença.

FIQUE A visão é um dos principais sentidos do ser humano, por-


tanto preservá-la usando o óculos de segurança é primor-
ALERTA dial para o trabalhor.

–– Luvas de couro
Em qualquer atividade, as mãos contribuem para o desenvolvimento de tare-
fas de maneira mais habilidosa. Apesar de grande importância que as mãos repre-
sentam no desenvolvimento do trabalho e das nossas necessidades individuais,
as pessoas não atentam para os cuidados que devem ter com as mãos.

VOCÊ Que 41,5% dos casos de acidentes com equipes de ma-


SABIA? nutenção, as mais constantes são as lesões nas mãos?
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
73

Figura 43 - Luvas
Fonte: SENAI, 2013.

Para atividades com eletricidade, existem diversas luvas, que


foram desenvolvidas conforme as necessidades da atividade,
SAIBA e o risco elétrico. Para obter maiores informações, deve-se
MAIS consultar o Profissional de Segurança do Trabalho. Pode-se
também acessar site www.inmetro.gov.br/fiscalizacao/trei-
namento/luva-isolante.pdf.

No trabalho cotidiano, os riscos para as mãos são pontos de atrito e aperto,


de aquecimento, superfícies móveis, máquinas de partida automática, adornos e
roupas folgadas e ferramentas manuais.
As causas mais comuns de lesões nas mãos se apresentam em equipamentos
com defeito, ferramentas inadequadas, locais de trabalho mal projetado com re-
cursos de apoio e projetos deficientes, cansaço e comportamento de risco. Ou
seja, atos inseguros, descaso quanto às normas de segurança e o não uso de EPI
ou por simples desatenção ou distração.
Para a proteção das mãos, além do cumprimento das normas e procedimentos
de segurança, podemos contar com os seguintes dispositivos de proteção: telas
de proteção, grades, interruptor duplo, detetores fotoelétricos e outros mecanis-
mos para liberação rápida.
Algumas sugestões pertinentes quanto ao uso de equipamentos de seguran-
ça individual:
a) sempre use dispositivos ao invés das mãos;
b) não use luvas em partes rotativas de máquinas;
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
74

c) cuidado ao manusear ferramentas cortantes;


d) ao remover peças metálicas de máquinas, não coloque as mãos em áreas
de risco;
e) ao movimentar cargas, proteja as mãos para que não fiquem presas;
f) sempre que o uso de luvas for exigido, nunca deixe de usá-las;
g) utilize sempre o tipo de luvas adequada ao tipo de serviço em questão;
h) participe de treinamentos, tire todas as dúvidas e trabalhe com segurança.
Deve-se considerar também a importância das luvas para os serviços elétricos
em instalações energizadas. Nestas situações, são utilizadas luvas de borracha
isolante classe 00, ou seja, proteção até 500 kV, que são sempre colocadas com
uma luva de couro por cima, chamada luva de cobertura.

FIQUE Observe, quando do recebimento ou compra de equipa-


mento de segurança, se o mesmo tem certificado de apro-
ALERTA vação.

–– Proteção contra quedas


Existem muitas atividades desenvolvidas pelo eletricista nas alturas, portanto,
conhecer algumas regras para trabalhar nesta condição é muito importante. O
uso adequado das escadas garante segurança e proteção.

Figura 44 - Escada
Fonte: SENAI, 2013.
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
75

Qualquer atividade desenvolvida com diferença de nível maior que 2 metros,


a Norma Regulamentadora considera que o serviço necessita de regras de prote-
ção contra queda. O principal equipamento de proteção contra quedas é o cinto
de segurança. Cinturão utilizado em atividades a mais de 2 metros de altura do
piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador. (NR-18.23.3).

Figura 45 - Cinto de paraquedista


Fonte: SENAI, 2013.

Existem diversas atividades realizadas em condição de altura, a maneira de


acessar o local da atividade depende das condições muitas vezes estabelecidas
pela empresa, logo, cabe ao eletricista conhecer os procedimento e ser orientado
para desenvolver a atividade dentro do estabelecido pelo cliente e respeitar a
legislação. Lembrando que o principal objetivo é a segurança dos trabalhadores.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
76

O fardamento este não é considerado EPI, portanto, o uso


FIQUE de calça e camisa pode ser da escolha do usuário, mas
lembre-se que camisetas e bermudas expõem os membros
ALERTA superiores e inferiores a corte, queimaduras e demais ris-
cos.

–– Proteção para os pés


O calçado é um EPI com o objetivo de proteger os pés de diversos riscos como:
a) umidade;
b) respingos de substâncias químicas ou material biológico;
c) derramamento de líquidos quentes;
d) solventes;
e) impacto de objetos diversos, cacos provenientes da quebra de vidrarias;
f) materiais perfurocortantes, etc.

Figura 46 - Proteção dos pés


Fonte: SENAI, 2013. Adapatdo.

A NR 06 no item 6.3.1 para uma atividade desenvolvida, que oferece riscos à


integridade física do trabalhador, afirma: “O empregado deve trabalhar calçado,
ficando proibido uso de tamancos, sandálias e chinelos” (MINISTERIO DO TRABA-
LHO E EMPREGO, 2001).
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
77

CASOS E RELATOS

Cuidando de si e dos outros


O Luis, eletricista contratado por Joélio para fazer seu sistema de aterra-
mento e instalar o para raio, fez alguns pedidos, entre eles providenciar
andaime, pois trabalharia em altura. A escada não era o equipamento mais
seguro. Pediu também um cavador. Joélio perguntou a ele se aquilo era o
suficiente, e Luis respondeu que sim. O eletricista havia tomado um treina-
mento de segurança, e assim que acabou o curso ele providenciou botas
de segurança, capacete, luvas de couro e isolante. Para ele, sua integridade
física era o mais importante. Tinha uma família para cuidar.
O que Luis viu no curso de segurança que fez, foi a importância da cons-
cientização que todos os trabalhadores deveriam ter, pois só assim conse-
guiremos desenvolver qualquer atividade sem correr riscos de acidentes.
Buscar informações sobre as instalações, procedimentos de atividade, ana-
lisar possíveis riscos são de responsabilidades do executante da atividade,
além de que, o empregador deve informar os riscos existentes, bem como
os procedimentos. Luis disse para Joélio que foi um dos treinamentos mais
importantes para ele.

Os calçados precisam ser confortáveis, laváveis, compatíveis com a temperatu-


ra ambiente e evitar transpiração excessiva. Existem calçados especiais, com fina-
lidades diversas, destinados a dar proteção à planta dos pés contra a penetração
de vidros, solventes, calor, passagem da corrente elétrica, etc.
Quando o chão é escorregadio, torna-se obrigatório o uso de calçados com
solado antiderrapante, para dificultar a ocorrência de quedas.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
78

RECAPITULANDO

Neste capítulo, pudemos descobrir informações importantíssimas sobre a


segurança do trabalho, que deve ser tratada como primordial por todas
as pessoas envolvidas. A integridade física de uma pessoa não tem pre-
ço. Descobrimos aqui que existem diversos motivos que fazem com que
o trabalhador se distancie dos padrões estabelecidos de segurança. Estas
vão desde a autoconfiança, passando pelo desconhecimento da atividade,
pressa para terminar, distração ao executar determindas atividade, até o
desconhecimento de procedimentos. Daí a necessidade do treinamento,
do estudo e da disciplina que são fundamentais para garantir a segurança
do trabalhador e que devem ser complementadas com os equipamentos
de proteção individual – que possui legislação específica neste caso a NR
06.
Também aprendemos que, ao realizarmos atividades onde existam possi-
bilidades de risco de acidentes imprevisíveis, a melhor opção é o uso de EPI.
Conhecemos alguns deles, você está lembrado: botina, capacete, óculos de
proteção, luvas de couro ou isolantes; e em casos de atividades em altura, o
uso do cinto de segurança. Esses equipamentos básicos devem ser usados
constantemente, e, em situações especiais, deverão ser avaliados e indica-
dos pela segurança outros equipamentos de proteção.
5 SEGURANÇA DO TRABALHO
79

Anotações:
Meio ambiente

Existem diversas razões pelas quais temos a obrigação de preservar o planeta. O principal
motivo é que vivemos nele. Esse imenso planeta é a nossa residência e de todos que vivem
nele. Somos uma grande família e para que as coisas funcionem bem é importante a contri-
buição e o comprometimento das pessoas. Portanto, devemos deixar tudo em ordem. Se cada
pessoa que compõe esta grande residência fizer sua parte, por menor que seja, na sua rua,
seu bairro, sua cidade, será muito mais fácil conviver! A falta de responsabilidade de muitas
pessoas na produção e descarte do lixo é um exemplo de irresponsabilidade, além da usura
de muitos, que buscam lucrar às custa da poluição das águas, ar e solo. Em muitos dos casos,
contam com a ignorância de pessoas comuns, que por falta de conhecimento exploram a na-
tureza de forma não sustentável. Dessa forma, existem muitos motivos pelos quais as pessoas,
individualmente, precisam entender a importância de proteger o planeta. A responsabilidade
de cuidar do meio ambiente é de quem vive nele e é por meio de pequenas atitudes, em casa,
na rua, na escola ou no trabalho, que poderemos garantir um futuro melhor e sustentável.

Figura 47 - Meio ambiente


Fonte: SENAI, 2013. (Adaptado).
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
82

6.1 GESTÃO AMBIENTAL

Muitas organizações, atualmente, vêm se preocupando em continuar pro-


duzindo, mas ao mesmo tempo, desenvolvendo novas estratégias para que isto
aconteça de forma a diminuir os impactos ambientais gerados. Estratégias am-
bientais consistem em medidas implantadas para reduzir o consumo de maté-
rias primas, água, energia e a geração de resíduos, e desta maneira melhorar a
produtividade, a lucratividade, a competitividade. A gestão sustentável divulga o
princípio dos 3 R’s:
a) redução envolve atividades que evitam a produção de resíduos, logo evi-
tam o descarte;
b) reutilização consiste no reaproveitamento antes da reciclagem ou mesmo
o descarte;
c) reciclagem é a maneira de reaproveitar os resíduos gerados ou parte destes.
Existe uma hierarquia dos R’s a ser considerada: Primeiro deve-se evitar a gera-
ção, para depois reutilizar e, por fim, reciclar.

O profissional de gestão ambiental utiliza técnicas e conhe-


SAIBA cimentos para garantir o uso racional dos recursos naturais
e a preservação da biodiversidade. Ele planeja, desenvolve e
MAIS executa projetos que visam à preservação do meio ambien-
te, como programas de reciclagem e de educação ambiental.

6.2 DESCARTE DE RESÍDUOS

Os resíduos devem ser descartados e inseridos em processos de reciclagem,


pois os mesmos podem ser danosos ao meio ambiente e aos seres humanos. Há
uma necessidade muito grande de se conscientizar a população para esse assun-
to.
No Brasil, as pessoas ainda não têm a cultura de separar os resíduos, gerando
grande quantidade de lixo. Se fossem reciclados, poderiam produzir novos equi-
pamentos, gerar energia, diminuir os aterros sanitários e inclusive criar novos em-
pregos, desta forma o planeta e as novas gerações ficariam gratos pelo serviço.
6 MEIO AMBIENTE
83

Figura 48 - Descarte de resíduos


Fonte: SENAI, 2013.

O Brasil produz, atualmente, cerca de 228,4 mil tonela-


VOCÊ das de lixo por dia, segundo a última pesquisa de sane-
amento básico consolidada pelo IBGE, em 2000. O lixo
SABIA? domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volu-
me, ou 125 mil toneladas diárias (BAHIACONTROL, 2013)

Classificação de Resíduos de acordo com a norma ABNT 10.004: 2004:


a) resíduos de classe I: são os resíduos que, se não forem manipulados com
cuidado, podem se tornar letais. Devem ser descartados com o maior cuida-
do possível em locais específicos;
b) resíduos de classe II-A: são menos perigosos que os de Classe I, mas de-
vem ser observados com rigor na hora da separação (papéis, metais, vidros,
matérias orgânicas) e colocação em aterros sanitários;
c) resíduos de classe II-B: não causam danos importantes ao meio ambiente,
podem ser totalmente reciclados ou depositados em aterros sanitários.
Geramos todos os dias uma quantidade inimaginável de resíduos que, se não
forem tratados com o devido cuidado, podem gerar danos ao ser humano e ao
meio ambiente. Veremos agora o significado destes danos.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
84

6.3 IMPACTOS AMBIENTAIS

Impacto ambiental refere-se não só a danos na natureza, mas toda aquela ação
que causa um prejuízo ao meio em que vivemos. Segundo a legislação brasileira,
impacto ambiental é:

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas


e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das ativi-
dades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. As atividades sociais e econômicas;
III. O conjunto de seres vivos, flora e fauna, que
habitam ou habitavam um determinado ambiente;
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. A qualidade dos recursos ambientais.
(CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. RESOLUÇÃO
001,1986)

6.3.1 TRÊS TIPOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS

O impacto ambiental das atividades de produção de energia e minérios é, em


sua maioria das vezes, pontual, limitado e preciso em termos de localização, a
exemplo de uma hidrelétrica ou mineração. Empreendimentos dessa natureza
envolvem parcelas pequenas de população nos seus impactos diretos e são bas-
tante dependentes de fatores relativamente controláveis. Existem metodologias
bem estabelecidas para avaliar e monitorar o impacto ambiental desses empre-
endimentos, onde os aspectos de projeto, engenharia e planejamento são passí-
veis de um alto grau de previsão e controle.

Figura 49 - Hidrelétrica e mineração


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.
6 MEIO AMBIENTE
85

O impacto ambiental das atividades industriai/urbanas é, em geral, de inten-


sidade variada, podendo ir de pontual, por exemplo, uma fábrica na cidade, ao
difuso caso dos veículos urbanos. Parte desses impactos são minimizados com
obras de infraestrutura e de saneamento. O planejamento e crescimento urbanos
também cumprem um papel determinante em muitos casos. As atividades indus-
triais/urbanas influenciam direta e indiretamente a população. Existem normas,
leis e regulamentos estabelecendo regras sobre o assunto, objeto de uma ação
fiscalizadora constante por parte da sociedade e órgãos públicos.

Para maiores esclarecimentos em relação à gestão e fiscali-


SAIBA zação do meio ambiente no Brasil, acessar o site do IBAMA
MAIS - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-
rais Renováveis.

Figura 50 - Emissão de poluentes urbanos


Fonte: SENAI, 2013.

Já os impactos ambientais das atividades agrícolas são, normalmente, mais


leves, e dependem bastante de fatores ambientais ou climáticos. Por exemplo:
Chuvas, temperaturas, ventos, etc. Estes atingem grandes áreas de maneira não
regular, quase sempre constante, de difícil evidência, intermitente e de difícil di-
mensionamento, como perda de solos, produção de gases, erosão, contaminação
de águas subterrâneas com fertilizantes ou pesticidas. Em muitos casos, os piores
impactos ambientais da agricultura não são percebidos pelas comunidades ou
mesmo agricultores, o que não aconteceria com uma unidade fabril num centro
urbano.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
86

Figura 51 - Atividade agrícola


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.

6.4 NORMALIZAÇÃO

A Normalização tem como principal objetivo definir padrões para a execução


de atividades, garantindo melhor prática, de maneira que a sociedade aprovei-
te os resultados experimentados com melhores resultados. Isto é, ao seguir os
padrões ou normalizações de práticas, espera-se que as metas planejadas sejam
alcançadas, agregando resultados satisfatórios para a sociedade de forma direta
ou indiretamente.
Existem diversos organismos de normalização que são tomados como refe-
rências locais, regionais ou globais, nos quais se deposita a necessária credibilida-
de para a padronização das matérias de interesse econômico, social, ambiental,
técnico, etc.
A Norma 14000 é um exemplo de normalização. Ela foi criada com o intuito de
gerenciar as atividades que oferecem impactos ambientais e permitir, por meio
de suas orientações e diretrizes, a redução desses impactos e a promoção da me-
lhoria contínua nas trocas entre a organização e o meio ambiente.
Aqui no Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT).
6 MEIO AMBIENTE
87

CASOS E RELATOS

O meio ambiente e sua responsabilidade


Paulo foi contratado para construir uma casa, pois dona Marta havia com-
prado um terreno e desejava ter a casa dos sonhos. O terreno era grande,
mas tinha várias árvores frondosas que atrapalhariam a construção. Dona
Marta mandou arrancá-las, pois não queria nenhuma em seu terreno. Os vi-
zinhos denunciaram para órgãos de meio ambiente que estavam retirando
árvores indevidamente, e dona Marta só soube que não podia fazer aquilo
depois da visita da prefeitura e do órgão de meio ambiente. Ela foi orienta-
da a fazer uma avaliação de impacto ambiental, se fosse necessário ações
de minimização, portanto precisaria contratar uma consultoria ambiental.
Sua obra foi embargada e só teria autorização de continuar depois que
estes documentos fossem entregues a prefeitura e ao órgão de meio am-
biente. Dona Marta chamou Paulo para dizer que sua obra teria sofrido um
atraso e que não sabia uma data de início.
ELETRICISTA INSTALADOR RESIDENCIAL
88

RECAPITULANDO

Neste capitulo, foi apresentado questões relacionadas ao meio ambiente


em que são necessários ter consciência das nossas ações, suas consequên-
cias e o que podemos fazer para minimizar ou evitar prejuízos ambientais.
Atualmente, as organizações fazem os chamados gerenciamento do risco,
as mesmas procuram conviver com o meio ambiente de maneira susten-
tável, ou seja, quanto mais se planeja ações, menores serão os impactos
ao meio ambiente. Ainda assim, surge a necessidade de se minimizar os
impactos provenientes do lixo produzido por nós, onde a coleta seletiva
tem um papel muito importante.
Foram apresentados também os três tipos de impacto ambiental, suas
consequências e melhores ações para diminuir os prejuízos causados pelo
homem. Outra questão importante apresentada neste capitulo está rela-
cionada com as Normas e consequentemente com o meio ambiente, que
é tão importante para as organizações. Quando ela recebem uma certifica-
ção ambiental, a comunidade que usufrui dos seus serviços e/ou produtos
fica mais propensa a comprar ou usar os serviços dessa empresa.
6 MEIO AMBIENTE
89

Anotações:
REFERÊNCIAS

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Rio de Janeiro: ABNT, 2004. Versão Corrigida: 2008.
BOTKIN, Daniel B.; KELLER, Edward A. Ciência ambiental: terra, um planeta vivo. Tradução Francisco
Vecchia e José de Oliveira. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONANDA n.º 1ª, de 23 de janeiro de 1986.
Dispõe sobre o transporte perigoso em Território Nacional. Diário Oficial da União. Publicado em
agosto de 1986. Seção 1.
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consultoriaeanalise.com/2009/06/principais-mudancas-na-norma-nbr-5419.html>. Acesso em: 25
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SOLASTER. Ventiladores solares a melhor solução em ventilação. Disponível em: <http://www.
solaster.com.br>. Acesso em: 25 abr. 2013.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

PAULO DE TARSO DO NASCIMENTO


Paulo de Tarso do Nascimento, Bacharel em Ciências Estatísticas, Licenciado em Matemática, MBA
Executivo em Logística e Distribuição, Eletrotécnico e, atualmente, cursando Tecnólogo em Siste-
mas Elétricos. Atua no SENAI desde 2000, na área de eletricidade e treinamentos em Indústrias, nas
disciplinas de Gestão da Produção, Projetos de Instalações elétricas, Comandos elétricos, Segurança
em eletricidade – NR10, Normas Técnicas Brasileiras, Medidas elétricas, Circuitos elétricos e eletro-
técnica.
ÍNDICE

C
Capacitância 48

I
Impedância 42, 48

S
Seccionamento automático da alimentação 46
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Paulo de Tarso do Nascimento


Elaboração

Luiz Argeu Oliveira Costa


Revisão Técnica

Luiz Argeu Oliveira Costa


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Igor Nogueira Oliveira Dantas


Coordenação de Projeto

Débora Maria Mangueira Gomes


Ticianna Castelhano
Design Educacional

Joseane Maytê Sousa Santos Sousa


Revisão Ortográfica e Gramatical
Alex Ricardo de Lima Romano
Karina Lima Soares Santos
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Ilustração, Tratamento de Imagens

Antonio Ivo Ferreira Lima


Fabio dos Santos Passos
Diagramação

Antonio Ivo Ferreira Lima


Débora Maria Mangueira Gomes
Fabio dos Santos Passos
Leonardo Silveira
Revisão de arte e Fechamento de Arquivo

Claudia Herminia Silva Cruz


Rita Fonseca
Normalização

FabriCO
Ilustrações

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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