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TERMODINÂMICA
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
TERMODINÂMICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
TERMODINÂMICA
© 2016. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
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Lista de ilustrações
Figura 1 - Transformação isocórica.............................................................................................................................17
Figura 2 - Diagrama P x T para transformação isocórica.....................................................................................18
Figura 3 - Transformação isobárica.............................................................................................................................18
Figura 4 - Diagrama V x T para transformação isobárica.....................................................................................18
Figura 5 - Transformação isotérmica .........................................................................................................................19
Figura 6 - Diagrama P x V para transformação isotérmica.................................................................................19
Figura 7 - Processo a pressão constante...................................................................................................................22
Figura 8 - Compressor de ar – aletas e ventoinha para refrigerar o cabeçote............................................23
Figura 9 - Variação de volume......................................................................................................................................24
Figura 10 - Transformação isobárica - primeira lei da termodinâmica .........................................................25
Figura 11 - Diagrama P x T em um processo isocórico .......................................................................................27
Figura 12 - Expansão isobárica.....................................................................................................................................27
Figura 13 - Expansão adiabática .................................................................................................................................28
Figura 14 - Compressão adiabática ...........................................................................................................................29
Figura 15 - Troca espontânea de calor ....................................................................................................................30
Figura 16 - Esquema de uma máquina térmica ....................................................................................................33
Figura 17 - Esquema do ciclo Rankine – ciclo de potência a vapor ...............................................................34
Figura 18 - Esquema de ciclo de refrigeração a vapor ........................................................................................35
Figura 19 - Diagrama T x s - ciclo de refrigeração ideal ......................................................................................35
Figura 20 - Ciclo de refrigeração a gás e diagrama T x h de refrigeração a gás..........................................36
Figura 21 - Máquina de Carnot ...................................................................................................................................37
Figura 22 - Diagrama P x V ciclo de Carnot .............................................................................................................38
Figura 23 - Diagrama simplificado – ciclo refrigeração ......................................................................................44
Figura 24 - Fases no diagrama Pressão x Entalpia ................................................................................................45
Figura 25 - Linhas isoentrópicas no diagrama Pressão x Entalpia ..................................................................46
Figura 26 - Linhas isotérmicas no diagrama Pressão x Entalpia ......................................................................47
Figura 27 - Linhas isocóricas no diagrama Pressão x Entalpia .........................................................................48
Figura 28 - Diagrama P x h do ciclo de refrigeração ............................................................................................50
Figura 29 - Evaporação no ciclo esquemático e no diagrama P x h ..............................................................51
Figura 30 - Compressão no ciclo esquemático e no diagrama P x h..............................................................51
Figura 31 - Condensação no ciclo esquemático e no diagrama P x h............................................................52
Figura 32 - Expansão no ciclo esquemático e no diagrama P x h ...................................................................52
Figura 33 - Transferência de calor por condução .................................................................................................58
Figura 34 - Convecção natural......................................................................................................................................60
Figura 35 - Transferência de calor por radiação ....................................................................................................61
Figura 36 - Balanço de energia em um sistema fechado ...................................................................................62
Figura 37 - Transferência de calor...............................................................................................................................65
Figura 38 - Representação de circuito – cálculo transferência de calor........................................................65
Figura 39 - Trocador de calor de contato direto ...................................................................................................70
Figura 40 - Trocador de calor de contato indireto ................................................................................................71
Figura 41 - Trocador de calor de casco e tubo - contato indireto ...................................................................73
Figura 42 - Trocador de calor a placas - contato indireto ..................................................................................74
Figura 43 - Esquema 1 - trocador de calor operando em contracorrente....................................................75
Figura 44 - Esquema 2 - trocador de calor operando com correntes paralelas..........................................76
2 Conceitos fundamentais..............................................................................................................................................15
2.1 Lei dos gases..................................................................................................................................................16
2.2 Energia interna..............................................................................................................................................21
2.3 Trabalho realizado na expansão de um gás ideal............................................................................21
2.4 Primeira lei da termodinâmica................................................................................................................25
2.5 Processos isocórico, isobárico, isotérmico e adiabático.................................................................26
2.6 Segunda lei da termodinâmica...............................................................................................................29
2.7 Processos reversíveis..................................................................................................................................31
2.8 Irreversibilidade dos processos térmicos reais..................................................................................31
2.9 Ciclos de potência.......................................................................................................................................32
2.10 Ciclo de Carnot...........................................................................................................................................37
4 Transferência de calor...................................................................................................................................................55
4.1 Mecanismos de transferência de calor ................................................................................................56
4.2 Condução........................................................................................................................................................57
4.3 Convecção .....................................................................................................................................................58
4.4 Radiação..........................................................................................................................................................60
4.5 Fontes de calor: internas, externas........................................................................................................61
4.6 Isolamento térmico em tubos e paredes............................................................................................63
4.7 Avaliação da troca de calor......................................................................................................................64
5 Trocadores de calor........................................................................................................................................................69
5.1 Definição.........................................................................................................................................................70
5.2 Fluxo de calor................................................................................................................................................75
5.3 Coeficiente global de transferência de calor.....................................................................................76
5.4 Seleção e cálculos........................................................................................................................................78
5.5 Profissional de refrigeração e climatização........................................................................................78
Referências...........................................................................................................................................................................81
Minicurrículo do autor.....................................................................................................................................................83
Índice......................................................................................................................................................................................85
Introdução
Seja bem-vindo à Unidade Curricular Termodinâmica. Nesta unidade, você irá desenvolver
capacidades técnicas relacionadas aos processos termodinâmicos aplicados a sistemas de
climatização, tendo como base as normas técnicas, ambientais e de saúde e segurança no
trabalho, além de, neste mesmo contexto, desenvolver capacidades organizativas, sociais e
metodológicas adequadas a diferentes situações profissionais.
A termodinâmica é considerada por alguns autores como um dos assuntos centrais da
ciência, pois está baseada em leis de aplicação universal.
Como você está iniciando seus estudos em busca do sucesso como profissional de
refrigeração e climatização, terá de compreender como esses sistemas se utilizam dos ciclos
dos gases para resfriar e climatizar determinado ambiente ou produto.
A Unidade Curricular de Termodinâmica vem contribuir para a compreensão dos processos
que ocorrem em um sistema, contemplando as características físicas dos fluidos envolvidos,
permitindo a análise de falhas e a elaboração de projetos e sistemas de refrigeração e
climatização.
Dessa forma você estudará, no capítulo 2, os conceitos fundamentais envolvidos, assim
como processos térmicos e de pressão, a lei dos gases e a lei dos gases ideais, compreendendo
o que é e quando se aplica o conceito de energia interna de um fluido, além de também
compreender que a expansão de um gás gera trabalho, seja na forma de troca de energia
térmica entre meios ou mecânicos. Também verá a primeira Lei da Termodinâmica, que trata da
conservação da energia, e a máquina de Carnot. As compreensões destes temas lhe ajudarão a
resolver problemas relacionados ao ciclo de potência e de refrigeração, assim como a segunda
Lei da Termodinâmica, que contextualiza a reversibilidade e a irreversibilidade de processos
térmicos, demonstrando isso em ciclos de potência de máquinas térmicas.
O conceito de entalpia é comum para o técnico de refrigeração e climatização, assim como
a capacidade de análise de performance de um sistema de climatização. Estes temas, que você
verá no capítulo 3, permitem a compreensão e o desenvolvimento da técnica aplicada na
refrigeração, fazendo com que você identifique os principais conceitos da termodinâmica em
gráficos. Conceitos esses que farão parte de sua rotina profissional.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
12
No capítulo 4, você vai estudar a maneira com que o calor é transferido, aprenderá a identificar os
mecanismos de transferência de calor e como utilizar esse conhecimento a seu favor em busca de um
sistema mais eficiente.
A ciência da climatização e refrigeração baseia-se na capacidade de transferir energia de um fluido para
outro. Os equipamentos que fazem este trabalho são os trocadores de calor, indispensáveis em qualquer
sistema de climatização, que serão apresentados no capítulo 5.
Não se trata de um assunto fácil ou simples, pois você estudará novos conceitos, que serão aplicados
durante sua carreira profissional e utilizará os conhecimentos adquiridos para se aprimorar tecnicamente,
desenvolvendo sua capacidade de entender e resolver problemas práticos.
Agora você terá a oportunidade de desvendar o comportamento térmico dos gases e da transformação
desses comportamentos em trabalho, além de alguns processos desta ciência tão importante para o
profissional de refrigeração, que é a termodinâmica.
Bons estudos!
Conceitos Fundamentais
Tendo certa quantidade de gás em um sistema, é impossível a variação de apenas uma variável,
isto é, quando variar uma, necessariamente pelo menos outra deverá se alterar. Pode-se classificar as
transformações em que uma das variáveis é constante, como isocórica1, isobárica2 e isotérmica3, conforme
apresentado no quadro a seguir.
1 É o nome dado à transformação de um gás em que seu volume (córico=corpo) se mantém constante (iso=igual).
2 Refere-se à pressão constante.
3 Refere-se à temperatura constante.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
17
VARIÁVEL DE ESTADO
TEMPERATURA
VOLUME (V) PRESSÃO (P)
(T)
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), na transformação Isocórica, o volume é mantido, sendo alteradas
temperatura e a pressão. Sendo assim, volume é constante, a pressão e a temperatura absoluta de um gás
relacionam-se pela fórmula a seguir.
Aumento da Diminuição da
Ana Cristina de Borba (2016)
temperatura temperatura
Perceba na figura anterior que os pesos em cima dos cilindros representam a pressão e, portanto, quanto
mais pesos maior é a pressão que está sendo exercida pelo gás. É possível perceber também na figura, a
seguir, que em uma transformação isocórica, a pressão é diretamente proporcional à temperatura.
TERMODINÂMICA
18
P (atm)
12
0
100 200 300 400 T (k)
Figura 2 - Diagrama P x T para transformação isocórica
Fonte: adaptado de Fogaça (2015)
Transformação
Ana Cristina de Borba (2016)
V (Volume)
Vf
Ana Cristina de Borba (2016)
Vi
0 Ti Tf T (Temperatura) (K)
Figura 4 - Diagrama V x T para transformação isobárica
Fonte: adaptado de Toffoli (2015)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
19
P1, V1
P1 . V1 = P2 . V2 = P3 . V3
Figura 5 - Transformação isotérmica
Fonte: adaptado de Ramalho, Ferraro e Soares (1999)
P (Pressão)
Pi
Ana Cristina de Borba (2016)
Pf
0 Vi Vf V (Volume)
Figura 6 - Diagrama P x V para transformação isotérmica
Fonte: adaptado de Toffoli (2015)
Para se entender os cálculos e afirmações sobre os gases e seus comportamentos, é necessário utilizar-
-se de um conceito que não está presente na natureza, ou seja, o conceito de gás ideal ou perfeito.
Ramalho, Ferraro e Soares (1999) afirmam que gás ideal ou perfeito é um gás hipotético cujas moléculas
não apresentam volume próprio e que não sofre mudança de fase, estando sempre na fase gasosa.
Segundo essa lei, uma massa de gás inicialmente definida pelas variáveis de estado, P1, V1 e T1, ao
sofrer uma transformação, passa a ter as variáveis de estado, P2, V2 e T2, que caracterizam o estado final do
gás. Essas variáveis obedecem à seguinte relação:
TERMODINÂMICA
20
Pela equação anterior, é possível observar que a pressão, o volume e a temperatura variam no decorrer
da transformação gasosa.
É importante este entendimento, uma vez que, para cálculos, o técnico em refrigeração e climatização
deve ser capaz de analisar o comportamento de um gás ideal.
2 – Um recipiente fechado (transformação isocórica) que resiste até a pressão de 3,5 kgf/cm² contém um
gás ideal sob pressão de 1,2 kgf/cm² e temperatura 27°C. Desprezando a dilatação térmica do recipiente,
calcule a máxima temperatura que o gás pode atingir.
Vários tipos de energia manifestam-se nas partículas de sistemas, e a soma de todos os tipos de energia
é o que se conhece como Energia Interna do Sistema.
Para Dossat (2004), descreve-se a energia como a capacidade de realizar trabalho. A quantidade de
energia requerida para executar uma determinada quantidade de trabalho é sempre igual à quantidade
de trabalho realizado. De forma similar, a quantidade de energia que um corpo possui é sempre igual à
quantidade de trabalho que pode realizar. Nem todas as energias são térmicas. Segundo Ieno e Negro
(2004), um sistema termodinâmico envolve três formas de energia, relacionadas com a velocidade, com a
posição em relação a um plano de referência e com a temperatura.
Ao fornecer energia térmica a um corpo (aquecimento), provoca-se a variação da energia interna do
mesmo. Os princípios da termodinâmica estão fundamentados nesta variação de energia.
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), a energia total de um sistema é composta de duas parcelas: a
energia externa e a energia interna.
a) Energia externa: relações do sistema com o meio exterior. Energia cinética e energia potencial.
b) Energia interna: relaciona-se com as condições intrínsecas5. Para gases, corresponde à energia
térmica que se associa ao movimento de agitação térmica das moléculas, à energia potencial de
configuração e às energias cinéticas atômico-nucleares.
Segundo Dossat (2004), as moléculas de um material qualquer podem possuir energia tanto potencial
quanto cinética. A energia interna total do material é a soma das energias cinética e potencial internos.
Ramalho, Ferraro e Soares (1999) afirmam que não se mede diretamente a energia interna (u) de um
sistema. No entanto, é importante conhecer a variação de energia interna (∆u) do sistema durante um
processo termodinâmico.
Muitos materiais, sob condições de pressão e temperatura apropriadas, podem existir em qualquer
estado físico. A quantidade de energia apresentada pelas moléculas de material determina não somente a
temperatura, mas também o estado físico no momento (DOSSAT, 2004).
Você conhece o trabalho realizado na expansão de um gás ideal? Na próxima seção, este assunto será
abordado.
Para Dossat (2004), é executado trabalho mecânico quando uma força, atuando sobre um corpo, o
movimenta por determinada distância.
5 Condições internas, aquilo que está dentro, que faz parte do interior. Intrínseco - Que está no interior de uma coisa e lhe é próprio
ou essencial.
TERMODINÂMICA
22
Ainda segundo Dossat (2004), sempre que um material experimentar uma mudança de volume, realizará
um trabalho. Se o volume do material aumenta, o trabalho é realizado pelo material. Se o volume diminui,
o trabalho é efetuado sobre o material.
Observe, na figura, a seguir, o exemplo de um determinado peso de gás contido em um cilindro
equipado com um pistão móvel.
Pistão
Pistão
perfeitamente
ajustado sem
atrito Mudança
no volume
Pistão
Mudança
P= 10 kgf/cm2 P = 10 kgf/cm2
no volume
T = 25 0C T = 50 0C Pistão
V = 1 litro V = 2 litros
P = 10 kgf/cm2
T = 12,5 0C
V = 0,5 litros
Ao aquecer o gás, eleva-se a sua temperatura e este dilata, empurrando o pistão para cima, contra a
pressão atmosférica (ver figura anterior (a) e (b)). Pode-se observar o trabalho no deslocamento do pistão,
sendo o resultado da dilatação do gás, ou seja, o elemento que efetua trabalho é o gás ao se dilatar.
Dossat (2004) afirma que, para efetuar trabalho, é necessária energia. Na figura (b), a energia requerida
para realizar o trabalho é fornecida pelo gás ao ser aquecido por uma fonte externa. Mas, também é
possível que o gás realize trabalho às custas de sua própria energia, não necessitando de fonte externa,
pois, ao se dilatar, ele efetua trabalho, sendo que sua energia cinética interna (temperatura) diminui em
uma quantidade igual à quantidade de energia necessária para realizar trabalho.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
23
Ainda para Dossat (2004), quando um gás é comprimido (observe a figura (c)), uma quantidade de
trabalho deve ser efetuada sobre o gás, de modo que a quantidade de energia igual à quantidade de
trabalho será cedida às moléculas do gás durante o processo de compressão, e a temperatura aumentará
em proporção à quantidade de trabalho efetuado. O aumento da temperatura no gás, conforme vai sendo
comprimido, é um fenômeno comum e pode ser verificado ao tocar o cabeçote de um compressor de ar.
Na figura, a seguir, visualize um exemplo de compressor de ar.
Baloncici (2016)
Figura 8 - Compressor de ar – aletas e ventoinha para refrigerar o cabeçote
Fonte: Thinkstock (2016)
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), o trabalho realizado no deslocamento do pistão, com pressão
constante, pode ser calculado a partir da equação a seguir.
No SI (Sistema Internacional de Unidades), trabalho é representado pela letra grega “ ” (Tau) e tem
como unidade de medida J (Joule), sendo o resultado da multiplicação da Pressão (P) em N/m² (1 N/m² =
1 Pa) e Volume V em m³.
O trabalho é uma grandeza algébrica e assume, no caso, o sinal da variação de volume: .
Segundo Ramalho, Ferraro e Soares (1999), numa expansão, a variação de volume é positiva e, portanto,
o trabalho realizado é positivo. Como o trabalho representa uma transferência de energia, o gás, ao se
expandir, está perdendo energia, embora esteja também recebendo energia sob a forma de calor da fonte
térmica.
Numa compressão, a variação de volume é negativa e, portanto, o trabalho realizado é negativo. Assim,
quando um gás é comprimido, está recebendo energia do meio exterior.
TERMODINÂMICA
24
Percebe-se, a partir do resultado da equação anterior, que, como o cálculo final do trabalho é positivo,
trata-se de uma expansão.
Você, futuro profissional de climatização, será desafiado a selecionar equipamentos para diversas
finalidades e aplicar conceitos como trabalho e energia, na busca do equilíbrio ideal e custo-benefício para
atender seus clientes, que precisam ser compreendidos.
Na próxima seção, será abordada a primeira Lei da Termodinâmica.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
25
Os estudos das relações entre quantidades de calor trocadas e os trabalhos realizados num processo
físico é base da Termodinâmica, que se baseia em teorias descritas e aprimoradas por cientistas ao longo
da história do desenvolvimento humano.
Todo sistema de climatização é planejado, baseando-se em princípios termodinâmicos. Como fazer a
instalação e a manutenção destes sistemas sem compreender estes princípios ou leis?
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), num processo termodinâmico sofrido por um gás, há dois tipos
de trocas energéticas com o meio exterior: o calor trocado (Q) e o trabalho realizado ( ).
Para Potter e Scott (2006), a primeira Lei da Termodinâmica é geralmente denominada Lei de Conservação
de Energia, definindo que o calor efetivo transmitido é igual ao trabalho efetivo realizado para um sistema,
perfazendo um ciclo. A figura, a seguir, exibe a transformação isobárica da primeira Lei da Termodinâmica.
τ=3J
ΔU = 17 J
Ana Cristina de Borba (2016)
Q = 20 J
No exemplo anterior, percebe-se que o gás recebeu do meio exterior uma quantidade de calor Q =
20 J e realizou sobre o meio exterior um trabalho = 3 J, sua energia interna foi acrescida em .
(U=Energia Interna).
Portanto, segundo Ramalho, Ferraro e Soares (1999), sendo Q a quantidade de calor trocada pelo
sistema, o trabalho realizado e a variação de energia interna do sistema, pode-se escrever:
Sendo esta expressão analítica à Primeira Lei da Termodinâmica: a variação da energia interna de um
sistema é dada pela diferença entre o calor trocado com o meio exterior e o trabalho realizado no processo
termodinâmico.
TERMODINÂMICA
26
Potter e Scott (2006) afirmam que um ciclo acontece quando um sistema realiza dois ou mais processos
e retorna para o estado inicial.
Agora que você estudou a primeira Lei da Termodinâmica, vai reexaminar as transformações de um
gás ideal, levando em conta aquilo que a primeira Lei compreende. Compreenda, na próxima seção, os
processos de isocórico, isobárico, isotérmico e adiabático.
O processo isocórico é aquele que ocorre a volume constante (RAMALHO; FERRARO; SOARES, 1999). O
trabalho realizado é nulo, pois não há variação de volume:
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), numa transformação isocórica, a variação da energia interna do
gás é igual à quantidade de calor trocada com o meio exterior. A figura a seguir exibe um diagrama P x T
em um processo isocórico.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
27
p (N/m2)
2.000
Segundo Ramalho, Ferraro e Soares (1999), no processo isobárico, o volume V é diretamente proporcional
à temperatura T. Sendo assim, numa expansão isobárica, o volume e a temperatura aumentam, ocorrendo
também aumento da energia interna do gás.
Pela primeira lei:
Numa expansão isobárica, a quantidade de calor recebida é maior que o trabalho realizado. Veja, a
seguir, a figura expansão isobárica, onde o gás recebe e realiza trabalho .
d
Ana Cristina de Borba (2016)
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), a transformação ou processo isotérmico é aquele que acontece
em temperatura constante, e, como a temperatura não varia, a variação de energia interna do gás é nula.
Além disso, os autores afirmam que, numa transformação adiabática, a variação de energia interna é
igual em módulo (valor) e de sinal contrário ao trabalho realizado na transformação.
Observe, na figura, a seguir, o exemplo com gás perfeito em um cilindro termicamente isolado do
exterior e provido de um êmbolo, aumentando e diminuindo o volume do gás. O gás não pode trocar calor
com o ambiente, mas, havendo variação de volume, pode trocar energia com o ambiente na forma de
trabalho (movimento do embolo).
a) Expansão
Ana Cristina de Borba (2016)
1 2
τ >0 U< 0
P V T
Figura 13 - Expansão adiabática
Fonte: adaptado de Ramalho, Ferraro e Soares (1999)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
29
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), numa expansão adiabática, o trabalho é realizado pelo gás. O
volume aumenta e a temperatura diminui, pois, a energia interna diminui e, em consequência, a pressão
diminui.
A seguir, visualize a figura compreensão adiabática.
b) Compressão
Na compressão adiabática, o volume diminui e a temperatura aumenta, pois a energia interna aumenta
e a pressão aumenta.
Estudada a primeira Lei da Termodinâmica, prossiga com seus estudos, para conhecer a segunda Lei da
Termodinâmica.
Quando se analisa a lógica dos acontecimentos ilustrados pela primeira Lei da Termodinâmica, percebe-
-se que as transformações de energia são iguais e a energia total permanece constante, de acordo com o
princípio da conservação de energia.
Exemplo disso é quando o calor passa espontaneamente de um corpo de maior temperatura para outro
de menor temperatura. No entanto, a passagem contrária é altamente improvável. Por isso, entende-se
que ela não ocorre.
Observe, na figura seguinte, que o calor passa espontaneamente do corpo quente para o corpo frio.
TERMODINÂMICA
30
CASOS E RELATOS
Queimando Poeira
Juca, técnico de refrigeração, foi chamado até a residência de um casal de idosos. A senhora
reclamava de um cheiro de queimado que exalava da parte de trás de sua geladeira.
Ao fazer uma avaliação externa, observando o conjunto motor-compressor, Juca percebeu que
havia muita poeira sobre o conjunto e a dona da casa confirmou que o cheiro de queimado vinha
dali.
Juca, desligou a geladeira da tomada, pediu alguns panos e procedeu com a limpeza.
Ao perceber que os panos estavam sujos com fuligem, a senhora ficou espantada: “O problema da
minha geladeira era sujeira?”
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
31
Juca respondeu que, devido ao calor, a poeira aquecia, gerando cheiro de queimado.
Juca prosseguiu com a análise de temperaturas e da verificação do sistema, conforme manutenção
preventiva padrão da empresa, e em seu relatório recomendou a limpeza periódica dos
componentes aparentes da geladeira.
Agora que você estudou a segunda Lei da Termodinâmica, prossiga com seus estudos conheça os
processos reversíveis.
Para Potter e Scott (2006), um processo reversível é aquele que pode ser revertido e, quando isso ocorrer,
não causa mudança no sistema e nem na vizinhança.
Para que exista a possibilidade de reversibilidade, algumas condições devem ser respeitadas:
a) não há atrito envolvido no processo;
b) a transmissão de calor ocorre promovida por uma diferença de temperatura infinitesimal6;
c) não ocorre expansão não resistida.
A transformação reversível pode se efetuar em ambos os sentidos, de modo que, na volta, o sistema
retorna ao estado inicial, passando pelos mesmos estados intermediários, sem que ocorram variações
definitivas nos corpos que os rodeiam. A seguir, conheça a irreversibilidade dos processos térmicos reais.
Para Potter e Scott (2006), o atrito (existente em qualquer tipo de movimento ou fluxo) e o fluxo de calor
promovido por uma diferença de temperatura tornam um processo irreversível.
Todos os processos reais apresentam certo grau de irreversibilidade. Em um ciclo de refrigeração,
percebe-se mudanças nas variáveis de estado do fluido refrigerante ao longo do processo, resultantes do
trabalho. Como enunciado pela segunda Lei da Termodinâmica, é impossível construir uma máquina com
total eficiência.
6 Na matemática, um infinitesimal é um número maior que zero em valor absoluto, mas menor que qualquer número real positivo.
TERMODINÂMICA
32
SAIBA Para saber mais sobre entropia, leia o Livro Refrigeração industrial, de W. F. Stoecker e
MAIS J. M. Saiz Jabardo. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher: c2002.
Você conhece os ciclos de potência? Na próxima seção, este assunto será abordado. Prossiga com seus
estudos.
FIQUE Todos os cálculos em termodinâmica devem ser realizados com base em conceitos
já formulados, para se evitar projetar sistemas de refrigeração e climatização
ALERTA deficientes.
Para que uma máquina térmica consiga converter calor em trabalho de modo contínuo, esta deve
operar em ciclo entre duas fontes térmicas, em que uma deverá ser quente e a outra fria.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
33
Fonte Quente Q1 T1
Ʈ Trabalho
A figura anterior representa esquematicamente uma máquina térmica, sendo: o calor retirado da fonte
quente, o trabalho útil obtido e o calor rejeitado à fonte fria.
Potter e Scott (2006) afirmam que o ciclo ideal de Carnot é usado como um modelo com o qual todos os
ciclos reais e todos os outros ciclos ideais são comparados.
Qv 3
Vapor a
alta pressão
T
τT
Caldeira
3 Turbina
Água a
alta pressão 2 4 Vapor a
baixa pressão 2
Observe que a água entra na bomba (1) como líquido saturado e é comprimida de maneira isentrópica
até a pressão de operação da caldeira. Devido a uma pequena diminuição do volume específico da água,
sua temperatura aumenta levemente durante esse processo de compressão isentrópica.
Forçada por essa compressão, a água penetra na caldeira (2) como um líquido comprimido e sai
como vapor superaquecido em alta pressão (3). A caldeira é um enorme trocador de calor, onde o calor
proveniente dos gases de combustão é transferido para a água essencialmente à pressão constante. Toda
a região onde o vapor é superaquecido, também é chamada de gerador de vapor, incluindo a caldeira.
Esse vapor d’água superaquecido (3) penetra na turbina e se expande de forma isentrópica produzindo
trabalho. No exemplo do esquema anterior, provoca o giro do eixo acoplado a um gerador elétrico.
A pressão e a temperatura do vapor diminuem levemente (4) durante esse processo, até o vapor entrar
no condensador. Nesse estado, o vapor, em geral, é uma mistura de líquido e vapor saturados com uma
temperatura ainda elevada. No condensador (trocador de calor), esse vapor é condensado a uma pressão
constante, rejeitando calor para um meio de resfriamento (lago, rio ou atmosfera). A partir desse momento,
a água sai do condensador como líquido saturado e volta a entrar na bomba completando o ciclo e dando
o reinício a outro ciclo. Para melhor compreensão, a seguir, será apresentado um resumo desse processo
que foi exemplificado nas figuras anteriores.
a) 1 2: Bomba - Compressão isentrópica;
b) 2 3: Caldeira - Fornecimento de calor a pressão constante;
c) 3 4: Turbina – Expansão isentrópica;
d) 4 1: Condensador – Rejeição de calor a pressão constante.
Como auxilio para análise do processo do ciclo de refrigeração a vapor, visualize, na figura, a seguir, o
esquema e diagrama desse ciclo.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
35
Espaço
aquecido T
QA
Condensador
τc
Válvula de Compressor
expansão
Evaporador
O ciclo é realizado por uma série de processos executados sobre e por um fluido de trabalho, chamado
de refrigerante. A geladeira doméstica, por exemplo, e o aparelho de ar-condicionado tipo Split só realizam
a refrigeração ou climatização devido a essa possibilidade do fluido refrigerante executar o ciclo por
compressão de vapor. Em situações ideais, o ciclo é realizado da seguinte forma:
a) 1-2. compressão sem fricção nem transferência de calor;
b) 2-3. rejeições de calor enquanto o fluido mantém uma temperatura constante;
c) 3-4. expansão num motor sem fricção (válvula de expansão) nem transferência a de calor;
d) 4-1. absorções de calor enquanto o fluido refrigerante também mantém uma temperatura constante.
Isso é possível, porque nos processos 1-2 e 3-4 não há fricção. Estes processos são termodinamicamente
reversíveis, se não há transferência de calor; também são processos adiabáticos. E, visto que são
realizados em temperatura constante, são também processos isentrópicos.
Também usando como auxílio para análise do processo do Ciclo de Refrigeração Ideal. Visualize, na
figura, a seguir, o diagrama desse ciclo.
T
Ana Cristina de Borba (2016)
h
Figura 19 - Diagrama T x s - ciclo de refrigeração ideal
Fonte: adaptado de Potter e Scott (2006)
TERMODINÂMICA
36
O ciclo ideal de refrigeração a vapor é semelhante aos ciclos de potência, mas funcionando de modo
reverso. O ciclo inteiro ocorre entre os estados líquido-vapor e é composto por dois processos isobáricos,
e também isotérmicos, intercalados por dois adiabáticos. No ciclo real, ocorrem os seguintes desvios em
relação ao ideal:
a) compressão, com expoente politrópico variável entre os estados 1 e 2;
b) troca de calor, com condensação e perda de pressão entre 2 e 3;
c) expansão, com aumento de entalpia entre 3 e 4;
d) troca de calor, com perda de pressão e superaquecimento entre 4 e 1.
A diferença mais importante do ciclo real em relação ao ideal é na compressão, porque, na prática, a
expansão na válvula pode ser considerada efetivamente isoentálpica e as perdas de pressão no evaporador
e condensador podem ser desprezadas.
É mantido como auxílio para análise do processo do Ciclo de refrigeração a gás. Observe, a seguir, o
esquema e o diagrama desse ciclo.
Trocador T
Qq
de calor
τc p = constante
Turbina Compressor
É um processo idêntico ao ciclo por compressão a vapor, ou seja, o gás entra em um compressor e pela
compressão sai à alta pressão e temperatura. Depois é resfriado até a temperatura do ambiente, passa
para uma turbina onde é expandido (mas não muda de fase) e finalmente é direcionado para o espaço
refrigerado, retira calor do espaço e depois volta ao início do ciclo. É um ciclo menos eficiente que o de
vapor. Por isso, é pouco usado em refrigeração, mas utilizado nos aviões comerciais na pressurização da
área interna. E também para aplicações criogênicas e liquefação de gases.
Agora que você visualizou os diagramas e cada uma das etapas do ciclo, prossiga com seus estudos e
conheça o Ciclo de Carnot.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
37
Em um sistema termodinâmico representado por um ciclo de refrigeração, por exemplo, muita energia
é desperdiçada, ou seja, existe uma perda de eficiência.
O engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832) demonstrou, por meio de uma máquina térmica
teórica, que não seria possível obter um rendimento perfeito, 100%, estabelecendo em um ciclo de
rendimento máximo, que mais tarde passou a ser chamado de Ciclo de Carnot.
Potter e Scott (2006) definem como Máquina de Carnot uma máquina ideal que utiliza processos
reversíveis em seu ciclo de operações. O conceito-chave de que a máquina de Carnot estabelece é o limite
máximo possível de eficiência para qualquer motor real.
Para Potter e Scott (2006), o Ciclo de Carnot é comporto de quatro processos reversíveis:
a) 1 2: expansão isotérmica. O calor é fornecido ao fluido de maneira reversível por um reservatório
de alta temperatura a uma temperatura constante (Tq). O pistão no cilindro é movido e o volume
aumenta.
b) 2 3: expansão adiabática reversível. O cilindro é completamente isolado, de modo que nenhuma
transmissão de calor ocorra durante esse processo reversível. O pistão continua a ser movido com o
volume aumentando.
c) 3 4: compressão isotérmica. O calor é rejeitado pelo fluido de maneira reversível para um reser-
vatório de temperatura baixa a uma temperatura constante (Tf ). O pistão comprime o fluido em
questão com diminuição de volume.
d) 4 1: compressão adiabática reversível. O cilindro é completamente isolado, não permitindo nenhu-
ma transmissão de calor durante esse processo reversível. O pistão continua a comprimir o fluido até
que este atinja o volume, a temperatura e a pressão originais, completando, assim, o ciclo.
Visualize, na figura que segue, a máquina de Carnot.
τ2-3
τ1-2 τ3-4
τ4-1
Ellen Cristina Ferreira (2016)
Qq Qf
Tq Isolante Tf Isolante
1 2 2 3 3 4 4 1
Figura 21 - Máquina de Carnot
Fonte: adaptado de Potter e Scott (2006)
TERMODINÂMICA
38
P (Pressão)
T = constante
Q=0
T = constante
V (Volume)
Figura 22 - Diagrama P x V Ciclo de Carnot
Fonte: adaptado de Potter e Scott (2006)
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), Carnot demonstrou que, nesse ciclo, as quantidades de calor
trocadas com as fontes quente e fria são proporcionais às respectivas temperaturas absolutas das fontes.
Acompanhe a fórmula a seguir.
O rendimento ( ) de uma máquina térmica que realiza o ciclo de Carnot pode ser expresso por:
Visto o ciclo de Carnot, leia a seguir, o recapitulando, para relembrar alguns assuntos abordados neste
capítulo.
TERMODINÂMICA
40
RECAPITULANDO
Com os estudos do conteúdo deste capítulo, você terá habilitação técnica para analisar dados
em forma de gráficos e diagramas. Observe que a representação gráfica do ciclo de refrigeração
permite visualizar, de forma simultânea, todas as várias mudanças previstas na condição do
fluido refrigerante durante o processamento do ciclo de refrigeração e climatização.
Você conhece os ciclos de refrigeração? As análises dos ciclos de refrigeração são
importantes para instalação, manutenção e elaboração de projetos de sistemas de refrigeração
e climatização. Os ciclos termodinâmicos de fluidos refrigerantes em equipamentos frigoríficos
por compressão de vapor são representados por diagramas P x h (pressão-entalpia) e diagrama
T x s (temperatura-entropia).
Ao concluir os estudos desta etapa, você poderá:
a) traçar o diagrama pressão x entalpia e diagrama temperatura – entropia dos sistemas de
climatização e refrigeração;
b) identificar os seus principais pontos no gráfico pressão x entalpia e no diagrama T x s, dos
sistemas de refrigeração e climatização;
c) relacionar os ciclos teórico e real do sistema de refrigeração;
d) definir o coeficiente de performance de um ciclo de refrigeração.
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversos temos sobre os ciclos de
refrigeração no diagrama Pressão x Entalpia, que farão diferenças em suas práticas.
Bons estudos!
TERMODINÂMICA
44
Para Stoecker e Saiz Jabardo (2002), o diagrama pressão-entalpia é o mais utilizado na correlação
das propriedades termodinâmicas dos refrigerantes. Nesse diagrama, são incluídas as linhas isotérmicas
(temperatura constante), isoentrópicas (entropia1 constante) e isocóricas (volume específico constante).
Veja, a seguir, a figura de um diagrama simplificado – ciclo refrigeração.
Linha de
B
Descarga
Condensador
Linha de Lado de Baixa
Líquido Pressão
Compressor
A
Lado de Alta
Pressão Evaporador
D
Dispositivo de
Expansão
Silva (2003) afirma que a aplicação do diagrama P x h mostra-se conveniente, devido ao fato de trabalhar,
na maioria das vezes, com fluidos que se condensam e vaporizam isobaricamente.
Silva (2003) também afirma que a aplicação do diagrama P x h mostra-se conveniente, devido ao fato de
trabalhar, na maioria das vezes, com fluidos que se condensam e vaporizam isobaricamente. Veja, a seguir,
as figuras do diagrama de pressão x entalpia e representação esquemática da condição de saturação.
1 É a medida da desordem das partículas em um sistema físico. É uma grandeza utilizada para mensurar a quantidade de energia
que não pode ser mais transformada em trabalho em transformações termodinâmicas.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO NO DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA
45
Líquido
Pressão [kPa]
Líquido subresfriado
Vapor saturado
superaquecido
Vapor
Líquido saturado
As distintas fases do refrigerante no diagrama são caracterizadas por estados situados em regiões
separadas pela linha de saturação.
a) 1ª região de líquido sub-resfriado, à esquerda.
b) 2ª região de vapor úmido (saturado), no envelope.
c) 3ª região de vapor superaquecido, à direita.
FIQUE Cada fluido refrigerante apresenta o seu diagrama Pressão x Entalpia. Muitos destes
são encontrados nos manuais de fabricantes dos sistemas ou obtidos com os
ALERTA fornecedores dos fluidos refrigerantes.
É importante constatar também que no diagrama existem regiões em que a pressão e a temperatura
são constantes (no meio da curva), sendo estas as regiões de mudança de fase.
A seguir, conheça as linhas da entalpia, entropia (s), temperatura, pressão e volume específico.
LINHAS DE ENTALPIA
ENTROPIA (S)
S1 S2 S3 S4 S5
Pressão [kPa]
Entalpia [kJ/kg]
Figura 25 - Linhas isoentrópicas no diagrama Pressão x Entalpia
Fonte: adaptado de Stoecker e Saiz Jabardo (2002)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO NO DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA
47
TEMPERATURA
As linhas isotérmicas, na região de saturação, são paralelas ao eixo de entalpias, indicando que a
temperatura permanece constante durante a mudança de fase. Na maioria dos diagramas, são mostradas
somente na região de vapor superaquecido, uma vez que nas demais regiões seu valor é conhecido.
Observe, na figura que segue, as linhas isotérmicas no diagrama Pressão x Entalpia.
T1 > T2
Pressão [kPa]
T1
T2
PRESSÃO
A escolha da pressão e entalpia para coordenadas do diagrama tem alguma razão de ser. Se, por
um lado, a pressão é uma das propriedades que caracteriza a operação de um circuito frigorífico, além
de ser facilmente medida, a entalpia é a propriedade que normalmente aparece nos cálculos térmicos
relacionados ao circuito. A pressão é normalmente apresentada em kPa.
VOLUME ESPECÍFICO
As linhas isocóricas (volume específico constante), na região de vapor superaquecido, estendem-se para
a direita no sentido ascendente. A medida que caminha para a direita, o fluido assume o comportamento
de gás perfeito.
TERMODINÂMICA
48
Pressão [kPa]
V1
V2
Entalpia [kJ/kg]
Figura 27 - Linhas isocóricas no diagrama Pressão x Entalpia
Fonte: adaptado de Stoecker e Saiz Jabardo (2002)
CASOS E RELATOS
Busca constante
Suzana é uma profissional da área de climatização com vasta experiência. Atualmente é a
responsável pela operação e manutenção da central de climatização de um grande shopping.
Sempre foi uma profissional dedicada, buscando constante atualização e aprimoramento de seus
conhecimentos. Tornando-se referência, foi inclusive convidada para realizar palestras sobre o
assunto.
Após retornar de uma viagem, o diretor do shopping sugeriu que todo o sistema de refrigeração
fosse adaptado para um fluido refrigerante mais eficiente e menos agressivo ao meio ambiente.
Convocou Suzana para fazer a análise da viabilidade, que deveria ser apresentada em forma de
relatório.
Prontamente, Suzana avaliou o diagrama Pressão x Entalpia de seu sistema, confrontando as
informações com aquelas repassadas pelo fornecedor do novo fluido refrigerante. Percebeu, assim,
que seriam necessárias várias adequações físicas, inclusive com a substituição de compressores.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO NO DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA
49
Nos próximos estudos, você conhecerá a maneira de buscar o melhor desempenho de um sistema de
refrigeração e climatização conhecendo o COP2 do ciclo de refrigeração.
A eficiência de ciclos é normalmente definida como a relação entre a energia útil, que é o objetivo do
ciclo, e a energia que deve ser paga para obtenção do efeito desejado.
Para Ramalho, Ferraro e Soares (1999), o rendimento de uma máquina térmica pode ser expresso por:
Já os pesquisadores Stoecker e Saiz Jabardo (2002) definem eficiência, denominada de COP, pela
fórmula:
2 É uma definição com as iniciais em inglês para: Coefficient of Performance (coeficiente de performance, ou de desempenho)..
TERMODINÂMICA
50
Agora que já conheceu as linhas da entalpia, entropia(s), temperatura, pressão e volume específico e
COP, estude, na sequência, o ciclo teórico do sistema de refrigeração.
No diagrama esquemático, é possível notar que o calor está sendo transportado de uma região de baixa
temperatura para uma de alta temperatura mediante a adição de trabalho. Na figura seguinte, observe o
ciclo ideal no diagrama P x h.
A capacidade frigorífica (Q0) é a quantidade de calor, por unidade de tempo, retirada do ambiente ou
produto que se quer resfriar, que se dá por intermédio do evaporador do sistema frigorífico. Levando-se em
conta que o sistema opera em regime permanente, despreza-se as variações de energia cinética e potencial,
pela primeira Lei da Termodinâmica. A quantidade de calor por unidade de massa de refrigerante retirada
no evaporador é denominada de Efeito Frigorífico (EF) e é um dos parâmetros utilizados na definição do
fluido frigorífico que será empregado em um determinado sistema de refrigeração a ser instalado. Este
processo está demonstrado na figura evaporação no ciclo esquemático e diagrama P x h.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO NO DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA
51
P C
3 Tc 2
Pc
Evaporador
mf mf
4 1
Po
h4 h1 h
Figura 29 - Evaporação no ciclo esquemático e no diagrama P x h
Fonte: adaptado de Dossat (2004)
À quantidade de energia por unidade de tempo, que é obrigatória a ser fornecida ao refrigerante no
compressor, para se obter a elevação de pressão necessária ao ciclo teórico, chama-se de potência teórica
de compressão.
Para esse ciclo, o processo de compressão é adiabático reversível (isentrópico). No sistema de refrigeração
real, o compressor perde calor para o meio ambiente, entretanto, este calor é mínimo, quando analisado
com a energia necessária para se ter o processo de compressão. Este processo você pode identificar a
seguir, na figura compressão no ciclo esquemático e no diagrama P x h.
P C
mf
3 Tc 2
2 Pc
mf
1
Po
4 To 1
Ana Cristina de Borba (2016)
Compressor τc
Volume de h1 h2 h
Controle
Figura 30 - Compressão no ciclo esquemático e no diagrama P x h
Fonte: adaptado de Dossat (2004)
TERMODINÂMICA
52
Como você já estudou, a função do condensador é transferir calor do fluido frigorífico para o meio de
resfriamento do condensador, seja água ou ar. Este fluxo de calor pode ser determinado a partir de um
balanço de energia do volume de controle, considerando-se o regime permanente.
Portanto, o tipo de condensador a ser escolhido para o sistema de refrigeração terá de ser capaz de
rejeitar a taxa de calor calculada, que dependerá da carga térmica do sistema, assim como da potência
de acionamento do compressor. Este processo pode ser identificado na figura condensação no ciclo
esquemático e diagrama P x h.
P C
Meio Externo
3 Tc 2
Qc Pc
3 2
Condensador
mf mf
Po
Volume de
Controle
h3 h2 h
Figura 31 - Condensação no ciclo esquemático e no diagrama P x h
Fonte: adaptado de Dossat (2004)
Nos dispositivos de expansão, que podem ser de vários tipos e modelos, o processo teórico é adiabático.
Em que, ao se aplicar em regime permanente a primeira Lei da Termodinâmica e se desprezando as
variações de energia cinética e potencial, tem-se que h3 = h4, como você pode observar nos diagramas a
seguir na figura expansão no ciclo esquemático e no diagrama P x h.
P C
mf 3 Tc 2
3 Dispositivo Pc
de Expansão
Ana Cristina de Borba (2016)
Po
4 1
4 Volume de To
mf Controle
h3 = h4 h
Figura 32 - Expansão no ciclo esquemático e no diagrama P x h
Fonte: adaptado de Dossat (2004)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO NO DIAGRAMA PRESSÃO X ENTALPIA
53
Agora que você conheceu os ciclos teóricos do sistema de refrigeração, leia o saiba mais, para
complementar o seu estudo.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você estudou os diagramas e esquemas muito aplicados no cenário da climatização
e refrigeração. Agora você já tem condições de compreender melhor estes diagramas. A correta
compreensão e aplicação dos conhecimentos adquiridos, fará toda a diferença ao traçar diagramas
Pressão x Entalpia e também na identificação de pontos no diagrama e no circuito.
A relação dos ciclos teórico e real de refrigeração vão ajudar você na seleção de equipamentos
na instalação de sistemas e também no diagnóstico para manutenção inteligente em sistemas de
refrigeração e climatização.
O entendimento do ciclo teórico de um sistema permite que você torne o sistema real cada vez
melhor, ou seja, próximo de uma condição ideal.
Assim, sinta-se apto a definir o COP (coeficiente de performance) de sistemas de refrigeração e
climatização, possibilitando a melhoria da eficiência energética, atuando de maneira mais assertiva,
além de deixar seu cliente mais satisfeito.
Transferência de Calor
Potter e Scott (2006) reconhecem que calor e trabalho são energeticamente equivalentes e expressos
em unidades de energia. A transmissão de calor positiva adiciona energia a um sistema e o trabalho positivo
subtrai energia de um sistema.
A transferência de calor acontece quando duas substâncias apresentam temperaturas diferentes. O
calor sempre flui do mais quente para o mais frio. A transferência de calor é rápida quando a diferença
de temperatura é alta. Durante a transferência, a diferença de temperatura é gradualmente reduzida, e a
velocidade da transferência também, encerrando quando as temperaturas são equalizadas. Em geral, está
interessado na taxa de transmissão de calor (J/s = W) ou no fluxo de calor (W/m²).
Teoricamente, a transferência de calor pode ocorrer isoladamente por condução, convecção ou
radiação. No entanto, praticamente, as três formas citadas ocorrem simultaneamente, ficando a critério
do interessado o estudo da possibilidade de serem desprezadas uma ou duas das formas, em função do
problema analisado.
CASOS E RELATOS
4.2 CONDUÇÃO
Para Braga Filho (2004), a transferência de calor por condução, ou condução de calor, é o processo de
troca de energia entre sistemas, ou partes de um mesmo sistema em diferentes temperaturas, que ocorre
pela interação molecular, na qual moléculas de alto nível energético transferem energia a outras de menor
nível energético, gerando uma onda térmica, cuja velocidade de propagação dependa da natureza da
matéria.
A lei básica da transferência de calor por condução é, segundo Braga Filho (2004), baseada nas
observações experimentais de Fourier1. Essa lei afirma que o calor trocado por condução em certa direção
é proporcional à área normal, à direção e ao gradiente de temperaturas na tal direção.
Introduzindo uma constante positiva, chamada Condutividade Térmica, que é uma propriedade
termodinâmica, pode-se escrever:
Onde:
- Taxa de transmissão de calor (J/s = W);
k - Condutividade térmica (W/m.°C);
A - Área (m²);
T - Temperatura;
x - Distância (m).
1 Jean Baptiste Joseph Fourier (1768 - 1830) foi um matemático francês conhecido principalmente pela sua contribuição à análise
matemática do fluxo de calor. Formulou a lei que rege a condução térmica, também conhecida como lei de Fourier.
TERMODINÂMICA
58
A transferência de calor por condução se dá por intermédio da interação entre moléculas adjacentes
de um material e é diretamente proporcional ao potencial da força motriz (que para o caso é a diferença
de temperatura) e inversamente proporcional à resistência do sistema, que, por sua vez, é dependente da
natureza e da geometria do mesmo.
Portanto, transferência de calor por condução ocorre no interior de sólidos, de partícula para partícula.
Cada material apresentará um coeficiente k diferente, é uma propriedade do material, podendo variar
por diversos fatores. O valor k de alguns materiais é facilmente encontrado com os fornecedores do
respectivo material. A seguir, observe um exemplo de transferência de calor por condução.
Fonte de calor
4.3 CONVECÇÃO
Braga Filho (2004) define a transferência de calor por convecção como sendo o mecanismo de troca de
calor envolvendo contato térmico entre um fluido em movimento relativo e uma superfície.
O movimento do fluido pode ser criado artificialmente, sendo esta a convecção forçada. Ou, se o
escoamento for devido apenas às forças de empuxo2 resultantes das diferenças de massa específica
causadas pela diferença de temperatura, tem-se a convecção natural.
Para Braga Filho (2004), independentemente se a convecção for forçada ou natural, o calor trocado por
convecção é descrito pela lei de resfriamento de Newton:
2 Representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Como tem sentido oposto à força peso, causa o efeito de
leveza, como um corpo dentro de uma piscina.
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
59
Onde:
H: coeficiente de troca de calor por convecção [W/m²K];
A: área superficial, ou de contato, entre a superfície e o fluido [m²];
Conforme Braga Filho (2004), o coeficiente de troca de calor por convecção h define uma relação de
proporcionalidade entre o fluxo de calor e a área superficial de troca de calor e a diferença de temperaturas.
Depende, assim, de alguns fatores:
a) natureza do fluido;
b) velocidade relativa do escoamento do fluido;
c) geometria da superfície de contato;
d) acabamento superficial.
Potter e Scott (2006) alertam que o coeficiente de transmissão de calor por convecção não é uma
propriedade do fluido. Observe a tabela a seguir.
Os valores para o coeficiente de convecção h normalmente são apresentados em tabelas, pois são
obtidos experimentalmente, ou a partir de cálculos de engenharia (correlação de convecção).
Quando é aquecida, uma porção de um fluido (gás ou líquido) expande, tornando-se menos denso
que o restante. Com isso, a parte ainda fria e mais densa tende a descer, deslocando a porção aquecida
para cima. Com isso, estabelecem-se no fluido correntes denominadas correntes de convecção, que se
encarregam de transportar o calor de um ponto a outro do fluido.
Na refrigeração de um ambiente, o esquema ideal e que produz o máximo de correntes de convecção,
deve prever a entrada do ar frio na parte superior, pois o ar frio (mais denso) desce e o ar quente (menos
denso) sobe.
TERMODINÂMICA
60
Ar frio
4.4 RADIAÇÃO
Para Weston (2006), a radiação é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura
finita. A energia do campo de radiação é transportada por ondas eletromagnéticas. Enquanto que as
transferências de calor por condução e por convecção necessitam de um meio material, a radiação não
necessita. Na verdade, a transferência de calor por radiação ocorre de forma mais eficiente no vazio (vácuo).
Segundo Braga Filho (2004), o termo radiação é aplicado a muitos processos que envolvem a
transferência de energia por ondas eletromagnéticas. Radiação térmica é definida como a radiação
eletromagnética emitida por um corpo como resultado de sua temperatura. Os aspectos fundamentais
que diferem a transferência de calor por radiação das outras formas é a não necessidade de um meio físico,
e que a transferência de energia é proporcional à quarta potência das temperaturas absolutas dos corpos
envolvidos.
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
61
Potter e Scott (2006) definem radiação como a transferência de energia por fótons3. A taxa de radiação
emitida por unidade de área de uma superfície é chamada de potência emissiva com unidades em W/
m². Para qualquer temperatura dada, há um valor máximo para a quantidade de radiação que pode ser
emitida. A superfície capaz de emitir este máximo é chamada de corpo negro.
Todo corpo que possua uma temperatura superior ao zero absoluto (0 K), segundo Weston (2006), emite
radiação eletromagnética, o que se chama de radiação térmica.
A seguir, observe, na figura, a propagação do calor do filamento até o vidro da lâmpada, no vácuo, que
representa a transferência de calor por radiação.
Augustcindy (2016)
Você sabe diferenciar as fontes de calor internas e externas? Na próxima seção, este assunto será
abordado.
3 Albert Einstein propôs que a luz é feita de entidades discretas, ou seja, separadas e distintas entre si, com uma energia
proporcional à frequência da onda luminosa: são os fótons.
4 Determinar a medida, calcular. É o mesmo que medir. Mensurável é aquilo que pode ser medido. A determinação da medida tem
como base uma referência de medição padrão, por exemplo, o metro, hectare, psi, bar etc.
TERMODINÂMICA
62
Para Weston (2006), a taxa de entrada de energia, somada à taxa de geração de energia, menos a taxa
de saída de energia de um volume de controle, deve ser igual à taxa de acumulação de energia dentro do
volume de controle. Observe, a seguir, o balanço de energia em um sistema fechado.
Onde:
Ein : Taxa de entrada de energia (condução, convecção e radiação);
Eout: Taxa de saída de energia (condução, convecção e radiação);
Eg: Taxa de geração, ou consumo de energia;
E : Taxa de acumulação de energia.
Weston (2006) apresenta a síntese de metodologia para análise de situações problema em transferência
de calor, o que é conhecido depois de ler ou estabelecer cuidadosamente a situação problema, de análise
ou projeto, além de mencionar o que se conhece da situação.
a) O que é desconhecido: mencionar claramente o que é necessário para resolver a situação problema.
b) Esquema: desenhar, esboçar um esquema da situação problema.
c) Suposições e considerações: nomear todas aquelas suposições e considerações que simplificam o
tratamento do problema.
d) Propriedades: coletar todas as propriedades físicas e reconhecer sua fonte.
e) Análise: incorporar ao esquema todas as variáveis relevantes da situação problema, identificando as
conhecidas e as incógnitas. Localizar os mecanismos de transferência de calor relevantes. Identificar
o volume e superfície de controle. Coletar os balanços de energia e as equações correspondentes.
Desenvolver as equações o máximo possível, antes de introduzir os valores numéricos. Desenvolver
os cálculos, para obter as incógnitas.
f ) Discussão: explicar claramente as limitações e benefícios de qualidade da solução encontrada.
Possíveis simplificações adicionais ou eliminação de aproximações usadas devem ser discutidas.
Evoluir o grau de confiabilidade da solução. Análise da sensibilidade do sistema, para definir as
variáveis e propriedades que mais interferem na solução.
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
63
Existem diferentes materiais ou configurações que permitem a redução brusca da taxa de transferência
de calor entre o fluido refrigerante no interior de um tubo e o ar ambiente. A prática mais comum é a
adoção de matérias como o poliuretano6 expandido.
Não existe isolamento ideal, porém se busca o equilíbrio econômico da instalação por meio do
dimensionamento da espessura do isolamento e a seleção do material.
Potter e Scott (2006) apresentam a equação para tubos e tanques cilíndricos, as resistências térmicas (R)
por condução:
Você poderá utilizar destas equações e análises para avaliação de sistemas existentes e no
desenvolvimento de novos projetos. Utilizando-se de variáveis de temperatura e vazão, e conhecendo as
propriedades dos fluidos envolvidos, é possível o cálculo da situação ideal, e confrontar com a realidade.
FIQUE Em algumas situações, os três processos ocorrem ao mesmo tempo. Para realizar
cálculos de troca de calor em situações como essas, normalmente se utiliza uma
ALERTA grandeza chamada Coeficiente Global de Transferência de Calor (u).
Braga Filho (2004) expõe que o coeficiente global de troca de calor é definido pelo inverso da resistência
equivalente do circuito térmico:
Segundo Potter e Scott (2006), por analogia à resistência elétrica em um circuito, pode-se definir
resistências ao fluxo de calor por condução ou convecção, expressa em (m².K/W).
Exemplo:
Caso seja necessário calcular as trocas envolvendo os dois lados de uma parede composta de 3 materiais
e que separa o ambiente interno (T=20°C), do lado externo (T=32°C).
A área de contato é de 30m²;
Material 1 – Reboco (k = 1,15 W/m.K) – 2cm;
Material 2 – Tijolo (k = 1,32 W/m.K) – 20cm;
Material 3 – Isolamento de Poliestireno (k = 0,025 W.m.K) – 5cm;
Adota-se: Coeficiente de Convecção Externo u = 25 W/m².K;
Adota-se: Coeficiente de Convecção Interno u = 7 W/m².K.
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
65
Calor trocado
entre lado externo
e interno
Tar interno
Pode-se fazer a analogia do sistema com um circuito elétrico em série. Observe, a seguir, a Representação
de Circuito – Cálculo transferência de calor.
Assim, percebe-se que a quantidade de energia que está sendo transferida pela parede corresponde a
153W.
Agora que você estudou a avaliação da troca de calor, leia o recapitulando, para relembrar os assuntos
abordados neste capítulo.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você estudou os três mecanismos de transferência de calor, permitindo com que
faça a melhor análise de sistemas de climatização e refrigeração possível, identificando cada uma
das formas de transmissão.
A identificação das formas de transmissão de calor irá lhe permitir analisar os sistemas de refrigeração
e climatização com perdas energéticas reduzidas, selecionando materiais e equipamentos de
maneira mais coerente.
Conheceu também que pode ser avaliada a troca de calor entre dois fluidos, ou entre um fluido
e um objeto, possibilitando a análise e posterior tratamento em caso de resultado diferente do
esperado. Algumas informações são necessárias para a correta avaliação, por isso, valores de
referência para água e ar foram apresentados.
A partir dos conceitos estudados neste capítulo, você está apto a selecionar e avaliar, por meio de
cálculos, o isolamento em sistemas de climatização e refrigeração.
Trocadores de Calor
5.1 DEFINIÇÃO
Para Potter e Scott (2006), o trocador de calor é um equipamento importante que tem muitas aplicações.
Os trocadores de calor são utilizados para transmitir energia de um corpo mais quente para um mais frio.
Braga Filho (2004) define trocador de calor como um equipamento com função de transferir energia
térmica entre sistemas ou entre partes de um sistema. Os trocadores podem ser dos seguintes tipos: de
troca direta de energia térmica e de troca indireta de energia térmica. Acompanhe.
Possuem dois fluidos que entram em contato direto, propiciando que o fluido de maior temperatura
(fluido quente (fq)) ceda calor ao fluido de menor temperatura (fluido frio (ff )). Normalmente, em
comparação aos trocadores de calor de contato indireto, geram taxas de transferência de calor mais
elevadas. Sua construção é mais barata que os de contato indireto. Possuem uma aplicação somente em
sistemas onde o contato direto entre os fluidos seja possível. Como exemplo mais comum, há as torres de
resfriamento. A seguir, observe um trocador de calor de contato direto1.
Tff: saída
Tfq: entrada
Tff: entrada
Tfq: saída
Ana Cristina de Borba (2016)
1 Os fluidos se misturam.
5 TROCADOR DE CALOR
71
Nestes trocadores, há um transito de calor (energia térmica) contínuo do fluido quente (fq) para o fluido
frio (ff ), por uma parede que evita qualquer contato entre ambos. Sem a mistura (troca de massa) entre os
fluidos participantes, já que cada corrente transita por locais separados. Pode-se citar como exemplos os
trocadores de calor de placa, tubulares (duplo tubo, casco e serpentina e casco e tubos). A seguir, observe
um trocador de calor de contato indireto2.
Tgases saída
Tlíquido saída
Tgases entrada
Potter e Scott (2006) afirmam que muitos trocadores de calor utilizam condutos de fluxo pelos quais um
fluido entra e sai do equipamento sofrendo variação de temperatura. As quedas de velocidade e pressão
na passagem são ignoradas na transmissão de calor, e a variação de energia potencial é assumida como
zero.
Assumindo que nenhum trabalho ocorre no trocador de calor, a equação da energia resulta em:
Onde:
- Vazão mássica do fluido (kg/h);
h - Entalpia do fluido na saída do trocador de calor;
h - Entalpia do fluido na entrada do trocador de calor;
Existem diversos tipos de trocadores de calor. Holman (1983) descreve alguns deles. Acompanhe.
TROCADORES TUBULARES
São geralmente construídos com tubos circulares, existindo uma variação de acordo com o fabricante.
São usados para aplicações de transferência de calor líquido/líquido (uma ou duas fases). Trabalham de
maneira ótima em aplicações de transferência de calor gás/gás, principalmente quando pressões e/ou
temperaturas operacionais são muito altas, em que nenhum outro tipo de trocador pode operar. Estes
trocadores podem ser classificados como carcaça e tubo, tubo duplo e de espiral (serpentina).
Este trocador é construído com tubos e uma carcaça. Um dos fluidos passa por dentro dos tubos e o
outro pelo espaço entre a carcaça e os tubos.
Existe uma variedade de construções diferentes destes trocadores, dependendo da transferência de
calor desejada, do desempenho, da queda de pressão e dos métodos usados para reduzir tensões térmicas,
prevenir vazamentos, facilidade de limpeza, para conter pressões operacionais e temperaturas altas,
controlar corrosão etc.
Trocadores de carcaça e tubo são os mais usados para quaisquer capacidades e condições operacionais,
tais como pressões e temperaturas altas, atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito viscosos, misturas
de multicomponentes etc. Estes são trocadores muito versáteis, feitos de uma variedade de materiais e
tamanhos e são extensivamente usados em processos industriais. A seguir, observe como funciona um
trocador de calor de casco e tubo - contato indireto.
5 TROCADOR DE CALOR
73
Tlíquido entrada
Tubo
Tlíquido saída
Figura 41 - Trocador de calor de casco e tubo - contato indireto
Fonte: adaptado de Gaspodini (2013)
Este sistema consiste em dois tubos, sendo um de maior e o outro de menor diâmetro. Estes tubos são
montados um dentro do outro, sendo que no de menor bitola (diâmetro) circula o fluido refrigerante e o
de maior bitola circula a água para resfriamento. O fluido refrigerante circula pelo tubo em contra fluxo da
água, ou seja, o fluido vai em um sentido e a água em outro. Este tipo de trocador é aplicado em sistemas
de pequena e média capacidade, pelo fato de ser difícil a sua manutenção e limpeza. Também pode ser
utilizado, como condensador auxiliar em sistemas de condensação a ar, de modo a abaixar a temperatura
do fluido refrigerante em dias muito quentes ou quando o sistema opera a plena carga.
Neste tipo de trocador de calor, o fluido frigorífico escoa por dentro do tubo, que é dobrado em forma
de serpentina, e o líquido circula por fora do mesmo. Devido as dificuldades de limpeza da serpentina,
bem como ao baixo coeficiente global de transferência de calor, não é muito utilizado, restringindo-se
a instalações com refrigerantes halogenados de pequena capacidade ou a resfriadores intermediários
fechados nos sistemas de duplo estágio.
TERMODINÂMICA
74
Este tipo de trocador de calor em placas é constituído de uma montagem de placas múltiplas com
espessuras muito finas, geralmente em material de aço inox com espessura em média de 5 mm, e um
afastamento entre placas de 1,5 a 3 mm, valores que alternam conforme o projeto, interligadas por curvas
de tubo soldadas às placas. Pode ser também de placas rebaixadas ou com ranhuras e soldadas entre si, de
modo que as ranhuras formem uma trajetória determinada ao fluxo do refrigerante. Seu funcionamento
é considerado muito eficiente (2500 a 4500 W/m² °C), motivando sua maior utilização nos sistemas de
climatização. O processo de funcionamento consiste na troca térmica entre a água de resfriamento e
o fluido a ser condensado que circulam em contato com as placas em espaços alternados, permitindo
troca de temperatura entre os mesmos. A manutenção é realizada, desmontando as placas para limpeza
e inspeção. Geralmente, este trocador não pode suportar pressões muito altas, comparado ao trocador
tubular equivalente. A seguir, acompanhe a ilustração de um trocador de calor a placas - contato indireto.
Tf s
Tq e
Tq s
Tf e
Figura 42 - Trocador de calor a placas - contato indireto
Fonte: adaptado de Gaspodini (2013)
Agora que você conheceu os diferentes tipos de trocadores de calor, leia, a seguir, a curiosidade.
5 TROCADOR DE CALOR
75
Nas figuras esquemáticas dos trocadores de calor, as quais representam um fluido A quente, cede calor
por convenção a uma das superfícies dos tubos do trocador. Logo, esse fluxo de calor (energia térmica) é
passado por condução para a outra superfície dos tubos, posteriormente, é transferido por convecção ao
fluido B frio. Pode-se identificar que esse processo é realizado por toda extensão dos tubos do trocador, ou
seja, por toda sua área. É um processo em que a temperatura normalmente não é constante, logo a taxa de
transferência vai variando ao longo dos tubos, já que ela depende da diferença e da temperatura dos dois
fluidos envolvidos – fluido A e B.
Portando, ao estudar os mecanismos de transferência de calor (energia térmica) em trocadores, sejam
de serpentina água gelada, evaporadores ou condensadores, é preciso usar a diferença de temperatura
logarítmica, que você verá em seguida. As variações de temperatura podem ser consideradas de fluxos
contracorrente e a favor da corrente, conforme exemplificado nas figuras seguintes.
Esquema 1
Temp.
TAE TBS
Fluido B
Fluido A
∆Te
TAS
TAE TAS
TBS
Fluido B ∆Ts Fluido A Fluido A
Ana Cristina de Borba (2016)
Área Fluido B
Ao Ar TBE
Figura 43 - Trocador de calor operando em contracorrente (Esquema 1)
Fonte: adaptado de Eletrobras (2005)
3 Ato ou efeito de fluir, dar vazão, destino, encaminhar. Curso, corrente, vazão, descarga.
TERMODINÂMICA
76
Esquema 2
Temp.
TAE TBE
Fluido B
Fluido A
∆Te
TAS
∆Ts TAE TAS
TBS
Fluido A Fluido A
Área Fluido B
Ao Ar TBS
Figura 44 - Trocador de calor operando com correntes paralelas (Esquema 2)
Fonte: adaptado de Eletrobras (2005)
Para Braga Filho (2004), a troca de calor pode ser representada por:
Onde a taxa de transmissão de calor é obtida por intermédio do coeficiente global de troca térmica, a
área de troca de calor é a temperatura média logarítmica entre os fluidos envolvidos.
5 TROCADOR DE CALOR
77
O valor da temperatura média logarítmica pode ser obtido a partir da aplicação da fórmula:
É uma etapa essencial, porém a mais imprecisa de qualquer análise de trocadores de calor. Este
coeficiente é definido em função da resistência térmica total à transferência de calor entre dois fluidos.
CASOS E RELATOS
E agora, vazou!
João Pedro, técnico de climatização, foi convocado para consertar um pequeno vazamento de
fluido refrigerante em um evaporador (ar-amônia), que foi instalado a 3 semanas em um mercado
de médio porte da sua cidade.
Ao identificar o evaporador, João Pedro, experiente, logo percebeu que o vazamento foi causado,
porque a pressão do sistema é maior do que aquela para a qual o evaporador foi projetado.
Imediatamente, João Pedro isolou o evaporador e procedeu com o preenchimento de uma
Ordem de Serviço que contemplava atividades de toda a equipe e um comunicado para o setor
de aquisições, com a finalidade identificar se a falha na aquisição e instalação do evaporador era
responsabilidade interna ou de terceiros.
O fornecedor, admitindo o erro, procedeu com a substituição do evaporador que foi aplicado de
maneira incorreta.
Problema resolvido! Mas, o trabalho para esvaziar o sistema e o prejuízo em ficar com uma câmara
de estocagem inútil é imensurável. A empresa proprietária do sistema percebeu a importância
de contratar pessoas habilitadas e com os conhecimentos necessários para ter um equipamento
corretamente dimensionado.
A seguir, conheça a seleção e cálculos do coeficiente de troca térmica para projetar o sistema de
refrigeração e climatização.
TERMODINÂMICA
78
A partir das equações apresentadas anteriormente, você pode perceber a importância do cálculo do
coeficiente de troca térmica para projetar o sistema de refrigeração e climatização corretamente.
É com o coeficiente de troca térmica que você fará a seleção do trocador de calor de maior eficiência,
buscando, junto aos fabricantes, aquele que atende às necessidades de refrigeração e climatização do seu
cliente.
A vida profissional de técnico, ou profissional qualificado nas áreas de refrigeração e climatização, pode
ser trilhada de diversas maneiras, mas, sem dúvida, os principais destinos destes profissionais são dois:
empreender e ter seu próprio negócio, ou trilhar uma carreira como colaborador de alguma empresa de
prestação de serviços.
Para ambas as situações, torna-se importante ter-se bom poder de persuasão, ou seja, a capacidade de
passar a outras pessoas que você é um profissional com o perfil adequado para desempenhar as funções
com competência e ética. Uma boa rede de clientes anteriores também pode auxiliar na divulgação dos
trabalhos realizados dentro desta ótica de competência e ética profissional.
Mas, não basta ter uma boa rede de clientes, é necessário interagir com colegas de profissão e/ou de
empresa, pois se deve utilizar a cooperação como ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional.
Talvez esta é a construção da missão pessoal do refrigerista: tornar seu setor cada vez melhor.
O técnico que busca sucesso, atuando como empregado, deve buscar o equilíbrio entre dois fatores:
independência e autoconfiança. Também buscar apresentar ideias e soluções dos problemas de maneira
pontual, demostrando aos seus clientes ou colegas de trabalho confiança em sua capacidade profissional.
Como profissional autônomo, ou empreendedor, você deve ter como foco um comportamento pautado
na ética, sendo consciente que o cliente deposita confiança tanto na pessoa como na sua capacidade
técnica para a solução do problema que hora é apresentado.
A seguir, leia o recapitulando, para relembrar alguns assuntos estudados neste capítulo.
5 TROCADOR DE CALOR
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RECAPITULANDO
Você estudou, neste capítulo, que os trocadores de calor podem assumir as mais diversas
características construtivas, todas associadas ao regime de trabalho o qual estará submetido,
atendendo a requisitos de pressão, temperatura, viscosidade do fluido e fluxo de calor necessário.
Este capítulo lhe permitiu identificar os trocadores de calor, podendo inclusive calcular a eficiência
de cada um deles, sendo que, para isso, ficou clara a necessidade de se realizar o cálculo da diferença
média logarítmica de temperatura entre os fluidos no trocador de calor.
Também desenvolveu alguns aspectos aplicáveis em sua carreira profissional, como
empreendedorismo, comprometimento, persuasão e cooperação podem atuar como ferramentas
no seu desenvolvimento profissional.
REFERÊNCIAS
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DOSSAT, Roy J. Princípios de refrigeração: teoria, prática, exemplos, problemas, soluções. São
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industrial e comercial. Rio de Janeiro: Eletrobras, 2005. Disponível em: <http://goo.gl/8OV56n>.
Acesso em: 14 mar. 2016.
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<http://zip.net/bls4ZL>. Acesso em: 29 out. 2015.
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WESTON, Claudio Gelmi. Fundamentos de operaciones unitarias: Serie de Classes em Ingenería
Química. Santiago: Pontifícia Universidad Catolica Chile, 2006.
MINICURRÍCULO DO AUTOR
FELIPPE CESA
É engenheiro de produção mecânica pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2011), técnico
em mecânica pelo SENAI/SC (2006) e especialista em gerenciamento de projetos pelo SENAC/SC
(2014). Colaborador do SENAI/SC desde 2011, coordenando cursos e atuando como docente em
diversas áreas, merecendo destaque o Curso Técnico em Mecânica e treinamentos de segurança
para operadores de sistemas de refrigeração industrial. Também atua como profissional autônomo
de engenharia, desenvolvedor de projetos mecânicos, térmicos e de fluidos, de eficiência energética
e inspetor de vasos de pressão. Conta com experiência nas áreas de manutenção e operação de
sistemas de refrigeração industrial.
ÍNDICE
A
Adiabático 26, 35, 36, 46, 51, 52, 85
C
Calor 35, 36, 37, 39, 46, 50, 51, 52, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62,63, 64, 65, 66, 69, 70, 71, 72, 73, 74,
75, 76, 77, 78, 79
Ciclo de refrigeração 15, 31, 33, 34, 35, 36, 37, 43, 49, 50
Coeficiente de Performance (COP) 43, 49, 53
Compressor 23, 30, 35, 36, 44, 48, 51, 52
Condensador 34, 35, 36, 44, 52, 69, 73, 75
Condução 56, 57, 58, 60, 62, 63, 64, 75
Convecção 56, 58, 59, 60, 62, 64, 75
D
Diagrama 18, 19, 26, 27, 33, 34, 35, 36, 38, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53
E
Energia 11, 12, 15, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 37, 44, 46, 49, 50, 51, 52, 55, 56, 57,
60, 61, 62, 63, 69, 70, 71, 75
Entalpia 11, 33, 36, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 53, 72
Entropia 32, 33, 43, 44, 46, 50
Evaporador 35, 36, 44, 50, 51, 56, 69, 75, 77
P
Potência 11, 15, 21, 32, 33, 34, 40, 50, 51, 52, 58, 60, 61, 71
Pressão 9, 11, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 27, 29, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 43,44, 45, 46, 47,
48, 49, 50, 51, 53, 71, 72, 77, 78
R
Radiação 56, 60, 61, 62
T
Transferência de Calor 12, 35, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 70, 72, 73, 75, 76, 77
Trocador de Calor 34, 36, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 78, 79
V
Válvula de expansão 35
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
Felippe Cesa
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Adair Teixeira
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