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AUTOMAÇÃO
APLICADA À
REFRIGERAÇÃO E
À CLIMATIZAÇÃO
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
AUTOMAÇÃO
APLICADA À
REFRIGERAÇÃO E
À CLIMATIZAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
AUTOMAÇÃO
APLICADA À
REFRIGERAÇÃO E À
CLIMATIZAÇÃO
© 2016. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
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Lista de ilustrações
Figura 1 - Diagrama de blocos de um sistema de controle básico.................................................................17
Figura 2 - Diagrama de blocos de um sistema de controle em malha aberta............................................18
Figura 3 - Diagrama de blocos de um sistema de controle em malha fechada.........................................19
Figura 4 - Ilustração dos conceitos de precisão e exatidão...............................................................................24
Figura 5 - Sensor óptico fotoelétrico..........................................................................................................................27
Figura 6 - Sensor de proximidade indutivo.............................................................................................................28
Figura 7 - Faixa de detecção do sensor de proximidade indutivo..................................................................29
Figura 8 - Sensor de proximidade capacitivo.........................................................................................................30
Figura 9 - Sensor ultrassônico......................................................................................................................................31
Figura 10 - Principais tipos de potenciômetro.......................................................................................................32
Figura 11 - Esquema de funcionamento de um LVDT ........................................................................................32
Figura 12 - Esquema de funcionamento de encoder óptico incremental....................................................33
Figura 13 - Medição de velocidade com o uso de sensor de efeito Hall.......................................................34
Figura 14 - Esquema do funcionamento de células para medição de força e pressão...........................35
Figura 15 - Esquema do funcionamento de acelerômetros piezoelétricos.................................................36
Figura 16 - Materiais de RTD e relação resistência relativa × temperatura..................................................37
Figura 17 - Configuração de RTDs a 2 fios................................................................................................................39
Figura 18 - Configuração de RTDs a 3 fios................................................................................................................40
Figura 19 - Configuração de RTDs a 4 fios................................................................................................................40
Figura 20 - Sensor RTD encapsulado com bainha de aço inoxidável.............................................................41
Figura 21 - Representação do circuito de medição de um termopar qualquer.........................................42
Figura 22 - Configuração de termopares com fio intermediário de Cu.........................................................43
Figura 23 - Configuração de termopares com um fio em temperatura diferente.....................................43
Figura 24 - Configuração de termopares com um fio diferente em temperatura diferente..................44
Figura 25 - Gráfico de tensão de saída por temperatura de termopares......................................................44
Figura 26 - Tabela com códigos de termopares segundo normas da ANSI e IEC......................................45
Figura 27 - Estilos da ponta do termopar alocados em bainha.......................................................................46
Figura 28 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo T..................................................47
Figura 29 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo T com junta de referência.48
Figura 30 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência..48
Figura 31 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência e
bloco isotérmico.........................................................................................................................................49
Figura 32 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência e
bloco isotérmico.........................................................................................................................................49
Figura 33 - Gráfico resistência por temperatura de um termistor NTC com e sem resistor em
paralelo...........................................................................................................................................................51
Figura 34 - Circuito equivalente para linearização de sinal de saída de termistor NTC...........................51
Figura 35 - Padrão de identificação de instrumentos..........................................................................................53
Figura 36 - Simbologia ISA 5.1 empregada em um trocador de calor automatizado..............................62
Figura 37 - Comportamento comparativo da corrente elétrica entre métodos de partida..................64
Figura 38 - Esquema simplificado do circuito de um soft-starter................................................................... 65
Figura 39 - Rampa de aceleração................................................................................................................................66
Figura 40 - Rampa de desaceleração.........................................................................................................................67
Figura 41 - Limitação de corrente...............................................................................................................................67
Figura 42 - Comportamento da tensão com o recurso kick-start.................................................................. 68
Figura 43 - Diagrama simplificado de elementos de um inversor de frequência......................................73
Figura 44 - Exemplo do funcionamento do conversor retificador..................................................................74
Figura 45 - Exemplo do funcionamento do conversor inversor.......................................................................74
Figura 46 - Representação do circuito de tiristores de um conversor inversor..........................................75
Figura 47 - Frequência de controle variável de um inversor de frequência................................................76
Figura 48 - Tipos de rampa de aceleração e desaceleração ..............................................................................78
Figura 49 - Gráfico da função de detecção de corrente de sobrecarga........................................................79
Figura 50 - Atuação da corrente máxima de saída................................................................................................79
Figura 51 - Curva tensão por frequência ajustável...............................................................................................80
Figura 52 - Rejeição de frequências críticas............................................................................................................81
Figura 53 - Exemplo de comportamento do ciclo automático........................................................................82
Figura 54 - Exemplo de malha de controle de vazão com inversor de frequência...................................82
Figura 55 - Aplicação genérica de um CLP..............................................................................................................84
Figura 56 - Funcionamento de um CLP.....................................................................................................................85
Figura 57 - Principais componentes de um CLP....................................................................................................86
Figura 58 - Conceito de fluxo de energia na programação de um CLP.........................................................88
Figura 59 - Planta para exemplificar problema de controle de processo.....................................................88
Figura 60 - Programa ladder para controle de processo.....................................................................................89
Figura 61 - Estrutura de redes de um sistema supervisório..............................................................................92
Figura 62 - Sistema supervisório de ar condicionado: tela de relatório de gráfico ..................................93
Figura 63 - Sistema supervisório de ar condicionado: alarme pendente.....................................................96
Figura 64 - Circuito mecânico e elétrico de sistema de refrigeração com pump down.......................... 98
Figura 65 - Máquina fabricadora de gelo em escamas com disco..................................................................99
Figura 66 - Máquina fabricadora de gelo em escamas com tubo................................................................ 100
Figura 67 - Sistema condicionador de ar com condensação remoto a ar................................................. 102
Figura 68 - Sistema condicionador de ar com condensação remoto a água........................................... 102
Figura 69 - Sistema de partida part-winding em dois estágios..................................................................... 103
Figura 70 - Riscos às práticas e comportamentos seguros no ambiente de trabalho.......................... 109
Figura 71 - Requisitos e percepções dos trabalhadores em relação às atividades de trabalho........ 110
Figura 72 - Obrigações da empresa e do funcionário....................................................................................... 111
Figura 73 - PDCA............................................................................................................................................................ 114
Figura 74 - Exemplos de posturas para elevar uma caixa................................................................................ 116
Figura 75 - Exemplos de contato ao receber um choque elétrico............................................................... 117
Referências........................................................................................................................................................................121
Minicurrículo do autor...................................................................................................................................................125
Índice...................................................................................................................................................................................127
Introdução
Os últimos anos têm sido caracterizados por um aumento do consumo de energia elétrica
no Brasil. O Ministério de Minas e Energia estipula que, em meados do ano de 2010, edifícios
residenciais, comerciais e públicos foram responsáveis por 42% da energia elétrica dispendida
no país. Dessa porcentagem, 48% foi consumida por sistemas de refrigeração e climatização,
que consistem em geladeiras, freezers, equipamentos de refrigeração e condicionadores de ar,
tanto de ciclo de compressão como de absorção (Brasil, 2012).
Sistemas mais eficientes, do ponto de vista do consumo energético, requerem controle
em malha fechada (controle automático), para que variáveis de processo se mantenham
em pontos ótimos. Porém, é viável a aplicação de automação e controle em sistemas de
refrigeração? Além disso, é possível obter ganhos de eficiência energética com tal prática? O
profissional técnico em refrigeração e climatização deve ter em mente que a resposta a essas
questões é sim. Também deve saber que a integração de técnicas de controle e automação com
máquinas de refrigeração implica benefícios, como o aumento da sua vida útil e rendimento
de equipamentos, o aumento da qualidade de produtos e a redução do consumo de energia
elétrica.
Tendo em vista a abrangência do tema e o domínio necessário sobre tal para um técnico
em refrigeração e climatização, este capítulo apresentará pontos cruciais relacionados à teoria
e prática em sistemas de supervisão, automação e controle empregados em refrigeração e
climatização. Além disso, ao finalizar seus estudos, você estará apto a:
a) consultar normas e interpretar conceitos contidos em manuais e catálogos de
instrumentos e equipamentos;
b) diferenciar sinais digitais e analógicos;
c) interpretar um diagrama funcional;
d) instalar, monitorar, aplicar e saber o princípio de funcionamento de sensores;
e) configurar, programar e identificar módulos e modos de falha de equipamentos de
automação, tais como soft-start, inversor de frequência e CLP;
f ) parametrizar soft-starters e inversores de frequência;
g) identificar características de funcionamento de soft-start e inversores de frequência;
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
16
A instrumentação está presente em diversas atividades do nosso dia a dia. Como exemplo, é possível citar
a necessidade de medir a tensão da rede elétrica de uma residência (220 V ou 110 V) com um multímetro,
no intuito de ligar, de forma segura, eletrodomésticos e/ou outros equipamentos eletroeletrônicos. Tal
tarefa é necessária em caso de dúvida de qual a correta tensão de alimentação.
No campo industrial, pode-se dizer que a instrumentação é o alicerce para o controle de processos.
Todavia, ela também está presente em muitos tipos de aquecedores de água domésticos, HVAC (heating,
ventilating and air conditioning – aquecimento, ventilação e condicionamento de ar –, que constituem a
tecnologia destinada ao conforto do interior de ambientes, tais como edifícios e veículos) ou ainda no
controle da energia elétrica utilizada pelo compressor para a refrigeração (DUNN, 2013; ALTMANN, 2005).
Além disso, a instrumentação aborda o projeto, fabricação, especificação, montagem, operação,
processamento de sinais e manutenção de instrumentos de medição empregados em controle de variáveis
de processos, nos quais normalmente objetiva-se obter informações sobre seu estado. Teoricamente, a
instrumentação trata de dispositivos e técnicas de controle no intuito de otimizar processos e torná-los
seguros.
De acordo com Andersson (2012), a automação de forma paralela estuda os dispositivos e técnicas para
eliminar, reduzir ou otimizar o uso da mão de obra nos processos.
Sistemas de controle objetivam a manutenção de uma ou mais grandezas ou um processo dentro
de limites predeterminados. O mecanismo de ação dos sistemas de controle inicia-se com a medição de
uma ou mais grandezas associadas ao processo que se pretende controlar. O valor medido é comparado
com um valor de referência e, então, em função da comparação; o sistema de controle atua sobre a(s)
grandeza(s) ou sobre o processo, com a finalidade de mantê-los dentro de níveis admissíveis (ALBERTAZZI;
SOUSA, 2008).
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
17
Sistemas de controle geralmente são compostos por vários elementos e podem ser representados de
forma simplificada por um diagrama de blocos, que é uma interconexão de componentes ou processo a ser
controlado, formando a configuração de um sistema que produzirá uma resposta desejada. A partir desse
diagrama é possível estudar as relações de dependência entre as variáveis que interessam ao sistema de
controle.
Na figura seguinte é possível observar quatro elementos básicos em um diagrama: dispositivo
de controle, atuador, processo e sensor. Cada elemento do diagrama de um sistema de controle é
responsável por uma determinada ação em um loop (malha) de controle. As definições desses elementos
ou blocos e de outros termos correlatos são dados de forma sucinta na sequência (DUNN, 2013; ALTMANN,
2005; DORF E BISHOP, 2001).
desejada
Sensor
Saída medida Retroação
Figura 1 - Diagrama de blocos de um sistema de controle básico
Fonte: adaptado de Dorf e Bishop (2001)
Para melhor compreensão de sistemas de controle são apresentadas, a seguir, algumas terminologias.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
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Dispositivo
Resposta desejada Processo Saída
de atuação
Figura 2 - Diagrama de blocos de um sistema de controle em malha aberta
Fonte: adaptado de Dorf e Bishop (2001)
Sistema de controle em malha fechada – é o sistema em que a ação de controle depende da saída, ou
seja, é necessária a retroação do sinal de saída, que é medido e comparado com a resposta desejada, a fim
de reduzir o erro e manter a saída do sistema em um valor desejado.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Resposta
Comparação Controlador Processo Saída
desejada
d) Derivativa – da mesma forma que a ação de controle integral, a ação de controle derivativa deve
ser empregada junto com a ação de controle proporcional, que atua na variável manipulada
proporcionalmente à velocidade de variação do desvio. Ela calcula, a intervalos regulares, a variação
do desvio do processo e soma seu valor à variável manipulada. Deve-se estar atento, pois a ação
derivativa não pode ser empregada em processos com resposta rápida ou com ruídos nos sinais de
medição, pois a ação derivativa provoca mudanças súbitas na saída do controle, de forma a levar o
sistema a oscilar de forma instável.
Intervalo de indicação – Conjunto de valores compreendidos entre duas indicações extremas (Inmetro,
2012). Esse intervalo compreende o maior e o menor valor possível de ser indicado pelo mostrador do
instrumento. São exemplos:
a) Micrômetro: 50 a 75 mm;
b) Termômetro: -20 a 60°C;
c) Voltímetro: ± 200 V.
No caso de indicadores digitais, é possível encontrar indicadores em que o primeiro dígito possa
representar somente o algarismo de número 1 (um). Esse dígito é especial e é contado como meio dígito.
Em manuais e catálogos, encontra-se a representação 3½ dígitos, que pode indicar valores dentro do
intervalo limitado por ± 1999. Como exemplos:
a) Termômetro digital: ± 99,99°C (4 dígitos);
CARACTERÍSTICAS DA INDICAÇÃO
Valor de divisão de escala – diferença entre os valores da escala correspondente compreendida entre
duas marcas sucessivas quaisquer de um instrumento analógico. O valor de uma divisão é expresso na
unidade sobre a escala, independente da unidade do mensurando. Exemplo: manômetro.
Incremento digital – em instrumentos digitais, o conceito de divisão de escala não é mais aplicável,
e passa-se a falar em incremento digital. Este é a menor variação da indicação direta possível de ser
apresentado por um dispositivo mostrador digital, que nem sempre é unitária.
Resolução – menor diferença entre indicações mostradas que pode ser significativamente percebida
(Ibidem). Uma dada variação na grandeza medida causa uma variação perceptível na indicação
correspondente. Na prática, em instrumentos analógicos, ela é adotada como uma divisão de escala ou
uma fração dessa divisão. Porém, é possível adotar uma resolução, dada a capacidade do usuário em
realizar interpolações visuais ao efetuar a leitura e a qualidade do dispositivo mostrador. Tal possibilidade
é aplicável nos casos mostrados na tabela subsequente.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
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SENSOR SENSIBILIDADE
Termopar tipo J 50 mV/ºC
Termorresistências Pt 100 400 mΩ/ºC
Termistor (10 kΩ a 25ºC) -400 Ω/ºC
Tabela 3 - Sensibilidade de alguns sensores de temperatura
Fonte: adaptado de Omega (2014)
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Curva de erros – é um gráfico que demonstra os erros apresentados pelo sistema de medição como
função de sua indicação. É válida somente para as condições em que foi determinada, de forma que os
erros possam diferir se as condições de uso do sistema forem outras.
Histerese – é um erro de medição associado a diferenças entre indicações para um dado valor do
mensurando quando for atingido por valores crescentes e a indicação do mensurando quando for atingido
por valores decrescentes. Ocorre tipicamente em sistemas mecânicos, nos quais há a possibilidade de
folgas e deformações devido ao atrito entre partes.
Zona morta – é o intervalo máximo no qual um estímulo pode variar em ambos os sentidos sem
produzir variação na resposta de um instrumento de medição.
Tempo de resposta – é o intervalo de tempo medido entre o instante em que o estímulo de um
instrumento de medição ou um sistema de medição é submetido a uma variação brusca até que a resposta
permaneça estável dentro de limites especificados.
A figura a seguir é uma analogia com dardos atirados em um alvo para demonstrar a diferença entre
os conceitos de precisão e exatidão de um sistema de medição. Suponha que a meta de um atirador seja
acertar os dardos no centro do alvo. Assim, há três situações diferentes: em (a) os dardos estão muito
próximos. Isso quer dizer que o atirador possui boa precisão, porém, baixa exatidão; em (b) os dardos estão
muito próximos e no centro do alvo. Isso quer dizer que o atirador é preciso e exato; em (c) os dardos estão
completamente dispersos no alvo. Isso remete a uma falta de precisão e exatidão por parte do atirador.
CARACTERÍSTICAS DA CALIBRAÇÃO
Calibração – operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira etapa, uma relação
entre os valores e as incertezas de medição fornecidas por padrões e as indicações correspondentes com as
incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza essa informação para estabelecer uma relação visando
à obtenção de um resultado de medição a partir duma indicação.
Verificação – é uma calibração de modo simples. Possui o intuito de testar se um sistema de medição
(ou uma medida materializada) está em conformidade com dada especificação técnica.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Ajuste – é uma operação corretiva destinada a fazer um instrumento de medição ter desempenho
adequado ao seu uso. É realizada por técnico especializado. O ajuste pode ser automático, semiautomático
ou manual. Como exemplos, pode-se citar a possibilidade de ajustar a sensibilidade de um sistema de
medição ou de zerá-lo.
Regulagem – é um tipo de ajuste, mas pode ser realizado pelo usuário comum em oposição a ele.
CASOS E RELATOS
Os sensores eletrônicos são dispositivos usados para detectar, e muitas vezes medir, a magnitude de
algo. Eles convertem uma quantidade física ou química (geralmente não elétrica) em uma quantidade
elétrica. Também operam ao converter variações mecânicas, magnéticas, térmicas, ópticas e químicas de
forma proporcional em grandezas como tensão elétrica, corrente elétrica e resistência elétrica. Para tal,
utilizam circuitos eletroeletrônicos.
De acordo com Alciatore e Histand (2014) e Rosário (2005), os principais tipos de sensor utilizados no
contexto da automação industrial são divididos em:
a) sensores de presença e proximidade: ópticos, magnéticos, indutivos e capacitivos;
b) sensores de posição e velocidade: potenciômetros, LVDT, encoders absolutos e relativos e
tacogeradores;
c) sensores de força e pressão: células de carga;
d) sensores de vibração: acelerômetros.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Esses sensores detectam a presença de um objeto sem contato físico. São empregados para detectar
metais, vidros, materiais plásticos, bem como a maioria dos líquidos, além de possuírem um encapsulamento
para proteção contra vibrações, líquidos, produtos químicos e agentes corrosivos encontrados em
ambientes industriais. Possuem diversos tamanhos e configurações, sendo o modelo que abriga o sensor
em um cilindro de metal ou de polímero com rosca na parte externa do encapsulamento o mais utilizado.
Esses sensores podem ser classificados em ópticos, magnéticos, indutivos, capacitivos e ultrassônicos.
Acompanhe!
a) Sensores ópticos – também conhecidos como sensores fotoelétricos, operam pela detecção de um
feixe visível ou invisível de luz, respondendo a uma variação de sua intensidade. São formados por
um emissor ou transmissor e um receptor de luz (componente fotossensível ou sensível à luz, como
um fototransistor, fotodiodo ou um LDR – resistor variável pela luz), como ilustra a figura seguinte.
Em seu funcionamento, um circuito oscilador gera uma luz convertida pelo transmissor e, quando
um objeto for aproximado do sensor óptico, reflete a luz do transmissor para o receptor. Um circuito
eletrônico identifica essa variação e emite um sinal que poderá ser utilizado para inspeção e controle.
Receptor
Carga
Feixe de luz
modulada
Objeto a ser
Isadora Luisa Bertotto (2016)
detectado
Transmissor
Figura 5 - Sensor óptico fotoelétrico
Fonte: adaptado de Petruzella (2013)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
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Sensores ópticos são capazes de detectar diferentes tipos de objetos, com exceção daqueles
transparentes ou escuros (no caso do sensor funcionar por reflexão). Existem três formas do sensor operar,
confira a seguir.
Por reflexão: a luz é refletida no objeto e o sensor é acionado;
Por barreira: o objeto bloqueia a passagem de luz e a saída do sensor é comutada;
Por modo transmissor-receptor: transmissor e receptor são dispostos um de frente ao outro, com um
espaço entre eles. Quando um raio de luz for interrompido devido a um objeto localizado entre os dois
elementos do sensor, seu sinal de saída será comutado.
Um exemplo da utilização de sensores fotoelétricos do tipo LDR está no acendimento das lâmpada de
postes automaticamente quando escurece. Associado a um relé, este sensor é capaz de variar uma pequena
resistência de acordo com a quantidade de luz que incide sobre ele, fazendo circular uma corrente por uma
bobina que provocará um contato de abrir ou fechar, comutando assim, o circuito que está ligado ao relé.
b) Sensores magnéticos – são sensores de proximidade compostos por um contato feito de material
magnético (ferro, níquel, etc.) acionado na presença de um campo magnético (ímã permanente, por
exemplo). Em seu princípio de funcionamento, quando um ímã se aproxima do sensor, o campo
magnético atrai chapas de metal, fechando o contato elétrico entre elas, comutando, assim, o sinal
de saída do sensor. Esses sensores são largamente empregados em sensores de fim de curso em
sistemas automatizados (sistemas de portão automático residencial).
c) Sensores indutivos – para aplicações em que se deseja detectar um alvo metálico sem contato
físico, os sensores de proximidade indutivos são utilizados. Eles funcionam baseados no princípio
elétrico da indutância, conforme ilustra a figura a seguir. Nesses sensores, um circuito oscilador gera
um campo eletromagnético de alta frequência, que induz correntes parasitas na superfície do objeto
metálico. As correntes absorvem parte da energia irradiada pelo sensor, mudando a intensidade
de oscilação. Um circuito de detecção do sensor monitora essa intensidade de oscilação, indicando
assim a presença ou não do objeto metálico no sinal de saída.
Isadora Luisa Bertotto (2016)
Objeto
metálico Bobina Oscilador Detector Saída
O tipo de metal é um fator importante para a detecção de um objeto metálico pelo sensor. Metais
ferrosos podem ser detectados em até 5 cm de distância, enquanto os não ferrosos requerem uma distância
menor que 2,5 cm do dispositivo. Observe na figura seguinte dois pontos de operação do sensor. Um deles
indica quando o sensor reconhece um alvo que se aproxima, é o denominado ponto de operação. Quando
o alvo se afasta e faz o dispositivo voltar ao seu estado normal, ocorre o chamado ponto de liberação.
Entre esses pontos de operação, encontra-se uma área conhecida como zona de histerese. Essa zona é
importante para o funcionamento do sensor, pois evita que choques e vibrações, movimentos lentos de
alvos ou outras perturbações (ruído elétrico e temperatura, por exemplo) possam influenciar o sinal de
saída do sensor, indicando uma falsa presença do objeto.
Zona de
histerese
Alvo
Ponto de Ponto de
operação liberação
d) Sensores capacitivos – são sensores de proximidade que detectam objetos metálicos e não
metálicos. O princípio de funcionamento é semelhante aos sensores indutivos, porém os capacitivos
produzem um campo eletrostático ao invés de um campo magnético. Esses sensores possuem um
oscilador de alta frequência junto a uma superfície de detecção, formada por dois eletrodos de
metal, conforme a figura seguinte. Quando um objeto se aproxima, ele entra no campo eletrostático
dos eletrodos e altera a capacitância do oscilador. Como resultado, o circuito do oscilador altera o
sinal de saída do sensor quando atinge certa amplitude. À medida que o objeto se afasta do sensor,
a amplitude de oscilação diminui, comutando assim o sensor de volta ao seu estado original.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
30
Eletrodos
do sensor
Campo
eletrostático
Alvo Alvo
e) Sensores ultrassônicos – num sensor ultrassônico, um sinal sonoro de alta frequência é emitido
em determinada direção; essas ondas percorrem até encontrarem um objeto que as reflita. Quando
o sensor recebe o eco do sinal que foi transmitido, é medido o tempo gasto entre a emissão e o
retorno. Esse tempo de propagação é diretamente proporcional à distância entre o obstáculo e o
sensor, pois o som tem uma velocidade constante. A figura seguinte ilustra uma aplicação prática
desse sensor, usado para monitorar o nível de um tanque. O sinal de saída do sensor possui relação
direta com o nível do tanque. O intervalo de 4 mA a 20 mA representa, respectivamente, o nível
mínimo e máximo do tanque.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
31
Saída de
4 a 20 mA
Polegadas
30
Polegadas
5
10
15
5
4 20 20
25
Saída
Detecção de nível
Figura 9 - Sensor ultrassônico
Fonte: adaptado de Petruzella (2013)
Os sensores de ultrassom podem detectar sólidos, líquidos, objetos granulados e têxteis. Além disso,
permitem a detecção de diferentes objetos, independentemente da cor e transparência. Ou seja, são
próprios para o monitoramento de objetos transparentes.
Diversos sistemas de controle requerem com frequência a medição de posição e velocidade. Pode-se
classificar esses tipos de sensores em: medições de posição (potenciômetros, LVDT e encoders) e medições
de velocidade (tacômetros e efeito Hall).
Acompanhe, na sequência, a explicação dessas classificações.
a) Sensores do tipo potenciométrico – os potenciômetros são sensores analógicos que funcionam
como um divisor de tensão. Trata-se de um dispositivo que transforma uma variável mecânica em
tensão elétrica. Eles variam a resistência elétrica em função de um movimento e, configurados em um
circuito divisor de tensão, apresentam o sinal de saída proporcional ao movimento. São normalmente
empregados para o controle de motores elétricos, na detecção de erro de posição e velocidade.
Podem ser do tipo linear e rotativo. Confira na figura os principais tipos de potenciômetros.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
32
Wireround (rolo Possuem um contato elétrico que desliza sobre um rolo de arame.
Possuem baixo custo, porém são muito sensíveis a variações na
de arame) temperatura.
Cermet (cerâmica Possuem um contato elétrico que desliza sobre uma trilha de
condutiva) cerâmica condutiva.
b) Sensores do tipo LVDT – também conhecidos como transformador linear diferencial variável. É um
sensor constituído de bobinas coaxiais, dentro das quais se movimenta um núcleo ferromagnético.
A carcaça do cilindro contém um núcleo primário e dois outros cilindros coaxiais contêm núcleos
secundários. A bobina do primário é alimentada com uma tensão alternada e induz tensões alternadas
nas bobinas do secundário. Quando o núcleo está na posição centralizada, a diferença entre as fases
das tensões nos enrolamentos do secundário é nula. Quando o núcleo se move, a diferença entre as
fases pode ser positiva ou negativa, dependendo de qual lado será deslocado o núcleo.
Núcleo móvel
Nulo
50
100
Enrolamento primário 50 100
(material magnético) Medida de fase
Figura 11 - Esquema de funcionamento de um LVDT
Fonte: adaptado de Rosário (2005)
c) Sensores do tipo encoder – são sensores digitais compostos por discos de vidro ou plástico que giram
entre uma fonte de luz (LED) e um par de fotodetectores. Os discos apresentam setores alternados de
transparência e opacidade, que geram pulsos de luz e escuridão quando forem girados, conforme a
figura seguinte. Os encoders podem ser classificados como incrementais ou absolutos:
a) Encoders incrementais – os sinais de saída desse modelo de encoder são trens de pulsos gerados a
partir de LEDs provenientes de dois sensores defasados de 90º em relação ao disco. A partir de um
tratamento lógico dos sinais dos sensores (realizados por circuitos integrados), é possível determinar
a posição angular absoluta e o sentido de rotação do sistema.
b) Encoders absolutos – possuem uma única codificação associada a cada posição angular. Sua
principal vantagem, em comparação ao encoder incremental, é a não necessidade de inicialização de
uma posição de referência. Normalmente são codificados em código gray (código binário reduzido)
e, assim, são muito mais complexos e de custo mais elevado se comparados com os encoders
incrementais.
Pulsos
Sensores
Figura 12 - Esquema de funcionamento de encoder óptico incremental
Fonte: adaptado de Rosário (2005)
d) Sensores do tipo tacômetro – são sensores também conhecidos como tacogeradores. Convertem
rotação mecânica em tensão elétrica de forma proporcional à velocidade de rotação. Devido ao
baixo custo de encoders incrementais, os sensores tacométricos são cada vez menos utilizados em
aplicações industriais.
e) Sensores de efeito Hall – são empregados para detectar a proximidade e a intensidade de um
campo magnético. Esse sensor é construído a partir de um pequeno chip em um circuito integrado,
e suas formas de encapsulamento dependem de suas aplicações. Na indústria, eles podem
determinar a velocidade ou o sentido de rotação de eixos. Um exemplo dessa aplicação que envolve
o monitoramento da velocidade de um motor é ilustrado na figura a seguir. Quando o sensor
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
34
estiver alinhado com o dente da engrenagem de ferro, o campo magnético possui intensidade
máxima. Quando o sensor estiver alinhado com a abertura entre os dentes, a intensidade do campo
magnético é mínima. Assim, a cada vez que um dente passa na frente do sensor de efeito Hall, um
pulso é gerado e, dessa forma, é possível medir a frequência dos pulsos e, consequentemente, a
velocidade do motor. Como exemplo, temos o uso no sistema de controle de rodas tipo ABS dos
veículos automotores.
Saída digital
Tipicamente, a medição de força ou pressão é realizada de forma indireta, com o emprego de sensores
elásticos. A ação dessas grandezas causa uma deformação absoluta (deslocamento) ou específica no
elemento elástico do sensor. Deslocamentos podem ser transformados em sinais elétricos, em um segundo
estágio, usando sensores de deslocamento como os potenciométricos, LVDTs ou capacitivos. Deformações
específicas podem ser transformadas em sinais elétricos usando sensores extensométricos resistivos ou
piezoresistivos. Um exemplo do princípio de funcionamento de um sensor para a medição de força e
pressão é apresentado na figura a seguir.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
35
SENSORES DE VIBRAÇÃO
Vibrações mecânicas podem ser analisadas em três parâmetros: deslocamento, velocidade e aceleração.
Existem vários tipos de sensores aplicados à medição dessas grandezas. Todavia, o acelerômetro é o
mais utilizado devido a sua versatilidade, enquanto outros sensores se resumem a aplicações específicas
(ALCIATORE; HISTAND, 2014).
Os acelerômetros de maior qualidade são construídos empregando um cristal piezoelétrico, que é um
material cuja deformação resulta na polarização de cargas elétricas por meio do cristal. Tal deformação causa
uma variação da carga entre os revestimentos condutores do cristal em resposta ao efeito piezoelétrico.
Dessa forma, esse modelo de acelerômetro não requer uma fonte de alimentação externa; o sinal de saída
do acelerômetro é conectado a um amplificador de carga que converte a variação de carga no cristal em
uma tensão elétrica que pode ser medida (Ibidem).
Como ilustrado na figura seguinte, um acelerômetro piezoelétrico consiste de um cristal em contato
com uma massa sísmica, suportado em uma carcaça por uma mola pré-comprimida, de forma a manter o
contato entre a massa e o cristal. Além disso, é muito importante observar que o sensor mede a aceleração
somente na direção em que está montado, isto é, ao longo do eixo da mola, da massa e do cristal (Ibidem).
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
36
Amortecedor
Mola
pré-comprimida Carcaça do
acelerômetro
Massa
Revestimento
Cristal condutor
piezoelétrico
Para Omega (2014), a temperatura pode ser medida por uma diversa gama de sensores e é uma das
variáveis mais medidas em processos. Ela possui um importante papel como indicador da condição do
produto ou elemento de um equipamento, seja na fabricação ou no controle de qualidade. Assim, os
processos de fabricação podem seguir sem interrupções e em condições otimizadas, além de que a correta
monitoração da temperatura melhora a qualidade do produto e a produtividade da empresa.
A medição de temperatura ocorre devido à variação de uma característica física. Basicamente, existem
dois métodos de medição de temperatura, que podem ser divididos em: medição com contato e medição
sem contato. Costumeiramente, é utilizado em refrigeração e climatização o primeiro modo de medição.
O sensor é instalado de forma que haja contato físico com o meio cuja temperatura se quer determinar, de
modo a ocorrer o equilíbrio térmico e assim evitar erros de medição. A troca de energia entre o sensor e o
meio ocorre principalmente pelo fenômeno da condução térmica. Outras parcelas menores correspondem
aos modos de transferência de calor por convecção e radiação (DUNN, 2013).
Os tipos de sensores de temperatura que provavelmente, você, como profissional técnico em refrigeração
e climatização entrará em contato são descritos na sequência. Cada um possui características especiais
para distintas aplicações no ramo da refrigeração e climatização (OMEGA, 2014; DUNN, 2013; BALBINOT
E BRUSAMARELLO, 2010). Os sensores são: Pt-100 e Pt-1000, Termopares e Termistores. Conheça mais
detalhes sobre cada um deles a seguir.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
37
PT - 100 E PT - 1000
São conhecidos na literatura como termorresistências ou RTDs (detectores de temperatura por
resistência). O princípio de funcionamento se baseia na alteração da resistência elétrica do elemento com
a variação da temperatura. No caso específico dos Pt100 e Pt1000, que consistem em fios finos enrolados
em torno de um núcleo de cerâmica ou vidro, os sensores são fabricados em platina. As siglas designam o
metal (Pt, platina), e os números, os valores de resistência ôhmica à temperatura de 0°C.
Pt-100 e Pt-1000 são os RTDs mais empregados nas indústrias, pois a platina é quimicamente inerte,
conservando suas características a altas temperaturas. Quando comparado com outros metais, apresenta
uma ampla escala de temperatura e, principalmente, boa linearidade na relação de variação de resistência
elétrica por variação de temperatura, conforme a figura a seguir.
8 Ferro
Níquel
7
6
Cobre
Prata
Resistência relativa a 0ºC
5
Platina
4
1
Paco Giordani Mora (2016)
Além disso, o padrão DIN-IEC 751 (Deutsches Institut für Normung – International Electrotechnical
Commission – Instituto Alemão de Normatização – Comissão Internacional de Eletrotécnica) define duas
classes de tolerância2: classe A e classe B. É possível observar os desvios admissíveis de cada classe na
tabela a seguir.
CLASSE A CLASSE B
Temperatura [ºC] Resistência [Ω] Temperatura [ºC] Resistência [Ω] Temperatura [ºC]
-200 ±0,24 ±0,55 ±0,56 ±1,3
-100 ±0,14 ±0,35 ±0,32 ±0,8
0 ±0,06 ±0,15 ±0,12 ±0,3
100 ±0,13 ±0,35 ±0,30 ±0,8
200 ±0,20 ±0,55 ±0,48 ±1,3
300 ±0,27 ±0,75 ±0,64 ±1,8
400 ±0,33 ±0,95 ±0,79 ±2,3
500 ±0,38 ±1,15 ±0,93 ±2,8
600 ±0,43 ±1,35 ±1,06 ±3,3
650 ±0,46 ±1,45 ±1,13 ±3,6
700 -- -- ±1,17 ±3,8
800 -- -- ±1,28 ±4,3
850 -- -- ±1,34 ±4,6
Tabela 4 - Desvios de resistência elétrica e temperatura para RTDs de platina
Fonte: adaptado de Omega (2014)
Esses sensores são adequados para medir temperaturas entre -200ºC e +850ºC. A seguir, é mostrada
uma tabela com valores intermediários de resistência elétrica e temperatura dos Pt100 e Pt1000.
A equação que correlaciona a resistência elétrica com a temperatura nos sensores RTD de platina é dada
por:
Para realizar uma medição de temperatura com um Pt100 ou Pt1000, é necessário circular uma corrente
elétrica pelo sensor para então medir a tensão elétrica gerada sobre ele, que é a função da corrente e da
resistência. No entanto, o sensor irá dissipar energia devido ao efeito Joule e irá esquentar, indicando
assim uma temperatura mais alta do que a realmente medida. Isso se chama autoaquecimento. Na prática,
é utilizada uma corrente elétrica baixa, da ordem de 1 mA, no intuito de reduzir erros de medição. Além
disso, existem determinadas configurações de fios dos sensores para medir. Confira!
a) Dois fios – nessa configuração, um instrumento irá medir a resistência do sensor RE junto com a
resistência dos fios R1 e R2. Isso gera, consequentemente, uma leitura de temperatura mais alta. Para
contornar esse problema, pode ser realizada uma calibração, correlacionando a resistência medida
com a temperatura de referência, medida por outro sensor mais exato. Veja a figura a seguir.
PRETO
R2
RE
Paco Giordani Mora (2016)
VERMELHO
R1
ELEMENTO
Figura 17 - Configuração de RTDs a 2 fios
Fonte: adaptado de Omega (2014)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
40
b) Três fios – o sensor fornece uma conexão em uma das extremidades e duas para a outra. Se os três
fios do sensor forem idênticos e de igual comprimento, então R1 = R2 = R3 = R. Medindo a resistência
do sensor por meio dos fios 1 e 2, a resistência total do sistema é R1 = R2 + RE = 2R = RE. Se a resistência
também for medida pelos fios 2 e 3, obtém-se o valor de resistência dos fios auxiliares (2R), já que são
idênticos. Assim, subtraímos o valor (R2 + R3) = 2R da resistência total do sistema (R1 + R2 + RE) = 2R =
RE, sobrando apenas RE. Veja a figura a seguir.
PRETO R
3
PRETO R
2
RE
c) Quatro fios – nessa configuração, duas conexões são fornecidas para cada extremidade do sensor. É
a construção mais empregada para medições mais precisas. Uma corrente elétrica circula pelos fios
exteriores 1 e 4. A tensão elétrica é medida por meio dos fios internos 2 e 3. Dessa forma, a partir
da equação V = RE×I, obtemos apenas a resistência do sensor RE, sem o efeito de resistência dos fios
auxiliares. Veja a figura a seguir.
PRETO
R4
PRETO R
3
RE
Paco Giordani Mora (2016)
VERMELHO
R2
VERMELHO R
1
ELEMENTO
Figura 19 - Configuração de RTDs a 4 fios
Fonte: adaptado de Omega (2014)
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
41
Muitas vezes, a resistência dos fios auxiliares pode causar erros de medição, principalmente em
elementos de platina de baixa resistência, como os Pt100. Assim, as configurações com 3 e 4 fios são
indicadas para eliminar esse problema.
Por serem sensores bastante frágeis, em determinadas aplicações é requerida uma proteção contra
choques mecânicos. Assim, conforme a figura seguinte, os sensores são dispostos em um tipo de invólucro
denominado bainha, fabricada em aço inoxidável. Essa bainha, junto com o sensor, é totalmente preenchida
com óxido de magnésio, que é um ótimo condutor térmico.
Condicionador de sinal
(transmissor)
Bainha (termopoço)
TERMOPARES
São sensores de temperatura muito simples em termos construtivos. Consistem em dois condutores
elétricos de materiais (composição de ligas) com propriedades termoelétricas diferentes, unidos em ambas
as extremidades (junções). Dessa forma, esses sensores medem diferenças entre duas temperaturas,
conforme ilustra a figura seguinte. Caso a temperatura de uma junção seja bem definida por uma referência
(junta fria), é possível inferir a temperatura da outra junção (junta quente) medindo uma tensão elétrica
gerada.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
42
Condutor 1
T3 T3
Medição
V de tensão
T
1 Condutor 2
T3
T3 T3
T3
Esses são sensores ativos, ou seja, geram um sinal elétrico em resposta a um estímulo térmico, sem
necessitar de alimentação. Isso ocorre devido a uma tensão termoelétrica gerada quando as temperaturas
das duas extremidades de dois materiais dissimilares forem diferentes, sendo este o chamado efeito
Seebeck. Para pequenas mudanças de temperatura, a tensão de Seebeck é linearmente proporcional à
temperatura, dada pela equação:
Onde V é a tensão gerada, α é a taxa de variação da tensão com a temperatura (ou o coeficiente de
Seebeck), e ∆T é a diferença de temperaturas entre as duas junções dos materiais dissimilares (BALBINOT;
BRUSAMARELLO, 2010).
A seguir são apresentadas leis derivadas do comportamento de termopares, úteis ao entendimento dos
circuitos em que esses sensores são usados para medir temperatura (OMEGA, 2014).
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
43
a) Lei dos metais intermediários – a tensão elétrica gerada V é função apenas do termopar ferro (Fe)
e do constantan3 (C) a uma temperatura T1. A inserção de um fio intermediário de cobre (Cu) com
temperatura T, criando dois novos termopares (Fe-Cu e C-Cu), não gerará tensão se as duas novas
junções estiverem à mesma temperatura. Veja a figura a seguir.
Fe
Cu Fe
b) Lei das temperaturas internas – a tensão elétrica gerada V é função do termopar ferro (Fe) e
do constantan (C) a uma temperatura T, independentemente da temperatura (T1) que esteja em
qualquer um dos fios de medição do sensor, vide figura a seguir.
Fe Fe
V T
T
C C C
Bloco
T isotérmico
1 Isadora Luisa Bertotto (2016)
c) Lei dos metais inseridos – a tensão elétrica gerada V é função do termopar ferro (Fe) e do constantan
(C) a uma temperatura T, desde que os dois outros termopares gerados pela inserção de um terceiro
fio de platina (Fe-Pt e Pt-Fe) tenham a mesma temperatura (T1). Observe a figura a seguir.
3 É uma liga metálica empregada em termopares para instrumentação e constituída essencialmente por cobre, níquel e manganês.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
44
C C
V T
T
Fe Fe Fe
Bloco
T isotérmico
1
Na prática, qualquer combinação de metais poderia ser usada para formar um termopar, entretanto,
a curva que relaciona tensão e temperatura poderia não ser interessante. Na figura seguinte é possível
observar as tensões de saída em função da temperatura de alguns termopares mais comuns.
80
E
60
K
J
Milivolts
40
R
20
S
Isadora Luisa Bertotto (2016)
Ao longo dos anos, pares específicos de ligas de termopares foram desenvolvidos para resolver problemas
de medição de temperatura. Todos os conectores e fios de termopares são codificados segundos a ANSI4 e
a IEC5. Na figura seguinte são ilustrados os tipos de termopares (de acordo com o código de identificação)
dessas duas normas.
Na próxima figura você pode ver que os termopares também podem ser alocados em bainhas, da
mesma forma que os termorresistores. De acordo com Omega (2014), os tipos de termopares quanto à
junção dos fios podem ser classificados em:
a) Junta aterrada – são empregados quando um tempo de resposta de vários segundos é tolerável. É
recomendável para a medição de temperatura de líquidos, gás corrosivo e aplicações de alta pressão.
b) Junta não aterrada – nesse caso, a junção de medição está eletricamente isolada da bainha protetora.
Essa configuração permite a medição em ambientes com elevado ruído elétrico.
c) Junta exposta – são recomendados para a medição de temperatura de gases não corrosivos, pois as
aplicações normalmente exigem tempo de resposta extremamente rápidos.
Aterrada
Não aterrada
Isadora Luisa Bertotto (2016)
Exposta
Figura 27 - Estilos da ponta do termopar alocados em bainha
Fonte: adaptado de Petruzella (2013)
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
47
Para realizar uma medição com um termopar do tipo T (cobre-constantan, por exemplo), é necessário
conectar o sensor em um voltímetro. Porém, ao fazer isso, estamos criando um novo termopar, devido às
conexões dos fios do sensor com os fios do equipamento (que tipicamente são de cobre).
A figura seguinte ilustra essa situação em que se deseja medir a tensão V1 na junção J1, mas a junção J2
gera uma tensão V2 (devido ao termopar cobre - constantan) que é somada a V1. Nesse caso, a junção J3
não produz uma tensão, pois o par é formado pelos mesmos materiais. O voltímetro efetuaria a leitura de
tensão equivalente à diferença de temperaturas das junções J1 e J2. Assim, não seria possível determinar a
temperatura J1 sem antes saber a temperatura de J2.
J3
Cu Cu
v V1 J1
C
Cu
J2
CIRCUITOS EQUIVALENTES
Cu Cu Cu
V3
J1
J3 J1
V1 V1 Isadora Luisa Bertotto (2016)
Cu V2 C V2 C
Cu
J2 J2
Figura 28 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo T
Fonte: adaptado de Omega (2014)
Para contornar esse problema, foi mudada a configuração do circuito, criando uma junção de referência.
Uma das formas de determinar a temperatura J2 é colocando essa junção em um banho de gelo, forçando
sua temperatura a 0ºC, conforme a seguinte imagem. Dessa forma, a leitura de tensão elétrica gerada V é
proporcional à diferença de temperaturas das junções J1 e J2. Como a temperatura em J2 já está estabelecida,
é possível calcular a temperatura da junção J1.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
48
Cu Cu T
V1 J1
v V1 J1 V
Cu Cu V2 C V2 C
Voltímetro Cu
Banho de gelo
Figura 29 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo T com junta de referência
Fonte: adaptado de Omega (2014)
J3
Fe
Cu
+
Voltímetro J1
-
Cu C
Fe
J4
Denilza Pereira dos Santos (2016)
J2
Banho de gelo
Figura 30 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência
Fonte: adaptado de Omega (2014)
Para contornar esse problema, foram estendidos os fios de cobre do instrumento e criado um chamado
bloco isotérmico, baseado na lei dos metais inseridos, no intuito de remover as junções dos terminais
do voltímetro, conforme ilustra a seguinte figura. Esse bloco isotérmico deve ser de um material isolante
elétrico e um bom condutor térmico para manter J3 e J4 à mesma temperatura, qualquer que seja ela.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
49
Bloco isotérmico
J3
Cu
Cu Fe
+ T1
V
- Fe C
V2
Cu
Cu
Voltímetro J4
Banho de gelo
Figura 31 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência e bloco isotérmico
Fonte: adaptado de Omega (2014)
Mesmo assim, é possível simplificar ainda mais o circuito de medição com o multímetro e o termopar
do tipo J. Agora será eliminado o fio adicional de ferro (entre J4 e TREF) e o bloco de gelo, conforme ilustra
a seguinte figura. Nessa última configuração, as junções J3, J4 e a junção de referência devem estar em
um ambiente com a mesma temperatura, qualquer que seja ela. Isso é obtido com um bloco isotérmico.
Porém, agora é necessário saber qual é a temperatura em que estão essas três junções. Um termistor, cuja
resistência RT é uma função da temperatura, é uma das formas de medir a temperatura absoluta das três
junções no bloco isotérmico. Dessa forma, medimos RT para encontrar TREF e a convertemos à tensão da
junção de referência equivalente, VREF. Em seguida, é medido V e adicionado VREF, no intuito de encontrar V1.
V V1 J1
- J4
Cu C
Cu
Voltímetro RT
Figura 32 - Medição de tensão com um voltímetro e um termopar tipo J com junta de referência e bloco isotérmico
Fonte: adaptado de Omega (2014)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
50
Uma vez definida a tensão V1, é possível convertê-la para a temperatura de interesse que se deseja
medir. A relação da tensão gerada pelo termopar e a respectiva temperatura é padronizada. Ela pode ser
encontrada em tabelas de fabricantes e em normas nacionais e internacionais, como exemplo na EN IEC
60584-1 e ABNT NBR 12771.
Porém, na instrumentação industrial, a diferença de temperatura da junta quente e da junta fria
geralmente é calculada de forma eletrônica, dentro dos equipamentos de medição. Além disso, o ruído
elétrico6 presente em ambientes industriais pode induzir erros de medição, principalmente em termopares.
Nesse caso, devem ser usados cabos de extensão e conectores do mesmo material do fio para diminuir
erros.
TERMISTORES
São sensores termicamente sensíveis, cuja resistência elétrica varia com a temperatura. São compostos
de um material semicondutor de óxido metálico e outros polímeros, além de serem encapsulados em
uma base de vidro ou epóxi, com o intuito de evitar a infiltração de umidade. Por possuírem material
semicondutor em sua constituição, têm a grande vantagem de serem fabricados em um tamanho físico
muito pequeno. Tipicamente, apresentam valores nominais de resistência elétrica entre 2 kΩ e 10 kΩ.
Existem basicamente dois tipos de termistores:
a) Termistor PTC (coeficiente positivo de temperatura) – são construídos com titanatos de bário,
chumbo e estrôncio, que aumentam sua resistência elétrica com o aumento de temperatura.
b) Termistor NTC (coeficiente negativo de temperatura) – são construídos com cromo, níquel, cobre,
ferro, manganês e titânio, que diminuem sua resistência elétrica com o aumento da temperatura.
Todavia, para a medição de temperatura, são mais empregados os NTCs, pois são mais sensíveis a
variações de temperatura. Tipicamente, têm uma sensibilidade muito alta (aproximadamente 200 Ω/°C),
permitindo a medição de mudanças minúsculas na temperatura. Porém, o fato de serem mais sensíveis os
faz se comportarem de forma não linear e, além disso, possuírem um intervalo de temperatura limitado a
300ºC. A curva que define a relação entre a resistência elétrica e temperatura (comportamento exponencial)
é expressa por:
6 É qualquer sinal elétrico não intencional recebido por um circuito. Equipamentos elétricos (motores industriais, eletrodomésticos,
fontes de alimentação chaveadas, etc.) são capazes de atuar como fontes de ruído elétrico. Também é conhecido como interferência
eletromagnética.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
51
Para medir a temperatura com um sensor NTC, é recomendável realizar uma operação de linearização,
com a montagem de um circuito com um resistor em paralelo ao sensor. Essa prática é melhor do que
efetuar tal linearização via software (por meio de modelos matemáticos). Todavia, a melhora na linearidade
implica em diminuição da sensibilidade, conforme a figura seguinte.
11000
10000
9000
8000
7000
Resistência (Ω)
R (NTC)
6000 R (NTC)//R
5000
4000
3000
1000
0
270 280 290 300 310 320 330 340 350
Temperatura (K)
Figura 33 - Gráfico resistência por temperatura de um termistor NTC com e sem resistor em paralelo
Fonte: adaptado de Balbinot e Brusamarello (2010)
Balbinot e Brusamarello (2010) descrevem um procedimento para realizar a linearização do sensor NTC
(de resistência RT ), de forma a determinar o valor da resistência ótima (R), denominado método dos três
pontos equidistantes. Posteriormente, o circuito a ser montado é semelhante ao da figura seguinte.
RT
Denilza Pereira dos Santos (2016)
R
Figura 34 - Circuito equivalente para linearização de sinal de saída de termistor NTC
Fonte: adaptado de Balbinot e Brusamarello (2010)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
52
É necessário tomar três pontos equidistantes de temperatura no intervalo de interesse (T1, T2 e T3) e, para
cada uma dessas temperaturas, é necessário anotar o respectivo valor de resistência (RT1, RT2 e RT3) do sensor
NTC. A equação que lineariza a resposta (valor de resistência R) é:
Como exemplo, considerando um termistor NTC de 10 kΩ, vamos utilizar os seguintes valores: RT1= 244
Ω, RT2= 1025 Ω e RT3= 7191 Ω. Aplicando a equação, temos:
Assim, um resistor de 763,5 Ω ou um pouco menor deve ser empregado em paralelo em um circuito
junto com o termistor NTC, para que a relação de resistência equivalente e temperatura possua uma relação
linear.
e) descrições funcionais;
f ) diagramas de fluxo: processo, sistemas, tubulações e desenhos e projetos de construção de
instrumentação;
g) especificações, ordens de compra;
h) identificação de instrumentos (nomes) e funções de controle;
i) instalação, instruções de operação e manutenção, desenhos e registros.
A identificação (tag number7) de cada instrumento ou função programada é dada por um conjunto
de letras que o classifica funcionalmente e por um conjunto de algarismos que indica a malha a qual
pertence o instrumento ou função programada. A figura a seguir ilustra o formato que a identificação
deverá assumir. Eventualmente, um sufixo pode ser utilizado conforme a necessidade de classificação: a
primeira letra identifica qual a variável medida, indicada ou iniciadora; as letras subsequentes indicam
as funções do instrumento na malha de controle, sendo elas: ativa (que intervém no processo com um
controlador, transmissor, chave e outros), passiva (como indicação, sinalização, etc.), de informação
(indicador, registrador e visor) e modificadoras (alarmes ou indicação de instrumentos multifunção).
X XX - X X X XX - X
Sufixo (opcional)
Número do instrumento
Grupo
Setor Denilza Pereira dos Santos (2016)
Área
Letras subsequentes
Identificação funcional
Figura 35 - Padrão de identificação de instrumentos
Fonte: adaptado de Senai/ES (1999)
7 É um código alfanumérico, gerado por regras convencionais, que identifica equipamentos e instrumentos em uma planta de
processos.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
54
Os números entre parênteses que estão indicados no quadro anterior, se referem às seguintes notas
(Ibidem):
(1) As letras indicadas como indefinidas são utilizadas para a indicação de variáveis não listadas e
podem ser utilizadas em projetos particulares.
(2) A letra indicada como não classificada, X, é utilizada para indicar variáveis que serão usadas apenas
uma vez ou possuem uso limitado.
(3) As letras modificadoras (segunda coluna), quando usadas em conjunto com a primeira letra,
são tratadas como se fossem uma entidade primeira letra única. Como exemplos, TDI é lido como: T =
temperatura, D = diferencial e I = indicador, ou seja, indicador diferencial de temperatura, enquanto TI é um
indicador de temperatura; PDIAL = indicador de pressão diferencial (modificador de pressão) com alarme
(modificador de indicador) de baixa (modificador de alarme).
(4) A primeira letra A para análise deve cobrir todas as análises não listadas e não cobertas pelas letras
indefinidas. Cada tipo de análise deve ser identificado fora do círculo no fluxograma.
(5) No caso de multivariáveis, é opcional o uso de U no lugar de uma combinação de primeira letra.
(6) É recomendado o uso dos termos modificadores alto, baixo e médio, mas não é obrigatório.
(7) O termo segurança se aplica somente a elementos primários de proteção de urgência e emergência
e elementos de proteção de controle final. Assim, uma válvula auto-operada que impede a operação de um
sistema com uma pressão acima de um valor estabelecido por meio do alívio da pressão é definida como
retropressão tipo PVC: P = pressão, V = válvula e C = controlador, mesmo que não opere continuamente. No
entanto, essa válvula deverá ser designada PSV quando se destina a proteger em condições de emergência,
ou seja, condições que colocam em risco pessoal equipamentos ou ambos.
(8) A função passiva G visor aplica-se a instrumentos ou dispositivos que oferecem uma visão direta
não calibrada do processo, como janelas de vidro ou monitores.
(9) O termo indicador é normalmente aplicável ao leitor de uma variável medida (analógica ou digital)
do processo. Um ajuste manual não deve ser designado como indicador.
(10) Uma lâmpada-piloto, que é parte de uma malha de instrumentos, deve ser designada por uma
primeira letra seguida pela letra subsequente L. Por exemplo, se você quiser indicar o estouro de tempo, a
designação é KQL: K = tempo programado, Q = totalizado, L = lâmpada-piloto. Caso não seja parte de uma
malha de instrumentos, ela pode ser designada simplesmente por L. Por exemplo, a lâmpada que indica
se um motor elétrico está acionado ou não é designado por EL: E = tensão elétrica, L = lâmpada-piloto,
assumindo que a tensão seja uma variável medida.
(11) O uso da letra subsequente U para multifunção no lugar de uma combinação de outras letras
funcionais é opcional.
(12) Um dispositivo que conecta, desconecta ou transfere um ou mais circuitos pode ser, dependendo
das aplicações, uma chave, um relé, um controlador de duas posições ou uma válvula de controle.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
56
(13) É esperado que as funções associadas à utilização da letra subsequente Y sejam definidas fora do
círculo de identificação.
(14) O uso dos termos modificadores alto, baixo, médio ou intermediário deve corresponder a calores
das variáveis medidas, e não dos sinais, a mesmo que de outra maneira seja especificado.
(15) Os termos alto e baixo, quando aplicados para designar a posição de válvulas, são definidos como:
alta – denota que a válvula está em ou aproxima-se da posição totalmente aberta; baixo – denota que a
válvula está ou aproxima-se da posição totalmente fechada.
(16) A letra modificadora K, em combinação com uma primeira letra, como L, T ou W, significa uma
mudança de taxa no tempo da variável medida ou da variável inicial. A variável WKIC, por exemplo, deve
representar um controlador indicador de taxa de perda de peso.
(17) A letra subsequente K é uma opção do usuário para designar estações de controle, enquanto a letra
subsequente C é usada para descrever controladores automáticos ou manuais.
Além disso, é indispensável o uso de letras maiúsculas. Se houver na mesma malha mais de um
instrumento com mesma identificação funcional, use um sufixo (ex.: FV-2A e FV-2B). O quadro a seguir
exemplifica a identificação de um instrumento.
P RC 001 02 A
Nº sequencial da
Variável Função Área da atividade
malha SUFIXO
Identificação funcional Identificação da malha
Identificação do instrumento
Quadro 2 - Exemplo de identificação de um instrumento
Fonte: adaptado de Senai/ES (1999)
As linhas de comunicação entre os elementos dos sistemas possuem diferentes traçados com diferentes
significados. O próximo quadro ilustra os principais encontrados em plantas industriais.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
57
DESCRIÇÃO REPRESENTAÇÃO
Denilza Pereira dos Santos (2016) Denilza Pereira dos Santos (2016)
5 Sinal hidráulico.
7 Sinal de software.
Os elementos dos sistemas identificados pelas tag number, são representados por símbolos. O quadro
seguinte ilustra os principais encontrados em plantas industriais.
Computador de
processo
Denilza Pereira dos Santos (2016)
Controlador
lógico
programável
(CLP)
Na sequência, você pode conferir quadros com exemplos das variáveis largamente medidas em plantas
industriais. O formato dos símbolos dos instrumentos possuem um significado específico e podem indicar
sua localização, se estiverem em uma sala de controle, no campo, ou então se o operador da planta possui
acesso ou não a esses instrumentos. Confira!
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
59
a) Pressão
FCV-301 Denilza Pereira dos Santos (2016) Transmissor de pressão (PT) por meio
pneumático para um registrador-
-controlador de pressão (PRC).
2 PT
301 Esse, por sua vez, comanda uma válvula
PAH
102
b) Temperatura
TRC
painel (TRC) no painel (com transmissão
2 202
elétrica) comandando válvula de controle
TCV-202 com transmissão pneumática (TCV).
Denilza Pereira dos Santos (2016)
TCV-302
Denilza Pereira dos Santos (2016)
c) Vazão
Ponto de TRC
ajuste
TT
I P
TY
Fluido aquecido
Condensado
Como foi visto, todo sistema de automação possui ao menos uma variável controlada e uma ou mais
variáveis manipuladas. No exemplo, a variável a ser controlada é a temperatura de saída do fluido aquecido,
e a variável manipulada é a vazão de vapor, que, se aumentar, também aumenta a temperatura de saída
do fluido aquecido, assim como ocorre da forma contrária. O set-point (sinal de referência) é dado pelo
ponto de ajuste. O sistema de controle do trocador de calor tem como finalidade atuar para que a variável
controlada atinja o valor do set-point. Assim, podemos separar a análise em:
a) Simbologia e elementos – a medição da variável de processo é realizada pelo elemento TT
(transmissor de temperatura). A comparação do valor medido por TT com o set-point é realizada pelo
elemento TRC (controlador de temperatura). O elemento TY (que possui um conversor de corrente
para pressão IP) controla o acionamento da válvula de controle com base no valor recebido pelo
controlador TRC, no intuito de corrigir a variável de processo para o valor desejado.
b) Sinais – o transmissor de temperatura TT envia um sinal elétrico para o controlador TRC, que envia
um sinal elétrico para o relé TY, que por sua vez envia um sinal pneumático para a válvula de controle
com acionamento pneumático.
CORRENTE
PARTIDA
DIRETA
PARTIDA ESTRELA/
TRIÂNGULO SOFT
STARTER
DEFINIÇÃO
R TC U
S TC V M
REDE
3~
3~
T W
PE
CARTÃO
ELETRÔNICO
DE
CONTROLE
ENTRADA SAÍDA
ANALÓGICA ANALÓGICA Isadora Luisa Bertotto (2016)
Para a partida de um motor ocorrer de forma suave, o usuário deve parametrizar duas variáveis: a
tensão de partida (P01) e o tempo de rampa de aceleração (P02). A primeira variável deve ser ajustada a
um valor mínimo suficiente para iniciar o movimento do motor e da carga; a partir desse valor, a tensão de
alimentação do motor pode subir de forma linear até chegar à tensão nominal, dado o tempo ajustado da
segunda variável. A figura seguinte ilustra tal situação em um gráfico de tensão por tempo.
Un
P01
Para a frenagem de um motor ocorrer de forma suave, o usuário deve parametrizar três variáveis: a
tensão de início de desaceleração (P03), a tensão de parada do motor (tipicamente 30% da tensão nominal)
e o tempo de rampa de desaceleração (P04). Quando em funcionamento, o motor está alimentado com
a tensão nominal, que deve ser modificada instantaneamente para a tensão de inicio de desaceleração,
sendo esta a primeira variável ajustada. A segunda variável a ser ajustada, a tensão de parada do motor, é a
que faz o conjunto motor e a carga pararem de girar. A terceira variável é o tempo de rampa de aceleração,
que corresponde ao tempo do declínio da tensão de alimentação do motor, desde a tensão de início de
desaceleração até a tensão de parada do motor. A figura seguinte ilustra tal situação em um gráfico de
tensão por tempo.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
67
Un
P03
Outra forma de controlar a partida do motor é ajustando o valor máximo de corrente elétrica fornecida
ao motor durante a aceleração (P11). Tal característica é utilizada quando se tem cargas com alto ou
constante torque de partida. O nível dessa corrente deve ser ajustado de forma que se possa observar uma
aceleração do motor. Além disso, deve ser ajustado o nível de subcorrente (P22) para que o conjunto motor
e a carga possam operar sem problemas. Tais características são ilustradas na figura a seguir.
%In
P11
Isadora Luisa Bertotto (2016)
P22
t (s)
Figura 41 - Limitação de corrente
Fonte: adaptado de Mascheroni et al. (2009)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
68
APLICAÇÃO
Os soft-starters podem ser utilizados nas mais diversas aplicações, porém são mais empregados para
acionamentos de bombas, compressores e ventiladores. Cabe lembrar que o soft-starter não melhora o
fator de potência, além de gerar harmônicos8, como qualquer outro dispositivo de acionamento estático. A
seguir, uma pequena descrição de cada uma dessas aplicações.
Bombas – nessa aplicação, a rampa de saída do soft-starter adequa a curva de torque do motor sobre
a da bomba. Uma das facilidades que torna ainda mais interessante a utilização desse equipamento no
acionamento de bombas é o recurso kick-start (pulso de torque na partida), um pulso de tensão rápida e de
grande amplitude aplicado no instante da partida. Isso ajuda a vencer a inércia de partida quando houver
a presença de sólidos na bomba. Tal característica é ilustrada na figura seguinte.
TENSÃO
UNom
UK
AJUSTE TEMPO
8 São tensões elétricas injetadas na rede elétrica por cargas não lineares com componentes de frequências múltiplas daquela
fornecida pela rede elétrica. No Brasil, por exemplo, a frequência da rede elétrica é 60 Hz. A 3ª, 5ª e 7ª harmônica correspondem
respectivamente a 180 Hz (3×60 Hz), 300 Hz (5×60 Hz) e 420 Hz (7×60 Hz).
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
69
PARAMETRIZAÇÃO
c) Parâmetros de leitura – são variáveis que podem ser visualizadas no display, porém não podem ser
alteradas.
INDICAÇÃO SIGNIFICADO
E01 Falta de fase ou falha no tiristor ou motor não conectado.
No final do tempo de rampa de aceleração programado, a tensão não chegou a
E02
100% UN devido à limitação de corrente.
E03 Sobretemperatura nos tiristores e no dissipador.
E04 Sobrecarga no motor.
E05 Sobrecarga (aplicável em bombas).
E06 Sobrecorrente imediata.
E07 Sequência de fase invertida.
E08 Erro externo.
E24 Erro de programação.
E2X Erro de comunicação serial.
E29 Erro de comunicação serial.
Tabela 9 - Mensagens de erro
Fonte: adaptado de Mascheroni et al. (2009)
e) Estado – apresenta códigos que indicam o status de uma operação ou estado de uma função.
INDICAÇÃO SIGNIFICADO
Rdy Soft-starter pronta (ready) para ser habilitada
PuP Carregando valores para Pump control
EEP Carregando valores pré-determinados (Default)
on Função habilitada
off Função desabilitada
Tabela 10 - Estados do soft-starter
Fonte: adaptado de Mascheroni et al. (2009)
Há algum tempo, o controle preciso de velocidade rotacional em equipamentos era realizado com
motores de corrente contínua. Porém, esses motores apresentam problemas intrínsecos, tais como alto
custo, elevado consumo de energia elétrica e necessidade de retificação da tensão fornecida pela rede
para alimentar o motor. A necessidade de aumento de produção com diminuição de custos amparou-se
no desenvolvimento da eletrônica de potência, que começou a empregar dispositivos eletrônicos para a
variação da velocidade rotacional (FRANCHI, 2013).
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
73
Diversos equipamentos foram desenvolvidos para as mais diversas aplicações e setores industriais na
área de eletrônica de potência. Um dos mais utilizados em processos industriais, junto com os controladores
lógicos programáveis (CLP’s), é o inversor de frequência. Esses equipamentos permitiram o uso de
motores elétricos de indução para o controle de velocidade rotacional em substituição aos motores de
corrente contínua (FRANCHI, 2013).
Segundo Franchi (2013), De uma forma geral, esses equipamentos são usados nas seguintes operações
industriais:
a) ajuste de velocidade rotacional de um motor elétrico visando à rapidez do processo;
b) ajuste de torque de um conjunto de acordo com as necessidades do processo;
c) redução do consumo e aumento de eficiência (Ibidem).
DEFINIÇÃO
Circuito de controle
Vca Retificador
Inversor – conversor que transforma a corrente contínua provinda do circuito intermediário em corrente
alternada, conforme ilustra a seguinte figura.
Como a maioria dos equipamentos industriais é trifásica, a figura seguinte ilustra o circuito de controle
(de três fases) para os pulsos de disparos de seis tiristores, de maneira que a tensão de saída de cada fase
seja alternada e defasada a 120º uma da outra.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
75
V
2 T5
T1 T3
0V
T4 T6 T2
V
2 S
A ativação dos tiristores deve ocorrer três a três. Por meio de uma lógica de controle são realizadas as
combinações para ativação, conforme a seguinte tabela.
Vrs = +V/2+(-V/2) = 0
Vst = +V/2-(-V/2) = +V
Vtr = -V/2-V/2 = -V
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
76
As tensões de linha representam a diferença entre os potenciais de um par de fases. Aplicando a mesma
análise para a primeira combinação, as demais, nos seguintes instantes de tempo, são mostradas na tabela
seguinte.
Tensão (V)
100
10 30 50
0
20 40 t (ms)
-100
Tensão (V)
100
Denilza Pereira dos Santos (2016)
20 30
0
10 40 50 t (ms)
-100
APLICAÇÃO
Inversores de frequência são equipamentos com aplicação direta no controle de velocidade, torque e
economia de energia de motores elétricos. Destacam-se em aplicações que envolvam bombas centrífugas
e ventiladores em que o torque de carga aumenta com o quadrado da velocidade, e o consumo de
energia aumenta com o cubo da velocidade. Assim, essas são aplicações estratégicas para a diminuição
do consumo de energia e a consequente redução de custos em processos industriais. Além disso, suas
aplicações também envolvem:
a) manuseio de materiais – pontes rolantes, transportadores, automatização de estoques, máquinas de
embalagem e máquinas para secagem de tecidos;
b) movimento de pessoas – elevadores e escadas rolantes;
c) controle de vazão – compressores, ventiladores e bombas;
d) plásticos – extrusores, linhas de fabricação de cabos, linhas de plásticos e bobinadoras.
PARAMETRIZAÇÃO
Parâmetros de regulação
São valores ajustáveis para utilização pelas funções do inversor, como tempo de aceleração e tempo de
desaceleração.
Uma forma de modificar a velocidade rotacional de forma controlada com o inversor de frequência
é selecionando uma rampa de aceleração e desaceleração que o inversor irá impor ao motor e a carga.
A rampa linear é a mais comumente utilizada e indicada para cargas com pouca inércia. A rampa S é
empregada onde se necessita de partida/parada de forma suave, evitando assim choques mecânicos nos
sistemas. É possível ajustar o tempo de aceleração/desaceleração para as duas rampas, e para a S também
é possível ajustar um percentual de distorção S da curva. A figura a seguir ilustra essas possibilidades de
configuração.
Frequência de saída
(velocidade do motor)
Linear
50% rampa S
Há também o parâmetro de corrente de sobrecarga do motor, empregado para sua proteção. O valor
dessa corrente indica ao inversor de frequência se o motor está operando em sobrecarga. Quanto maior
a relação entre corrente do motor e a corrente de sobrecarga definida pelo usuário, mais rápida será a
atuação do inversor no sentido de proteger o motor. Tal característica é ilustrada na figura a seguir.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
79
Corrente do motor
Corrente de sobrecarga
3,0
2,0
1,5
Tempo (s)
15 30 60 90
Figura 49 - Gráfico da função de detecção de corrente de sobrecarga
Fonte: adaptado de Franchi (2013)
Quando a carga do motor aumenta, consequentemente sua corrente também aumenta. Dependendo
da magnitude do aumento de corrente, a proteção de sobrecorrente pode ser acionada. Porém, existe uma
função, denominada corrente máxima de saída, que caso seja ultrapassada, reduzirá a rotação do motor,
seguindo a rampa de desaceleração até a corrente do motor ficar abaixo do valor ajustado. Essa função é
empregada no intuito de evitar a parada do motor em sobrecargas instantâneas.
Quando a sobrecarga desaparecer, a rotação volta ao normal. Tal situação é ilustrada pela figura seguinte.
Corrrente do motor
Tempo
Velocidade
Desaceleração Aceleração
Denilza Pereira dos Santos (2016)
Motores elétricos de indução podem ter diferentes configurações com relação à tensão de alimentação
e frequência, como motor de 220 V – 300 Hz e motor de 200 V – 60 Hz.
Motores podem ser utilizados em aplicações nas quais sua tensão nominal seja diferente da tensão
de alimentação, como rede de 440 V e motor de 380 V. Assim, a curva tensão por frequência (U/F) é um
parâmetro ajustável do inversor de frequência, utilizada em aplicações especiais nas quais os motores
possuem tensão nominal e frequência nominal diferentes dos padrões.
Na prática, conforme a figura a seguir, são definidos três pares de tensão e frequência: ponto mínimo
(P144 e 3 Hz), ponto médio (P143 e P146) e ponto máximo (P142 e P134). Observe:
Tensão de saída
Tensão nominal da rede
100%
P142
P143
Frequência
1 3 P146 P145 P134 (Hz)
(fnom) (fmáx)
Figura 51 - Curva tensão por frequência ajustável
Fonte: adaptado de Franchi (2013)
Parâmetros de configuração
Definem as características do inversor, as funções a serem executadas, bem como as funções de entradas
e saídas.
Certas aplicações necessitam uma rápida parada do motor, que requer uma desaceleração em um curto
intervalo de tempo. Para tal, são empregadas as frenagens elétricas ou mecânicas.
Durante uma frenagem, a frequência do rotor é maior que a frequência do estator. Assim, o motor passa
a funcionar como um gerador, injetando energia no inversor de frequência, o que pode acarretar uma
sobretensão do equipamento.
Sistemas antigos utilizam a frenagem mecânica, porém, apesar do método ser eficiente, o seu custo de
manutenção é alto. Com isso, a frenagem elétrica com o emprego do inversor de frequência é uma boa
prática. Esse tipo de frenagem é baseado em uma conversão de energia mecânica em elétrica, na qual esta
é dissipada em forma de calor. Para isso, existem quatro formas (ou a combinação delas):
a) Frenagem por injeção de corrente contínua – dissipa o calor no rotor do motor; a magnitude da
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
81
corrente contínua (que define o torque de frenagem) e o período em que for aplicada. São parâmetros
que podem ser ajustados pelo usuário no inversor de frequência. Esse método é empregado em
cargas com baixa inércia, pois pode causar aquecimento excessivo do motor;
b) Frenagem por fluxo – dissipa o calor no estator do motor;
c) Frenagem reostática – dissipa o calor em um resistor externo. Costumeiramente é empregada para
baixar a velocidade de rotação até determinado valor, para então aplicar a corrente contínua no
motor;
d) Frenagem regenerativa – retorna a energia elétrica à fonte de alimentação.
Outra característica muito importante para o funcionamento do conjunto motor e inversor é a rejeição
de frequências críticas. Esse recurso evita que o conjunto opere em velocidades de rotação específicas
ou faixas que ocasionem a ressonância do sistema mecânico, causando vibrações excessivas. O ajuste é
realizado mediante a configuração de uma frequência central e de uma banda em torno dela. Caso um
valor de velocidade rotacional escolhido para a operação do motor coincida com uma frequência crítica ou
banda, o inversor fará o motor operar em uma frequência ligeiramente acima ou abaixo do limite imposto.
A figura seguinte ilustra o comportamento desse parâmetro.
Frequência
de saída
Frequência
evitada 2
Frequência
evitada 1
Denilza Pereira dos Santos (2016)
Referência
de frequência
Frequência
Frequência
evitada 1
evitada 2
Parâmetros do motor – definem os dados do motor a serem acoplados com o inversor de frequência.
Exemplos: tensão do motor, corrente do motor, rotação do motor e frequência do motor;
Parâmetros das funções especiais – incluem parâmetros relacionados com a regulação da velocidade
rotacional do motor. São divididos em:
a) Ciclo automático – tem como função acionar o motor em uma determinada sequência de operação
que será repetida a cada liberação do inversor. Conforme a figura seguinte, é possível ajustar a
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
82
frequência de cada patamar, bem como o tempo de duração. Esse parâmetro possui como vantagens
a não necessidade de dispositivo de comando externo para a troca de velocidades rotacionais,
tempos de atuação precisos e estáveis e flexibilidade na programação do ciclo do processo.
Início do ciclo
n2
r3
t
n4
Inversor de
Rede frequência
Motor Bomba Sensor
Denilza Pereira dos Santos (2016)
DEFINIÇÃO
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Equipamentos Elétricos – em inglês National
Electrical Manufacturers Association (NEMA), o CLP é um aparato eletrônico digital com uma memória
programável, que armazena instruções para implementar funções específicas, tais como lógicas,
sequenciais, temporizações, contadoras e aritméticas para o controle de máquinas e processos (JONES,
1996). É um dispositivo microprocessado que, aliado a interfaces de entradas e saídas, é capaz de realizar
operações dedicadas à automação, como o controle e supervisão de processos em específico.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
84
Conforme a figura seguinte, ele se conecta com dispositivos externos e permite o envio e recebimento
de variáveis de entrada (sinais de sensores, chaves ou botoeiras, transdutores, etc) ou de saída (sinais para
acionar válvulas solenoides, displays, chaves contatoras, inclusive para outros CLPs) (PETRUZELLA, 2014).
Saídas
Entradas
Isadora Luisa Bertotto (2016)
Início
Início
Leitura das
variáveis de
entrada
Execução do
programa
APLICAÇÃO
Quase toda indústria com necessidade de automatizar processos ou máquinas e que deseja certo grau
de confiabilidade para operar em ambientes severos emprega CLPs. Eles são encontrados em diversas
áreas, desde o controle de um elevador em um prédio até em uma plataforma de produção de petróleo. É
comum encontrar CLPs em processos e máquinas de:
a) controle de turbomáquinas;
b) controle de processos e malhas de controle de vazão, nível, pressão e temperatura;
c) controle de processos químicos;
d) controle de máquinas eletro-hidráulicas e eletropneumáticas;
e) controle de motores elétricos e bombas;
f ) controle de linhas de montagem e fabricação;
g) comandos e acionamentos elétricos em geral.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
86
Aplicações dos CLPs não se limitam somente ao setor industrial, mas também na automação residencial
com finalidades diversas, como controlar bombas de água, iluminação programada, automação de sistemas
de proteção de incêndio e controle de acesso.
ARQUITETURA
TIPOS DE LINGUAGEM
De acordo com Rosário (2005), as linguagens de programação de CLPs podem ser divididas em textuais e
gráficas. A norma IEC 61131-3 define três linguagens gráficas e duas textuais como padrão de programação.
As baseadas em texto são: listas de instruções (em inglês, instruction list – IL) e texto estruturado (structured
text – ST); as linguagens gráficas são: diagrama ladder (ladder diagram – LD), diagrama de blocos funcionais
(function block diagram – FBD) e gráfico de funções sequenciais (sequential function chart – SFC).
Os padrões expostos pela norma também definem tipos de dados e variáveis. Além disso, propõem um
modelo de software baseado em:
a) Configuração (configuration) – é a formulação de um software completo, requerido para resolver
um problema particular de controle. Uma configuração é especificada para um tipo particular de
sistema de controle, incluindo os recursos de hardware. Para uma dada configuração, pode-se definir
um ou mais recursos.
b) Recursos (resources) – corresponde ao suporte para a execução de um programa, interface entre
programas e as entradas e saídas do CLP. Para um dado recurso, uma ou várias tarefas podem ser
definidas.
c) Tarefas (tasks) – controlam a execução de um conjunto de programas e/ou blocos de funções.
Podem ser executadas periodicamente ou na ocorrência de algum evento (trigger), como a mudança
de uma variável para um valor limite.
PROGRAMAÇÃO
O software desenvolvido por um programador é o elemento que define uma sequência lógica de
operações que levam o sistema a realizar determinada tarefa, e o sequenciamento da execução de um
programa é muito importante para a organização dessas tarefas, pois necessita de uma linguagem para
descrevê-las. Na programação de CLPs, a mais difundida é a linguagem gráfica com diagrama ladder,
também conhecida por diagrama de SCADA. Ela utiliza símbolos que se assemelham à tradicional notação
de diagramas elétricos.
O conceito de instruções do ladder é baseado em fluxo de energia, conforme a figura a seguir. Nesse
caso, o CLP atua no sistema de forma similar a um fluxo de corrente em circuitos elétricos. O barramento
da esquerda representa a linha de alimentação; o da direita, a linha de terra. Ao ser fechado o contato da
chave CH1, uma corrente irá percorrer a bobina do relé. Por analogia, pode-se constatar que a chave CH1
representa uma entrada do sistema, como um sensor ou atuador, e a bobina representa uma saída, como
um motor sendo acionado, por exemplo. Dessa forma, quando a chave for fechada, o motor será acionado,
pois uma corrente (fluxo de energia) circula do barramento da esquerda para o da direita.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
88
Fluxo de energia
Figura 58 - Conceito de fluxo de energia na programação de um CLP
Fonte: adaptado de Rosário (2005)
Motor
Sensor de
pressão
Sensor de
temperatura
Denilza Pereira dos Santos (2016)
Na próxima figura, você pode ver a representação do programa ladder para executar essa tarefa de
controle. Observe que os símbolos no diagrama representam instruções (contatos e bobina), enquanto os
números representam os endereços de cada instrução. Perceba que as chaves de pressão e temperatura
estão em série e paralelas ao botão de comando manual. Essa disposição dos elementos se remete ao
conceito de fluxo de energia e à lógica para que a planta opere conforme planejado. O último elemento à
direita (a bobina do motor) pode ser acionado ou não, dependendo das instruções à sua esquerda.
Bobina de
Chave de Chave de partida do
pressão temperatura motor
l/1 l/2 O/1
Botão de comando
manual
Para o programa ser executado, o CLP é posto no modo de funcionamento (run) ou no modo de ciclo de
operação, e durante cada ciclo, o CLP examina os sinais dos dispositivos de entrada, executa o programa e
muda as saídas conforme a lógica descrita pelo programa ladder. O tempo de varredura de um ciclo (scan)
indica a velocidade de um CLP para executar a tarefa.
Na linguagem ladder em geral, alguns princípios básicos devem ser levados em conta:
a) todos os símbolos que denotem saídas devem estar localizados o mais à direita possível;
b) todos os símbolos que denotem contatos devem estar localizados do lado esquerdo;
c) é possível ligar diversos componentes por intermédio de caminhos horizontais e caminhos verticais;
d) o fluxo de execução ocorre de cima para baixo, da esquerda para a direita;
e) todos os símbolos são representados no seu estado normal, ou seja, os contatos normalmente
abertos encontram-se abertos e os contatos normalmente fechados encontram-se fechados;
f ) só ocorrem comutações de estado quando o contato for alimentado.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
90
Pode-se dizer que sistemas supervisórios são atualmente um dos componentes elementares de
processos de automação. São comumente denominados sistemas SCADA (supervisory control and data
acquisition – sistema de supervisão, controle e aquisição de dados). Em geral, constituem-se de sistemas
digitais de monitoração e operação de plantas que gerenciam variáveis de processos de forma remota. As
informações são atualizadas continuamente e podem eventualmente ser guardadas em banco de dados.
Também são definidos como um conjunto de softwares que se destinam à criação de interfaces homem-
-máquina (IHM) amigáveis, que empregam tecnologias de computação e comunicação para permitir a
supervisão e controle de sistemas automatizados. Muitas vezes recolhem informações de processos
dispersos geograficamente; fatores atrelados à disponibilidade dessas informações em tempo real de
forma segura fazem esses sistemas assumirem elevada relevância. Além disso, possibilitam a tomada de
decisões operacionais apropriadas, quer automaticamente, quer por iniciativa de um operador do sistema
(ROSÁRIO, 2005).
Um dos principais atrativos de sistemas de supervisão é a redução de custos operacionais e de
manutenção de plantas. Da mesma forma, proporcionam um aumento de confiança e melhora no
desempenho de processos, visto que a coleta de informações não necessita ser desempenhada por uma
pessoa. Outra característica útil é a centralização de alarmes que detectam anomalias no funcionamento
da planta, possibilitando o reconhecimento de prováveis falhas em componentes da planta antes de
ocorrerem. Além disso, evitam o contato por parte de operadores do processo com produtos danosos à
saúde e diminuem o tempo de resposta aos incidentes.
Dentre os principais sistemas de supervisão existentes, podemos destacar os mais comercialmente
difundidos na indústria (Ibidem):
a) Wizcon (emation);
b) Ifix (intellution);
c) Intouch;
d) Elipse;
e) Cimplicity (GE Fanuc);
f ) ActionView;
g) Unisoft, facoty link.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
91
Há também sistemas supervisórios disponibilizados com licença open source (software livre), tais como:
Szarp, Argos e Free-Scada. Com vários casos de uso nas áreas de automação de processos industriais, redes
de distribuição (água e energia), automação predial e residencial e aplicações de sensoriamento diversas,
o ScadaBR é um outro exemplo. Uma aplicação na área de sistemas de refrigeração com esse software será
ilustrada nos itens seguintes.
APLICAÇÃO
Na prática, o sistema supervisório é um software que permite monitorar, controlar partes ou a totalidade
de um processo industrial, planta ou máquina. Alguns exemplos são: geração e transmissão de energia
elétrica, controle de tráfego aéreo, refino de petróleo, tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento
de esgoto, linhas de óleo e gás, sistemas HVAC em edifícios, aeroportos, navios, plataformas offshore e
estações espaciais.
Conectividade local e remota
As redes de comunicação de sistemas de supervisão se dividem em:
a) Redes remotas (campo) – empregam o padrão de comunicação mestre/escravo para obter dados
dos processos armazenados nos CLPs. Nesse padrão, a comunicação ocorre mediante a solicitação
de uma informação por uma estação mestre, e as estações escravas fornecem as informações
requisitadas por ela, por meio de um único canal de comunicação entre ambos. Entretanto, somente
o escravo a quem se destina a mensagem deve responder à solicitação.
b) Redes locais – permitem que as estações se comuniquem segundo o padrão de comunicação
cliente/servidor. Nesse padrão, a comunicação ocorre diretamente entre cada cliente e o servidor,
não havendo comunicação entre os clientes. Os clientes requisitam ou então remetem informações
ao servidor, com o objetivo de interconectar uma rede local a uma rede remota, permitindo que
qualquer cliente possa acessar, de forma indireta, os dados do processo adquiridos por esta.
Um exemplo da arquitetura desses dois modos de comunicação é ilustrado na figura seguinte.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
92
Rede de campo
Mestre
Servidor
Relatório gráfico
As plantas de controle de processo necessitam a visualização de informações. A geração de gráficos é
uma ferramenta que permite ao operador da planta acompanhar as mudanças e tendências de variáveis
em tempo real. Além disso, é possível manter gráficos de históricos dessas variáveis.
Uma tela de aplicação de um sistema supervisório em um sistema de refrigeração é apresentada na
figura seguinte. É um exemplo de relatório gráfico do comportamento de variáveis do sistema ao decorrer
de determinado período.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
93
Sistema da ar condicionado
14:52 14:54 14:56 14:58 15:00 15:02 15:04 15:06 15:08 15:10
Gráfico consolidado
35,0
32,5
30,0
27,5
25,0
22,5
20,0
17,5
15,0
12,5
10,0
7,5
5,0
2,5
0,0
-2,5
Antonio Mees (2016)
-5,0
-7,5
14:00 14:10 14:20 14:30 14:40 14:50 15:00 15:10 15:20 15:30 15:40 15:50 16:00 16:10 16:20 16:30 16:40 16:50
- Temperatura - Condensador - Temperatura - Evaporador - Ventilador
Figura 62 - Sistema supervisório de ar condicionado: tela de relatório de gráfico
Fonte: adaptado de CERTI – SCADABR (2016)
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
94
Programação de atividades
Um sistema supervisório deve possuir módulos para a geração de relatórios, gráficos e também para o
planejamento de tarefas. O software necessita das seguintes características:
a) permitir a programação e execução de diferentes tarefas baseadas em hora e data;
b) minimizar energia e reduzir custos;
c) interface intuitiva com o usuário, de fácil utilização;
d) possibilidade de agendar tarefas personalizadas e flexíveis;
e) configuração e edição rápidas.
Funções de monitoração
Os sistemas supervisórios permitem a configuração de telas que facilitam a operação, tendo geralmente
as seguintes funções:
a) tela de vista geral ou principal: apresenta os set-points e os desvios, podendo ser constituída de
várias páginas;
b) tela de grupo: apresenta informações sobre pontos em grupos de funções com os mesmos detalhes
dos visores de instrumentos analógicos;
c) telas de malhas: apresentam uma representação gráfica de cada malha de controle em detalhe,
permitindo visualizar e/ou alterar as principais variáveis da malha;
d) telas de alarme: mostram ao operador as principais falhas ou eventos do processo e/ou do sistema;
e) telas de tendências: podem ser configuradas para registrar mudança do valores das variáveis em
um intervalo de tempo reduzido (tempo real) ou em um intervalo de tempo maior, como horas, dias
e semanas (histórico).
Funções de alarme simples e intuitivo
A função de um alarme em um sistema supervisório é indicar eventos que ocorrem no sistema controlado
e que, pela sua importância, possam exigir a atenção do operador. Por exemplo, falhas na alimentação de
uma determinada parte da planta ou medidas (pressão, temperatura, etc.) que ultrapassem os limites de
segurança previstos devem ser tratadas por parte do operador, que, uma vez a par do evento ocorrido,
deve proceder à desativação do alarme.
Por questão de segurança, um alarme nunca desaparece da tela enquanto não for desativado pelo
operador, garantindo assim a responsabilidade dele, por ter tomado conhecimento de uma determinada
ocorrência.
Os alarmes são classificados por níveis de prioridade em função de sua gravidade; a maior delas é a
segurança. Eles estão associados a entidades e a valores e estado que possuem. Algumas soluções podem
ser desenvolvidas em projetos de alarmes, dentre elas:
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
95
a) priorização – a importância de alarmes relativos a outros alarmes deve ser explícita para que, em
situações de distúrbio na planta, o operador saiba por qual alarme começar a responder;
b) supressão – os alarmes devem aparecer apenas quando a situação da planta os tornar relevantes ao
operador, caso contrário, seu aparecimento é inconveniente;
c) agrupamento – alarmes com mesmo significado (redundantes, porém não iguais) devem gerar
apenas um aviso ao operador, evitando assim sobrecarga no sistema de alarmes.
Um exemplo de tela de aplicação de sistema supervisório em um sistema de refrigeração é apresentado
na figura seguinte. Nela, é possível visualizar um led em vermelho ao lado do gráfico de temperatura do
condensador, indicando que a temperatura se encontra em um valor crítico. Essa é a função de um alarme
simples.
Temperatura Evaporador
0,0
-2,5
-5,0
14:58 14:59
Temperatura - Evaporador
Set Point - Evaporador
Válvula de Expansão
Compressor -6,0
Baixa
Pressão
Condensador Evaporador
Secador
Alta
Pressão
Temperatura Condensador
32,5 !
30,0
Isadora Luisa Bertotto (2016)
32,5
27,5 !
14:58 14:59
Uma vez acionado o alarme, o operador do sistema está ciente do evento ocorrido e deve proceder com
seu reconhecimento. A figura seguinte demonstra uma lista dos alarmes pendentes.
Nos itens anteriores, você estudou alguns elementos básicos de automação e controle. Agora você terá
a oportunidade de estudar alguns sistemas que carecem de determinado nível de automação, aplicados
em refrigeração e climatização. Confira na sequência.
Os sistemas de refrigeração possuem diversas aplicações no dia a dia. Para aplicações domésticas,
temperaturas do compartimento de congelados de refrigeradores beiram o intervalo de -8ºC a -18ºC.
Para aplicações industriais, temperaturas de estocagem de produtos no intervalo de -5ºC a -35ºC são
requeridas. O princípio de funcionamento dos sistemas de refrigeração citados apenas diferem no que
concerne ao tamanho e à quantidade dos elementos básicos de um circuito de refrigeração, tais como
unidades compressoras, evaporadoras, de expansão e condensadoras. Além disso, os sistemas de controle,
de acordo com sua aplicação, podem atingir considerável complexidade.
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
97
A aplicação básica de uma câmara frigorífica é garantir a conservação dos produtos armazenados por
meio de resfriamento – manter o produto próximo de 0ºC – ou congelamento – abaixo de 0ºC.
Uma câmara frigorífica com pump down system consiste de um sistema de recolhimento automático
do fluido refrigerante do circuito de refrigeração. O fluido refrigerante pode ser mantido entre a válvula
de serviço de descarga do compressor e uma válvula de serviço de líquido do condensador ou de um
reservatório de líquido, quando existir; ou ainda entre a válvula de serviço de descarga do compressor e uma
válvula solenoide antes da válvula de expansão. O recolhimento ocorre com duas finalidades, uma durante
a operação normal do sistema e outra para serviços. Durante a operação normal, o intuito é permitir que a
partida do compressor aconteça com pouca carga. Também se deseja evitar que o fluido refrigerante possa
se condensar na tubulação de sucção do compressor, provocando assim solavancos quando ocorrer sua
partida. Além disso, caso haja líquido na linha de sucção, ele poderia migrar para o cárter do compressor
e se misturar com o óleo de lubrificação, formando uma mistura espumosa que faz o óleo perder suas
propriedades de lubrificação. É o caso de recolhimento automático (VENTURINI; PIRANI, 2005).
Conforme Wirz (2009), a forma mais efetiva de operar com o pump down consiste em utilizar uma
válvula solenoide normalmente fechada na linha de líquido (entre o condensador e a válvula de expansão),
controlada por um termostato. Os elementos básicos de um circuito mecânico e elétrico para o sistema
pump down são ilustrados na figura seguinte. O princípio de funcionamento de uma câmara frigorífica com
esse sistema possui a sequência apresentada a seguir:
a) com o sistema em funcionamento, quando uma determinada temperatura do evaporador for
atingida, o termostato (T) mandará um sinal para retirar a alimentação da válvula solenoide (S),
fechando-a;
b) o compressor continuará funcionando, bombeando o fluido refrigerante para o condensador ou
para um reservatório;
c) quando uma determinada pressão de sucção for atingida, o pressostato (LPC) mandará um sinal para
retirar a alimentação do compressor;
d) caso a temperatura do evaporador suba novamente, a válvula solenoide (S) será energizada e abrirá,
escoando o fluido refrigerante no estado de gás pela linha de sucção, aumentando a pressão;
e) no momento em que a pressão da linha de sucção atingir uma determinada pressão mínima, o
pressostato (LPC) mandará um sinal para alimentar o compressor, que volta a bombear o fluido
refrigerante pelo circuito.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
98
Linha de alimentação
Evaporador
S
Válvula
solenoide
Controle do bulbo T
Termostato
LPC
Controle de
baixa pressão
Compressor e motor
Figura 64 - Circuito mecânico e elétrico de sistema de refrigeração com pump down
Fonte: adaptado de Wirz (2009)
Para serviços como substituição de óleo e de filtros do compressor, a operação é realizada de modo
diferente ao automático. Nesse caso, com o compressor desligado, é fechada manualmente a válvula de
serviço de líquido do condensador ou do reservatório de líquido. Instala-se um manômetro próximo a
válvula de sucção do compressor e fecham-se (jumpeam-se) os contatos do pressostato, pois a pressão de
sucção durante o recolhimento é menor do que a pressão de desarme. Assim, o compressor é acionado,
e quando a pressão de sucção for próxima à do vácuo, retira-se o jump dos contatos do pressostato,
desacionando o compressor.
Após algum tempo, deve-se repetir o processo, pois uma grande quantidade de fluido refrigerante se
mistura ao óleo. Ao findar a operação, fecha-se a válvula de serviço de descarga do compressor. A partir de
então, pode-se realizar os serviços. Para voltar à operação normal, deve-se realizar o vácuo nas partes do
circuito que não foram pressurizadas, além de abrir as válvulas de serviço de líquido do condensador (ou
do reservatório de líquido) e a válvula de serviço de descarga do compressor (VENTURINI; PIRANI, 2005).
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
99
O gelo em escamas é ideal para o resfriamento de alimentos, como peixes e saladas. É também
largamente empregado na indústria pesqueira, farmacêutica e química. Tipicamente se apresentam em
escamas finas (até 3 mm), com peso e volume adaptados de acordo com as necessidades de aplicação,
armazenamento e transporte. Esse formato de gelo apresenta uma superfície de troca térmica maior se
comparado ao gelo em barra, sendo mais eficiente dessa forma (SHAWYER; PIZZALI, 2003).
Uma máquina de fabricação de gelo em escamas consiste de um equipamento com cilindros ou discos
dispostos verticalmente ou horizontalmente. Esses elementos são o evaporador do equipamento e giram
quando estão em funcionamento. A água previamente resfriada (ou não) é aspergida sobre esses cilindros
ou discos que estão à baixa temperatura (aproximadamente -7ºC), formando uma fina película de gelo.
Um raspador então remove o gelo que cai em seguida por efeito de gravidade em um compartimento
refrigerado para armazenamento do gelo em escamas. A figura seguinte ilustra uma máquina com
capacidade de produção de aproximadamente 900 kg/dia (Ibidem).
Raspadores de
gelo em ambos
lados do disco
Paco Giordani Mora (2016)
Uma variante da máquina de gelo em escamas é a máquina de gelo em cubos, conforme a figura a
seguir. Esse equipamento possui um trocador de calor (evaporador) do tipo duplo tubo concêntrico, em
que a água escoa a partir do tubo central, e o fluido refrigerante do evaporador circula no tubo exterior. Em
alguns modelos, a parte que circula o fluido refrigerante possui o formato de uma serpentina que envolve
externamente o tubo central. À medida que água flui por meio do tubo central, ela se congela nas paredes
externas. A bomba que injeta água aumenta a pressão e expulsa o gelo formado, que, ao sair da tubulação,
pode ser picotado em cubos por uma lâmina, ou então em pedaços menores que se assemelham ao gelo
em escamas, porém com uma espessura maior, de aproximadamente 8 mm (WHITMAN et al., 2012).
Evaporador em formato
de tubo em posição
Linha de sucção de externa e concêntrica
fluido refrigerante à tubo de água
no estado de vapor
Gelo em formato
cilíndrico
Entrada de fluido
refrigerante
A tabela a seguir apresenta algumas características técnicas típicas das máquinas de gelo em escamas.
Para equipamentos de grande capacidade de produção (acima de 10000 kg/dia) em áreas tropicais, com
temperatura da água acima de 21ºC, a água precisa estar pré-resfriada a aproximadamente 4ºC, no intuito
de evitar significativo consumo de energia e diminuição da produção (SHAWYER; PIZZALI, 2003).
CAPACIDADE DE CAPACIDADE DE
FLUIDO
FABRICAÇÃO [KG/ REFRIGERAÇÃO CARACTERÍSTICAS
REFRIGERANTE
DIA] [KCAL/H]
1000 4760 R-22 Vazão de água: 42 l/h *
2250 10590 R-22 Vazão de água: 102 l/h *
4500 21434 R-22 Vazão de água: 204 l/h *
9000 42867 R-22 Vazão de água: 420 l/h *
* temperatura da água de 16ºC; espessura de gelo de 1,5 mm;
* temperatura de evaporação: -23ºC; temperatura de condensação: 35ºC
Tabela 13 - Características típicas de algumas máquinas de fabricar gelo em escamas
Fonte: adaptado de Shawyer e Pizzali (2003)
2 SISTEMAS DE SUPERVISÃO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE EMPREGADOS EM REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
101
O condicionamento de ar pode ser dividido em duas frentes, de acordo com o seu objetivo: conforto
e industrial. A primeira está atrelada ao condicionamento de ar para o conforto térmico de pessoas. A
segunda tem por objetivo satisfazer condições de processos na indústria. Nessas duas aplicações de
condicionamento de ar é possível encontrar equipamentos do tipo self-contained (STOECKER; JONES, 1985).
Um sistema de climatização self-contained (tradução livre para tudo contido em uma máquina só)
basicamente corresponde a uma unidade de condicionamento de ar que traz incorporada em si mesma
todos os componentes de um sistema de condicionamento de ar, unidade essa denominada gabinete.
Podem resfriar tranquilamente locais de áreas superiores a 400 m², mantendo de maneira uniforme a
temperatura dos ambientes (CREDER, 2004).
Tipicamente, os equipamentos self-contained possuem um, dois ou três compressores herméticos, com
circuitos de refrigeração independentes. Cada circuito é composto por: um condensador (a ar ou a água);
um filtro secador; um visor de líquido; uma válvula de expansão termostática; um distribuidor de líquido;
um evaporador; válvulas de serviço na linha de alta, na linha de líquido e na linha de sucção; pressostatos
de alta e baixa; tomadas de pressão e um compressor. Dessa forma, atendem capacidades nominais que
variam de 5 TR a 60 TR, sendo que 1 TR é igual a 12000 BTU/h (Ibidem).
Os equipamentos existentes são de dois tipos:
a) insuflação de ar direto – o equipamento fica dentro do próprio ambiente a ser climatizado e possui
mobilidade para ser disposto em qualquer posição.
b) insuflação de ar por dutos – o equipamento fica instalado em uma sala de máquinas e faz o
transporte de ar gelado para climatizar o ambiente através de uma rede de dutos. Tem como opções
o insuflamento de ar gelado pelo piso (downflow) ou pelo topo (upflow).
É possível também encontrar equipamentos com duas configurações de condensador: Na primeira,
o condensador se encontra na própria unidade, sendo acoplado a ele um ventilador centrífugo para
movimentar o ar entre as aletas do condensador e liberar o calor do fluido refrigerante para um determinado
ambiente. Na segunda, o condensador realiza a troca térmica de forma indireta. Nesse caso, o condensador
é instalado externamente ao ambiente a ser climatizado, ou seja, remotamente à unidade. Na última
configuração, os self-contained podem ainda ser classificados em dois tipos quanto à condensação (SILVA,
2004):
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
102
Unidade evaporadora
Ar Frio
Condensador
Ventilador
Ventilador
Evaporador
Filtro Unidade
condensadora
b) condensação a água remoto – emprega uma torre de resfriamento de água para liberar o calor
retirado do fluido refrigerante para o ambiente externo. A água aquecida que sai do condensador da
unidade de climatização é bombeada até a torre, sendo resfriada pelo ar atmosférico. São aplicados
em instalações que requerem capacidade de refrigeração maior que 14 TR. Nesse caso, a instalação da
torre de arrefecimento, bombas e tubulações hidráulicas oneram a instalação em aproximadamente
30%, comparado com o sistema de condensação a ar.
Unidade evaporadora
Ventilador Ventilador
Evaporador Torre de
Paco Giordani Mora (2016)
Filtro arrefecimento
Condensador
Compressor Água de
condensação
Algumas versões possuem sistema de partida dividido, com sistema duplo de acionamento que utiliza
um timer para acionamento sequencial de acordo com as especificações do fabricante do compressor que
equipam as unidades self-contained.
Na partida dos motores dos compressores do sistema, conforme a figura a seguir, as linhas de alimentação
(L1, L2 e L3) são ligadas aos relés R e S. O relé S é energizado primeiramente, alimentando apenas uma
parte do enrolamento do motor, que começa a girar e desenvolve pouco torque. Em determinado tempo,
controlado por um timer, o relé R é acionado. Essa ação coloca os dois enrolamentos em paralelo, diminuindo
assim a resistência equivalente e, consequentemente, aumentando o fluxo de corrente elétrica e o torque
do motor. O propósito é limitar a corrente de pico quando houver a partida dos compressores, que podem
ser até três, dependendo do tipo de unidade self-contained.
L1 L2 L3
S R S R S R
RECAPITULANDO
Este capítulo apresentou os principais conceitos sobre supervisão, automação e controle. Foram
direcionados de forma a abranger suas aplicações em sistemas de refrigeração e climatização.
Você estudou também exemplos de alguns equipamentos da área que de certa forma empregam
tecnologias de automação e controle.
Você aprendeu sobre os elementos de uma malha de controle de processos e estudou um pouco
mais sobre os sensores em geral e os de temperatura, largamente empregados em sistemas de
refrigeração. Agora você também sabe ler, interpretar e produzir diagramas para compreender o
funcionamento de um sistema de automação. Além disso, aprendeu um pouco mais sobre alguns
equipamentos utilizados para acionamento e controle de velocidade rotacional de motores,
que possuem aplicações diretas em sistemas de refrigeração e climatização. Também estudou
elementos básicos de programação de software, hardware e equipamentos típicos aplicados à
refrigeração e à climatização, que de certa forma necessitam de tecnologias de automação.
Segurança no Trabalho e Saúde
Ocupacional
Segundo dados do INSS, durante o ano de 2013, ocorreram no Brasil aproximadamente 711.164
acidentes. Considerando uma jornada de trabalho de 8 horas diárias e 256 dias úteis nesse período, chega-
-se a aproximadamente 6 acidentes por minuto. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),
70% das causas de acidentes de trabalho são ocasionadas por estresse (IADE, 2016).
De acordo com Mattos e Másculo (2011), falta de atenção e atitudes negligentes são provenientes de
estresse. O rendimento de qualquer profissional é abalado por desequilíbrio emocional. Soma-se a isso a
falta do uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs) e negligência na gestão de obras executadas
por trabalhadores. Dessa forma, quanto mais se evitar problemas emocionais, mais seguro estará o
trabalhador para desenvolver suas atividades.
SAIBA No site do Ministério do Trabalho, você encontra mais informações sobre segurança e
MAIS saúde no trabalho. Vale a pena dar uma olhadinha. <http://goo.gl/gjFiWA>
Ainda segundo os autores, para tentar diminuir o número de acidentes, soluções têm sido amplamente
utilizadas em programas e ações de segurança em empresas, tais como:
a) aplicação de NRs;
b) orientações na integração do trabalhador com a empresa;
c) fornecimento de EPIs;
d) dicas de ergonomia;
e) treinamentos em segurança do trabalho – (DDSMS), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), semana interna de prevenção de acidentes (SIPAT), etc.
No intuito de estimular a apresentação de postura ética e responsável, consolidar práticas e
comportamentos seguros no ambiente de trabalho, de acordo com os autores, é necessário ter atenção
em alguns pontos cruciais, como:
3 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
109
Visão - compreender totalmente o ambiente em que atua, como funciona, seus riscos em potenciais e o
que você pode e deve fazer para manter a ordem.
Foco - capacidade de se concentrar, agir com clareza e ética. Essa é uma das principais ferramentas para
se combater a falta de atenção. Para isso, é necessário o foco na manutenção da segurança com
comunicação, sinalização e sistematização de atitudes.
Conflito - é uma das principais causas de perturbação, que prejudica o foco e a atenção. Pode ter origem
em fatores internos, como problemas pessoais ou externos, gerados no próprio ambiente de trabalho.
Evitar ou saber administrar conflitos evita o estresse, que evita a falta de foco e atenção, que evita
o comportamento negligente e o possível acidente.
Ação - é a capacidade de tomada de decisão, ser proativo, planejar, conduzir, liderar equipes de trabalho,
coordenar atividades de trabalho, direcionar a gestão de processos, comandar toda a equipe no sentido
de atuar de forma eficiente e eficaz nas questões de segurança. É como fazer e o que fazer.
Uma cultura organizacional exerce um importante papel para o suporte de um estilo de vida saudável
e para o bem-estar dos profissionais nas empresas. A capacidade de administrar um conjunto de ações,
inclusive diagnóstico, implantação de melhorias gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de
trabalho culmina com a qualidade de vida no trabalho.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
110
Uma atribuição prevista em legislação determina que empregadores informem seus empregados
sobre riscos de serviços. O profissional que atua diretamente na área de prevenção de acidentes (técnico
em segurança do trabalho) sabe da importância dos procedimentos, bem como sua elaboração. Pode-se
definir um procedimento de segurança como uma série de ações que devem ser seguidas para realizar
uma atividade que não cause danos ao seu executor ou a terceiros.
É necessário ter consciência preventiva em relação à saúde e à segurança no trabalho. Para isso, segundo
Moraes (2012), existem diversas práticas gerais de trabalho seguro, como:
3 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
111
a) primeiramente, nenhuma regra de segurança substitui inteiramente o bom senso, nem as regras de
segurança podem ser projetadas para cada situação no trabalho; por essas razões, o bom julgamento
deve ser usado para cada situação;
b) preenchimento de documento de procedimento operacional padrão (POP), que detalha as medidas
necessárias para a realização de tarefas com segurança. É um documento que descreve passo a
passo como executar as tarefas e deve ser seguido rigorosamente para que tudo ocorra de maneira
plena e segura;
c) preenchimento de formulário de permissão de trabalho (PT), que tem por objetivo liberar a execução
de determinado serviço somente após a constatação de condições seguras de trabalho, mediante
autorização por meio de assinatura de chefe imediato;
d) uso obrigatório do equipamento de proteção individual (EPI), ou seja, todo dispositivo ou produto
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar
sua segurança e saúde no trabalho.
Confira as obrigações da empresa e do funcionário em relação ao tema:
Funcionário
O Casos e relatos a seguir apresenta uma situação sobre a importância da utilização de equipamentos
de proteção durante a realização de um trabalho.
CASOS E RELATOS
Queimadura térmica
Carlitos é um experiente técnico em refrigeração que trabalha em um laboratório de uma
universidade. Tem vasto conhecimento em montagens de bancadas para ensaios relacionados à
refrigeração. Certo dia, o chefe do laboratório, Tevez, solicitou a Carlitos que realizasse a soldagem
de uma tubulação extra em um circuito de refrigeração para a colocação de um transmissor de
pressão. Por estar próximo ao final do expediente, Carlitos queria realizar a tarefa o mais rápido
possível para ir logo para casa, e NÃO pegou todos os EPIs necessários, pois achava desnecessário.
Com o maçarico em uma das mãos, ao se descuidar com a tocha, teve na outra mão uma queimadura
de 2º grau. Tevez teve que levar Carlitos a uma unidade de pronto atendimento para queimados.
A partir de então, Tevez instituiu a necessidade e obrigatoriedade de uso de EPIs em qualquer
trabalho a ser realizado pelos funcionários.
Dúvidas geradas ou casos omissos verificados na execução das NRs são decididos pela Secretaria de
Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT). No quadro a seguir são listadas as normas regulamentadoras
aplicadas em atividades de trabalho, de acordo com Moraes (2012):
NORMAS TÍTULO
NR 01 Disposições gerais
NR 02 Inspeção prévia
NR 03 Embargo ou interdição
Serviços especializados em engenharia de segurança
NR 04
e em medicina do trabalho
NR 05 Comissão interna de prevenção de acidentes
NR 06 Equipamentos de proteção individual – EPI
NR 07 Programas de controle médico de saúde ocupacional
NR 08 Edificações
NR 09 Programas de prevenção de riscos ambientais
NR 10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade
NR 11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
NR 12 Máquinas e equipamentos
NR 13 Caldeiras e vasos de pressão
NR 14 Fornos
NR 15 Atividades e operações insalubres
NR 16 Atividades e operações perigosas
NR 17 Ergonomia
NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
NR 19 Explosivos
NR 20 Líquidos combustíveis e inflamáveis
NR 21 Trabalho a céu aberto
NR 22 Segurança e saúde ocupacional na mineração
NR 23 Proteção contra incêndios
NR 24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
NR 25 Resíduos industriais
NR 26 Sinalização de segurança
Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no MTB
NR 27
(revogada pela portaria GM nº 262/2008)
NR 28 Fiscalização e penalidades
NR 29 Segurança e saúde no trabalho portuário
NR 30 Segurança e saúde no trabalho aquaviário
Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura,
NR 31
exploração florestal e aquicultura
NR 32 Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde
NR 33 Segurança e saúde no trabalho em espaços confinados
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e
NR 34
reparação naval
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
114
NORMAS TÍTULO
NR 35 Trabalho em altura
Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento
NR 36
de carnes e derivados
Quadro 8 - Normas regulamentadoras
Fonte: adaptado de Moraes (2012)
Além das normas regulamentadoras, há também a OHSAS 18001 (occupational health and safety
assessment series – sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho), que foi desenvolvida como
forma de ser compatível com sistemas de gestão ISO 9001:2000 (qualidade) e ISO 14001:2004 (ambiental)
no intuito de facilitar a integração de sistemas de gestão da qualidade, ambiental e da segurança e saúde
no trabalho. Essa norma especifica requisitos para estabelecer, implementar e melhorar continuamente
um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho (SST) e pode ser utilizada para certificação (CICCO,
2007).
Muitas organizações gerenciam suas operações por meio da aplicação de um sistema de processos e
suas interações. A metodologia PDCA (plan-do-check-act – planejar-fazer-verificar-agir) é uma metodologia
com aplicabilidade em todos os tipos de processos e pode ser resumida da seguinte maneira (Ibidem):
Plan Do
(Planejar) (Fazer)
Check Act
(Verificar) (Agir)
Denilza Pereira dos Santos (2016)
Figura 73 - PDCA
Fonte: adaptado de Cicco (2007)
3 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
115
A norma OHSAS 18001:2007 é baseada nessa metodologia. Ela permite as empresas criarem uma
organização para controlar os seus riscos de acidentes, doenças ocupacionais e melhorar o desempenho
da SST. Para isso ocorrer de forma plena, é necessário ter ciência de suas responsabilidades socioambientais
dentro da empresa, que deve definir e documentar o escopo de seu sistema de gestão em conformidade
com os requisitos da norma. O modelo de gestão da SST no caso da norma é (Ibidem):
a) política de SST;
b) planejamento;
c) implementação e operação;
d) verificação e ação corretiva;
e) análise crítica pela direção.
Saúde ocupacional nada mais é do que um setor específico dentro da grande área da saúde, porém
voltada unicamente para a saúde dos trabalhadores. Visa promover sua qualidade de vida e segurança, de
forma que tenham bem-estar tanto físico quanto emocional, em um ambiente de trabalho propício. Sua
conceituação também está atrelada a estudos sistemáticos em engenharia de segurança e medicina do
trabalho.
A saúde ocupacional é caracterizada como um setor obrigatório dentro de empresas de pequeno,
médio e grande porte. O Ministério do Trabalho é o órgão responsável pela fiscalização e imposição de
todas as regras que dizem respeito à qualidade de vida do trabalhador.
O simples ato de carregar uma caixa, conforme a figura a seguir, pode exemplificar um dos campos
de atuação da saúde ocupacional: a ergonomia (NR 17). A melhor solução a ser tomada para se evitar
determinados tipos de doenças ocupacionais é desde cedo evitar posturas incorretas. Nesse caso, o ideal
é que o trabalhador erga no máximo 10% do peso corporal, ou seja, quem pesa 65 kg deve erguer no
máximo 6,5 kg. Tal consideração é uma recomendação proveniente de estudos de especialistas em saúde
ocupacional.
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
116
Solar22 (2016)
Figura 74 - Exemplos de posturas para elevar uma caixa
Fonte: Thinkstock (2016)
Os trabalhadores de qualquer profissão podem ser confrontados com uma multiplicidade de perigos
nos locais de serviço. A saúde e a segurança no trabalho tratam de identificar e avaliar uma vasta gama de
potenciais riscos nos locais, exigindo intervenções para a prevenção de acidentes.
Existem condições de trabalho obviamente perigosas: máquinas não protegidas, pisos escorregadios,
uma prevenção de incêndios inexistente ou inadequada, etc. De acordo com Bit (2009), existem igualmente
algumas categorias de perigos não visíveis ou não identificados, ou seja, aqueles riscos que são perigosos,
mas que podem não estar evidentes, como riscos físicos, ruídos, vibrações, radiações1, frio, calor, pressões,
anomalias e umidade. Entenda melhor cada um desses riscos a seguir.
a) Riscos químicos – poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, produtos químicos em geral;
b) Riscos biológicos – vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos;
c) Riscos psicológicos – resultado de estresse e pressão;
d) Riscos associados à não aplicação dos princípios ergonômicos – esforço físico intenso, posturas
inadequadas, imposição de ritmos excessivos, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetitividade;
Em uma escala nacional, os custos aproximados dos acidentes e das doenças profissionais podem
chegar a três ou quatro por cento do produto interno bruto (PIB) de um país. Na realidade, ninguém
sabe realmente quais os custos totais dos acidentes ou das doenças profissionais, porque representam
uma multiplicidade de custos indiretos, muitas vezes difíceis de quantificar, além dos custos diretos mais
evidentes e quantificáveis (BIT, 2009).
AUTOMAÇÃO APLICADA À REFRIGERAÇÃO E À CLIMATIZAÇÃO
118
RECAPITULANDO
Este capítulo abordou os principais temas relacionados à segurança e à saúde no trabalho. São
de suma importância as definições e conceitos abordados, pois são indispensáveis para a plena
atuação do profissional. Dessa forma, você compreendeu a importância do emprego de normas,
condutas e procedimentos seguros na execução de atividades.
Além disso, você estudou que o ambiente e as condições de trabalho influenciam diretamente em
sua qualidade de vida e na de terceiros. Sendo assim, sabe que é necessário cumprir e fazer cumprir
procedimentos para prevenção de acidentes, e que todos possuem direitos e deveres no que diz
respeito às atividades dentro das empresas, e sabe também que o uso de EPIs é fundamental para
sua própria segurança.
Você agora sabe identificar alguns tipos de riscos encontrados nas atividades de trabalho e tem
noção de que a saúde e segurança no trabalho vão além da prevenção de acidentes. Além disso,
agora você tem conhecimento de que toda instituição tem suas obrigações para com o trabalhador
e com o meio ambiente, e que você, como profissional, deve exercer suas atividades sempre
em conformidade com o que determina a legislação, normas regulamentadoras, etc. Você sabe
que a execução de atividades de trabalho deve seguir posturas corretas, a fim de evitar doenças
ocupacionais.
Agora é com você. Continue se aperfeiçoando e sucesso na sua caminhada!
REFERÊNCIAS
A
Acelerômetros 26, 35, 36
Ações de controle 19, 56
Ajuste 25, 55, 62, 63, 68, 69, 70, 71, 73, 81,
Alarme 53, 54, 55, 59, 77, 90, 94, 95, 96
Atuador 17, 18, 19, 61, 87
Automação 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36,
37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62,
63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88,
89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 108, 110, 111, 112, 113, 114,
115, 116, 117, 118
B
Bombas 68, 69, 72, 77, 85, 86, 102
C
Calibração 20, 21, 24, 39
Câmara frigorifica 11, 96, 97
Capacidade de refrigeração 100, 102
Climatização 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35,
36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61,
62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87,
88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 108, 110, 111, 112, 113,
114, 115, 116, 117, 118
Compressor 11, 16, 68, 77, 95, 96, 97, 98, 99, 102, 103
Compressores 11, 68, 77, 101, 103
Condensação 100, 101, 102
Condensador 93, 95, 96, 97, 98, 101, 102
Condicionador de ar tipo self-contained com partida sequencial de compressores 11, 101
Controladores 16, 25, 56, 73, 83
Controlador lógico programável 11, 58, 83, 86
Correção 19, 23
Corrente elétrica 26, 39, 40, 64, 67, 103
Curva característica de resposta 22, 23
Curva de erros 23
D
Deriva 20, 23, 42, 82, 114
Derivativa 20
Distúrbio 18, 19, 95,
Dutos 15, 27, 90, 96, 97, 101, 116
E
Encoders absolutos 26, 33
Encoders incrementais 33
EPI 108, 109, 111, 112, 113, 118
Ergonomia 108, 113, 115
Erro 18, 22, 23
Erro de linearidade 23
Estabilidade 23, 32
Evaporador 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102
Exatidão 23, 24, 32
F
Fabricador de gelo em escamas 11, 99
Filtro 102
Frenagem 64, 66, 69, 70, 80, 81
Frequência 29, 30, 31, 34, 54, 68, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82
G
Gelo 11, 48, 49, 99, 100, 101
H
Histerese 23, 29
I
Incremento digital 21, 22
Indicadores 20, 25, 108
Instrumentação 11, 16, 17, 20, 42, 50, 52, 53, 58
Integral 19, 20, 82
Intervalo de indicação 20, 21
Intervalo de medição 20, 21, 23
Inversor 11, 15, 16, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82
Inversor de frequência 11, 15, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82
ISO 114
M
Malha aberta 18
Malha fechada 15, 18, 19, 82
N
Normas regulamentadoras 112, 114
NR 108, 112, 113
O
OHSAS 114, 115
Óleo , 91, 97, 98
P
Parametrização 69, 77
Part-winding 122, 134, 103
Planta 18, 88
Precisão 23, 24
Pressostato 97, 98
Processo 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23, 25, 53, 55, 63, 73, 82, 88, 89, 90, 91, 92, 94, 112
Proporcional 19, 20, 25, 26, 30, 31, 33, 42, 47, 69, 76, 77, 82
Pt-100 37
Pump down system 11, 96, 97
R
Rampa 63, 66, 68, 69, 71, 72, 78, 79
Refrigeração 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37,
38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63,
64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88,
89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 108, 110, 111, 112, 113, 114,
115, 116, 117, 118
Registradores 25
Regulagem 25
Relatório 21, 92, 93, 94
Repetitividade 23, 116
Reprodutibilidade 23
Reservatório , 97, 98, 99
Resolução 21, 22, 32
Retificador 73, 74
Risco 55, 111, 116, 117
RTD 37, 38, 39, 40, 41
S
Sensibilidade 22, 25, 32, 50, 51
Sensor 17, 18, 22, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 39, 40, 43
Sensores capacitivos 29
Sensores de efeito Hall 33
Sensores de força e pressão 34
Sensores de posição e velocidade 31
Sensores de presença e proximidade 27
Sensores de temperatura 36
Sensores de vibração 35
Sensores do tipo encoder 33
Sensores do tipo LVDT 32
Sensores do tipo potenciométricos 31
Sensores do tipo tacômetro 33
Sensores eletrônicos 26
Sensores indutivos 28
Sensores magnéticos 28
Sensores ópticos 27, 28
Sensores ultrassônicos 30
Simbologia 52, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63
Sinal de referência 18, 63
Sistemas 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38,
39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64,
65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90,
91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 114
Soft-starter 11, 15, 63, 64, 65, 68, 69, 71, 72
Sucção 97, 98, 101
Supervisórios 11, 16, 90, 91, 94
T
Temperatura 22, 29, 32, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 43, 44, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 55, 60, 62, 63,
72, 85, 88, 89, 93, 94, 95, 96, 97, 99, 100, 101, 104, 110, 122
Tempo de resposta 23, 46, 90
Tendência 23, 92
Tensão 16, 17, 26, 31, 32, 33, 35, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 47, 48, 49, 50, 55, 63, 65, 66, 68, 69, 70, 71,
72, 74, 75, 76, 77, 80, 81, 86
Termistor 22, 49, 50, 51, 52
Termostato 97, 98
Transmissores 25
V
Valor de divisão de escala 21, 22
Válvula 54, 55, 56, 59, 60, 61, 63, 84, 95, 97, 98, 99, 101
Variável manipulada 18, 20, 63
Ventiladores 68, 69, 77
Verificação 24, 71, 115
Z
Zona morta 23
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
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Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
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Revisão Técnica
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Coordenação do Projeto
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