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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

COMANDOS
ELÉTRICOS
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

COMANDOS
ELÉTRICOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


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Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

COMANDOS
ELÉTRICOS
© 2016. SENAI – Departamento Nacional

© 2016. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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FICHA CATALOGRÁFICA
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S491c
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Comandos elétricos / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2016.
137 p. : il. (Série Refrigeração e Climatização).

ISBN 978-85-505-0086-7

1. Detectores. 2. Máquinas elétricas. 3. Motores elétricos. 4. Disjuntores


elétricos. 5. Motores elétricos – Controle eletrônico. 6. Contatores. I. Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina.
II. Título. III. Série.

CDU: 621.313
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Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Comandos elétricos.......................................................................................................................................16
Figura 2 - Sistemas de climatização.............................................................................................................................17
Figura 3 - Motores elétricos............................................................................................................................................18
Figura 4 - Transformador monofásico.........................................................................................................................20
Figura 5 - Transformador trifásico.................................................................................................................................21
Figura 6 - Componentes de motores elétricos........................................................................................................22
Figura 7 - Representação do motor CC.......................................................................................................................23
Figura 8 - Comutador e bobina.....................................................................................................................................23
Figura 9 - Estator ou bobina de campo......................................................................................................................24
Figura 10 - Carcaça do motor.........................................................................................................................................24
Figura 11 - Escovas (esquerda) e localizador de escova (direita)......................................................................25
Figura 12 - Movimento do rotor em motores CC....................................................................................................25
Figura 13 - Coletor da escova.........................................................................................................................................26
Figura 14 - Motor de ímã permanente.......................................................................................................................27
Figura 15 - Rotor com duas bobinas de campo em série....................................................................................27
Figura 16 - Rotor com bobina de campo em paralelo..........................................................................................28
Figura 17 - Rotor e sua bobina de campo..................................................................................................................28
Figura 18 - Rotor com as bobinas de campo série e em paralelo.....................................................................29
Figura 19 - Classificação de motores de Corrente Alternada (CA)....................................................................30
Figura 20 - Motor de uma hidroelétrica.....................................................................................................................31
Figura 21 - Classificação dos motores síncronos.....................................................................................................31
Figura 22 - Máquina síncrona e a ligação de suas bobinas.................................................................................32
Figura 23 - Classificação dos motores quanto ao arranjo auxiliar de partida...............................................34
Figura 24 - Vantagens e desvantagens dos motores monofásicos assíncronos..........................................35
Figura 25 - Esquema elétrico de um motor de indução trifásico de rotor bobinado................................37
Figura 26 - Componentes do motor elétrico trifásico...........................................................................................37
Figura 27 - Plaqueta de identificação..........................................................................................................................40
Figura 28 - Condutores elétricos...................................................................................................................................42
Figura 29 - Tipos de cabos elétricos.............................................................................................................................43
Figura 30 - Cores específicas dos condutores..........................................................................................................43
Figura 31 - Barramento de terra....................................................................................................................................44
Figura 32 - Barramento de neutro................................................................................................................................45
Figura 33 - Barramento de fase.....................................................................................................................................45
Figura 34 - Composição dos fusíveis...........................................................................................................................52
Figura 35 - Fusível NH no circuito.................................................................................................................................53
Figura 36 - Fusível NH.......................................................................................................................................................54
Figura 37 - Fusível diazed 2.............................................................................................................................................54
Figura 38 - Fusível e base.................................................................................................................................................55
Figura 39 - Fusível de vidro.............................................................................................................................................56
Figura 40 - Funções dos disjuntores............................................................................................................................58
Figura 41 - Disjuntores termomagnéticos.................................................................................................................59
Figura 42 - Disjuntor motor (com e sem tampa).....................................................................................................60
Figura 43 - Interruptor IDR..............................................................................................................................................61
Figura 44 - Exemplo de contato direto.......................................................................................................................62
Figura 45 - Exemplo de contato indireto...................................................................................................................62
Figura 46 - Gráfico de curvas de atuação do disjuntor.........................................................................................65
Figura 47 - Painel de comando......................................................................................................................................68
Figura 48 - Botoeiras pulsadoras...................................................................................................................................69
Figura 49 - Botão cogumelo de emergência............................................................................................................69
Figura 50 - Chaves de comando....................................................................................................................................72
Figura 51 - Chave com retenção...................................................................................................................................73
Figura 52 - Chave de contatos múltiplos...................................................................................................................73
Figura 53 - Chave seletora...............................................................................................................................................73
Figura 54 - Contatores......................................................................................................................................................75
Figura 55 - Diagrama de um contator com dois terminais NA e um NF.........................................................76
Figura 56 - Contato auxiliar.............................................................................................................................................77
Figura 57 - Identificação terminais ..............................................................................................................................80
Figura 58 - Relé de sobrecarga......................................................................................................................................82
Figura 59 - Curvas características.................................................................................................................................83
Figura 60 - Tempo de atuação.......................................................................................................................................85
Figura 61 - Relé de falta de fase ou de neutro.........................................................................................................87
Figura 62 - Diagrama funcionamento do relé .........................................................................................................88
Figura 63 - Diagrama de alimentação.........................................................................................................................88
Figura 64 - Temporizadores............................................................................................................................................89
Figura 65 - Painel de controle com sinaleiros (esquerda) e sinaleiro (direta)...............................................91
Figura 66 - Indicadores sonoros e luminosos...........................................................................................................93
Figura 67 - Funcionamento do termostato biométrico........................................................................................94
Figura 68 - Termostato tipo fole....................................................................................................................................94
Figura 69 - Controlador de temperatura....................................................................................................................95
Figura 70 - Pressostato (parte superior e inferior)..................................................................................................96
Figura 71 - Funcionamento pressostatos..................................................................................................................96
Figura 72 - Pressostato com óleo..................................................................................................................................97
Figura 73 - Diagrama elétrico...................................................................................................................................... 102
Figura 74 - Diagrama funcional.................................................................................................................................. 103
Figura 75 - Diagrama unifilar....................................................................................................................................... 104
Figura 76 - Diagrama trifilar......................................................................................................................................... 105
Figura 77 - Diagrama multifilar................................................................................................................................... 105
Figura 78 - Representação numérica de contator de potência...................................................................... 108
Figura 79 - Representação numérica de um contator auxiliar........................................................................ 108
Figura 80 - Símbolos literais de diagramas............................................................................................................ 109
Figura 81 - Dispositivos de comando....................................................................................................................... 111
Figura 82 - Circuito de partida direta com sinalização....................................................................................... 112
Figura 83 - Circuito de comando e potência para partida do motor com reversão................................ 113
Figura 84 - (a) Ligação estrela com tensão de triângulo e (b) Ligação triângulo com tensão de
triângulo............................................................................................................................................................................. 114
Figura 85 - Quadro elétrico.......................................................................................................................................... 116
Figura 86 - Trilhos de fixação....................................................................................................................................... 116
Figura 87 - Canaletas...................................................................................................................................................... 117
Figura 88 - Conectores................................................................................................................................................... 118
Figura 89 - Quadro elétrico.......................................................................................................................................... 119
Figura 90 - Identificação de conectores e anilhas de identificação.............................................................. 120
Figura 91 - Multímetro analógico (esquerda) e multímetro digital (direita).............................................. 123
Figura 92 - Amperímetro alicate................................................................................................................................ 124
Figura 93 - Manutenção................................................................................................................................................ 125
Figura 94 - Ambiente organizado.............................................................................................................................. 130
Figura 95 - Conflitos nas organizações.................................................................................................................... 134

Quadro 1 - Componentes do motor monofásico assíncrono.............................................................................33


Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do motor de indução trifásico de rotor de gaiola de
esquilo....................................................................................................................................................................................38
Quadro 3 - Comparação entre motores de indução..............................................................................................39
Quadro 4 - Códigos da placa de identificação.........................................................................................................40
Quadro 5 - Códigos da placa de identificação – parte 2......................................................................................41
Quadro 6 - Resistência térmica......................................................................................................................................51
Quadro 7 - Temperatura...................................................................................................................................................51
Quadro 8 - Características dos fusíveis NH e D........................................................................................................56
Quadro 9 - Quadro curvas de atuação........................................................................................................................66
Quadro 10 - Cores botões...............................................................................................................................................71
Quadro 11 - Chave sem retenção.................................................................................................................................72
Quadro 12 - Símbolos utilizados em circuitos.........................................................................................................74
Quadro 13 - Denominações utilizadas e circuitos..................................................................................................75
Quadro 14 - Categorias de utilização de contatores.............................................................................................81
Quadro 15 - Quadro de identificação luminosa......................................................................................................92
Quadro 16 - Representação de componentes...................................................................................................... 107
Quadro 17 - Representação de contatosFonte: adaptado NBR 5280:1983................................................ 108
Quadro 18 - Símbolos e seus significados no diagrama................................................................................... 109
Quadro 19 - Discriminação dos componentes..................................................................................................... 111
Quadro 20 - Componentes circuito de partida.................................................................................................... 112
Quadro 21 - Componentes de circuito para partida com reversão.............................................................. 113
Quadro 22 - Anomalias em dispositivos................................................................................................................. 123
Quadro 23 - Manutenção preventiva e corretiva................................................................................................. 126

Tabela 1 - Composição do motor de indução trifásico.........................................................................................36


Tabela 2 - Fatores de correção.......................................................................................................................................48
Tabela 3 - Capacidade de condução de corrente...................................................................................................48
Tabela 4 - Tipos de disjuntores......................................................................................................................................64
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Comandos elétricos.......................................................................................................................................................15
2.1 Definição de comandos elétricos...........................................................................................................16
2.2 Aplicações em climatização.....................................................................................................................16
2.3 Tecnologia de componentes....................................................................................................................17
2.3.1 Motores elétricos.......................................................................................................................17
2.3.2 Condutores elétricos.................................................................................................................42
2.3.3 Fusíveis...........................................................................................................................................51
2.3.4 Disjuntores...................................................................................................................................57
2.3.5 Botões e chaves..........................................................................................................................68
2.3.6 Chaves de comando.................................................................................................................71
2.3.7 Contatores....................................................................................................................................75
2.3.8 Relés térmicos ou de sobrecarga.........................................................................................82
2.3.9 Relés de falta de fase ou de neutro.....................................................................................86
2.3.10 Relés sequenciais de fases...................................................................................................87
2.3.11 Temporizadores........................................................................................................................89
2.3.12 Sinalização e alarmes.............................................................................................................91
2.3.13 Termostatos...............................................................................................................................93
2.3.14 Pressostatos...............................................................................................................................95
2.3.15 Controladores eletrônicos de pressão e temperatura...............................................98

3 Construção e montagem de quadros elétricos................................................................................................ 101


3.1 Aplicação de simbologias e diagramas elétricos........................................................................... 102
3.1.1 Construção de diagramas elétricos.................................................................................. 103
3.1.2 Representação de componentes...................................................................................... 105
3.1.3 Acionamento e comando de chaves de partida.......................................................... 110
3.1.4 Acionamento e comando de chave de partida estrela-triângulo (Y–Δ).............. 114
3.1.5 Acionamento e comando de chave de partida compensadora............................ 115
3.2 Quadro elétrico.......................................................................................................................................... 115
3.2.1 Corte e fixação de componentes - Quadro e tampa.................................................. 120
3.2.2 Dicas para montagem de um quadro de distribuição.............................................. 120
3.3 Identificação, diagnóstico e resolução de falhas em circuitos elétricos................................ 121
3.3.1 Medição de grandezas em quadros elétricos............................................................... 123
3.3.2 Manutenção dos instrumentos de medição................................................................. 125

4 A Importância da organização do local de trabalho....................................................................................... 129


4.1 Trabalho organizado................................................................................................................................ 130
4.2 Organização do trabalho........................................................................................................................ 131
4.2.1 Gestão organizacional, sistemas administrativos e controle de atividades...... 131
4.3 Conflitos nas organizações.................................................................................................................... 133
4.3.1 Tipos de conflitos.................................................................................................................... 134
4.3.2 Características dos tipos de conflitos.............................................................................. 135
4.3.3 Fatores internos e externos, causa e consequências................................................. 135
4.4 Equipamento de Proteção Individual (EPI)...................................................................................... 137

Referências......................................................................................................................................................................... 139

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 141

Índice................................................................................................................................................................................... 143
Introdução

Prezado aluno!
Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Comandos Elétricos. Nesta unidade você irá adquirir
capacidades técnicas e conhecimentos importantes sobre os comandos elétricos, percebendo as
suas aplicações, a tecnologia envolvida na fabricação e o funcionamento dos dispositivos, desta-
cando aqueles elementos que são destinados ao segmento de climatização e refrigeração.
Você conhecerá um pouco sobre a construção dos motores elétricos, atentando para os
seus componentes e as suas funções, e explorará o assunto sobre condutores elétricos, conhe-
cendo tipos, dimensionamento, bitolas e materiais utilizados para suas constituições.
No primeiro capítulo, você conhecerá os elementos que fazem parte dos circuitos elétricos
observando suas funções, materiais utilizados na fabricação, principais aplicações e seus di-
mensionamentos.
O capítulo seguinte aborda conhecimentos sobre a construção e montagem de quadros
elétricos, explorando a aplicação dos dispositivos e elementos envolvidos na construção e ain-
da, os seus dimensionamentos. Além disso, neste capítulo você obterá informações importan-
tes a respeito da representação simbólica de circuitos e projetos elétricos, além da elaboração
de diagramas.
No outro capítulo você encontrará informações sobre a importância da organização no lo-
cal de trabalho, as estruturas que envolvem os sistemas organizacionais e os conflitos que po-
dem surgir nas organizações.
Preparado para iniciar os estudos? Então, vamos lá!
Comandos Elétricos

Você já ouviu falar em comandos elétricos? Sabe o que é ou conhece a importância da sua
aplicação? Esse é um assunto fundamental para a área em que você vai trabalhar, por isso, pro-
cure estudar as informações aqui apresentadas com muita atenção e, ao final deste capítulo,
você estará apto a:
a) identificar e caracterizar componentes elétricos de acionamento, controle e proteção em
sistemas de climatização em função de suas características construtivas e operacionais;
b) consultar normas, manuais técnicos e catálogos de fabricantes;
c) realizar procedimentos de operação e manutenção de componentes elétricos em siste-
mas de refrigeração e climatização.
Aproveite bem essa oportunidade e bons estudos!
COMANDOS ELÉTRICOS
16

2.1 DEFINIÇÃO DE COMANDOS ELÉTRICOS

Comandos elétricos são dispositivos que têm por finalidade estabelecer a condução ou a interrupção
de corrente elétrica de motores também elétricos, tanto em condições normais como de sobrecarga de
energia, permitindo dessa maneira um funcionamento adequado e seguro do sistema.

Purestock, ([20--?])
Figura 1 - Comandos elétricos
Fonte: Thinkstock (2016)

São exemplos de dispositivos: contatores, relés, disjuntores, fusíveis, temporizadores, controladores,


termostatos, botões, chaves, entre outros.
Esses dispositivos são empregados também nos sistemas de climatização e refrigeração e você vai co-
nhecê-los a seguir.

2.2 APLICAÇÕES EM CLIMATIZAÇÃO

Como você sabe, os comandos elétricos, por meio de seus dispositivos, permitem o funcionamento ade-
quado dos sistemas elétricos. Nesse universo do qual a climatização e refrigeração também fazem parte,
esses comandos atuam na proteção e acionamento de sistemas elétricos de máquinas ou equipamentos,
sendo eles residenciais, prediais e industriais, do modelo mais simples aos mais complexos, como em cir-
cuitos elétricos de redes de ar condicionado, climatizadores residenciais, comerciais e industriais, balcões
frigoríficos, entre outros sistemas.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
17

Pakphoto ([20--?])
Figura 2 - Sistemas de climatização
Fonte: Thinkstock (2016)

2.3 TECNOLOGIA DE COMPONENTES

Os conhecimentos técnicos e científicos que envolvem os componentes dos sistemas elétricos permi-
tem a sua aplicação em diversos sistemas. Na sequência você conhecerá um pouco sobre os motores elé-
tricos, condutores, fusíveis, disjuntores, chaves e botões, contatores, relés, temporizadores, sinalizadores e
alarmes, pressostatos e controladores de pressão e temperatura.

2.3.1 MOTORES ELÉTRICOS

O processo de rotação dos motores elétricos é a base para o funcionamento de muitos equipamentos,
inclusive os eletrodomésticos utilizados em residências, e de alguns dispositivos empregados nos automó-
veis, como o motor elétrico que aciona os vidros das portas ou os motores que fazem parte dos sistemas
de climatização e refrigeração. Cada equipamento comporta um motor adequado à sua função, de acordo
com o torque e a potência exigida.
COMANDOS ELÉTRICOS
18

Taitai6769 ([20--?])
Figura 3 - Motores elétricos
Fonte: Thinkstock (2016)

Os motores elétricos em geral são compostos de duas partes, o rotor1, que é a parte móvel e estator2,
que é a parte fixa.
Você sabe como funciona um motor elétrico? Seu funcionamento envolve ímãs, campos magnéticos,
correntes elétricas, entre outros conceitos da física, conforme afirma o prof. Luiz Ferraz Netto, do site Feira
de Ciências:

O rotor do motor precisa de um torque para iniciar o seu giro. Este torque (momento)
normalmente é produzido por forças magnéticas desenvolvidas entre os polos magné-
ticos do rotor e aqueles do estator.
Forças de atração ou de repulsão, desenvolvidas entre estator e rotor, puxam ou empur-
ram os polos móveis do rotor, produzindo torques, que fazem o rotor girar mais e mais
rapidamente, até que os atritos ou cargas ligadas ao eixo reduzam o torque resultante
ao valor zero.
Após esse ponto, o rotor passa a girar com velocidade angular constante. Tanto o rotor
como o estator do motor devem ser magnéticos, pois são essas forças entre polos que
produzem o torque necessário para fazer o rotor girar. Todavia, mesmo que ímãs per-
manentes sejam frequentemente usados, principalmente em pequenos motores, pelo
menos alguns dos ímãs de um motor devem ser eletroímãs. (NETTO, 2011).

1 Componente que gira (roda) em uma máquina elétrica. É um enrolamento constituído por barras de alumínio ou cobre, curto-
-circuitadas nas extremidades. A corrente gerada no circuito do rotor é induzida pela ação do campo girante do estator.
2 Conhecido também como carcaça, é o conjunto de bobinas, enroladas sobre peças polares, que permanecem estáticas.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
19

Esse processo de movimentação do motor elétrico por meio de um rotor, um estator e outros elemen-
tos, caracterizam a função de conversão de energia elétrica em energia mecânica. Sendo assim, quando
um motor é conectado à rede elétrica, ele irá receber certa quantidade de energia elétrica e em consequ-
ência realizará um trabalho mecânico, que movimentará o equipamento.
Quanto ao tipo de corrente, existem dois tipos de motores: o de corrente alternada (CA ou AC – do in-
glês Alternating Current) e corrente contínua (CC ou DC – do inglês Direct Current). Mas qual é a diferença
entre essas duas correntes?
Uma corrente elétrica é um fluxo de elétrons passando por um fio. Partindo deste pressuposto, se os elé-
trons se movimentam em um único sentido, essa corrente é chamada de contínua. Agora, se os elétrons mu-
dam de direção constantemente, essa é uma corrente alternada (Centro Universitário Anhanguera, 2014).
Na prática, a diferença entre os dois tipos de correntes está na capacidade de transmitir energia para locais
distantes. Isto porque a energia usada nas residências é produzida por usinas. Essa energia precisa percorrer
centenas de quilômetros até chegar à tomada. “Quando essa energia é transmitida por uma corrente alter-
nada, ela não perde muita força no meio caminho. Já na contínua o desperdício é muito grande” (Centro
Universitário Anhanguera, 2014). Isto porque a corrente alternada atinge, facilmente, uma voltagem mais alta
que a contínua. E quanto maior é essa voltagem, mais longe a energia pode chega sem perder força.
Os motores de corrente contínua necessitam do fornecimento de corrente também contínua para o seu
funcionamento, ou ainda, de um aparelho que faça a conversão de corrente alternada comum em contínua.
Motores desse tipo proporcionam facilmente ajustes variados e precisos durante o seu funcionamento,
como a regulagem da sua velocidade de trabalho. Porém, devido às suas características, esses motores
possuem um custo mais elevado na sua manutenção e instalação.
Como a maior quantidade de energia originada industrialmente é fornecida em corrente alternada, os
motores de corrente alternada são mais frequentemente utilizados, e dessa maneira, proporcionam um
menor custo de instalação e manutenção.
A energia utilizada nas indústrias e residências é fornecida pelas concessionárias de energia, por meio
de linhas de alta potência, para isso, é necessário que seja colocada na potência correta para uso dos con-
sumidores por meio de transformadores. Os motores elétricos podem ter sua alimentação monofásica e/
ou bifásica, e trifásica. Entenda:
a) Alimentação monofásica e/ou bifásica: os transformadores monofásicos são alimentados somente
por uma fase, ou seja, somente um condutor na parte de cima, sendo a energia fornecida ao consu-
midor por meio de três condutores (cabos ou fios) que saem da parte inferior do equipamento, que
são: neutro, fase A e fase B.
COMANDOS ELÉTRICOS
20

Edwin Verin ([20--?])


Figura 4 - Transformador monofásico
Fonte: Thinkstock (2016)

Esse tipo de energia é conduzido por meio de cabos ou fios elétricos até as caixas de distribuição das
edificações e depois para as tomadas e interruptores, a fim de serem utilizados em ambientes comerciais,
industriais e domésticos, alimentando equipamentos e aparelhos que são utilizados diariamente nas mais
diversas situações, como chuveiros, sistemas de refrigeração e climatização, eletrodomésticos, computa-
dores, iluminação, entre outros.
b) Alimentação trifásica: no transformador trifásico, a alimentação oriunda dos sistemas de alta ten-
são ocorre por três condutores (cabos ou fios) na parte de cima do transformador. Já o fornecimento
para os consumidores industriais, comerciais e em alguns casos os residenciais, é realizado por quatro
condutores (cabos ou fios) ligados às caixas de alimentação, sendo um neutro e três fases.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
21

naifunstudio ([20--?])
Figura 5 - Transformador trifásico
Fonte: Thinkstock (2016)

De acordo com PhdOnline (2015), os sistemas trifásicos ocupam a maioria das distribuições de energia
elétrica no mundo por apresentar algumas vantagens em relação ao sistema monofásico, como:
a) utiliza uma menor porção em diâmetro de cobre ou alumínio para oferecer a mesma eficácia que um
sistema monofásico;
b) é a maneira mais eficaz de distribuir a energia para distâncias acentuadas e proporciona a operação
eficiente de equipamentos de grande porte pelas indústrias;
c) há um equilíbrio constante da potência total;
d) os motores com sistema trifásico são menores e mais leves que os motores monofásicos compatíveis;
e) os motores trifásicos possuem torque maior e constante e ainda produzem pouca vibração, quando
comparados com motores monofásicos.

Em 1820, o cientista dinamarquês Hans Christian Oersted (1777-1851) des-


cobriu um princípio físico fundamental para o funcionamento dos motores
elétricos. O cientista utilizou a corrente elétrica gerada por uma pilha e por
um fio condutor e depois aproximou desse fio uma bússola. A agulha (que
CURIOSIDADES é um ímã) mexeu-se e alinhou-se perpendicularmente ao fio. Ele percebeu
que em volta do fio havia um campo magnético, que agiu sobre o outro
campo, o da agulha, e com isso, estabeleceu-se pela primeira vez a relação
entre eletricidade e magnetismo. (SUPERINTERESSANTE, 1988)
COMANDOS ELÉTRICOS
22

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ELÉTRICOS

Há uma grande variedade de modelos de motores elétricos que são produzidos de acordo com a ne-
cessidade exigida pelos equipamentos nos quais serão instalados. Os motores elétricos, na sua maioria,
possuem em comum diversos elementos empregados em sua construção, porém, cada modelo possui
elementos peculiares que fazem parte de suas características construtivas, que você conhecerá melhor ao
longo dos estudos de cada tipo de motores.
Observe, na figura a seguir, os principais componentes presentes na maioria dos motores elétricos.

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 6 - Componentes de motores elétricos
Fonte: adaptado de apostila WEG

Conheça, a seguir, as características dos tipos de motores mais utilizados, tanto no uso comercial como
industrial.

Principais classificações dos motores elétricos


O motor elétrico é um equipamento capaz de converter energia elétrica em energia mecânica. Essa
energia mecânica pode ser utilizada na ativação de diversos tipos de máquinas e equipamentos, aplicados
tanto no setor residencial, comercial e nas indústrias como no transporte de cargas (elevadores, esteiras,
guindastes, trens), no processamento de materiais (tornos, prensas, lixadeiras, fresas) e no transporte de
fluidos (compressores, bombas hidráulicas).
Os motores elétricos são classificados como motores acionados por corrente contínua e motores acio-
nados por corrente alternada. A seguir, aprenda mais sobre esta classificação.

a) Motores acionados por corrente contínua


Os motores de corrente contínua necessitam de uma corrente elétrica também contínua para o seu
funcionamento. Esse tipo de equipamento possui alto custo de instalação, porém permite o seu funcio-
namento com velocidade amplamente regulável. É recomendado para equipamentos que necessitam de
toda a carga durante a partida, como guindastes, elevadores e locomotivas.
Os principais componentes de um motor de corrente contínua (CC) são:
2 COMANDOS ELÉTRICOS
23

a) rotor (induzido ou armadura);


b) bobinas (um indutor ou campo);
c) carcaça.
Veja a representação do motor de CC, na figura a seguir.

Denilza Pereira dos Santos (2016)


Figura 7 - Representação do motor CC
Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)

O induzido, ou armadura, é a maior parte da máquina, o qual possui um eixo e um núcleo da armadura
(confeccionado em aço com ranhuras) onde são localizadas as bobinas conhecidas como enrolamento da
armadura. Além disso, possui um comutador fixado a um eixo composto por um conjunto de lâminas de
cobre isoladas entre si, que lhe permitem resistir a altas correntes elétricas.
Observe, na figura a seguir, um exemplo de comutador e bobina.
Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 8 - Comutador e bobina


Fonte: adaptado de Thinksotck (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
24

A bobina de campo, ou estator, é responsável por produzir um campo magnético por meio de seus com-
ponentes (material ferromagnético envolto em um rolamento de baixa potência) acoplados em volta da ar-
madura, proporcionando uma interação. O estator permanece estático durante o funcionamento da máquina.

Oleksandr Kostiuchenko ([20--?])

Figura 9 - Estator ou bobina de campo


Fonte: Thinkstock (2016)

Nos motores de grande porte, pode haver interpolos3 para diminuir o efeito de distorção do fluxo do
campo magnético, ou ainda, podem conter enrolamentos de compensação.
A carcaça é o ponto de fixação do enrolamento de campo e é formada por chapas. As bobinas são ali
posicionadas para formar os polos.
Isadora Luisa Bertotto ([20--?])

Figura 10 - Carcaça do motor


Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)

3 Também conhecido como polos de comutação – são dispositivos com a função de diminuir o centelhamento das escovas
durante o processo de comutação.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
25

As escovas possuem a função de conduzir a energia do comutador para o rotor (armadura). São fixadas
a carcaça por meio de molas existentes em seus porta-escovas, para executar a pressão das escovas contra
o comutador.

Isadora Luisa Bertotto ([20--?])


Figura 11 - Escovas (esquerda) e localizador de escova (direita)
Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)

Funcionamento do motor de corrente contínua


O funcionamento do motor de corrente contínua é baseado no princípio da reação de um condutor
de energia, inserido em um campo magnético fixo que é percorrido por uma corrente elétrica. O motor
de corrente contínua contém um campo magnético fixo gerado por bobinas de campo. O envolvimento
do campo magnético fixo com o campo magnético gerado pela corrente elétrica que circula no condutor
favorece o surgimento de uma força que empurra o condutor para fora do campo magnético fixo, e dessa
maneira, produz o movimento. Além disso, possui condutores instalados nesse campo (rotor), que são
percorridos por correntes elétricas.
Observe, na figura a seguir, o surgimento do movimento giratório em motores de corrente contínua.
Antonio Mees (2016)

Figura 12 - Movimento do rotor em motores CC


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 21)

Na figura anterior você pôde perceber que a corrente circula pela espira do rotor e possui movimento
para os dois lados, ou seja, entrada e saída de corrente, causando a formação de duas forças contrárias
de igual valor, o que resulta em movimento de rotação devido à espira estar presa ao rotor (armadura) e
suspensa por um mancal (elemento de apoio fixo). Essas forças são inconstantes durante o giro e à medida
que o condutor se afasta do centro do polo magnético a intensidade das forças diminuem.
COMANDOS ELÉTRICOS
26

Para que os motores de corrente contínua tenham força constante é necessário que as espiras coloca-
das nas ranhuras da armadura, estejam defasadas entre si e interligadas ao circuito externo por intermédio
do coletor das escovas.
Acompanhe na figura a seguir.

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 13 - Coletor da escova
Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)

No instante em que o rotor (armadura) do motor CC inicia o giro, os condutores de cobre cessam as
linhas magnéticas do campo. Esse fenômeno causa uma força eletromotriz induzida que provoca a circu-
lação de corrente elétrica no circuito da armadura, no sentido contrário à corrente que alimenta o motor.
Quando a força eletromotriz (fem) induzida for de sentido contrário à tensão aplicada, é dado o nome
de força contra eletromotriz (fcem).

FIQUE Para que não haja acidentes na área de trabalho durante os procedimentos de ma-
nutenção e reparação nos sistemas, recomenda-se a utilização dos EPIs compatíveis
ALERTA com o processo.

Tipos de motores de corrente contínua


Os motores de corrente contínua são determinados de acordo com o tipo de ligação de seus campos
magnéticos, que podem ser: motor de ímã permanente, de campo série, paralelo, de excitação indepen-
dente e composto. Entenda cada um desses tipos.
a) Motor de imã permanente: os motores de ímã permanente possuem um ímã fixo no estator e um
rotor bobinado alimentado em CC por meio de um conjunto escova-comutador.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
27

Yuriy Chaban ([20--?])


Figura 14 - Motor de ímã permanente
Fonte: Thinkstock (2016)

Os motores de ímã permanente possuem características de pequena potência, contudo, possuem uma
gama de aplicações na indústria de brinquedos, automotiva, entre outras.
Esses motores possuem como vantagem a variação de velocidade por meio da alteração da tensão em
seus terminais, e a desvantagem é a baixa vida útil, devido ao atrito e faiscamento no conjunto escova-
-comutador, além de produzir ruídos eletromagnéticos nos circuitos eletrônicos.
b) Motor de campo série: os motores de campo série possuem bobinas constituídas por espiras liga-
das em série com o rotor (induzido). Essas espiras possuem condutores mais espessos, com a finalida-
de de suportar a corrente em circulação.
Antonio Mees (2016)

Figura 15 - Rotor com duas bobinas de campo em série


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 24)

Por influência da ação magnética nesse motor, o conjugado4 é diretamente proporcional ao fluxo indu-
tor e a corrente circulante pelo induzido.

4 Também conhecido como torque, é o esforço que o motor desenvolve para movimentar a carga mecânica.
COMANDOS ELÉTRICOS
28

Esses motores possuem partida potente e podem ter regulagem de velocidade.


É recomendado para os sistemas que necessitam de uma partida com plena carga, como em guindas-
tes, elevadores, etc.
c) Motor de campo paralelo: o motor de corrente contínua em paralelo possui as bobinas ligadas em
paralelo com o induzido, e são constituídas por uma variedade de espiras de condutor de menor di-
âmetro do que o motor de campo série. A bitola do condutor pode ser alterada conforme a potência
do motor e precisa ser compatível com a corrente do campo paralelo, para que tenha como resultado
uma velocidade constante.

Antonio Mees (2016)


Figura 16 - Rotor com bobina de campo em paralelo
Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 25)

Em virtude da ação eletromagnética, o conjugado se torna proporcional ao fluxo e à corrente elétrica.


No instante da partida do motor, a corrente elétrica no induzido fica limitada, devido à tensão da fonte que
o controla, diminuindo o conjugado. É recomendável que nesse modelo de motor o início da partida não
ocorra em plena carga. Os motores de campo paralelo são aplicados geralmente em equipamentos como
os tornos, retíficas, entre outros que podem imprimir uma velocidade quase constante.
d) Motor de excitação independente: o motor de corrente contínua independente possui as bobinas
de campo ligadas independentemente do induzido. São constituídas por diversas espiras de condu-
tor de espessura fina que varia conforme a potência do motor e o campo magnético obtido. Com essa
configuração adquire-se um controle total de velocidade e torque constante, independentemente do
valor de carga. Isso pode ser adquirido por meio do controle da tensão e da corrente do campo como
também da corrente da armadura.
Antonio Mees (2016)

Figura 17 - Rotor e sua bobina de campo


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 26)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
29

Essa configuração de motor é muito utilizada em sistemas industriais que necessitam de velocidade
constante, como laminadores, alimentadores, extrusoras, etc.
e) Motor composto: nesse modelo de motor de CC composto ou misto as bobinas de campo são com-
postas por dois enrolamentos acoplados à mesma sapata polar (polos onde são fixadas as bobinas).
Um desses enrolamentos possui um condutor de diâmetro mais grosso ligado em série com o induzi-
do e o outro condutor mais fino e ligado em paralelo ao mesmo induzido.

Antonio Mees (2016)


Figura 18 - Rotor com as bobinas de campo série e em paralelo
Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 27)

Nessa configuração de motor, há características peculiares em relação ao motor em série e ao motor em


paralelo, ou seja, possui uma partida forte e uma velocidade estável em qualquer variação de carga e ainda
tem a possibilidade de dar a partida com carga. Os motores compostos podem ser aplicados, por exemplo,
em diversos tipos de prensas.

f) Motores acionados por corrente alternada:


Esses motores são mais utilizados em equipamentos industriais que exigem longos e constantes regi-
mes de trabalhos, tendo em vista maior economia no consumo de energia. São largamente empregados
em sistemas de refrigeração e climatização nas mais diversas áreas.
Os motores acionados por corrente alternada (CA) são mais simples, quando comparados com os mo-
tores de corrente continua (CC). Permitem ainda um funcionamento por longos períodos sem manutenção
por não possuírem contatos móveis em sua estrutura.
A faixa de velocidade dos motores de corrente alternada é imposta pela frequência da fonte de alimen-
tação, resultando em ótimas condições para o seu funcionamento em velocidades constantes.
Os motores de corrente alternada podem ser classificados quanto à velocidade de rotação do motor
em sincronismo com a frequência da tensão elétrica gerada para o funcionamento desse motor, que nesse
caso pode ser do tipo: motores de CA síncronos; ou motores de CA assíncronos ou de indução.
COMANDOS ELÉTRICOS
30

Caso a classificação seja pela frequência da tensão elétrica gerada pela rede de distribuição, então os
motores serão do tipo: motor de CA monofásico; ou motor de CA trifásico.
Confira essas classificações dos motores de CA na figura seguinte.

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 19 - Classificação de motores de Corrente Alternada (CA)


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009, p. 45)

Entenda melhor essa classificação na sequência:


a) Motor de corrente alternada síncronos: o motor de CA síncrono é um equipamento elétrico com
rotação que pode ser utilizado como gerador, convertendo a energia mecânica gerada em energia
elétrica, ou como motor para realização de trabalho mecânico, ou seja, quando a energia elétrica é
convertida em energia mecânica. A velocidade de rotação do motor é sincronizada com a frequência
da sua alimentação. Esse tipo de motor pode ser aplicado para geração de energia de potência reativa,
2 COMANDOS ELÉTRICOS
31

com a finalidade de correção do fator de potência imposto por outros motores de indução. Os gerado-
res síncronos são utilizados em usinas geradoras de eletricidade, seja ela, hidrelétrica ou termoelétrica.

Hramovnick ([20--?])
Figura 20 - Motor de uma hidroelétrica
Fonte: Thinksotck (2016)

Os motores síncronos são compostos por:

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 21 - Classificação dos motores síncronos


Fonte: do Autor (2016)

Princípio de funcionamento: nos motores síncronos, assim como nos motores de corrente continua
(CC), o enrolamento de campo é estimulado por uma fonte de corrente contínua. O enrolamento dos polos
(bobina polar), fixado no rotor, é conduzido aos anéis coletores. Caso a bobina do estator seja ligada a uma
fonte CA, a máquina funcionará como um motor síncrono e o rotor irá girar com a velocidade síncrona,
COMANDOS ELÉTRICOS
32

em sincronismo com o campo girante gerado pelo enrolamento do estator e imposto pela quantidade de
polos e a frequência da fonte. Observe essa situação na figura a seguir.

Antonio Mees (2016)


Figura 22 - Máquina síncrona e a ligação de suas bobinas
Fonte: Adaptado de Eletrobras (2009, p. 47)

Como características de operação, os motores síncronos:


i) possuem dupla excitação;
ii) a alimentação elétrica é para o enrolamento de campo e para a armadura;
iii) o torque é em apenas uma velocidade;
iv) o rotor e campo de fluxo se movimentam sem sincronismo.
b) Motores assíncronos: são conhecidos, também, por motores de indução. Eles imprimem a rotação
em uma velocidade próxima à velocidade síncrona. No Brasil, esse sincronismo é realizado com a fre-
quência da rede de alimentação em corrente alternada de 60HZ.
Os motores assíncronos podem ser classificados em monofásicos ou trifásicos, confira, a seguir, infor-
mações sobre o motor monofásico assíncrono.
Para que um motor monofásico assíncrono entre em funcionamento, são necessários dispositivos
específicos, como capacitores, anéis em curto circuito, bobinas auxiliares e chaves centrífugas, que favo-
recem o giro do motor no sentido determinado. A utilização de capacitores ou demais dispositivos para
sua partida, depende exclusivamente do modelo e necessidade de operação. Este tipo de motor é muito
utilizado em regiões rurais, devido à dificuldade do fornecimento de rede trifásica.
São componentes do motor monofásico assíncrono:
2 COMANDOS ELÉTRICOS
33

Estator

Onde as bobinas de campo estão localizadas, e estas


têm a sua ligação, formato e disposição de acordo
com o tipo do motor.

BigJoker ([20--?])

Rotor

É a parte móvel do motor constituída pelo induzido


modelo gaiola de esquilo.
LM3311 ([20--?])

Quadro 1 - Componentes do motor monofásico assíncrono


Fonte: do Autor (2016)

E qual é o princípio do funcionamento do motor monofásico assíncrono? Você sabe como ele funcio-
na? Os motores monofásicos de indução possuem um único enrolamento no estator. Esse enrolamento
favorece um campo magnético que sofre alterações devido às alternâncias da corrente elétrica. Esse mo-
vimento gerado não é rotativo. Quando o motor está sem movimentação, o campo magnético do estator,
durante a expansão e contração, induz correntes elétricas no rotor.
O campo magnético imposto no rotor possui a polaridade oposta à do estator, sendo assim, a oposição
dos campos executa um conjugado nas partes superior e inferior do rotor, fator que poderia provocar giros
de 180º em relação à sua posição original. Como o conjugado é igual em ambas as direções, o rotor conti-
nua parado, já que as forças oriundas do centro do rotor são de sentidos contrários.
Caso o rotor esteja em giro, o mesmo continuará girando na direção original, porque o conjugado será
auxiliado pela inércia do rotor e pela indução de seu campo magnético. Com o giro do rotor, a defasagem
entre os campos magnéticos do rotor e do estator não será superior a 180°. Normalmente, para haver o
giro inicial do motor, são utilizados dois tipos de partida: campo distorcido e fase auxiliar com capacitor.
O motor de campo distorcido caracteriza-se por possuir um rotor do tipo gaiola de esquilo e um es-
tator com semelhanças ao do motor universal. Entretanto, no motor de campo distorcido, há na sapata
polar uma ranhura em que fica alojado um anel de cobre ou espira em curto-circuito. Essas características
identificam esses motores como motor de anel e motor de espira em curto-circuito.
COMANDOS ELÉTRICOS
34

Devido a sua simplicidade, baixo custo e robustez, os motores de campo distorcido são aplicados fre-
quentemente em ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente, sistemas de refrigeração, secadoras
de roupas, compressores. Outra vantagem está no processo simples de partida, sem uso de capacitores e
chaves, além da confiabilidade e economia.
Os motores monofásicos de fase auxiliar são motores que possuem inúmeras aplicações. A sua es-
trutura mecânica é semelhante à dos motores trifásicos de indução. Desta maneira, o estator possui dois
enrolamentos:
a) um enrolamento com fios mais espessos e com inúmeras espiras (enrolamento principal);
b) um enrolamento com fios estreitos e com poucas espiras (enrolamento auxiliar de partida).
O enrolamento principal permanece ativo durante todo o tempo de funcionamento do motor, porém
o enrolamento auxiliar atua somente durante a partida.
O enrolamento auxiliar é desativado por um dispositivo automático, localizado entre a tampa do motor
e do rotor. Normalmente, um capacitor é ligado em série com o enrolamento auxiliar e, desta maneira,
otimiza o conjugado do motor.
De acordo com o arranjo auxiliar de partida empregado, os motores de indução monofásicos com rotor
de gaiola – fase auxiliar – podem ser classificados conforme o arranjo auxiliar de partida da seguinte maneira:

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 23 - Classificação dos motores quanto ao arranjo auxiliar de partida


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009)

Entenda melhor a seguir.


O motor de fase dividida (split phase) possui um enrolamento principal e um auxiliar para a partida,
com uma defasagem elétrica de 90º no espaço. O enrolamento auxiliar provoca a condução de fase que
gera o conjugado indispensável para a rotação inicial e a aceleração. À medida que o motor chega a rota-
ção pré-estabelecida, o enrolamento auxiliar é desconectado da rede por meio da utilização de uma chave,
geralmente operada por força centrífuga (chave ou disjuntor centrífugo), ou ainda por relés de corrente,
2 COMANDOS ELÉTRICOS
35

chave eletrônica, quando assim for necessário, ou por chave manual ou disjuntor centrifugo, dentre outros
dispositivos específicos.
Os motores de fase dividida são aplicados em ventiladores, exaustores, compressores herméticos, bom-
bas centrífugas, etc.
O motor com capacitor de partida (capacitor-start) possui semelhanças ao de fase dividida, porém, a
diferença está na inserção de um capacitor (eletrolítico) em série com o enrolamento auxiliar de partida.
Esse capacitor favorece a maior defasagem entre as correntes do enrolamento principal e o de partida,
elevando o conjugado de partida. Quando o motor atinge 80% de sua velocidade de trabalho, o circuito
auxiliar é desativado. Logo após, o seu funcionamento é semelhante ao do motor de fase dividida devido
ao elevado conjugado de partida, que pode chegar a 200% ou 350% do seu conjugado nominal.
O motor de capacitor de partida possui uma variedade de aplicações e a sua fabricação envolve potên-
cias que atingem de 1/4 CV a 5 CV. Os motores com capacitor de partida são aplicados em lavadoras de
roupa, ventiladores, exaustores, esmeril, bombas centrifugas, entre outros.
O motor com capacitor permanente (permanent split) é semelhante ao motor de capacitor de partida,
porém a diferença está no circuito auxiliar, que fica constantemente ligado ao capacitor eletroestático em-
pregado. O seu funcionamento é semelhante ao de um motor bifásico, ou seja, possui um campo girante
e não pulsante, que lhe proporciona um regime de trabalho silencioso, com alto rendimento e potência, e
baixa corrente de partida.
Os motores com capacitor permanente são aplicados em equipamentos que deixam de requerer ele-
vado conjugado de partida, como os ventiladores, sopradores, bombas centrífugas, furadeiras, maquinas
de costura. São motores de menor tamanho e isentos de manutenção, já que possuem contatos e partes
moveis, como os estudados acima.
Os motores com dois capacitores (two-value capacitor) possuem as vantagens dos dois modelos de
motores apresentados anteriormente: partida igual ao do motor de capacitor de partida e regime de fun-
cionamento como o de motor de capacitor permanente; porém, dado seu alto custo de produção, é fabri-
cado apenas em potências superiores a 2 CV.
As vantagens e desvantagens construtivas e operacionais dos motores monofásicos assíncronos são:
Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 24 - Vantagens e desvantagens dos motores monofásicos assíncronos


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009)
COMANDOS ELÉTRICOS
36

Agora que você já conhece os motores monofásicos, chegou a hora de conhecer os motores trifásicos.
Os motores de alimentação trifásica são fabricados com características de construção simplificadas e
com uma variedade de condições de potência. Essa configuração de motores elétricos faz parte de uma
grande quantidade de aplicações nos sistemas industriais. O motor de indução trifásico é composto basi-
camente de duas partes: estator e rotor. Observe:

Tabela 1 - Composição do motor de indução trifásico

É a estrutura suporte do conjunto; de construção


Carcaça robusta em ferro fundido, aço ou alumínio injetado,
resistente à corrosão e com aletas.
As chapas são de aço magnético, tratadas termica-
ESTATOR Núcleo de chapas
mente para reduzir ao mínimo as perdas no ferro.
Três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada
Enrolamento trifásico fase, formando um sistema trifásico ligado à rede
trifásica de alimentação.
Transmite a potência mecânica desenvolvida pelo
Eixo motor. É tratado termicamente para evitar proble-
mas como empenamento e fadiga.
ROTOR As chapas possuem as mesmas características das
Núcleo de chapas
chapas do estator.
São de alumínio injetado sob pressão numa única
Barras e anéis de curto-circuito
peça.
Fonte: do Autor (2016)

Dependendo do fabricante, o motor de indução trifásico possui ainda outros componentes, como: tam-
pa; ventilador; tampa defletora; caixa de ligação elétrica, terminais e rolamentos.
Os motores elétricos de indução trifásicos de rotor bobinado são motores constituídos para o re-
gime de trabalho em rede de corrente alternada trifásica, quando se pretende controlar a velocidade do
motor. Esses modelos de motores proporcionam uma partida forte com uma pequena corrente de partida.
São motores adequados para potencias elevadas, superiores a 5 CV.
Os motores trifásicos de rotor bobinado são indicados para partidas com toda a carga, pois não gera in-
tensidade excessiva de corrente na rede elétrica. Esses motores são muito utilizados para executar tarefas
que exijam variações de velocidade. O enrolamento que há no rotor desses motores, ao realizar a variação
de intensidade da corrente que transita no induzido, faz variar a velocidade do motor.
Para a regulagem da velocidade e a inversão de marcha, é realizado um deslocamento de um conjunto
de escovas que possibilita variar a tensão induzida nos enrolamentos do rotor. Também é possível fazer
essa regulagem por meio de circuitos eletrônicos, dependo do fabricante.
Confira, a seguir, quais são os componentes do motor de rotor bobinado trifásico.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
37

a) Estator: possui os mesmos modelos de enrolamentos, ligações e distribuição que os motores trifási-
cos de indução ou síncrono.
b) Rotor: possui um enrolamento com várias bobinas isoladas, ligadas e formando dois ou três circui-
tos. Os circuitos são unidos por um ponto comum em um dos lados e no outro, por três anéis coleto-
res onde são alojadas as escovas coletoras, e por meio dos anéis se estabelece o contato elétrico entre
o enrolamento do rotor e o reostato de partida externo.
Observe, na figura a seguir, o esquema de ligação elétrica do motor de rotor bobinado.

Antonio Mees (2016)


Figura 25 - Esquema elétrico de um motor de indução trifásico de rotor bobinado
Fonte: Adaptado de Eletrobras (2009, p. 61)

Os motores de indução trifásicos de rotor bobinado são utilizados com eficácia em guindastes, elevadores,
calandras e demais equipamentos que necessitam de partida com grandes cargas.
O motor de indução trifásico de rotor gaiola de esquilo é uma máquina elétrica de corrente alterna-
da (CA) assíncrona com rotor em curto-circuito, em que a velocidade está sujeita a frequência da fonte de
alimentação e do número de polos do motor.
Veja na figura a seguir os componentes desse tipo de motor.
Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 26 - Componentes do motor elétrico trifásico


Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)

Confira, a seguir, a composição desses motores.


COMANDOS ELÉTRICOS
38

a) Estator (que inclui a carcaça e o núcleo): a carcaça é a parte externa do motor, fabricada em ferro
fundido ou chapa de aço. Tem a finalidade de sustentar toda a máquina. O núcleo é fabricado em
chapas de ferro-silício, no formato de pacote rígido. Na parte interna do núcleo há ranhuras em que
as bobinas são acopladas.
b) Induzido ou rotor: forma a parte móvel do motor e é composto por barras condutoras fechadas em
curto-circuito por meio de anéis. Essas barras possuem o formato de gaiola de esquilo.
Em se tratando de motores de pequeno porte, as barras condutoras e os anéis de curto-circuito podem
ser produzidos de uma liga de alumínio, fundida ou injetada diretamente no rotor laminado.

Princípio de funcionamento
Assim que a corrente alternada trifásica é imposta aos enrolamentos do estator do motor assíncrono de
CA, gera um campo magnético rotativo. O campo magnético gerado por uma bobina depende da corrente
que circula por ela nesse instante.
Se por acaso a corrente for nula, deixará de haver campo magnético, porém, se ela for máxima, o campo
magnético também será máximo. Os campos magnéticos individuais combinam entre si e resultam em um
campo único, cuja posição tem variedade com o tempo. Esse campo único giratório vai atuar sobre o rotor
e gerar um movimento.
Confira no quadro a seguir as vantagens e desvantagens do motor de indução trifásico de rotor de
gaiola de esquilo.

VANTAGENS DESVANTAGENS
a) Baixo custo para produção e aquisição. a) Necessita de inversor eletrônico ou outros dispositivos
b) Bom torque na partida. para controle de velocidade.
c) Manutenção de baixo custo. b) Possui alta corrente de partida.
d) Velocidade constante. c) Baixo fator de potência, quando mal dimensionado
para carga.
Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do motor de indução trifásico de rotor de gaiola de esquilo.
Fonte: do Autor (2016)

Os motores de indução trifásicos de rotor de gaiola de esquilo podem ser aplicados em ambientes
diversos, com poeira, umidade e altas temperaturas. Devido a seu eficiente funcionamento, baixo custo
de aquisição e por gerar pouca manutenção, os motores de indução de rotor de gaiola de esquilo são
aplicados frequentemente como força motriz em máquinas industriais. Dadas suas características, esse
modelo de motor é classificado pelo Inmetro como um motor de alto rendimento. Acompanhe no quadro
a seguir um resumo sobre as principais características dos motores de corrente alternada (CA), de acordo
com informações da Eletrobras (2009).
2 COMANDOS ELÉTRICOS
39

VARIAÇÃO DE CONTROLE DA CAPACIDADE DE


MOTOR APLICAÇÕES
VELOCIDADE VELOCIDADE ARRANQUE

Recomenda-se para
serviços que não exijam
Nenhum, exceto nos tipos
Assíncrono com motor velocidades variáveis,
Varia de 3% a 5% entre de velocidade múltipla
em curto (monofásico ou Baixa e média como partida com carga,
vazio e plena carga. projetados para duas ou
trifásico). moinhos, ventiladores,
mais velocidades fixas.
prensas, bombas centrífu-
gas, máquinas operatrizes.

A velocidade pode ser


Varia de 3% a 5% entre Recomenda-se para os ser-
reduzida em 50% pelo
Assíncrono com rotor vazia e plena carga com viços em que se faz neces-
reostato. A velocidade Alta
bobinado (trifásico). o reostato em curto- sária a velocidade variável
varia inversamente à
-circuito. e partida com carga.
resistência.

Em serviços que exigem


Não há variação. A Nenhum, exceto em raros velocidade constante ou
Motor síncrono (trifásico). velocidade é constante motores de duas veloci- Muito baixa em que se deseja corrigir
(síncrona). dades fixas. o fator potência da rede
elétrica.

Quadro 3 - Comparação entre motores de indução


Fonte: adaptado de Eletrobras (2009)

Você pode adquirir mais informações sobre motores elétricos acessando o site de
SAIBA fabricantes de motores elétricos, e dessa maneira esclarecer eventuais dúvidas ou
complementar os estudos, como por exemplo consultar a tabela de aplicação de
MAIS equipamentos. Para fazer essa pesquisa, use uma ferramenta de busca e digite motor
assíncrono, motores monofásicos.

Identificando um motor elétrico


A identificação de um motor elétrico é executada por intermédio de uma placa de identificação, nor-
malmente fixada na carcaça do motor. Essa placa possui as informações características dos motores elétri-
cos, de acordo com a norma NBR 17094:2013.
COMANDOS ELÉTRICOS
40

A figura a seguir representa uma placa de identificação de um motor.

Antonio Mees (2016)


Figura 27 - Plaqueta de identificação
Fonte: adaptado de catálogo WEG – motor trifásico (2015)

Entenda o significado das indicações numéricas no quadro a seguir.

CÓDIGO SIGNIFICADO CÓDIGO SIGNIFICADO

1 Código do motor 16 Fator de serviço


2 Número de fases 17 Altitude
3 Tensão nominal de operação 18 Massa
4 Regime de serviço 19 Especificação do rolamento dianteiro e quantidade de graxa
5 Rendimento 20 Especificação do rolamento traseiro e quantidade de graxa
6 Modelo da carcaça 21 Tipo de graxa utilizada nos rolamentos
7 Grau de proteção 22 Esquema de ligação
8 Classe de isolamento 23 Tempo de relubrificação do motor (em horas)
9 Temperatura da classe de isolamento 24 Certificações
10 Frequência 25 Relação da corrente de partida/corrente nominal
11 Potência 26 Categoria de conjugado
12 Rotação nominal por minuto 27 Corrente no fator de serviço
13 Corrente nominal de operação 28 Data de fabricação
14 Fator de potência 29 Número de série
15 Temperatura ambiente
Quadro 4 - Códigos da placa de identificação
Fonte: Adaptado de catálogo WEG – motor trifásico (2015)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
41

No quadro seguinte, mais alguns códigos da placa de identificação.

CÓDIGOS SIGNIFICADOS

É o valor da potência do motor em duas unidades. No caso desta placa, o número entre
kW (HP-CV) parênteses indica a potência em CV ou HP. O número fora dos parênteses indica a potência
em kW.

RPM Indica o número de rotações por minuto, desenvolvida pelo eixo do motor.

Fator de serviço. Indica o acréscimo de potência que pode ser aplicada ao motor, sem que
F.S.
ocorram danos a ele.

Indica a classe de isolação do motor, que define a temperatura máxima suportada pelas
bobinas. As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas e os respectivos limites
Isol.
de temperatura conforme ABNT NBR 17094 e IEC 60034-1, são as seguintes: Classe A (até
105ºC), Classe E (até 120ºC), Classe B (até 130ºC), Classe F (até 155ºC) e Classe H (até 180ºC).

É o valor da corrente de partida em relação ao número de vezes o valor da corrente nominal


Ip / In
do motor.

Índice de proteção do motor. Indica a proteção que o equipamento elétrico oferece contra
IP agentes externos, tais como resíduos sólidos, poeira e água. O primeiro algarismo indica a
proteção contra sólidos e o segundo contra água.

Tensão Nominal Indica as tensões de trabalho do motor. No caso do exemplo, 220/380 V.


Corrente Nominal (In) Indica as correntes de trabalho, de acordo com a tensão aplicada ao motor.
Reg. Duty Indica o regime de operação do motor. S1 = contínuo, sob carga constante.
∆ Esquema de ligação triângulo – para este motor trabalhar em 220 V.
Y Esquema de ligação estrela – para este motor trabalhar em 380 V.
Modelo O fabricante informa o modelo de carcaça do motor

Quadro 5 - Códigos da placa de identificação – parte 2


Fonte: adaptado de catálogo WEG – guia de especificação de motores elétricos (2015)

Outros dados importantes que podem ainda constar na placa de identificação das características do
motor são: modelo de rolamentos, tipos de lubrificante adequado, frequência de lubrificação, tipo de car-
caça, número de série, dentre outros – sempre conforme o fabricante.

2.3.2 CONDUTORES ELÉTRICOS

Os condutores elétricos são elementos metálicos, normalmente de configuração cilíndrica, que possibi-
litam a passagem de cargas e sinais elétricos.
COMANDOS ELÉTRICOS
42

Para a constituição dos condutores, o alumínio e o cobre são os metais com maior utilização na sua fa-
bricação. O cobre é frequentemente mais utilizado na fabricação de condutores elétricos, principalmente
os condutores isolados, devido suas características elétricas e mecânicas.
O alumínio é empregado principalmente nas linhas de transmissão e ainda podem ser fabricados tam-
bém com isolamento.
Comumente, nas instalações elétricas industriais, comerciais ou residenciais, utilizam-se três modelos
de condutores: fios, cabos e barramento.
Confira, a seguir, as características de cada condutor:
Fios: como condutores elétricos, podem ser utilizados nus ou isolados, ou ainda, podem ser produtos
com acabamento rústico reservado à fabricação de cabos.
Os fios em que a seção transversal deixe de ser circular são denominados fios perfilados, devido ao seu
formato, que geralmente pode ser quadrado ou retangular.

Antonio Mees (2016)


Figura 28 - Condutores elétricos
Fonte: adaptado de Souza [2016?]

Os fios com isolamento utilizam isolantes elétricos que são compostos por materiais com pouca quan-
tidade de elétrons e que possuam resistência a eles. Pode-se citar como materiais com essas características:
plásticos (PVC5), silicone, borracha etileno-propileno (EPR), termofixo (XLPE)6, vidro, cerâmica, entre outros.
Cabos: são um conjunto de fios em formato de cordão, com a possibilidade de serem ou não isolados
entre si, assim como o próprio conjunto de fios. Os cabos elétricos possuem denominações quanto às suas
características construtivas, na qual pode-se mencionar os cabos unipolares e os multipolares.

5 Do inglês Polyvinyl chloride, policloreto de polivinila (também conhecido como cloreto de vinila ou policloreto de vinil) é um
plástico não 100% originário do petróleo.
6 Blindagem da isolação em material semicondutor de fácil remoção e em fios de cobre nu.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
43

Denilza Pereira dos Santos (2016)


Figura 29 - Tipos de cabos elétricos
Fonte: do Autor (2016)

O cabo unipolar é aquele composto por um único condutor isolado. Já o cabo multipolar é composto
por dois ou mais condutores isolados e providos de cobertura. Esses condutores isolados são conhecidos
como veias.
Os cabos multipolares contendo duas, três, ou mais veias, são conhecidos respectivamente como bipo-
lares, tripolares, tetrapolares, etc.
A Norma NBR 5410:2004 recomenda ainda a utilização de cores específicas para os condutores de acor-
do com sua função em uma instalação elétrica, conforme descriminado a seguir:
Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 30 - Cores específicas dos condutores


Fonte: adaptado de Thinkstock (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
44

Barramento elétrico: normalmente de cobre, resistente ao calor e à corrosão, também é um condutor


elétrico. Pode ser produzido em formato de tubo ou seção perfilada.
O barramento elétrico possui maleabilidade podendo ser dobrado, cortado e furado, permitindo uma
flexibilidade na montagem do sistema elétrico conforme a necessidade do consumidor. Sua função é con-
duzir e distribuir melhor a energia dentro de um sistema elétrico, como em quadros de distribuição, qua-
dros de luz, etc., sem provocar uma sobrecarga nos circuitos elétricos.
Conforme você pode ver na figura a seguir, existem três tipos de barramentos eletrolíticos:
a) Barramento de terra – por meio de desvios de possíveis fugas de energia para o solo, protege as
pessoas de possíveis acidentes com energia elétrica.

Figura 31 - Barramento de terra


Fonte: adaptado de Senai (2016)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
45

b) Barramento de neutro – tem a função de ligar os fios e terminais ao ponto neutro de cada circuito.

Andressa Vieira (2016)


Figura 32 - Barramento de neutro
Fonte: adaptado de Senai (2016)

c) Barramento de fase – este barramento possui a função de distribuir corrente elétrica para os circuitos.

Andressa Vieira (2016)

Figura 33 - Barramento de fase


Fonte: adaptado de Senai (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
46

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES (BITOLAS) E ISOLAÇÃO

O dimensionamento técnico de um circuito corresponde ao pré-estabelecimento das dimensões ou


proporções correspondentes à seção de um condutor e do seu dispositivo de proteção, em conformidade
com as normas da ABNT7 NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão.
Essa norma estabelece seção mínima dos condutores de acordo com o tipo de instalação, podendo ser
utilizado cabo com bitolas maiores, porém, nunca menores do que determina a NBR 5410:2004.
Os condutores elétricos necessitam de compatibilidade com a capacidade dos dispositivos de proteção
contra curto-circuito e sobrecarga.

FIQUE A seção nominal de um fio ou cabo é calculada por meio da área da seção transver-
ALERTA sal do fio ou do somatório das seções dos fios que compõem o cabo.

Em instalações elétricas residenciais, geralmente se escolhe o condutor do circuito de distribuição ba-


seando-se apenas nos critérios da seção mínima e máxima corrente.
Nas instalações em circuitos residenciais os condutores fase e neutro devem conter a mesma bitola. Os
condutores podem ser de cobre com isolamento em PVC, EPR e XLPE, sendo estes do tipo não propagador
de chamas.
A diferença principal entre fios e cabos está relacionada à flexibilidade que o condutor proporciona.
Sendo assim, à medida que a bitola do condutor aumenta, a sua flexibilidade diminui. Dessa maneira,
conclui-se que os fios são mais flexíveis que os cabos.
O método de instalação dos condutores elétricos influi diretamente na troca térmica entre eles e o
ambiente. Quanto maior a dissipação de calor em um condutor, menor será o aumento da sua resistência
elétrica e melhor será a capacidade de condução de corrente no circuito.
Os critérios para o dimensionamento serão definidos conforme o tipo de instalação dos condutores.
Na maioria das instalações utilizam-se condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção
circular embutido em alvenaria, conforme previsão do projeto.
É importante que o dimensionamento dos condutores siga as especificações dos projetos elaborados,
conforme as cargas elétricas previstas para aquele tipo de sistema.
A NBR 5410:2004 prevê algumas regras quanto ao uso dos condutores (fios e cabos) elétricos, acompanhe.
a) Nas instalações residenciais só podem ser utilizados condutores de cobre, excetos nos condutores de
aterramento e proteção.
b) Nas instalações comerciais pode ser permitido a utilização de condutores de alumínio com seções
nominais ≥ 50 mm2.

7 Associação Brasileira de Normas Técnicas.


2 COMANDOS ELÉTRICOS
47

c) Nas instalações industriais podem ser empregados condutores de alumínio, desde que sejam obede-
cidas concomitantemente as seguintes condições:
i) seção nominal dos condutores seja ≥ 10 mm2;
ii) potência instalada ≥ 50 kW;
iii) instalação e manutenção qualificadas.
Para que seja determinado o dimensionamento do condutor de acordo com o método citado, se faz ne-
cessária a utilização de critérios que são: capacidade de corrente e queda de tensão. Acompanhe a seguir.

Capacidade de corrente e tensão


Para a obtenção do valor da capacidade de corrente, calcula-se primeiramente a corrente nominal em
cada circuito e, posteriormente, aplicam-se os fatores de correção Fator de Correção de Temperatura (FCT)
e Fator de Correção para Números de Circuitos (FCNC).
Para a definição da corrente de fase utiliza-se:

PCIRC S
ICIRC = = CIRC
VCIRC ´FP VCIRC

Sendo:
ICIRC = corrente do circuito
PCIRC = potência do circuito
SCIRC = carga resistiva do circuito
VCIRC = voltagem ou tensão elétrica do circuito
FP = fator de potência do circuito
S = carga resistiva
P = potência

P
FP =
S

Nas instalações residenciais, comerciais e industriais, utiliza-se uma quantidade maior de carga resisti-
va (chuveiros, fornos elétricos, assadeiras, etc.). Porém, caso haja acréscimo de algum dispositivo, se faz
8

necessário ter um cuidado com o FP (fator de potência do circuito) desses equipamentos, evitando assim

8 Conectar uma carga resistiva ao circuito elétrico significa que a corrente e a tensão mudarão de polaridade em fase. A corren-
te que circula por essa carga alterna-se e acompanha a tensão aplicada. Na pratica a carga resistiva é a quantidade de corrente
e tensão empregadas para o funcionamento de equipamentos que utilizam resistência elétrica, como os chuveiros elétricos,
cafeteiras, fornos elétricos, entre outros.
COMANDOS ELÉTRICOS
48

que os condutores de um circuito sejam de dimensões inferiores, causando sobrecargas, quedas de tensão
ou ainda, a falta na carga correta.
Para a correção do projeto do circuito, aplicam-se os fatores:

ICIRC
IPROJ =
FCT ´FCNC

Onde:
IPROJ = Corrente do projeto
ICIRC = Corrente do circuito
FCT = Fator de Correção de Temperatura
FCNC = Fator de Correção para Números de Circuitos
Essa correção é considerada importante, devido à troca de calor entre os condutores e o ambiente.
Veja, na tabela a seguir, os valores dos fatores de correção:

Tabela 2 - Fatores de correção

T (TEMPERATURA) °C FCT PARA PVC FCT PARA EPR OU XLPE

10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
20 1,12 1.08
25 1.06 1,04
30 1,00 1,00
35 0.94 0.96
40 0,87 0,91

NÚMERO DE CIRCUITOS NO
1 2 3 4 5 6
TRECHO MAIS OCUPADO
FCNC 1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57
Fonte: adaptado de Souza [2016?]

Para determinar o condutor elétrico relacionado à corrente do projeto ou circuito, utiliza-se a tabela a
seguir, que relaciona as bitolas dos condutores com as suas capacidades de condução de corrente.

Tabela 3 - Capacidade de condução de corrente

SEÇÃO NOMINAL I FIO (A) I FIO (A)


(MM²) (MONOFÁSICO E BIFÁSICO) (TRIFÁSICO)
# 1,5 17,5 15,5
# 2,5 24,0 21,0
# 4,0 32,0 28,0
2 COMANDOS ELÉTRICOS
49

# 6,0 41,0 36,0


# 10,0 57,0 50,0
# 16,0 76,0 68,0
# 25,0 101,0 89,0
Fonte: adaptado de Souza [2016?]

Veja, a seguir, um exemplo de dimensionamento de condutores de circuito utilizando os dados já es-


tudados.
Exemplo:
Condutor correto para a instalação de um circuito de chuveiro monofásico com potência de 4500 W.
Sendo que T = 30° e o número de circuitos agrupados é 3.
Chuveiro: FP = 1, P = 4500 W e V = 220 V

PCIRC 4500 4500


ICIRC = = = = 20, 45A
VCIRC ´FP 220 ´1 220
ICIRC 20, 45 20, 45
IPROJ = = = = 29 ,22A
FCT ´FCNC 1´ 0,70 0, 7

Onde:
PCIRC = 4500W
VCIRC = 220V
FCT = 1(conforme tabela de fatores de correção sendo a temperatura de 30°)
FCNC = 0,70 (conforme tabela de número de circuitos agrupados, que nesse caso é o 3)

Diante do resultado desse cálculo (29,22 A) e a comparação com a tabela de capacidade de condução,
o condutor apropriado será o da seção 6,0 mm².
O que determina a bitola do condutor elétrico?
Após calcular o dimensionamento dos condutores pelos critérios apresentados, a bitola do condutor
será aquela que atenda esses critérios, ou seja, verificar o posicionamento do resultado calculado na tabela
de capacidade de condução de corrente e utilizar o valor subsequente maior, caso este não seja igual
ao existente na referida tabela. Além disso, conforme a NBR 5410:2004, a seção mínima dos condutores
para utilização em circuitos de força e iluminação, necessariamente deve ser de 1,5 mm² para circuitos de
iluminação e de 2,5 mm² para circuito de força.
De acordo com a NBR 5410:2004 (item 6.2.7.2), os aparelhos consumidores de energia elétrica são pro-
jetados para funcionar em determinado valor de tensão com tolerância reduzida. À medida que a distância
COMANDOS ELÉTRICOS
50

entre o medidor de energia e a potência da carga aumenta, a queda de tensão ao longo do condutor tam-
bém aumentará. Em baixa tensão, em hipótese alguma, a queda de tensão nos circuitos terminais deve ser
superior a 4%.

Dimensionamento do neutro
O condutor neutro não deve ser comum a mais de um circuito. Em um circuito monofásico, o condutor
neutro deve ter ainda a mesma seção do condutor fase. Já nos circuitos trifásicos pode ser necessário à utiliza-
ção de um condutor neutro com a seção superior ao do condutor fase, depende exclusivamente do projeto.

Dimensionamento do condutor de proteção (terra)


O aterramento é uma ligação elétrica proposital com o solo e tem como função prever um caminho
adequado e seguro ao percurso de correntes elétricas indesejáveis e inseguras.
Quando um sistema elétrico está aterrado, favorece a proteção de pessoas contra os choques indiretos,
devido a maior parte da corrente ser conduzida pelo condutor de proteção.
Esse aterramento, além disso, fornece um plano de referência estático e sem perturbações, no qual a
maioria dos equipamentos eletrônicos, por exemplo, computadores, podem funcionar regularmente com
baixas e altas frequências.
O condutor de aterramento utiliza a mesma bitola do condutor fase do circuito de maior bitola até 16
mm².
Segundo a NBR 5410:2004, os elementos metálicos a seguir não são admitidos como condutores de
proteção:
a) tubulações de água;
b) tubulações de gases ou líquidos combustíveis ou inflamáveis;
c) elementos de construção sujeitos a esforços mecânicos em serviço normal;
d) eletrodutos flexíveis, exceto quando concebidos para esse fim;
e) partes metálicas flexíveis;
f) armadura do concreto;
g) estruturas e elementos metálicos da edificação.

Isolação
Em relação à isolação, sua principal finalidade é manter em confinamento o campo elétrico produzido
pela tensão elétrica aplicada nos condutores. Esse confinamento impede curtos-circuitos no contato dire-
to da parte condutora com outros condutores ou qualquer outra massa condutora, assim como também
choques elétricos em pessoas e animais.
Um bom exemplo desse confinamento é a água que percorre uma tubulação; caso não fosse o tubo,
essa água sairia para o meio externo antes da sua chegada ao destino.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
51

Algumas características devem ser observadas nos materiais de isolamento de condutores elétricos,
como: resistência a envelhecimento; não sensíveis à umidade; relativa ou boa resistência a altas tempera-
turas e a combustão. Com o desenvolvimento tecnológico na produção de materiais isolantes – e com a
elaboração de normas especificas de segurança – as exigências dos isolantes de condutores elétricos tem
aumentado de forma considerável.
Conheça alguns tipos de isolação de condutores e a sua resistência térmica no quadro a seguir:

QUALIDADE DA RESISTÊNCIA MATERIAIS DE FABRICAÇÃO


TIPOS DE ISOLAÇÃO
TÉRMICA
Os materiais isolantes ao que entrar em
- EPR
Propagadores de chama contato direto com a chama, entram em
- XLPE
combustão.
Materiais que cessam a combustão quando - PVC
Não propagadores
a chama é removida. - Neoprene
A chama não se propaga sobre o material
- Sintenax antiflan (Pirelli)
Resistente à chama (curto-circuito) isolante, inclusive durante combustão
- Noflan (Ficap)
prolongada.
Materiais de características diferenciadas, - Afumex (Pirelli)
Resistente ao fogo (incêndios)
incombustíveis. - Afitox (Ficap)
Quadro 6 - Resistência térmica
Fonte: adaptado de Souza [2016?]

O isolamento dos condutores define a resposta nas variações da corrente elétrica e na temperatura do
condutor.
Veja a seguir um quadro de temperaturas aceitáveis para uma temperatura ambiente de 30°C em média.

TEMPERATURA DE
TEMPERATURA LIMITE TEMPERATURA LIMITE
OPERAÇÃO EM REGIME
MATERIAL ISOLANTE DE SOBRE CARGA DE CURTO CIRCUITO
CONTÍNUO
(CONDUTOR) °C (CONDUTOR) °C
(CONDUTOR) °C
PVC 70°C 100°C 160°C
Polietileno reticulado (PET) 70°C 90°C 150°C
XLPE 90°C 130°C 250ºC
EPR 90°C 130°C 250°C

Quadro 7 - Temperatura
Fonte: adaptado de SOUZA [2016?]

2.3.3 FUSÍVEIS

Os fusíveis são dispositivos de proteção na alimentação de diversas cargas. A sua principal função é de
proteger os sistemas elétricos contra curto-circuito, e ainda, atuar como limitador das correntes de sobrecarga.
COMANDOS ELÉTRICOS
52

A atuação dos fusíveis é possível pela fusão do elemento constituído de uma liga fusível (chumbo, esta-
nho, cádmio, bismuto, mercúrio), acoplado em seu interior.
O fusível é um condutor de seção transversal dimensionado para que obtenha, com a passagem de cor-
rente elétrica, um aquecimento maior do que os outros condutores em consequência de sua alta resistência.
O corpo do fusível normalmente é de porcelana ou de outro mineral, sendo hermeticamente fechado.
Ele possui, além disso, um elemento indicador, que favorece a vistoria de seu funcionamento. É também en-
volto por um material granulado extintor, utilizando-se normalmente areia de quartzo com granulometria
adequada.

Antonio Mees (2016)

Figura 34 - Composição dos fusíveis


Fonte: adaptado de Bisoni, Vaz e Júnior (2010)

O material fundível do fusível pode ser de várias formas, dependendo da corrente nominal de cada fusível.
É formado por um ou mais fios ou lâminas em paralelo, com segmentos de seção reduzida.
De acordo com o que você estudou até aqui, o princípio de operação dos fusíveis é pela fusão total ou
parcial do seu elemento fusível (elo), seccionando o circuito elétrico e cessando a passagem de corrente. O
tempo para a fusão do elemento fusível (elo) é equivalente ao quadrado da corrente empregada e a inércia
térmica do conjunto que origina o elemento fusível.
Para cada tipo de fusível há faixas de tempo de fusão, devido à corrente aplicada, por isso existem cur-
vas características para cada tipo de fusível, que apresenta a relação entre o tempo necessário para inter-
rupção em função da corrente. Conforme se modificam os dispositivos que constituem o elemento fusível,
pode-se obter fusíveis de ação retardada, rápida e ainda, ultrarrápida.
Existe uma norma que é estabelecida pela International Electrotechnical Commission – Comissão Eletrotéc-
nica Internacional (IEC) e utiliza a nomenclatura com duas letras, para designar a atuação dos fusíveis, sendo:
a) a primeira letra (minúscula), que denomina a faixa de interrupção: com que tipo de sobrecorrente
o fusível irá funcionar, assim:
g – atuação para sobrecarga e curto; a – atuação apenas para curto-circuito.
b) a segunda letra (maiúscula) se refere à categoria de utilização: para que tipo de equipamento o
fusível é indicado, assim:
2 COMANDOS ELÉTRICOS
53

L – proteção de cabos de uso geral; G – proteção de cabos de uso geral. M – proteção de motores; R –
proteção de circuitos com semicondutores.

TIPOS DE FUSÍVEIS

Os fusíveis podem ser do tipo:


a) Fusíveis de ação retardada – são adequados para utilização em circuitos em que a corrente de par-
tida atinge valores elevados da corrente nominal e ainda, em circuitos sujeitos a sobrecargas de curta
duração, como motores elétricos. Os mais utilizados são:
Fusíveis tipo NH: toleram elevações de corrente durante um espaço de tempo sem que ocorra a fusão.
Esses fusíveis são utilizados em circuitos que podem receber picos de corrente e em cargas indutivas e
capacitivas. Devido à sua constituição, há um favorecimento para valores de corrente padrão que tem uma
variação entre 6 a 1000 A. Sua capacidade de rompimento é continuamente superior a 70 kA com uma
tensão máxima de 500 V (Tensão).
Os fusíveis NH são formados por duas partes: base e fusível. A base é constituída de material isolante
(esteatita, plástico ou termo fixo), onde são acoplados os contatos com formato de garras, que a ela estão
fixadas as molas, que adicionam uma pressão de contato. Nas extremidades do corpo de porcelana há
duas lâminas (facas) de metal que acoplam as garras da base. O elo fusível, normalmente é de cobre ou
prata, em forma de lâminas vazadas em alguns pontos, com a intenção de redução da seção condutora.

Andressa Vieira (2016)

Figura 35 - Fusível NH no circuito


Fonte: Senai (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
54

Sabrina da Silva Farias (2016)


Figura 36 - Fusível NH
Fonte: adaptado de Senai (2005)

Fusível tipo D (diametral ou diazed) – permitem a sua ação de forma rápida ou retardada. São utiliza-
dos em circuitos resistivos (ausência de picos de corrente), fabricados para suportarem valores máximos
até 200 A e a sua capacidade de ruptura é de 70 kA e com uma tensão de 500 V. Os conjuntos de fusíveis
diazed são formados por base (aberta ou protegida), tampa, fusível, parafuso de ajuste e anel.

Andressa Vieira (2016)

Figura 37 - Fusível diazed 2


Fonte: Senai (2016)

A base é constituída de porcelana e em seu interior encontra-se um elemento metálico roscado inter-
namente e acoplado externamente a um borne. O outro borne está isolado do primeiro e unido ao para-
fuso de ajuste.
A tampa normalmente é de porcelana e fixa o fusível à base e não sofre danos com a queima do fusível.
A tampa permite que se faça uma inspeção visual do indicador do fusível e ainda a sua substituição.
O parafuso de ajuste possui a finalidade de impedir a utilização de fusível de capacidade superior à
desejada para o circuito.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
55

Andressa Vieira (2016)


Figura 38 - Fusível e base
Fonte: Senai (2016)

O anel é o dispositivo de porcelana com rosca na parte interna que possui a função de proteção da
rosca metálica da base aberta, evitando o possível contato durante a troca de fusível.
Confira, no quadro a seguir, as principais características dos fusíveis NH e D:

Quantidade de corrente máxima que o fusível comporta sucessivamente sem


CORRENTE NOMINAL que haja interrupção do trabalho do circuito. No corpo do fusível há o valor
especificado.

CORRENTE DE CURTO- Quantidade máxima de corrente que pode circular no circuito e que possa ser
CIRCUITO interrompida instantaneamente.

CAPACIDADE DE Valor de corrente que o fusível é capaz de cessar com segurança. Independe da
ROMPIMENTO (KA) tensão nominal de instalação.

De acordo com a constituição do fusível. Normalmente os fusíveis para baixa


TENSÃO NOMINAL
tensão são apontados para tensões de trabalho de até 500V em CA e 600 em CC.
COMANDOS ELÉTRICOS
56

Grandeza elétrica que está sujeita ao material e a pressão exercida. A resistência


RESISTÊNCIA ELÉTRICA de contato entre a base e o fusível é a responsável por casuais aquecimentos que
possam promover a queima do fusível.

São curvas que indicam o tempo que o fusível induz o desligamento do circuito.
CURVA DE RELAÇÃO TEMPO
Esses valores são variáveis conforme o tempo, a corrente e o tipo de fusível. Esses
DE FUSÃO X CORRENTE
valores são fornecidos por tabelas de fabricantes dos produtos (fusíveis).

Quadro 8 - Características dos fusíveis NH e D


Fonte: do Autor (2016)

b) Fusíveis com cartucho de vidro – são produzidos e lacrados durante a sua fabricação. São compostos
por um corpo oco, que não conduz eletricidade, sendo ele de vidro ou plástico, em que o dispositivo
condutor está ligado interiormente a dois recipientes de metal (terminais), situados nas extremidades.
As características de funcionamento são semelhantes aos modelos de fusíveis anteriormente citados,
pois também são dispositivos inseridos nos circuitos com a função de interromper o seu funcionamento
em situações anormais de corrente, como por exemplo em um curto-circuito ou sobrecargas de longa
duração. Esses fusíveis são comumente utilizados para proteção de circuitos eletrônicos, filtros de linha,
estabilizadores de tensão, aparelhos eletrônicos diversos, dentre outros.
Pode-se citar, como exemplo de uso desse tipo de fusível, sua utilização para proteção das placas de
comando eletrônicas existentes nos modelos de arcondicionado split residenciais. Na figura seguinte veja
exemplos desse fusível. VvoeVale ([20--?])

Figura 39 - Fusível de vidro


Fonte: Thinksock (2016)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
57

INSTALAÇÃO DOS FUSÍVEIS

Os fusíveis devem ser instalados no início do circuito que requer a proteção. A instalação deve ser rea-
lizada de maneira que favoreça o manuseio sem causar danos ou perigo de ocorrerem choques elétricos
com o operador. Os locais de instalação devem ter uma boa circulação de ar, mantendo uma temperatura
ambiente. Além disso, devem possuir um acesso facilitado para a realização de inspeção e manutenção.
Confira, em Casos e relatos a seguir, o exemplo de uma situação prática em que foi necessária a troca
de fusível.

CASOS E RELATOS

Trovoadas de verão
Seu Jorge, em mais um dia de trabalho, constatou o não funcionamento do sistema de ar con-
dicionado da empresa onde trabalha como auxiliar de serviços. Era um dia quente de verão e o
desconforto dos funcionários já era visível. Seu Jorge então foi até o quadro de distribuição de
energia e percebeu que o disjuntor estava desarmado. Imediatamente acionou o técnico eletricis-
ta responsável pela manutenção do sistema para verificar a anomalia. O técnico, ao inspecionar o
sistema, percebeu que havia um ponto com ausência de fase, devido à queima de um fusível, que
pode ter sido causada por trovoadas presentes na noite anterior ao fato, bloqueando o comando
de todo o sistema. O dispositivo foi então substituído pelo técnico eletricista e o sistema voltou a
funcionar normalmente.

DIMENSIONAMENTO DO FUSÍVEL

Para a seleção do fusível compatível para o circuito, pondera-se a corrente nominal da rede e a malha ou
circuito que almeja proteger. Os circuitos elétricos necessitam de um dimensionamento compatível com a
carga nominal a qual se pretende conectar. A indicação do fusível ideal deve ser efetuada com a finalidade
de restringir que uma eventual anormalidade elétrica no circuito fique limitada ao setor onde ela ocorra,
sem a possibilidade de atingir outros setores. Para dimensionar um fusível, é fundamental analisar as gran-
dezas da corrente nominal do circuito ou ramal, a corrente do curto-circuito e a tensão nominal.

2.3.4 DISJUNTORES

Os disjuntores são dispositivos eletromecânicos para proteção de circuitos elétricos contra danos pro-
venientes de sobrecargas e curtos-circuitos. De forma resumida, o disjuntor vigia e controla a corrente
COMANDOS ELÉTRICOS
58

elétrica no circuito, suspendendo imediatamente o seu percurso em caso de picos que excedam o consi-
derado como apropriado e seguro.
A maior diferença entre um disjuntor e um fusível é que ao haver uma sobrecarga de energia, o fusível
sofre a queima e necessita ser substituído, porém o disjuntor somente desarma e pode ser reativado.
São funções dos disjuntores:

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 40 - Funções dos disjuntores
Fonte: Adaptado de Senai e Thinkstock (2016)

Quanto a sua atuação, os disjuntores podem ser do tipo: térmicos, magnéticos, termomagnéticos, mo-
tores, interruptores e diferenciais residuais. Confira mais informações a seguir.
Disjuntores térmicos: sua função é promover a interrupção do funcionamento do circuito elétrico
quando a temperatura se torna elevada. São utilizados para prevenir que ocorram incêndios ou danos aos
circuitos devido à variação da tensão ou em demais situações elétricas de caráter perigoso.
Os disjuntores térmicos possuem em sua construção placas bimetálicas, que sofrem deformação quan-
do sofre aquecimento.
A partir de uma sobrecarga de corrente elétrica, a placa bimetálica que consta no disjuntor térmico
sofre um aquecimento, ocasionando a sua deformação.
A deformação gerada provoca mecanicamente a interrupção do contato entre a placa e os demais com-
ponentes de passagem da corrente, produzindo o corte na energia ao restante do circuito elétrico defendido.
O disjuntor térmico é um dispositivo eletromecânico de acionamento simplificado, porém potente;
contudo, deixa de ser preciso devido ao seu tempo de reação ser demorado.
Disjuntores magnéticos: são comumente utilizados para a proteção de equipamentos contra irregu-
laridades, como curtos-circuitos. São indicados para proteção de equipamentos que requerem muita pre-
cisão no seu funcionamento.
Durante o funcionamento do disjuntor magnético há uma grande variação de intensidade de corrente
que percorre os aspirais da bobina, gerando uma variação do campo magnético.
O campo magnético, ora criado, desencadeia a movimentação de um núcleo de ferro que amplia meca-
nicamente o circuito, e dessa maneira, favorece a proteção da fonte e de parte da instalação elétrica para a
qual foi instalado, especialmente os condutores elétricos.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
59

A interrupção da corrente elétrica pode ser imediata quando for utilizada uma bobina rápida ou bobina
controlada – bobina que favorece disparos controlados.
Devido suas características de funcionamento, esse tipo de disjuntor pode substituir os fusíveis, quando
relacionados à proteção contra curtos-circuitos.
Disjuntores termomagnéticos: são frequentemente utilizados em instalações elétricas residenciais e
comerciais com a finalidade de proteção contra curtos-circuitos e sobrecargas. Pode também ser utilizado
para manobras de ligar e desligar os circuitos.
As propriedades de acionamento do disjuntor são fornecidas pelos fabricantes por meio de informa-
ções relevantes como a corrente nominal e a curva de disparo.

Andressa Vieira (2016)

Figura 41 - Disjuntores termomagnéticos


Fonte: Senai (2016)

Para o dimensionamento do disjuntor, as propriedades importantes são a tensão nominal, a corrente má-
xima de intervenção do disjuntor e a quantidade de polos, que podem ser unipolares, bipolares ou tripolares.
As funções do disjuntor termomagnético são:
a) proteção contra curto-circuito – um atuador magnético realiza a abertura do disjuntor quando existe
aumento imediato da corrente elétrica no circuito;
b) abertura ou fechamento espontâneo do circuito;
c) proteção contra a sobrecarga que é executada com o auxílio de um atuador bimetálico sensível ao
calor e que favorece a abertura do disjuntor quando a corrente elétrica persiste por um período, com
carga além da corrente nominal prevista para o disjuntor.
COMANDOS ELÉTRICOS
60

Disjuntores motores: são utilizados para a proteção de circuitos elétricos e de partida e/ou proteção
de motores. Possui grande capacidade de interrupção de corrente, o que favorece a sua aplicação em ins-
talações que possuem alto índice de curtos-circuitos.
Possibilitam proteção a todo circuito e ao motor por intermédio de seus atuadores térmicos, que são
ajustáveis para que possam proteger contra sobrecargas, curtos-circuitos e ainda, suportar a corrente de
partida do motor elétrico.
Um disjuntor motor pode ser acionado por botões de acionamento por pressão ou rotativos, depen-
dendo da configuração ou modelo estabelecido pelo fabricante. Possui a função de indicador de disparo,
favorecendo ao usuário a verificação visual do desligamento manual do disjuntor ou do seu disparo, por
meio de seu mecanismo de proteção.

Andressa Vieira (2016)

Figura 42 - Disjuntor motor (com e sem tampa)


Fonte: Senai (2016)

Esse tipo de disjuntor é um dispositivo de segurança, atuando na proteção de motores e substituindo


os relês e fusíveis tradicionais, agrupando-os em um único dispositivo e obtendo vantagens, como:
a) função de chave geral;
b) desligamento conjugado de todas as fases;
c) ligação exata entre as curvas de proteção térmica e magnética;
d) caso haja um disparo, devido a um curto-circuito, é possível religá-lo sem necessidade de substi-
tuição do dispositivo. A curva de disparo do disjuntor motor oferece como propriedade o tempo de
disparo relacionado à corrente nominal.
As curvas apresentam valores médios das faixas de tolerância aceitáveis para temperatura ambiente
de 20°C, quando inicialmente está em estado frio. Quando a operação está em temperatura de trabalho, o
tempo de disparo térmico reduz para 25% do valor exibido.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
61

Nas condições normais de trabalho, os três contatos do disjuntor devem conduzir energia. As informa-
ções específicas sobre a curva de disparo podem ser obtidas nos catálogos ou manuais dos fabricantes do
dispositivo.
Interruptores diferenciais residuais (DRs ou IDRs): são dispositivos utilizados com a finalidade de
proteger pessoas e circuitos elétricos contra os efeitos do contato direto e indireto e na proteção contra os
efeitos da corrente de fuga (terra) que possam ocorrer no circuito elétrico.
Esse dispositivo assegura ainda a proteção contra incêndios e choques contra pessoas. A intensidade de
choque é reduzida a valores mínimos, para que não causem danos ao corpo humano.
Em se tratando de choques elétricos há duas situações distintas: os contatos diretos e os indiretos.

Andressa Vieira (2016)

Figura 43 - Interruptor IDR


Fonte: Senai (2016)

Os contatos diretos, de acordo com a norma ABNT NBR 5410:2004, são os que ocorrem diretamente
com as partes energizadas (sobtensão), em condições de trabalho normais. Pode-se citar como exemplo
o toque acidental de uma pessoa com o barramento energizado de um circuito de distribuição. Existem
várias situações de segurança para evitar o contato direto, como:
a) proteção por isolação das partes vivas;
b) proteção por meio de barreiras ou invólucros;
c) proteção por meio de obstáculos;
d) proteção por colocação fora de alcance;
e) proteção por meio de relés operados por corrente residual.
COMANDOS ELÉTRICOS
62

Sabrina da Silva Farias (2016)


Figura 44 - Exemplo de contato direto
Fonte: Adaptado de Siemens (2009)

Os contatos indiretos são contatos de pessoas ou animais com estruturas metálicas ou condutores
que, acidentalmente, tornaram-se energizadas ou por falha de isolação. Sabrina da Silva Farias (2016)

Figura 45 - Exemplo de contato indireto


Fonte: adaptado de Siemens (2009)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
63

Os DRs são funcionais no controle de isolação da instalação evitando que haja desperdício de energia
por consumo excessivo de corrente elétrica, e dessa maneira promovendo a qualidade da instalação com
a economia.
A utilização do dispositivo DR não exime a utilização de protetores de sobrecarga e também não dis-
pensa a utilização do aterramento das massas.
Uma característica a ser analisada em um DR, na aplicação contra riscos diretos e indiretos, ou somente
na proteção contra contatos indiretos, é a sensibilidade ou corrente diferencial residual nominal de atuação
do dispositivo.
Um dispositivo com a corrente diferencial residual nominal de 30 mA terá capacidade de ser aplicado
na proteção contra contatos diretos e indiretos, devido as suas características de alta sensibilidade.
Porém o dispositivo que possui corrente diferencial residual nominal de 300 mA ou acima é tido como
de baixa sensibilidade e poderá ser aplicado apenas na proteção contra contatos indiretos ou contra riscos
de incêndio em ambientes com materiais inflamáveis armazenados, como por exemplo papeis, resíduos
de madeira, plásticos, líquidos inflamáveis, limitando as correntes de fuga à terra.
O interruptor diferencial possui a função de monitorar, por meio de um transformador de corrente, a
soma vetorial das correntes que percorrem todo o circuito.
Em condições de trabalho normais em que o circuito opera sem problemas, a soma vetorial das correntes
deverá ser praticamente nula.
Porém, se o circuito apresentar falha no isolamento de um equipamento que está alimentado por ele
e que ocasione uma fuga de corrente à terra, a soma vetorial das correntes que alimentam este circuito
protegido pelo dispositivo, deixará de ser nula. Essa diferença de corrente é o que o DR tem a função de
apontar. Caso uma pessoa toque a parte sobtensão do circuito protegido, a corrente tende a circular pelo
corpo humano, causando um desequilíbrio na soma vetorial das correntes elétricas. Esse desequilíbrio será
detectado pelo DR, como se fosse uma corrente de falta à terra.
O dispositivo DR aponta e desarma o circuito em caso de fugas de corrente elétrica, deixando de atuar
como um disjuntor. Dessa maneira, se faz necessário a utilização de um disjuntor em parceria com o DR
para o circuito elétrico, dependendo do projeto específico.
Disjuntor diferencial residual (DDR): é um dispositivo que atua como interruptor e disjuntor, agindo
na instalação elétrica como protetor contra sobrecargas, fuga de corrente elétrica e curto-circuito, que pos-
sam causar danos ao próprio circuito ou ainda à pessoas que por ventura tiverem contato com a instalação.
Contudo, são pouco utilizados devido ao seu custo elevado.

TIPOS DE CONEXÃO DOS DISJUNTORES

Os disjuntores são divididos em categorias de conexão, com três tipos de curvas diferentes, que você
conhecerá no quadro a seguir:
COMANDOS ELÉTRICOS
64

TIPOS DE DISJUNTORES FUNÇÕES

Disjuntor unipolar

Como o próprio nome reconhece, trata-se de um dis-


positivo disjuntor indicado para atender a circuitos com
Andressa Vieira (2016)
apenas uma fase.
Exemplo de uso: circuitos de iluminação e tomadas de
sistema monofásico, com fase de 127 ou 220 V.

Disjuntor bipolar

Esse modelo de disjuntor é indicado para circuitos de


duas fases.
Exemplo de uso: em chuveiros e torneiras com sistemas
Andressa Vieira (2016)

bifásicos, com fase de 220 V.

Disjuntor tripolar

É indicado para atender a circuitos trifásicos, com fases


de 220 e 380 V. Exemplo de uso: em equipamentos e
Andressa Vieira (2016)

máquinas industriais.

Tabela 4 - Tipos de disjuntores


Fonte: adaptado de Senai (2005)

Além desses tipos de disjuntores citados, há ainda o disjuntor tetrapolar que é recomendado para ins-
talações de circuitos com três condutores em que haja a necessidade de deixar um dos polos do disjuntor
livre. Esse dispositivo pode ser utilizado em quadros de distribuição de energia.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
65

CURVAS DE ATUAÇÃO

A funcionalidade do disjuntor pode ser entendida a partir de gráficos de atuação. A atuação do disjun-
tor é apresentada em um gráfico nomeado de curva de disparo. O gráfico considera o tempo e a corrente
na qual o disjuntor necessita para disparar. Dessa maneira, a curva de disparo apresenta o tempo em se-
gundos que o disjuntor necessita para interromper o circuito, em ocasiões de curto, sob o valor de corrente
que incide por ele. Essa curva é determinada a partir da corrente nominal do disjuntor, que é a corrente
para a qual ele foi projetado.
A formação do gráfico se determina por um eixo horizontal – que define a quantidade de vezes que a
corrente que atravessa o disjuntor excede a corrente nominal – e outro vertical – que define o tempo que
o disjuntor necessita para a desativação, ou seja, o desarme, o tempo de disparo ou tempo de interrupção.
De acordo com a norma NBR IEC NM 60898:2004, os disjuntores são classificados conforme a corrente
nominal para qual eles foram planejados e conforme o seu desempenho perante a sobrecarga até o disparo.
Então, são divididos em curvas de disparo B, C e D – curvas em relação à sensibilidade e acionamento do
disjuntor, quando há uma ocorrência de curto-circuito. Veja na figura a seguir um exemplo gráfico da curva
de disparo.

Sabrina da Silva Farias (2016)

Figura 46 - Gráfico de curvas de atuação do disjuntor


Fonte: adaptado de Portal o setor elétrico (1999)
COMANDOS ELÉTRICOS
66

A norma de proteção NBR IEC NM 60898:2004 determina que os disjuntores devam atuar conforme as
curvas de atuação que você pode ver no quadro a seguir.

EXEMPLOS DE
TIPOS ATUAÇÃO INDICAÇÃO
APLICAÇÃO
Devem atuar para proteção em
São indicados para
correntes com possibilidades de
Disjuntores de atuar em cargas resistivas Fornos elétricos e aquecedo-
curto-circuito de baixa intensidade.
curva B com pouca corrente de res.
Sua ruptura deve ser de 3 a 5 vezes
partida.
da corrente nominal.

Devem atuar para proteção em


São indicados para car- Motores elétricos em geral,
correntes com possibilidades de
Disjuntores de gas de média corrente de máquinas de lavar roupas,
curto-circuito de intensidade mé-
curva C partida, normalmente de sistemas de comando, ligação
dia. Sua ruptura deve ser de 5 a 10
cargas indutivas. de bobinas, etc.
vezes da corrente nominal.

Devem atuar para proteção em


correntes com possibilidades de São indicados para car- Redes com grandes cargas,
Disjuntores de
curto-circuito de alta intensidade. gas com grande corrente como os transformadores e
curva D
Sua ruptura deve ser de 10 a 20 de partida. motores de grande porte.
vezes da corrente nominal.

Quadro 9 - Quadro curvas de atuação


Fonte: adaptado de apostila Senai (2009)

Além da classificação por curva de atuação (disparo), os disjuntores podem ser divididos em três cate-
gorias determinadas pelo coeficiente de proteção que determinam ao circuito.
Essas categorias são nomeadas de classe de proteção, que podem ser 1, 2 e 3, sendo a classe 1 os
disjuntores de maior proteção, a classe 2 os disjuntores de média proteção e a classe 3 os disjuntores de
menor proteção.
Essas classes foram definidas pelo Inmetro (Portaria 348/07) e referem-se a disjuntores residenciais de
até 63 A. O nível de proteção é definido pela corrente de disparo em relação à corrente nominal do disjun-
tor em um tempo inferior a 0,1 segundos.

DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DO DISJUNTOR

No momento da escolha do disjuntor é necessário levar em conta a segurança da instalação, as caracte-


rísticas do circuito e a classificação dos dispositivos. Considere:
2 COMANDOS ELÉTRICOS
67

a) a corrente nominal do circuito;


b) a capacidade de condução de corrente pelos condutores;
c) a corrente de curto-circuito conveniente para o disjuntor;
d) o tipo de carga atuando no circuito (indutiva, capacitiva ou resistiva);
e) o local da instalação, se residencial, comercial ou industrial;
f) influências externas que possam interferir no circuito, como água, poeira, etc.
Para o dimensionamento de um disjuntor deve-se considerar a corrente nominal do circuito e a cor-
rente do condutor (fio), em que a sua bitola foi dimensionada no processo de dimensionamento de con-
dutores. Para obter-se o resultado, utiliza-se a seguinte fórmula:

ICOND ³ IDISJ ³ ICIRCUITO

Sendo:
ICOND – corrente máxima suportada pelo condutor utilizado
IDISJ – corrente de convencional do disjuntor
ICIRCUITO – corrente media do circuito que será alimentado

De acordo com a norma NBR NM 60898:2004, os valores padrão de corrente nominal dos disjuntores
em amperes (A) são:
2 A – 4 A – 6 A – 10 A – 13 A– 16 A – 20 A – 25 A – 32 A – 40 A – 50 A – 63 A – 80 A – 100 A – 125 A
Confira um exemplo de dimensionamento de disjuntor:
O condutor já foi previamente dimensionado (bitola do fio = 4 mm²). A corrente do circuito = 20,45 A,
consequentemente a corrente nominal do fio é de 32,0 A. Utilizando a fórmula:

ICOND ³ IDISJ ³ ICIRCUITO


32,0A ³ IDISJ ³ 20, 45A

Como você pôde perceber nesse exemplo, o disjuntor que atende ao circuito é de 25 A, que está dentro
da faixa determinada pela fórmula, porém, se o circuito for alimentar dispositivos com correntes de partida
superiores aos de regime de trabalho, recomenda-se a aplicação de um disjuntor de classe D, conforme
dimensionamento calculado.
COMANDOS ELÉTRICOS
68

2.3.5 BOTÕES E CHAVES

Botões e chaves elétricas de acionamento manual e que apresentam um contato aberto e outro fechado
são conhecidos por botoeiras. Servem para ligar e desligar motores elétricos ou outro dispositivo elétrico.

Sophie James (2016)

Figura 47 - Painel de comando


Fonte: Thinkstock (2016)

Dependendo do tipo de sinal emitido ao comando elétrico, as botoeiras podem ser determinadas como
botoeiras pulsadoras ou com trava.
A botoeira pulsada é acionada quando o botão é pressionado, por meio da ação de uma mola, e desa-
tivada, retornando à posição inicial quando cessada a pressão sobre ele.
No botão pulsador liso há um contato aberto (13 e 14) e um contato fechado (11 e 12), permitindo a
passagem de corrente elétrica para o equipamento ou motor a qual está conectado, enquanto o botão
não é acionado. Porém, quando o botão é acionado, os contatos sofrem inversão, de maneira que o con-
tato fechado (11 e 12) abre e o aberto (13 e 14) fecha. Quando o botão é liberado da pressão, os contatos
regressam à posição original, devido à ação de uma mola que favorece o retorno.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
69

Andressa Vieira (2016)


Figura 48 - Botoeiras pulsadoras
Fonte: Senai (2016)

As botoeiras com trava, diferentes das botoeiras pulsadoras, conservam-se acionadas e travadas mes-
mo após a interrupção do acionamento. Para desligá-las é necessário pressioná-las novamente. Há mode-
los de botoeiras com trava do tipo botão giratório e do tipo cogumelo.
a) Botão giratório com trava: esse modelo de botão possui como característica um contato fechado
e um aberto. Quando o botão é acionado (girado) o contato fechado abre e o contato aberto fecha e
mantem-se fechado, mesmo após a cessão do acionamento. Para que os contatos retornem à posição
original, se faz necessário girar do botão no sentido inverso ao acionamento primário.
b) Botão tipo cogumelo com trava: esse modelo de botão é muito utilizado para acionamento de
emergência, onde haja necessidade de desligamento do comando elétrico em momentos críticos.
Andressa Vieira (2016)

Figura 49 - Botão cogumelo de emergência


Fonte: Senai (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
70

Quando esse botão é acionado, os contatos sofrem inversão e mantêm-se travados. Para retornar à
posição original de acionamento, executa-se um giro no sentido horário.
Há dois tipos de contatos dos interruptores: normalmente aberto (NA ou NO – Normally Open) e normal-
mente fechado (NF ou NC – Normally Closed).
Quando uma botoeira NA está na posição desativada, os contatos estão abertos, ou seja, sem condução
de energia, até o momento em que seja aplicada uma ação sobre ela. A marcação dos contatos é execu-
tada por meio de dois dígitos. O primeiro dígito representa o número sequencial do contato e o segundo
representa o código da função, na qual a marcação dos contatos auxiliares NA são 3 e 4.
Na botoeira NF, os contatos estão fechados, conduzindo energia e ao ser aplicada uma ação sobre ela,
a passagem de energia é cessada. A marcação é executada, também, por meio de dois dígitos. O primeiro
dígito representa o número sequencial do contato e o segundo determina o código da função, na qual a
marcação dos contatos auxiliares NF são 1 e 2.
Os botões de contato podem ser identificados por cores que definem a sua aplicação nas instalações elé-
tricas, de acordo com a norma IEC 73 e VDE 0199. Identifique estas aplicações das cores no quadro adiante.

CORES SIGNIFICADO APLICAÇÕES TÍPICAS

Vermelho
a) Parada de um ou mais motores.
b) Parada de unidades de uma máquina.
Sabrina da Silva Farias (2016)

a) Parar, desligar. c) Parada de ciclo de operação.


b) Emergência. d) Parada em caso de emergência.
e) Desligar em caso de sobreaquecimento
perigoso.

Verde ou preto
Sabrina da Silva Farias (2016)

a) Partida de um ou mais motores.


b) Partir unidades de uma máquina.
a) Partir, ligar, pulsar.
c) Operação por pulsos.
d) Energizar circuitos de comando.
Sabrina da Silva Farias (2016)
2 COMANDOS ELÉTRICOS
71

Amarelo

Sabrina da Silva Farias (2016)


a) Retrocesso.
a) Intervenção. b) Interromper condições anormais.

Azul ou branco
Sabrina da Silva Farias (2016)

a) Reset de relés térmicos.


b) Comando de funções auxiliares que não te-
a) Qualquer função, exceto as acima.
nham correlação direta com o ciclo de operação
da máquina.
Sabrina da Silva Farias (2016)

Quadro 10 - Cores botões


Fonte: Adaptado de apostila Senai de instalações elétricas industriais, 2010, p. 45

2.3.6 CHAVES DE COMANDO

As chaves de comando elétrico são dispositivos com a função de permitir ou não a circulação de cor-
rente elétrica no circuito.
COMANDOS ELÉTRICOS
72

Andressa Vieira (2016)


Figura 50 - Chaves de comando
Fonte: Senai (2016)

As chaves mais comuns são:


Chave sem retenção ou impulso: esse tipo de dispositivo permanece acionado mediante o emprego
de uma força externa, porém, com a cessão dessa força, o dispositivo retorna à posição de origem. Geral-
mente esse dispositivo pode ser constituído por contatos normalmente abertos (NA) ou ainda, normal-
mente fechados (NF). São utilizados em comandos de máquinas e motores como um torno, uma fresa, um
exaustor, entre outros.
Observe, no quadro a seguir, a ilustração da chave de retenção na posição estacionada e acionada.

CHAVE IMPULSO ESTACIONADO ACIONADO


Silva Farias

Silva Farias
Sabrina da

Sabrina da

NA
(2016)

(2016)
Isadora Luisa
Isadora Luisa

NF
Bertotto
Bertotto

(2016)
(2016)

Quadro 11 - Chave sem retenção


Fonte: adaptado de Júnior, R. C. [2016?]
2 COMANDOS ELÉTRICOS
73

Chave com retenção ou trava: nessa configuração, o dispositivo, sendo uma vez acionado, só retorna
à situação original por meio de um novo acionamento. A sua constituição pode possuir contatos normal-
mente abertos (NA) ou normalmente fechados (NF), de acordo com a finalidade da sua utilização.
Observe na figura a seguir a representação da chave com retenção ou trava.

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 51 - Chave com retenção
Fonte: adaptado de Júnior, R. C. [2016?]

Chave de contatos múltiplos com ou sem retenção: como sua denominação já diz, esse modelo de
dispositivo possui contatos múltiplos tanto NA ou NF, com ou sem retenção.
Observe, na figura a seguir, a representação da chave de comandos múltiplos.

Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 52 - Chave de contatos múltiplos


Fonte: adaptado de Júnior, R. C. [2016?]

Chave seletora: é um dispositivo com duas ou mais posições de contato, com a capacidade de selecio-
nar várias funções em um sistema específico. Apresenta ainda, um ponto de contato comum (C), quando
relacionado aos demais contatos.
Observe na figura a representação da chave seletora.
Isadora Luisa Bertotto
(2016)

Figura 53 - Chave seletora


Fonte: adaptado de Júnior, R. C. [2016?]

Para a seleção correta das chaves de comando, devem ser observadas as especificações de tensão no-
minal e a máxima corrente suportável pelos contatos. Lembre-se de que é necessário seguir as orientações
das informações fornecidas pelos fabricantes.
COMANDOS ELÉTRICOS
74

SIMBOLOGIA E NUMERAÇÃO

Os símbolos, letras e números são comumente utilizados como marcação padrão em dispositivos, pro-
jetos, diagramas elétricos, etc, com a finalidade de fornecer informações importantes sobre a instalação ou
circuito. Veja alguns exemplos nos quadros a seguir.

SÍMBOLO DESCRIÇÃO SÍMBOLO DESCRIÇÃO


Bertotto (2016)

Bertotto (2016)
Isadora Luisa

Isadora Luisa
Botoeira NA. Botoeira NF.
Bertotto (2016)

Bertotto (2016)
Botoeira NA com retorno Botoeira NF com retorno
Isadora Luisa

Isadora Luisa
por meio de mola. por meio de mola.
Bertotto (2016)

Bertotto (2016)
Isadora Luisa

Isadora Luisa
Contatos tripolares NA. Fusível.
Bertotto (2016)

Bertotto (2016)

Acionamento eletromag- Contato normalmente


Isadora Luisa

Isadora Luisa

nético. aberto (NA).


Bertotto (2016)

Bertotto (2016)

Contato normalmente
Isadora Luisa

Isadora Luisa

Relé térmico.
fechado (NF).

Disjuntor com dispositi-


Bertotto (2016)

Bertotto (2016)

Acionamento temporiza-
Isadora Luisa

Isadora Luisa

vos térmicos e magné-


do no circuito.
ticos.

Disjuntor com dispositivo


Bertotto (2016)

Bertotto (2016)
Isadora Luisa

Isadora Luisa

magnético, proteção Lâmpada/sinalização.


contra curtos-circuitos.
Bertotto (2016)

Bertotto (2016)
Isadora Luisa

Isadora Luisa

Transformador trifásico. Motor trifásico.

Quadro 12 - Símbolos utilizados em circuitos


Fonte: adaptado de Henrique, H. [2016?]

Além dos símbolos, há também uma denominação específica. Confira.

DENOMINAÇÃO APARELHOS

b0 Botão de comando – desliga


b1 Botão de comando – liga
2 COMANDOS ELÉTRICOS
75

b2 – b22 Botão de comando – esquerda/direita


k1 – k2 – k3 – k4 – k5 Contator principal
d1 – d2 – d3 Contator auxiliar – relé temporizador ou auxiliar
f1 – f2 – f3 Fusível principal
f7 – f8 – f9 Relé bimetálico
f21 – f22 Fusível para comando
h1 Armação de sinalização
h2 Armação de sinalização direita/esquerda
M1 Motor, transformador – principal
M2 Autotransformador
R ST Circuito de medição – corrente alternada
Quadro 13 - Denominações utilizadas e circuitos
Fonte: adaptado de Junior (2016?)

2.3.7 CONTATORES

Os contatores são dispositivos de comutação eletromagnética, com comando a distância, tendo apenas
uma posição de descanso e livre de travamento. Esses dispositivos são constituídos para suportar cargas
de alta potência de corrente, capazes de determinar, transmitir e interromper correntes em condições nor-
mais do circuito, e ainda suportar sobrecargas durante o funcionamento. Andressa Vieira (2016)

Figura 54 - Contatores
Fonte: Senai (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
76

Você sabe qual é o princípio de funcionamento dos contadores? A construção de um contator consiste,
fundamentalmente, de um núcleo magnético alimentado por uma bobina. Uma fração do núcleo magné-
tico é móvel e é excitado por forças de ação magnética – quando a bobina é percorrida por corrente gera
um fluxo magnético, porém, quando não há circulação de corrente pela bobina de excitação, essa fração
do núcleo é recuada por meio da ação de molas.
Os contatos elétricos são dispostos solidariamente a essa fração móvel do núcleo, formando um aglo-
merado de contatos fixos.
Cada conjunto de contatos fixos e móveis pode ser do tipo NA ou NF.
Veja na figura a seguir um diagrama de contator.

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 55 - Diagrama de um contator com dois terminais NA e um NF


Fonte: adaptado de Fumep (2005)

Os contadores possuem contatos auxiliares do tipo NA e NF, com menores capacidades de corrente,
que têm como função o auxílio nos circuitos de comando e sinalização, possibilitando o acionamento de
mais dispositivos elétricos do sistema, que na prática é um dispositivo que contém um conjunto de conta-
tos para acoplamento ao contator principal.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
77

Andressa Vieira (2016)


Figura 56 - Contato auxiliar
Fonte: Senai (2016)

Os contadores são classificados em contadores principais e contadores auxiliares.


Os contatores principais possuem corrente máxima de até 600 A. Geralmente contém três contatos
principais do tipo NA, destinados a manobras de cargas trifásicas.
Já os contatores auxiliares possuem corrente máxima de 10 A e contém de quatro a oito contatos,
podendo atingir até 12 contatos.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTADORES PRINCIPAIS

É importante salientar que durante a utilização dos contatores são geradas faíscas devido ao impacto
no momento da comutação dos contatos. Esse fenômeno causa um desgaste natural destes, e, além disso,
podem causar danos à saúde humana.
A amplitude das faíscas pode se agravar em ambientes que contenham umidade e também com a in-
tensidade de corrente circulando no circuito.
Para que esses fenômenos sejam evitados, foram empregadas formas distintas de proteção que de-
finem uma classificação desses dispositivos em quatro categorias de utilização de contatores principais:
a) AC1 – para aplicação em cargas ôhmicas ou com mínima indução. Exemplo: os fornos elétricos e
aquecedores que possuem resistência.
b) AC2 – para aplicação em acionamento de motores de indução que possuem rotor do tipo bobinado.
Exemplo: Ventiladores, exaustores e bombas em geral.
COMANDOS ELÉTRICOS
78

c) AC3 – para aplicação em motores com rotor de gaiola e com cargas nominais. Exemplo: os compres-
sores e bombas d’agua.
d) AC4 – para aplicação em equipamentos que requerem manobras pesadas. Exemplo: acionar o mo-
tor de indução em plena carga, executar a reversão durante a marcha, e para execução de operação
alternada.
Os contatores devem ser instalados preferencialmente na posição vertical e em locais que não sofram
trepidações.

CONTATOS ELÉTRICOS DE FORÇA E COMANDO

Os contatores, no que se refere a contatos de força e comando, podem ser divididos em dois modelos
principais: contatores de potência (força) e contatores auxiliares (comando).
Os contatores de potência são dispositivos concebidos para manobras em circuitos de força, cargas
resistivas ou indutivas e ainda projetados para resistir a uma quantidade de manobras elétricas e mecâni-
cas, de acordo com a sua especificação e constituição.
Podem ser utilizados com a finalidade de ligar e desligar motores e cargas elétricas. Os contatores de
potência possuem algumas características mecânicas e elétricas importantes.
a) Possuem dois tipos de contatos com capacidades de carga diferentes (principais e auxiliares).
b) Sua construção é reforçada.
c) Favorece a inclusão de relés de proteção.
d) Possui câmara de exclusão para o arco voltaico.
e) Favorece a utilização de uma bobina com eletroímã.
f) Possui medidas de acordo com a potência a ser conduzida.

Os contatores auxiliares são semelhantes aos de potência, porém com algumas características elétricas
e mecânicas diferentes.

Esses contatores possuem utilidades importantes; acompanhe.


a) Incrementar o número de contatos auxiliares dos contatores de força.
b) Comandar os contatores que possuem um grande consumo na bobina.
c) Evitar a ocorrência de repique (falha de passagem de corrente).
d) Ligar e desligar circuitos de comando, sinalização, controle, etc.

Os contatos auxiliares (comando) aplicados na comutação de circuitos auxiliares podem ser do tipo NA
e NF e possuírem acionamento adiantados ou retardados, conforme as propriedades do contato.
O acionamento eletromagnético dos contatos é executado por meio da alimentação da bobina, que
pode ser de CA ou CC, devido aos contatos possuírem dispositivos específicos (núcleo e bobina) para cada
modelo de corrente.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
79

São características dos contatos auxiliares:


a) medidas de construção de tamanho variável, de acordo com o número de contatos;
b) possuem uma potência no eletroímã praticamente constante;
c) mantém a carga de corrente nominal máxima de 10A para todos os contatos;
d) sem necessidade da utilização de relé de proteção e de câmara de extinção.

CLASSES DE ACIONAMENTO

Os métodos de acionamento dos contatos podem ser dos tipos: corrente alternada ou corrente contínua.
No acionamento por CA, durante a alimentação da bobina é gerado um campo magnético que atrai o
núcleo móvel, causando dessa maneira a movimentação dos contatos principais e auxiliares.
Nos contatores que são acionados por corrente alternada, há anéis de curto circuito que se encontram
fixados sobre o núcleo do contator. Entretanto, os contatores que possuem um anel na parte fixa e outro
na parte móvel devem ser montados com um anel voltado para cima e outro para baixo, para que possam
evitar ruídos provocados pela passagem da corrente alternada.
Um entreferro – espaço entre o indutor e o circuito ferromagnético ao qual está acoplado – diminui a
remanência9 após a cessão da tensão de comando, evitando a fixação do núcleo.
Depois de cessada a energização da bobina de acionamento, a restauração dos contatos auxiliares e
principais para a posição inicial de descanso é realizado por meio de molas.

Acionamento por CC
A diferença entre o acionamento de corrente contínua do acionamento de corrente alternada é a com-
posição do circuito magnético, que no caso do CC não possui anéis de curto circuito, além disso, possui
uma bobina de enrolamento com derivação, ou seja, uma parte para atracamento e outra para manuten-
ção, um contato normalmente fechado, com retardo na abertura do curto-circuito em parte do enrolamen-
to, durante o atracamento.
Com a derivação desse enrolamento, reduz-se a potência concentrada pela bobina depois do fecha-
mento do contator e dessa maneira, impede-se a queima da bobina.
O acionamento de corrente contínua é recomendado para circuitos ou instalações em que os equipa-
mentos de acionamento da bobina contenham sensibilidade aos efeitos provocados pela tensão induzida
do campo magnético da corrente alternada, como por exemplo, em circuitos com inversores de frequência.
A norma IEC 947-4 padroniza a identificação de contatores e outros dispositivos de manobra de baixa
tensão e fornece informações importantes para a execução das instalações elétricas nos circuitos, que são

9 Indução magnética que permanece em um circuito após a remoção do campo magnético.


COMANDOS ELÉTRICOS
80

informações sobre a função de cada terminal, a localização desse terminal em relação a outros, e orientam
e uniformizam a execução de projetos e a montagem de painéis.
Por exemplo, as bobinas são identificadas de forma alfanumérica. Os terminais do circuito de potência
são identificados por sistema alfanumérico e por números. Observe a figura a seguir.

Andressa Vieira (2016)


Figura 57 - Identificação terminais
Fonte: do Autor (2016)

Acompanhe as seguintes informações sobre estes terminais.


a) 1L1,3L2,5L3 – Terminais normalmente conectados aos dispositivos de seccionamento ou proteção.
Os terminais do contator ficam direcionados para a rede (fonte de alimentação).
b) 2T1, 4T2, 6T3 – Terminais conectados diretamente a carga ou relés de sobre carga.
c) Contato auxiliar nº11 - O primeiro algarismo indica posicionamento dos contatos e o segundo alga-
rismo indica (NF) Normalmente Fechado.
d) Contato auxiliar nº13 - O primeiro algarismo indica posicionamento do contato e o segundo algaris-
mo indica (NA) Normalmente Aberto.
e) O número de função 5,6 são denominações de contatos normalmente fechados (NF) retardados na
abertura. Todavia, os números de função 7,8 são denominações para contatos normalmente abertos
(NA) adiantados no fechamento.
f) Os traços que antecedem os números indicam a sequência.
De acordo com a norma padrão, os terminais que pertencem a um mesmo dispositivo de contato terão
que receber o mesmo número sequencial, porém, contatos com o mesmo número de função terão que
receber números de sequência diferente.

TENSÕES DE ALIMENTAÇÃO

A tensão é a diferença do potencial elétrico entre dois pontos e medida em volts (V), sendo que, quanto
maior a quantidade de volts, mais energia pode incidir, mesmo que a intensidade da corrente, em amperes
(A), seja a mesma.
As bobinas dos contatores são definidas para tensões alternadas de 12, 24, 110, 127, 220, 380 e 440 V.
Para as correntes contínuas as tensões são definidas de 12, 24, 48, 110, 125 e 220 V.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
81

Para que um contator possa ser utilizado, é necessário considerar a tensão de sua bobina (que determi-
na como o contator é acionado) e a corrente máxima de seus contatos. A especificação para os contatores
é determinada por uma corrente nominal (In), que deve ser considerada de acordo com o projeto ou ins-
talação a ser executado.
O quadro a seguir, informa as diferentes categorias de utilização de contatores.

SERVIÇO SERVIÇO
SERVIÇO NORMAL SERVIÇO NORMAL
CATEGORIA OCASIONAL OCASIONAL
(LIGAR) (DESLIGAR)
(LIGAR) (DESLIGAR)
AC1 1. In 1. In 1.5. In 1.5. In
AC2 2.5. In 1. In 4. In 4. In
AC3 6. In 1. In 10. In 8. In
AC4 6. In 6. In 12. In 10. In
Quadro 14 - Categorias de utilização de contatores
Fonte: adaptado de Instituto Newton Braga (2014)

De acordo com Braga (2014), dessa maneira, um contator da categoria AC1 pode suportar uma corrente
igual a nominal (In) quando ligar e desligar e eventualmente (serviço ocasional), uma corrente 1,5 vezes
maior que a nominal.

Dimensionamento do contator
Para que haja o dimensionamento de um contator, se faz necessário a obtenção de um catálogo do
fabricante do dispositivo, para se conhecer os dados técnicos sobre as correntes admitidas pelo contator,
a quantidade de contatos, o fusível de proteção e as dimensões de acordo com o modelo do dispositivo.
Deve-se considerar para o dimensionamento dos contatores a corrente nominal (In) do motor (menor
ou igual a corrente nominal do contator principal) e ainda, o fator de serviço do motor (FS).
Veja o procedimento para o dimensionamento de contatores. Exemplo: um motor elétrico com as es-
pecificações a seguir.
Fabricante: uma empresa x
Potência: 5 CV.
Alimentação: Trifásica 220 V/60 Hz.
Corrente nominal: 13,8 A e FS = 1,0, IV polos com partida direta e regime AC-3.
Com a obtenção desses dados, como proceder no dimensionamento?

a) Pesquise em um catálogo do fabricante com os dados I = 13,8 x 1,0 = 13,8A.


b) A partir dos valores acima (13,8 A), encontre no catálogo um contator com . superior a esse valor.

Conforme o catálogo do fabricante x, o contator Y irá atender às necessidades desse circuito.


O assunto a seguir é relé. Você conhece um relé ou sabe como esse dispositivo funciona? Continue seus
estudos para descobrir.
COMANDOS ELÉTRICOS
82

2.3.8 RELÉS TÉRMICOS OU DE SOBRECARGA

Os relés térmicos são dispositivos de proteção de sobrecarga que visam a proteção contra o sobreaque-
cimento.

Andressa Vieira (2016)


Figura 58 - Relé de sobrecarga
Fonte: Senai (2016)

Os relés de sobrecarga são compostos por um par de lâminas metálicas, aplicadas por fase, em que seu
princípio de funcionamento se dá por meio das diferentes dilatações térmicas que os metais podem apre-
sentar quando estão sujeitos a uma variação de temperatura; também possuem em seu invólucro isolante
um mecanismo de disparo.
Os relés de sobrecarga ou térmicos são utilizados para a proteção contra o aquecimento de equipamen-
tos, como os motores elétricos e transformadores.
O aquecimento acentuado dos motores pode ser ocasionado por vários fatores como:
a) variações excessivas de tensão;
b) alternância de frequência da rede;
c) sobrecarga mecânica nos componentes;
d) tempo elevado de partida do motor;
e) ausência de fases, etc.

Os relés térmicos usuais são de dois tipos: eletromecânico e eletrônico.


O relé eletromecânico funciona da seguinte maneira: quando há uma circulação de corrente pela bo-
bina, é gerado um campo magnético com a capacidade de atrair um ou uma série de contatos com fe-
chamento ou abertura de circuitos; porém, quando a corrente da bobina é cessada, o campo magnético
também cessa e os contatos retornam à posição inicial.
Faixas de atuação e ajustes: quando há uma circulação de corrente nominal, os bimetais que fazem
parte da composição do relé tendem a curvar-se. Essa curvatura ocorre devido ao bimetal, que é composto
por uma liga metálica com coeficientes de dilatação diferentes e sofre uma deformação física. A curvatura
será para o sentido em que o coeficiente de dilatação for inferior, contudo, a curvatura dos bimetais deixa
de ser suficiente para o desarme do relé. Para que ele ocorra, é necessário que haja uma sobrecarga, na
2 COMANDOS ELÉTRICOS
83

qual os bimetais sofram uma curvatura maior e executem o processo. A atuação do relé independe da va-
riação de temperatura ambiente, que não causa influência ao bimetal.
O ponto de atuação do relé (curvatura das lâminas) pode ser ajustado por meio de um dial, dispositivo
que permite o ajustamento do valor de corrente. A relação entre tempo e corrente de desarme de relés
térmicos de sobrecarga é denominada curva característica, que você verá na figura a seguir.

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 59 - Curvas características


Fonte: adaptado da Apostila Senai (2009)

Na imagem podem-se observar no eixo horizontal os valores múltiplos da corrente de regulagem e no


eixo vertical encontra-se o tempo de desarme. Observa-se ainda, a curva 3 que aponta o comportamento
dos relés quando são submetidos a sobrecarga tripolar e na curva 2 a sobrecarga bipolar. Torna-se impor-
tante salientar que os valores de desarme apontados nas curvas características são válidos para temperatu-
ra ambiente ou em estado frio. Os relés em operação sob corrente nominal e em temperatura de operação
são considerados pré-aquecidos, com um tempo de atuação em média de 25 a 30% dos valores das curvas.
Esse pré-aquecimento promove a movimentação dos bimetálicos em aproximadamente 70% do que
seria ideal para o desarme.
COMANDOS ELÉTRICOS
84

De acordo com a norma IEC 947, um relé térmico de sobrecarga deve ter a capacidade de operar em
uma faixa de temperatura de 5°C a 40°C, podendo haver variações, conforme o fabricante e a configuração
do dispositivo. Para a instalação dos relés, é importante consultar as orientações do fabricante.
De maneira geral, os relés podem ser fixados em paredes verticais e com inclinações de até 30° e em
planos horizontais com até 90°.
Diferentes dos relés de sobrecarga térmicos, que monitoram indiretamente a corrente de trabalho do
motor por meio do aquecimento dos seus bimetais, os relés de sobrecarga eletrônicos utilizam circuitos
digitais microprocessados que executam a medição direta e efetiva da corrente de trabalho do motor,
proporcionando uma maior proteção contra sobrecargas ou faltas de fase.
O circuito eletrônico desse dispositivo monitora cada fase que alimenta o motor e proporciona um
tempo inferior de atuação em eventuais faltas de fase, contribuindo para uma maior eficácia na proteção
de motores elétricos.
Podem ser empregados diretamente no contator, da mesma maneira que são empregados os relés de
sobrecarga térmicos, além de suas características permitirem substituir os relés térmicos por eletrônicos.
Devido aos seus componentes eletrônicos, possuem baixa perda de potência, reduzindo consideravel-
mente o consumo de energia em relação aos relés térmicos.
Faixa de atuação e ajustes: os relés de sobrecarga eletrônicos são autoalimentados e desenvolvidos
para aproveitamento em partidas normais e pesadas de motores e possuem classes de atuação com as
seguintes características:
a) classes de disparo de 5 até 30;
b) classe de disparos ajustáveis;
c) proteção contínua para cargas com ajuste de corrente (0,1 a 63 A);
d) rearme com retorno automático do relé;
e) tem a possibilidade de emissão de sinais sonoros para sinalização por meio de aparelhos de medição.
Os relés eletrônicos possuem na parte frontal as funções teste e rearme ou reset, que possibilitam a ope-
ração de ajuste da opção de rearme adequada ao circuito. Além disso, possui uma janela de sinalização de
disparo que favorece que o usuário a identifique visualmente o estado de conservação do relé.
Esse relé ainda possui contatos auxiliares independentes (12 V, 10 mA), que fazem a sinalização do es-
tado de conservação e o cumprimento das suas funções.
Veja na figura a seguir o tempo de atuação e ajuste dos relés eletrônicos.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
85

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 60 - Tempo de atuação


Fonte: adaptado de catálogo da WEG (2015)

Assim sendo, um relé de sobrecarga eletrônico pode ser aplicado em cargas de baixa, média ou alta
inércia e para isso é suficiente selecionar a classe de disparo que atenda a necessidade do tempo de partida.

CONTATOS DOS RELÉS

Há relés de diversos modelos quanto aos seus contatos que podem ser NA, NF ou conter os dois tipos
de contatos.
Os contatos NA são os que se encontram abertos quando a bobina deixa de estar energizada e se fe-
cham quando ela recebe corrente.
COMANDOS ELÉTRICOS
86

Os contatos NF possuem a abertura quando a bobina recebe corrente, ao inverso do NA.


Já no contato central (C), que é um contato comum dos relés, quando o contato NA fecha e a distribui-
ção de corrente é interrompida, é com o contato (C) que se determina a condução elétrica.
Esse tipo de contato central (C) é comum aos contatos NF e NA, por isso a denominação (C).
Uma característica inerente aos relés eletromecânicos é o desgaste mecânico dos seus contatos, dada a
sua frequente movimentação. Geralmente esses dispositivos possuem um limite mecânico de chaveamen-
to que pode ter uma variação de um milhão de ciclos para os contatores e até vinte milhões de ciclos para
os relés de pequeno porte, desde que o relé esteja chaveando uma carga menor do que a sua capacidade.
Todavia, esse relé pode ter uma redução de sua capacidade de operação se estiver operando com car-
gas no limite de sua capacidade.
Os relés eletromecânicos dividem-se em partes, que são:
a) bobina ou eletroímã - composto por fio de cobre envolto de um núcleo de ferro macio que favorece
um percurso de baixa resistência para o fluxo magnético;
b) armadura de ferro móvel;
c) grupo de contatos;
d) mola de reativação;
e) terminais (podem variar de acordo com as aplicações).

Os relés eletromecânicos são utilizados frequentemente com a finalidade de:


a) ajustar os níveis de tensão entre dois pontos;
b) ajustar os níveis de potência entre dois pontos;
c) multiplicar os contatos;
d) isolar dois circuitos.

2.3.9 RELÉS DE FALTA DE FASE OU DE NEUTRO

O relé de falta de fase atua na proteção de motores elétricos trifásicos e tem a função de diagnosticar
uma possível falta de fase ou de neutro no circuito.
Assim que é percebida a falta de fase, o relé abre o contato auxiliar e interrompe o comando elétrico do
motor a ser resguardado.
Esse tipo de relé é ativado à rede elétrica trifásica 220/380/440 V e possui contatos NA e NF. Possui ainda
uma entrada R-S-T (alimentação) pela qual a rede elétrica é monitorada, ou seja, um potenciômetro regula
a sensibilidade adequada à instalação elétrica. Observe a figura a seguir.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
87

Denilza Pereira dos Santos (2016)


Figura 61 - Relé de falta de fase ou de neutro
Fonte: Senai (2016)

Relé de falta de fase com neutro


O relé de fase com neutro no circuito tem a função de proteção ao controle de sistema trifásico com
neutro. O dispositivo verifica a falta de fase de uma ou mais fases, monitora a tensão do neutro e executa a
interrupção, caso a falta ocorra. Obrigatoriamente o neutro deve estar conectado ao dispositivo.
Esses dispositivos são fabricados com contato reversor com retardo no desligamento de até cinco se-
gundos, evitando desligamentos eventuais durante a partida do motor. Esse processo pode causar quedas
de tensão maiores que a determinada para a atuação do relé.
Os relés da falta de fase ou neutro são utilizados para instalações e circuitos de comandos elétricos tri-
fásicos industriais, deixando de ser aplicados em instalações residenciais.

2.3.10 RELÉS SEQUENCIAIS DE FASES

Os relés sequenciais de fase são dispositivos adequados para o monitoramento e controle de instala-
ções trifásicas e têm a intenção de impedir a inversão da sequência das fases (L1 – L2 – L3). O dispositivo
aponta qualquer inversão de sequência de fases e devido a essa característica é comumente utilizado para
a proteção de motores trifásicos, circuitos de comando e outros acionamentos de CA. Acompanhe o dia-
grama de funcionamento a seguir.
COMANDOS ELÉTRICOS
88

Denilza Pereira dos Santos (2016)


Figura 62 - Diagrama funcionamento do relé
Fonte: adaptado de catálogo WEG (2015)

Veja que o relé de sequência de fase não substitui a saída 15-18 contato aberto do relé, dificultando que
o circuito no qual esteja inserido entre em funcionamento. Esse fato ocorre devido à inversão de fases na
alimentação do circuito. Observe o diagrama de alimentação na sequência.

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 63 - Diagrama de alimentação


Fonte: adaptado de catálogo WEG (2015)

A saída do relé somente será substituída (15-18 contato fechado) para a situação que determina o fun-
cionamento do circuito se a rede elétrica estiver conectada com a sequência de fase apropriada.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
89

2.3.11 TEMPORIZADORES

Os temporizadores são dispositivos eletrônicos com funcionamento destinado ao comando de tempo


(curta duração) e têm a finalidade de imprimir um sinal de saída de corrente elétrica, de acordo com a fun-
ção e o tempo determinado.

Andressa Vieira (2016)

Figura 64 - Temporizadores
Fonte: Senai (2016)

Esses dispositivos podem ser configurados com uma ou duas saídas de contato NA/NF.
Os relés de tempos podem ser aplicados na automação de equipamentos industriais, preferencialmente
em sequenciamento, interrupções de comando e ainda em chaves de partida de motores, etc.
Como exemplo de aplicações pode-se citar o painel de comando de uma fresadora, de um torno mecânico,
entre outros.
Esses relés serão aplicados de acordo com as configurações do equipamento e também do próprio relé.
Conheça a seguir as principais configurações de temporizadores:
a) Relé de tempo com retardo na energização (RE): Quando há energização do relé, inicia-se a conta-
gem do tempo (T) previamente ajustado no dial (mostrador, indicador). Após esse período de tempo
ocorrerá a comutação dos contatos de saída, que continuarão nesse estado até que a alimentação
seja cessada.
COMANDOS ELÉTRICOS
90

b) Relé de tempo com retardo após energização ou desenergização (RD): quando o relé é alimenta-
do – por meio da energização do terminal de comando – os contatos de saída comutam instantane-
amente, do mesmo modo que regressam à situação original quando se retira o comando, depois de
transcorrido o tempo (T) regulado no dial.
c) Relé de tempo estrela-triângulo (ET): nessa configuração, depois da energização do relé, os conta-
tos de saída estrela comutam instantaneamente, conservando-se ativados durante o tempo (T) trans-
corrido e ajustado pelo dial. Depois de um período de tempo, determinado de acordo com as confi-
gurações do dispositivo, os terminais triângulo serão ativados e continuarão nesse estado até que a
alimentação seja terminada.
d) Relé de tempo Cíclico (CI): depois de energizado o relé, os contatos de saída são ativados e desati-
vados em ciclos. O dial superior de ajuste estabelece o tempo em que os contatos permanecem ativos
(T – on). O dial inferior estabelece o tempo no qual os contatos conservam-se desativados (T – off).
e) Relé de tempo Cíclico Ajuste Ligado (CIL): depois da energização do relé, os contatos de saída são
ativados e após o período de tempo determinado pelo dial de ajuste, os contatos serão desativados e
o processo prosseguirá ciclicamente. Somente com uma seleção prevalece o tempo ligado e o tempo
desligado do relé.
f) Relé de tempo Cíclico Ajuste Desligado (CID): quando há a energização do relé, os contatos de saí-
da continuam desativados e depois de percorrido o período de tempo selecionado do dial de ajuste,
os contatos serão ativados. Esse processo permanecerá funcionando ciclicamente e uma única sele-
ção estabelece o tempo ligado e o tempo desligado do relé.
g) Relé de tempo cíclico (CIR 2 ajustes início/desligado): nesse processo, após a energização do relé,
inicia-se a contagem do tempo “desligado”. Após esse período de tempo os contatos de saída são ati-
vados e começa a contagem de tempo “ligado”. Essa sequência é contínua ciclicamente. Nesse caso
o dial superior estabelece o tempo ligado (T – on), no qual os contatos permanecem ativados. O dial
inferior estabelece o tempo desligado (T – off), no qual os contatos permanecem desativados.

DIMENSIONAMENTO DE RELÉS

O dimensionamento do relé é executado conforme a corrente da carga a ser ativada e o contator em-
pregado. O fabricante do contator recomenda o relé adequado ao conjunto.
A função do relé é impedir que a corrente que alimenta o motor tenha uma elevação maior do que a
corrente de operação deste motor (In x FS).
a) motores com fator de serviço (FS) >= 1,15 - Ir = 1,25 In
b) motores com fator de serviço (FS) < 1,15 - Ir = 1,15 In
2 COMANDOS ELÉTRICOS
91

Veja um exemplo:
Para dimensionar um relé de sobrecarga para dar proteção a um motor elétrico com as seguintes espe-
cificações:
Fabricante: SN
Potência: 5 CV.
Alimentação: Trifásica 220 V/60 Hz.
IV polos com tempo de partida 5s.

De acordo com o catálogo do fabricante de motores, tipo W21, tem-se:


In = 14 A; FS = 1,15.
Como FS >= 1,15 - Ir = 1,25*In,
Conclui-se então: Ir = 1,25 * 14 = 17,5 A.
Especificação completa de acordo com o catálogo do fabricante:
RW27-1D3-U023: faixa de ajuste de 15 a 23ª com fusível máximo de 50 A.

2.3.12 SINALIZAÇÃO E ALARMES

Os sinaleiros ou lâmpadas de sinalização são identificadores luminosos (lâmpadas ou LEDs) com a fina-
lidade de apontar visualmente possíveis eventos que possam ocorrer nos sistemas elétricos.
mmmxx ([20--?])

Figura 65 - Painel de controle com sinaleiros (esquerda) e sinaleiro (direta)


Fonte: Thinkstock (2016) e Senai (2016)

Cada cor apontada no dispositivo define um tipo de aplicação, de acordo com a norma IEC 73:2009.
Veja, no quadro a seguir, a equivalência de cores para sinalização.
COMANDOS ELÉTRICOS
92

CORES SIGNIFICADO APLICAÇÕES TÍPICAS

Vermelho
a) Temperatura acima dos limites de
Denilza Pereira dos Santos
a) Condições anormais. segurança.
b) Perigo ou alarme. b) Aviso de paralização do sistema.
Ex.: sobrecarga
(2016)

Amarelo
Denilza Pereira dos Santos

a) O valor de uma grandeza aproxi-


a) Atenção, cuidado.
ma-se de seu limite.
(2016)

Verde
Denilza Pereira dos Santos

a) Indicação de que o equipamento


a) Condição de serviço segura.
está pronto para operar.
(2016)

Branco
Denilza Pereira dos Santos

a) Circuito sob tensão, funcionamento


a) Equipamento em movimento.
normal.
(2016)

Azul
Denilza Pereira dos Santos

a) Sinalização de comando remoto.


a) Informações especiais, exceto as acima
b) Sinalização de preparação da
citadas.
máquina.
(2016)

Quadro 15 - Quadro de identificação luminosa


Fonte: Adaptado de Apostila Senai, Instalações elétricas industriais, 2010, p. 45

SIRENES

Os indicadores sonoros elétricos, como as sirenes e buzinas, fornecem sinais que podem ser captados
pela audição e têm a finalidade de indicar falhas ou emergências que possam eventualmente surgir nos
sistemas. São utilizadas normalmente em locais onde os indicadores luminosos são pouco visíveis e ainda
que se tenha a intenção de atender a um grande número de pessoas e locais.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
93

viiwee ([20--?])
Figura 66 - Indicadores sonoros e luminosos
Fonte: Thinkstosck (2016)

2.3.13 TERMOSTATOS

Os termostatos são dispositivos com propriedades físicas e de funcionamento distintos entre si. São
compostos basicamente por dois elementos: sensor e controlador.
O sensor é o mecanismo que indica a variação térmica gerada pelo sistema e o controlador regula a
variação e corrige as anomalias de temperatura, conservando-a dentro do intervalo planejado.
A função principal de um termostato é evitar que a variação de temperatura de um sistema ultrapasse
os limites planejados.
Os termostatos normalmente atuam por meio de temperatura e são ativados por efeito de uma lâmina
biométrica (termostato biométrico) ou por pressão de fluidos (termostato tipo fole).
Conheça os dois modelos a seguir.
Termostato biométrico: o termostato biométrico funciona a partir da elevação de temperatura em
torno do dispositivo biométrico, onde os metais (A) e (B) iniciam a expansão. Todavia, o metal (A) está
selecionado para expandir mais rápido que o metal (B). Esse processo provocará a curvatura do bimetal e
ele fechará os contatos. Quando a temperatura é reduzida, o metal (A) contrai com mais velocidade que
o metal (B) e assim volta à posição de origem, abrindo os contatos. Veja o exemplo de funcionamento na
figura seguinte.
COMANDOS ELÉTRICOS
94

Denilza Pereira dos Santos (2016)


Figura 67 - Funcionamento do termostato biométrico
Fonte: adaptado de Apostila IFSC (2008)

Termostato tipo fole: esse modelo de termostato atua por meio de pressão de fluido. A dilatação ou
contração da molécula do gás (dióxido sulfúrico, cloreto de metila ou similares) contidos no bulbo provoca
a movimentação do fole conectado a uma peça móvel que atua no fechamento e abertura dos contatos, e
dessa maneira liga ou desliga o compressor.

Denilza Pereira dos Santos (2016)

Figura 68 - Termostato tipo fole


Fonte: Adaptado de Apostila IFSC (2008)

Os modelos de termostato eletrônicos mais modernos fazem que durante a sua operação a resistência
elétrica se altere de acordo com a variação de temperatura, emitindo um sinal para a placa eletrônica que
comanda o elemento que favorece o funcionamento do equipamento.
O funcionamento desse termostato é baseado no princípio da dilatação dos corpos.
2 COMANDOS ELÉTRICOS
95

Sabrina da Silva Farias (2016)


Figura 69 - Controlador de temperatura
Fonte: adaptado de Apostila IFSC (2008)

Esses modelos proporcionam um controle preciso da temperatura e um melhor procedimento de me-


dição, além da indicação visual de temperatura e funções como resfriamento instantâneo.
Um exemplo de utilização dos termostatos é o controle de temperatura de refrigeradores, ar condicio-
nados, ferros elétricos, entre outros.

2.3.14 PRESSOSTATOS

Os pressostatos são dispositivos automáticos de controle de pressão que atuam na parte interna de
inúmeros sistemas, como nos de refrigeração, compressores de ar, entre outros. Esses dispositivos têm
a função de analisar a variação de pressão inferior ou superior do equipamento e compará-los a valores
previamente estabelecidos.
A imagem a seguir representa um pressostato utilizado em um compressor de ar, porém há vários mo-
delos desse dispositivo, inclusive mais modernos e com configurações diferenciadas.
COMANDOS ELÉTRICOS
96

Vaportec (2016)
Figura 70 - Pressostato (parte superior e inferior)
Fonte: Senai (2016)

Os pressostatos geralmente são constituídos por um sensor, um mecanismo de ajuste e uma chave
(aberto ou fechado).
Durante o funcionamento do sistema, a pressão proveniente do processo produz um pequeno desloca-
mento (deflexão) do diafragma para cima. Esse deslocamento rebate a força que a mola está executando
para baixo. Desssa maneira a pressão tem a possibilidade de atingir o ponto crítico de disparo (ativação),
na qual foi previamente ajustada. A deflexão do diafragma é conduzida por meio de uma haste até a mi-
crochave, comutando-a.
O pressostato é um dispositivo que tem a finalidade de proteger os equipamentos, máquinas ou pro-
cessos industriais, evitando a sobre pressão ou a subpressão que possam interferir em seu funcionamento.
Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 71 - Funcionamento pressostatos


Fonte: adaptado de apostila IFSC (2008)

Há quatro tipos mais comuns de pressostatos quanto às suas características que são:
2 COMANDOS ELÉTRICOS
97

a) Pressostato de baixa – tem como característica abrir os contatos quando a pressão que incide no
fole for menor que a pressão ideal de funcionamento. Os pressostatos de baixa, aplicados ao lado
de mínima pressão, apontam as eventuais quedas de pressão que podem ser causadas por fuga de
fluidos. No caso da refrigeração e climatização, serve para analisar a pressão dos fluidos refrigerantes.
b) Pressostato de alta – possui como característica abrir os contatos quando a pressão que incide no
fole for maior que a pressão ideal de funcionamento. Os pressostatos de alta, aplicados ao lado de
máxima pressão, atuam quando a pressão adquire valores acima dos toleráveis pelos sistemas ou
pelo equipamento.
c) Pressostato de alta e baixa – possuem as mesmas características de funcionamento e utilização dos
pressostatos de alta e baixa separadamente.
d) Pressostato de óleo – tem como característica controlar a variação de pressão dos fluidos lubrificantes
dos equipamentos, motores e compressores. Caso haja uma diminuição excessiva de pressão, o disposi-
tivo será desligado e dessa maneira as partes mecânicas serão protegidas da falta de lubrificação.

Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 72 - Pressostato com óleo


Fonte: adaptado de apostila IFSC (2008)

Regulagens e ajustes
Os pressostatos, quanto ao tempo de regulagem e ajuste, entre a atuação e o desarme podem ser
equipados com diferencial fixo e diferencial ajustável. O fixo disponibiliza apenas um ponto de ajuste, o
de set-point (valor alvo de um sistema de controle automático), sendo este o intervalo entre os pontos de
atuação e o de desativação. O ajustável favorece a regulagem de set-point e a alteração do intervalo entre
o ponto de atuação e a desativação.
Ainda para os ajustes e regulagens, o mecanismo de set-point geralmente dispõe de uma mola com
faixa de ajuste selecionada de acordo com a pressão necessária para o funcionamento do sistema. Um
microinterruptor também pode ser utilizado como dispositivo de alteração de estado, porém, admite-se o
emprego de uma ampola com mercúrio para acionamento de uma chave interruptora.
COMANDOS ELÉTRICOS
98

Quanto aos tipos de contatos presentes nos dispositivos, são compostos normalmente por um terminal
comum, um contato NA e um NF, ou por um dispositivo de duplo contato, que são dois terminais comuns,
sendo dois NAs e dois NFs.

2.3.15 CONTROLADORES ELETRÔNICOS DE PRESSÃO E TEMPERATURA

O controle eletrônico de pressão é utilizado como controle proporcional para a sinalização dos padrões
de utilização da pressão na faixa de operação (sub ou sobrepressão), ou ainda, para sinalizar um sensor
desativado. Esse controle permite a economia de energia elétrica e o aumento da vida útil dos sistemas,
devido ao controle proporcional, que ajusta a potência dos equipamentos de acordo com a rotação do
motor, diminuindo o desgaste dos elementos, além de impedir os picos de corrente durante as partidas
desses equipamentos ou sistemas.
O controle eletrônico de pressão geralmente opera em faixas de pressão conforme as necessidades dos
sistemas ou equipamentos.
Os controladores de temperatura são também desenvolvidos para aplicação em centrais de refrige-
ração que necessitem de controle de temperatura, sucção e descarga. O seu funcionamento consiste em
controlar o degelo por meio de intervalos de tempos provenientes de estacionamento do compressor,
aquecimento elétrico ou gás aquecido, com inversão de ciclo. Como exemplo de uso em refrigeração e na
climatização tem-se o uso em balcões de frios em supermercados.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você conheceu alguns comandos elétricos, a composição dos motores elétricos e
aprofundou seus conhecimentos no que diz respeito às suas características de construção, tipos
de motores, aplicação de cada modelo, importância de cada componente, alimentação, função,
sua aplicação específica e a correta instalação do componente de acordo com o circuito ou projeto
especificado. Também desenvolveu seu aprendizado sobre a tecnologia envolvida nos compo-
nentes do sistema de comandos elétricos, no que diz respeito à aplicação individual de cada dispo-
sitivo, seja essa aplicação nos projetos e equipamentos de instalações residenciais ou também em
instalações comerciais e industriais, principalmente na área de climatização e refrigeração. Você
percebeu a função específica de cada modelo de dispositivo elétrico e a importância da sua corre-
ta utilização, respectivamente nos circuitos, projetos ou instalações elétricas.
Siga em frente e bons estudos!
2 COMANDOS ELÉTRICOS
99

Anotações:
Construção e Montagem de
Quadros Elétricos

Neste capítulo você estudará sobre a construção e montagem de quadros elétricos, adqui-
rindo conhecimentos sobre os seus componentes e suas aplicações. A partir da aquisição des-
ses conhecimentos e com o final dos estudos deste capitulo você terá subsídios para:
a) interpretar e elaborar esquemas e diagramas elétricos de sistema de climatização;
b) realizar medições, ajustes e regulagens nas instalações;
c) verificar os parâmetros elétricos de funcionamento de instalações de sistemas de clima-
tização;
d) realizar montagem e instalação de quadros elétricos de acionamento, controle e proteção;
e) testar o funcionamento dos componentes eletroeletrônicos de sistemas de climatização;
f) reconhecer a importância dos equipamentos de proteção individual e coletiva;
g) identificar, diagnosticar e solucionar falhas elétricas;
h) realizar substituição de componentes de quadros elétricos de acionamento, controle e
proteção;
i) dimensionar componentes eletroeletrônicos e eletromecânicos de sistemas de climatização.
Bons estudos!
COMANDOS ELÉTRICOS
102

3.1 APLICAÇÃO DE SIMBOLOGIAS E DIAGRAMAS ELÉTRICOS

A utilização de símbolos gráficos para demonstrar uma instalação elétrica ou uma fração dela denomina-se
diagrama elétrico.
Os desenhos apresentados nesses diagramas utilizam uma linguagem visual universal em que a escrita
pode ser diferente, porém o fundamento do diagrama não terá diferenciação.

Lonely__ ([20--?])

Figura 73 - Diagrama elétrico


Fonte: Thinkstock (2016)

O diagrama elétrico tem a função de informar detalhadamente ao profissional as particularidades de


como montar um comando elétrico. Assim, para a execução de um bom trabalho, o profissional eletricista
necessita fazer uma correta leitura e interpretação do diagrama elétrico, e para isso ele deve ter um bom
conhecimento dos símbolos gráficos. Esses símbolos e significados estão de acordo com as abreviaturas
das normas nacionais e internacionais e são utilizadas para representar o planejamento detalhado para
a construção e instalação de sistemas elétricos, seus componentes e outros dispositivos da área elétrica.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
103

3.1.1 CONSTRUÇÃO DE DIAGRAMAS ELÉTRICOS

A função da simbologia é representar os componentes e as suas relações na aplicação em diagramas


elétricos e desenhos técnicos. No diagrama dos sistemas elétricos, as informações descritas permitem sa-
ber, por exemplo, a distribuição da carga, o percurso da instalação, os condutores de energia, etc. Essa sim-
bologia pode ser empregada nos setores industriais, comerciais e residenciais, ou ainda em outros, onde
a perfeita execução e eficiência elétrica necessitem ser bem detalhadas por meio de esquemas gráficos.
Os diagramas podem ser: funcional, unifilar, trifilar ou multifilar. Confira mais informações na sequência.
Diagrama funcional: é comumente utilizado como referência de uma parte da instalação elétrica onde
se encontram os condutores e componentes que estão ligados em um circuito elétrico.

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 74 - Diagrama funcional
Fonte: adaptado de Mattede (2016?)

O diagrama funcional favorece a interpretação clara do funcionamento do circuito. Porém, esse modelo
de diagrama não demonstra com exatidão o funcionamento e posicionamento dos componentes.
Diagrama unifilar: é desenhado sobre a planta arquitetônica e traz informações sobre os dispositivos
e o percurso dos condutores em suas posições físicas. Nesse modelo de diagrama, todos os condutores de
um mesmo trajeto têm a sua representação por um único traço e por símbolos que representam outros
condutores. O funcionamento da instalação não é apresentado claramente nesse diagrama devido à falta
de visualização correta do trajeto da corrente elétrica. Entretanto, são os mais utilizados nas instalações
prediais pelos eletricistas.
COMANDOS ELÉTRICOS
104

Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 75 - Diagrama unifilar


Fonte: do Autor (2016)

O diagrama unifilar tem a finalidade específica de identificar quantos condutores percorrerão determi-
nados eletrodutos e ainda quais os seus trajetos.
Diagrama trifilar: representa no sistema elétrico cada uma das três fases de um circuito ou sistema
elétrico e as suas derivações correspondentes. Esse modelo de diagrama é utilizado normalmente em sis-
temas de comandos elétricos e equipamentos trifásicos.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
105

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 76 - Diagrama trifilar
Fonte: adaptado de Mattede (2016?)

Diagrama multifilar: identifica claramente uma instalação elétrica, apresentando todos os seus conduto-
res e elementos. Representa ainda os componentes da instalação e a posição correta de cada um deles. Esse
diagrama é utilizado com muita frequência na representação de circuitos e instalações elétricas de máquinas.
Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 77 - Diagrama multifilar


Fonte: adaptado de Saber elétrica (2016?)

3.1.2 REPRESENTAÇÃO DE COMPONENTES

Como você já sabe, a representação dos mais diversos componentes elétricos nos diagramas deve ser
feita por meio de uma simbologia própria. Essa simbologia não deve deixar dúvidas sobre o que ela está
representando para que não cause riscos a pessoas, instalações e prejuízos financeiros.
Conheça no quadro a seguir alguns exemplos de representação de componentes utilizados em diagra-
mas de acordo com a norma NBR 5444:1989.
COMANDOS ELÉTRICOS
106

SIGNIFICADO ABNT

Isadora Luisa Bertotto


Massa

(2016)
da Silva
Sabrina
Fusível

(2016)
Farias
Sabrina da Silva Farias
Ligação delta ou triângulo

(2016)
Sabrina da Silva Farias (2016)
Ligação Y ou estrela

Sabrina da Silva Farias

Ligação estrela com neutro acessível


(2016)
Antonio Mees (2016)

Ligação em V ou triângulo aberto


Antonio Mees

Bobina eletromagnética
(2016)
Antonio Mees

Relé com retardo na operação


(2016)
Antonio Mees

Relé térmico ou bimetálico (uma fase)


(2016)
Antonio Mees

Relé eletromagnético de sobrecarga


(2016)
Antonio Mees (2016)

Botoeiras NF
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
107

Antonio Mees (2016)


Botoeira NF com mola de retorno

Antonio Mees (2016)


Terra

Antonio Mees (2016)


Contato NA

Contato NF

Antonio Mees (2016)


Antonio Mees

Contato tripolar NA
(2016)
Mees (2016)

Disjuntor com elemento magnético


Antonio
Antonio

Pressostato
(2016)
MeesAntonio Mees (2016)

Interruptor ativado por alteração de temperatura

Lâmpada/sinalização
Antonio Mees (2016)

Quadro 16 - Representação de componentes


Fonte: adaptado de Normas NBR 5444:1989
COMANDOS ELÉTRICOS
108

Além da representação simbólica de componentes nos circuitos de comando elétrico, há ainda a re-
presentação literal, que corresponde à numeração dos contatos seguindo um padrão de acordo com as
normas NBR 5280:1983.
Observe:

TIPOS DE CONTATOS NUMERAÇÃO DOS CONTATOS LOCALIZAÇÃO

Terminais de força 1, 3 e 5 Circuito de entrada (linha)


Terminais de força 2, 4 e 6 Circuito de saída (terminal)
Contato (NF)
Contatos auxiliares 1e2 1 = entrada
2 = saída
Contato (NA)
Contatos auxiliares 3e4 3 = entrada
4 = saída
Relés e contatores A1 e A2 Terminais da bobina

Quadro 17 - Representação de contatosFonte: adaptado NBR 5280:1983

Acompanhe a representação na figura a seguir.

Antonio Mees (2016)

Figura 78 - Representação numérica de contator de potência


Fonte: Adaptado de Apostila acionamentos elétricos, prof. Neemias S. Souza, 2008

Perceba na figura apresentada a numeração de um contator de potência, que possui dois contatos
auxiliares (NF e NA).
Na figura a seguir, você pode ver a representação numérica de um contator auxiliar com quatro conta-
tos NA e dois contatos NF.
Antonio Mees (2016)

Figura 79 - Representação numérica de um contator auxiliar


Fonte: Adaptado de Apostila acionamentos elétricos, prof. Neemias S. Souza, 2008
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
109

Confira, no quadro a seguir, alguns símbolos literais utilizados em diagramas de acordo com a norma
NBR 5280:1983.

SÍMBOLO COMPONENTE EXEMPLOS

F Dispositivo de proteção Fusíveis, para-raios, disparadores, relés


H Dispositivo de sinalização Indicadores acústicos e óticos
K Contatores Contatores de potência e auxiliares
Dispositivos de manobra (circuitos de
Q Disjuntores, seccionadores, interruptores
potência)
Dispositivos de manobra (seletores auxi- Dispositivos e botões de comando e de posição
S
liares) (fim-de-curso) e seletores
Transformadores de distribuição, de potência,
T Transformadores
de potencial, de corrente, autotransformadores
Figura 80 - Símbolos literais de diagramas
Fonte: Adaptado de NBR 5280:1983

Conheça, no próximo quadro, algumas simbologias e seus significados mais utilizados em circuitos.

SÍMBOLO SIGNIFICADO

In Corrente nominal do motor


Ie Capacidade do contator, conforme a categoria de emprego
Ip Corrente de partida do motor
Ip/In Fator para obter “Ip”
IF Corrente nominal do fusível
IFmax Corrente máxima do fusível para contatores e relés
Tp Tempo de partida
IL Corrente de linha
Z Impedância10 do motor
I∆ Corrente de fase em triângulo
IY Corrente de fase em estrela
Un Tensão nominal da rede
IK1 Corrente no contator K1
IK2 Corrente no contator K2
IK3 Corrente no contator K3
IK4 Corrente no contator K4
K Fator de redução de tensão
Is Corrente no secundário do autotransformador
IPR Corrente no primário
ZEQ Impedância equivalente
IR Corrente reduzida para ligação em série

Quadro 18 - Símbolos e seus significados no diagrama


Fonte: adaptado de Apostila Senai – Instalações elétricas industriais

10 Medida da capacidade de resposta de um circuito elétrico percorrido por uma corrente alternada (símbolo: Z).
COMANDOS ELÉTRICOS
110

3.1.3 ACIONAMENTO E COMANDO DE CHAVES DE PARTIDA

Quanto às características de acionamento, os motores elétricos normalmente podem ser acionados de


quatro maneiras específicas, que você conhecerá a seguir:
Partida direta de motor elétrico de indução: nesse sistema de partida, o motor recebe em seus ter-
minais uma carga de tensão integral no momento da partida. É um processo simples de partida em que
deixam de ser aplicados dispositivos especiais de acionamento do motor. São utilizados exclusivamente
contatores, disjuntores ou chaves interruptoras que favoreçam a alimentação do motor com a carga inte-
gral de tensão no momento da partida.
Os motores elétricos podem ainda ter a sua partida diretamente da rede, desde que atendam algumas
condições:
a) a capacidade nominal da rede terá que ser elevada o suficiente para tornar a partida do motor insig-
nificante;
b) o motor deve possuir uma potência mínima de acordo com sua corrente de partida;
c) o motor deve ter a sua partida sem carga, reduzindo a duração da corrente de partida, amenizando
as implicações no sistema de alimentação.

Alguns fatores dificultam a partida dos motores elétricos diretamente da rede secundária pública de
alimentação. Conheça-os:
a) a potência do motor elétrico não pode ser superior ao valor máximo, geralmente determinado de 7,5 CV;
b) a carga de energia a ser mobilizada necessita de acionamento lento e progressivo.
Observe na figura seguinte a combinação entre os dispositivos de comando estudados e a partida di-
reta de um motor.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
111

Antonio Mees (2016)


Figura 81 - Dispositivos de comando
Fonte: Adaptado de Apostila acionamentos elétricos, prof. Neemias S. Souza, 2008

O quadro a seguir apresenta a nomenclatura referente aos símbolos utilizados no diagrama de disposi-
tivos de comando apresentado anteriormente.
Discriminação dos componentes do circuito potência e comando:

COMPONENTES SÍMBOLOS

Disjuntor tripolar Q1
Disjuntor bipolar Q2
Relé térmico F2
Contator K1
Botoeira NF S0
Botoeira NA S1
Motor trifásico M1

Quadro 19 - Discriminação dos componentes


Fonte: Adaptado de: Apostila acionamentos elétricos, prof. Neemias S. Souza, 2008
COMANDOS ELÉTRICOS
112

A figura a seguir apresenta um circuito com partida direta de motor elétrico com as devidas sinaliza-
ções. Observe.

Antonio Mees (2016)


Figura 82 - Circuito de partida direta com sinalização
Fonte: Adaptado de Apostila acionamentos elétricos, prof. Neemias S. Souza, 2008

O quadro a seguir apresenta a nomenclatura referente aos símbolos utilizados no diagrama dos compo-
nentes do circuito de partida direta com sinalização, apresentado anteriormente.

COMPONENTES SÍMBOLOS

Disjuntor tripolar Q1
Disjuntor bipolar Q2
Relé térmico F2
Contator K1
Botoeira NF S0
Botoeira NA S1
Lâmpada verde H1
Lâmpada amarela H2
Lâmpada vermelha H3
Motor trifásico M1

Quadro 20 - Componentes circuito de partida


Fonte: Adaptado de Souza (2008)

SAIBA Você pode obter mais informações importantes sobre aplicações, ajustes e dimensio-
namento a respeito dos dispositivos de circuitos elétricos em sites de fabricantes. Utili-
MAIS ze sites de busca e procure pelos fabricantes.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
113

Partida de motor elétrico com reversão: o objetivo desse tipo de partida é ativar de forma automática
um motor elétrico com a reversão do sentido de rotação. Veja um exemplo na figura a seguir.

Isadora Luisa Bertotto (2016)


Figura 83 - Circuito de comando e potência para partida do motor com reversão
Fonte: Adaptado de Apostila acionamentos elétricos (2008)

Confira, no quadro a seguir, a discriminação dos componentes do circuito para partida com reversão.

COMPONENTES SÍMBOLOS

Disjuntor tripolar Q1
Disjuntor bipolar Q2
Relé térmico F2
Contator K1
Contator K2
Botoeira NF S0
Botoeira NA S1
Botoeira NA S2
Motor trifásico M1

Quadro 21 - Componentes de circuito para partida com reversão


Fonte: Adaptado de Souza (2008)
COMANDOS ELÉTRICOS
114

3.1.4 ACIONAMENTO E COMANDO DE CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO (Y–Δ)

Esse tipo de chave de partida é utilizado em circuitos e instalações industriais, sobretudo nas sobrecar-
regadas, com a finalidade de atenuar os efeitos de partida dos motores elétricos.
Para haver o acionamento de um motor por meio da chave estrela-triângulo, este motor deve possuir
seis terminais acessíveis, além de dupla tensão nominal, tal qual 220/380 V, 380/660 V ou 440/760 V.
Quando o motor é ligado na configuração estrela e atinge uma velocidade próxima da velocidade de
atuação, ou seja, 90% da velocidade nominal, nesse instante, essa conexão é desfeita e realizada a conexão
em triângulo. Essa troca de conexão durante a partida favorece uma elevação de corrente, impondo que as
vantagens de sua redução desapareçam se a comutação for antecipada em relação ao ponto ideal.
No momento da partida em estrela, o conjugado e a corrente de partida se tornam reduzidas a 1/3 de
seus valores nominais, portanto, um motor elétrico pode somente dar a partida por meio de chave estrela-
-triângulo no momento em que o seu conjugado, na ligação em estrela, for superior ao conjugado da carga
do eixo do motor.
As chaves de partida estrala-triângulo são mais específicas para aplicação em motores cuja partida se dá
no vazio (sem carga), devido ao motor estar com redução no torque de partida, proporcional à diminuição
da corrente de partida.

Isadora Luisa Bertotto (2016)

Figura 84 - (a) Ligação estrela com tensão de triângulo e (b) Ligação triângulo com tensão de triângulo
Fonte: Adaptado de Souza (2008)

Como todo sistema, existem algumas vantagens e desvantagens. Confira.


Vantagens:
a) possui custo reduzido;
b) conta com um grande número de manobras;
c) possui uma corrente de partida reduzida a 1/3 da corrente nominal;
d) Possui dimensões reduzidas.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
115

Desvantagens:
a) sua aplicação se restringe a motores com dupla tensão nominal com disposição de seis terminais
acessíveis;
b) é necessário que a tensão da rede coincida com a tensão em triângulo do motor elétrico;
c) a velocidade do motor precisa atingir 90% de sua velocidade de trabalho, para que, no momento da
comutação, a corrente de pico não obtenha valores elevados e semelhantes ao da corrente de partida
com acionamento direto.

3.1.5 ACIONAMENTO E COMANDO DE CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA

A chave de partida compensadora é constituída basicamente por um autotransformador contendo vá-


rias derivações com a finalidade de regular os procedimentos de partida do motor elétrico. Essa configu-
ração de partida é recomendada para acionamentos em que a carga disponibilizada para o motor se torna
superior a 33% da carga suportada por este mesmo motor. Um autotransformador é inserido no circuito
para auxiliar a partida do motor e dessa forma, reduz a tensão de alimentação do motor.
Esse modelo de partida é aplicado em motores com elevada potência e com cargas que contenham
alto índice de atrito. Pode-se citar como exemplos britadeiras, máquinas movidas por correias, calandras,
entre outros.
Nos autotransformadores de chaves compensadoras as derivações podem ser de 50%, 65% e 80% da
tensão. Por meio dos taps (nome dado à saída de tensão do autotransformador) é executado o rebaixa-
mento da tensão de partida do motor trifásico, com a finalidade de redução da corrente de partida.
Com os conhecimentos até aqui adquiridos, e com os que lhe serão apresentados a seguir você irá
aprender a construir e montar quadros elétricos, iniciando por quadro e trilhos de fixação. Prossiga!

3.2 QUADRO ELÉTRICO

Os quadros elétricos são um conjunto de dispositivos adequadamente agrupados, incluindo suas ligações,
estruturas e compartimento, e têm a finalidade de proteger, comandar ou controlar os sistemas elétricos.
De acordo com a norma NBR 5410:2004, os quadros elétricos de distribuição devem ser instalados em
locais de fácil acesso, possuir grau de proteção conforme as condições do local onde ele será instalado,
identificação do lado externo e identificação dos componentes.
COMANDOS ELÉTRICOS
116

Andressa Vieira (2016)


Figura 85 - Quadro elétrico
Fonte: Senai (2016)

Antes de iniciar a construção de um quadro elétrico de distribuição é necessário ter ciência da quanti-
dade de circuitos que serão disponibilizados no quadro. A partir dessa informação é que se tem a noção do
modelo e a dimensão adequada do quadro.
Para a sua construção você precisa conhecer os elementos que serão envolvidos nesse projeto. Conhe-
ça, a seguir, alguns desses elementos.

Trilhos de fixação ou trilhos DIN


Os trilhos de fixação utilizados nos sistemas elétricos são confeccionados em aço ou alumínio e são
empregados na fixação de dispositivos como, por exemplo, os contatores, fusíveis, conectores, etc. Esses
trilhos possuem tamanhos variados e podem ser cortados com uma lâmina de serra na medida que melhor
atender ao projeto elétrico.
Andressa Vieira (2016)

Figura 86 - Trilhos de fixação


Fonte: Senai (2016)
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
117

Canaletas
As canaletas são produzidas normalmente com PVC, sendo esse um material rígido e resistente a im-
pactos, além de não propagar chamas em caso de incêndio e possuir a finalidade de acondicionar os con-
dutores no projeto elétrico, como no interior dos painéis.
As canaletas são de fácil manipulação e fixação e ainda podem ser cortadas com uma serra de aço na
medida correspondente ao projeto.
Normalmente no trajeto dos condutores onde há necessidade de uma curva de 90° por exemplo, apli-
ca-se um corte de 45° nas extremidades das canaletas que se encaixarão.
A figura a seguir apresenta alguns modelos de canaletas.

Andressa Vieira (2016)

Figura 87 - Canaletas
Fonte: Senai (2016)

Para evitar acidentes durante a execução de uma instalação elétrica, recomenda-se


FIQUE que antes de iniciar os procedimentos sejam examinados os condutores por meio de
ALERTA uma chave-teste e dessa maneira, certificar-se sobre a sua energização. Recomenda-
-se ainda que os serviços elétricos sejam executados por profissionais qualificados.

Existem diversos fabricantes de canaletas e suas dimensões de altura, largura e profundidade são dife-
renciadas para adequar-se aos diferentes projetos elétricos.
COMANDOS ELÉTRICOS
118

Conectores
Os conectores, também conhecidos como bornes, são dispositivos que executam a união elétrica entre
condutores, com a finalidade de extinguir ou diminuir as fugas de corrente elétrica geradas por emendas
ou conexões mal realizadas.
São funções dos conectores:
a) evitar que ocorram perdas e consumo desnecessário de energia elétrica;
b) reduzir ou extinguir a quantidade de emendas de fios nas instalações elétricas;
c) simplificar e organizar o trabalho dos profissionais eletricistas;
d) facilitar a inspeção, aferição, verificação, reparos e manutenções nos pontos de conexão dos condu-
tores;
e) evitar que ocorram isolamentos com possibilidade de causar eventuais acidentes;
f) conservar a qualidade dos contatos elétricos;
g) contribuir para a praticidade, segurança, estética e eficiência energética das instalações elétricas.

Há uma infinidade de modelos de conectores elétricos que variam de acordo com a sua finalidade.

FactoryTh ([20--?])

Figura 88 - Conectores
Fonte: Thinkstock (2016)

Para ter-se boa isolação e qualidade estética nas emendas dos condutores devem ser utilizadas fitas isolan-
tes ou espaguetes termo retráteis (retraem quando são aquecidos), e para as derivações utilizam-se conectores.
Os conectores empregados com maior frequência nos diversos tipos de instalações elétricas são os co-
nectores de passagem. Nos quadros elétricos utiliza-se normalmente os terminais para os condutores, e os
bornes para as conexões. Veja na figura.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
119

igor terekhov ([20--?])

Figura 89 - Quadro elétrico


Fonte: Thinkstock (2016)

O choque elétrico, segundo o site Curiosidades, é causado por uma corrente


elétrica que passa através do corpo humano ou de um animal qualquer. O
pior choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra
pela mão da pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, ela
tem grande chance de afetar o coração e a respiração. Se fizerem parte do
CURIOSIDADES circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de uma mão, ou uma
mão e um pé, o risco é menor. O valor mínimo de corrente que uma pessoa
pode perceber é 1 mA. Com uma corrente de 10 mA, a pessoa perde o con-
trole dos músculos, sendo difícil abrir as mãos para se livrar do contato. O
valor mortal está compreendido entre 10 mA e 3 A.

Para facilitar a identificação dos circuitos dentro dos quadros, os cabos devem possuir anilhas coloridas
e com inscrição por texto que distinguem os circuitos. Segundo a norma NBR 5410:2004 a norma regula-
mentadora NR10, é necessário que haja uma identificação dos circuitos elétricos com anilhas específicas.
Essas identificações devem constar nos diagramas do painel. Além disso, a norma exige que o quadro pos-
sua, externamente, avisos sobre possibilidade de riscos devido a choques e arcos elétricos.
COMANDOS ELÉTRICOS
120

HAO ZHANG/ tzahiV ([20--?])


Figura 90 - Identificação de conectores e anilhas de identificação
Fonte: Thinkstock (2016)

3.2.1 CORTE E FIXAÇÃO DE COMPONENTES - QUADRO E TAMPA

Os componentes para a montagem dos projetos ou circuitos elétricos são fabricados com dimensões
diferenciadas de altura, largura e profundidade, para atenderem aos diferentes tipos de projetos elétricos.
Normalmente o corte dos elementos (calhas e trilhos) é feito por meio de uma serra de aço e a fixação
no quadro de distribuição é feita por meio de rebites ou parafusos. Os dispositivos elétricos são afixados
aos trilhos por meio de engates que estão presentes no próprio dispositivo.

Os trilhos e canaletas para um projeto elétrico específico normalmente precisam


FIQUE ser cortados. Esses cortes geram rebarbas no metal ou PVC, que podem danificar os
ALERTA condutores. Recomenda-se a retirada das rebarbas utilizando uma lima ou lixa, antes
de aplicar os condutores.

3.2.2 DICAS PARA MONTAGEM DE UM QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

O prof. Luiz Jacques, administrador do site Saber elétrica, afirma que para haver a montagem de um
quadro de distribuição com eficiência, alguns parâmetros devem ser seguidos:

1 – Divisão de circuitos
Qualquer instalação elétrica eficiente deve possuir, de acordo com cada necessidade
apresentada, a divisão de circuitos e, de acordo com a norma, devem estar identificados
para a segurança de quem for fazer uma manutenção, ensaios, inspeções e para se evitar
defeitos no circuito. Deve ser lembrado também que a chave geral do circuito deve estar
isolada para uma melhor visualização, principalmente em casos de acidentes onde as
pessoas precisam ir rapidamente até o quadro e desligar mesmo estando desesperadas.
2 – Previsões
Todo e qualquer circuito de distribuição distinto deve ser previsto, a fim de pensar nas
futuras necessidades de controle especifico, não deixando esses circuitos serem afeta-
dos por falhas de outros circuitos.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
121

Deve ser analisada também a possibilidade de ampliações, que também afeta no grau
de ocupação dos condutores e nos quadros de distribuição.
3 – Circuitos individuais
Nesta etapa, deve ser observada as funções dos equipamentos de utilização a serem ali-
mentados. Algumas máquinas necessitam de circuitos individuais, sendo distintos dos
circuitos de tomadas e de iluminação. Levando em considerações as resistências e locais
de acomodação (hotéis, motéis, etc.), os circuitos com equipamentos de necessidade de
corrente nominal igual ou acima de 10 A devem ser separados em circuitos individuais.
4 – Equilíbrio de cargas
As cargas devem ser distribuídas de tal forma nas instalações alimentadas com 2 ou 3
fases, de modo a se obter o maior nível de equilíbrio possível entre elas.
5 – Dimensionamentos
Para que não ocorram falhas de quedas de energia, curtos-circuitos, queima de equi-
pamentos e outros problemas mais, se faz necessário o dimensionamento das cargas a
serem instaladas no circuito, de acordo com todos os equipamentos a serem utilizados.
(Saber elétrica, 2016?)

Como você pode perceber, é muito importante seguir as normas e padrões estabelecidos para que um
projeto elétrico seja implantado com eficiência.
Confira, agora, o Casos e Relatos que apresenta uma situação prática do que você estudou.

CASOS E RELATOS

Vendedor atencioso!
O eletricista Antônio precisa executar a construção de um quadro elétrico, porém estava com difi-
culdades de dimensionar os componentes. Ele resolveu então, pesquisar na empresa fornecedora
de materiais elétricos. Lá foi recebido pelo atencioso vendedor Ricardo que lhe apresentou vários
catálogos de fabricantes de dispositivos elétricos com as informações que Antônio necessitava.
Antônio também percebeu que a maioria dos fabricantes disponibiliza nos seus catálogos de pro-
dutos informações importantes para os profissionais da área elétrica. A partir daí Antônio conse-
guiu elaborar o projeto e concluir com segurança a instalação.

3.3 IDENTIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO E RESOLUÇÃO DE FALHAS EM CIRCUITOS ELÉTRICOS

Os circuitos elétricos independentemente da qualidade, da quantidade de dispositivos, da correta ela-


boração e de uma execução perfeita, seus componentes estão ainda, suscetíveis ao surgimento de anoma-
lias durante a operação.
COMANDOS ELÉTRICOS
122

Conheça, no quadro a seguir, alguns exemplos de possíveis anomalias nos sistemas elétricos e as devi-
das ações de correção.

COMPONENTE ANOMALIAS PROVÁVEL CAUSA CORREÇÃO

Variações na rede devido à


Estabilizar a tensão de
Bobina Dispositivo queimado sobrecargas ou por proble-
alimentação.
mas de distribuição.
Deformação ou escureci- Variação na rede devido à Estabilizar a tensão de
Bobina
mento do dispositivo elevação da tensão. alimentação.
Verificar a proteção contra
Bobina Rompimento de espiras Descargas atmosféricas.
esse fenômeno.
Fusível queimado por Substituir o fusível após a
Contator Sem funcionamento
sobrecarga no circuito. localização da anomalia.
Seguir o diagrama do
Perda de conexão ou cabos circuito, eliminar o mau
Contator Não permanece fechado
partidos. contato, ou cabos danifi-
cados.
Equívocos na instalação ou
Não desliga no projeto, corpos estra- Dimensionar corretamente
Contator (contatos fundidos ou nhos no painel, ou ainda os equipamentos de prote-
danificados) falha no dimensionamento ção contra curto-circuito.
de proteção.
Aproximar o comando do
circuito de força. Pode-se
O dispositivo de comando
Não desliga também utilizar contatores
Contator fica localizado distante do
CC, ou ainda a conexão de
contator.
um resistor em paralelo
com a bobina do contator.
Ocorre devido a queima Verificar o dimensionamen-
dos contatos de força to dos componentes de
do componente ou por acordo com a função. Em
Contator Repique de contatos colamento de contato, partidas estrela-triângulo,
provocando repetidos assegurar-se de que há
fechamentos e aberturas uma correta comutação
do contator. nos contatos.
A permanência de subten-
sões no contator. Tensões
Contatos de força danifi- inferiores a 0,8 x Uc, causa- Manter a tensão de alimen-
Contator
cados das por oscilações na rede, tação estável.
sobrecargas, fins de linha,
problemas de distribuição.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
123

O mau dimensionamento
Redimensionar o contator
Falhas no dimensiona- do regime de operação
para seu regime correto de
Contator mento do contator. O número de
operação, de acordo com o
manobras do contator está
ciclo de carga.
acima do limite.
Presença de qualquer cor-
Limpar e remover o corpo
po entranho no núcleo do
Contator Ruído no dispositivo estranho presente no
dispositivo ou ainda, algum
interior do contator.
elemento quebrado.
Aguardar o resfriamento
Relé de sobrecarga desar- e rearmar o relé, verificar
Relé Sobrecarga no circuito.
ma o circuito em busca da
possível anomalia.
Dispositivo queimado ou Fusível queimado por Substituir o fusível após a
Fusível
não funciona sobrecarga no circuito. localização da anomalia.
Quadro 22 - Anomalias em dispositivos
Fonte: adaptado de Zancan (2008)

3.3.1 MEDIÇÃO DE GRANDEZAS EM QUADROS ELÉTRICOS

Para medir grandezas elétricas em quadros elétricos de acionamento, controle e proteção, se faz neces-
sário a constatação dos valores agregados aos dispositivos que estão presentes nesses circuitos. Essa cons-
tatação é executada por intermédio da medição das grandezas de tensão, corrente, resistência e potência.
A medição da grandeza de tensão é executada por meio de um multímetro ou voltímetro.
Os multímetros são instrumentos de medidas com a finalidade de medir diversas grandezas elétricas,
que podem ser obtidas de forma analógica ou digital. No multímetro analógico, os valores são mostrados
por meio da deflexão de um ponteiro e de uma escala graduada de fundo, e no multímetro digital, os va-
lores são mostrados diretamente em um display, de acordo com o valor de fundo da escala selecionada.
Alexander Gulevich ([20--?])

Figura 91 - Multímetro analógico (esquerda) e multímetro digital (direita)


Fonte: Senai (2016) e Thinkstock (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
124

Os voltímetros são instrumentos de tensão, função que os multímetros também possuem. Para uma
correta medição de tensão, as pontas de prova do voltímetro ou multímetro devem estar em contato com
os dois pontos do circuito (em paralelo), no qual se pretende realizar a medição.
Para a medição de uma tensão, deve-se primeiramente selecionar no multímetro o tipo de tensão (VDC)
ou (VAC) e o fundo de escala de acordo com a precisão desejada.
O amperímetro é outra função do multímetro e tem a finalidade de medição de corrente (CC) e (CA).
Para a medição de uma corrente, o circuito deve ser aberto no local desejado e fechado por meio do
amperímetro, fazendo que a corrente circule por ele. Assim, o amperímetro deve ser ligado em série no
circuito. Para a realização de uma medida de corrente, deve-se previamente selecionar no multímetro ou
amperímetro o tipo de corrente (ADC) ou (AAC) e a escala de fundo adequada para uma medição precisa. O
amperímetro comum faz as medições, porém depende da abertura do circuito, o que na maioria das vezes
é uma tarefa complicada.
Para uma medição mais simplificada e de forma direta nas instalações elétricas, utiliza-se frequente-
mente um multímetro alicate ou alicate amperímetro.

Nikonlike ([20--?])

Figura 92 - Amperímetro alicate


Fonte: Thinkstock (2016)

O funcionamento do amperímetro alicate baseia-se no princípio de que, assim que uma corrente elé-
trica percorre um condutor, em sua volta surge um campo magnético com intensidade proporcional à
corrente. Caso a corrente seja alternada, o campo magnético também será. Um condutor imerso em um
campo magnético alternado sofre indução de corrente alternada, na qual sua intensidade depende do
campo magnético.
O multímetro alicate possui também as demais funções do multímetro, porém as medições devem ser
realizadas pelas pontas de provas conectadas em seus bornes correspondentes.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
125

O ohmímetro é também mais uma das funções do multímetro e possui a finalidade de medição da
resistência elétrica. Para que seja medida essa resistência (fixa, variável ou conjunto de resistências interli-
gadas), é necessário que elas não estejam subordinadas a uma tensão, pois provocaria o erro na medição
ou danos ao multímetro. Se faz necessário desconectar do circuito um dos terminais do dispositivo para a
medição de sua resistência.
Deve-se conectar as pontas de provas do ohmímetro em paralelo com o dispositivo no qual será me-
dida a sua resistência. Para medir a resistência de um circuito, deve-se selecionar no multímetro ou ohmí-
metro o fundo de escala de acordo com a precisão que se deseja. Recomenda-se não segurar a resistência
com a mão para evitar que a resistência do corpo interfira na medição.
Para a obtenção da potência que flui em um circuito elétrico, multiplica-se os valores de tensão e cor-
rente para resultar em um valor em watts. Pode-se utilizar também o auxílio de um wattímetro, aparelho
que executa esse processo.
Agora que você já conhece os instrumentos utilizados para medições de grandezas elétricas, está na
hora de saber como fazer a manutenção preventiva e corretiva desses instrumentos, para garantir uma
medição correta. Acompanhe.

3.3.2 MANUTENÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

A preocupação e a execução de manutenção em qualquer sistema que produz trabalho deve ser uma
constante. Isso também é valido para os sistemas elétricos, principalmente nos seus quadros de força, sen-
do que a manutenção preventiva, talvez seja a execução mais importante, já que ela deve ser realizada
periodicamente, evitando dessa maneira futuras anomalias.
Shinyfamily ([20--?])

Figura 93 - Manutenção
Fonte: Thinkstock (2016)
COMANDOS ELÉTRICOS
126

Em muitos casos, quando bem realizada a manutenção preventiva, evita-se a manutenção corretiva,
que poderá ser mais onerosa em tempo e custos.
Acompanhe no quadro a seguir alguns itens que devem ser verificados nas manutenções corretivas e
preventivas das chaves de acionamento.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA MANUTENÇÃO CORRETIVA

a) Estado de conservação dos condutores e suas ligações.


b) Verificação da conexão dos eletrodutos.
c) Substituição dos contatos.
A manutenção corretiva ocorre após uma falha percebida
d) Verificação das vedações de entrada e saída de cabos,
e vai depender já da anomalia apresentada no sistema,
impedindo a entrada de animais de pequeno porte.
para então ser executada.
e) Verificar o isolamento terra.
f) Medir e certificar-se sobre a grandeza elétrica dos dis-
positivos (tensão, corrente, resistência e potência).
Quadro 23 - Manutenção preventiva e corretiva
Fonte: do Autor (2016)

Esses estudos sobre algumas das anomalias em sistemas de comando elétricos não abrange todas a
possibilidades, já que são vastíssimos os fatores que podem contribuir para o aparecimento de anomalias
elétricas. Esses fatores podem incluir falta de capacidade técnica, deficiência na elaboração do projeto,
componentes defeituosos já na fabricação, manutenção precária, operação acima da capacidade prevista,
entre outras.
É importante também destacar que toda a instalação ou sistema elétrico devem ser manuseados por
pessoas devidamente qualificadas e habilitadas para tais procedimentos.
Com esses estudos você conclui seu aprendizado sobre comandos elétricos, mas ainda é importante
entender alguns temas que envolvem atitudes e comportamentos, como o trabalho em equipe, a organi-
zação desse trabalho e assuntos que permitem desenvolver capacidades de gerenciamento profissional.
3 CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE QUADROS ELÉTRICOS
127

RECAPITULANDO

Neste capítulo você adquiriu conhecimentos no que diz respeito à construção e montagem de
quadros e circuitos elétricos, aprendendo a interpretar diagramas, elaborar circuitos e dimensionar
componentes.
Além disso, conheceu as técnicas e instrumentos que são aplicados para a execução de medição
de grandezas em instalações elétricas.
Aprendeu ainda, a diagnosticar as falhas e anomalias em instalações e circuitos elétricos, por meio
de inspeções e testes.
Conheceu os procedimentos de manutenção e substituição de componentes e dispositivos per-
tencentes às instalações elétricas dos sistemas de climatização e refrigeração.
Aprofundou seus conhecimentos sobre motores elétricos, atentando para os tipos de acionamen-
to frequentemente utilizados nos sistemas e projetos elétricos.
Siga em frente e bons estudos.
A Importância da Organização
do Local de Trabalho

Neste capítulo você estudará um pouco sobre a organização do trabalho e a sua importân-
cia. Além disso, serão fornecidas informações sobre as estruturas hierárquicas que fazem parte
dessas organizações, incluindo ainda nesse contexto os tipos de gestão organizacional e os
conflitos existentes no ambiente de trabalho, suas causas e possíveis consequências. A partir
desses conhecimentos você terá subsídios para:
a) participar de atividades de trabalho em equipe;
b) contribuir na organização do ambiente de trabalho;
c) compreender como utilizar de forma racional e segura os recursos disponibilizados, con-
siderando os aspectos técnicos, sociais e econômicos aplicados;
d) reconhecer a importância de se manter um relacionamento interpessoal;
e) reconhecer a importância de desenvolver postura ética e responsável.
Tire o máximo de proveito dessa oportunidade e bons estudos!
COMANDOS ELÉTRICOS
130

4.1 TRABALHO ORGANIZADO

Um ambiente de trabalho organizado é benéfico tanto para a organização quanto ao profissional, pois am-
bos almejam produtividade e qualidade em seus propósitos. Segundo as alegações do Portal Educação, 2013:

Independente da área de atuação e do exercício laboral, os indivíduos envolvidos perma-


necem grande parte do período de suas vidas nesse espaço e, quando o trabalho é rea-
lizado em ambiente limpo, bem organizado, arejado, poderá interferir de forma positiva,
repercutindo, segundo estudos, muitas vezes inclusive, na criatividade e produtividade
(GOELZER, 2005). Sabe-se que na produção, transformação ou criação de produtos, há
vários processos que exigem exposições a materiais de alta temperatura, com ruídos al-
tos, poeira e partículas ou que exigem movimentos repetitivos em condições de muita
pressão. Portanto, é pertinente considerar um ambiente de trabalho o mais adequado
possível, isto é, considerar ventilação, Iluminação, organização, isolamento, limpeza, sina-
lização, armazenamento e rotulagem dos materiais utilizados que são itens de extrema
importância ao considerar um ambiente de trabalho. (Portal educação, 2016?)

Um ambiente de trabalho organizado favorece o desenvolvimento profissional e pessoal nas empresas,


e os desafios impostos pelo trabalho impõem uma interação com companheiros de trabalho, gerando
comportamentos humanos, sobre os quais você verá algumas orientações no decorrer deste capítulo.

Louis-Paul St-Onge ([20--?])

Figura 94 - Ambiente organizado


Fonte: Thinkstock (2016)
4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
131

4.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Compreende-se como organização do trabalho a determinação do conteúdo, métodos e inter-relações


entre funções, com a finalidade de satisfazer os requisitos organizacionais e tecnológicos da instituição e
ainda, os requisitos sociais e individuais de quem ocupa a função.

FIQUE Um ambiente desorganizado ou insalubre pode gerar danos para a saúde humana,
ALERTA inclusive com consequências fatais.

Saiba um pouco mais sobre este assunto estudando as estruturas hierárquicas, na sequência.

ESTRUTURAS HIERÁRQUICAS

Seja na família, na escola ou no trabalho, é possível perceber a divisão das atribuições de cada indivíduo
e seu poder de decisão perante o grupo. Veja o que se diz Alvarez (2015) sobre a essências das organizações.

Na origem da maioria das empresas está um empresário com um recurso único que pode
ser uma ideia, um bom relacionamento com clientes, uma ferramenta ou uma forma ino-
vadora de gerenciamento. O problema crucial de qualquer empreendedor nos estágios
iniciais de um negócio é: como incentivar os funcionários a proteger a fonte dos rendi-
mentos organizacionais? A resposta a esse problema é que vai determinar a estrutura
interna da organização, o seu crescimento e eventual tamanho. (ALVAREZ, 2015).

Para ordenar o fluxo das atividades é necessário que o gestor tenha a capacidade de distribuir o poder
de decisão aos indivíduos da organização; isso é um processo de hierarquização do trabalho, em que cada
um, de acordo com seu nível, tem papel de decidir ou seguir as determinações.

4.2.1 GESTÃO ORGANIZACIONAL, SISTEMAS ADMINISTRATIVOS E CONTROLE DE ATIVIDADES

A finalidade de toda organização é o que se pode chamar de objetivo organizacional ou gestão or-
ganizacional. Mas a maneira que adotará para alcançá-lo pode variar em função de fatores como cultura
organizacional, valores institucionais, mercado, etc.
Cada organização define pela sua maneira de gerenciar, como alcançará os objetivos desejados. Os
sistemas administrativos são ferramentas a serviço da gestão, que podem ser utilizados nas tarefas de pla-
nejar, organizar, controlar e dirigir os esforços organizacionais.
COMANDOS ELÉTRICOS
132

SAIBA Você pode adquirir mais informações relevantes sobre gestão e sistemas organizacio-
MAIS nais acessando <http://goo.gl/VQxE0Y>.

A gestão de qualidade da Organização Internacional de Padronização (ISO) estabelece critérios para


certificar as organizações a nível global. No Brasil, a versão para as empresas da norma ABNT NBR ISO
9001:2000 visa controlar a qualidade nos processos organizacionais a fim de:
a) tornar a organização mais consistente em sua atuação de mercado;
b) melhorar o desempenho operacional com a redução de riscos e aumento de receitas;
c) favorecer o relacionamento com clientes;
d) elevar a motivação dos colaboradores.
A ISO 14000:1993 também possui uma certificação global quanto à responsabilidade ambiental. Veja o
que essa ISO identifica:

ISO 14000 é constituída por uma série de normas que determinam diretrizes para
garantir que determinada empresa (pública ou privada) pratique a gestão ambiental.
Essa normas são conhecidas pelo Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que é defini-
do pela ISO (International Organization for Standardization). O principal objetivo da ISO
14000 e de suas normas é garantir o equilíbrio e proteção ambiental, prevenindo a po-
luição e os potenciais problemas que esta poderia trazer para a sociedade e economia.
(OHARA, 2016?)

As empresas que possuem essa certificação demonstram seu engajamento na questão ambiental e sua
responsabilidade para com a sociedade, podendo atuar no mercado internacional de maneira competitiva.
O controle de atividades em um sistema administrativo é um procedimento em que as atividades pro-
postas são confrontadas com o planejamento. Caso haja divergências entre os objetivos e resultados, ações
corretivas serão aplicadas para garantir a concretização ou alteração dos objetivos. O processo de controle
de atividades gera informações e as utiliza para propor decisões a respeito da execução das atividades e
ainda sobre os objetivos a serem alcançados.
Para que haja o controle é necessário saber o que será controlado, e para que isso ocorra, os registros e fer-
ramentas de controle (cronogramas, orçamentos, planilhas de recurso, entre outros) devem ser consultados.
4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
133

Você sabe o que quer dizer coaching? A palavra coaching vem da palavra in-
glesa coach e significa treinador. Esse treinador tem o objetivo de encorajar
e motivar o seu cliente a atingir um objetivo, ensinando novas técnicas que
facilitem seu aprendizado. O trabalho de coaching inicia-se criando uma
CURIOSIDADES meta desejada pelo cliente, que pode abranger as mais diversas áreas e que
normalmente não tem um tempo determinado para ser atingida. O coa-
ching tem o objetivo de ajudar profissionais de qualquer área a maximizar
seu potencial e trazer mais resultados para sua empresa ou para o próprio
desenvolvimento do seu trabalho. (IBCCOACHING, 2016?)

Um sistema de controle eficaz gera informações sobre recursos, atividades, objetivos do sistema, para
que alguma decisão seja implantada e possa beneficiar as organizações, seus funcionários e colaboradores.

4.3 CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES

De acordo com o prof. Nonata Silva Araujo (2008), um conflito nada mais é que percepções e interpre-
tações divergentes das partes sobre um determinado assunto.

É sempre visto como algo negativo, um rompimento, um fim. Pela nova ordem sistêmi-
ca, o conflito é um meio, uma oportunidade de reconstrução de realidades e motor ge-
rador de energia criativa. Os conflitos existem desde o início da humanidade, o mesmo
é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assun-
tos, o que se revela positivo em algumas das vezes quando positivo permite a expressão
e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores, ou seja, em certos mo-
mentos e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado necessário, caso não
queira entrar num processo de estagnação. Assim os conflitos não são necessariamente
negativos; a maneira como lidamos com eles é que pode gerar algumas reações. Em
sentido geral organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida
para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. (ARAUJO, 2008).

Os conflitos nas organizações podem surgir de diversas maneiras e por vários motivos, que você conhe-
cerá na sequência.
COMANDOS ELÉTRICOS
134

4.3.1 TIPOS DE CONFLITOS

Sobre os tipos de conflito mais comuns, o prof. Nonata Silva Araujo (2008) afirma que:

Um conflito, como já se viu, frequentemente pode surgir de uma pequena diferença


de opiniões, podendo se agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de
conflito destrutivo; para lidar com esses é importante conhecê-los, saber qual é sua am-
plitude e como estamos preparados para trabalhar com eles. Existem inúmeros tipos de
conflitos e sua identificação pode auxiliar a detectar a estratégia mais adequada e talvez
possamos a partir dessas informações, saber como superá-los ou utilizá-lo como um
auxílio de crescimento na organização.

Você percebeu que os conflitos organizacionais são inúmeros e variados, contudo lhe será apresentado,
de acordo com o prof. Nonata os principais tipos, que são:

Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos,
uma clara consciência de sua existência. Eventualmente nem precisam ser trabalhados.
Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existência do
conflito, embora não haja ainda manifestações abertas do mesmo;
Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e forma
consciente;
Conflito manifesto: trata-se de conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido
por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização. (ARAUJO, 2008)
Wavebreakmedia Ltd ([20--?])

Figura 95 - Conflitos nas organizações


Fonte: Thinkstock (2016)
4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
135

Depois de conhecer os principais tipos de conflitos, prossiga os seus estudos e continue conhecendo
um pouco mais sobre esse tema.

4.3.2 CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE CONFLITOS

Quanto às características, os conflitos podem ser classificados por três tipos principais: conflitos inter-
pessoais, hierárquicos e pessoais. Confira o que Araújo (2008) tem a dizer sobre eles.

Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vá-
rios motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais,
financeiros, e por diferenças de papeis, podemos dividir este tipo de conflitos em dois:
Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente. Ocorre quando
a pessoa é responsável por algum grupo, não encontrando apoio junto aos seus su-
bordinados e vice-versa. Nesse caso, as dificuldades encontradas no dia a dia deixam
a maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada.
Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões.
As “rixas pessoais” fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem.
Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca aborda-
das entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em muito a efici-
ência das relações. Todos os conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os conflitos
irão ser resolvidos. A afirmação paradoxal é de George Kohlrieser, psicólogo especiali-
zado em comportamento organizacional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há
limites para quem está disposto a se esforçar para atingir seus objetivos (ARAUJO, 2008).

Pode-se afirmar então que conflitos nas organizações são opiniões diferentes de um determinado assunto
ou questões e que podem surgir de várias maneiras, sendo elas por razões pessoais, interpessoais ou hierár-
quicas. Esses conflitos tendem ainda a agravar-se devido a vários fatores, que você irá conhecer a seguir.

4.3.3 FATORES INTERNOS E EXTERNOS, CAUSA E CONSEQUÊNCIAS

Os conflitos nas organizações podem ocorrer por várias razões, como:


a) concorrência entre pessoas;
b) por recursos disponíveis, porém insuficientes;
c) divergência de objetivos.

Pode-se ainda entender como fontes desses conflitos:


a) os direitos não atendidos;
b) a necessidade de crescimento econômico;
c) expectativas não acatadas;
COMANDOS ELÉTRICOS
136

d) falta de informação;
e) recursos limitados;
f) diferenças culturais;
g) discordâncias de metas;
h) busca de autonomia;
i) emoções impróprias ou não expressadas;
j) preconceitos, entre outros.
No Casos e relatos a seguir você acompanha um exemplo prático de conflito.

CASOS E RELATOS

Empresa familiar
O pai de Sergio tinha uma empresa que inicialmente funcionava no quintal de sua casa. Com o
avançar da idade, seu pai resolveu deixar a empresa com os filhos. Já no princípio da nova gestão,
surgiram alguns conflitos e Sérgio resolveu gerenciar o negócio sozinho, porém mantendo a estru-
tura familiar e com a ajuda da esposa Sandra, que administrava a empresa.
Essa empresa ficava situada anexa à sua casa. Com o passar do tempo, as consequências desse tipo
de estrutura começaram a causar danos. A empresa tinha crescido e Sergio e Sandra já admitiam as
dificuldades de manter o equilíbrio diante das reponsabilidades de trabalho e dos afazeres familia-
res. Sandra reclamava que, para um cliente chegar ao escritório, precisava passar pela cozinha da
residência e que o telefone de casa era o mesmo da empresa, retirando a privacidade em horas de
descanso, como nos finais de semana.
Desgastada com a situação, Sandra procurou uma organização de apoio a pequenas empresas e
solicitou informações. Também fez um financiamento que lhes proporcionou crescimento empre-
sarial e possibilidades de aquisição de um novo local, com estrutura ideal para o porte da empresa.
A partir daí, os conflitos foram administrados e o casal seguiu com sucesso os seus objetivos.

Como você pôde perceber, ao se organizar, o casal conseguiu uma melhor administração da empresa e
possibilitou o sucesso como empresários.
Sendo os conflitos positivos ou negativos, eles podem ser classificados como úteis por exercerem papel
fundamental na vida das pessoas. Contudo, nenhuma organização está livre de que ocorram conflitos em
seu ambiente. Há um lado benéfico nesses conflitos, que é o fato de agir como estimulante para despertar
o potencial de inovação da organização. A manipulação das situações de conflito constitui uma fonte pro-
4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
137

motora de mudanças, pois as tensões geradas nos conflitos, devido aos interesses distintos dos conflitantes,
criam oportunidades de desenvolvimento coletivo, desde que administrados com inteligência e eficácia.

4.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

É importante você estar ciente de que em qualquer tipo de trabalho ou, no caso de anomalias em siste-
mas elétricos, se faz necessária a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para
a sua execução. Também é preciso que os procedimentos sejam executados por um profissional habilitado.

FIQUE Para evitar acidentes na área de trabalho, recomenda-se que o local esteja limpo, or-
ALERTA ganizado e livre de materiais inflamáveis.

De acordo com a NR6, norma que regulamenta os equipamentos de proteção individual, é necessário
que cada EPI possua um Certificado de Aprovação (CA), emitido por um laboratório homologado para tal.
Esse certificado garante que o equipamento de proteção está em condições de uso. Esse certificado deve
ser renovado periodicamente.
A utilização correta dos EPIs depende do comprometimento das empresas e dos trabalhadores a fim de
evitar acidentes que comprometam sua saúde e o desenvolvimento do processo de trabalho.

RECAPITULANDO

Este capítulo enfatizou os benefícios de se manter o ambiente de trabalho organizado para o bom
andamento de todo o sistema organizacional.
Além disso, apresentou o sistema hierárquico nas organizações, contemplando informações sobre
as suas características e funções.
Também abordadas informações sobre os sistemas administrativos, citando ainda, os meios de
gestão organizacional.
Você conheceu a execução de um controle das atividades profissionais para as organizações, as
características e fatores que podem influenciar os conflitos no ambiente de trabalho, explorando
as suas causas, os fatores envolvidos nesses conflitos e as possíveis consequências desses atos, e
ainda entendeu a importância de se utilizar o EPI no trabalho.
Agora é com você. Procure estar sempre atualizado na sua área de trabalho e fazer todos os servi-
ços com atenção e seriedade.
REFERÊNCIAS
Ambiente Gelado. Termostato e Pressostato. Disponível em: <http://ambientegelado.com.br/
v40/dicas-uteis/instalacao-e-manutencao/item/613-termostato-e-pressostato>. Acesso em: 22 fev.
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ARAUJO, Nonata. Conflito nas Organizações. Disponível em: <http://www.administradores.com.
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ZANCAN, Marcos. Acionamentos elétricos: chaves de partida – Apostila, Universidade Federal de
Santa Maria, 2008.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

ROGÉRIO DA SILVA MENDONÇA


Rogério da Silva Mendonça é docente SENAI/SC, participa da elaboração do material didático de
cursos técnicos e de qualificação nas áreas de manutenção automotiva e climatização e refrigeração.
Atualmente está cursando graduação em administração de empresas.
ÍNDICE

A
Alarmes, 9, 17, 91, 92, 145
Amperímetro, 7, 124, 145
Armadura, 23, 24, 25, 26, 28, 32, 50, 86, 145
Assíncronos, 5, 7, 29, 32, 33, 35, 38, 39, 145

B
Barramentos, 5, 42, 44, 45, 61, 145
Bifásica, 19, 20, 145
Bipolar, 64, 83, 111, 112, 113, 145
Bobina, 5, 23, 24, 28, 31, 38, 58, 59, 75, 76, 78, 79, 81, 82, 85, 86, 106, 108, 122, 145
Bobina de campo, 5, 24, 28, 145
Botoeiras, 6, 68, 69, 70, 74, 106, 107, 111, 112, 113, 145
Botões, 7, 9, 16, 17, 60, 68, 70, 71, 109, 145

C
Cabos, 5, 20, 42, 43, 46, 53, 119, 122, 126, 139, 145
Calhas, 120, 145
Campos magnéticos, 18, 26, 33, 38, 145
Canaleta, 145
Capacitor, 33, 34, 35, 145
Carcaça, 5, 23, 24, 25, 36, 38, 39, 40, 41, 42, 145
Chaves, 6, 7, 9, 16, 17, 32, 35, 60, 68, 71, 72, 73, 89, 96, 97, 110, 114, 115, 120, 126, 141, 145
Chaves e botões, 17, 145
Circuito, 5, 6, 7, 26, 32, 35, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 63, 65, 66,
67, 68, 71, 74, 75, 77, 79, 80, 81, 84, 86, 87, 88, 92, 98, 103, 104, 108, 111, 112, 113, 115, 119, 120,
121, 122, 123, 124, 125, 145
Climatização, 5, 9, 13, 15, 16, 17, 20, 29, 97, 98, 101, 127, 143, 145
Coletor, 5, 26, 145
Comutador, 5, 23, 25, 145
Condutores, 5, 9, 13, 17, 20, 25, 26, 27, 42, 43, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 58, 62, 64, 67, 103, 104,
105, 117, 118, 120, 121, 126, 141, 145
Conectores, 7, 116, 118, 120, 145
Contadores, 75, 76, 77
Contatores, 6, 7, 9, 16, 17, 75, 77, 78, 79, 80, 81, 86, 108, 109, 110, 116, 122, 139, 141
Contatos, 6, 29, 35, 37, 50, 51, 53, 55, 56, 58, 61, 62, 63, 68, 69, 70, 72, 73, 74, 76, 77, 78, 79, 80, 81,
82, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 93, 94, 97, 98, 107, 108, 118, 119, 122, 124, 126, 140
Controladores, 9, 16, 17, 98
Controladores de pressão, 17
Corrente, 5, 7, 16, 19, 21, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 41, 45, 46, 47, 48,
49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 63, 65, 66, 67, 68, 71, 73, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81,
82, 83, 84, 85, 86, 89, 90, 98, 103, 109, 110, 114, 115, 118, 119, 121, 123, 124, 125, 126, 140
Corrente alternada, 5, 19, 22, 29, 30, 32, 36, 37, 38, 75, 79, 124, 140
Corrente contínua, 19, 22, 25, 26, 28, 31, 79, 140
Correntes elétricas, 18, 23, 25, 33, 50, 63

D
Diagrama, 6, 7, 76, 87, 88, 102, 103, 104, 105, 109, 111, 112, 122
Disjuntores, 5, 6, 7, 9, 16, 17, 57, 58, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 109, 110
Dispositivos, 6, 7, 13, 16, 17, 32, 34, 35, 38, 46, 47, 51, 52, 55, 56, 57, 58, 60, 61, 63, 64, 67, 68, 71,
72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87, 89, 90, 91, 93, 95, 96, 97, 98, 102, 103, 109,
110, 111, 112, 115, 116, 118, 120, 121, 122, 123, 125, 126, 127

E
Energia, 16, 19, 20, 21, 22, 25, 29, 30, 31, 44, 49, 50, 57, 58, 61, 63, 64, 70, 80, 84, 98, 103, 110, 118,
121, 133, 139
Enrolamento, 23, 24, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 79
Escovas, 5, 25, 26, 36, 37
Estator, 5, 18, 19, 24, 26, 31, 32, 33, 34, 36, 37, 38

F
Fios, 19, 20, 21, 34, 42, 43, 45, 46, 48, 52, 67, 86, 118, 139
Fusíveis, 5, 7, 9, 16, 17, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 59, 60, 109, 116

G
Gaiola, 7, 33, 34, 37, 38, 78

I
Indução, 5, 7, 29, 31, 32, 33, 34, 36, 37, 38, 39, 77, 78, 110, 124, 140
Induzido, 23, 27, 28, 29, 33, 36, 38
Interpolos, 24
Interruptores, 20, 58, 61, 70, 109
Isolação, 41, 46, 50, 51, 61, 62, 63, 118
M
Monofásica, 19, 20, 139
Monofásico, 5, 7, 20, 21, 30, 32, 33, 39, 48, 49, 50, 64
Motores, 5, 7, 9, 13, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39,
41, 53, 58, 60, 66, 68, 70, 72, 77, 78, 82, 84, 86, 87, 89, 90, 91, 97, 98, 110, 114, 115, 127, 140
Motores elétricos, 5, 9, 13, 17, 18, 19, 21, 22, 36, 39, 41, 53, 66, 68, 82, 84, 86, 98, 110, 114, 127,
140
Multímetro, 7, 123, 124, 125

P
Pressostatos, 6, 9, 17, 95, 96, 97, 107, 141

Q
Quadro, 7, 9, 38, 40, 41, 51, 55, 57, 63, 66, 70, 72, 91, 92, 105, 109, 111, 112, 113, 115, 116, 119,
120, 121, 122, 126, 139

R
Refrigeração, 13, 15, 16, 17, 20, 29, 34, 95, 97, 98, 127, 139, 143
Relé, 6, 74, 75, 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 106, 111, 112, 113, 123, 139, 141
Relés, 6, 9, 16, 17, 34, 61, 71, 74, 75, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 106, 108,
109, 111, 112, 113, 123, 139, 140, 141
Rotor, 5, 7, 18, 19, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 32, 33, 34, 36, 37, 38, 39, 77, 78

S
Seção, 42, 44, 46, 47, 48, 49, 50, 52, 53
Simbologia, 74, 103, 105, 140
Sinalizadores, 17
Síncronos, 5, 29, 30, 31, 32, 37, 39
Sirenes, 92
Sobrecarga, 6, 9, 16, 44, 46, 51, 52, 58, 59, 63, 65, 82, 83, 84, 85, 91, 92, 106, 122, 123, 140

T
Temperatura, 6, 7, 9, 17, 40, 41, 47, 48, 49, 51, 57, 58, 60, 82, 83, 84, 92, 93, 94, 95, 98, 107, 130
Temporizadores, 6, 9, 16, 17, 89, 141
Tensão, 7, 20, 26, 27, 28, 29, 30, 36, 40, 41, 46, 47, 48, 49, 50, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 73, 79, 80,
81, 82, 86, 87, 92, 109, 110, 114, 115, 122, 123, 124, 125, 126
Térmico, 58, 60, 74, 84, 106, 111, 112, 113
Termostato, 6, 93, 94, 141
Termostatos, 6, 9, 16, 93, 94, 95, 141
Transformador, 5, 20, 21, 63, 74, 75
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação geral do desenvolvimento dos livros didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor técnico

Selma Kovalski
Coordenação do desenvolvimento dos livros didáticos

Rogério da Silva Mendonça


Elaboração

Adair Teixeira
Revisão técnica

Karine Marie Arasaki


Coordenação do projeto

Evelin Lediani Bao


Design educacional

Denise de Mesquita Corrêa


Revisão ortográfica e gramatical

Evelin Lediani Bao


Adair Teixeira
Fotografias
Andressa Vieira
Antonio Mees
Denilza Pereira dos Santos
Isadora Luisa Bertotto
Sabrina da Silva Farias
Ilustrações e tratamento de imagens

Thinkstock
SENAI/SC
Banco de imagens

Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro


Paulo Djalma de Souza
Robson Ventura de Oliveira
Wertson da Silva Resende
Comitê técnico de avaliação

Tatiana Daou Segalin


Diagramação

Tatiana Daou Segalin


Revisão e Fechamento de Arquivos

Luciana Effting Takiuchi


CRB – 14/937
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

Tikinet Edição LTDA


Revisão Ortográfica e Gramatical

Tikinet Edição LTDA


Normalização
Trifásica, 19, 20, 32, 36, 38, 81, 87, 91, 139
Trifásico, 5, 7, 20, 21, 30, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 48, 74, 87, 111, 112, 113, 115
Tripolar, 64, 83, 107, 111, 112, 113

U
Unipolar, 43, 64

V
Voltímetro, 123, 124

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