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Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

SÉRIE ENERGIA - GERAÇÃ O , TRANSMISSÃ O E DISTRIBUIÇÃ O

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
VOLUME 2
i

Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

SÉRIE ENERGIA - GERAÇÃO , TRANSMISSÃ O E DISTRIBUIÇÃO

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
INDUSTRIAIS
VOLUME 2
CONFEDERA ÇÃO NACIONAL DA IND ÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETÓ RIA DE EDUCA ÇÃ O E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educaçã o eTecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI - Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Opera ções
i

Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

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SÉRIE ENERGIA - GERA Ç AO , TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO *


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INSTALAÇÕES
ELETRICAS
INDUSTRIAIS
*

VOLUME 2
.
© 2018 SENAI - Departamento Nacional

© 2018. SENAI - Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publica çã o por quaisquer meios, seja eletrónico, me -
c ânico, fotoc ópia, de grava çã o ou outros, somente será permitida com pr é via autorizaçã o,
por escrito, do SENAI.

Esta publica çã o foi elaborada pela Equipe de Inova ção e Tecnologias Educacionais do
SENAI da Bahia, com a coordena çã o do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a dist â ncia.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educa çã o Profissional eTecnológica - UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inova çã o eTecnologias Educacionais - ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nadonal.
Instalações elétricas industriais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nadonal, Departamento Regional da Bahia. -
Braslí ia: SENAI /DN, 2018 .
126 p.: il. - (Série Energia - Geração , Transmissão e Distribuição, v. 2).

ISBN 978-855050299-1

1. Instalações elétricas. 2. Condutores elétricos. 3. Sistemas elétricos


industriais. 4. Resíduos eletroeletrônicos. I. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional da Bahia. II. Trtub . III. Série.

CDU: 621.32

SENAI Sede
Servi ço Nacional de Setor Banc á rio Norte •Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040 -903 •Brasília - DF •Tel.: (0xx61 ) 3317 -9001
Departamento Nacional Fax: (Oxx ól ) 3317- 9190 •http:// www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Partes de um motor CC 18
Figura 2 - Exemplo de diagrama de circuito com motor CC 20
Figura 3 - Partes de um motor CC de imã permanente 22
Figura 4 - Simbologia de um motor CCde imã permanente 23
Figura 5 - Motor de corrente contí nua de estator bobinado 25
Figura 6 - Simbologia do motor CC com estator bobinado 26
Figura 7 - Simbologia do motor CC de campo série 28
Figura 8 - Simbologia do motor universal 29
Figura 9 - Simbologia do motor CC de campo paralelo 31
Figura 10 - Simbologia do motor CC de campo composto em derivaçã o. 32
Figura 11 - Simbologia de motor CC de campo paralelo independente.... 34
Figura 12 - Simbologia do motor CC de campo composto independente 35
Figura 13 - Gerador elementar 40
Figura 14 - Diferentes tipos de geradores industriais 41
Figura 15 - Gerador CA acionado por turbina 42
Figura 16 - Estator 44
Figura 17 - Rotor com comutador e porta-escovas 45
Figura 18 - Escovas 45
Figura 19 - Simbologia elétrica para geradores 46
Figura 20 - Curva caracter í stica de geradores operando em vazio 49
Figura 21 - Liga ções típicas de indutor e induzido de gerador CA 51
Figura 22 - Liga ções dos estatores dos geradores CA trifá sicos 51
Figura 23 - Liga çã o para excita ção independente 52
Figura 24 - Liga ções do indutor ( formas de excitaçã o) 52
Figura 25 - Onda senoidal monofásica 53
Figura 26 - Posicionamento da bobina do rotor dentro do estator 54
Figura 27 - Ondas senoidais trifásicas 54
Figura 28 - Motor trifásico .59
Figura 29 - Anéis coletores 61
Figura 30 - Escovas 61
Figura 31 - Rotor bobinado 63
Figura 32 - Transformador 67
Figura 33 - Formato dos núcleos dos transformadores 69
Figura 34 - Detalhes do bobinado do transformador 69
Figura 35 - Simbologias dos transformadores 70
Figura 36 - Plaqueta de identifica çã o de transformador 71
Figura 37 - Transformador de núcleo de ferro, indutivamente acoplado, com os símbolos definidos
em vazio 73
Figura 38 - Transformador de núcleo de ferro, indutivamente acoplado, com os símbolos definidos
comcarga 74
Figura 39 - Simbologia e normas de um transformador monofásico 75
Figura 40 - Transformador monofá sico com tr ês fios e chave 110 V/ 220 V 76
Figura 41 - Ligação de transformador monofá sico com primário com 4 fios 77
Figura 42 - Instalaçã o de chave HH em transformador monofásico com primá rio com 4 fios 78
Figura 43 - Simbologia e norma de um transformador trifá sico 79
Figura 44 - Fechamentos do transformador trifásico 80
Figura 45 - Ligação de transformador trifásico em triâ ngulo (A ) - estrela ( Y ) 81
Figura 46 - Ligação de transformador trifásico em estrela ( Y ) - triângulo ( A) 82
Figura 47 - Parte da infraestrutura de um sistema elétrico industrial 85
Figura 48 - Centro de controle e distribuiçã o de subestaçã o de média tensão 88
Figura 49 - Estrutura elétrica de sistema elétrico de potência (SEP) 89
Figura 50 - Estrutura elétrica de sistemas de transmissão de energia elétrica 91
Figura 51 - Estrutura elétrica de sistemas de mediçã o de energia elétrica 92
Figura 52 - Perfilado/detalhe de perfilado sustentando luminária 95
Figura 53 - Estruturas com eletrocalhas convencionais e armadas 96
Figura 54 - Estruturas com leitos para cabos elétricos 97
Figura 55 - Acessórios para perfilados, leitos e eletrocalhas 97
Figura 56 - Barramento elétrico 98
Figura 57 - Acessórios para barramentos elétricos 99
Figura 58 - Tipos de canaletas 99
Figura 59 - Tipos de acabamento das canaletas plásticas 100
Figura 60 - Painel de comando 101
Figura 61 - Caixa para quadro elétrico 102
Figura 62 - Tipos de portas ou tampas 103
Figura 63 - Placas de montagem metalizada e com a cor laranja no interior 104
Figura 64 - Cabo de aterramento utilizado em porta de painel elétrico 106
Figura 65 - Prensa -cabos 107
Figura óó - Resíduo inerte 112
Figura 67 - Fontes de contaminaçã o para o meio ambiente 114

Quadro 1 - Tipos de trilhos utilizados 105


Quadro 2 - Tipos de fechos de embutir e chaves para fechos 107
Sumário
1 Introduçã o 13

2 Motores de corrente contínua 17


2.1 Caracterí sticas dos motores de corrente contínua 19
2.2 Motores CC de imã permanente 22
2.3 Motores CC de estator bobinado 25
2.3.1 Motor CC de campo série 27
2.3.2 Motor CC de campo paralelo 30
2.3.3 Motor CC de campo composto em deriva ção 31
2.3.4 Motor CC de campo paralelo independente ... 33
2.3.5 Motor CC de campo composto independente 34

3 Gerador elétrico 39
3.1 Caracterí sticas 40
3.2 Simbologia 46
3.3 Identificaçã o 47
3.4 Dimensionamento 48
3.5 Funcionamento: em vazio e com carga 49
3.6 Liga ções 50
3.7 Tipos de geradores 53

4 Motores síncronos 59
4.1 Funcionamento 60
4.2 Caracterí sticas e componentes 60
4.3 Dimensionamento 62

5 Transformador 67
5.1 Características 68
5.2 Simbologia 70
5.3 Identificação 71
5.4 Dimensionamento 72
5.5 Funcionamento em vazio e com carga 72
5.6 Tipos de transformadores 74
5.7 Ligações de transformadores 75

6 Infraestrutura de sistemas elétricos industriais 85


6.1 Aplicações conforme a norma da ABNT NBR 5410 86
6.1.1 Características 87
6.1.2 Dimensionamento 88
6.1.3 Simbologia 90
6.1.4 Identifica ção 90
6.2 Tipos 94
6.2.1 Perfilados, eletrocalhas, leitos e acessórios 94
6.2.2 Barramentos e acessórios 98
6.2.3 Canaletas e acessórios 99
6.2.4 Painel de comando e caixas 101

7 Descarte adequado de resíduos 111


7.1 Aplica ção conforme a norma da ABNT .. 112
7.2 Descartes de resíduos eletroeletr ônicos 114

Referências 119

Minicurr ículo do autor 121

índice 123
Prezado aluno,

O Serviç o Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o livro didá tico de Instalaçõ es
Elétricas Industriais, volume 2.
Apó s estudo do volume 1, que abordou sobre condutores, dispositivos diversos dos circui-
tos elétricos, formas e técnicas de acionamentos elétricos, t écnica de seguranç a dos sistemas
de aterramentos e sobre os motores de induçã o, no volume 2 iremos conhecer um pouco mais
sobre os geradores, bem como os motores de corrente contínua e síncronos, que s ão m áqui-
nas elétricas rotativas que fornecem energia elétrica e "for ç a" produtiva para equipamentos di-
versos. Também falaremos sobre os transformadores, que sã o importantes má quinas elétricas
est áticas que modificam os ní veis de tensã o elétrica; e ainda, trataremos também das técnicas
para a organizaçã o estrutural dos painéis elétricos, da forma adequada para o descarte de re-
sí duos sólidos decorrentes da montagem, manutençã o e reparos em painéis, componentes,
equipamentos e estruturas elétricas.

Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver fundamentos técnicos dentro das
aplica ções das instalações elétricas industriais fundamentais, por constituir elementos que fa-
zem as má quinas produzirem os diversos itens e bens de consumo, alimentos, medicamentos
e produtos variados que compõem o conjunto de necessidades, utilidades e desejos para a
sociedade; assim como, desenvolver capacidades sociais, organizativas e metodológicas, de
acordo com a atua çã o do técnico no mundo do trabalho.
Neste segundo volume iniciaremos o estudo conhecendo os motores de corrente contínua,
que s ão má quinas rotativas de caracterí sticas extremamente interessantes, e uso apropriado
para situa ções especí ficas. Em diversos capítulos dessa obra, veremos as orientações, defini-
ções e exigências advindas das normas técnicas, aplicadas à s instalações elétricas de baixa
tensão regulamentadas pela ABNT e desenvolvimento de atividades e procedimentos, consti-
tuindo a á rea prá tica e técnica na sua aplicação. Conheceremos a funcionalidade de algumas
má quinas elétricas, preparando as competências especí ficas para formaçã o do t écnico em ele-
trot écnica, uma vez que as ações de um profissional não qualificado poder ão gerar impactos
negativos e danos relacionados à sua pr ópria sa úde e seguranç a, como também a de outros
envolvidos que est ã o diretamente ou indiretamente ligados aos negócios da empresa. De ma-
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

neira geral, você ir á aprender sobre algumas má quinas que se configuram como cargas para os diversos
sistemas elétricos, bem como as simbologias e diagramas especí ficos desses elementos supracitados, que
ressaltam a import â ncia do conhecimento e técnicas mais utilizadas pelos eletrot écnicos industriais.

Apó s a finaliza ção do segundo volume desta unidade, esperamos que você seja capaz de executar ade-
quadamente a montagem da infraestrutura dos painéis elétricos de comando utilizando as ferramentas, os
componentes e as técnicas adequadas para essa atividade. Também, que seja capaz de reconhecer, dife-
renciar e trabalhar com transformadores, que s ão importantes má quinas elétricas est áticas que utilizam o
princ ípio da induçã o magnética para seu funcionamento. Ainda, e de uma forma especial, esperamos que
voc ê, caro aluno, obtenha os conhecimentos necessá rios para o trabalho com motores de caracterí sticas
diferentes, como os motores de induçã o assíncronos vistos no volume 1, como os motores síncronos, que
utilizam técnicas e recursos adicionais diferenciados para a sua utiliza çã o.
Por fim, esta unidade curricular servirá para você desenvolver as habilidades necessárias para tornar-se
apto a enfrentar os desafios que sã o encontrados no dia a dia de quem trabalha na área industrial. Que-
remos que você se preocupe com sua qualidade de vida e com os resultados que uma perfeita instala ção
elétrica possa trazer para a funcionalidade das máquinas, iluminaçã o e outros fatores técnicos agregados
ao seu conhecimento profissional.

Os estudos desta unidade curricular lhe permitirã o desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS. ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a ) Ter proatividade;
b) Ter responsabilidade;

c ) Trabalhar em equipe;
d) Aplicar procedimentos t écnicos;
e) Demonstrar organizaçã o;

f) Estabelecer prioridades;

g) Ter responsabilidade socioambiental;

h) Ter capacidade de aná lise;


i) Ter senso crítico;

j) Ter senso investigativo;

k) Ter visão sistémica;


L ) Manter-se atualizado tecnicamente;
m) Identificar diferentes alternativas de solução nas situações propostas;
n) Cumprir normas e procedimentos;

o) Comunicar-se com clareza.


1 INTRODUÇÃO

CAPACIDADES TÉCNICAS

a ) Ajustar e parametrizar componentes dos sistemas elétricos;

b) Descartar resí duos em conformidade com as normas ambientais vigentes, considerando as esfe-
ras Municipal, Estadual e Federal;
c ) Identificar e aplicar métodos e técnicas de instalaçã o;

d) Identificar e aplicar t écnicas de aterramento;


e) Identificar e efetuar sequência de opera ção;

f) Identificar normas regulamentadoras e técnicas;


g) Identificar os materiais, componentes, instrumentos, ferramentas e equipamentos;

h) Identificar sistemas elétricos;


i) Instalar circuitos elétricos conforme projeto;

j) Interpretar e montar diagramas elétricos;

k) Interpretar ordem de serviç o;


L ) Montar infraestrutura elétrica, conforme projeto;
m) Reconhecer princípios de eletricidade;

n) Reconhecer princípios de qualidade, seguranç a, sa úde e meio ambiente;

o) Utilizar novas tecnologias.

Lembre-se de que você é o principal responsá vel por sua forma ção e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor -tutor sempre que tiver dúvida;
b) Nã o deixar as dúvidas para depois;

c) Estabelecer um cronograma de estudo que você realmente cumpra;


d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
Motores de corrente cont í nua ?

Realizar a transformaçã o da energia elétrica em energia mec ânica rotativa é a funçã o dos
motores elétricos. De uma forma geral, essa mudanç a, que proporciona movimento em um
eixo, é devido à presença de corrente elétrica, seja ela uma corrente contínua ou alternada.

Um fator que influencia a forma de aproveitamento dessa for ç a rotacional é o tipo de mo-
tor. Em função do tipo da fonte de alimentação, ou seja, se essa fonte de alimentaçã o é de
corrente cont ínua (CC) ou deCorrente alternada (CA), é que temos a divisão e os diversos tipos
de motores elétricos.

Os motores elétricos de corrente contínua ou de tensã o contínua, como s ã o conhecidos, fo-


ram os primeiros a oferecerem a possibilidade de controle da velocidade mantendo o torque1
elevado. Devido a isso, permitiu-se sua aplicaçã o em diversos tipos de máquinas e equipamen-
tos industriais e comerciais. Esses motores funcionam com tensões contí nuas com valores par -
ticulares, ou seja, a tensão de funcionamento dos motores CC vai depender da sua aplica çã o,
pois ser á necessá rio considerar fatores importantes, como conjugado ( que é o chamado "mo-
mento de for ç a"; ou a "forç a de alavanca para girar um eixo") e pot ência que o motor deverá
fornecer para uma determinada aplicaçã o.
No ambiente industrial, e no dia a dia (em brinquedos, aparelhos eletroeletr ônicos, etc.), é
comum encontramos motores com tensões desde 12 VCC2, at é tensões maiores de 450 VCC,
ou seja, motores de pequenas at é grandes potências.

1 Torque: quando um motor de corrente contí nua é aplicado, uma tensã o o seu eixo adquire uma rotação ou
simplesmente é o momento de alavanca saindo da inércia e começando a rodar seu eixo.
2 VCC: sigla utilizada em projetos elétricos para representara tensão de corrente cont ínua.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Rotor bobinado
Terminal de ligação
Estator-,
-
7

Coletor ou
comutador
5^ Escovas
deslizantes
Porta -escovas
Sapata polar

I— Bobina de
campo

Figura 1 - Partesde um motor CC


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Os motores de corrente contínua (CC), independentemente do seu tipo, sã o constituí dos por partes
distintas. Vale enfatizar que, basicamente, temos a mesma estrutura para todos os tipos de motores CC. A
diferenç a principal é que existem motores com bobinas no estator, ao invés de imãs permanentes.
a ) Estator ( que pode ser bobinado ou com imã permanente): local na estrutura do motor (cha-
mada de carca ç a), onde as bobinas de campo ou o imã permanente fica montado sobre as sapa-
ta s polares;

b) Rotor bobinado: peç a cilíndrica dotada de bobinas, também conhecido por armadura ou indu-
zido. Nas extremidades do corpo do rotor bobinado encontram-se as pontas do eixo do motor;

c) Tampas: abrigam os rolamentos que suportam o rotor e o eixo do motor. Existem duas e ficam
montadas em lados opostos, chamadas de tampa dianteira e tampa traseira;
d) Coletor ou comutador: conjunto metá lico instalado no eixo do rotor e dotado de laminadas de
cobre ou lat ã o isoladas entre si, conectadas às bobinas do rotor;
e) Escovas deslizantes: peç as fabricadas de materiais condutores sintetizados, tais como grafite
ou carvao, e servem para transmitir a corrente elétrica que circula entre o coletor e o bobinado
do rotor;
f) Porta-escovas: peç a que aloja as escovas e as posiciona em um alinhamento perpendicular ao
coletor;

g) Terminal de liga ção: terminais metá licos conectados em cada porta -escovas para a ligaçã o da
tens ão cont í nua.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Desenvolver e instalar um sistema para acionamento de um motor CC requer conhe-


cimento especí fico sobre o seu funcionamento e aplicações, para que nã o ocorram
acidentes de nenhuma esp é cie.

Apesar dos inúmeros avanç os tecnológicos na área industrial, os motores do tipo corrente contínua,
mais conhecidos pela sigla CC, ainda sá o muito usados para fazer funcionar diversos aparelhos do nosso
cotidiano. Mas, afinal, quais as caracterí sticas e como ocorre o funcionamento desse motor? é O que vere-
mos a seguir.

2.1 CARACTER ÍSTICAS DOS MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Os motores elétricos alimentados por corrente contínua podem ser do tipo imã permanente ou esta-
tor bobinado, e sempre ir ão possuir o rotor bobinado em sua estrutura. Independentemente do tipo do
motor CC, as partes construtivas s ão basicamente as mesmas, as quais ser ão descritas na sequência desse
capítulo.
Para entender o princípio de funcionamento desses motores, faz-se necessário entender que a pro-
duçã o de fluxo magnético se dá devido à passagem da corrente elétrica através do bobinado, também
chamado de enrolamentos, o que determina a primeira condiçã o de operaçã o de um motor CC. Este fluxo
magnético é gerado quando circula corrente contínua nas bobinas do estator, que proporcionaram polos
magnéticos determinando polaridades fixas, passando a ser eletroímã s.
A corrente contínua vinda de uma fonte externa vai circular através das escovas, comutador e bobinas
do rotor, surgindo os polos magnéticos no rotor que ser ão atraídos pelos polos do estator, para ent ã o de-
terminar a for ç a magnética.

Devido a essa açã o da forç a entre os polos do estator e do rotor, este último sempre procura estabelecer
um equilíbrio deslocando-se em ângulo.
As bobinas do rotor sã o alimentadas eletricamente atrav és do coletor e das escovas, o resultado desta
for ça magnética atuando sobre o rotor no seu movimento rotacional é chamado de conjugado.

DIMENSIONAMENTO

A atividade de dimensionar motores elétricos, seja de corrente contínua (CC) ou de corrente alternada
(CA), é na verdade a realização de uma aná lise ou estudo das necessidades e caracter ísticas de uma apli-
ca ção especí fica, para se determinar o motor mais adequado para a mesma. As caracterí sticas da carga a
ser imposta ao motor, somadas a detalhes inerentes ao local da aplicação (como temperatura, umidade e
altitude), e aos detalhes construtivos dos motores, são os elementos a serem usados para esse dimensio-
namento.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Os motores CC, especificamente, possuem diversas configura ções construtivas possí veis, em função
dos tipos de ligações, conforme veremos no decorrer deste capítulo. Genericamente, os fatores a serem
levados em conta para se realizar o dimensionamento dos motores CC sã o o tipo da carga e a potência
requerida pela mesma; o nível de tensã o de alimentação disponí vel, o regime de trabalho da carga, e os
recursos de controle de velocidade possíveis e disponí veis.
No decorrer deste capítulo, ao estudarmos os tipos de motores CC, poderemos ter um entendimento
mais claro de situa ções envolvendo essas variá veis.

DIAGRAMAS

Falando-se de motores, nã o podemos dizer que os mesmos possuem diagramas. Na verdade, os dia -
gramas sã o das instala ções ou circuitos onde os motores estã o instalados. Em geral, os diagramas elétricos
com motores CC sã o mais enxutos e menos complexos que os diagramas dos circuitos de motores CA.

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S1
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RA

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7 RC

Figura 2 - Exemplo de diagrama de circuito com motor CC


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Esses diagramas com motores CC, normalmente, apresentam apenas detalhes da alimentaçã o, tipo de
ligaçã o do motor e elementos para controle de velocidade.

FUNCIONAMENTO EM VAZIO E COM CARGA

Caracterí stica inerente aos motores elétricos, as perdas de rendimento podem ocorrer devido a perdas
por aquecimento no bobinado (chamadas de perda no cobre) e no núcleo (chamadas de perdas no ferro),
ocasionada pela variaçã o do campo magnético; e podem ser percebidas, sobretudo, nas partidas e mo-
mentos de variaçã o de carga. Ainda, existem também as perdas ocasionadas por fatores mec ânicos, como
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

atrito entre as partes rotativas (como rolamentos) e atrito com o ar (referente à refrigeraçã o). Quanto aos
motores elétricos de CC, devemos fazer algumas considerações importantes:

- Nos motores CC de imã permanente, as perdas no cobre têm menos influência;


- Nos motores CC de estator bobinado, as perdas no cobre acontecem no rotor e no estator;

- Acontece nos motores CC, a chamada reaçã o de armadura, que se refere aos efeitos do campo mag-
nético criado pela circulação de corrente na armadura;

- Queda de tensão no contato das escovas com as lâminas do coletor;


- Os atritos das escovas contra o coletor geram perdas que devem ser adicionadas à s perdas mec ânicas
e podem gerar calor;

- As perdas mec â nicas, tratadas também por perdas rotacionais, sã o consideradas quando o motor
opera em vazio, ou seja, sem cargas impostas ao seu eixo.

Quando é requerida potência do motor para acionar cargas, dizemos que o motor est á operando com
carga. É aí que se manifestam perdas devido à reação de armadura, que cria distorção no campo magné-
tico; instabilidade na rota ção; e queda de tensão no coletor, podendo gerar centelhamento 3 e também as
perdas no cobre e no ferro se manifestam mais intensa mente.

3 Centelhamento: lançamento de fa íscas, que sá o pequenas part í culas em brasa.


INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

2.2 MOTORES CC DE ÍM Ã PERMANENTE

Os motores elétricos de corrente contínua, com imã permanente, são também conhecidos como mo-
tores com campo fixo e são empregados em má quinas e equipamentos industriais que necessitam de
controle de velocidade com precisão e forç a mec ânica.
A grande vantagem desse tipo de motor é não apresentar quase nenhuma perda joule4 no rotor, e as-
sim assegurar um rendimento muito maior, por ter suas dimensões reduzidas apresentando também um
menor custo. Este motor não pode ser ligado diretamente à rede de energia, por esse motivo é necessá rio
o uso de um inversor com software específico.

Terminal de
ligação
Rotor
bobinado

Coletor

Tampa

Estator com'
imã permanente

Figura 3 - Partes de um motor CC de í má permanente


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Esses tipos de motores sã o constituídos fisicamente por: estator com imã permanente, rotor bobinado,
tampas, coletor ou comutador, escovas deslizantes, porta-escovas e terminais de liga ção.

SIMBOLOGIA

Compreendera simbologia é extremamente importante, pois cada componente elétrico possui símbo-
los grá ficos próprios, que sã o usados em diagramas e manuais. Para motores, será sempre usada a repre-

4 Joule: é o calor gerado pela passagem da corrente elétrica em um condutor.


2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

sentaçã o atrav és de um círculo, contendo na parte interna a letra "M", e uma indica çã o do tipo de alimen-
ta çã o que o mesmo ir á receber.

Para motores de corrente contínua, ser ã o indicadas, também, caracterí sticas relativas ao tipo construtivo.

AI A2
O o

Figura 4 - Simbologia de um motor CC de í mà permanente


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Na imagem anterior, vimos a representa ção do motor de corrente contínua com rotor bobinado, onde
o círculo representa o motor com seu tipo de alimentaçã o. Temos, também, a representa ção de uma "fer-
radura" logo acima do círculo maior, indicando que se trata de um imã permanente; dois pequenos retâ n-
gulos posicionados ao lado do círculo representando as escovas; e as indica ções A 1 e A 2 representando os
terminais de alimenta ção do motor .

LIGAÇAO

Esse tipo de motor tem dois terminais com uma ligaçã o, sua fonte de tensão é contínua e o sentido de
giro depende exclusivamente da polaridade que se liga a esses terminais.

Para inverter a rotaçã o, basta inverter a polaridade dos terminais que, consequentemente, a rota ção
ficar á contrá ria.

IDENTIFICA ÇÃO

Os motores de corrente contí nua com imã permanente também funcionam como gerador de corrente
contínua ( ou gerador de tensã o contínua). Para que ele funcione como gerador, deve-se acoplar o eixo do
motor a uma fonte de movimento capaz de girar e manter a rotaçã o constante.

Se acontecer de um mecanismo externo proporcionar movimento ao eixo do motor, em seus terminais


surgir á uma tensã o proporcional à velocidade de rota ção que for imposta ao eixo.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

CASOS E RELATOS

Montagem incorreta das escovas de motor CC

Em uma determinada empresa de manutençã o de equipamentos ferroviá rios, os mec â nicos Ro-
berval e Raimundo realizavam a montagem de um motor diesel. No galpã o havia uma pequena
ponte rolante para elevaçã o de peç as, que tinha passado por recente manutenção, executada por
um eletricista novato e pouco experiente. Nela existia um motor CC para o movimento lateral da
ponte. Ao tentar usar o equipamento, eles perceberam que esse movimento lateral não ocorria. En-
t ão, acionaram o experiente eletricista Paulo, que verificou que não houveram testes adequados do
equipamento ao t érmino da manutenção. Ao fazer a inspeçã o da falha do equipamento, detectou
que tinham sido colocadas escovas novas no motor; porém, a montagem estava incorreta, e uma
das escovas estava mal posicionada no porta-escovas, por isso, nã o fazia contato com o coletor,
impedindo a circula ção da corrente o consequente funcionamento do motor. Paulo corrigiu o posi-
cionamento da escova, testou o equipamento e constatou que este estava pronto para uso; ent ã o,
procedeu com a libera ção do mesmo.

Portanto, após manutenção em motores, e em equipamentos elétricos diversos, faz-se necessá rio a
realizaçã o de testes adequados antes da colocação em operaçã o, para evitar retrabalhos e paradas
desnecessárias do equipamento.

Por meio do Casos e Relatos apresentado, voc ê pôde observar a import ância de realizar, com bastante
cuidado e atenção, a manutençã o de motores de corrente contínua e da montagem de suas partes cons-
trutivas, para evitar transtornos com retrabalhos, paradas não programadas, quebras ou empenosem par-
tes relativamente fr ágeis como escovas e porta-escovas.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

2.3 MOTORES CC DE ESTATOR BOBINADO

Caracterizadopor possuir bobinas ao invés de imãs permanentes no seu estator, estes tipos de motores
de corrente contínua s ão utilizados em má quinas e equipamentos industriais onde existe a necessidade de
um melhor controle da velocidade desenvolvida pelo motor, como também do torque.

Esse tipo de motor permite atingir velocidades maiores que as atingidas pelos motores de imã perma -
nente, além de ter um controle maior do campo magnético da armadura e também do campo magnético
no estator.
As má quinas que utilizam esse tipo de motor possuem conversores de corrente alternada e corrente
cont ínua (CA/CC), para controlar a velocidade do torque e do sentido de giro do motor CC.

Os motores de estator bobinado, como apresentado anteriormente, possuem as mesmas partes cons-
trutivas dos motores de imã s permanentes; com a diferenç a de que estes ( os imã s permanentes) são subs-
tituí dos por bobinas.

Bobinas do estator

Figura 5 - Motor de corrente contí nua de estator bobinado


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Nos motores de corrente cont ínua com estator bobinado, o rotor é chamado de armadura e as bobinas
do estator são chamadas de bobinas de campo.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

SIMBOLOGIA

Na simbologia especí fica para os motores CC de estator bobinado, temos letras e números identifican-
do as ligações da armadura e do campo.

SI S2

F1 nr^r\ F2

AI M A2

Figura 6 - Simbologia do motorCC com estator bobinado


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

É importante salientar que devido ao fato de termos vá rios tipos de ligações que podem ser feitas nes-
ses motores, os mesmos podem possuir grupos diferentes de bobinas. Essas bobinas podem ser represen-
tadas por S1 e S 2, simbolizadas por um traço mais grosso; e por bobinas representadas por F1 e F2. Esse
traç o mais grosso indica exatamente que o fio utilizado para fazer as bobinas também possui essas carac -
terí sticas, quanto à diferenç a de espessura, chamada de seção transversal do fio.

Os motores de corrente contí nua eram bastante utilizados na indú stria


para controlar velocidade, mas com o surgimento eo uso de inversores
CURIOSIDADES de frequência para controle da velocidade de motores de indu çã o, os
motores CC deixaram de ser utilizados no ambiente industrial.

LIGAÇÕES DOS MOTORES DE CORRENTE CONT Í NUA DE ESTATOR BOBINADO ( TIPOS DE


MOTORES CC)

Nesses motores, o rotor é chamado de armadura e as bobinas do estator sã o chamadas de bobinas de


campo.
Os motores de estator bobinado permitem algumas possibilidades de ligações, baseadas na necessida-
de de cada aplicação.
Essas diferentes formas de ligaçã o determinam os tipos de motores CC.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Os terminais de ligação do motor de corrente contínua de estator bobinado têm sua armadura e suas
bobinas de identificaçã o por letras e números:

- SI e S2 representam uma ou duas bobinas (ou grupo de bobinas) de campo, que devem ser ligadas
em série com a armadura. Esse grupo de bobinas possui fio de maior espessura para suportar a cor-
rente do induzido;

- F 1 e F2 representam a bobina (ou grupo de bobinas que possuem o fio mais fino), que deve ser ligada
à armadura do motor. Essas bobinas n ão conduzem correntes elevadas;

- A 1 e A 2 representam os terminais da armadura, rotor ou induzido.

IDENTIFICA ÇÃO

Os motores de estator bobinado são muito semelhantes aos motores CC de imã permanente; e as suas
bobinas do estator têm caracterí sticas semelhantes às dos motores de corrente alternada.
Para esses motores, existe também a possibilidade de funcionarem como geradores de corrente contí-
nua ( ou gerador de tensã o contínua).

A seguir conheceremos os tipos de motores de corrente contínua de estatores bobinados. Esses moto-
res apresentam caracterí sticas de funcionamento especí ficas para cada forma de ligaçã o e essas liga ções
definem a classifica ção dos mesmos.

2.3.1 MOTOR CC DE CAMPO SÉRIE

Nesse tipo de liga ção as bobinas de campo no estator ficam em série com o enrolamento do rotor e
ambas possuem poucas espirass, que determinam uma caracterí stica de forte conjugado de partida. A cor-
rente é a mesma percorrendo o estator e a armadura, o que proporciona um campo magnético no estator
alto; e em razã o disso, a intensidade do campo magn ético é alta, proporcionando um giro mais r á pido do
rotor, fornecendo assim mais velocidade.

LIGAÇ AO

A ligação do motor CC de campo série recebe o nome de motor CC de excitaçã o em série. Esse tipo
de motor CC apresenta um alto conjugado na partida, ou seja, o motor é capaz de iniciar sua partida com
plena carga e, devido a isso, são usados em equipamentos de movimenta ção de cargas de alta inércia, tais
como trens elétricos, guindastes e pontes rolantes.
Esse motor nã o deve ser acionado sem carga mec ânica, ou em vazio, pois vai chegar a uma velocidade
t ã o elevada que causar á danos irreversí veis ao mesmo se n ão for imediatamente desligado.

5 Espiras: cada uma das "voltas" de fio que compõe uma bobina.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

SIMBOLOGIA

Vejamos a seguir a simbologia do motor de corrente contínua, utilizada nos projetos elétricos.

A1 S1

S2

M A2

Figura 7 - Simbologia do motor CC de ca mpo série


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

A configura ção de liga ção desse motor apresenta a liga ção da( s) bobina( s) de campo em série com o
rotor ( armadura ). Os terminais A 2 e S 2 sã o interligados, e a alimentação é feita em A 1 e S1.

IDENTIFICAÇÃ O

A corrente de armadura passa pelo bobinado de campo, gerando o fluxo magnético. Enquanto a satu-
ração magnética6 nã o for atingida, o motor terá sua velocidade diminuí da, de forma inversamente propor-
cional à intensidade de corrente que circula na armadura.
Essa importante característica permite que o motor série possa trabalhar em regimes de sobrecarga;
e mesmo nessas condições, o aumento do consumo de corrente que ele apresentará será relativamente
moderado.

MOTOR UNIVERSAL

Existe, no universo dos motores, uma caracterí stica especial para os motores CC de rotor bobinado com
excitaçã o série, é a possibilidade de funcionar tanto com alimenta ção em corrente contínua (CC) como
com corrente alternada (CA ). Essa caracterí stica lhes confere a denominaçã o de motores universais.

Uma característica funcional de destaque dos motores universais é o alto conjugado que os mesmos
apresentam na partida. E em opera ção, conseguem desenvolver velocidade relativamente alta.

6 Saturação magnética: é o estado alcanç ado quando um aumento na aplica çã o externa de um campo magné tico nã o pode
aumentar a magnetizaçã o do material, o campo magnético total fica limitado.
2 MOTORES DECORRENTE CONTÍNUA

Normalmente, os motores universais sã o fabricados para trabalhar com tensões de 110 V e também de
220 V CC ou CA, com pot ências de no má ximo 300 W.

LIGAÇAO

Seu princípio de funcionamento é o mesmo que o dos motores CC de rotor bobinado com liga ção em
série; acrescentando-se que, quando no caso da alimentaçã o com corrente alternada, ocorrem as constan-
tes inversões da polaridade da tensã o na fonte ( fonte CA); ent ão, invertem-se simultaneamente a polarida-
de do campo magnético no estator e o sentido da corrente no rotor, continuando a ser produzido torque
no mesmo sentido.

SIMB0L0GIA

Na imagem a seguir vemos a configuraçã o de liga ção do motor universal; nela, temos a ligaçã o do bo-
binado de campo em série com o rotor (armadura).

Alimentação
em
CA ou CC

S S

Figura 8 - Simbologia do motor universal


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Observe que os terminais da armadura ( A) s ã o ligados a um terminal de cada uma das bobinas do cam-
po (S); e a alimenta ção é feita nos outros terminais das bobinas de campo.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

IDENTIFICAÇÃO

Tanto no ambiente industrial, como no residencial, é muito comum encontrarmos este tipo de motor,
pois o mesmo é bastante utilizado em eletrodomésticos (liquidificadores, batedeiras, secadores de cabelo,
etc.) e em algumas máquinas port áteis usadas na indústria, como lixadeiras manuais e sopradores térmicos.

2.3.2 MOTOR CC DE CAMPO PARALELO

Esse tipo de motor é o mais comumente utilizado para os motores CC.


Utilizam-se os motores de campo paralelo quando se deseja velocidade constante e quando for possí-
vel acionar o motor em vazio, sem carga no eixo, por exemplo, em máquinas-ferramenta.

LIGAÇ AO

As bobinas de campo no estator ficam em paralelo com as bobinas do rotor e sã o constituídas por um
grande número de espiras, possuindo fios finos. Isso dá uma caracterí stica de obter velocidade constante
com ampla variaçã o de carga, isso pelo fato de as tensões serem as mesmas, tanto no rotor como no es-
tator, o que proporciona um campo magnético no estator baixo. Sendo assim, o giro do rotor não é t ão
intenso e isso determina uma velocidade mais controlada e constante.

O motor CC com ligaçã o em paralelo tem como velocidade básica aquela apresentada com carga má-
xima. O ajuste de velocidade desses motores é feito utilizando-se uma resist ência variável ligada ao seu
campo; e normalmente se faz isso usando um reostato ' de campo.

Com o recurso do reostato, consegue- se velocidade praticamente constante no motor, para todas as
cargas.

SIMBOLOGIA

A simbologia especí fica para esse tipo de motor mostra, com bastante clareza, a forma de ligaçã o do
mesmo. Vejamos:

7 Reostato: resistência utilizada para minimizar picos de energia elevados em motores CC, proporcionando sua partida gradativa.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

AI A2

F1 F2

Figura 9 - Simbologia do motor CC de campo paralelo


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Na imagem anterior, vemos a ligação em paralelo, que é definida com base na alimentaçã o, feita nas
interconexões de A 1 com F 1 e de A 2 com F 2. Esses motores também sã o conhecidos por motores de exci-
ta çã o paralela ou em derivaçã o.

IDENTIFICAÇÃO

Como dito anteriormente, nas aplicações com motores CC, as que apresentam esse tipo de ligaçã o são
as mais comuns. Em opera ção, eles apresentam um aumento linear no torque, acompanhado de um gra -
dual aumento na corrente da armadura.

2.3.3 MOTOR CC DE CAMPO COMPOSTO EM DERIVAÇ AO

O motor de campo composto em derivaçã o incorpora as vantagens dos motores de campo série e dos
motores de campo paralelo. Oferecem um alto torque na partida com velocidade est ável, mesmo com
variações no conjugado da carga.

Importante dizer que esse tipo de motor trabalha com seguranç a, sem carga imposta a ele. Quando se
vai adicionando carga, acontece uma diminuiçã o na sua velocidade, e o torque é maior em compara ção
com o do motor paralelo.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

LIGAÇ AO

Neste motor existem dois enrolamentos, um em s érie e outro em paralelo. Comumente, faz-se um aco-
plamento entre esses dois enrolamentos, de forma que os fluxos magnéticos se adicionem, compondo
uma excitaçã o mista.

Essa configuraçã o consiste em ligar uma das bobinas de campo em série com a armadura e outra bo-
bina em paralelo com a armadura, permite alto torque na partida com velocidade está vel, mesmo com
variações no conjugado da carga.

Por isso, essa liga ção é usada para máquinas que partem com carga e precisam de estabilidade de ve-
locidade.

SIMBOLOGIA

Na simbologia aplicada para esse tipo de motor percebe-se claramente a distinçã o da forma como são
ligados ao grupo de bobinas representado por S, e o grupo de bobinas representado por F.

AI S2

M \ A2
S1

F1 F2

Figura 10 - Simbologia do motor CC de campo composto em derivação


Fonte: SENAJ DR BA. 2018.

Nas liga ções em quest ão, F 1 e F 2, sã o ligados diretamente na alimenta ção; enquanto é feita uma série
entre a armadura e o grupo S de bobinas, com uma interliga çã o de A 2 com SI ; e A 1 e S2 s ã o ligados à ali-
menta ção.

IDENTIFICA ÇÃO

O motor de campo composto em derivaçã o incorpora as vantagens dos motores de campo série e dos
motores de campo paralelo.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

A título de compara ção, o enrolamento shunt é formado por bobinas contendo muitas espiras, feitas de
fio de mais fino, enquanto o enrolamento série é formado por bobinas com poucas espiras feitas com fio
de maior seção, ou mais grosso.

É um tipo de motor ideal para acionamento de sistemas, má quinas ou equipamentos que apresentam
variações bruscas de carga e que, por isso, requerem estabilidade.

FIQUE Deve - se tomar cuidado para nã o se abrir o circuito do campo de um motor em de -


rivaçã o que está em opera çã o sem carga, porque a velocidade do motor aumenta
ALERTA descontrolada mente.

2.3.4 MOTOR CC DE CAMPO PARALELO INDEPENDENTE

Também chamado de Motor Compound, o motor de campo paralelo independente proporciona um


controle da velocidade e permite um torque constante para grandes variações da carga.

LIGAÇ AO

Essa liga ção é bastante utilizada em má quinas, tais como os rolos de fabricaçã o de papel, extrusoras e
laminadores, ou ainda, naquelas em que se deseja a variaçã o e o controle da velocidade de rotaçã o, uti-
lizando conversores CA/CC, como acontece com as chamadas CNC (Máquinas com Comando Numérico
Computadorizado).
Nessa configuraçã o, a bobina de campo é conectada de forma independente da ligaçã o da armadura.
Dessa forma, pode-se controlar a tensã o e a corrente no campo e na armadura, separadamente.

SIMBOLOGIA

A liga ção Compound tem o intuito de combinar o melhor da ligaçã o paralelo ( ou shunt ), com o melhor
da ligaçã o série.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

AI A2

F1 F2

Figura 11 - Simbologia de motor CC de campo para leio independente


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Na imagem anterior vimos que, embora a armadura e campo sejam ligados à mesma fonte, não temos
interconexões entre eles. Com isso, pode-se inserir um reostato e fazer o controle dos mesmos, de uma
forma independente.

IDENTIFICAÇÃO

Para obtermos a inversã o do sentido de rota çã o em um motor de corrente contínua em deriva ção, de-
vemos mudar a polaridade magnética do campo do rotor em relaçã o ao estator, invertendo a polaridade
elétrica de um desses campos. Por exemplo, se inverter a polaridade da armadura, é necessá rio manter a
polaridade do estator.

2.3.5 MOTOR CC DE CAMPO COMPOSTO INDEPENDENTE

O diferencial do motor de campo composto independente é associar as caracterí sticas e vantagens dos
motores de campo paralelo independente, à s dos motores de campo série; por isso, esse motor propor-
ciona um controle da velocidade e permite um torque constante para grandes varia ções da carga, além de
oferecer elevado torque na partida, o que permite partir a plena carga.

LIGA Ç AO

Os motores de corrente contí nua de campo composto, que possuem estator bobinado, também têm a
capacidade de gerar eletricidade, funcionando como um gerador CC. Para isso, é necessá rio alimentar as
bobinas de campo do estator com tensã o contínua fixa e fornecer rotaçã o constante para girar o eixo. A
energia gerada é disponibilizada nos terminais da armadura, A 1 e A 2.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

A tensã o e a corrente geradas dependem da tensã o e da pot ência do motor; já a polaridade da tensão
depende do sentido de giro do eixo.

SIMBOLOGIA

Pela simbologia deste tipo de motor, podemos entender facilmente, e com clareza, a liga ção de campo
composto independente.

AI SI

S2

M A2

F1 F2
Figura 12 - Simbologia do motor CC de campo composto independente
Fonte: SENAI DR BA 2018.

Na imagem anterior, pudemos ver a combinaçã o da ligação do campo paralelo tendo F 1 e F 2 ligados
à fonte, independente da liga ção série que é configurada pela interconex ã o entre A 2 e S 2, tendo A 1 e S 1
também ligados à rede.

IDENTIFICAÇÃ O

Quando o motor tiver a função de gerador e o seu eixo for movimentado, haverá rota ção constante;
ent ão, poderemos coletar uma tens ã o contínua fixa, que surgir á nos terminais de campo S 1 e S 2 ou F1 eF 2.

Para ter acesso a mais informa ções sobre qualquer tipo de motor elé trico, acesse por
SAIBA meio de sites de busca da internet pelas palavras- chave: "motores el étricos" ou " ma-
MAIS nual de instalaçã o". Os fabricantes de motores disponibilizam cat álogos e fichas técni-
cas dos produtos.

Chegamos ao final de nosso capítulo. Espero que tenha aprendido bastante, mas, nã o pare por aqui
não, continue estudando e se atualizando.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

RECAPITULANDO

Neste capí tulo, você pôde conhecer os motores de corrente contínua e ver que eles nos oferecem a
possibilidade de controle de velocidade mantendo o torque do motor. Foi visto também que todos
os motores CC possuem o rotor bobinado; porém, no estator pode ou não ter bobinas, o que nos
permite a possibilidade de varia ções do campo; e também, podem ser de campo fixo (também de-
nominados de imã permanente).
Vimos que motores de imã permanente sã o empregados em má quinas e equipamentos industriais
que necessitam de controle de velocidade com precisã o e forç a mec ânica. Conhecemos também
.
suas partes, caracterí sticas, simbologia, liga çã o e identificaçã o Em seguida, vimos que os motores
de estator bobinado podem realizar diferentes formas de ligações, o que vêm a defini-los, e lhes con-
ferir diferentes caracter ísticas funcionais e de uso, podendo ser: motor de campo série; de campo
paralelo; de campo composto em deriva çã o ou excitaçã o misto; de campo paralelo independente; e
de campo composto independente.
Vimos a importante caracter í stica do motor CC de estator bobinado com campo em série, de funcio-
nar também com corrente alternada (CA), o que lhe d á a classificaçã o de motor universal.

Aprendemos que o motor de corrente contínua também pode gerar eletricidade se fornecemos
movimento ao seu eixo. Por fim, foi mostrado que a identifica çã o quanto à instalação dos motores
industriais é imprescindí vel; e que os motores elétricos ( sejam de CC ou de CA) estã o presentes em
praticamente todos os tipos de má quinas e equipamentos utilizados nas indústrias.
2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA
Gerador elétrico

Você já parou para pensar como a energia elétrica é gerada ? Que caminhos ela percorre até
chegar à tomada da TV ? Ou ainda, esta energia pode ser armazenada ? Pior ainda, já imaginou
hospitais sem energia elétrica ? Comunicaçã o global sem satélites? Estes e outros questiona -
mentos est ão ligados ao processo de geraçã o de energia elétrica.

O gerador elétrico é um dispositivo que transforma a energia mec â nica de rotaçã o em ener-
gia elétrica. Geralmente, a energia cinética é dada por energia potencial da á gua, queima de
combustí veis para gera ção de vapores, rota ção de hélices, luminosidade ou até mesmo por um
motor elétrico.

A energia mec â nica usada para acionamento dos geradores pode ter origem natural ou
artificial e podem ser renová veis ou nã o. A escolha daquela que será utilizada leva em conta o
seu potencial motriz, custo de implanta ção, disponibilidade, etc.

Ao longo deste capítulo falaremos dessas importantes máquinas, funda mentais na produti-
vidade, seguranç a, saúde, conforto, comodidade e todos os aspectos da vida moderna, sobre-
tudo, em situa ções e setores onde não pode haver interrupções: os geradores.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

3.1 CARACTER ÍSTICAS

O gerador elétrico tem caracterí sticas que o assemelham a um motor elétrico. Na verdade, o princípio
de funcionamento é basicamente o mesmo. Ambos utilizam o princípio de que quando um fio condutor
corta as linhas de forç a de um campo magnético, surge uma tensã o elétrica nas suas extremidades.

Bobina giratória

Aneis
deslizantes
(comutador)

\
Escovas
de carvã o

Corrente alternada
induzida

Figura 13 - Gerador elementar


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A diferenç a é que no princípio do gerador, condutores que s ão movidos dentro de um campo magné-
tico geram energia; e no princípio do motor, condutores que sã o percorridos por uma corrente elétrica
geram um campo magnético que produz movimento.

Os geradores sã o constituídos por duas partes fundamentais: o estator, que é a parte fixa de um gera-
dor, conhecida funcionalmente como induzido; e também a parte móvel do gerador, que recebe o nome
de rotor e é tratado funcionalmente por indutor.
No universo da eletricidade, podemos ter geradores que produzem corrente alternada (CA ), que são
chamados de "alternadores"; e tamb ém podemos ter os geradores que produzem corrente contínua (CC),
também chamados de "dínamos", e ambos possuem o mesmo princípio de funcionamento.
A energia elétrica que consumimos em nossas casas, escolas, empresas, etc., normalmente é em cor-
rente alternada, e é produzida em grandes geradores das usinas hidrelétricas. Nessas usinas hidrelétricas
faz-se o represa mento da água, liberando-a atravé s de canais direcionados para turbinas, fazendo com que
elas girem. Tratando de uma forma bem sintetizada, sã o colocadas bobinas, condutores e imã s nessas tur-
binas, onde ocorre a conversã o da energia mec ânica de rota ção em energia elétrica, através do princípio
da indução eletromagnética.

Nos geradores utilizados para alimentar locais onde a energia elétrica das concessionárias nã o chega,
ou est á em falta, as energias mec â nicas rotativas para girar o eixo do gerador normalmente vêm de mo-
tores semelhantes aos dos automóveis, que usam gasolina ou óleo diesel como combust ível, e produzem
energia elétrica, em ní veis de tensã o que normalmente atende aos usuá rios finais (indústria, comércio,
3 GERADOR ELÉTRICO

.
zonas rurais e residências) com pot ências variadas, de acordo com o modelo e tamanho Esses geradores
podem ter desde pequeno porte, conhecidos como portá teis; até grandes e pesadas má quinas, conheci-
das como grupos geradores, que normalmente s ã o transportadas em caminhões.

Figura 14 - Diferentes tipos de geradores industriais


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Para os geradores CA, o rotor é o indutor, que recebe excita ção vinda de uma fonte de corrente con-
tínua (CC ), para que possa criar um campo magnético polarizado no seu bobinado. Ao receber um mo-
vimento de rotaçã o contínuo em seu eixo, esse indutor gira no interior do estator, que tem uma tensão
elétrica surgindo em seus terminais.

Por ém, os rotores possuem algumas caracterí sticas quanto aos seus polos indutores, que os diferen-
ciam; e essas caracterí sticas definem seus dois tipos, conforme veremos a seguir:

a ) Geradores CA de polos indutores salientes; acionados por uma for ça rotativa de baixa velo-
.
cidade, possuem peç as polares com bobinas, fixadas na superfície do rotor A liga ção dessas bo-
binas é em série, com suas extremidades conectadas aos anéis coletores, que possuem lâminas
isoladas entre si. Podem receber excita çã o atrav és desses anéis, vindas de uma fonte de corrente
cont ínua. Nos geradores de CA precisamos de velocidade de rotaçã o constante para poder man-
ter a frequência também constante; e será necessá ria a variação da intensidade do campo de
excitaçã o, para se obter o controle da tensão de saí da;

b) Geradores CA de polos indutores nã o salientes: neles, ao invé s de peç as polares, temos "ras-
gos" ou aberturas que formam canais ao longo da face externa do rotor, onde são colocadas e
devida mente fixadas as bobinas. Neles, teremos de 4 a 12 polos. Esses rotores possuem diâ metros
relativamente pequenos e comprimento grande. Sã o acionados através de forç a cinética que pro-
porcionem giros de alta velocidade (normalmente turbinas).
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Figura 15 - Gerador CA acionado por turbina


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Independentemente do tipo de gerador CA, a geraçã o de energia elétrica se dar á pela interaçã o entre
o rotor que trabalha como indutor; do estator, que trabalha como induzido e por onde será retirada a ten-
s ão produzida; a excitaçã o, vinda de uma fonte que pode ser externa, ou aproveitando a autoexcita ção;
e do movimento giratório imposto ao eixo do indutor. O seu funcionamento se dá na medida em que o
movimento de rotaçã o no eixo faz girar o rotor (indutor ), fazendo com que seu campo magnético "corte" o
bobinado do estator (induzido). Como o campo magnético de cada bobina do induzido tem polo Norte (N)
e polo Sul (S), o giro do rotor faz com que o campo induzido seja ora em um sentido, ora em outro; ent ão,
a tensã o também inverte a polaridade, faz surgir uma corrente elétrica alternada (na qual a polaridade se
inverte frequentemente), que pode ser monofásica, ou trif ásica, em funçã o da construçã o do alternador. A
velocidade da inversã o de sentido é o que chamamos de frequência, sendo determinada pelo número de
pares de polos e pela velocidade angular do giro.
Os geradores CA possuem caracterí sticas distintas quanto à sua produção. Seu campo magnético pode
ser:
a ) Gerador sí ncrono: recebe este nome por ter duas de suas partes trabalhando em sincronia: o
campo do estator e do rotor. Neles, a frequência da corrente elétrica produzida está sincronizada
com a rotaçã o do motor que o aciona. Nesse tipo de gerador a frequência da corrente alternada
produzida permanece fixa, mesmo em situa ções de variaçã o da carga que o mesmo esteja ali-
mentando;
b) Gerador de indução ou gerador assíncrono: só converte energia mec ânica em elétrica a partir
da chamada "frequência de sincronismo", que é uma velocidade bá sica de rota ção para que a
geraçã o aconteç a. Por conta disso, neles, o rotor precisa girar mais rá pido que essa frequência de
sincronismo. Outra caracterí stica importante deles é que se uma carga que esteja alimentando
vier a exceder sua capacidade, a produção de energia do gerador ir á parar de imediato; e para
reiniciar a gera ção, toda a carga ter á que ser removida. Este equipamento não possui contatos
3 GERADOR ELÉTRICO

mec ânicos no rotor, que nos revela uma de suas vantagens, reduçã o na manutençã o por desgas-
te de peç as. Uma desvantagem é a necessidade de utiliza ção de bancos de capacitores para suprir
a demanda de energia reativa8, uma vez que o mesmo precisa girar mais rá pido que a frequência
de sincronismo para gerar energia ativa9.

Contudo, independentemente das caracterí sticas anteriormente citadas, teremos o valor da tensão
produzida e da corrente, dependente da intensidade do campo magnético, do número de espiras das
bobinas e da seção transversal (espessura) do fio usado na sua construção. Quanto à frequência da tensão
senoidal produzida, ir á depender da velocidade do giro a que forem submetidas as bobinas.

Atualmente, no Brasil, cerca de 80% da energia elétrica é gerada a par -


tir de usinas hidroelétricas; ou seja, a partir do potencial hidr áulico das
CURIOSIDADES á guas de represas, que ao passarem por turbinas, fazem com essas gi -
rem, acionando os geradores, transformando energia mec ânica em ener -
gia elétrica.

Os geradores de corrente contínua sã o má quinas que produzem energia elétrica com caracterí sticas
lineares, ou seja, sem inversã o de polaridade, a partir de energia mec ânica rotativa. Normalmente, os gera-
dores CC s ã o acionados por motores a combustível ou por motores assíncronos.
Existem dois tipos de geradores de corrente contínua, os de estator bobinado ou de imã permanente;
mas, os dois tipos possuem o rotor bobinado e o princípio de funcionamento é o mesmo.

Em um gerador elétrico, para obter um perfeito funcionamento, é preciso haver uma quantidade de
for ça para girar seu rotor interno em determinada frequência, gerando um campo magnético entre seus
polos positivos e negativos, que ir á gerar uma diferenç a de potencial surgindo uma corrente elétrica.
Os geradores de corrente contínua são compostos por um indutor, que nesse caso é o estator com suas
bobinas de campo montadas em peç as polares ou em ranhuras, sempre em número par; e pelo induzido
(nesse caso, o rotor ), com bobinas alojadas em ranhuras, tendo seus terminais ligados ao coletor. Possuem
um porta -escovas fixado e isolado em uma das tampas, com suas escovas em contato com o coletor. Essas
má quinas também produzem corrente alternada em sua essência; porém, o arranjo de montagem das lâ-
minas de cobre do coletor, isoladas entre si, permite que a tensã o alternada produzida no induzido tenha
a determinaçã o de seus polos positivo (+) e negativo (-), e a devida separa ção e distinçã o dos mesmos.

8 Energia reativa: é aquela que é produzida através do fluxo magnético das bobinas dos equipamentos, para que os eixos dos
motores possam ser girados.
9 Energia ativa: é a energia que realmente executa trabalho esua medida é expressa em kWh.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

Tratando da funçã o espec ífica das principais partes integrantes dos geradores, temos:

ESTATOR

Esse componente faz parte de um gerador, se mantém fixado à carcaç a tendo a funçã o de conduzir o
fluxo magnético.
Quando o rotor gira por consequência de uma for ç a cinética externa, proveniente de alguma forma de
energia cinética, a ddp gerada no estator é ent ão ligada a um circuito externo, por exemplo, a uma rede de
transmissão de energia elétrica.

Figura 16 - Estator
Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

ROTOR

Também chamado de armadura, o rotor é composto por bobinas e comutador com segmentos de co-
bre. Para cada enrolamento ou bobina existente no estator, tem- se um par desses segmentos, chamados
de lâ minas, no rotor; e existe uma isolaçã o feita através de lâminas de mica ' 0 para cada um. Os segmentos
s ã o instalados ao redor do eixo do rotor e isolados do ferro do eixo.
Esses segmentos sã o as bobinas do rotor, que criam e induzem o campo magnético no estator. Este
campo magnético (quando o rotor est á em movimento) é responsá vel pela produção do fluxo intercepta-
do pelo estator.

10 Lâ minas de mica: sã o utilizadas para evitar corrosã o.


3 GERADOR ELÉTRICO

Figura 17 - Rotor com comutador e porta-escovas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. ( Ada ptado).

ESCOVAS

As escovas, com sua composiçã o em grafite, sã o conectores fixos, instalados sobre molas permitindo o
deslizar sobre o rotor no eixo do estator. As escovas fazem a liga ção entre a carga externa e os enrolamen-
tos do estator.

Figura 18 - Escwas
Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

—P \ FIQUE U m g e r a d o r elé trico tem grande valia nas organizaçõ es, pois na falta da energia elé -
trica fornecida pela concessionária de distribuiçã o, tem - se como manter em funcio -
•J ALERTA namento equipamentos essenciais para o funcionamento do neg ócio; por é m, preci-
samos ficar alertas ao correto dimensionamento dos mesmos.

3.2 SIMBOLOGIA

Como todo componente elétrico, eles possuem símbolos específicos, que s ã o usados em diagramas e
manuais. Para simbolizar os geradores, faz-se a utilizaçã o de um círculo, contendo na parte interna, a letra
"G", euma indica ção do tipo de tensã o que produz. Sendo corrente alternada, teremos somente a letra "G";
se for corrente contínua, apresenta um tra ço reto.

A simbologia, dependendo da norma empregada, pode apresentar, ainda, detalhes construtivos e de


ligaçã o. Vejamos algumas normas e seus respectivos símbolos para geradores:

SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC


GERADORES

Gerador, símbolo
geral © © © © ©
Gerador de corrente
contínua © ® («N) © ©
Gerador síncrono
trif á sico ligado em
estrela
Gerador síncrono
trif ásico de im ã
permanente % ê s § a
Gerador síncrono
monofásico de im ã
permanente
LI
© a S §
Gerador de corrente
contí nua com
enrolamentos de
compensação e
©

Pj
I O

invers ão polar

Figura 19 - Simbologia elé trica para geradores


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
3 GERADOR ELÉTRICO

3.3 IDENTIFICAÇÃO

A identificaçã o dos geradores se dá atravé s da verifica ção das informações comunicadas pelo fabrican-
te, atrav és da utiliza ção de dados padronizados por normas técnicas. Aqui no Brasil, seguem- se as deter-
minações ABNT, apontando para as caracterí sticas da carga a ser alimentada e as condições de opera ção
que o gerador ter á.

Ainda são levadas em conta condições como:


a ) Condições ambientes, que se referem, sobretudo, à temperatura, que nã o deve ser superior a
40°C e dever á ser isento de contaminantes;

b) Local da instala ção, que deve ser preferencialmente à sombra;


c) Altitude, que deve ser inferior a 1000 m com relaçã o ao nível do mar.

Encontramos como dados de identificaçã o para alternadores (geradores de CA):

- Frequência da tensã o/corrente de saí da;


- Sistema de saí da (número de fases);
- Pot ência de sa ída;
- Tensão nominal produzida (em volts ou múltiplos);
- Corrente nominal má xima que a carga pode consumir (em Ampères ou múltiplos);
- Velocidade angular, em RPM (rotações por minuto);

- Tipo de serviço (condições);

- Tensão e corrente da excitatriz.

Para os geradores de corrente contínua (ou dínamos), temos como dados de placa:
- Potência nominal de saí da (em Watts);
- Tensão nominal de sa ída (em Volts);

- Corrente nominal má xima que a carga pode consumir (em Ampères ou múltiplos);

- Tipo de serviço (condições);


- Tipo de excita ção.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

3.4 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento de um gerador, ou motor elétrico, deve ser bastante assertivo em instalações elé-
tricas e alguns itens devem ser respeitados conforme normas e capacidade técnica do eletricista respon-
sá vel, sendo: a fonte de alimentaçã o, a frequência de rede, o tipo de carga a ser utilizado, o regime de
funcionamento (contínuo ou intermitente), a temperatura e as caracter ísticas do ambiente, presentes no
local da instalaçã o, etc.
Todos esses fatores sã o conhecidos nos geradores e motores atrav és de suas respectivas placas de iden-
tificaçã o e vale ressaltar ainda que, durante a partida de um motor, a energia consumida é muito superior
ao seu valor de consumo durante a marcha; sendo assim, o gerador e o motor deve ser dimensionado
corretamente para atender à demanda naquele momento.

Ter um gerador para utiliza ção na realizaçã o de atividades bá sicas diminui a defasagem no fator de
potência, pelo fato de gerar maior energia ativa em uma instalaçã o.

Para isso, precisaremos definir qual a potência a ser utilizada (consumo em Watts), contamos com o
c á lculo de necessidade utilizando a seguinte fórmula:

Pot ência ( Watts) = Tensã o (Volts) x Corrente (Ampère), além disso, podemos assumir para fins comer-
ciais ou de apresenta ção de projeto que 1CV = 750W e 1000W = 1KVA.
No momento em que sã o feitos os c á lculos de dimensionamento do gerador, é preciso atentar-se ao
pico inicial no acionamento de motores elétricos, pois os mesmos em relaçã o ao funcionamento normal,
podem consumir at é 4 vezes ma is, por este motivo, é preciso aferir esses valores ao dimensionar o gerador.
De modo geral, o correto dimensionamento de um gerador significa a escolha correta e adequada de
uma dessas máquinas para determinada situaçã o, na certeza de que ser á obtido desta o má ximo rendi-
mento, durabilidade e desempenho.

Para sermos assertivos nessa indicaçã o ou escolha do gerador adequado a uma aplica ção, precisamos
considerar alguns pontos e fatores que influenciar ão no correto e má ximo funcionamento do gerador;
como:

- Quais s ã o as características das cargas que serão alimentadas pelo gerador;


- Onde podemos ter sistemas de ilumina ção, motores de indução, fornos, galpões, áreas em obras, eletro-
domésticos, equipamentos de informática e telecomunicações, equipamentos hospitalares e vários outros
tipos de cargas;

- Os chamados fatores geográficos, que se referem à temperatura e altitude do ambiente onde o gerador
será instalado;

- O tipo de regime de operação do gerador ( se o grupo gerador em questã o será a única fonte de energia
do local);
- O tempo em que o gerador ser á mantido em opera ção cont ínua;
- O tempo de consumo das cargas, durante a opera ção do gerador;
- E vários outros fatores que possam influenciar no desempenho do gerador.
3 GERADOR ELÉTRICO

Para entender mais sobre dimensionamentos de geradores, acesse os sites de entida-


^ SAIBA
MAIS
des como ANEEL ( Agencia Nacional de Energia El étrica ) e ABRADEE ( Associa çã o Brasi -
leira de Distribuidores de Energia El é trica ).

3.5 FUNCIONAMENTO: EM VAZIO E COM CARGA

Você conhece o funcionamento em vazio e com carga? A seguir poderá aprender uma pouco sobre
esse tema.

FUNCIONAMENTO EM VAZIO

Quando operando em vazio, ou seja, sem alimentar cargas, os geradores t êm sua produçã o de tensão
se comportando da seguinte forma: a tensão produzida vai crescendo a partir de "zero"; e à medida que a
excitaçã o vai aumentando, a tensã o gerada também aumenta, at é chegar ao ponto de saturação magné-
tica, que é quando o campo magnético para de crescer. A tensã o de saída deixa de ser linear e apresenta
uma curva, mesmo aumentando-se a excitaçã o.

V
( Tensão /
gerada ) /
Tensão nominal

Regiá ode
satura çã o do
campo magn ético

(Corrente de excitação do campo)

IEX

Figura 20 - Curva caracter í stica de geradores operando em vazio


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

FUNCIONAMENTO COM CARGA

Quando um gerador opera com carga ligada à sua sa ída, a sua geraçã o de tensão apresenta caracterís-
ticas diferenciadas para cada tipo de carga. Vejamos:

a ) Uma carga resistiva vai consumir toda a potência entregue pelo gerador, provocando queda
na tensão de saída. Para manter a tensã o no mesmo ní vel de vazio, é necessário um gradual au-
mento na excitaçã o;

b) Cargas capacitivas têm a capacidade de acumular energia. Quando uma carga com essas carac -
terí sticas é ligada à saí da de um gerador, a energia nã o é consumida, e é devolvida para as corren-
tes (chamada de energia reativa ) de carga ao gerador, somando-se à de excitaçã o, resultando em
uma "excita ção a mais". Quando alimentando esse tipo de carga, o gerador deve ter sua excitação
reduzida;

c ) No caso de cargas indutivas, que são aquelas relativas a circuitos com elementos eletromag-
néticos como eletroímã s, motores, bobinas, etc., que não consomem energia e a armazena no
seu campo magnético e também " devolvem " a corrente ao gerador (energia reativa); por ém, se
opondo à corrente de excita ção, de maneira contrá ria à s cargas capacitivas, acarretando uma
desmagnetizaçáo. Com esse tipo de carga na saída do gerador, para termos tensã o constante nos
terminais de saída, faz-se necessá rio um grande aumento na corrente de excitaçã o.

3.6 LIGA ÇÕ ES

As liga ções dos geradores guardam caracterí sticas diferenciadas, em funçã o do tipo de energia a ser
produzida (tensã o contínua ou alternada), e tamb ém com rela çã o à forma de excita ção que recebe.

Nos geradores de corrente alternada (alternadores), as bobinas do indutor são ligadas em série, com o
início de uma bobina ligado ao final de outra bobina de forma alternada, o que faz surgir um polo Norte (N)
e um polo Sul (S), e os terminais de cada uma dessas conex ões sã o ligados ao coletor, por onde receber á
a excita ção. Um detalhe importante é que em todos os geradores sempre teremos pares de polos sendo
formados.
Outra característica importante dos geradores CA é que podemos ter o induzido rotativo com indutor
estacionário; ou induzido estacioná rio com indutor rotativo.

Em pequenos geradores CA, normalmente, temos induzidos rotativos e indutores estacionários, com
potências baixas. Enquanto que nos de indutor rotativo e induzido estacionário, o campo rotativo é excita-
do atrav és das escovas e coletor. Ent ã o, pode- se ligar a carga atravé s das bobinas da armadura estacionária
sem ser necessá rio nenhum contato móvel no circuito (coletor e escova); e na saí da, que se dá pelo estator,
podemos ter altas tensões, que podem chegar a 20.000 Volts.
3 GERADOR ELÉTRICO

Bobinas do
Bobinas do estator I
estator Bobinas
Bobinas
do rotor do rotor

Comutador p Comutador
O O
i
Sa ída em
Fonte CCde i
Sa ída em corrente
excita çã o corrente 1 Fonte CC de alternada
alternada excita çã o

Indutor rotativo e Indutor estacion ário


induzido estacioná rio e induzido rotativo
Figura 21 - Liga ções tí picas de indutor e induzido de gerador CA
Fonte: SENAI DR BA 2018.

A saí da de tensã o que se dá no induzido pode ser monof ásica ou trif ásica. Nos geradores trif ásicos po-
demos ter as bobinas ligadas em estrela (Y), onde temos a união de um terminal de cada um dos tr ês siste-
mas monofá sicos, que formam um ponto neutro, podendo ainda ser em triângulo (A ), onde tr ê s sistemas
monofásicos s ã o interligados. Para os sistemas trifá sicos, temos uma separaçã o das "fases" (cada um dos
três terminais de saída) em 120° .

F1
F1 F2
O

F2
O

Neutro
F3
OF 3 O

Liga ção em estrela ou "Y " Ligação em triâ ngulo ou “Zir

Figura 22 - Ligações dos estatores dos geradores CA trifá sicos


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Os geradores de corrente contínua t êm, na verdade, sua produção também em corrente alternada; isso
se explica pelo simples fato de que quando uma bobina gira no interior de um campo magnético, aconte-
cer ão varia ções de fluxo dos polos Norte e Sul, em sucessã o, durante a rotaçã o, e isso far á surgir na bobina
uma tensão alternada senoidal. Ent ão, para termos uma corrente contínua na saída, utiliza -se o artifício de
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

ligar as bobinas do induzido adequadamente nas ranhuras do coletor, de forma a permitir a separaçã o dos
terminais negativo e positivo.

A forma como se faz as liga ções do indutor dã o aos geradores as seguintes classificações:

a ) Excita çã o em separado (Independente): nos geradores com excita ção separada, a excitaçã o do
indutor é proveniente da corrente circulante, vinda de uma fonte externa.

Indutor

Para carga

Fonte de
excita ção

Para carga

Figura 23 - Ligação para excitação independente


.
Fonte: SENA) DR BA 2018.

b) Autoexcitaçã o: essas m áquinas excitam a si mesmo. Isso decorre de algumas liga ções, que po-
dem ser em série, em paralelo ou mista. Para que a autoexcitaçã o aconteç a, faz-se necessário a
presenç a do magnetismo residual, que é a permanência de magnetismo (relativamente "fraco")
em um material que esteve exposto a um campo magnético. Com o induzido girando dentro des-
se pequeno campo, surge uma corrente induzida, por ém de fraca intensidade. Essa corrente fraca
vai se intensificando gradativamente ao circular pelo rotor, aumentando cada vez mais, até che-
gar ao ponto de conseguir excitar a má quina para que essa produza sua tensão nominal de sa ída.

Indutor Indutor
Para carga
Para carga Para carga

G G
Indutor Indutor

Pa ra carga Para carga Para carga


Autoexcitação com Autoexcitação Autoexcitação
indutor em série em paralelo mista

Figura 24 - Ligações do indutor (formas de excitação)


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 GERADOR ELÉTRICO

3.7 TIPOS DE GERADORES

Para falar dos tipos de geradores, é importante refor ç ar o que já foi mostrado Que a produção de ten- .
sã o dos geradores é fruto da induçã o magnética, utilizando o giro de bobinas. A tensã o produzida pode
ser coletada pelo estator (caso dos alternadores), ou ainda pelo rotor (caso dos dínamos). Também vimos
que a forma de onda produzida é sempre senoidal; e que para a produção de corrente contínua (CC), os
geradores possuem uma distribuiçã o especial das lâ minas do coletor, que faz com que os polos, positivo
(+) e negativo (-), sejam devidamente separados.

Quanto às sa ídas de tensã o produzida, os geradores CA podem ser monofá sicos ou trifásicos.
Normalmente, os geradores trifásicos são mais compactos e mais leves que os monof ásicos, devido ao
fato de que a chamada "distribuição espacial" do seu bobinado lhes deixam mais eficientes.
O formato e o posicionamento das peç as polares s ã o definidos de modo que se tem uma concentra ção
maior do campo magnético no centro do polo (que é o ponto de induçã o má xima ), sendo menor em suas
extremidades; e isso explica, inclusive, o porquê da forma da onda produzida ser senoidal. Para cada giro
completo de uma bobina, teremos na saída uma onda completa, o que significa que a tensão atingiu todos
os valores possí veis entre o mínimo e o má ximo, atingindo seu pico ou valor mais alto positivo e negativo,
passando pelo "zero". Como aqui no Brasil a nossa frequência é de 60 hertz, fazemos o c á lculo usando a
seguinte fórmula:
f=
n p .
60

Onde: "f" é a frequência de saí da; "n" é a velocidade do giro do eixo; "p" é o número de pares de polos;
e, 60, é uma constante que representa o número de ciclos da frequência requerida.

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Ó é õ
0 90 180 270 360°
Figura 25 - Onda senoidal monofá sica
Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

Assim sendo, para o padrã o brasileiro, temos 60 ciclos completos da onda, por segundo; o que significa
que são necessá rias 3.600 rotações por minuto (rpm) no eixo. Sabendo-se que uma bobina representa
um par de polos, logo, se tivermos dois pares de polos, a velocidade necessá ria será de 1800 rotações por
minuto e ir á produzir dois ciclos.

Bobina NORTE Peças


do rotor
polares

A
SUL
l( II SUL

NORTE

Figura 26 - Posicionamento da bobina do rotor dentro do estator


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Entã o, ao construir uma máquina com um número maior de pares de polos, distribuídos de forma alter-
nada (um Norte e um Sul), daí ser á um ciclo a cada par de polos, em cada giro.
Essas sã o as chamadas "velocidades síncronas", que s ã o usadas normalmente.

O Red © Yellow O Bleu

Figura 27 - Ondas senoidais trifá sicas


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
3 GERADOR ELÉTRICO

Para um sistema trifá sico, teremos a associa ção de trê s sistemas monofá sicos. E, agora, observando a fi-
gura "Posicionamento da bobina do rotor dentro do estator ", vemos que o bobinado desse tipo de gerador
é constituí do por três conjuntos de bobinas iguais interligadas, distanciadas simetricamente no espaç o,
em uma separa çã o em â ngulos de 120°, sabendo-se que estas ligações podem ser em estrela ou triângulo,
conforme visto anteriormente.

CASOS E RELATOS

Geradores mal dimensionados

Em uma cidade baiana, no período entre os anos 2008 e 2010, verificou-se uma crescente demanda
na solicitação para instalação de geradores de energia elétrica em postos de combustí veis, pois nes-
se per íodo os apagões eram constantes.
No entanto, um caso chamou atenção, pois mesmo com o sistema de geraçã o de energia elétrica
instalado, em dezembro de 2010, quando ocorreu mais um apagã o, as atividades desse estabele-
cimento pararam, ou seja, o gerador que deveria suprir as necessidades do posto nã o respondeu à
demanda solicitada pelos motores das bombas de abastecimento e dos equipamentos de escrit ório.

Foi identificado que o dimensionamento dos geradores para posto de gasolina não estava adequa-
do e, com isso, a empresa precisou lidar com prejuízos além do esperado em caso de apagã o.
Assim sendo, podemos afirmar que é de suma import â ncia o bom dimensionamento de geradores,
tanto em casos onde eles s ão peç a chave do sistema ou em casos onde eles são utilizados como vál-
vula de escape para manter o sistema em funcionamento por determinado per íodo de tempo, a fim
de evitar paradas e distúrbios em sistemas, que podem acarretar em diferentes perdas materiais e
financeiras; e, principalmente, complicações ou interrupções de serviç os essenciais, como o cuidado
à saúde, que pode vir a culminar com perdas de vidas.

Os geradores s ão de vital importâ ncia para o andamento da vida moderna. Desde as grandes usinas, até
os geradores port áteis que fornecem energia em áreas rurais, montanhosas ou retiradas. Suas aplicações
garantem a continuidade ou não interrupção de serviç os e atividades essenciais, e podem ser permanen-
tes como em hospitais e prédios públicos e comerciais; ou temporá rias, como eventos e frentes de serviço
diversas, como pontes, minas, construções, etc.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos que o gerador elétrico é um dispositivo que transforma a energia cinética
( energia mec â nica ) de rotaçã o em energia elétrica.

Vimos que o gerador elétrico tem caracterí sticas que o assemelha a um motor elétrico, na verdade,
o princípio de funcionamento é basicamente o mesmo.

Aprendemos uma metodologia para dimensionamento de gerador elétrico, com o intuito de evitar
risco no atendimento da demanda.

Estes conhecimentos ajudar ã o você a desenvolver habilidades e compet ências para realizar ativida-
des profissionais com geradores elétricos, como especifica çã o, manutençã o e instala ção dos mes-
mos.
3 GERADOR ELÉTRICO
Motores síncronos s ã o máquinas que transformam energia elétrica em mec ânica atravé s do
eletromagnetismo. Essas má quinas trabalham com velocidade constante, além de que sua ve-
locidade guarda proporcionalidade em rela ção à frequência de alimentaçã o. Eles são utilizados
quando há a necessidade de trabalho com velocidades está veis sob a a ção de cargas variantes.

Além disso, podem ser utilizados quando é necessá rio trabalhar com alta potência e torque
constante.

Estator Rotor
Caixa de liga çõ es

Ventilador

Tampas do rolamentos

Figura 28 - Motor trifasico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Os motores elétricos trifá sicos em corrente alternada são, sem dúvida, a maior fonte de
energia de movimento utilizada nas indústrias. Sua import ância é enorme, por isso, neste capí-
tulo os abordaremos com detalhes.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

4.1 FUNCIONAMENTO

Os motores síncronos possuem detalhes construtivos diferentes dos motores assíncronos, sobretudo,
quanto ao método de magnetizaçã o do estator, cuja alimenta ção, ao inv és de ser diretamente na rede de
corrente alternada, se dá através de uma magnetizaçã o especí fica usando uma fonte de corrente contínua,
chamada de excitaçã o.

E é justamente esse recurso que faz com que exista uma proximidade entre os valores da corrente de
magnetização do estator e do rotor. Assim, quando o motor estiver trabalhando em vazio, a corrente do
estator ser á praticamente idêntica à corrente utilizada na magnetizaçã o do sistema; quando aplicada uma
carga, a corrente absorvida pelo estator aumenta, com isso, temos um sistema apto para vencer a resistên-
cia imposta pela carga.

Existem algumas dificuldades operacionais prá ticas na utilizaçã o de motores síncronos, por exemplo,
a necessidade de uma fonte de excitaçã o separada, especí fica para o campo do estator, o que requer alto
investimento em manutençã o.

Em comparaçã o com os motores de induçã o e de rotor bobinado, os


motores síncronos sã o de baixa utilizaçã o nas plantas industriais, por ém,
CURIOSIDADES s ã o aplicados quando há necessidade de trabalho com alta pot ência, por
exemplo.

O sincronismo entre os campos do estator e do rotor permitem ao motor um alto torque e pouca varia-
çã o de velocidade com variações na carga.
Veremos na sequência detalhes caracterí sticos dessas má quinas.

4.2 CARACTER ÍSTICAS E COMPONENTES

As má quinas síncronas trabalham com a aplicaçã o de uma ddp alternada nos terminais do estator e que
precisam ter o seu campo girat ório excitado, atrav és de uma fonte de corrente contínua. Essa fonte de CC
pode ser adquirida de um grupo retificador ou de uma excitatriz que dever á estar acoplada diretamente
ao eixo do motor, geralmente chamada de dínamo.

O dínamo, por estar acoplado ao eixo do motor, gira assim que o mesmo é acionado, constituindo,
dessa forma, a fonte de CC que irá excitar o motor. A tensão produzida pelo dínamo é levada ao motor por
meio da utilização de anéis coletores, fazendo com que aconteç a a excita ção do campo.
4 MOTORES SÍNCRONOS

É preciso realizar manutençã o peri ódica nos an éis coletores utilizados para partida
FIQUE dos motores s íncronos, pois, caso os mesmos estejam desgastados, podem causar
ALERTA danos ao equipamento, por exemplo, a produ çã o de faiscamento e a quebra das es-
covas.

O motor síncrono do tipo rotor bobinado, geralmente, utiliza os seguintes componentes para o seu de-
vido funcionamento: o estator, que possui as bobinas de campo nele montadas; rotor bobinado; anéis co-
letores, que são responsáveis por levar alimenta ção da excitatriz até o bobinado de campo; e a resist ência.
Utilizam-se tr ês anéis coletores para o auxílio na partida. Eles se acoplam na resist ência externa do reos-
tato, enquanto dois anéis coletores sã o utilizados na excitação do campo.

Figura 29 - Anéis coletores


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As escovas (imagem a seguir ) trabalham em contato com o coletor.

Figura 30 - Escovas
Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Um motor síncrono opera com velocidade de sincronismo e depende muito da frequência da rede que
proporciona a velocidade de rotaçã o.

Quando superexcitadas as máquinas síncronas, fazem com que a corrente avance em rela çã o à diferen-
ç a de potencial ddp entre seus polos, atingindo assim, por analogia, o capacitor e isto faz com que o fator
de potência de uma instalaçã o melhore.

SAIBA Para saber mais sobre motores síncronos, acesse o site Motores S íncronos WEG, uma
MAIS das empresas especializadas na fabricação de motores elétricos.

Os motores síncronos possuem alto rendimento, se adaptam facilmente a qualquer ambiente e são
utilizados em qualquer situaçã o em um ambiente industrial.

4.3 DIMENSIONAMENTO

Como já vimos, o sincronismo entre a frequência e a rota ção do eixo dá aos motores síncronos o seu
nome.
A velocidade síncrona, também denominada rotação por minuto rpm, é definida pela velocidade de
rota ção do campo girante, que, por sua vez, depende do número de polos (p) e da frequência da rede (f).

rpm = (120*f) /p

Sendo que:
rpm: velocidade síncrona (rpm);

f: frequência de corrente em Hertz (Hz);


p: número de polos.

Esse tipo de c á lculo funciona para entender como os motores trabalham em velocidade constante de-
terminada pela frequência.
4 MOTORES SÍNCRONOS

Rolamento de -
esfera ( mancai)
Enrolamentos do
rotor

Anéis deslizantes

0
Ventilador de -J
resfriamento V

N úcleo do
rotor Rolamento de
esfera

Figura 31 - Rotor bobinado


Fonte: SENAI DR BA 2018.

O rotor pode ser fabricado contendo polos lisos ou salientes, dependendo das caracter ísticas constru-
tivas do motor e da aplica çã o.

Ele consiste nas partes ativas girat órias que são compostas da coroa do rotor, do enrolamento de cam-
po e do enrolamento amortecedor.

CASOS E RELATOS

A import ância do dínamo em um motor síncrono

Em uma aula de comandos elétricos, os alunos estavam aprendendo a instalar um motor síncrono
de rotor bobinado. Ricardo, um dos alunos, esqueceu- se de conectar os terminais do dínamo aos
terminais do rotor e, depois de fazer uma r á pida revisã o, mas sem se dar conta do esquecimento,
energizou o circuito.

Nada aconteceu depois da energiza ção do circuito, apesar de o motor ter sido posto em contato e
recebido tensão e corrente. Ricardo, ent ã o, perguntou ao professor o que estava acontecendo. O
professor lhe explicou que, como o dínamo não havia sido conectado, nã o havia possibilidade de a
corrente elétrica induzida no rotor passar, pois não existia um circuito fechado.

Para que o motor possa funcionar é preciso que o sistema de auxílio de partida, composto pelo esta-
tor e enrolamentos, esteja devidamente conectado, garantindo o bom funcionamento do dispositi-
vo, lembrando que, conforme se reduz a resistência do circuito de amortecimento, o motor tenderá
a se aproximar da velocidade síncrona.
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Para um correto dimensionamento e melhor aplica ção dos motores síncronos, recomenda-se seguir as
especificações presentes no pr óprio motor, atravé s da placa de identificação e que sejam fornecidas todas
as informações necessá rias sobre onde ser á a sua aplica ção.

RECAPITULANDO

Neste cap ítulo, vimos que o motor síncrono é uma máquina que trabalha com velocidade constante,
além de ter sua velocidade proporcional à frequência de alimentaçã o.

Vimos também que essas má quinas síncronas têm o seu funcionamento baseado na aplica ção de
uma ddp alternada nos terminais do estator (que é a parte est ática, ou que não gira). E que, além
disso, é preciso excitar o campo giratório atravé s de uma fonte de corrente contínua, essa fonte CC
pode ser adquirida de um grupo retificador.
Esses motores têm aplicaçã o ampla na indústria, porém, para aplicações bem especí ficas, como
guindastes.
4 MOTORES SÍNCRONOS
// %

Transformador ?

Apesar de serem chamados de transformadores, estes equipamentos não transformam as


tensões, e sim, as modificam para atenderem à s necessidades de um determinado circuito elé-
trico que necessite de um valor de tensão diferente daquele que se tem na rede de forneci-
mento de energia elétrica. Sã o máquinas elétricas está ticas, destinam-se a transmitir energia
elétrica ou pot ência elétrica de um circuito a outro, induzindo tensões, correntes e/ou modifi-
cando os valores das impedâncias elétricas de um circuito elétrico.
Os transformadores só operam com tensão alternada na entrada (ou primário), e também,
só fornecem tensão alternada na sa ída ( secundá rio). Isso se dá devido às caracterí sticas ine-
rentes aos indutores, de criar uma for ça eletromotriz induzida, quando alimentados por uma
tensão pulsante ou variável, como é o comportamento da tensã o alternada.

•4
*

Figura 32 - Transformador
Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

Os transformadores elétricos s ã o equipamentos que modificam ní veis de tensão para fazer


determinados equipamentos elétricos e eletr ónicos funcionarem com valores de tensã o dife-
rentes da rede.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

5.1 CARACTER ÍSTICAS

Os transformadores t êm a função de elevar, reduzir ou isolar a tensã o de saí da, podendo ser:

a) Transformador redutor ou abaixador: fornece na saí da uma tensão menor que a da entrada;

b) Transformador elevador: fornece na saída uma tensã o maior do que a da entrada;

c) Transformador isolador: não eleva e nem reduz tensã o, ou seja, ele mant ém a tensã o de saída
no mesmo valor da tensã o de entrada.

O transformador isolador é utilizado em situa ções especí ficas, tais como isolaçã o galvâ nica 11 do circuito
alimentado pela saí da do transformador. Também é utilizado para limitar a corrente em caso de curto-
-circuito .

Transformadores sã o dispositivos que funcionam atrav és da induçã o de


corrente, de acordo com os princ í pios do eletromagnetismo, baseado
nos princ ípios eletromagné ticos da Lei de Faraday -Neumann- Lenz e da
CURIOSIDADES Lei de Lenz, que afirmam que é possí vel criar uma corrente elé trica em
um circuito, uma vez que esse seja submetido a um campo magnético
variável. E é por necessitar dessa variaçã o no fluxo magné tico que os
transformadores s ó funcionam em corrente alternada.

A refrigeraçã o dos transformadores é feita com óleo isolante, utilizado em transmissã o e distribuição
elétrica; e a seco, sendo realizada pelo pr óprio ar ambiente, geralmente utilizado em equipamentos eletró-
nicos, instrumentos de mediçã o e máquinas industriais.

Esses transformadores são compostos por núcleo e bobinas, os quais estudaremos a seguir.

NÚCLEO

O núcleo é fabricado com chapas laminadas de a ç o silício, montadas aos pares até chegar a sua largura
especificada total.
A finalidade do núcleo é conduzir as linhas magnéticas geradas pelo transformador, formando um cir-
cuito magnético.

111solação galvânica: é um principio de isolaçã o de seções funcionais de sistemas elétricos, para evitar o fluxo de corrente.
5 TRANSFORMADOR

Chapas E, I
Chapas C, I

Chapas C, C

Figura 33 - Formato dos núcleos dos transformadores


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Os formatos dos transformadores s ão definidos pelo formato dos núcleos, representados por letras,
conforme figura anterior.

BOBINAS

Também denominadas de indutor, têm a função de gerar o campo eletromagnético dos transformado-
res e são feitas a partir de fios com isolaçã o a verniz, conhecidos por fios magnéticos.

A bobina é formada por diversas espirais, ou seja, s ão fios enrolados em um carretel com vá rias voltas,
sendo chamado de enrolamento, como também são conhecidas as bobinas.

Os transformadores possuem dois tipos de bobinas:

a) Bobina primá ria: alimentada pela tensã o da rede;


b) Bobina secundária: aquela que retiramos a tensão para alimentar um equipamento ou carga
elétrica.

Figura 34 - Detalhes do bobinado do transformador


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

A bobina prim á ria é eletricamente isolada da bobina secundá ria, ou seja, nã o tem nenhuma liga ção
elétrica com a bobina secundá ria do transformador.

5.2 SIMBOLOGIA

A simbologia para transformadores pode ter diferentes formas, de acordo com a norma utilizada (ABNT,
IEC, DIN, etc.) e com a finalidade ou com a funcionalidade do equipamento em questã o.

TRANSFORMADORES

Núcleo de ferro Com blindagem


Com derivação
( ABNT ) ( ABNT)
1

(DIN / IEC) (IEC ) Acoplamento variá vel


( ABNT)
1

Autotransformador
( ASA)
( ABNT)
i
i
i
i

N úcleo de ferrite Transformador de (DIN / IEC)


i corrente
i
i
i

Figura 35 - Simbologias dos transformadores


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Os transformadores podem modificar valores de tensã o de um circuito para o outro, possibilitando a


transmissão da tensã o para grandes distâ ncias. Dando prosseguimento ao nosso conteúdo, iremos enten-
der como esse equipamento funciona, seus detalhes construtivos e formas de ligaçã o.
5 TRANSFORMADOR

5.3 IDENTIFICAÇÃO

Os transformadores possuem núcleos feitos com chapas de aç o-silício, podendo ser monof ásicos, com
o núcleo primá rio possuindo tr ês ou quatro fios; ou trif ásicos, que possuem tr ês pares de enrolamentos.

Na instala ção de um transformador, caso haja necessidade de saber qual é o bobinado de maior e o de
menor tensão, podemos chegar a essa conclusã o realizando testes de resist ência Ôhmica nos mesmos.
Nesse teste, teremos essa identifica ção considerando o bobinado com a resist ência mais alta como sendo
aquele de maior tensã o; e o de menor tensã o ser á aquele que apresentar menor resist ência.

WEG INDÚSTRIAS S.A . - TRANSFORMADORES DATA FAB.

ItUeTS BLUMENAU -SC CNPJ 00.010.500/ 0001 - 70


TRANSFORMADORTRIFÁ SICO
Ó LEO MINERAL
NORMA NBR 5440
|N° l VOLUME 220 L
_ 225 KVA CP
^2 POTÊ NCIA
< IMPEDÂ NCIA % PI 7421.0556
4*5
MASSA T.

t 2 6 TK 27
1015 kg

£
oo
AT TERMINAIS H 1 H2 H3 A §19 ^§ §* Jgí
-16
- 20
- 17
21
- 18 âfm
VOLTS POS COMUTADOR LIGA
mu
- - muVS 15

° f " I" T
V

<
13800
13200
1
2
13- 16 14 - 17 15- 18
16- 10 17- 11 18- 12 1
pJILIÍLI i
cr 12600 3 10- 19 11- 20 12- 21 •Hl * H2 * H3 O
te
r i T i
12000 4 19- 7 20- 8 21- 9 X3
O 11400 5 o
z 7- 22 8- 23 9- 24 <
6 22 - 4 23- 5 24 - 6 BT - X0 X 1 X 2 X 3
o
7 4- 25 5 - 26 6 - 27 220 / 127 V
Y

Figura 36 - Plaqueta de identifica ção de transformador


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Os dados elétricos do transformador sã o inseridos na plaqueta de identifica ção. Essa plaqueta é confec -
cionada em alumínio ou aço inox e nela estã o todas as informa ções construtivas resumidas e normatizadas
do equipamento, conforme exemplo anterior.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

5.4 DIMENSIONAMENTO

Para efetuar o dimensionamento de um transformador é necessário o conhecimento da engenharia


do projeto. Esse dimensionamento leva em conta todos os fatores relacionados aos elementos e detalhes
elétricos da instalaçã o a ser alimentada pelo transformador, uma vez que ele pode ser instalado para ali-
mentar uma carga específica, toda uma instalaçã o ou parte de uma instala çã o.

^ SAIBA
MAIS
Para mais informaçõ es acerca da produçã o, distribuição, tarifaçã o e consumo de ener -
gia elétrica aqui no Brasil, visite o site da ANEEL ( Agê ncia Nacional de Energia El é trica).

No dimensionamento s ão considerados itens como potência instalada; demanda (que é a energia con-
sumida em um determinado espa ço de tempo determinado); o levantamento de cargas; o fator de de-
manda (que é a relaçã o entre demanda má xima em um intervalo de tempo e carga que a instala çã o possui
(nominal); o fator de potência, etc.

5.5 FUNCIONAMENTO EM VAZIO E COM CARGA

O transformador opera segundo o princ ípio da indução mútua entre duas ( ou mais) bobinas indutiva-
mente acopladas, ou seja, os circuitos nã o são ligados fisicamente.

Para poder ser facilmente entendido, seu princípio de funcionamento se dá atravé s de aná lises, consi-
derando o seu funcionamento em vazio (ligado, mas sem alimentar nenhuma carga) e depois em carga
( alimentando alguma carga). É sobre eles que estudaremos a seguir.

ANÁ LISE EM VAZIO

Para analisar o comportamento de um transformador em vazio, ou seja, sem nenhuma carga ligada
à sua saída, consideremos um transformador ideal, aquele que não possui perdas. Essas perdas, quando
acontecem, manifestam-se na forma de aquecimento do núcleo ou do bobinado.

Tendo, ent ão, um acoplamento perfeito entre suas bobinas, esse transformador tem a tensã o V1 apli-
cada nos extremos do enrolamento primário de N1 espiras; assim, a permeabilidade magnética do núcleo
é bastante alta, já que não há dispersão de fluxo (perdas). Possuindo um fluxo total por se tratar de um
transformador ideal, este absorverá, portanto, uma corrente Ip (corrente de magnetização), fazendo com
que o fluxo total apareç a em ambas as bobinas.

A tensã o V1 far á surgir uma forç a eletromotriz (E) que, através do fluxo magnético, irá transferir ou refle-
tir as tensões de um lado para o outro. A tensã o que surgirá (V2) ter á um valor proporcional ao número de
espiras N2. Para efeito de c álculos de transformaçã o, utilizamos a seguinte fórmula:
5 TRANSFORMADOR

V1/V2 = N1 /N2

Sendo que:

VI: tensã o no primário;


V2: tensã o no secund ário;

N1: número de espiras no bobinado do primá rio;

N2: número de espiras no bobinado do secundá rio.

M An á lise
ri . li em vazio

~ 12 1
v7rri
Ei
Vi Jr
m v? .
Q2 M A
© 01
l_ 2
V : r Li

1 o
L
12
0m

.
Figura 37 - Transformador de núcleo de ferro, indutivamenteacoplado com os sí mbolos definidos em vazio
Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Nesse caso, conforme vimos na figura anterior, aplica- se ao enrolamento primá rio uma tensã o V1, dei-
xando o secundá rio aberto.

ANÁ LISE EM CARGA

Analisando o comportamento do transformador com uma carga acoplada, mesmo sendo um trans-
formador ideal (onde nã o existe perda por aquecimento das bobinas ou do núcleo), surge uma corrente
de carga ligada aos terminais do secund ário, que sã o os pontos de ligaçã o na saí da, e isso produz uma
corrente I2.

A corrente I2 produz sobre o núcleo uma for ç a eletromotriz N2/I2, a qual tende a conservar o fluxo pro-
duzido pelas V1 = EI, dessa forma, o fluxo não tem variaçã o.
Como não acontecem perdas no transformador ideal, o núcleo nã o absorve corrente e, consequente-
mente, não ocorre fluxo. Quando tratamos de transformador ideal, as pot ências no enrolamento primário
s ã o iguais às potências no enrolamento secundá rio.

Para se obter a rela ção das correntes do primário e secund ário, utilizamos a razã o entre as mesmas. Essa
rela çã o é inversa mente proporcional à rela ção entre as tensões do primário e do secund ário e o número de
espiras do primário e do secundário. A fórmula para isto é:
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

V1 A/2 = 12/11

Sendo que:

VI: tensã o no primário;


V2: tensã o no secund ário;

11: corrente do primá rio;

I2: corrente do secundário.

M Aná lise
l2 em carga
l2 I
jf
*\
I
Vi V 2 ^ Icargal
© L1 L21 02
J 1
1
.J I2
0m

Figura 38 - Transformador de núcleo de ferro, indutivamente acoplado, com os símbolos definidos com carga
Fonte: SENAI DR BA. 2018.

No caso em questã o, conforme vimos na figura anterior, observamos o enrolamento secundá rio quan-
do é efetivamente utilizado para alimentar uma carga.

5.6 TIPOS DE TRANSFORMADORES

Os transformadores t êm suas formas de aplica ção definidas em função da sua utilizaçã o, podendo ser
empregados como transformadores de for ç a (para envio da energia produzida nas usinas de gera ção e
"condicionamento" nas subestações); transformadores de distribuiçã o ( quando as concessionárias os utili-
zam para levarem energia até os consumidores);como transformadores de potencial ( quando o uso é para
uma máquina ou equipamento espec ífico); ou transformador de corrente (quando sua aplica çã o serve
para medir e monitorar a corrente que circula em alguns condutores de um painel ou instalaçã o).
Seus tipos sã o definidos com base no número de fases com que operam e podem ser do tipo:

a ) Monofásicos: são usados para alimentar equipamentos domésticos ou comerciais, trabalhando


com a transforma ção de 110 V em 220 V, e vice-versa. Também são usados industrialmente, na
alimenta ção de circuitos de comando;
5 TRANSFORMADOR

b) Trifá sicos: utilizados para condicionar as tensões vindas das subestações distribuidoras (normal-
mente da ordem de milhares de volts) a um nível que possam ser distribuí das nas ruas, pr édios
residenciais e comerciais e em setores específicos de instala ções industriais;

c) Polifá sicos: é uma varia ção dos transformadores trifásicos, porém, de uso mais restrito. Sã o usa-
dos em sistemas alimentados por redes trif ásicas que tenham a necessidade de um número maior
de fases, para permitir, quando houver necessidade, uma retificação mais efetiva da onda com-
pleta.

5.7 LIGA ÇÕ ES DE TRANSFORMADORES

Como visto no item anterior, as liga ções dos transformadores podem ser feitas de vá rias formas. Essas
ligações têm relaçã o total com o sistema de alimenta ção do transformador.
Os transformadores monofá sicos e trifá sicos têm suas particularidades no que diz respeito às liga ções.
É o que veremos a seguir.

SIMBOLOGIA

E de suma import ância reconhecer os símbolos empregados para representar os transformadores, bem
como todo e qualquer equipamento elétrico, para a correta interpretação e uso na realiza ção de serviços
de instala ção, reparos e manutenção dos mesmos.

-GO- NBR 5444

LJ NBR IEC 60617-6

n
Figura 39 - Simbologia e normas de um transformador monofá sico
Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Na imagem anterior temos a simbologia usada para transformadores monofásicos com a identifica ção
da respectiva norma que o define.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

MONOFÁSICOS

A alimenta ção dos transformadores monof á sicos é composta por uma ou duas fases Eles sã o muito .
utilizados em circuitos de pot ência, no comando de máquinas e nos equipamentos eletrónicos.

Também é importante frisar que existem transformadores monof á sicos que podem possuir mais de
uma bobina no primá rio, e também no secundá rio, que sâ o chamadas de transformadores de entradas e/
ou sa í das múltiplas.

LIGAÇÃO DE TRANSFORMADOR MONOFÁSICO COM TR ÊS FIOS

Este tipo de transformador possui tr ês fios no primá rio. Tamb ém chamado de transformador com deri-
vaçã o central, é constituí do por uma bobina para 220 V com uma derivaçã o central ( centertap ) que permite
dividir o primário em duas partes, de modo que temos a opçã o de aliment á-lo com a metade da tensã o,110
V, desde que se utilize a derivação central e uma das extremidades da bobina.
Atualmente, o normal é encontrarmos aparelhos e equipamentos elétricos que possuem seleçã o au-
tomá tica de tensão. Porém, equipamentos mais antigos possuem um transformador bivolt para sua ali-
menta ção, que usa uma chave para seleção da tensão de alimentaçã o, em 110 V ou 220 V. Podemos ver
na imagem a seguir a representa ção de um transformador com tr ês fios no primário, contendo uma chave
para seleção de tensã o de alimenta ção.

O
220 V 110V
o
o o
Entrada

220 V
110 V

0V

Figura 40 - Transformador monofá sico com trê s fios e chave 110 V/220 V
Fonte: SENAJ DR BA. 2018.

A chave de seleçã o de tensã o é um dispositivo de acionamento manual que possui contatos deslizantes
(chamada normalmente de chave HH). Essa chave comuta os contatos centrais com os da esquerda, para
uma tensã o, e do centro para a direita, para a outra tensão.
5 TRANSFORMADOR

Nunca inverta as liga ções do prim ário com as do secund ário.


Por exemplo, se voc ê tem um transformador abaixador de 220 V de entrada e 22 V de
FIQUE saída, a razã o entre as tens ões é a saí da com tensã o 10 vezes menor que a entrada.
ALERTA Se, por engano, voc ê ligar 220 V no enrolamento de menor tens ã o, vai sair 2.200 V,
ou seja, tensã o 10 vezes maior. Essa falha pode causar inc ê ndio ou danos aos enrola -
mentos e acidentes com as pessoas que estiverem em contato. Portanto, certifique -
-se antes de energizar.

Em muitos casos, o terminal central não fica exatamente no meio do bobinado, para compensar o fato
de que a tensã o não é exatamente 110 V, e sim 127 V.

LIGA ÇÃ O DE TRANSFORMADOR MONOFÁSICO COM QUATRO FIOS

Transformador monofásico é um tipo de transformador alimentado em 110 V e 220 V, que possui pri-
m á rio com quatro fios e é constituído de dois enrolamentos de 110 V isolados entre si, conforme mostrado
a seguir.

o o o
I1 1

110 V o 110 V o
Fi Fi
Ô
Entrada
110 V
O
o Saída Entrada
220 V i=S Sa ída

110 V 110 V
o o
F2 F2
o o o

Figura 41 - Liga çào de transformador monofásico com primá rio com 4 fios
Fonte: SENAJ DR BA. 2018.

A ordem de início e fim de cada um desses enrolamentos deve ser respeitada para evitar danos ao se
energizar o equipamento. É importante observar nesse tipo de arranjo de ligaçã o, ilustrado a seguir, que
os iní cios e os fins das bobinas (ou enrolamentos), indicados como II e 12, e F 1 e F2, respectivamente, são
alimentados paralelamente (em 110 V), e em sequência (para 220 V).
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

O
Rede Ii

F1
Secund ário
110 220
AT
Rede F,
O

O
Rede Ii

F1
110
V Secund ário

A
Rede
O

Figura 42 - Instala ção de chave HH em transformador monof á sico com primário com 4 fios
.
Fonte: SENAI DR BA 2018.

Por possuir mais fios, esse tipo de transformador requer mais cuidado na instalaçã o para que nã o ocorra
inversão dessa chave.

CASOS E RELATOS

Cuidado ao ligar transformadores

Ao instalar uma chave de seleçã o de tensã o na entrada do transformador monofá sico de uma má-
quina, para possibilitar sua liga ção nas tensões 110 V ou 220 V, Pedro, um instalador de sistemas
eletroeletrônicos industriais, nã o observou a indica ção impressa na chave e inverteu as liga ções.

Ao energizar com 220 V da rede elétrica, estando a chave na posição 220 V devido à inversã o, a saí da
do transformador forneceu o dobro do valor de tensão esperado, danificando o circuito eletrónico
da má quina.
Se antes de energizar ele tivesse realizado os testes com o ohmímetro, teria evitado o erro, pois na
posição 110 V o instrumento indicaria um pequeno valor de resist ência õhmica, uma vez que as duas
5 TRANSFORMADOR

bobinas estariam em paralelo e, na posição 220 V, indicaria um valor maior de resist ência devido à s
duas bobinas estarem ligadas em série.

Portanto, antes de fazer as confer ências necessárias para evitar danos e garantir o bom funciona-
mento da máquina, nunca energize um equipamento rec ém-instalado, modificado ou reparado.

A seguir estudaremos sobre os transformadores trifá sicos, sua simbologia e seu funcionamento.

TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Facilmente, em nossas cidades, visualizamos transformadores trifásicos nas ruas no alto de alguns pos-
tes, utilizados para transmissã o e distribuiçã o de energia em redes aéreas.

Nos ambientes industriais sáo capazes de funcionar com tensões em circuitos de potência. Por exem-
plo, se existir um transformador trifá sico de 380 V para 220 V, poderá alimentar uma máquina trif ásica de
220 V, desde que tenha potência suficiente para tal.

Os transformadores em geral, sejam trif á sicos ou monofá sicos, possuem núcleos feitos com chapas de
aç o silício e o bobinado é feito com fios de cobre.

SIMBOLOGIA

É necessá rio que se faç a a interpretaçã o correta dessa simbologia para que nos serviç os de instala ção,
reparos e manutenção, nã o se cometam erros que resultem em acidentes, mau funcionamento ou danos
a equipamentos e materiais.
Na imagem mostrada na sequência temos a simbologia usada para transformadores trif á sicos pela
ABNT NBR 5444 (Símbolos elétricos para instalações elétricas prediais) e IEC 60617 -6 (Graphical symbols
for diagrams, que significa símbolos grá ficos para diagramas). Entretanto, cabe destacar que a norma da
ABNT NBR 5444 apesar de ter sido cancelada e nã o possuir substituta, continua a ser utilizada pela área.

NBR 5444

uuu m IEC 60617-6


nnn
m
Figura 43 - Simbologia e norma de um transformador trifá sico
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I

Esses tipos de transformadores est ão sujeitos a vibra ções durante o funcionamento, por isso, devem ser
bem fixados nos locais onde serã o instalados, bem como seus terminais elétricos.

LIGAÇÃO DE TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

Assim como acontece com os motores, os transformadores trifá sicos industriais possuem alguns tipos
de fechamento que utilizam os fios ou pontas de liga ção e que são identificados por números.

DIAGRAMA DIAGRAMA
SÍ MBOLO E SÍ MBOLO E
DENOMINAÇÃ O ENROLAMENTO DE ENROLAMENTO DE DENOMINAÇÃO ENROLAMENTO DE ENROLAMENTO DE
ENTRADA DE TENS ÃO SAÍDA DE TENS ÃO ENTRADA DE TENS ÃO SAÍ DA DE TENS ÃO

A/Y
Triângulo - estrela Triângulo - triângulo

Y/A Y/Y
Estrela - triângulo Estrela - estrela

Figura 44 - Fechamentos do transformador trifásico


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Como mostrado na imagem anterior, as interligações entre as bobinas podem ter várias combinações,
em função da aplica ção desejada e das cargas a serem alimentadas, conforme estudaremos a seguir.

FECHAMENTO DE TRANSFORMADOR TRIFÁSICO (A / Y)

O "fechamento de transformadores" é um termo utilizado para definir as formas de interconex ão entre


as bobinas do primá rio e do secundá rio.

A conexã o triâ ngulo-estrela é mais empregada como transformador elevador em subestações de gera-
çã o. Vejamos um exemplo:

Em um transformador hipot ético, representado na imagem anterior, por exemplo, cada bobina pode
ser considerada contendo uma tensã o nominal de 220 V. Qual fechamento preciso fazer neste transforma-
dor trif ásico para alimentar com 220 V a entrada e retirar 380 V na sa í da?
5 TRANSFORMADOR

Para responder a essa questã o, veja as liga ções no diagrama a seguir.

Fase R 1 1 Fase R
O

220 V 380 V

Fase S
£ 2-0 Fase S

220 V 380 V

5
FaseT
£ -
2 0 FaseT

220 V 380 V

6 6

Figura 45 - Liga ção de transformador trifasico em triâ ngulo ( A) - estrela ( Y )


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Quando temos a ligaçã o estrela triâ ngulo, as tr ê s bobinas primárias são ligadas em paralelo, onde ob-
temos, entã o, a liga çã o triâ ngulo. As sa í das das tr ês bobinas do secundário são interligadas, em uma con-
figura ção estrela.
Dessa forma, na entrada temos 220 V da liga ção triâ ngulo e na saída estrela, 380 V.

FECHAMENTO DE TRANSFORMADOR TRIFÁSICO (Y / A)

Os transformadores abaixadores das subestações industriais possuem ligação no padr ão estrela-triâ ngulo.

Contextualizando, no mesmo transformador hipotético visto anteriormente, qual fechamento preciso


fazer para alimentar a entrada com 380 V e retirar 220 V na saí da ?

Observe as liga ções apresentadas no diagrama a seguir.


INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Fase R 1 1 Fase R
O

380 V 220 V

4
Fase S
O1 3 Fase S

380 V 220 V

3
5

FaseT FaseT
o-1
380 V 220 V

6 6

Figura 46 - Liga ção de transformador trifasico em estrela ( Y ) - triâ ngulo ( A)


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Analisando a imagem, vemos que nessa ligaçã o ocorre o inverso da anterior: na entrada, a ligaçã o estre-
la suporta 380 V e, na saí da, temos 220 V da liga çã o triâ ngulo.

Em um sistema elé trico de potê ncia, os transformadores usados em distribuiçã o de


energia t êm seus terminais identificados, além dos nú meros, por letras, sendo "H" as
SAIBA pontas do enrolamento do primário e " X" as do secundário.
MAIS
Para saber mais sobre transformadores de pot ê ncia, use um s / fede busca e consulte
fabricantes como ABB, Siemens, Toshiba e WEG.

Assim, para q uaisquer fechamentos que voc ê for realizar, deve seguir as indica ções da placa de ligações
do transformador e/ou consultar o catá logo do fabricante.
5 TRANSFORMADOR

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você conheceu os transformadores, equipamentos que tornam possí veis as modifi-
.
cações nas tensões Abordamos o princípio de funcionamento, sua utilizaçã o, caracterí sticas cons-
trutivas, tipos e ligações, e aspectos referentes à sua instala ção.

Mostramos a instalaçã o da chave de seleçã o de tensão para transformadores monofásicos e as prin-


cipais liga ções de transformadores trif ásicos industriais, como instalador de sistemas eletroeletr ô-
nicos industriais. Que essas informa ções sejam apenas o ponto inicial de um estudo e aprendizado
continuado.
Finalizamos aqui o nosso capítulo sobre esses equipamentos vitais para a transmissão, distribuiçã o
e condicionamento de energia elétrica, os transformadores. Refor çando o que foi indicado, procure
entender um pouco mais desses equipamentos, buscando manuais de fabricantes e literaturas es-
pecí ficas.
Infraestrutura de sistemas el é tricos industriais m? /0*

Um sistema elétrico consiste no agrupamento e interconex ão de equipamentos, dispositi-


vos e elementos de circuitos elétricos, para que, atuando em conjunto, e de uma forma devi-
damente predeterminada e coordenada, possa (independente da complexidade) realizar ati-
vidades como geração, transmissã o, condicionamento e distribuiçã o de energia elétrica; assim
como, a utilizaçã o, medição, proteçã o e manobras em instalações elétricas, ou em equipamen-
tos e máquinas elétricas; e ainda, a seguranç a desses circuitos e suas instala ções.

Todas essas variáveis são agregadas e podem ser desenvolvidas paralelamente a serviç os
de engenharia de montagem e construçã o civil, serviç os metalúrgicos e de caldeiraria, entre
outros.

Assim como para as instalações prediais, na indústria é necessário executar as instalações


elétricas de maneira adequada, correta, atendendo a normas e determina ções. Para isso, é de
suma relevâ ncia montar uma infraestrutura que atenda a necessidade a que se pretende.
Dessa forma, para que os profissionais da á rea de elétrica possam atuar na montagem, ma -
nutenção, inspeções e modificações de sistemas elétricos de geraçã o, distribuiçã o, controle,
dados, proteção ou manobra, é necessário saber como é montada a infraestrutura para cada
aplica ção.

Figura 47 - Parte da infraestrutura de um sistema elétrico industrial


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Neste capítulo, iremos apresentar a infraestrutura dos sistemas elétricos industriais, tratando das suas
caracter ísticas, tipos, funcionalidades, materiais e acessórios. Vamos conhecer também os detalhes téc -
nicos dos principais elementos da infraestrutura de sistemas elétricos industriais; bem como, aprender a
diferenciar esses sistemas e suas peculiaridades. E ainda teremos informa ções norteadoras para uma atu-
a ção segura e correta, quanto à realizaçã o de montagens e serviç os diversos de natureza elétrica, dentro
dessas infraestruturas.

6.1 APLICAÇÕ ES CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

As diversas normas e orientações acerca da montagem e instalaçã o de sistemas elétricos est ão presen-
tes desde a geração de energia, passando pelas concessioná rias até chegar ao ponto de carga, que são os
pontos de consumo (normalmente em baixa tensão).

Por tratar especificamente de situa ções com tensão elétrica em valores que contemplam a faixa utili-
zada no setor industrial, a norma da ABNT NBR 5410 constitui-se como a principal norma a ser seguida no
setor. E isso fica bastante claro nos objetivos estabelecidos:

1.1 Esta norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instala ções elétricas
de baixa tensão, a fim de garantir a seguranç a de pessoas e animais, o funcionamento
adequado da instala çã o e a conserva çã o dos bens.

1.2 Esta norma aplica-se principalmente à s instalações elétricas de edificações, qualquer


que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviç os, agropecuário,
.
hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré- fabricadas. (ABNT NBR 5410, 2004, 2008)
Existem diversas NBR e/ou Normas Regulamentadoras - NR de seguranç a e orienta ções variadas, sobre-
tudo para o setor elétrico, e que devem ser rigorosamente atendidas.

Vejamos a seguir algumas destas normas:

a ) Norma Regulamentadora n° 10 - NR 10 (2004, p. 6), Seguranç a em Instala ções e Serviç os em Ele-


tricidade, determina que nas instalações e serviç os em eletricidade deva ser adotada sinaliza ção
adequada de seguranç a destinada a advert ência e identificaçã o, obedecendo ao disposto na NR
26 - Sinaliza çã o de Seguranç a;

b) Norma Regulamentadora n° 26 - NR 26 (2011, p. 1), que trata da Sinalizaçã o de Seguranç a, no


item 26.1.2, cita: "as cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de
seguranç a, de limitar áreas [...] e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas
t écnicas oficiais";

c ) Norma da ABNT NBR 7195 (1995), da Associaçã o Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT), que trata
do estudo de Cores na Seguranç a do Trabalho, menciona que a cor alaranjada é empregada para
indicar perigo.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

. ...
No item 3.1.2 (p 1-2) desta norma define-se que " a cor alaranjada deve ser empregada para identifi-
car":

- Partes móveis e perigosas de má quinas e equipamentos;


- Faces e proteções internas de caixas de dispositivos elétricos que possam ser abertas. (ABNT NBR
7195, 2018).

É importante deixar claro que a ABNT NBR 5410 não se aplica a algumas instala ções elétricas de baixa
tensão, diferenciadas, como veículos automotores, embarcações e aeronaves, veículos e instalações de
tra ção elétrica, redes públicas de distribuição de energia e ilumina ção, entre outras instalações. Entã o, o
profissional da á rea de elétrica precisa se informar se a sua área de atuaçã o é contemplada pela ABNT NBR
5410, para orientar na conduçã o do seu trabalho.

Embora tenhamos nas normas as principais orientações e exig ências para a realiza -
| \ FIQUE çâ o das atividades té cnicas, algumas delas s ã o modificadas ou canceladas. Portanto,
•J
ALERTA
—^
busque sempre mais informa çõ es sobre o tema visitando o site do Minist é rio do Tra -
balho e Emprego.

6.1 .1 CARACTER ÍSTICAS

Conforme a ABNT NBR 5410, as caracterí sticas dos circuitos elétricos classificam as instalações e siste-
mas elétricos da seguinte forma:
a ) Instalaçõ es em tensã o reduzida ou extra- baixa tensão: os sistemas elétricos das instala ções
de tensão reduzida sã o aqueles onde se opera com tensã o elétrica de valor menor ou igual a 75
V quando em corrente contínua (CC); ou de valor menor ou igual a 50 V para corrente alternada
(CA). Nesse contexto, temos principalmente os circuitos de tr áfego de dados e comunicaçã o, a
instrumenta çã o industrial e a automação;

b) Instala ções em baixa tensão (BT): s ão sistemas elétricos compostos por instalações, onde te-
mos um ní vel de tensã o com um valor nominal superior a 75 V, e igual ou inferior a 1500 V em
corrente contínua (CC), ou ainda, superior a 50 V e igual ou inferior a 1000 V em corrente alterna-
da (CA). Esses sistemas se referem aos circuitos de alimenta çã o, distribuição, comando, controle,
alarmes, sinaliza çã o e ilumina ção de aparelhos, máquinas e equipamentos, podendo ser no âm-
bito residencial, comercial e, principalmente, industrial;
c ) Instalaçõ es em média tensão MT e alta tensã o ( AT): sã o definidos como sistemas elétricos de
instalaçã o em alta tensã o, aqueles onde o valor da tensão elétrica presente seja superior aos va-
lores definidos para baixa tensão. Nesses sistemas, a tensã o pode chegar, inclusive, a valores até
36.000 volts (MT); at é a vá rias centenas de milhares de volts (AT), e muito alta tensão (MAT), cujo
ní vel de tensão está entre 15.000 e 400.000 volts. Os sistemas em q uest ã o sã o relacionados, so-
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

bretudo, à geraçã o, transmissã o e distribuiçã o de energia elétrica. Trata-se dos elementos ineren-
tes à s estações geradoras e suas linhas de transmiss ã o, subestações elevadoras e abaixadoras de
tensão; distribuiçã o urbana e rural de energia elétrica; e algumas instala ções industriais. (ABNT
NBR 5410, 2004, 2008).

Figura 48 - Centro de controle e distribuição de subestação de média tensão


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As características das instalações e sistemas elétricos nos mostram a razão pela qual o setor industrial é
onde a ABNT NBR 5410 mais se aplica, devido ao ní vel de tensão que normalmente é usado no setor que
é considerado Baixa Tens ão (BT). Contudo, é importante frisar que mesmo cobertas pela ABNT NBR 5410,
essas instalações e sistema também est ã o sujeitos, nos aspectos que forem pertinentes, à s regras e à s nor-
mas estabelecidas pelas autoridades reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade locais e
regionais, para fornecimento de energia.

É necessá rio estar sempre atento à s NR e NBR, porque sã o as norteadoras do nosso trabalho.

6.1.2 DIMENSIONAMENTO

Quando nos referimos ao dimensionamento de sistemas elétricos, primeiramente, temos obrigatoria-


mente que considerar qual é a natureza ou a classificaçã o desse sistema, bem como, todos os equipamen-
tos e componentes que estar ã o ligados ao circuito ou circuitos elétricos que o compõe.

Para sintetizar, dimensionar sistemas elétricos envolve as atividades que desenvolvem e realizam os
c á lculos das pot ências, as tensões e correntes que irã o estar presentes ou circular nesse sistema, a deter-
minaçã o dos condutores e dos equipamentos e dispositivos de controle, sinaliza ção, proteção e alarmes
envolvidos; levando em conta seu funcionamento em condições normais (respeitando as situa ções de
opera çã o sem carga e também com carga, determinando o comportamento dinâ mico desse sistema), e
também considerando as condições anormais e transit órias, as situa ções de falta, falhas e defeitos, as ins-
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

tabilidades, os desequilíbrios (como as sobrecargas e aterramentos) e curtos- circuitos, os fenômenos na-


turais (como descargas atmosféricas e umidade relativa do ar), e os impactos que essas condições podem
causar nos circuitos e no sistema como um todo.

Evidentemente, quanto maior e mais complexo for o sistema em questã o, o seu dimensionamento ser á
de maior complexidade e mais cara ser á a sua implanta ção. Para contextualizar, citamos enormes diferen-
ç as entre os sistemas, s ão eles:
a ) Sistemas residenciais: onde temos principalmente iluminação, climatizadores, computadores,
eletrodomésticos, aquecedores, torneiras e chuveiros elétricos, dentre outros;
b) Sistemas comerciais: guardam caracterí sticas semelhantes aos sistemas residenciais; por ém,
leva em conta algumas má quinas e aparelhos mais sofisticados e robustos, como copiadoras,
aparelhos de fax, centrais de telefonia e computadores, pequenos geradores, dentre outros;

c) Sistemas industriais: apesar de possuírem algumas das caracter í sticas citadas anteriormente,
s ã o sistemas de complexidade alta, que agregam características de condicionamento, distribui-
çã o, controle e monitora ção de energia elétrica, que é aplicada para o funcionamento de máqui-
nas e equipamentos que compõem o meio produtivo;
d) Sistemas elétricos de potência ( SEP): sã o os sistemas elétricos que englobam as atividades de
geração, transmissão e distribuiçã o de energia elétrica. Nesse contexto, temos as interligações
entre as centrais elétricas de geraçã o, as subestações de transformaçã o e de condicionamento, e
as linhas de distribuição e recepção.

Figura 49 - Estrutura elétrica de sistema elétrico de potê ncia (SEP )


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A metodologia e a utiliza çã o correta dos critérios para dimensionamento de sistemas elétricos s ão de-
finidas por normas (especialmente, destacamos a ABNTNBR 5410). Essas normas s ã o criteriosamente utili-
zadas atravé s de estudos, por empresas e profissionais da área de engenharia e projetos, que sã o responsa-
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

veis por esse dimensionamento. A execuçã o e montagem desses sistemas dever ão ser realizadas somente
por empresas e profissionais qualificados e habilitados.

6.1.3 SIMBOLOGIA

Como visto em capítulos anteriores, a simbologia elétrica objetiva definir símbolos gr á ficos únicos
para a utiliza ção na elaboraçã o, dimensionamento, desenvolvimento e modifica ções de projetos de sis-
temas elétricos e seus circuitos; bem como, para o entendimento, montagem, manutenções e reparos
dos mesmos. Sua utilização se d á através de desenhos técnicos ou diagramas dos diversos circuitos elétri-
cos, eletroeletrônicos ou eletromec ânicos, independentemente da sua natureza ou complexidade. Nesses
projetos, diagramas e desenhos elétricos, temos as inter -rela ções, interligações e interdependências dos
diversos componentes, condutores e dispositivos desses sistemas.

De uma forma geral, seja com objetivo didá tico, para desenvolvimento, para projeto, montagem, mo-
difica çã o, manutenção ou reparos, a nível residencial, comercial, industrial ou de geração e distribuição,
a simbologia tem a funçã o de representar e esquematizar, graficamente, os sistemas e circuitos elétricos.
Para a identificaçã o literal da simbologia dos elementos dos sistemas e circuitos elétricos, é amplamen-
te utilizada a norma da ABNT NBR 5280.

Muito importante, porém, é informar que essa norma foi cancelada pela ABNT, sem substituição, em 14
de junho de 2011; mas continua sendo usada, sem restrições, no meio elétrico industrial.
Existem normas nacionais e internacionais que padronizam as simbologias utilizadas nos principais
componentes e dispositivos de sistemas elétricos, sã o elas: ABNT - Associaçã o Brasileira de Normas Técni-
cas; DIN - Deutsches Institut fur Normung (Alemanha); ANSI - American National Standards Institut (EUA);
JIS - Japanese Industrial Standards Comiteé (Japão) e IEC - International Electrotechnical Comission (Eu-
ropa).

As tabelas contendo a simbologia elétrica usada pela ABNT, e a comparaçã o com as


SAIBA normas internacionais, s ã o facilmente vistas em apostilas, imagens e materiais diversos
MAIS .
disponíveis na internet Pesquise em sites de busca utilizando as palavras: simbologia
+ el étrica + ABNT, e encontrar á a simbologia completa.

A simbologia é única para cada componente ou dispositivo e, com isso, evita dúvidas ou interpretações
erradas; e são complementadas por uma simbologia literal, que utiliza letras e números.

6.1.4 IDENTIFICAÇÃO

Um sistema elétrico tem como finalidade disponibilizar a energia elétrica ao consumidor, de modo que
possa ser utilizada adequada e corretamente pelos usuários finais ou receptores. Portanto, podemos tratar
como sistema elétrico as instala ções de aparelhos, ou até mesmo das máquinas elétricas.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

A identificação dos sistemas elétricos é feita de forma diferente, de acordo com a necessidade ou linhas
de aná lise.

Como dito anteriormente, essa funcionalidade est á relacionada à responsabilidade pela geraçã o, distri-
buiçã o, ou ainda, a utilizaçã o da energia elétrica; e é tratada por alguns autores como sendo a "representa-
çã o material de ideias" na á rea elétrica.

Fazendo uma abordagem mais espec í fica das funções dos sistemas elétricos, somos levados a tratar das
chamadas subdivisões desses sistemas. As principais subdivisões ou subsistemas são: gera ção, transmis-
s ão, distribuiçã o, mediçã o e proteçã o.
a ) Sistemas de gera ção: é como s ã o chamados os sistemas responsá veis pela produçã o de energia
elétrica, em alta tensão ( AT); sua infraestrutura contempla as usinas hidrelétricas, eólicas e terme-
létricas;
b) Sistemas de transmissã o: também chamados de sistemas de transporte, é referente à s vias ou
cabos de condução da energia elétrica, desde as centrais geradoras até os pontos de utiliza çã o, ou
usuá rios finais. A transmissão é feita em muito alta tensão (MAT), alta tensão ( AT), normalmente
utiliza torres bastante altas, e centenas de milhares de quilómetros de cabo, como infraestrutura.

Figura 50 - Estrutura elétrica de sistemas de transmissã o de energia elétrica


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

c) Sistemas de distribuiçã o: sã o responsá veis pelo abastecimento aos usuários finais de energia
elétrica. Esse subsistema é responsá vel pelo condicionamento da energia elétrica, de modo a
deix á-la no ní vel de tensã o adequado para cada consumidor. Normalmente, esses sistemas est ão
localizados próximos aos centros ou pontos de consumo. São responsáveis também por fazer
a adequa ção da tensã o para os ní veis necessários, que pode ser para média tensã o (MT), nor-
malmente para utilizaçã o por consumidores industriais; ou baixa tensã o (BT), para utilizaçã o por
consumidores industriais, comerciais ou domésticos. A importante infraestrutura desses subsis-
temas agrega as subesta ções abaixadoras (que reduzem o ní vel de tensão) e, dependendo do
INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

caso, elevadoras ( que elevam o ní vel de tensã o); com seus respectivos dispositivos para proteção,
seccionamento (ou corte) e direcionamento das linhas que seguir ão at é os pontos de consumo
industrial e doméstico.

Voc ê já observou que em redes de alta tens ã o existem algumas bolas na


cor laranja ? Elas s ã o de fibra de vidro e servem como sinalização visual
CURIOSIDADES para que pilotos de aeronaves possam ser orientados do perigo iminen-
te naquele local .
( Fonte: COPEL, c2011) .

d) Sistemas de medição: os sistemas de medição s ã o utilizados para realizar as medições das


diferentes grandezas elétricas. Para o controle das instalações elétricas, é necessário vigiar um
conjunto de grandezas elétricas, seja na geração, na distribuição, no controle ou no consumo. Eles
se valem de instrumentos e sistemas analógicos (normalmente eletromec â nicos, com ponteiro e
escala ) e digitais (com displays, ou monitores, e transmissão de dados). Embora sejam vá rias as
grandezas elétricas existentes, normalmente os sistemas de medição contêm, principalmente,
as seguintes: tensã o (alternada e contínua); corrente (alternada e contínua); potência (que, de
acordo coma situa çã o, pode ser tratada como ativa, reativa ou aparente); energia (ativa e reativa);
frequência e fator de potência (cos cp).

Figura 51 - Estrutura elé trica de sistemas de medição de energia elé trica


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

A sua infraestrutura pode ter desde simples voltímetros, amper ímetros, wattímetros e outros instru-
mentos dedicados, passando por analisadores de rede, at é complexos equipamentos microprocessados,
com altíssima velocidade e capacidade de processamento e informa çã o.

e) Sistemas de proteçã o: é um sistema estruturado para proteger instalações diversas (inclusive


dos subsistemas citados anteriormente), má quinas, equipamentos e elementos tecnológicos,
para que estes nã o venham a sofrer danos, ou qualquer tipo de acidente.

Tratar dos sistemas de proteçã o exige aná lises específicas de situa ções, necessidades e possibilidades.
Dessa forma, podemos dizer que sua infraestrutura é composta basicamente por fusíveis, disjuntores, re-
lês, chaves, seccionadores, religadores e dispositivos inteligentes. Outro ponto importante quanto aos sis-
temas elétricos de proteção é o que trata da seletividade e da coordena ção na atua ção desses sistemas .
A seletividade faz refer ência à garantia que os dispositivos (disjuntores, fusíveis, relés) devem oferecer,
de que, se vierem a atuar, promovendo o desligamento, que seja de maneira r ápida e precisa, de modo a
eliminar as falhas e faltas, promovendo o desligamento apenas dos circuitos onde o defeito acontece, ou
que estejam sendo alimentados por ele, de uma forma que não influencie ou interrompa o fornecimento
para outros circuitos onde não exista problema.
Já a coordenaçã o se refere à s consequências da atuação desses sistemas, levando em conta os riscos
para pessoas, instala ções e equipamentos. Existe a coordenaçã o do tipo 1, onde o desligamento deve ser
seguro e eficaz para as pessoas e instala ções, mas pode ocorrer danos a alguns componentes; e a coorde-
nação do tipo 2, onde o desligamento deve ser seguro e eficaz para as pessoas e instalações, sem danos
severos para os componentes, sendo aceito apenas uma leve fusã o de alguns contatos, sem deformação
dos mesmos.

Ainda, há que se considerar os chamados ní veis de atua ção, que pode ser principal (aquele que dever á
atuar primeiro), de retaguarda (tratada como nível de socorro, atua na ocorr ência de falha da proteção
principal) e auxiliar ( servem de auxílio para as proteções principal e de retaguarda, trabalhando na sinaliza-
çã o, alarme, temporiza ção, intertravamento e outros).
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

6.2 TIPOS

Existem v ários tipos de infraestruturas que são utilizados para os diversos sistemas elétricos existentes
nas instalações elétricas prediais, comerciais e industriais. As principais diferenç as entre elas s ão a comple-
xidade das instalações e a potência a ser instalada.
O setor industrial é um grande consumidor de energia elétrica; ent ão, após a geraçã o e transmissã o a
partir das grandes usinas geradoras, ao chegar nas indústrias, esses sistemas podem ser tipificados como
de distribuição, controle, monitoraçã o, proteção, comunica ção, trá fego de dados e outros. De modo geral,
s ão as estruturas e painéis elétricos de média e baixa tensã o, das instala ções elétricas industriais, que de-
vem ter adequa ção com as normas de seguranç a, como: NR 10 (Seguranç a em Instala ções e Serviç os em
Eletricidade); NR 26 (Sinalização de Seguranç a); NR 12 (Máquinas e Equipamentos); NR 35 (Trabalhos em
Altura); dentre outras.
Os sistemas elétricos industriais possuem elementos especí ficos para cada função; mas a infraestrutura
é basicamente as mesmas para as instalações físicas de pr édios, galpões e salas. A infraestrutura possui
elementos como equipamentos, materiais, dispositivos e acessórios, distribuí dos em estruturas abertas ou
abrigadas, podendo ser no piso (máquinas, motores, transformadores, aterramentos, etc.); aéreos (eletro-
calhas, leitos, cabeamento, racks , etc.); em paredes (perfilados, painéis, alarmes, sinalizadores, eletrodutos,
etc.); subterr â neos ( galerias e tubula ções); ou em painéis (trilhos, canaletas, prensa- cabos, dentre outros).
Aqui falaremos sobre os principais tipos de acessórios que integram essa estrutura.

Quando falamos do setor industrial, estamos fazendo referência ao meio produtivo dos bens e pro-
dutos de consumo; e os sistemas elétricos sã o uma das mais importantes das partes integrantes do meio
produtivo. Logo, a infraestrutura desses sistemas elétricos tem import ância e relevâ ncia proporcional.
Vejamos a seguir os principais elementos e acessórios que compõem a infraestrutura dos sistemas elé-
tricos industriais.

6.2.1 PERFILADOS, ELETROCALHAS, LEITOS E ACESSÓRIOS

Os perfilados, eletrocalhas, leitos e acessórios, s ã o os principais elementos da infraestrutura elétrica


industrial, voltada para a distribuiçã o, acomoda çã o e arruma ção de fios e cabos de fins variados (for ç a,
iluminaçã o, dados, controle, etc.). Conheceremos, em seguida, esses importantes elementos.

PERFILADOS

Os perfilados sã o utilizados, sobretudo, para a distribuiçã o de fios e cabos, e sustentar tomadas, luminá-
rias e refletores. Sua fixaçã o é aparente, o que facilita muito sua manutenção e inspeçã o periódica; e ainda,
possibilita praticidade e facilidade, na necessidade de ampliação do sistema.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Figura 52 - Perfilado/detalhe de perfilado sustentando luminá ria


Fonte: SENA] DR BA. 2018.

São versáteis, seus perfis sã o fabricados em aço-carbono galvanizado 12, padronizados em dimensões
de largura x altura (L x A). Sã o comercialmente encontrados com medidas de 38 x 19 mm, 38 x 38 mm ou
38 x 76 mm em comprimentos de 6 metros. Sã o intercambiáveis entre si, independentemente de suas
dimensões, para utilizaçã o em instala ções elétricas de pequeno e médio porte, onde constituem um sis-
tema completo e organizado. Normalmente, sã o aplicadas em instala ções suspensas ou aéreas, no teto e
também em forros.
Os perfilados podem ser denominados lisos, com dois furos nas pontas para encaixe de outros perfila -
dos ou acessórios; e também perfurados, com furos em formato oblongo 1J para fixa ção e ventila ção dos
fios e cabos, distribuí dos em toda a extensão do perfilado .
São facilmente encontrados em galpões industriais, em lojas, estacionamentos de pr édios, shopping
centers e grandes escritórios.

ELETROCALHAS

Também tratadas como bandejas, as eletrocalhas sã o utilizadas para a conduçã o de fios e cabos, e para
distribuição de energia elétrica, dados, comunicaçã o e telefonia, sinais de voz ou imagem. Sua aplicaçã o se
dá em instala ções aéreas, aparentes ou sob o piso elevado.
Normalmente são fabricadas em chapas de aço SAE141008/1010, podendo ser pr é-galvanizadas (PG) ou
galvanizadas a fogo (GF) com formato de "U" ou "C".
Podem ser convencionais ou aramadas. E a especificação do tipo a ser utilizado é determinada pelo uso
previsto, ou por determina ções técnicas.

12 Galvanizaçã o: processo que recobre materiais com uma camada de zinco metálico, para protegê -las contra a oxidaçã o.
130blongo: é uma forma geométrica que possui mais comprimento que largura, como um furo alongado.
14 SAE: código da SAE ( Societyof Automotive Engineers - EUA), para classificar a ços e suas ligas, baseado na sua composição
quí mica.
INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Elelrotdlha convencional Elelrocdlhd aramada

Figura 53 - Estruturas com eletrocalhas convencionais e armadas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

As convencionais s ão fabricadas totalmente perfuradas, para proporcionar ventila ção aos cabos nelas
acomodados, atrav és de furos oblongos em todo o seu corpo; ou lisas, com furos oblongos somente nas
extremidades, para serem usados na uniã o das fixa ções e emendas. Já as eletrocalhas aramadas sã o fa-
bricadas com varões soldados. Permitem maior visibilidade, são mais leves e permitem acesso mais fácil.
Nelas, o aquecimento do cabeamento e a deposição de sujeiras e impurezas sã o menores.

Além disso, as eletrocalhas são produzidas com dimensões padronizadas, com alturas que v ã o de 25 a
300 mm; e larguras de 50 a 800 mm, podendo ter tampas ou não. Independentementedo tipo, podem ser
aplicadas nas instalações industriais, prediais, comerciais, shopping centers, em galpões, etc.

LEITOS

Conhecidos também comoeletroleitos, os leitos servem de suporte e via de conduçã o, dos diversos fios
e cabos, com seções transversais variadas, ou seja, fios e cabos leves ou pesados de um ponto para outro
da instala ção. Sã o estruturas feitas com aç o-carbono geralmente parecidos com escadas, com longarinas ^
unidas por travessas.

15 Longarinas: sã o as barras laterais (longitudinais) da montagem dos leitos.


6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Figura 54 - Estruturas com leitos para cabos elétricos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Normalmente sã o encontrados comercial mente, em vã os de 3 metros, que podem ser facilmente am-
pliados com a junçã o entre mais vã os. Oferecem alguns benefícios para a estrutura, como excelente ven-
tila ção dos cabos e fios; facilidade para manutenções e inspeções da rede; facilidade para ampliaçã o ou
expansã o das linhas; suportar cabos pesados, entre outros.

Apresentam como principais inconvenientes: a relativa dificuldade para manuseio e a incompatibilida-


de com pequenos ambientes.

ACESSÓRIOS

De uma forma geral, podemos dizer que os acessórios para perfilados, eletrocalhas e leitos, são os mes-
mos, respeitando as devidas propor ções. Sã o peç as e recursos destinados à intercambialidade' 6, sustenta-
çã o, junção e direcionamento dos mesmos.

VwJ 1
J

Figura 55 - Acessórios para perfilados, leitose eletrocalhas


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

16 Intercambialidade: trocas e adaptações entre as peças.


INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II

Os acessórios em quest ão são curvas (internas, externas, laterais, frontais e traseiras), tirantes, mãos
francesas, porcas com e sem mola, suportes, sapatas, juntas em formatos L, T ou X, grampos, cantoneiras.
É importante destacar que quanto aos perfilados, existem acessórios bem específicos, como caixas para
tomadas, ganchos de suporte para luminá rias e refletores, caixas de derivaçã o e outros.

6.2.2 BARRAMENTOS E ACESSÓRIOS

Quando tratamos de sistemas e circuitos de instalações elétricas, ao falar de barramentos, estamos nos
referindo a condutores maciç os e sólidos com área transversal de formato retangular, muito utilizados para
distribuição de energia elétrica em estruturas mais robustas. Os acessórios relacionados aos barramentos
sã o basicamente para sua fixa ção e isolaçã o.

Os barramentos normalmente sã o utilizados para distribuição das fases, de aterramento, ou de car-


ga neutra. Atualmente existem os chamados "barramentos pente", que possuem encaixes em forma de
forquilha 17, que se adaptam perfeitamente aos bornes18 de liga ção de disjuntores, facilitando bastante a
montagem de sistemas de distribuição de baixa tensão.

Figura 56 - Barramentoelétrico
Fonte: SENAJ DR BA. 2018.

Na utiliza çã o de barramentos, quando não se precisar utilizar o barramento completo, corta-se as barras
no tamanho adequado e deve-se tampar as pontas que sobrarem (laterais) ou isolar as mesmas com fita
isolante.

ACESSÓRIOS

Os principais acessórios para os barramentos s ão os isoladores e seus suportes, os pilares e os espa-


çadores. São peç as e elementos destinados à fixa ção dos barramentos e para proporcionar seguranç a e
proteçã o.

17 Forquilha: é uma forma bifurcada, onde uma haste se divide, tomando forma de U .
18 Bornes: são peças metálicas, com ou sem revestimento isolante, onde chega ou passa, e se fixa um fio ou cabo.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS

Figura 57 - Acessórios para barra mentos elé tricos


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.

Os acessórios para barramentos, sobretudo, s ão normalmente fabricados com materiais isolantes de


alta resistênciaíf sica, como resinas de epóxi ou poliéster, reforç ados com fibra de vidro. E são sempre pro-
duzidos nas cores de seguranç a, obedecendo as normas pertinentes.

6.2.3 CANALETAS E ACESSÓ RIOS

As canaletas servem para organizar os condutores elétricos de forma adequada no painel de comando.
Sã o feitas de plá stico PVC (cloreto de polivinila) com propriedades antichamas, ou seja, para não propagar
as chamas em casos de incêndio.

Canaleta Canaleta Canaleta


fechada aberta semiaberta

Figura 58 - Tipos de canaletas


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
100

As canaletas podem ser fabricadas com as laterais fechadas e também com rasgos ou perfura ções la-
terais transversais, para dar passagem aos cabos e condutores dos circuitos elétricos. Elas podem ser dos
seguintes tipos:

a ) Fechadas: sem nenhuma abertura lateral (usadas normalmente onde nã o sã o planejadas altera-
ções na fia ção);

b) Abertas: com as aberturas laterais abertas no encaixe da tampa (facilitam ao má ximo as modifi-
cações e altera ções com colocação e retirada de cabos);

c) Semiabertas: com aberturas laterais incompletas, ou seja, as aberturas n ão atingem o encaixe


da tampa da canaleta (permitem com relativa facilidade, modifica ções e alterações com coloca-
çã o e retirada de cabos). A parte superior é a tampa, que é encaixada ao término da montagem e
instalaçã o.

Comercialmente, encontramos canaletas em tamanhos e dimensões padronizados em milímetros, para


as medidas de largura (L) e altura ( A). Encontramos canaletas com combina ções (L x A) feitas com as se-
guintes dimensões: larguras em 15, 20, 30, 50, 60 e 80 mm; e as alturas em 20, 30, 50, 80, e 100 mm. Esses
tamanhos s ão escolhidos em função da quantidade de condutores e de sua bitola ou seçã o transversal.

Na utiliza çã o das canaletas podemos realizar a montagem, fazendo o acabamento de duas maneiras,
colocando as tampas com acabamento em â ngulo reto (â ngulo de 90°) ou em â ngulos de 45° nos cantos
externos. Essas duas formas de montagem sã o definidas pelo padr ã o est ético escolhido pelo montador,
nã o tendo influência funcional.

Acabamento 90° Acabamento 45°

Figura 59 - Tipos de acabamento das canaletas plá sticas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As canaletas s ão fixadas na placa de montagem da mesma forma que os trilhos: por rebites ou por pa-
rafusos, e ainda (em casos de painéis de menor porte) por fitas adesivas de dupla face, com alto poder de
ader ência. Canaletas conferem est ética, organizaçã o e seguranç a ( já que acomodam os cabos, isolando-os
do ambiente externo às canaletas) ao painel elétrico.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
101

ACESSÓRIOS

Como as canaletas sã o fixadas diretamente nas placas dos painéis elétricos ou paredes, são elementos
que normalmente não necessitam de acessórios. Quando necessá rio, normalmente no ambiente indus-
trial são feitos suportes de sustentaçã o, utilizando perfilados. Nos ambientes comerciais e residenciais, os
sistemas el étricos que possuem canaletas em sua infraestrutura utilizam redutores e caixas de passagem e
distribuição como acessórios.

6.2.4 PAINEL DE COMANDO E CAIXAS

Cada equipamento, ou má quina presente no ambiente industrial, possui um painel elétrico que é res-
ponsá vel por conter os dispositivos eletroeletrônicos que ir ã o fazer o controle dos comandos, como tam-
bém o funcionamento da máquina. Assim como os outros elementos apresentados anteriormente, o pai-
nel de comando faz parte da infraestrutura de um sistema elétrico.
Vejamos na imagem a seguir a infraestrutura de um painel de comando elétrico.

Caixa

Porta ou
Trilho Tampa

Acessório

Canaleta

Figura 60 - Painel de cornando


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Esses itens que fazem parte da infraestrutura dos painéis servem de suporte para os dispositivos da ins-
tala ção elétrica, tais como: fusí veis, disjuntores, contatores (relé eletromagnético industrial), relés t érmicos,
disjuntores, motor, temporizadores, transformadores de comando, conectores, botões ou chaves de
comando e sinalizadores luminosos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre os itens que fazem parte da infraestrutura de um painel elétrico.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II I
102

CAIXA

As caixas que servem de abrigo para a parte elétrica (ou circuitos) dos painéis de comando possuem
formatos retangulares ou quadrados, contendo furos destinados à fixa ção da placa de montagem que ser á
instalada na parte interior do painel.
Estas caixas podem ser feitas ou produzidas de diversos materiais, sendo os mais comuns os metais
( a ço, em alumínio ou em inox), podendo ser também feitas de plá sticos e fibras de vidro.

Figura 61 - Caixa para quadro elétrico


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Essa estrutura acomoda os circuitos aos quais denominamos circuito de for ç a e de circuito de comando.
A estrutura total pode ser denominada como quadro de comando ou armá rio elétrico.

PORTA OU TAMPA

As portas (ou tampas) possuem a funçã o de fechar ou abrir a caixa ou painel elétrico, sendo essa uma
opera çã o realizada pelo usuário habilitado e autorizado para isso. A outra funçã o especí fica das portas
é de acomodar a instalaçã o de botões, chaves, sinalizadores e a IHM (Interface Homem Máquina), que
s ã o equipamentos com a funçã o de permitir a visualizaçã o do estado moment âneo de uma má quina ou
equipamentos, variá veis, ou partes especí ficas delas, normalmente através de telas ou visores, permitindo
assim uma "comunica ção" entre as máquinas e as pessoas.

No mercado existem diferentes tipos de portas ou tampas, de acordo coma necessidade do trabalho,
com diferentes formas de abertura (para cima, para baixo, ou para os lados), que pode ser frontal ou tra-
seira.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
103

Porta frontal bipartida

Porta frontal única Porta frontal e traseira

Figura 62 - Tipos de portas ou tampas


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

As portas ou tampas, assim como as caixas, obedecem a recomenda ções de normas de padrões inter-
nacionais de cores RAL e MUNSELL.

O padr ão RAL é um sistema de definição de cores que foi criado e desenvolvido a partir de uma tabela
de 40 tonalidades. Surgiu em 1927 na Alemanha. J á o padr ã o Munsell é muito utilizado pela engenharia
elétrica e é composto por centenas de tabelas de cores foscas e brilhantes.
Como exemplos de cores determinados por esses padr ões, e muito utilizados em caixas elétricas no
Brasil, é o Cinza RAL 7032 e Munsell N65. Além das portas e tampas, as caixas que abrigam os circuitos
elétricos possuem uma placa de montagem que tem como objetivo dar suporte para a instala ção dos ele-
mentos de comando. A placa possui quatro furos ou mais a depender do formato ou tamanho para fixa ção,
cada furo localizado em cada extremidade.
A placa de montagem é realmente onde os dispositivos s ão colocados e, sendo assim, pode ser en-
contrada em dois tipos de padr ões de acabamento, com pintura na cor laranja ou metalizado ao fundo na
parte interior, como visto na imagem a seguir.
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
104

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Figura 63 - Placas de montagem metalizada e com a cor laranja no interior


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

As placas de montagem com acabamento metalizado sã o aquelas que possuem tratamentos do tipo
.
galvanizado ou zincado Os acabamentos metalizados sã o os mais utilizados por possuírem maior capaci-
dade de dissipação térmica e por serem mais eficientes contra interferências eletromagnéticas - EMI. O aca-
bamento de tipo metalizado atende a normas internacionais, por isso, é um padr ão utilizado por empresas
estrangeiras ou que produzem para exportaçã o.
Alguns fabricantes nacionais de má quinas e equipamentos eletroeletrônicos produzem máquinas con-
tendo placa de montagem com acabamento metalizado, e as laterais internas do painel pintadas de ala-
ranjado, visando atender tanto as normas nacionais quanto as internacionais.

SAIBA Para saber mais sobre os padr ões de cores utilizadas nos painéis elétricos, pesquise em sites
,T MAIS
' de busca digitando como palavra-chave os nomes: Padrão Munsell ou Padrã o Ral.

TRILHOS

Os trilhos usados em painéis elétricos servem para fixar e manter os dispositivos elétricos alinhados,
mantendo-os na mesma posiçã o. Sã o fabricados em material metá lico (a ço bicromatizado ou at é mesmo
galvanizado, alumínio ou cobre) e normalmente já sã o perfurados para facilitar a instala ção elétrica; co-
mercializados com 2 metros de extensão, mas também existe a opçã o de nã o serem perfurados, nos quais
o usuá rio determina os diâ metros e dist ância dos furos e os executa.
Independentemente da possibilidade de fixa çã o desses dispositivos através de parafusos e outros
meios, existe atualmente um tipo de trilho que é referência para esse fim, sã o os populares trilhos DIN,
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
105

que sã o estruturas utilizadas para fixaçã o direta dos componentes e dispositivos elétricos e eletr ónicos,
sobretudo nos painéis elétricos. Essa nomenclatura é devido a um padr ão estabelecido pela DIN (German
Institute for Standardization), uma organizaçã o alemã para padronização, que determinou e estabeleceu
suas especifica ções, dimensões e medidas, tornando-os populares e utilizados mundialmente. A DIN equi-
vale a Organiza ção Internacional de Padronizaçã o (ISO) no Brasil.
Podemos encontrar, basicamente, quatro padr ões DIN de trilhos de fixa çã o, para a montagem de pai-
néis, são eles: o padrã o DIN 35, o DIN 32, o DIN 15 eo DIN 35 /15 .

Trilho Figura Dimensões Aplicaçã o

35 mm (largura) Usado na fixação de


dispositivos
DIN 35 A altura pode eletroeletr ônicos, tais
ser de 5 mm ou como fusíveis, contatores,
7,5 mm relé s temporizadores.

Destinado
DIN 32 32 mm (largura) essencialmente à fixação
de bornes .

Utilizado para dispositivos


eletroeletrô nicos de
menor porte e pequenos
DIN 15 15 mm (largura) equipamentos
eletrónicos, tais como
controladores de
lubrificação.

Empregado na fixação de
dispositivos
eletroeletr ônicos,
especialmente
equipamentos que
35 mm (largura)
demandem um trilho
DIN 35 /15 x 15 mm (altura) mais alto que o
convencional, como é o
caso de alguns
Controladores
Program á veis (CP)
compactos .

Quadro 1 - Tipos de trilhos utilizados


.
Fonte: SENAJ DR BA 2018.
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
106

Devido à sua funcionalidade, eficiência e praticidade, os trilhos DIN sã o, mundialmente, a alternativa


principal para fixaçã o de equipamentos em painéis elétricos industriais. Certa mente que outras formas de
fixa çã o podem ser usadas (como utilizar parafusos para fixar cada componente), mas atualmente, nenhu-
ma supera ou é mais vantajosa, pr ática e r ápida, que os trilhos DIN.

Realizar montagens de pain éis el é tricos requer paci ência, bom senso, atençã o e cui-
dado, pois necessita a utilizaçã o de ferramentas e má quinas el étricas ou manuais.
Portanto, use sempre os EPI e EPC necess ários.

ACESSÓRIOS

São muitos os acessórios existentes em um painel de comandos. Por isso, vamos nos ater aos de maior
import ância, e q ue sã o usados com maior freq uência, s ão eles: os fechos para portas, cabo de aterramento
elétrico e prensa-cabos. Acompanhe as explicações acerca de cada um deles.

a ) Cabo de aterramento: é um importante acessório de seguranç a, para proteçã odas pessoascon-


tra choque elétrico. São conectados entre a porta do painel e o ponto de aterramento elétrico da
caixa do painel, e deste para a placa de montagem.

Cabôíie Aterramento

Figura 64 - Cabo de aterramento utilizado em porta de painel elé trico


Fonte: SENAJ DR BA, 2018.

b) Prensa- cabos: acessório imprescindí vel para a seguranç a dos circuitos acomodados nos painéis.
Fabricado em plástico ou metal (normalmente alumí nio), é instalado nas aberturas destinadas
à passagem dos cabos, fixados através de sua porca. Possui uma borracha que reveste o cabo e
se molda ao mesmo, proporcionando vedação. Sua função é proteger os cabos contra danos ou
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
107

rompimento da sua isola ção, que possam causar curto- circuito;e também protege contra a entra-
da de lí quidos e pó atravé s dessas aberturas destinadas aos cabos;

Piensa- tabos

Figura 65 - Prensa-cabos
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Fechos de painéis: os fechos são usualmente instalados nas portas para abertura e fechamento
dos painéis de comando elétrico. Existem dois tipos: os de sobrepor e os de embutir.

Chaves e fechos de painéis

Quadrado Triangular Universal Fenda

II

Quadro 2 - Tipos de fechos de embutir e chaves para fechos


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
108

Ainda podemos citar elementos e acessórios importantes dos painéis elétricos industriais, como borra-
chas de vedaçã o, olhais (alç as) para iç amento, ventoinhas e filtros para refrigeraçã o, soleiras (para manter
o painel afastado do chã o), cremonas'9, calhas de escoamento e outros.

CASOS E RELATOS

Escolha errada na montagem de infraestrutura de painel elétrico

Em uma empresa de produçã o de peç as plásticas para automóveis havia um equipamento chamado
secadora, que retirava a umidade da resina que servia de matéria-prima. Devido a um curto-circuito,
houve um incêndio, que destruiu o painel elétrico dessa má quina. Como era uma má quina estrat é-
gica e muito utilizada na área, havia urgência no reparo da mesma.

O eletricista Fábio foi encarregado de realizar o serviço e solicitou ao almoxarifado os materiais ne-
cessários para a tarefa. Foi-lhe comunicado, entã o, que nâ o havia canaletas abertas no estoque, ha-
vendo apenas o modelo que é fechada. Devido à urgência de realizar o reparo, ele decidiu usar as
canaletas fechadas que tinha em estoque.
Observando que Fá bio iria utilizar as canaletas fechadas no serviço, o seu experiente eletricista Le-
andro o orientou a solicitar uma compra emergencial das canaletas abertas, no comércio local. Fá bio
respondeu-lhe que o tipo da canaleta não iria ter influência no serviç o e executou a primeira parte
do reparo trabalhando na infraestrutura do painel, fixando trilhos e canaletas, utilizando as fechadas.
Acontece que ele seguiu o diagrama elétrico original da máquina, sem se dar conta de que alguns
componentes adquiridos para o seu serviç o eram mais modernos e tecnológicos, e possuíam algu-
mas diferenç as quanto a recursos. Durante a construção da fia ção, ele percebeu que o percurso de
alguns cabos teria que ser modificado com rela ção ao original, pois devido à s diferenç as dos com-
ponentes, não teve jeito; ele teve que retirar toda fiaçã o já instalada, para realizar algumas aberturas
em pontos nã o previstos das canaletas.

Devido ao ocorrido, houve um atraso de dois dias na conclusã o dos serviç os para a libera ção do equi-
pamento, gerando atraso de produção, perdas financeiras e problemas nas entregas aos clientes.

Observe, no relato anterior, que a falta de conhecimento sobre os elementos da infraestrutura do pai-
nel de comando, aliado a despreparo para a realizaçã o do serviço da narrativa supracitada, causaram al-
guns problemas para a empresa e para o técnico. Portanto, é de extrema import â ncia que o técnico seja
preparado e procure ter conhecimento sobre os elementos diversos do seu ramo de trabalho. Embora nem
sempre sejam lembrados, sobretudo por serem normalmente materiais de montagem, os acessórios t êm
papel de relevâ ncia na infraestrutura dos diversos sistemas elétricos, sendo funda mentais e indispensáveis
para a sua seguranç a e funcionalidade.

19 Cremonas: sã o alças giratórias que acionam hastes e varões verticais, para travar a porta em cima e embaixo.
6 INFRAESTRUTURA DE SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS
109

RECAPITULANDO

Neste capítulo, estudamos o que são sistemas elétricos, seus tipos, de que s ão compostos, seus ob-
jetivos e funcionalidades, e as normas que os regulamentam e orientam para o seu uso.

Pudemos perceber também que a infraestrutura necessá ria para a implanta ção dos variados siste-
mas elétricos tem grande relevância para seu pleno funcionamento.

Além disso, vimos que cada tipo de sistema elétrico requer uma infraestrutura com características
peculiares e distintas, sobretudo, quando se leva em conta a complexidade do sistema em quest ã o.
&

Descarte adequado de resíduosi?


*

Quando o descarte de resí duo é realizado de forma inadequada, o meio ambiente pode
sofrer danos que, consequentemente, ir ão afetar a vida de nosso planeta. Por isso, é impor-
tante conhecer as formas adequadas de descarte dos resíduos, principalmente quando perce-
bemos que os impactos causados na natureza t êm reflexo direto nas empresas, uma vez que,
na comprovação pelos órgã os e entidades competentes, a exist ência de erros, falhas ou uso
de t écnicas incorretas ou inadequadas no descarte desses resí duos, são passíveis de multas,
embargos e sanções comerciais, terem sua imagem desgastada, podendo até chegar mesmo
serem interditadas ou fechadas.
Mas, afinal, o que é resí duo?

Resí duo é todo e qualquer material que se obtém de sobras após a realiza ção de alguma
atividade em um processo ou meio produtivo, por exemplo, a construçã o de uma casa, que
sempre deixa ao seu final, resíduos como sobras de madeira, pedaç os de blocos ou tijolos, em-
balagens de produtos como cimento, porcelanas e metais sanitá rios, entre outros.
Existem dois tipos considerados de resíduos, que sã o classificados em:

a ) Resí duo reativo: é aquele considerado inst á vel ou capaz de gerar misturas perigosas
quando em contato com á gua ou outra subst â ncia comum ao meio empregado;
b) Resí duo patogênico: s ã o aqueles considerados capazes de contaminar pessoas,
com sérios riscos de epidemias de doenç as.

Existem normas que classificam esses resí duos, orientam quanto à forma de trat á- los e des-
cart á-los. Esse é o foco do nosso presente capítulo.
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
112

7.1 APLICA ÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT

No Brasil, temos a norma ABNT NBR 10004, que nos fornece as definições e padr ões necessários à orien-
ta çã o quanto ao trato desses resíduos. Os resíduos sã o classificados em duas formas:

a ) Segundo seu estado fí sico: Resíduos sólidos (componentes danificados); efluentes líquidos ( áci-
dos de baterias); emissões atmosféricas (gases e vapores);
b) Segundo sua periculosidade: Resí duos perigosos ( óleo e lâmpadas fluorescentes); não perigo-
sos (restos de plá stico, papel e metais). ( ABNT NBR, 10004, 2004).

Os resíduos perigosos (classe I) sã o os inflamá veis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos. Os resí-
duos n ão perigosos (classe II) se subdividem em nã o inertes (classe II A), e inertes (classe II B).
Um exemplo de resí duo inerte é o entulho gerado nos processos de construção, reforma e demoliçã o;
outro exemplo é o alumínio. Eles somente ocupam espaç o, nã o reagindo com o meio ambiente.

Figura 66 - Res íduo inerte


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os resí duos nã o inertes, mesmos nã o sendo considerados perigosos, podem ocasionar rea ção com o
meio ambiente, tornando-se combustí veis biodegrad áveis ou at é mesmo solúveis na á gua.

Sendo assim, estes resíduos devem ser tratados de forma especial, como por exemplo, realizar a coleta
seletiva, para não gerar impactos ambientais.

Impactos ambientais sã o evitados quando se h á percep çã o e conhecimento da forma


FIQUE correta de manuseio, separa çã o e segrega çã o correta dos resí duos do ambiente de -
ALERTA signado ao desempenho da fun çã o e local do trabalho. Por isso, é de extrema impor-
t â ncia ao profissional , o conhecimento e utiliza çã o das normas.
7 DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS
113

Embora ultimamente tenhamos acompanhado avanços importantes nas políticas de controle de pro-
duçã o, tratamento, reutilização e descarte de resíduos, a nossa consciência enquanto cidadã os é funda -
mental para a causa.

CASOS E RELATOS

Parceria ecol ógica

Em 2006, alguns incentivos ecológicos foram criados nos centros urbanos, resultando em várias
a ções para o tratamento de resíduos. Podemos citar, por exemplo, o resultado de um pequeno pro-
jeto de coleta seletiva destinada ao descarte de óleo de cozinha, pilhas, baterias de celulares, etc.

Essa ação visa evitar o descarte em lugares que possam contaminar o meio ambiente.

Dentre as ações decorrentes desse projeto, destacamos aquela relacionada ao tratamento do óleo
de cozinha.
O óleo coletado é utilizado na fabricaçã o de sabã o, gerando renda para a comunidade e evitando a
contamina ção de algo em torno de 800 milhões de litros de água.

A maioria das unidades do SENAI-SP também adotou essa pr ática, incentivando os alunos a levarem
o óleo comestí vel utilizado em suas casas aos postos de coleta da empresa. O óleo coletado é envia-
do para as empresas que tratam esse resíduo, gerando renda e benefícios a todos da comunidade.

Esse tipo de iniciativa tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustent ável, mobili-
zando comunidade e empresa para mudanç as de há bitos e, assim, contribuir com uma sociedade e
meio ambiente mais saudá vel.

A conscientiza ção é fundamental para o entendimento, o engajamento, e para a tomada de ações que
promovam a sustentabilidade e o desenvolvimento de a ções para o cuidado com o meio ambiente; inclu-
sive no ambiente profissional.

Se descartarmos no esgoto uma simples colher de sopa contendo ó leo, estaremos con-
taminando um volume de á gua equivalente a 1000 litros.
nv SAIBA Portanto, vamos descartar corretamente os resí duos sem prejudicar o meio ambiente
MAIS
.
em que vivemos. Vale a pena pesquisara grandiosidade dessas a ções Uma fonte muito
rica para isso é o site do Greenpeace.
â INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
114

7.2 DESCARTES DE RESÍDUOS ELETROELETR Ô NICOS

Os produtos eletroeletrônicos podem nos oferecer uma série de experiências, estando presentes em
atividades de lazer, aumentando a produtividade nas empresas, trazendo benefícios à sa úde e tantos ou-
tros aspectos.

Na sua fabrica çã o s ão usadas subst âncias que lhes conferem durabilidade, desempenho, proteçã o, mas,
quando descartadas de forma errada, podem gerar grandes impactos ao meio ambiente.

Figura 67 - Fontes de contaminação para o meio ambiente


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Ocorre que, quando chega o final da vida útil desses produtos, é preciso descartar adequadamente
seus elementos, caso contr ário, eles podem apresentar sérios riscos à sa úde da natureza e do homem. São
alguns desses elementos: merc úrio, chumbo, fósforo e cá dmio.
Mas, qual seria a solução? A solução é a reciclagem. Inicialmente, serã o reaproveitados todos os mate-
riais que possam retornar ã o processo produtivo, reduzindo a necessidade de se extrair mais elementos da
natureza.

Esse processo, ainda que caro, traz benefí cios na equa ção ambiental. O que nã o puder ser reaprovei-
tado tem de ser descartado com seguranç a, em lugares pr óprios, preparados e autorizados, evitando a
contaminaçã o das fontes de vida, como manguezais e recifes de corais.

A reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, ou o seu depósito em aterros com


capacidade de trat á-los de forma ambientalmente correta, minimiza os impactos ambientais.

O descarte de resí duo perigoso junto com lixo comum pode provocar
uma s érie de consequê ncias, tanto para o meio ambiente como també m
para empresas.
CURIOSIDADES O descarte desses resíduos deve ser feito corretamente, para nã o haver
prejuízos ambientais e impactos judiciais pelos ó rgã os competentes de
fiscaliza ção. Uma ótima fonte de informaçõ es dessas atividades é o site
do Ministério do Meio Ambiente.
7 DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS
115

A seguir são apresentados os principais resíduos gerados pelos componentes eletroeletr ônicos, com
rela çã o ao seu uso e consequências pelo descarte inadequado:

a ) Chumbo: presente na soldagem das placas de circuitos impressos, em eletrónica; em vidros dos
tubos de raios cat ódicos; solda e vidros das lâ mpadas elétricas e fluorescentes. Quando descarta-
do incorretamente, pode afetar a sa úde humana, atingindo os sistemas venoso central e periféri-
co, endocrinológico e circulat ório, provocando efeitos negativos nos rins;
b) Mercúrio: usado em termostatos, sensores, relés e interruptores; nas placas de circuitos impres-
sos; equipamentos de mediçã o e lâ mpadas de descarga; equipamentos médicos; equipamentos
de transmissã o de dados; telecomunica ções e telefones celulares. Para o organismo humano, o
contato indevido causa inúmeros malefícios à sa úde. Quando disperso na á gua, é transformado
em metil merc úrio, que se acumula nos sedimentos depositados nos fundos dos rios, mares e
lagos. É um subproduto facilmente absorvido pelos organismos vivos e se propaga atrav és da
cadeia alimentar pelos peixes, provoca efeitos cr ónicos, causando danos no cérebro;
c ) Cádmio: presente nas placas de circuito impressos, em componentes como resist ências e chips
SMDs; nos semicondutores e detectores infravermelhos; como estabilizador no PVC; e nos tubos
de raios cat ódicos ma is antigos. É uma subst â ncia cujos compostos sã o classificados como tóxicos
devido aos riscos de efeitos irreversíveis à sa úde humana. O c ádmio e seus compostos se acumu-
lam no corpo humano, especialmente nos rins, podendo vir a deteriorá-los com o tempo. É absor-
vido também através da respira ção e ingerido nos alimentos. Em caso de exposiçã o prolongada,
o cloreto de c á dmio pode causar câ ncer;

d) Retardadores de combustã o: sã o regularmente incorporados aos produtos eletroeletrônicos


como forma de assegurar uma proteção contra o fogo; estão presentes também nas placas de cir-
cuitos impressos; na cobertura de plá stico dos televisores e eletrodomésticos; e nas capas de iso-
la ção de fios e cabos. Quando da degrada ção e reciclagem dos plá sticos e demais componentes
dos equipamentos, podem atingir a cadeia alimentar, concentrando-se nos peixes. Sua ingest ão
é o principal meio de contamina ção de mamí feros e aves. Sã o desreguladores end ócrinos.

Os profissionais das diversas á reas e vertentes técnicas precisam estar atentos à s normas e determina -
ções quanto ao tratamento e descarte dos resíduos decorrentes das suas atividades profissionais.
O desenvolvimento tecnológico, que resultou em t écnicas, má quinas e equipamentos de produção, os
avanç os sociais e a globaliza ção, s ão exemplos e mostras de pleno desenvolvimento, bem como a consci-
ência eco ambiental dentro das atividades profissionais.
4 INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS VOLUME II
116

RECAPITULANDO

Neste capí tulo, abordamos os principais conceitos ligados ao meio ambiente e definimos aspectos
e impactos ambientais e a import ância no conhecimento de sua respectiva atividade para reduzir o
descarte inadequado dos resíduos.
Apresentamos os tipos de resí duos gerados, como estã o classificados e como s ão os resí duos gera-
dos pela área de eletroeletrônicos e seus impactos.
A importâ ncia desse tema é especialmente voltada ao cidad ão preocupado com as questões de
degrada ção ambiental e suas consequências.
7 DESCARTE ADEQUADO DE RESÍ DUOS
117
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de


.
baixa tensã o Rio de Janeiro, 2004. Versão corrigida: 2008.
. NBR 10004: resí duos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004.
. NBR 7195: cores para segurança. Rio de Janeiro, 2018.
COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. c2011. Disponível em: <http:// www.copel.com/
hpcopel/root/index.jsp >. Acesso em: 20 jul. 2018.
SERGIRITAL. Plaqueta de identifica ção de transformador. Figura 36.2018. Disponível
em: <http:// serigital.com.br /sertaozinho/catalogo-produtos >. Acesso em: 20 jul. 2018.
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shutterstock.com/pt/image -vector/illustration-simple -ac -generator- 167013380>. Aces-
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. Diferentes tipos de geradores industriais. Figura 14.2018. Disponí vel em:
<https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustration -different-type-industrial
- power -generators-790031554>. Acesso em: 20 jul. 2018.
. Gerador CA acionado por turbina. Figura 15.2018. Disponível em: <https://
www.shutterstock.com/ pt/ image -photo/electric -power -generator - steam-turbine -
during-1092583550>. Acesso em: 20 jul. 2018.
. Estator. Figura 16.2018. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/ pt/
image-photo/stator-generators-big-electric -motor -coal-1029601621 >. Acesso em: 20
jul. 2018.
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<https://www.shutterstock.com/pt/image -photo/close-old -generator-1067853188>.
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. Estrutura elétrica de sistemas de transmissã o de energia elétrica. Figura 50.
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voltage -electric -tower-on -697305988>. Acesso em: 21 jul. 2018.
. Estrutura elétrica de sistemas de mediçã o de energia elétrica. Figura 51.
2018. Disponível em: <https:// www.shutterstock.com/pt /image- vector /electrical -con-
trol-panel -equipment -643453747 >. Acesso em: 21 jul. 2018.
. Estruturas com eletrocalhas convencionais e armadas. Figura 53.2018.
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. Estruturas com leitos para cabos elétricos. Figura 54.2018. Disponível
em: <https:// www.shutterstock.com/pt/image- photo/ electricical-support -cable-
tray-597104150>. Acesso em: 21 jul. 2018.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

MARCELO MAC ÊDO MATOS

Marcelo Macêdo Matos é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Pio Décimo (PIOX),
em Aracaju - SE, possui Especializaçã o em Automaçã o, Controle e Robótica pelo SENAI CIMATEC
Salvador - BA e técnico em Eletrónica. É especialista em Lean Seis Sigma Green Belt com up grade
em Black Belt. Atua como supervisor de produção desde 2002 na área industrial, trabalhando em
grandes empresas nacionais como Santista Têxtil, Maratá Alimentos, AmBev e Borrachas Vipal e
com experiências internacionais em empresas, sendo FATE Pneus em Buenos Aires ARG e visita
técnica na empresa McEroy Manufacturing, Tulsa Oklahoma EUA.
ÍNDICE

B
Bornes 98

C
Centelhamento 21
Cremonas 108

E
Energia ativa 43, 48
Energia reativa 43, 50
Espiras 27, 30, 33

F
Forquilha 98

Galvanizado 95, 104

I
Intercambialidade 97
Isola ção galvâ nica 68

J
Joule 22

L
L âminas de mica 44
Longarinas 96

Oblongo 95

R
Reostato 30, 34

S
SAE 95
Saturaçã o magnética 28
T

Torque 17, 25, 29, 31, 32, 33, 34, 36

V
VCC 17
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCA ÇÃ O PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA - UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Ledo


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordena çã o Geral do Desenvolvimento dos Livros Didá ticos

Catarina Gama Catã o


Apoio Técnico

SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Marcelo Macedo Matos


Elabora çã o

George Bispo dos Santos


Revisã o Técnica

Edeilson Brito Santos


Coordena çã o Técnica

Marcelle Minho
Coordena çã o Educacional

Andr é Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordena çã o de Produçã o

Paula Fernanda Lopes Guimar ães


Coordena çã o de Projeto
Bruno Pinheiro Fontes
Liliane Lima
Ticianna Castelhano
Design Educacional

Regiani Coser Cravo


Revisã o Ortográ fica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Viní cius Vida! da Cruz
Ilustra ções eTratamento de Imagens

Nelson Ant ônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Viní cius Vidal da Cruz
Diagrama ção, Revis ão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1 7 1 6


Normalizaçã o - Ficha Catalogr áfica

Regiani Coser Cravo


Revisã o de Diagrama ção e Padroniza çã o

Comissã o t écnica EAD


Comité Técnico de Avaliaçã o

i-Comunicaçáo
Projeto Grá fico
Iniciativa da CNI - Confederação
Nacional da Indústria

ISBN 978-855050299-1

9 788550 502991

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