Você está na página 1de 62

SÉRIE ELETROELETRÔNICA

OPERAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS
E DISPOSITIVOS
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
SÉRIE ELETROELETRÔNICA

OPERAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS
E DISPOSITIVOS
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
©2014. SENAI Departamento Nacional

©2014. SENAI Departamento Regional de São Paulo

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes de Distribuição /
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de São Paulo.
Brasília : SENAI/DN, 2014.
62 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN 978-85-7519-791-2
1. Materiais 2. Equipamentos 3. Testes 4. Análise de risco
5. Técnicas de operação 5. Rede de distribuiçao I. Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional de São Paulo II. Título
III. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de figuras, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular do curso de
Eletricista de Redes de distribuição de energia elétrica.......................................................................................10
Figura 2 - Disposição de materiais, ferramentas e equipamentos
de segurança, previamente selecionados para realização de uma atividade..............................................14
Figura 3 - Eletricista de redes efetuando conexão em rede secundária de energia..................................15
Figura 4 - Chave seccionadora monofásica – classe de tensão 15 kV..............................................................25
Figura 5 - Chave seccionadora trifásica – classe de tensão 15 kV.....................................................................25
Figura 6 - Detalhes de composição da chave tipo faca........................................................................................26
Figura 7 - Chaves tipo faca instaladas na vertical...................................................................................................26
Figura 8 - Chaves tipo faca instaladas na horizontal.............................................................................................27
Figura 9 - Chave fusível – classe de tensão 15 kV....................................................................................................27
Figura 10 - Composição da chave fusível...................................................................................................................28
Figura 11 - Composição dos elos fusíveis..................................................................................................................29
Figura 12 - Elo e chave fusível com cartucho de armazenamento aberto.....................................................30
Figura 13 - Elo fusível rompido dentro do tubinho................................................................................................31
Figura 14 - Composição do loadbuster......................................................................................................................34
Figura 15 - Abertura da chave fusível com utilização do loadbuster...............................................................35
Figura 16 - Estojo para acondicionamento do LB...................................................................................................37
Figura 17 - Placa de identificação.................................................................................................................................38
Figura 18 - Placas de identificação equipamentos.................................................................................................38
Figura 19 - Religadora tipo KF – 15 kV........................................................................................................................41
Figura 20 - Detector de tensão......................................................................................................................................46
Figura 21 - Detector de tensão acoplado ao bastão
de manobra, verificando ausência de tensão em RDA........................................................................................47
Figura 22 - Conjunto de aterramento temporário para redes primárias........................................................50
Figura 23 - Aplicação de aterramento em rede aérea primária.........................................................................50
Figura 24 - Conjunto de aterramento temporário para redes secundárias...................................................51
Figura 25 - Instalação do conjunto de aterramento temporário.......................................................................52

Quadro 1 - Padronização dos botões dos elos fusíveis.........................................................................................29


Quadro 2 - Corrente nominal – Elo Fusível versus Chave Fusível .....................................................................32
Quadro 3 - Identificação dos equipamentos............................................................................................................39
Quadro 4 - Condição operativa da religadora tipo KF..........................................................................................42

Tabela 1 - Elos fusíveis para transformadores de iluminação pública.............................................................32


Tabela 2 - Elos fusíveis para transformadores monofásicos de distribuição.................................................32
Tabela 3 - Elos para transformadores trifásicos de distribuição........................................................................33
Tabela 4 - Especificações do loadbuster....................................................................................................................34
Sumário

1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Planejamento...................................................................................................................................................................13
2.1 Seleção de materiais, ferramentas e equipamentos de segurança...........................................14
2.2 Programação dos serviços junto à COD...............................................................................................16
2.3 A importância do planejamento............................................................................................................17
2.4 Comunicação com a COD.........................................................................................................................18

3. Técnicas de manobras em redes de distribuição aérea de energia.............................................................23


3.1 Termos e conceitos utilizados..................................................................................................................23
3.2 Chave tipo faca ou seccionadora...........................................................................................................24
3.3 Chave fusível..................................................................................................................................................27
3.3.1 Elo fusível......................................................................................................................................29
3.3.2 Elemento fusível.........................................................................................................................30
3.3.3 Tipos de elos fusíveis................................................................................................................32
3.4 Equipamento para abertura de chave tipo faca e
chave fusível em circuitos energizados – loadbuster (LB)............................................................33
3.4.1 Uso e conservação do LB........................................................................................................35
3.4.2 Cuidados necessários...............................................................................................................36
3.5 Identificação dos equipamentos instalados em RDA.....................................................................37
3.6 Religadoras automáticas...........................................................................................................................39
3.6.1 Tipos de religadoras..................................................................................................................40
3.6.2 Condição operativa das religadoras....................................................................................40
3.7 Procedimentos de desenergização de circuitos e equipamentos.............................................43
3.7.1 Detector de tensão....................................................................................................................46
3.7.2 Conservação e uso do detector de tensão.......................................................................47
3.7.3 Aterramento temporário em circuitos primários e secundários...............................48

Referências............................................................................................................................................................................55

Minicurrículo do autor......................................................................................................................................................57

Índice......................................................................................................................................................................................59
Introdução

Você já deve ter percebido que é muito gratificante ser um profissional da área de energia,
pois a função engloba atividades diversificadas que acompanham desafios diários.
Nesta unidade curricular, Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes de Distribui-
ção, que compõe o módulo Específico II do curso Eletricista de Redes de Distribuição de
Energia Elétrica você estudará o planejamento e as técnicas de operação dos equipamentos
de manobra, instalados nas redes de distribuição aérea de energia, para a realização das ativi-
dades do eletricista de redes.
Veja, na figura a seguir, a posição desta unidade no itinerário de formação e qual o caminho
a ser percorrido até que você atinja seu objetivo final.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
10

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Módulo Básico (276 h)


• Técnicas de redação em Língua Portuguesa (40 h)
• Fundamentos da Eletricidade (104 h)
• Sistemas de Medida e Representação Gráfica (32 h)
• Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança
nos Serviços em Eletricidade (40 h)
• Fundamentos da Redes de Distribuição (60 h)

Módulo Específico I (80 h)


• Montagem e Instalação de Redes de Distribuição (80 h)

Módulo Específico II (64 h)


• Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes de Distribuição (32 h)
• Manutenção de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (32 h)

Módulo Específico III (40 h)


• Execução de Serviços Técnicos Comerciais (40 h)

Módulo Específico IV (40 h)


• Montagem, Retirada e Manutenção de Iluminação Pública (40 h)

Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (500 h)

Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes de distribuição de energia elétrica


Fonte: SENAI - SP (2014)

Reunimos nos capítulos deste livro as informações básicas para você seguir os estudos nesta área,
tais como, o levantamento e separação de materiais e equipamentos, os testes, a elaboração da aná-
lise preliminar de riscos, as comunicações junto a Central de Operações da Distribuição – COD e as
técnicas de operação dos equipamentos e materiais destinados à realização das manobras operati-
vas na Rede de Distribuição Aéreas – RDA.
1 INTRODUÇÃO
11

Esses conhecimentos fornecerão subsídios para que você possa adotar medi-
das preventivas de controle dos riscos, analisar as características do projeto e o es-
tado da rede existente e aplicar os procedimentos para testes de equipamentos,
de acordo com normas específicas.
Convidamos você a estudar os principais aspectos sobre operação de equi-
pamentos e dispositivos de redes de distribuição, para que, integrando teoria e
prática, possa se tornar um profissional nesta área.

Bons estudos!
Planejamento

Neste capítulo você estudará como são planejadas as tarefas de operação de equipamentos
e dispositivos de manobra e proteção utilizados em redes de distribuição aérea de energia,
antes da execução propriamente dita.
É importante lembrar que tudo isto será variável, pois a realização dessas tarefas depende
da classe de tensão e dos padrões que são adotados pelas concessionárias de energia elétrica
de cada localidade.
Esses estudos contribuirão para que você possa realizar as seguintes atividades:
a) preencher formulários;
b) realizar análise preliminar de risco – APR;
c) registrar possíveis divergências sobre as condições técnicas de materiais, equipamentos
e ferramental;
d) cumprir procedimentos de trabalho – PT e ordens de serviço – OS;
e) selecionar e inspecionar as ferramentas e equipamentos de proteção individual e cole-
tivos, adequados ao tipo de atividade;
f ) selecionar normas, padrões e procedimentos de acordo com o serviço proposto;
g) aplicar procedimentos para testes de equipamentos e dispositivos, de acordo com nor-
mas específicas;
h) identificar o número da chave ou do equipamento a ser manobrado.

Bons estudos!
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
14

2.1 SELEÇÃO DE MATERIAIS, FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Em todo e qualquer tipo de serviço a ser realizado na rede de distribuição,


você terá que seguir uma sequência de atividades para a realização das opera-
ções. Porém, em se tratando de planejamento, as atividades serão praticamente
as mesmas, ou seja, para o cumprimento das ordens de serviço – OS e das permis-
sões de trabalho – PT, você deverá obedecer ao roteiro, já estudado anteriormen-
te, em relação às seguintes etapas:
a) fazer o levantamento de materiais e equipamentos;
b) selecionar e conferir as ferramentas e os EPIs e EPCs;
c) verificar a disponibilidade de veículos que servirão de apoio;
d) verificar interferências;
e) verificar a realização da análise preliminar de riscos – APR;
f ) verificar a programação dos serviços junto à Central de Operações da Dis-
tribuição – COD.
Você encontrará informações detalhadas das etapas de planejamento no capí-
tulo 3, do livro de Montagem e Instalação de Redes de Distribuição.
Observe, na Figura 2, a seguir a disposição dos materiais, ferramentas e equi-
pamentos, os quais foram preliminarmente separados e conferidos para a rea-
lização de um determinado serviço na RDA, e perceba também que eles estão
dispostos sobre uma lona para evitar contato direto com o chão, neutralizando o
efeito de umidade e sujeiras que eventualmente possam atingi-los.

Figura 2 - Disposição de materiais, ferramentas e equipamentos de segurança,


previamente selecionados para realização de uma atividade
Fonte: SENAI - SP (2014)
2 PLANEJAMENTO
15

Todas as documentações técnicas referentes a normas


SAIBA e procedimentos operacionais, ordem de serviços e
formulários para registro das operações devem ser
MAIS rigorosamente seguidos. Busque mais informações,
pesquisando na concessionária de sua região.

O planejamento para execução de uma simples conexão de um ramal de liga-


ção na rede secundária deve contemplar todas as etapas descritas anteriormente.
Ressalta-se que os procedimentos visam garantir a segurança de todos os profis-
sionais envolvidos na realização do serviço.
Na Figura 3, a seguir, há um exemplo da atuação de um eletricista de redes,
executando a ligação de uma nova unidade consumidora de baixa tensão, na
rede aérea secundária.

Figura 3 - Eletricista de redes efetuando conexão em rede secundária de energia.


Fonte: SENAI - SP (2014)

Como você pôde constatar, para execução de serviços na RDA é necessário


providenciar diversas ações, dentre elas a análise preliminar de riscos para iden-
tificação e mapeamento dos riscos na execução das atividades e a programação
das medidas preventivas para eliminação ou controle desses riscos.
Além disso, é preciso elaborar a programação junto à COD, solicitando auto-
rização para realização das manobras de desligamento da rede. Nesta autoriza-
ção deve constar a estimativa de tempo para execução dos serviços, sendo que a
partir dessa estimativa serão definidos a data e o horário em que a realização dos
serviços será possível.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
16

2.2 PROGRAMAÇÃO DOS SERVIÇOS JUNTO À COD

A Central de Operações da Distribuição – COD é o setor da empresa distribui-


dora de energia que se responsabiliza pela operação das redes. É de lá que saem
as solicitações de manobras que acontecem na rede.

Existem empresas concessionárias de energia elétrica


VOCÊ que dispõem de COD que possuem sala equipada com
telas digitais, o que permitem a visualização da rede
SABIA? distribuidora, facilitando a visualização das operações nela
realizadas.

Essas manobras são realizadas, na maioria das vezes, para controlar o fluxo de
energia dos circuitos alimentadores, também conhecidos como circuitos primá-
rios de distribuição. No entanto, por vezes, as manobras ocorrem para que sejam
executadas manutenções nas redes distribuidoras, e é justamente por isso que é
fundamental que você compreenda a necessidade de programar os serviços.
Em nosso curso, trabalharemos com a rede desenergizada (desligada) para
ampliar a segurança dos eletricistas de rede que estarão comprometidos com a
execução dos trabalhos.
Porém, não é tão simples desligar a rede. Esta ação causa prejuízo e descon-
forto aos clientes da concessionária de energia elétrica, e, portanto, planos de
estudos devem ser realizados, visando minimizar os impactos. É exatamente por
esses motivos que destacamos a necessidade de se definir a programação dos
serviços junto à COD.
A empresa concessionária de energia elétrica tem o compromisso de garantir
o fornecimento de energia sem interrupções; porém, é justificável o desligamento
de alguns trechos da rede para a realização das manutenções. É importante des-
tacar que quanto menos consumidores sofrerem sem energia, melhor será para a
concessionária e para seus clientes, e, por isso, o trecho de rede a ser interrompido
deve ser o menor possível.
Enfim, quando for necessário que se proceda ao desligamento da rede ou ree-
nergização, de trechos dela, cabe à COD realizar essa ação.

Para a realização dos serviços em redes desenergizadas, o


FIQUE Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica - ERDE
deve obedecer às instruções contidas na NR-10 - Segurança
ALERTA em Instalações e Serviços em Eletricidade, seguindo os
procedimentos de desenergização dos circuitos.
2 PLANEJAMENTO
17

Na realização da programação dos serviços junto à COD é feita uma análise


sobre melhor dia e horário para realização dos serviços, e uma vez definidos, os
clientes que sofrerão interrupção no fornecimento de energia elétrica devem ser
avisados com antecedência, conforme determinações da Agência Nacional de
Energia Elétrica – ANEEL. Esta comunicação pode ser feita por meio de carta, en-
viada a cada unidade consumidora, ou por meio de anúncios publicados em jor-
nais ou outros veículos de comunicação de grande abrangência na região.

2.3 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

Nas tarefas de operação de equipamentos e dispositivos de proteção e mano-


bra utilizados em redes de distribuição aérea de energia, os circuitos normalmen-
te estarão energizados, e constará na OS um croqui ou projeto de localização que
norteará a execução dos serviços, além de informar quais circuitos deverão sofrer
as intervenções.
Vamos fazer uma comparação com um procedimento cirúrgico: Para realizar
uma cirurgia, o médico, programa uma data e horário para a intervenção, provi-
denciando instrumentos, sala ou centro cirúrgico com iluminação adequada, e
medicamentos. Além de preparar o paciente, que é um procedimento pré-opera-
tório, ele deve compor uma equipe médica constituída por instrumentistas, anes-
tesistas, enfermeiros e outros profissionais.
O planejamento é realizado para que, no momento da realização, não se perca
tempo, pois uma vida estará em jogo. No entanto, mesmo assim, haverá porcen-
tagens de acertos e erros, que deverão ser analisadas, e, ainda assim, nem tudo
que foi planejado dará certo, pois os erros podem afetar diretamente todas as
etapas das atividades, durante a execução dos serviços.
O planejamento parece ser uma atividade simples de ser executada, porém,
muitas pessoas não o fazem, ou ignoram suas etapas, partindo diretamente para
a execução. Nesse último caso, o que ocorre é que as ações e atividades acabam
sendo realizadas automaticamente, sem a preocupação de fazê-las de acordo
com o planejado. Além de isso gerar transtornos, na maioria das vezes, a ativida-
de precisa ser refeita.
O planejamento consiste, portanto, na busca das melhores práticas para se
realizar uma atividade, com êxito, segurança e qualidade, pois possibilita que haja
uma previsão de consequências, a definição de matérias, instrumentos, equipa-
mentos e máquinas, a definição de métodos e técnicas de trabalho, a quantidade
de horas e de mão de obra necessárias para realização do trabalho, entre outros.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
18

1
ABALROAMENTO: Em determinadas situações, no entanto, o planejamento deve ser refeito até
que sejam encontradas e resolvidas todas as questões que envolvem a solução
Ato ou efeito de abalroar2;
colisão; choque violento de do problema. Este replanejamento é uma forma de se fazer uma revisão do que
uma coisa com outra.
foi previsto, reforçando-se assim as probabilidades de diminuição de erros em
relação ao plano original. Essa é uma das funções da COD, em conjunto com o
solicitante da programação de execução dos serviços nas redes distribuidoras.
2
ABALROAR:

Chocar-se, ir de encontro
a alguma coisa. Colidir,
geralmente veículos, em
2.4 COMUNICAÇÃO COM A COD
estruturas das redes aéreas
de distribuição. O início da jornada de trabalho de um Eletricista de Redes de Distribuição de
Energia Elétrica – ERDE é, na maioria das vezes, constituído pela comunicação via
rádio com a central de operações da distribuição – COD. Isso acontece porque é a
COD que gerencia o expediente desse profissional, principalmente nos momen-
tos em que serão executadas manutenções nas redes.
As intervenções de caráter emergencial em RDA, como por exemplo, as ocor-
rências de abalroamento1, queda de galhos de árvores, rompimento de condu-
tores ou de quaisquer estruturas da rede que motivem desligamentos não pro-
gramados, acarretam desligamentos que fogem ao controle das concessionárias.
Nessa situação, o tempo de reparo para reestabelecimento do fornecimento de
energia elétrica é fundamental para atender aos indicadores de qualidade que
são impostos pelos órgãos reguladores.
Nessas circunstâncias, as etapas de planejamento são ignoradas, em detrimento
da necessidade de atender aos clientes. Porém, as equipes que prestarão estes servi-
ços devem estar treinadas e capacitadas para tomar todas as providências que satis-
façam às condições impostas pelas normas e padrões aplicados pela concessionária.
As equipes que prestam serviço de atendimento emergencial nas RDAs reali-
zam a elaboração da APR no local da ocorrência, e o início da execução dos servi-
ços está condicionado à autorização por parte da COD. Por isso, é de fundamental
necessidade que seja feita a comunicação com essa central.
No capítulo 5 do livro de Fundamentos de Redes de Distribuição você encontra
informações detalhadas sobre os procedimentos para entrar em contato com a COD.
Vamos relembrar, então, como é feita esta comunicação, ressaltando-se que sem-
pre haverá a necessidade de confirmação de que a APR foi elaborada. Deste modo,
no diálogo entre o operador (COD) e o eletricista responsável pela execução dos tra-
balhos, o operador irá indagar o executor com a seguinte frase: “REALIZOU APR?”
O eletricista deverá responder à pergunta, que ficará gravada, como forma de
evidenciar a elaboração da APR. Ele deverá informar, ainda, todos os dados referen-
ciados na OS, tais como, seu nome (quem está falando com a COD), o local da ocorrên-
cia, a data, o horário, o número da OS, e outros que porventura possam ser solicitados.
2 PLANEJAMENTO
19

CASOS E RELATOS

Vento e chuva forte provocam desligamentos na rede de energia.


O período das chuvas de verão constitui para as empresas concessionárias
de energia elétrica um desafio para manter o fornecimento de energia elé-
trica aos seus clientes. As chuvas e ventos fortes são as principais motivações
de desligamentos não programados nas redes aéreas de distribuição.
Foi exatamente num período desses que uma equipe de prontidão foi acio-
nada pela COD para atender a uma ocorrência de fio partido, em uma uni-
dade consumidora que estava sem energia há algum tempo.
Como o atendimento era de caráter emergencial, a equipe não dispunha
de tempo para a realização das etapas de planejamento e prontamente se
dirigiu ao local informado pela COD.
Já no local, eles iniciaram os procedimentos para elaboração da APR e consta-
taram a ausência de equipamentos para realização dos serviços em segu-
rança, pois, o veículo de apoio utilizado não dispunha de cesto aéreo, e no
local havia um galho de árvore sobre os condutores do circuito primário,
que não poderia ser removido com a utilização de escadas.
Diante disso, a equipe de eletricistas entrou novamente em contato com a
COD, solicitando o apoio de outros profissionais para auxiliá-los na recom-
posição da rede.
Os serviços foram executados dentro das condições necessárias e favoráveis
de segurança; porém, para o consumidor, o tempo que a rede permaneceu
desligada aguardando a chegada da segunda turma de eletricistas com o
caminhão cesto aéreo foi longo.
Observe que nas ocorrências emergenciais não são realizadas as etapas de
planejamento, o que pode prejudicar o atendimento e, consequentemente,
o tempo para a solução do problema pode ser maior.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
20

RECAPITULANDO

Neste capítulo pudemos constatar a importância de se fazer um planejamento


das ações, que inclui desde a separação correta de materiais e equipamentos
até a verificação dos veículos e a elaboração de um formulário que identifique
possíveis riscos.
Então, vamos seguir nossos estudos, tendo em mente que, para ser um bom
profissional nesta área, você precisa estar atento a várias situações diferentes, o
que requer, além de um planejamento, a capacidade de tomar decisões.
2 PLANEJAMENTO
21

Anotações:
Técnicas de Manobras em Redes
de Distribuição Aérea de Energia

Você já deve ter percebido que as tarefas de um eletricista de Redes de Distribuição Aérea
exige muita atenção, conhecimento de vários conceitos importantes de eletricidade e de pro-
cedimentos que garantam a segurança de si mesmo e de toda a equipe.
O que fazer quando uma faísca provocar uma labareda de fogo numa estação transforma-
dora de distribuição, no meio da execução de um trabalho?
Você já deve ter escutado falar sobre a importância do aterramento temporário. Mas, como
executar esse procedimento corretamente?
Neste capítulo, você estudará as características de alguns equipamentos de proteção e ma-
nobra utilizados para planejar e realizar desligamentos, aberturas e proteções de circuitos pri-
mários em Redes de Distribuição Aérea – RDA. Adquirindo estes conhecimentos, você poderá
efetuar suas atividades de forma correta e segura.

3.1 TERMOS E CONCEITOS UTILIZADOS

Vamos recordar alguns termos já tratados neste curso, para podermos apresentar os com-
ponentes instalados e suas funções específicas.
O sistema de distribuição é uma parte do sistema elétrico de potência ou da RDA desti-
nada ao transporte da energia a partir da saída do secundário de um transformador instalado
numa Estação Transformadora de Distribuição – ETD (onde termina a Linha de Transmissão
– LT), até o ponto de entrega da energia nas unidades consumidoras, abrangendo estruturas,
equipamentos e condutores.
A rede primária é o conjunto de elementos instalados na rede de distribuição, que são
energizados a partir de uma ETD, e destina-se ao suprimento da rede secundária e dos consu-
midores, atendidos em tensão primária entre 11 a 36,2 kV.
A rede secundária é composta por componentes do sistema de distribuição, energiza-
da pelas buchas secundárias dos transformadores de distribuição instalados nos postes, e
destina-se ao suprimento dos consumidores, atendidos em tensão secundária entre127 V e
220 V, e à iluminação pública.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
24

As redes de distribuição aérea podem ser urbanas e rurais, que são partes
integrantes do sistema de distribuição aéreo. A rede urbana está localizada den-
tro do perímetro da cidade de cada estado; a rural compõe todas as Linhas de Dis-
tribuição Aéreas - LDA que estiverem fora do perímetro urbano. São compostas
por rede primária e rede secundária de distribuição, as quais estão interligadas
por meio de transformadores rebaixadores e elevadores da tensão elétrica, abran-
gendo tanto as estruturas, quanto os equipamentos e os condutores.
O circuito alimentador primário é parte de uma rede de distribuição primá-
ria que alimenta, diretamente ou por intermédio de seus ramais, os primários dos
transformadores de distribuição da empresa concessionária e ou de seus consu-
midores. Constitui-se de circuito tronco e de ramais do alimentador primário.
O circuito tronco em RDA é a artéria principal de um alimentador primário, que
deriva diretamente da subestação estendendo-se até o primeiro equipamento de
proteção. Ele caracteriza-se por possuir a maior bitola dos condutores instalados na
rede, e atende a maior parcela ou o total da carga do circuito alimentador, além das in-
terligações com ramificações de circuitos menores, conforme a configuração da rede.
Por fim há o ramal de alimentador primário, que parte de um alimentador
primário, deriva do circuito tronco e, na maioria das vezes, caracteriza-se por
conter condutores de bitolas menores. Esta rede, nas suas derivações, deverá ter
dispositivos de proteção tais como fusíveis, religadoras ou seccionalizadoras au-
tomáticas, disjuntores, e chaves faca, que servem para manobras de abertura e
fechamento dos circuitos, quando necessário.
Vejamos agora quais são os dispositivos de proteção e manobra necessários
para realização e suas atividades profissionais, referentes a desligamentos, aber-
turas e proteções de circuitos primários em Redes de Distribuição Aérea – RDA.

3.2 CHAVE TIPO FACA OU SECCIONADORA

Chave tipo faca ou seccionadora é um equipamento que não efetua proteção elétri-
ca das RDA. Ele é destinado às manobras operativas e aos desligamentos ou religamen-
tos dos circuitos. As chaves tipo faca são instaladas em pontos estratégicos que visam:
a) manobrar trechos da rede para minimizar os efeitos das interrupções pro-
gramadas ou não programadas;
b) estabelecer aberturas e fechamentos do circuito posicionado antes dos
seguintes equipamentos: religadoras, seccionalizadoras, chaves a óleo e ban-
co de capacitores (equipamentos que serão vistos nos próximos capítulos).
c) efetuar manobras em troncos primários, colocando-os em operação ou
retirando-os de operação.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
25

A seguir, na Figura 4, observe alguns exemplos de chaves tipo faca instaladas na RDA.

Figura 4 - Chave seccionadora monofásica – classe de tensão 15 kV.


Fonte: SENAI - SP (2014)

A estrutura que você vê na Figura 4 é constituída por chaves tipo faca mono-
fásicas e, portanto, o seccionamento é realizado fase a fase, ou seja, abrindo ou
fechando uma fase de cada vez.
Na Figura 5 você pode identificar uma chave tripolar, em que o seccionamento
é realizado simultaneamente nas três fases, em uma única operação.

Figura 5 - Chave seccionadora trifásica – classe de tensão 15 kV.


Fonte: SENAI - SP (2014)
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
26

3
SOBRECORRENTE: Observe, nas figuras anteriores, que a chave tipo faca ou seccionadora é cons-
tituída de vários componentes, identificados na Figura 6, a seguir:
É o valor acima da
corrente elétrica normal
de funcionamento de um
circuito ou equipamento. gancho suporte para apoio de equipamento de
abertura e fechamento de circuito em carga loadbuster (LB)

lãmina cobreada trava de segurança do gancho


com tensão 15 kV para abertura em carga
terminal para instalação terminal para instalação do
do cabo da rede (linha) cabo alimentador da carga (carga)

isolador de porcelana
classe 15 kV

base para fixação


da estrutura
Figura 6 - Detalhes de composição da chave tipo faca.
Fonte: SENAI - SP (2014)

Como as chaves tipo faca têm a finalidade de realizar manobras em RDA, as espe-
cificações técnicas, tais como padronização da instalação na vertical ou horizontal,
tensão e corrente elétrica de operação, e abertura e fechamento em carga devem
obedecer aos critérios e normas que são adotados pela concessionária distribuidora.
Veja na Figura 7, a seguir, um exemplo da instalação de chaves tipo faca insta-
ladas na vertical.

Figura 7 - Chaves tipo faca instaladas na vertical.


Fonte: SENAI - SP (2014)
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
27

A instalação de chaves tipo faca pode também ser realizada na horizontal.


Observe a Figura 8, a seguir.

Figura 8 - Chaves tipo faca instaladas na horizontal.


Fonte: SENAI - SP (2014)

3.3 CHAVE FUSÍVEL

A chave fusível é o equipamento que efetua proteção e manobras em RDA e é


destinado à abertura e desligamento por sobrecorrentes3, protegendo eletricamen-
te os circuitos. As chaves fusíveis são instaladas em pontos estratégicos visando:
a) proteger circuitos, equipamentos e cabos contra eventuais sobrecorrentes;
b) realizar manobras para interrupção de circuitos e equipamentos energizados;
c) separar os circuitos tronco de ramais dos alimentadores primários.
Veja na Figura 9, a seguir, um exemplo de instalação da chave fusível na RDA.

Figura 9 - Chave fusível – classe de tensão 15 kV.


Fonte: SENAI - SP (2014)
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
28

4
CORRENTE NOMINAL: VOCÊ A chave fusível tem um corpo chamado porta-fusível,
nome conhecido como porta base fusível matheus ou
SABIA? simplesmente chave matheus.
É o valor de intensidade
de corrente, previsto no
cálculo de um determinado
circuito, que o material
pode suportar sem que A chave fusível é constituída de vários componentes. Observe-os na figura a seguir:
se ponha em perigo a sua
conservação.
terminal para instalação do
cabo da rede (linha)

gancho suporte para apoio de equipamento de


abertura e fechamento de circuito em carga loadbuster (LB)
isolador de porcelana

argola para
vara de manobra

cartucho de armazenamento
do elo fusível

base fusível

terminal para instalação do


cabo alimentador da carga (carga)
Figura 10 - Composição da chave fusível.
Fonte: SENAI - SP (2014)

As chaves fusíveis são disponibilizadas em correntes que podem variar de 1 A


a 400 A, sendo que as mais comuns são de 100 A e 200 A.

As chaves fusíveis que não apresentarem gancho suporte


para apoio de equipamento de abertura e fechamento de
FIQUE circuito em carga loadbuster (LB) não podem ser operadas
ALERTA (abrir ou fechar) com o circuito ligado (energizado), pois,
nesse caso, oferece riscos para o operador, tais como:
queimaduras, choque elétrico ou morte.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
29

3.3.1 ELO FUSÍVEL

O elo fusível é a parte pela qual passa corrente elétrica. Trata-se de um fila-
mento que limita a corrente e efetua a proteção do circuito, ou seja, é o elemento
sensor que detecta a sobrecorrente e interrompe o circuito.
Os elos fusíveis de distribuição são padronizados pela ABNT, de acordo com as espe-
cificações contidas em normas e métodos de ensaio. A qualidade e o dimensionamento
de seus materiais, bem como o projeto e a construção do elo fusível, são itens de pri-
mordial importância para a interrupção de uma sobrecorrente em um tempo esperado.
O elo fusível não deve fundir (queimar) com a corrente normal de operação do
circuito ou equipamento o qual ele protege e deve obedecer às curvas caracterís-
ticas de tempo versus corrente, que são encontradas nos manuais dos fabricantes.
Os elos fusíveis são constituídos das seguintes partes:

cabeça com botão

elemento fusível

fio de reforço opcional

tubinho do elo fusível

rabicho

Figura 11 - Composição dos elos fusíveis.


Fonte: SENAI - SP (2014)

É importante entender que o botão é o elemento que fixa o elo fusível na parte
superior do cartucho, dando continuidade ao circuito. Os botões são padroniza-
dos, a fim de permitirem a ligação eletromecânica, relacionando a corrente nomi-
nal4 com o seu diâmetro, conforme o quadro a seguir.

Quadro 1 - Padronização dos botões dos elos fusíveis


CORRENTE NOMINAL (A) DIÂMETRO (MM)
1 a 50 12,5
65 a 100 19
140 a 200 25
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
30

Agora observe como funciona a chave e o elo fusível, juntos.

Figura 12 - Elo e chave fusível com cartucho de armazenamento aberto.


Fonte: SENAI - SP (2014)

Quando percorrido por uma sobrecorrente, o elemento fusível do elo funde-


-se e forma-se um arco entre as pontas partidas do elo. Durante o tempo que este
arco se mantém, provoca a queima e a decomposição parciais do tubo de reves-
timento interno do cartucho, os gases gerados por esta decomposição, constituí-
dos basicamente de monóxido de carbono e hidrogênio, desionizam rapidamen-
te o espaço percorrido pelo arco e quando a corrente de falha – passa pelo valor
zero – o arco é então interrompido.
Os gases se acumulam dentro do tubo com pressão que depende da grandeza
da corrente de falha. Esses gases comprimidos abafam, resfriando o arco, e esca-
pam através de uma ou duas extremidades do cartucho, carregando consigo as
partículas ionizadas que manteriam o arco. Entretanto, o escapamento inicial dos
gases é mais lento do que sua formação.
O dispositivo de extração do elo também contribui para a extinção do arco.
Quando o fusível se funde, o guia de extração do elo, por causa de sua ruptura,
desengata da articulação do cartucho, expelindo a parte inferior do elo partido
de dentro do tubo, faz separar as pontas partidas do fusível, contribuindo assim
para a extinção do arco.

3.3.2 ELEMENTO FUSÍVEL

Elemento fusível é um condutor ativo que possui uma resistência elétrica dife-
rente da resistência do cobre.
Como já estudamos no livro de Fundamentos de Eletricidade, a resistência
elétrica de um material está associada ao comprimento, à área de seção transver-
sal, à resistividade e à temperatura.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
31

As dimensões do elemento fusível determinam os valores das correntes de fu-


são e os respectivos tempos de abertura dos circuitos elétricos. Para obedecer a
essa especificação, utiliza-se estanho ou liga de estanho, em alguns casos ligas
de prata, que trabalham a temperaturas inferiores a 100°C e têm o ponto de fu-
são em torno de 230ºC.
O comprimento do elemento fusível determina a quantidade de calor que
pode ser dissipado. Os elos fusíveis mais compridos têm uma menor concentra-
ção de calor e, assim sendo, com uma sobrecorrente moderada, um elemento de
grande comprimento apresentará um ponto mais quente no centro.

elo rompido

tubinho

rabicho

Figura 13 - Elo fusível rompido dentro do tubinho.


Fonte: SENAI - SP (2014)

Logo que o ponto quente atinge a temperatura de fusão, há o rompimento do


elo fusível. Com a mesma corrente, o ponto mais quente e um elemento fusível mais
curto a temperatura de fusão não é atingida, pois o calor se dissipa mais rapidamente.
O tempo de fusão depende então da área de seção do elemento fusível e do
valor da corrente, que está passando num intervalo de tempo.
Deste modo, o comprimento e a área de seção transversal (bitola), conveniente-
mente ajustados, fixam uma característica de tempo versus corrente de fusão do elo
fusível, ou seja, para cada valor de corrente o elemento fundirá num tempo diferente.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
32

3.3.3 TIPOS DE ELOS FUSÍVEIS

Os elos fusíveis são classificados de acordo com a rapidez de fusão e devem


atender às seguintes normas nacionais e internacionais: NBR 7282:2011, IEC 282-
2, ANSI C37.41, ANSI C37.42 e NEMA PUB. SG-2.
Eles podem ser do tipo H, K, T, EF, HXO e HYO, STD, IS, DI, QI e Olhal. Porém, os
mais utilizados em RDA são os do tipo H, K e T.
A chave fusível precisa ser compatível com a corrente do elo fusível. No Qua-
dro 2, a seguir, é possível identificar o corpo da chave fusível que deve ser utiliza-
da, em razão do elo fusível aplicado na rede.

Quadro 2 - Corrente nominal – Elo Fusível versus Chave Fusível


CORRENTE NOMINAL
ELO FUSÍVEL CHAVE FUSÍVEL
1 a 65 A 100 A
50 a 200 A 200 A

Para cada tipo de equipamento a ser protegido, há um critério para a seleção do


elo fusível a ser aplicado. Veja, nas tabelas a seguir, como é realizada esta escolha.

Tabela 1 - Elos fusíveis para transformadores de iluminação pública


POTÊNCIA DO TRAFO TENSÃO NOMINAL DO CIRCUITO
KVA 3,8 KV 13,2 KV
7,5 5H 1H
10 5H 2H
15 6T 2H
25 10T 5H

Tabela 2 - Elos fusíveis para transformadores monofásicos de distribuição


POTÊNCIA DO TRAFO TENSÃO NOMINAL DO CIRCUITO
KVA 3,8 KV 13,2 KV 23 KV 34,5 KV
5 - 1H 1H -
10 6T 2H 1H 1H
15 6T 3H 2H 1H
25 12 T 5H 3H 2H
37,5 20 T 6T 5H 3H
50 25 T 10 T 5H 5H
75 30 T 10 T 6T 5H
100 50 T 12 T 10 T 6T
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
33

Tabela 3 - Elos para transformadores trifásicos de distribuição


POTÊNCIA DO TRAFO TENSÃO NOMINAL DO CIRCUITO
KVA 3,8 KV 13,2 KV 23 KV
15 3H 1H 1H
30 6T 2H 1H
45 10 T 3H 2H
75 12 T 5H 3H
112,5 20 T 6T 5H
150 25 T 6T 5H
225 40 T 10 T 6T

Vamos supor que, após ter realizado a construção de uma estrutura que con-
tenha um transformador trifásico de 150 kVA em uma RDA de 13,2 kV, você tenha
que selecionar o elo fusível para proteção desse transformador.
Por se tratar de um transformador trifásico, é preciso observar a Tabela 3, na
qual é possível identificar que o trafo de 150 kVA na tensão de 13,2 kV deve ter
elos fusíveis de 6 T para efetuar sua proteção.

3.4 EQUIPAMENTO PARA ABERTURA DE CHAVE TIPO FACA E CHAVE


FUSÍVEL EM CIRCUITOS ENERGIZADOS – LOADBUSTER (LB)

Para abrirmos um circuito energizado, é preciso interromper o caminho da


corrente. Esta ação é perigosa, pois, ao interromper o fluxo da corrente elétrica,
ocorre uma grande dissipação de calor, também conhecida como arco elétrico,
que é o resultado de uma ruptura dielétrica de um gás. Esta ruptura produz uma
descarga de plasma, similar a uma fagulha instantânea, resultante de um fluxo de
corrente, em meio normalmente isolante tal como o ar.
Para realizar a abertura das chaves instaladas nas redes aéreas de distribuição,
em regime de carga, evitando o risco de acidentes decorrentes do arco elétrico, foi
desenvolvido um equipamento, o loadbuster. Ele tem por finalidade extinguir o
arco elétrico na abertura de chaves tipo faca e chaves fusíveis. Para que isso ocorra,
porém, as chaves devem possuir gancho suporte para apoio desse equipamento.
Este equipamento pode ser utilizado em clima chuvoso, porém, é necessário
que esteja em condições de uso, inspecionado, testado e completamente limpo.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
34

Identifique, na figura a seguir, as partes que compõem esse equipamento.

Figura 14 - Composição do loadbuster.


Fonte: SENAI - SP (2014)

Observe, na Tabela 4 a seguir, os modelos mais comuns e suas especificações.

Tabela 4 - Especificações do loadbuster


CORRENTE MÁXIMA PARA
TENSÃO NOMINAL DA RDA
ABERTURA DE CHAVES IMÁX

200 A 14,4 a 25 kV
600 A 14,4 a 34,5 kV

O loadbuster ou LB faz com que a circulação da corrente elétrica seja efetu-


ada em seus mecanismos internos, impedindo que ela circule no meio externo,
provocando a extinção do arco, pois, quando a mola interna for submetida a uma
tensão pré-determinada (aproximadamente a meio caminho do tubo), será dis-
parado o mecanismo interno, provocando a abertura do circuito devido ao fato
de que gases são produzidos por materiais armazenados no interior da câmara de
extinção. A corrente passa dentro da câmara, minimizando e extinguindo o arco
formado na abertura do circuito.
Veja, na Figura 15 a seguir, a utilização do loadbuster acoplado ao bastão de
manobra, realizando a abertura de uma chave fusível.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
35

Figura 15 - Abertura da chave fusível com utilização do loadbuster.


Fonte: SENAI - SP (2014)

3.4.1 USO E CONSERVAÇÃO DO LB

Por se tratar de um equipamento indispensável nas atividades que necessi-


tam de manobras nas RDAs, é imprescindível que você realize inspeção prévia
em cada utilização do loadbuster. Esse equipamento deve estar completamente
limpo, e com suas partes metálicas lubrificadas. O tubo de extinção de arco deve
trabalhar livremente e não apresentar rachaduras.
Tendo em vista a utilização correta do loadbuster, você deve testar o dispositivo
de travamento, puxando a haste para baixo até a abertura do aparelho, e também
puxar a haste a meio caminho do tubo para verificar se o LB dá um trip, ou seja, se
a haste retorna, fazendo com que o equipamento permaneça na posição aberto.

O loadbuster – LB deve ser submetido a testes e ensaios


periódicos. Os fabricantes recomendam realizá-los a cada
SAIBA seis meses, ou controlar a condição de uso pelo número de
MAIS operações executadas. Faça uma busca e verifique, junto
aos fabricantes, qual a periodicidade ideal para realização
de manutenção nesse equipamento.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
36

Ao atingir a quantidade limite ou a periocidade de operações, determinadas


pelo fabricante, o LB deve ser encaminhado a uma empresa de manutenção.
Assim sendo, a empresa que realiza a manutenção emitirá um laudo técnico,
atestando a confiabilidade para uso do equipamento e sua validade será variável,
de acordo com a determinação desta empresa que o reparou.
Antes da sua efetiva utilização, você deve verificar o número de operações que
já foram realizadas com o LB. Existem fabricantes que disponibilizam no corpo do
equipamento uma etiqueta em que esses valores são apontados.
Para a utilização do LB, ele deve ser acoplado na vara de manobra, por meio do
cabeçote universal ou ponteira metálica. A seguir, deve-se, colocá-lo na posição
fechado engatilhar, e engatar sua argola no gancho da chave. Sua trava móvel
deve ser engatada na argola do cartucho, da lâmina ou da argola da chave tipo
faca ou fusível. É importante destacar que, para abrir as chaves instaladas na RDA,
é preciso puxar o LB continuamente, com firmeza.
Uma vez abertas as chaves, para remover o LB, gira-se a vara de manobra
para desengatar a trava móvel da argola e, em seguida, desengatar a argola do
gancho para LB.
Lembre-se que é preciso rearmar o LB para a próxima operação, estendendo
o dispositivo para levantar a trava de retorno. É necessário também fechar o LB e
testar a resistência da mola.
Outro passo é a execução da abertura das demais chaves, anotando cada ope-
ração realizada, observando-se que, se forem realizadas manobras em chaves tipo
faca monofásica, o número de operações deve ser de acordo com a quantidade
de chaves operadas.

3.4.2 CUIDADOS NECESSÁRIOS

Como eletricista, ao utilizar o LB, alguns cuidados devem ser considerados


por você:
a) o LB deve ser posicionando com a câmara de extinção voltada para o lado
oposto em relação ao eletricista;
b) evite a utilização do LB entre fases energizadas e a aproximação da lâmina
com os contatos da chave, para não ocasionar novo arco elétrico;
c) não manuseie o LB com as mãos sujas;
d) a abertura deve ser rápida, firme e precisa;
e) jamais descanse a vara de manobra, acoplada ao LB, em qualquer ponto
da estrutura;
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
37

f ) ao realizar a manobra, posicione-se na escada de modo a enxergar o


engate do LB;
g) realize o acondicionamento em estojo próprio. Os fabricantes geralmente
os disponibilizam. Veja um exemplo na Figura 16, a seguir.

Figura 16 - Estojo para acondicionamento do LB.


Fonte: SENAI - SP (2014)

É importante destacar que o uso constante do estojo aumenta a vida útil do


equipamento, pois o protege contra umidade, poeira, e também ameniza os im-
pactos aos quais estão sujeitos durante o transporte, devido às possíveis irregula-
ridades nos diversos terrenos.

3.5 IDENTIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM RDA

Nos circuitos de redes de distribuição primária e nas linhas de transmissão, os


equipamentos são identificados para melhor visualização e rápida ação na reali-
zação de manutenções.
A identificação visa ao controle patrimonial dos equipamentos e, em algumas
concessionárias, o controle desses patrimônios é realizado por meio de softwares
que permitem visualizações cartográficas, com indicação das ruas e do ponto ge-
ográfico de sua localização.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
38

A identificação em campo é efetuada por meio de placas, que são fixadas nas
estruturas que contenham transformadores, bancos de capacitores, reguladores
de tensão, chaves tipo faca, chaves fusíveis, religadores e seccionalizadores auto-
máticos. Na Figura 17, a seguir, é possível identificar uma placa preparada para ser
utilizada na identificação de uma chave fusível ou base fusível – BF.

Figura 17 - Placa de identificação base fusível


Fonte: SENAI - SP (2014)

Como você pode constatar, a partir da figura 17, a padronização adotada pela
AES Eletropaulo, empresa distribuidora de energia elétrica do Estado de São Pau-
lo, é realizada por placa de fundo branco, com as letras e os números pintados em
vermelho, que representam a identificação dos equipamentos de forma abrevia-
da. Veja esse detalhe na Figura 18, a seguir.

Figura 18 - Placas de identificação equipamentos


Fonte: SENAI - SP (2014)

Os circuitos primários de distribuição também são identificados por placas.


Você pode observar na sua cidade as identificações instaladas nas saídas de su-
bestações desses circuitos e também em chaves tipo faca ou chaves fusíveis. A pa-
dronização, adotada pela AES Eletropaulo, permite identificar a classe de tensão
desses circuitos pelos números constantes nas placas.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
39

Veja no quadro a seguir, como identificar a classe de tensão dos circuitos primários.

Quadro 3 - Identificação dos equipamentos


CLASSE DE TENSÃO (KV) NUMERAÇÃO DE CIRCUITO
3,8 1 a 99
13,2 ou 13,8 100 a 199
23,5 200 a 299
35,4 300 a 399
Fonte: AES Eletropaulo

3.6 RELIGADORAS AUTOMÁTICAS

Religadoras automáticas são equipamentos de proteção e manobra utilizados


no controle das interrupções no fornecimento de energia elétrica, motivadas por
causas transitórias, ou seja, defeitos momentâneos, tais como: descargas atmos-
féricas, condutores derrubados ao chão por causa de galhos de árvores que es-
barram neles, deslocamento de uma fase ficando em contato com outra, provo-
cado por ventos fortes, entre outros.
Em todos esses casos, haveria interrupção prolongada no sistema de distribui-
ção de energia elétrica devido às condições transitórias de sobrecorrente, ou seja,
de correntes maiores às permitidas ao circuito. Essa sobrecorrente provoca a atu-
ação dos equipamentos de proteção, e é justamente por isso que a instalação de
religadoras é realizada em RDA, pois permite ações de religamentos instantâneos
ou temporizados, que podem eliminar esse tipo de defeito, fazendo com que não
haja o desligamento efetivo de toda a rede distribuidora.
Ao sensibilizar um defeito na rede, a religadora interrompe o circuito, religan-
do-o automaticamente por um determinado tempo, ou por tempo predetermi-
nado, num total de quatro operações consecutivas, e bloqueia após a quarta,
fazendo assim com que o mecanismo de religação fique travado na posição des-
ligado. Dessa forma, somente será destravado manualmente.

Faça uma busca junto à concessionária de energia elétrica


de sua região e identifique os tipos de religadoras, formas
SAIBA e métodos de instalações utilizados.
MAIS As religadoras seguem normas da ABNT e as
concessionárias possuem suas normas técnicas internas
para operação e instalação destes equipamentos.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
40

3.6.1 TIPOS DE RELIGADORAS

São encontrados diferentes tipos de religadoras automáticas instaladas nos


circuitos alimentadores distribuídos pelo Brasil. As concessionárias vêm amplian-
do o número de instalações que contenham religadoras automáticas, utilizando-
-as inclusive na saída de circuitos das subestações.
As religadoras podem ser classificadas quanto a:
a) Religadoras com bobina série:
• Reyrolle tipo OYT
• McGraw Edison tipo KF
• McGarw Edison tipo R e W
b) Religadoras eletrônicas:
• Westinghouse tipo SEV280
• Cooper tipo KFE
c) Religadoras com controle digital:
• Brush PMR
• Nulec N Series
• Cooper NOVA
• Whipp&Bourne - GVR
• ABB

3.6.2 CONDIÇÃO OPERATIVA DAS RELIGADORAS

Existem componentes comuns a todas as religadoras, os quais permitem


operação manual para energizar ou desenergizar os circuitos. São eles:
a) alavanca de operação manual – permite energizar ou desenergizar
circuitos sempre com vara de manobra;
b) alavanca de bloqueio da religadora – permite bloquear ou restabelecer o
religamento automático;
c) alavanca de disparo para terra – permite bloquear ou restabelecer a
proteção terra.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
41

É possível verificar o estado operativo em que se encontra o equipamento,


pois existem indicações junto à alavanca de operação e bloqueio, destinadas a
sinalizar se a religadora está aberta ou fechada.
Vamos tomar como exemplo a religadora tipo KF. Ela é uma religadora trifásica,
hidraulicamente controlada; porém, seus contatos principais são interrompidos
em uma câmara de vácuo, o que lhe dá vantagens adicionais tais como: menor
tamanho e peso, e necessidade de pouca manutenção. Adicionalmente, admite
bobina de disparo de terra. Observe, na Figura 19, a seguir, uma religadora KF
instalada em poste de concreto circular.

Figura 19 - Religadora tipo KF – 15 kV


Fonte: SENAI - SP (2014)

Analisando-se o Quadro 4 a seguir, é possível identificar a condição operativa


da religadora em detrimento da posição e sinalização das alavancas.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
42

Quadro 4 - Condição operativa da religadora tipo KF


ALAVANCA DE OPERAÇÃO MANUAL
Alavanca de operação manual na posição
indicativa de que a religadora está aberta

Nesta situação, os contatos principais da


religadora estão abertos e travados.

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de
operação manual

Alavanca de operação manual está na


posição “fechado”
Nesta situação, se houver tensão nas
buchas de entradas, os contatos principais
da religadora serão fechados.

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de
operação manual

Alavanca de bloqueio do religamento: Permite bloquear a religadora após sua primeira operação,
independente do número de religamentos.
Alavanca na posição do bloqueio do
religamento

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de
operação manual

Alavanca na posição de restabelecimento

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de
operação manual
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
43

Alavanca de disparo para terra: Esta alavanca serve para proteger os componentes internos da
religadora contra oscilações de tensão.
Quando acionada para baixo, a proteção
de terra estará ligada.

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de bloqueio
de disparo de terra

Quando acionada para cima, a proteção


estará desligada.

indicador do
estado (open/closed)
alavanca de bloqueio
de disparo de terra

3.7 PROCEDIMENTOS DE DESENERGIZAÇÃO DE CIRCUITOS E EQUIPAMENTOS

Nas atividades de manobras, execução, manutenção em redes de distribuição


aérea – RDA sempre serão utilizados os equipamentos e ferramentas para traba-
lhos em altura, levando-se em consideração os itens já estudados no capítulo 4 do
livro Montagens e Instalações de Redes – Módulo Específico I.
Relembrando, todos os aspectos de segurança na instalação, na retirada de
escadas e em outras formas de elevação do eletricista ao nível superior, com es-
poras, escadas, cesto aéreo e outros deverão ser executados.
Nos trabalhos executados em altura com a utilização de escadas e cestos aéreos,
há uma grande possibilidade de que ocorra um acidente, pois os eletricistas estarão
expostos a riscos, como visto no livro de Fundamentos de Redes Elétricas.
Podemos citar, como algo que põe as pessoas em risco, a probabilidade de
que algo caia do alto da escada ou da cesta aérea e atinja uma pessoa ou outro
companheiro de serviço que está passando ou está sob a escada. Demais possi-
bilidades de acidentes podem ocorrer em função de riscos ergométricos, choque
elétrico e outros. Por isso, destacamos que, em quaisquer circunstâncias, todos os
envolvidos nas tarefas devem estar com seus EPIs dentro das normas de seguran-
ça e checar os EPCs relativos a cada tipo de tarefa.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
44

Nas aberturas de chaves e manobras de equipamentos, os procedimentos de-


vem ser levados em conta e rigorosamente seguidos, pois os circuitos poderão
estar energizados ou não.

Como você já percebeu, a simples abertura de uma


chave exige muitos cuidados; há muitos aspectos a
serem considerados. Isso significa que sua segurança e
FIQUE integridade física e os aspectos técnicos operacionais
ALERTA dependem de você, de suas atitudes e de seus atos
seguros; dependem dos equipamentos e materiais
empregados, das técnicas operacionais empregadas e das
condições seguras de trabalho.

Podemos afirmar que, no exercício de qualquer profissão, sempre haverá riscos


envolvidos, em maior ou menor proporção, dependendo do grau de execução,
tanto para quem desempenha a função, como para quem compartilha espaços
comuns com o trabalhador.
É grande a preocupação com a execução de trabalhos em RDA, sob estes as-
pectos referentes à Saúde e Segurança do Trabalho. Entendidos como um conjun-
to de indicações e medidas a serem observadas, as normas e os procedimentos de
segurança visam minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais
dos profissionais que atuam nessa área, bem como proteger a integridade física e
psíquica da capacidade dos trabalhadores, levando-se em consideração, ainda, al-
gumas doenças ocupacionais que podem afetar as pessoas que atuam nesta área.
Nos levantamentos e nas aplicações diárias dos riscos que podem ser preveni-
dos e evitados, inclusive para as APRs, podemos citar:
a) identificação das condições de segurança para execução do projeto;
b) identificação dos riscos inerentes à construção das redes de distribuição;
c) identificação dos riscos do uso da eletricidade e suas manobras;
d) utilização de ferramentas e equipamentos adequados e de forma correta,
na execução de cada atividade;
e) comunicação de forma correta e segura;
f ) seleção e utilização dos EPIs e EPCs para execução das manobras e abertura
de circuitos em RDA;
g) limpeza e conservação dos equipamentos de segurança e ferramentas;
h) limpeza e recolhimento dos dejetos e detritos remanescentes da utili-
zação nas tarefas, utilizando os conhecimentos adquiridos, referentes à
preservação do meio ambiente.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
45

Vamos agora detalhar alguns procedimentos técnicos adicionais que devem


ser seguidos nas atividades que necessitam da desenergização de equipamen-
tos em RDA.
a) para abrir as chaves tipo faca ou chaves fusíveis, utilize vara de manobra
com o LB acoplado;
b) retire os cartuchos das chaves fusíveis;
c) abra os conectores de linha viva;
d) teste, com o detector de tensão, as redes primária e secundária, constatan-
do a ausência de tensão;
e) instale o aterramento temporário nas redes primária e secundária;
f ) cheque, visualmente, os itens 1, 2, 3 e 4;
g) sinalize o ponto de desenergização com uma bandeirola ou com outro tipo
de sinalizador.

CASOS E RELATOS

Abertura de chave fusível


O funcionário José da Silva, de uma empresa terceirizada que presta serviços
para uma concessionária de distribuição de energia elétrica, realizava, em
uma tarde de domingo, uma manobra de abertura de chave fusível em uma
estação transformadora de distribuição.
Estava preparado para a abertura da chave e vestia todos os equipamentos de
segurança. Quando efetuou a operação, formou-se um arco elétrico, liberando
fortes faíscas e provocando altas temperaturas, lançando pedaços de metais
incandescentes para todos os lados, atingindo o operador que estava sobre a
escada. O funcionário teve queimaduras leves sobre o rosto.
O acidente ocorreu, porque o eletricista não observou que a abertura desta
chave deveria ser efetuada com equipamento ou dispositivo de abertura
de chaves em carga – loadbuster - LB, que extingue o arco elétrico.
Graças aos equipamentos individuais de segurança – EPIs, José não sofreu
um grave acidente que poderia ter lhe custado a vida.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
46

Diante disso, podemos afirmar que o procedimento de desenergização torna-


-se uma atividade essencial para segurança pessoal e de todos os colaboradores
envolvidos na execução de um serviço. Todas as etapas que estão descritas no
procedimento devem ser rigidamente seguidas, observando-se a sequência nor-
malizada da sua execução.
Para facilitar sua compreensão, vamos agora conhecer os equipamentos que
devem ser utilizados na realização do procedimento de desenergização das redes
distribuidoras de energia elétrica.

3.7.1 DETECTOR DE TENSÃO

Os detectores de tensão, como o próprio nome indica, são equipamentos des-


tinados, a verificar e acusar a presença ou ausência de tensão elétrica no circuito,
no cabo ou na proximidade destes, quando acionados.
Existe, no mercado, uma infinidade de modelos disponíveis. Veja, na Figura 20 a
seguir, um modelo de detector de tensão, utilizado nas redes aéreas de distribuição.

Figura 20 - Detector de tensão


Fonte: SENAI - SP (2014)

Normalmente, os detectores de tensão possuem uma base para encaixe do


bastão de manobra, para que possam ser realizados trabalhos à distância. Alguns
modelos possuem botões de ajustes para AT e BT com sinalizadores visual e so-
noro integrados.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
47

Veja, na Figura 21 a seguir, a aplicação deste equipamento para constatação da


ausência de tensão no circuito distribuidor.

Figura 21 - Detector de tensão acoplado ao bastão de manobra, verificando ausência de tensão em RDA.
Fonte: SENAI - SP (2014)

3.7.2 CONSERVAÇÃO E USO DO DETECTOR DE TENSÃO

Tendo em vista a conservação e o uso adequado e seguro do detector de ten-


são, antes de operá-lo, é necessário:
a) fazer a inspeção visual;
b) verificar a indicação sonora;
c) verificar a indicação luminosa;
d) substituir a bateria, caso necessário;
e) verificar a validade do ensaio;
f ) elaborar o relatório com o número serial do equipamento, que deve ser
acondicionado no estojo do equipamento.

Os detectores de tensão deverão ser submetidos a testes


FIQUE e ensaios pelo menos uma vez ao ano, sendo que a
não realização pode colocar o seu operador em riscos
ALERTA de acidentes, provocando lesões irreversíveis ou fatais,
causadas por choque elétrico.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
48

O detector de tensão deve ser acondicionado em estojo apropriado que acom-


panha o equipamento, ser manuseado com cuidado para evitar quebras, trincas
ou arranhões e deve ser mantido sempre limpo e seco. É imprescindível, portanto,
que o detector de tensão seja armazenado de forma correta, no estojo, para que
esse equipamento tenha uma longa vida e para que ele possa ser utilizado com
qualidade operacional e segurança.

3.7.3 ATERRAMENTO TEMPORÁRIO EM CIRCUITOS PRIMÁRIOS E


SECUNDÁRIOS

Quando você for executar desligamentos de equipamentos para realização


dos serviços de construção ou manutenção das redes de distribuição aéreas, é
imprescindível que faça os testes para constatar a ausência de tensão nas redes
de alta tensão (AT) e de baixa tensão (BT).
Esta ação deve ser realizada toda vez que for iniciada a execução de qualquer servi-
ço em rede desenergizada, para que você tenha certeza que o circuito está realmente
desligado. O próximo passo é efetuar o aterramento temporário, nas redes primária,
secundária ou em ambas. Para tanto, você deverá, primeiramente, identificar:
a) os tipos e modelos de aterramentos temporários;
b) a aplicação, como e onde utilizar os aterramentos temporários;
c) a forma correta e segura de efetuar um aterramento temporário.
A necessidade da aplicação do aterramento temporário visa eliminar possibilida-
des que podem tornar a rede desenergizada, energizada acidentalmente. Tais como:
a) descargas elétricas atmosféricas (direta ou indireta);
b) indução eletrostática, provocada por nuvens carregadas;
c) toque do condutor em linha energizada;
d) tensão induzida por linhas adjacentes ou paralelas;
e) erro de manobras;
f ) retorno por geradores;
g) consumidores ligados indevidamente em dois circuitos diferentes.
Diante do exposto, fica evidente a real necessidade do aterramento temporá-
rio. Porém, ele é constituído por contatos elétricos e, para que eles permaneçam
confiáveis, você deverá antes de sua aplicação:
a) lixar ou passar a escova de aço;
b) lubrificar as partes metálicas;
c) reapertar cabos frouxos ou cortados.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
49

Estas são práticas comuns dos eletricistas de redes de distribuição de ener-


gia elétrica – ERDE, e fazem parte da sua própria segurança e de seus compa-
nheiros de trabalho.
Na instalação do conjunto de aterramento temporário, para sua segurança,
você deve considerar os seguintes aspectos:
a) verificar as condições gerais do conjunto de aterramento temporário;
b) verificar, utilizando o detector de tensão, se a rede realmente está desenergizada;
c) iniciar o aterramento, conectando o grampo, com o jumper de maior com-
primento, ao neutro geral. Para iniciar um aterramento temporário na rede,
deve-se conectar sempre o neutro geral em primeiro lugar;
d) conectar os demais grampos, a partir da fase mais próxima.
Para retirar com segurança o conjunto de aterramento temporário das redes
desenergizadas, é necessário estar atento aos seguintes procedimentos:
a) só fazer a retirada do conjunto de aterramento temporário com a autori-
zação prévia do responsável pelo desligamento.
b) desconectar os grampos das fases aterradas;
c) iniciar a retirada pela fase mais distante, para ser alcançada com o bastão de
manobras;
d) desconectar o grampo do neutro geral. O grampo do neutro geral deve ser
o último a ser retirado, para proteção do operador;
e) liberar a rede para restabelecimento do circuito;
f ) guardar o conjunto de aterramento temporário corretamente.
Tenha cuidado e zele este equipamento, pois após várias instalações e retira-
das, e dependendo do modo de armazenamento, ele poderá ficar inutilizável. Ob-
serve as suas condições gerais de utilização e comunique sobre as irregularidades
encontradas para que elas sejam sanadas com a maior brevidade possível.

Aterramento temporário em circuitos primários

Para execução de uma tarefa ou atividade, este tipo de aterramento deve ser
executado por um intervalo de tempo, com a rede desligada. Ao reenergizar o cir-
cuito, todos os aterramentos devem ser retirados, pois as fases estarão fechadas
ou curto-circuitadas.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
50

Observe, na Figura 22, um conjunto de aterramento temporário utilizado em


redes aéreas primárias de distribuição com classe de 15 kV.

Figura 22 - Conjunto de aterramento temporário para redes primárias.


Fonte: SENAI - SP (2014)

O aterramento temporário deve ser aplicado nas extremidades desenergiza-


das do circuito, onde serão executados os serviços em RDA. Veja um exemplo
desta aplicação.

Figura 23 - Aplicação de aterramento em rede aérea primária.


Fonte: Apostila AES Eletropaulo

Você encontrará, nas empresas distribuidoras de energia


elétrica e em suas prestadoras de serviços, tipos e modelos
SAIBA diferenciados de aterramentos temporários, bem como,
normas e procedimentos de segurança para instalação e
MAIS retirada destes equipamentos. Verifique o modelo utilizado
pela empresa ou concessionária de sua região e procure
conhecer os seus procedimentos.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
51

Aterramento temporário em circuitos secundários

Este tipo de aterramento, a exemplo do que você já estudou, deve ser utilizado
apenas temporariamente, ou seja, por um intervalo de tempo necessário para a
execução de uma tarefa ou atividade, com a rede desligada.
Não se esqueça de que, ao reenergizar o circuito secundário, todos os aterra-
mentos devem ser retirados, pois as fases estarão fechadas ou curto-circuitadas.
Normalmente, em redes secundárias, os conjuntos de aterramento temporário
são instalados nas extremidades do circuito, nos quais serão executados os servi-
ços, e também nos transformadores que alimentam a rede.
Identifique, na figura a seguir, um modelo de aterramento temporário utiliza-
do nas redes aéreas secundárias de distribuição de energia elétrica.

Figura 24 - Conjunto de aterramento temporário para redes secundárias.


Fonte: SENAI - SP (2014)

O conjunto de aterramento secundário que você identifica na Figura 25 é do


tipo bico de pato com bastão isolante rosqueável; porém, existem diferentes mo-
delos que podem ser encontrados nas empresas distribuidoras de energia elétrica
e suas tercerizadas.
Para executar serviços em redes desenergizadas, é obrigatório o uso do con-
junto de aterramento temporário, como medida de prevenção de acidentes. É
um equipamento de segurança coletivo – EPC, pois protege todas as pessoas,
direta ou indiretamente, envolvidas na execução de tarefas em RDA.
OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
52

Observe, na figura a seguir, a instalação do conjunto de aterramento


temporário,em redes primária e secundária de distribuição.

Figura 25 - Instalação do conjunto de aterramento temporário em rede primária e secundária


Fonte: SENAI - SP (2014)

Você somente poderá considerar uma rede desenergizada


se forem realizadas a constatação de ausência de
FIQUE tensão e, posteriormente, a instalação do aterramento
ALERTA temporário, pois são vários os fatores que podem energizá-
la, colocando em risco a vida do eletricista e de outras
pessoas do grupo de trabalho.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou os diversos equipamentos que serão utiliza-


dos por sua prática como profissional desta área. Pôde refletir sobre a im-
portância da realização de todas as etapas do procedimento de desener-
gização da rede, para garantir a segurança de todos. Para isso, você:
a) conheceu quais são os equipamentos destinados a manobras como, por
exemplo, as chaves tipo faca. Aprendeu, também, a respeito dos equi-
pamentos que são utilizados para proteção e manobra, sobre as chaves
fusíveis e as religadoras automáticas.
3 TÉCNICAS DE MANOBRAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE ENERGIA
53

b) compreendeu que o loadbuster é utilizado para realizar a abertura das


chaves instaladas nas redes aéreas de distribuição, em regime de carga,
com o objetivo de evitar o risco de acidentes decorrentes do arco elétrico.
c) entendeu que a identificação dos equipamentos instalados nas redes
distribuidoras visa o controle patrimonial, e ficou sabendo que em algu-
mas concessionárias o controle é realizado por meio de softwares que
permitem visualizações cartográficas, com indicação das ruas e o ponto
geográfico de localização desses equipamentos.
d) compreendeu que as religadoras automáticas são equipamentos de
proteção e manobra utilizados no controle das interrupções no forne-
cimento de energia elétrica, motivadas por causas transitórias, ou seja,
por defeitos momentâneos.
e) aprendeu que os detectores de tensão são equipamentos utilizados
para verificar e acusar a presença ou a ausência de tensão elétrica no
circuito, no cabo ou nas proximidades destes.
f ) aprendeu que, para executar serviços em redes desenergizadas, é
obrigatório o uso do conjunto de aterramento temporário como me-
dida de prevenção de acidentes e que, esse conjunto, é um equipa-
mento de segurança coletivo – EPC, que protege todas as pessoas en-
volvidas direta ou indiretamente na execução dos serviços.
Nossos estudos sobre Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes
de Distribuição terminam aqui; mas, lembre-se de que ainda há um caminho
a ser percorrido e, com empenho, você alcançará seus objetivos profissionais.
REFERÊNCIAS

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA – COPEL, Manual de Instruções Técnicas, 1999.


CENTRAIS ELÉTRICAS DO PARÁ S/A - CELPA. Manual de Construção e Manutenção de Redes de
Distribuição Aérea – Centrais Elétricas do Pará – CELPA, 2011.
COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ – CPFL. Manual de Construção e Manutenção de Redes
de Distribuição Aérea, 2011.
AES ELETROPAULO S/A. Manual de Construção e Manutenção de Redes de Distribuição Aérea – 2011.
AES ELETROPAULO S/A. PD-4.001 - Padrão Técnico da Distribuição em Redes de Distribuição
Aérea Urbana – 15 kV Aérea, 2006.
BRASIL. NBR-15688 – Redes de distribuição aérea de energia elétrica com condutores nus. Esta
versão corrigida da ABNT NBR 15688:2012 incorpora a Errata 1 de 16.04.2013.
BRASIL. NBR-15230:2011 – Rede de distribuição de energia elétrica - Compartilhamento de
infraestrutura com redes de telecomunicações. Esta versão corrigida da ABNT NBR 15214:2005
incorpora a Errata 1 de 11.12.2006. Confirmada em 06.01.2011.
BRASIL. NBR-7282 – Dispositivos fusíveis de alta tensão – Dispositivos tipo expulsão —
Requisitos e métodos de ensaio.
BRASIL. NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade – ABNT NR 10:2004.
ABB. Series V Expulsion Dropout Fuse Installation, Operation and Maintenance Instructions –
ABB Asea Brown Boveri Ltd., 2013.
SUIÇA. IEC 282-2 – Fusibles à haute tension – Partie 2: Coupe-circuit à expulsion – High-
voltagefuses – Part 2: Expulsion fuses – IEC - Comissão Eletrotécnica Internacional – 2013
ANSI C37.41/42 – IEEE Standard Design Tests for High-Voltage (>1000 V) Fuses, Fuse and
Disconnecting Cutouts, Distribution Enclosed Single-Pole Air, Switches, Fuse Disconnecting
Switches, and Fuse Links and Accessories Used with These Devices – ANSI – American
National Standards Institute - 2008
MINICURRÍCULO DO AUTOR

ADILSON SANTO CRIVELLARO


Adilson Santo Crivellaro é engenheiro eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas e
Engenharia de Segurança no Trabalho, especialista em Treinamentos na área de Energia. Atua desde
1994 como instrutor do SENAI SP, em treinamentos sobre Redes de Distribuição Aérea (RDAs) de
energia elétrica em circuitos energizados da classe 15 kV e em circuitos desenergizados. Tais treina-
mentos foram direcionados à capacitação de profissionais de empresas prestadoras de serviços e das
concessionárias de energia elétrica de São Paulo: AES Eletropaulo, Bandeirante Energia, CPFL, EDP.
Em 2002, participou do projeto Energia Brasil, do SENAI DN, que teve foco na eficiência energética e
no empreendedorismo. É membro do Comitê de Energia e Eficiência Energética do Setor Elétrico do
SENAI SP e do Comitê de Desenvolvimento do Curso de Aprendizagem Industrial (CAI) – Eletricistas
de Redes de Energia do Sindicato das Concessionárias de Energia Elétrica do Estado de São Paulo,
representado pelo SINDI Energia. Atualmente, é conteudista do curso de qualificação profissional de
Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica do Programa Nacional de Oferta de Educação
Profissional a Distância (PN-EAD) do SENAI DN.
ÍNDICE

A
Abalroamento 18
Abalroar 18

C
Corrente nominal 29, 31

S
Sobrecorrente 27, 28, 30, 31, 38
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Marta Dias Teixeira


Supervisão de Meios Educacionais

Henrique Tavares de Oliveira Filho


Silvio Geraldo Furlani Audi
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Adilson Santo Crivellaro


Elaboração

Paulo Mack
Revisão Técnica

Maria Isabel Porazza Mendes


Design Educacional

Juliana Rumi Fujishima


Ilustrações

Adilson Damasceno
Juliana Rumi Fujishima
Naôr Victório Lima
Tratamento de imagens

Adilson Damasceno
Fotografia

SENAI-SP
Editoração
Margarida Maria Scavone Ferrari
Revisão Ortográfica e Gramatical

i2 Design
Naôr Victório Lima
Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

Você também pode gostar