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Desastre de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015 e foi a maior


tragédia ambiental da história do Brasil.

O acidente foi provocado pelo rompimento da Barragem do Fundão, usada


para guardar os rejeitos de minério de ferro explorados pela empresa Samarco.

O evento causou a destruição do meio-ambiente, contaminação do rio, do solo


e um saldo de 19 mortos.

Desastre
No dia 5 de novembro de 2015, às 16:20, a Barragem do Fundão não conteve os
55 milhões de metros cúbicos de lama que armazenava em seu interior e
arrebentou.

A lama chegou em apenas 15 minutos à pequena localidade de Bento


Rodrigues, situada a 8 km da barragem, com uma população de 620 habitantes.
Esta cidade desapareceu soterrada pela lama e hoje restam somente escombros
daquilo que eram casas.

Por 16 dias, a lama seguiu o leito de 853 km do rio Doce e atingiu as cidades
ribeirinhas provocando escassez de água, diminuição da pesca, do comércio e
do turismo.

A lama chegou à bacia hidrográfica no dia 21 de novembro e os dejetos se


espalharam num raio de 80 quilômetros causando graves prejuízos para a
indústria local.

Ao todo, 39 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde moram 1,2


milhões de pessoas, habitam nestas cidades e viram suas vidas afetadas. Mais
dois mil hectares de terras ficaram inundadas e inutilizadas para o plantio.
Impactos ambientais do desastre de Mariana
As consequências ambientais do desastre de Mariana foram tão severas que os
pesquisadores ainda buscam respostas para entender os efeitos da ação e como
a natureza poderá se restabelecer.

A lama e os resíduos da mineração percorreram mais de 600 km até atingir o


Oceano Atlântico, onde resultaram em impactos ambientais ao ecossistema
marinho, especialmente aos recifes de corais.

Durante a avalanche de lama, a maioria dos peixes morreram e como resultado


26 espécies desapareceram da área. Enquanto isso, animais terrestres como
pequenos mamíferos e anfíbios foram soterrados pela lama. As árvores
próximas aos trechos dos rios foram arrancadas pela força da água ou ficaram
submersas.

A lama também impediu a realização da fotossíntese pelo fitoplâncton, base da


cadeia alimentar aquática, e contaminou os peixes e outros organismos. Os rios
atingidos ainda tiveram mudanças em suas características físicas como,
diminuição da profundidade, destruição da mata ciliar e soterramento de
nascentes.

O solo foi contaminado pela enxurrada de lama, tornando-se infértil e


impedindo o desenvolvimento das espécies vegetais. A composição química do
solo foi alterada e não se sabe de que forma e quanto tempo demorará para se
restabelecer.

Números da tragédia de Mariana


Quantidade de Lama 62 milhões de m3
Cidades Atingidas 41

Vítimas Fatais 19

Famílias Desabrigadas 600

Vegetação Destruída 1469 hectares

Peixes Mortos 14 toneladas

Índice de Desemprego na Região 23,5%

Processos Judiciais Contra a Samarco, Vale e BHP 22

Previsão de Recuperação do Meio-Ambiente Ano de 2032

Impacto econômico do desastre de Mariana


O desastre de Mariana deixou milhares de pescadores sem emprego. Em
Linhares (ES), a pesca está proibida desde 2015.

Com a paralisação da Samarco, o estado do Espírito Santo se viu afetado, pois a


empresa respondia por 5,8% do PIB capixaba e gerava 20 mil empregos diretos
e indiretos.

As cidades do sul do Espírito Santo como Guarapari e Anchieta, viram sua


receita diminuir drasticamente e vários fornecedores perderam seu maior
cliente.

A lama que atingiu as regiões próximas à barragem formou uma


espécie de cobertura no local. Essa cobertura, quando secar,
formará uma espécie de cimento, que impedirá o
desenvolvimento de muitas espécies. Essa pavimentação, no
entanto, demorará certo tempo, pois, em virtude da quantidade
de rejeitos, especialistas acreditam que a lama demorará anos
para secar. Enquanto o solo não seca, também é impossível
realizar qualquer construção no local.
A cobertura de lama também impedirá o desenvolvimento de
espécies vegetais, uma vez que é pobre em matéria orgânica, o
que tornará, portanto, a região infértil. Além disso, em virtude
da composição dos rejeitos, ao passar por um local, afetarão o
pH da terra e causarão a desestruturação química do solo. Todos
esses fatores levarão à extinção total do ambiente presente antes
do acidente.
O rompimento da barragem afetou o rio Gualaxo, que é afluente
do rio Carmo, o qual deságua no Rio Doce, um rio que abastece
uma grande quantidade de cidades. À medida que a lama atinge
os ambientes aquáticos, causa a morte de todos os
organismos ali encontrados, como algas e peixes. Após o
acidente, vários peixes morreram em razão da falta de oxigênio
dissolvido na água e também em consequência da obstrução das
brânquias. O ecossistema aquático desses rios foi
completamente afetado e, consequentemente, os moradores que
se beneficiavam da pesca.
A grande quantidade de lama lançada no ambiente afeta os rios
não apenas no que diz respeito à vida aquática. Muitos desses
rios sofrerão com assoreamento, mudanças nos cursos,
diminuição da profundidade e até mesmo soterramento de
nascentes. A lama, além de causar a morte dos rios, destruiu
uma grande região ao redor desses locais. A força dos rejeitos
arrancou a mata ciliar e o que restou foi coberto pelo material.
Por fim, espera-se que a lama, ao atingir o mar, afete diretamente
a vida marinha na região do Espírito Santo onde o rio Doce
encontra o oceano. Biólogos temem os efeitos dos rejeitos
nos recifes de corais de Abrolhos, um local com grande
variedade de espécies marinhas.

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