O ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO – Prof.

Décio 2023 – 7º ano

O espaço geográfico brasileiro é caracterizado por diversificadas relações econômicas, sociais,

culturais e políticas, ou seja, é o espaço humanizado, que foi transformado pela ação humana. Portanto, ele tem
como elemento básico a ação do homem, que atua de forma ativa nos diferentes objetos espaciais. A
transformação do espaço natural em espaço humanizado dá-se principalmente pelo desenvolvimento das
atividades produtivas. Sendo assim, paisagens tipicamente humanas, como uma cidade (meio urbano), e até
mesmo paisagens com a presença de elementos naturais, como uma plantação (meio rural), são exemplos de
espaço geográfico.
No aspecto natural do espaço geográfico do Brasil, o país apresenta uma grande variedade de
paisagens com diferentes tipos de vegetação (Amazônia, cerrado, caatinga, mata atlântica, mata de araucárias,
pantanal e pampas), climas (equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical litorâneo, semiárido e subtropical),
relevo (planaltos, planícies e depressões), bacias hidrográficas composta por uma extensa rede de rios, além de
significativas reservas de água subterrânea, formada por aquíferos.
O estudo da formação do espaço geográfico brasileiro, ou formação socioespacial busca estudar
os processos que influenciam a localização de determinadas atividades, que acabam por regular os processos de
ocupação e a formação de cidades e infraestrutura. Para entender esse processo, devemos pensar no
desenvolvimento das primeiras atividades do período colonial, e posteriormente o processo de modernização com
a industrialização.
Além da riqueza e diversidade naturais, a cultura brasileira assim como a formação étnica do
povo brasileiro, é vasta e diversa. Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências de povos indígenas,
africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses, entre outros, devido à colonização, à imigração e aos
povos que já habitavam aqui. São elementos característicos da cultura brasileira a música popular, a literatura, a
culinária, a arquitetura e as festas tradicionais nacionais, como o Carnaval, e as festas tradicionais locais. A religião,
como elemento cultural, também sofreu miscigenação, formando o que chamamos de sincretismo religioso. O
sincretismo religioso brasileiro reúne elementos do candomblé, do cristianismo e das religiões indígenas, formando
uma concepção religiosa plural.
Podemos dizer que os elementos mais antigos da cultura genuinamente brasileira remontam
aos povos indígenas que já habitavam o território de nosso país antes da chegada dos portugueses em 1500. Donos
de uma cultura extensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elementos culturais aliados
a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
Com a chegada dos portugueses e o início da colonização, a cultura europeia foi introduzida, à
força, nos povos indígenas, e as missões da Companhia de Jesus (formadas por padres jesuítas) vieram para o Brasil
com o intuito de catequizar os índios.
No século XVII, devido ao grande número de engenhos de cana-de-açúcar, os europeus
começaram a capturar e trazer os negros africanos para o Brasil, como escravos. Esses, trouxeram consigo
elementos da sua cultura e de seus hábitos, como as religiões de matriz africana, a sua culinária e seus
instrumentos musicais.
No século XIX, o Brasil vivenciou mais um processo migratório composto por trabalhadores
italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café, quando os primeiros indícios da abolição da escravatura já
apontavam no governo brasileiro. Outros grandes fluxos migratórios significativos aconteceram durante a Segunda
Guerra Mundial, quando japoneses, alemães e judeus buscaram refúgio em terras brasileiras.
Toda essa vastidão de povos provocou a formação de uma cultura plural e de culturas
diferentes. As diferenças geográficas também contribuíram para que o processo cultural brasileiro se tornasse
plural e diversificado.
Se considerarmos como exemplo a música sertaneja de raiz, encontramos nela elementos que
remetem à vida no campo. Já o funk carioca fala da vida nas favelas, de onde ele surgiu. A literatura de cordel, por
sua vez, trata de temas recorrentes ao sertanejo nordestino, enquanto os elementos da vida gaúcha tratam da vida
dos povos que se estabeleceram no Sul do país, sob influência de alemães e argentinos.
A diversidade de hábitos e costumes morais também se deu por conta dos regionalismos que
foram surgindo ao longo do tempo. Por possuir um território de proporções continentais, o Brasil viu, ao longo de
sua história, o desenvolvimento de diferentes vertentes culturais, devido às diferenças geográficas que separam o
território. Pensando em termos culinários (a culinária é um valioso elemento cultural de um povo), temos pratos
típicos e ingredientes que provêm da cultura indígena, dos estados nordestinos e do Centro-Oeste brasileiro, por
exemplo. Enquanto vatapá e acarajé são pratos típicos baianos de origem africana, os habitantes do Cerrado
consomem pequi, e a culinária tradicional paulista é fortemente influenciada pela culinária portuguesa e italiana.
 As sociedades diferenciam-se em muitos aspectos: algumas são industrializadas, outras
dependem da produção agrícola e pecuária; umas apresentam menos desigualdades sociais, outras são marcadas
por acentuados abismos entre os mais ricos e os mais pobres. As variadas formas de organização social e espacial
das sociedades em geral não são determinadas somente pelas condições naturais. O que também determina essa
diversidade são as relações que ocorrem entre os grupos sociais ao longo da história.
O Brasil é um dos maiores países do mundo em extensão territorial, com aproximadamente
8.547.403 km2. Somente quatro países são maiores que o Brasil: Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Alguns
estados brasileiros possuem um tamanho equivalente ao de vários países europeus reunidos. Essa é uma das
razões que contribuem para explicar as grandes diferenças regionais do Brasil. A distribuição da população e o
tamanho da superfície são exemplos dos diversos contrastes existentes entre as regiões brasileiras.
As diversidades regionais de um país são decorrentes de sua formação histórica. Algumas
diferenças têm origem na própria natureza, mas os grandes contrastes são de ordem humana (econômica, cultural
e política) determinados pela história de cada país. No espaço brasileiro está refletida a maneira como a sociedade
vem se organizando em diferentes épocas e os diversos tipos de atividades que desenvolvemos para satisfazer
nossas necessidades.
A organização social compreende os papéis exercidos pelas pessoas na sociedade e as ações
decorrentes do desempenho desses papéis, englobando os diversos campos de atuação humana: econômico
(atividades produtivas, comércio, serviços); político (governo); religioso (líderes espirituais e fiéis); segurança
(polícia e forças armadas). Essa organização é regulada pelas relações de poder que se estabelecem entre os
indivíduos que deles fazem parte. Nem sempre os indivíduos ou grupos sociais conseguem exercer os papéis que
gostariam dentro de uma organização social, em decorrência de inúmeros fatores, como diferenças nas
oportunidades de estudo e má distribuição de renda.
No Brasil, a mobilidade social, ou seja, a possibilidade de um indivíduo ou grupo mudar de classe
ou estrato social, aumentou nas últimas décadas. Contudo, é preciso distinguir mobilidade de igualdade. As
desigualdades sociais ainda são profundas no país. Para amenizá-las, é necessário um conjunto de medidas
relacionadas a melhorias na educação, distribuição de renda e capacitação profissional, entre outros aspectos.
O poder, no sentido social da palavra significa a capacidade de agir e produzir determinados
resultados, podendo manifestar-se em diversos grupos sociais e esferas da vida em sociedade, como o poder na
família, no clube, numa empresa, na escola, na religião, etc.
O poder pode como vimos, pode se manifestar de diferentes formas, como o poder político,
poder econômico, sendo que todas essas formas estão submetidas ao poder público, já que fazem parte da
organização política da sociedade.
O poder político é o poder de governo de uma sociedade. Isto é, governar significa estabelecer
normas e regras que regulam e orientam parte das relações entre as pessoas, sendo que quem assume o governo,
conquista o poder político, sendo o Estado o responsável pela institucionalização deste poder. Um aspecto
importante a ser considerado é a influência do poder econômico sobre o poder político, pois quanto maior a
concentração do poder econômico de um país, região, sociedade, ou mesmo pessoal, maior será a capacidade de
controle do poder político.