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ESCOLA MUNICIPAL ESCOLA PROFESSORA

JANDIRA PEIXOTO BORDIGNON


DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL
Ano de escolaridade: 7º
Nome __________________________________________________________________Turma ________
SEMANA 8 - GEOGRAFIA
Industrialização e urbanização brasileira
Os processos de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os
avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na Europa que esse
continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas.
Ao mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, o que acarreta a produ-
ção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da atividade industrial.

A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço geográfico, pois interfere


nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da sociedade e promove a instrumentali-
zação das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas. A ativi-
dade industrial, por definição, corresponde ao arranjo de práticas econômicas em que o trabalho e o capi-
tal transformam matérias-primas ou produtos de base em bens de produção e consumo.

Com o avanço nos sistemas de comunicação e transporte – fatores que impulsionaram a globaliza-
ção, praticamente todos os povos do mundo passaram a consumir produtos industrializados, independen-
temente da distância entre o seu local de produção e
o local de consumo. Estabelece-se, com isso, uma
rede de influências que atua em escalas que vão do
local ao global.
Assista aos vídeos: https://youtu.be/4ayDPXtQR5w
https://youtu.be/aQqieQsf0VA

INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL
Até o século XIX, a atividade industrial não
era muito significativa no Brasil. O café era o principal
produto da economia nacional.
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/imagens/f6056_amp.html

De 1830 a 1929, a expansão da atividade cafeeira assumiu importância crescente no desenvolvi-


mento industrial, especialmente das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Parte do lucro obtido com as
exportações do café foi investida na importação de máquinas, na instalação das primeiras fábricas e na
infraestrutura de transportes.
No início do século XX, a economia mundial enfrentou graves períodos de crise que afetaram a
produção de café no Brasil — a exportação do produto diminuiu bastante, causando prejuízos aos produto-
res. Aos poucos, essa atividade econômica foi se tornando cada vez menos lucrativa.
Além dos lucros obtidos com a produção de café, as duas guerras mundiais ocorridas no século XX
(1914- 1918 e 1939-1945) impulsionaram a industrialização no Brasil. Com a queda na produção industrial
dos países envolvidos nos conflitos, muitos produtos começaram a faltar nas prateleiras brasileiras, e a
solução foi produzir internamente o que antes era importado. Essa situação contribuiu para o desenvolvi-
mento da atividade industrial no país.
Outro período de grande crescimento industrial ocorreu durante o governo de Juscelino Kubitschek
(1956-1960), que ofereceu vantagens para a instalação de indústrias no Brasil. As primeiras indústrias a
se instalar foram as automobilísticas.
Características da industrialização brasileira
O desenvolvimento da produção industrial no Brasil apresenta três características principais:
- industrialização tardia: ocorreu cerca de 200 anos após o início da Revolução Industrial na Inglaterra, no
século XVIII;
- substituição de importações: produtos que eram importados começaram a ser fabricados internamente (e
foram bem recebidos pelo mercado consumidor);
- dependência de capital e de tecnologia estrangeiros: no início, houve necessidade de importar máquinas
e equipamentos para as indústrias nacionais; posteriormente, foram atraídos investimentos e tecnologia
estrangeiros para incrementar as indústrias de bens de consumo já existentes e implantar outros tipos de
indústrias, como as siderúrgicas e petroquímicas, consideradas indústrias de base.
Embora o Brasil conte, atualmente, com um significativo parque industrial, a dependência tecnológica
ainda marca a indústria do país.
Concentração e desconcentração industrial
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Em seu início, a industrialização brasileira ocorreu com maior intensidade no estado de São Paulo,
impulsionando o crescimento da capital paulista.
Na década de 1970, São Paulo era responsável por 58,42% da produção industrial do país, e a re-
gião metropolitana concentrava 77,52% do total do estado. Atualmente, esse percentual vem baixando a
cada ano; em 2014, atingia cerca de 22% da produção industrial brasileira — entre 2004 e 2014, o percen-
tual baixou 8,6 pontos. Essa queda verificada na participação do estado de São Paulo no total da produ-
ção industrial brasileira mostra a relativa desconcentração industrial que vem ocorrendo no país nos últi-
mos anos. Isso decorre, entre outros fatores, do custo elevado de imóveis e salários, da escassez de terre-
nos para a instalação de novas fábricas e dos altos impostos.
Como forma de incentivar a instalação de indústrias, governos de estados e municípios de outras
regiões do país têm oferecido vantagens como isenção de impostos e doação de terrenos. Assim, novos
polos industriais vêm se formando, especialmente no Sul e no Nordeste.
Ainda assim, o Sudeste apresenta a maior concentração in-
dustrial do país e continua abrigando uma importante parcela dos
centros de comando das empresas instaladas em outras regiões.
TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO
As redes de transporte e de comunicação são fundamen-
tais para o funcionamento do mundo moderno, no qual prevalece a
lógica da globalização e internacionalização da economia. No Bra-
sil, essas infraestruturas foram ampliadas de modo mais intenso a
partir da década de 1960, interligando o Norte e o Centro-Oeste ao
restante do país. Nesse processo, destaca-se o papel do Estado
como grande articulador, captador de recursos e investidor.

Redes de transporte
As redes de transporte se caracterizam pelos seus dife-
rentes tipos, como ferroviário, marítimo, rodoviário, aéreo, dutovi-
ário (estruturas tubulares), entre outros. Observe as imagens.
Fonte: https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5081/a-integracao-rodoviaria-nacional consultado 18/11/2020

O mapa ao lado representa as distribuições das redes ferroviária


e rodoviária nacional. As linhas pretas, do primeiro mapa, fazem
referência à distribuição da malha férrea, já a vermelha repre-
senta a malha rodoviária.

Redes de comunicação
As redes de comunicação podem ser as linhas de transmissão
de rádio, televisão, cabeamento de fibra ótica, internet, antenas
de telefonia móvel etc.
Observe no mapa a distribuição da rede de internet no Brasil, de
acordo com dados do IBGE.

URBANIZAÇÃO
O Brasil é considerado um país urbano, o que significa que a
população residente nas cidades é superior à população rural.
A urbanização é um fenômeno observado em todo o mundo
atual. Envolve um modo de vida próprio nas cidades, a instalação de
infraestrutura e o surgimento de novas áreas urbanas. No entanto,
nem todos os países populosos são predominantemente urbanos. Na
Índia, por exemplo, a maioria das pessoas vive em áreas rurais, ape-
sar de ser um país com alta concentração urbana.
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Urbanização recente
No Brasil, a urbanização é um fenômeno relativamente re-
cente, que ocorreu com muita rapidez. Até a década de 1960, a
maior parte da população brasileira se concentrava no campo.
Na década seguinte, a população urbana já havia superado a
rural e, de 1970 para 2016, saltou de aproximadamente 53 mi-
lhões para 174 milhões (de acordo com estimativas do IBGE).
Ao mesmo tempo, a população rural, que era de cerca de 41
milhões em 1970, se reduziu a menos de 29 milhões em 2016.
No século XIX, as principais atividades econômicas desenvolvi-
das no Brasil eram a mineração, o cultivo da cana-de-açúcar e
as plantações de café. Nesse contexto, a maior parcela da po-
pulação vivia na área rural.
Ao longo do século XX, o perfil da economia brasileira foi se
modificando: a crescente industrialização, associada à modernização
no campo e à concentração de terras, impulsionou a saída de habitan-
tes do campo para as cidades, fenômeno conhecido como êxodo rural.
Os centros urbanos, de modo geral, passaram a atrair pessoas em
busca de trabalho e melhores condições de vida, como acesso a edu-
cação, saúde e saneamento básico, entre outros serviços.

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
A industrialização, de modo geral, pode ser definida como um
processo em que a atividade industrial passa a comandar a economia
de uma sociedade, tornando outras atividades (comércio, transportes,
operações financeiras, produção de matéria-prima na agricultura, pe-
cuária, extrativismo etc.) subordinadas a ela.
Assim, o processo de industrialização acaba gerando a neces-
sidade de ampliar a oferta de serviços e equipamentos urbanos, resul-
tando em transformações socioeconômicas no território. Os equipa-
mentos urbanos, tais como estabelecimentos comerciais, bancos, avenidas e transportes, constituem a
estrutura necessária à industrialização.
Sua instalação provoca transformações e ao mesmo tempo atrai cada vez mais pessoas para o es-
paço urbano em busca de oportunidades de trabalho. Atualmente, o setor de serviços também comanda a
transformação do espaço urbano em algumas cidades.
A REDE URBANA
Quanto maiores as cidades, maior a concentração de
atividades industriais e/ou comerciais e a diversificação de
serviços oferecidos. Os grandes centros também contam
com melhor infraestrutura urbana, além de sediarem grande
parte dos órgãos públicos. Por esses motivos, algumas cida-
des exercem influência econômica, política ou cultural sobre
outras, e essa relação de atração e influência forma a rede
urbana, que se articula, basicamente, por meio dos sistemas
de transporte e comunicação.
É comum que os moradores de cidades menores se
desloquem (de forma regular ou esporádica) para as maio-
res em busca daquilo que sua cidade não oferece: mercado-
rias, lazer etc. Há muitas pessoas, no entanto, que se deslo-
cam diariamente para trabalhar ou estudar. Esse fenômeno
é conhecido como migração pendular.
REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS
À medida que aumenta o número de habitantes, a área urbana dos municípios se expande, ocu-
pando áreas localizadas no entorno da cidade. Esse crescimento é denominado “expansão da mancha ur-
bana”. Quando há uma expansão expressiva da mancha urbana de dois ou mais municípios, pode ocorrer
uma conurbação, ou seja, união física das áreas urbanas desses municípios.
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Em algumas áreas conurbadas há regiões metropolitanas, formadas por municípios que, embora
independentes administrativamente, pertencem a um conjunto sob influência, principalmente econômica,
de um centro urbano principal.
A constituição de regiões metropolitanas permite que problemas comuns às cidades conurbadas, como o
transporte, sejam solucionados em conjunto com o poder público estadual.
Em 1974, um ano após terem sido definidas pela legislação brasileira, havia em todo o país nove
regiões metropolitanas: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São
Paulo e Rio de Janeiro. Em 2014, esse número já havia aumentado significativamente, e outras organiza-
ções foram criadas, conforme podemos observar no mapa a seguir.
Essa ampliação é resultado do crescimento das cidades médias, que tem ocorrido em ritmo mais
acelerado. Esse fato está relacionado aos fluxos migratórios que vêm ocorrendo entre os municípios de
um mesmo estado ou entre estados de uma mesma região.

Problemas sociais urbanos


Nas regiões metropolitanas, parte da população consi-
derada pobre reside nos chamados aglomerados subnormais
(assentamentos irregulares com residências precárias, popular-
mente conhecidos como favela, comunidade, grotão, mo-
cambo, entre outros). Entretanto, pobreza urbana e moradias
precárias, com carência de infraestrutura, têm sido fenômenos
cada vez mais observados também nas cidades médias e pe-
quenas.

Atualmente, os problemas mais comuns encontrados nos centros urba-


nos são:
- insuficiência ou baixa qualidade de hospitais, escolas, creches, cen-
tros de lazer e cultura;
- precariedade nos serviços públicos de saneamento básico (forneci-
mento de água tratada e encanada, coleta e tratamento de esgoto),
habitação, coleta de lixo, iluminação e pavimentação;
- deficiência e precariedade do sistema de transporte coletivo (como
ônibus, metrôs e trens suburbanos), além dos frequentes congestiona-
mentos nas principais vias de circulação;
- elevados índices de violência urbana (furtos, roubos, sequestros, trá-
fico de drogas e assassinatos), que - atingem principalmente os jovens
nas cidades grandes e médias;
- conflitos e disputas territoriais nas ruas e em áreas abandonadas, associadas ao tráfico e à comercializa-
ção de drogas.
Problemas ambientais urbanos
Os problemas ambientais urbanos, embora não estejam
restritos às grandes cidades, são agravados pela intensa con-
centração de pessoas e da produção econômica. Soma-se a isso
o fato de o Estado não propiciar infraestrutura e serviços de ma-
neira igualitária à população.
Nesse contexto, os bairros mais pobres e periféricos são
comumente mais desfavorecidos pelo poder público, que demora
mais para disponibilizar à população serviços públicos essenci-
ais, como fornecimento de água e esgoto ou iluminação pública.
Os problemas mais comuns são a poluição atmosférica
provocada por indústrias e veículos que liberam poluentes preju-
diciais à saúde da população; a produção de grande volume de
lixo; a poluição visual causada pelo excesso de outdoors e painéis luminosos; a poluição sonora produzida
por veículos terrestres e aéreos, pelas indústrias e por atividades urbanas, como a construção civil; a polu-
ição das águas gerada pelo despejo de dejetos residenciais e industriais nos rios, sem tratamento prévio;
além dos problemas relacionados às enchentes e às ocupações em áreas de risco, que provocam desliza-
mentos e registram elevado número de mortes.
Fontes:
PROJETO ARARIBÁ. Geografia. São Paulo: Moderna, 2018.(7º ano)
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/industrializacao-urbanizacao.htm consultado 18/11/2020
Todas as imagens tem links com suas respectivas fontes.
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Atividades
1) Como a produção cafeeira contribuiu para o início da industrialização no Brasil?
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2) Qual foi a contribuição da indústria para a urbanização do Brasil?


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3) Com uma modernização industrial tardia, o espaço geográfico brasileiro conheceu profundas transfor-
mações ao longo dos últimos cem anos, sendo algumas delas a urbanização acelerada e a concentração
espacial da população em metrópoles. Qual foi um dos efeitos dessas ocorrências:
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O que é o processo de Conurbação?


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A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sérios problemas sociais urbanos, entre os quais
podemos destacar?
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Fontes
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/empregos-informais.htm consultado 15/11/2020
PROJETO ARARIBÁ. Geografia. São Paulo: Moderna, 2018.(6º ao 9º ano)

Conteúdo
POPULAÇÃO BRASILEIRA
População e trabalho A heterogeneidade da população brasileira

Objetivo de conhecimento
Características da população brasileira
Desigualdade social e o trabalho

Habilidades
EF07GE01: Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos
acerca das paisagens e da formação
territorial do Brasil.
EF07GE02: Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e
territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
EF07GE03: Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários,
das comunidades remanescentes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e cai-
çaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais dessas comunidades.
EF07GE04: Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-
cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões
brasileiras.
EF07GE09: Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais,
com informações demográficas
e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espa-
ciais.
EF07GE10: Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em da-
dos socioeconômicos das regiões brasileiras.

Tempo estimado da atividade: 2 horas

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