Você está na página 1de 69

INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FERREIRA VIANA – FAETEC


Professora: Margareth N. Silva
Disciplina: Instalações Elétricas
INDICE
UNIDADE I – A ELETRICIDADE QUE ABASTECE NOSSAS CASAS?........................7
1 Introdução ..........................................................................................................................7
2 A Geração..........................................................................................................................8
2.1 A Geração em Corrente Alternada ......................................................................9
3 As linhas de Transmissão de energia elétrica .............................................................12
3.1Linhas curtas, médias e longas................................................................................13
3.2Condutores elétricos .................................................................................................13
3.2.1Condutor de alumínio ............................................................................................13
3.2.2Condutor de cobre .................................................................................................14
3.2.3Condutor de aço ....................................................................................................14
4 As linhas de distribuição de energia elétrica................................................................15
4.1 O Condutor "Neutro" e os Condutores de "Fase" ............................................15
4.2 Isolação dos Condutores Elétricos ....................................................................16
4.2.1 Histórico...............................................................................................................16
4.2.2 Para que serve a isolação?.....................................................................................17
4.2.3 Principais características das isolações sólidas ......................................................17
4.3 Resolução nº 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ..........18
4.4 Tensão de Fornecimento ...................................................................................22
4.5 Modalidades de Ligações...................................................................................22
4.6 Objetivos de um Sistema de Distribuição .........................................................22
4.7 Tipos de Fornecimento de Energia ...................................................................22
4.8 Modalidades de Fornecimento de Energia .......................................................23
4.8.1 Limites de Fornecimento de Energia.....................................................................23
UNIDADE II - PROJETO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS........................................24
1 Introdução ........................................................................................................................24
1.1. Plantas.......................................................................................................................24
1.2 Memorial descritivo .............................................................................................26
1.3 Como ler esquemas elétricos de um projeto ....................................................26
1.3.1 O traço .................................................................................................................26
1.3.2O Círculo...............................................................................................................28
1.3.3O triângulo ............................................................................................................29
1.3.4O Quadrado...........................................................................................................30
1.4 Previsão de cargas da instalação elétrica ........................................................30
1.4.1 Iluminação............................................................................................................31
1.4.2 Pontos de tomada..................................................................................................31
1.4.3 Potências atribuíveis aos pontos de tomada...........................................................32
1.4.4 Divisão da instalação ............................................................................................32
1.4.4.1Divisão da instalação em circuitos terminais ...................................................32
1.4.4.2Tensão dos circuitos terminais ........................................................................33
1.4.5Proteção contra sobrecorrentes ..............................................................................33
1.4.5.1. Características Fusível x Disjuntor................................................................33
1.5 Exercícios ............................................................................................................34
1.6 Componentes do quadro de distribuição de cargas ........................................34
1.7 Recomendações para a representação da tubulação e da fiação .................35
1.8 Eletrodutos e alguns acessórios........................................................................35
1.8.1Dimensionamento dos eletrodutos .........................................................................38
1.8.2Prescrições Para Instalação dos eletrodutos............................................................40
1.9 Caixas de passagem ..........................................................................................40

2
1.10 Dimensionamento de condutores elétricos.......................................................42
1.10.1Fio ou cabo? Qual é a diferença? .........................................................................42
1.10.2Critérios técnicos para dimensionamento de condutores.......................................44
1.10.3Dimensionamento de condutores elétricos utilizando o método da capacidade de
condução de corrente.....................................................................................................45
1.10.4Seção dos condutores na presença de harmônicos ................................................48
1.10.5Cálculo da bitola de condutores pelo critério da queda de tensão .........................48
UNIDADE III – ILUMINAÇÃO................................................................................53
1 A boa iluminação traz saúde e conforto .......................................................................53
1.1 Técnicas Básicas de Iluminação .......................................................................54
2 Lâmpadas ........................................................................................................................57
2.1 Lâmpadas incandescentes ................................................................................57
2.2 Lâmpadas do tipo descarga...............................................................................59
UNIDADE IV – ATERRAMENTO..........................................................................60
1 Introdução ........................................................................................................................60
2 Esquemas de aterramento............................................................................................61
2.3 Esquema TN........................................................................................................62
2.4 Esquema TT (neutro aterrado) ..........................................................................63
2.5 Esquema IT (neutro isolado ou aterrado por impedância) ..............................63
2.6 APLICAÇÃO DOS ESQUEMAS TN,TT E IT ....................................................64
UNIDADE V – NORMA REGULAMENTADORA Nº 10 .....................................65
1 Introdução ........................................................................................................................65
2 NR 6 .................................................................................................................................67

3
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Esquema da conversão eletromecânica de energia ........................................7
Figura 2: Vista da Usina Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
...............................................................................................................................................8
Figura 3: Sistema de geração de energia elétrica. ...........................................................9
Figura 4: Geração em corrente alternada........................................................................10
Figura 5: Transformador....................................................................................................10
Figura 6: Linha de transmissão ........................................................................................12
Figura 7: Sistema de distribuição .....................................................................................15
Figura 8: Cabo elétrico de potência em baixa tensão típico..........................................16
Figura 9: Curva de demanda de uma instalação qualquer. ...........................................19
Figura 10: Ligação das cargas em baixa tensão. ...........................................................23
Figura 11: Planta de situação de um determinado condomínio ....................................24
Figura 12: Planta de localização do condomínio Rainha ...............................................25
Figura 13: Desenho da fachada de um prédio................................................................25
Figura 14: Planta baixa......................................................................................................26
Figura 15: Fundamentos dos símbolos gráficos .............................................................26
Figura 16:Traço representativo dos eletrodutos .............................................................27
Figura 17:Traço representativo dos condutores no interior dos eletrodutos................27
Figura 18:Indicação do nº do circuito, bitola dos condutores e diâmetro do eletroduto.
.............................................................................................................................................27
Figura 19: Representação de pontos de luz. ..................................................................28
Figura 20: Representação de interruptores.....................................................................28
Figura 21: Representação de ponto de luz embutido no teto........................................28
Figura 22: Representação de instalação de elemento em parede. ..............................29
Figura 23: Representação de ponto de luz incandescente na parede (arandela). .....29
Figura 24: Representação de ponto de luz fluorescente. ..............................................29
Figura 25: Representação de ponto de tomada. ............................................................29
Figura 26: Representação simbólica de tomadas instaladas em diferentes alturas. ..30
Figura 27: Eletroduto de PVC rígido. ...............................................................................36
Figura 28: Eletroduto flexível ou conduíte. ......................................................................36
Figura 29: Abraçadeiras rígidas........................................................................................37
Figura 30: Canaleta de duas vias.....................................................................................37
Figura 31: Luva em PVC ...................................................................................................37
Figura 32: Curva em PVC .................................................................................................38
Figura 33: Bucha ................................................................................................................38
Figura 34: Arruela (contra-porca). ....................................................................................38
Figura 35: Ocupação máxima da área interna dos eletrodutos. ...................................39
Figura 36: Caixas de passagem para embutir 2”x 4” em PVC. .....................................41
Figura 37: Espelho para interruptor duplo. ......................................................................41
Figura 38: Exemplos de conduletes e seus acessórios. ................................................41
Figura 39: Caixas de passagem octogonal (8 lados) 3” x 3” em PVC. Para embutir no
teto.......................................................................................................................................42
Figura 40: Caixas de passagem 4” x 4” em PVC............................................................42
Figura 41: Fio elétrico sem isolação.................................................................................43
Figura 42: Cabo elétrico ....................................................................................................43
Figura 43: Cabo elétrico multipolar ..................................................................................43
Figura 44: Cabo elétrico paralelo .....................................................................................43

4
Figura 45: Cabo elétrico para tensões muito elevadas ..................................................44
Figura 46:Condutor elétrico...............................................................................................44
Figura 47: Quadro de queda de tensão ...........................................................................49
Figura 48: Distribuição das luminárias .............................................................................56
Figura 49: Partes componentes de uma lâmpada incandescente. FOTO CEDERJ...58
Figura 50: Receptáculo para lâmpada incandescente. FOTO CEDERJ......................58
Figura 51: Pintura fluorescente e eletrodos da lâmpada. FOTO CEDERJ. .................59
Figura 52: Esquema TN-S de aterramento. ....................................................................62
Figura 53: Esquema TN-C-S de aterramento. ................................................................62
Figura 54: Esquema TN-C de aterramento. ....................................................................62
Figura 55: Esquema TT de aterramento..........................................................................63
Figura 56: Esquema IT de aterramento. ..........................................................................63
Figura 57: Alicate para eletricista .....................................................................................66
Figura 58: EPI para proteção da cabeça (capacete)......................................................67
Figura 59: EPI para proteção dos pés ( calçado) ...........................................................67
Figura 60: EPI para proteção do ouvido (protetor auditivo) ...........................................68
Figura 61: EPI para proteção das mãos (luvas)..............................................................68
Figura 62: EPI para proteção dos olhos (óculos)............................................................69

5
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais características do PVC ...................................................................17


Tabela 2: Limites de fornecimento das cargas em baixa tensão. .................................23
Tabela 3: Comparação entre as características principais dos fusíveis e disjuntores.
.............................................................................................................................................33
Tabela 4: Taxa de ocupação dos eletrodutos rígidos usuais. .......................................39
Tabela 5: Dimensões totais dos condutores isolados. ...................................................40
Tabela 6: Temperaturas características dos condutores ...............................................46
Tabela 7: Métodos de instalação dos condutores ..........................................................46
Tabela 8: tabela de capacidade de condução de corrente ............................................47
Tabela 9: Tabela de fator de correção de presença de harmônicas de 3ª ordem .....48
Tabela 10: Tabela de queda de tensão ..........................................................................49
Tabela 11: Tabela de queda de tensão unitária ............................................................52
Tabela 12: Fator de utilização...........................................................................................54
Tabela 13: Fator de perdas luminosas ............................................................................55
Tabela 14: Iluminâncias.....................................................................................................55

6
UNIDADE I – A ELETRICIDADE QUE
ABASTECE NOSSAS CASAS?

1
INTRODUÇÃO

Na eletrotécnica trabalhamos com o estudo e aplicação da energia elétrica e do eletromagnetismo,


nela estudamos a energia elétrica da sua geração até a sua utilização e a base para o seu bom
entendimento é a Matemática e Física.
Geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia elétrica.
Ocorre em duas etapas. Na 1ª etapa uma máquina primária (turbina) transforma qualquer tipo de
energia, normalmente de uma fonte hídrica ou térmica, em energia cinética de rotação. Em uma 2ª
etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de rotação em
energia elétrica.
A água represada nos reservatórios da Usina Hidrelétrica possui energia potencial gravitacional que
se converte em energia cinética. Essa energia cinética é transferida às turbinas, que movimentam o
gerador; e o gerador, por sua vez, converte essa energia cinética em energia elétrica a qual será
enviada através de condutores ao seu destino.
A turbina é semelhante a uma grande roda-d’água, geralmente usada para irrigação e produção de
energia elétrica. A roda é girada quando a água bate em suas pás. Ao girar, a roda-d’água movimenta
o eixo de um gerador elétrico, produzindo, então, eletricidade (Figura 1).

Figura 1: Esquema da conversão eletromecânica de energia

7
2
A GERAÇÃO

O sistema elétrico de potência (SP), também chamado de sistema de energia, é um conjunto de


equipamentos destinados a gerar, transmitir e distribuir a energia elétrica, da hidrelétrica até o
consumidor final, figura 2. A maioria destes sistemas é em corrente alternada (CA) trifásica e as
instalações em corrente contínua, além de raras, possuem aplicações particulares tais como transmitir
grandes blocos de energia a longa distancia.

Figura 2: Vista da Usina Hidrelétrica de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai.

O sistema de geração de energia elétrica é formado pelos seguintes componentes: máquina primária,
geradores síncronos (alternadores), transformadores (utilizados para reduzir ou aumentar os níveis de
tensão) e sistema de controle, comando e proteção. A carga é formada por um conjunto de
consumidores dos mais diversos tipos (Figura 3).

8
FONTE MÁQUINA GERAÇÃO TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO
PRIMÁRIA
Hidríca Comando, Comando,
controle e controle e
proteção proteção

Turbina
Eólica G
cargas

Térmica

Figura 3: Sistema de geração de energia elétrica.

A máquina primária faz a conversão de qualquer tipo de energia em energia cinética de rotação para
ser aproveitada pelo gerador. Os geradores transformam energia cinética de rotação em energia
elétrica. Os geradores são dimensionados de acordo com a potência que a máquina primária pode
fornecer. Além da potência, o tipo de máquina primária (eólica, hídrica, térmica, etc.) define também a
velocidade de rotação que irá ser transmitida ao gerador e, em função dessa velocidade é definido o
nº de pólos do gerador. A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência
mecânica transmitida pela máquina primária através do eixo.
Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível de tensão do
sistema ao qual o grupo gerador será ligado. O equipamento utilizado para elevar ou rebaixar o nível
de tensão é o transformador. Desta forma um grupo gerador que gere energia a uma tensão de 13,8
kV pode ser ligado a uma linha de transmissão de 69 kV desde que um transformador de 13,8 kV / 69
kV faça o ajuste de tensão.
Após sua "produção", a energia elétrica passa por transformadores que a preparam para ser
transmitida. Durante a transmissão, parte dessa energia é "perdida" sob a forma de calor que
aquece a linha de transmissão. Para chegar ao usuário final, a energia elétrica passa novamente por
transformadores que a preparam para ser usada. Finalmente ao chegar ao usuário ele pode
transformá-la em outras formas de energia, como por exemplo energia sonora, ao ligar um aparelho
de som, ou transformá-la em energia luminosa, quando acendemos uma lâmpada.

2.1 A Geração em Corrente Alternada


Qualquer que seja o tipo de fonte de energia escolhida para gerar energia elétrica, a geração será
sempre em corrente alternada. Isto acontece porque as máquinas elétricas (neste caso o gerador)
empregam muitos condutores que se movem com relação a pólos de polaridades magnéticas
alternadas N-S-N-S-N, etc. E, cada vez que um condutor se movimenta na mesma direção sob um
pólo de polaridade oposta, a direção da tensão induzida gerada se inverte, figura 43.

9
+
-

Figura 4: Geração em corrente alternada

O valor da tensão gerada é baixa (em torno de 10.000V) e a sua transmissão até os centros
consumidores envolve perdas de energia, por efeito Joule, que ocorrem nos fios usados para
transportar a corrente elétrica a longas distâncias. Este é o principal motivo da escolha de
transmissão de energia elétrica em alta tensão.
2
As perdas, por efeito joule (P = RI ), nos condutores, deve ser a menor possível e isto só será
possível se reduzirmos o valor da resistência r e da corrente I, aumentando a área da seção
transversal. Mas existem limitações para o aumento da seção, tais como: elevado custo, a rede fica
mais pesada, etc.
Sendo assim, a solução mais adequada é procurar reduzir o valor da corrente I a ser transmitida.
Utiliza-se para isto um transformador elevador que elevará a tensão elétrica para os níveis de
transmissão (≥69kV), figura 5.

Figura 5: Transformador

Não podemos elevar indefinidamente o valor destas tensões porque acima de certos valores o ar em
volta do fio torna-se condutor, permitindo o escoamento de eletricidade, o que constituiria uma outra
forma de perda de potência. Este fenômeno é chamado de EFEITO CORONA.
Para transmissão a distâncias superiores a 500 km, a corrente contínua mostra-se mais vantajosa do
que a corrente alternada.
Um sistema de transmissão com corrente contínua utilizaria apenas 2/3 do material daquele utilizado
em uma linha de corrente alternada. Além disso, pode-se mostrar que, para se obter a mesma perda
por efeito Joule, os cabos em corrente alternada teriam que ter seções maiores.
Verifica-se que, apesar destas vantagens, a corrente contínua apresenta alguns inconvenientes, pois
sua tensão elétrica não pode ser transformada facilmente, porque um transformador necessita de um
fluxo variável para seu funcionamento. Em corrente contínua o fluxo é constante.

10
As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil, em corrente alternada, podem variar de 138 kV
até 750 kV incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 400 kV e 500 kV.
Os sistemas ditos de subtransmissão contam com nível mais baixo de tensão, como 34,5 kV, e
alimentam subestações de distribuição, cujos alimentadores primários de saída operam usualmente
em níveis de 13,8 kV. Junto aos pequenos consumidores existe uma outra redução do nível de tensão
para valores entre 127 V e 440 V, na qual operam os alimentadores secundários.
As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV são denominadas de Redes em EHV -
Extra Alta Tensão e no Brasil formam a chamada rede “Básica” de transmissão.
No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão
de ± 600 kVDC.
Para se escolher transmissão entre sistemas de corrente alternada ou corrente contínua são feitos
estudos técnicos e econômicos. Sistemas de corrente contínua começam a se mostrar viáveis para
distâncias acima de 600 ~ 800 km.

11
3
AS LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA

As linhas de transmissão, figura 6, transportam toda a energia elétrica gerada na hidrelétrica até o
consumidor, figura 6.

Figura 6: Linha de transmissão

As linhas de transmissão possuem quatro parâmetros básicos: resistência, indutância, capacitância e


condutância.

a) Resistência
A resistência é a força que se opõe à passagem de corrente elétrica em um circuito. Características
como bitola e se o condutor é sólido ou retorcido influenciam no nível de resistência que o sinal
elétrico encontra no cabo. A resistência é medida em Ohms (Ω).

b) Indutância
A indutância é um fenômeno de resistência à passagem de corrente elétrica sempre que ela muda de
sentido em um meio. Ela é medida em Henry (H), mas o total de indutância que afeta um cabo é
chamado de reatância indutiva e é medida em Ohms(Ω).

c) Capacitância
A capacitância é a condição que o cabo tem de armazenar cargas elétricas funcionando como um
acumulador. Estas características fazem com que o sinal seja atenuado, pois estas cargas elétricas
que deveriam estar circulando são retidas. Este fenômeno é causado porque os fios apresentam

12
bolhas e falhas na sua superfície. A capacitância é medida em farad (F), mas o total de capacitância
que afeta um sinal em um cabo é chamado de reatância capacitiva e é medida em Ohms (Ω).

d) Impedância
Se as características resistivas, capacitivas e indutivas de um cabo se mantêm no decorrer dele,
então, da combinação destas propriedades teremos a impedância característica do condutor que é
medida em Ohms. Se existir diferentes níveis de impedância no percurso de um sinal elétrico então
teremos problemas de reflexão de sinal. Ou seja, parte do sinal ecoa em sentido contrário.

e) Condutância
Condutância elétrica é o inverso da resistência elétrica. A unidade derivada do SI de condutância é o
-1
siemens (símbolo S, igual a Ω ).

3.1Linhas curtas, médias e longas


Dependendo do local da geração e do consumo, as linhas de transmissão podem ter comprimentos
variados, e por este motivo, apresentam modelos distintos.
As LTs podem ser classificadas como:
a) Linhas curtas: até 80km de comprimento;
b) Linhas médias: entre 80 e 240km de comprimento;
c) Linhas longas: acima de 240km.

3.2Condutores elétricos
Condutor elétrico ou simplesmente condutor é um corpo com formato adequado e construído com
material condutor, destinado a transportar corrente elétrica.
Os melhores condutores são os metais puros e caracterizam-se pela alta condutibilidade e, lógico,
baixa resistividade.

3.2.1Condutor de alumínio

O alumínio praticamente domina o campo dos condutores nus para transmissão e distribuição de
energia e é pouco utilizado na fabricação de condutores com isolação. Os condutores de alumínio
necessitam de maiores cuidados em seu manuseio devido às suas características mecânicas,
necessitando de mão-de-obra técnica de boa qualidade. Um dos principais motivos que limita o seu
uso é que não se pode garantir uma boa conexão com os terminais dos aparelhos consumidores que
possuem conexão apropriada para condutores de cobre. Na prática, para conduzir a mesma corrente,
um condutor em alumínio precisa ter uma seção aproximadamente 60% maior que a de um fio de
cobre mole.
Quando o maior problema em uma instalação envolver o peso próprio dos condutores, prefere-se o
alumínio por sua leveza. Esse é o caso das linhas aéreas em geral, onde as dimensões de torres e
postes e os vãos entre eles dependem diretamente do peso dos cabos por eles sustentados. Por

13
outro lado, quando o principal aspecto não é peso, mas é o espaço ocupado pelos condutores,
escolhe-se o cobre por possuir um menor diâmetro. Essa situação é encontrada nas instalações
internas, onde os espaços ocupados pelos eletrodutos, eletrocalhas, bandejas e outros são
importantes na definição da arquitetura do local.
A superfície do alumínio, quando exposta ao ar, é imediatamente recoberta por uma camada invisível
de óxido, de difícil remoção e altamente isolante. Assim, em condições normais, se encostarmos um
condutor de alumínio em outro, é como se estivéssemos
colocando em contato dois isolantes elétricos, ou seja, não haveria contato elétrico entre eles. Nas
conexões em alumínio, um bom contato somente será conseguido se rompermos essa camada de
óxido. Essa função é obtida através da utilização de conectores apropriados que, com o exercício de
pressão suficiente, rompem a camada de óxido. Além disso, quase sempre são empregados
compostos que inibem a formação de uma nova camada de óxido, uma vez removida a camada
anterior.
Em instalações industriais, o uso do condutor de alumínio e mínimo, mesmo tendo preço mais
acessível. A NBR 5410 somente permite o seu uso para seções maiores que 10mm2.

3.2.2Condutor de cobre

É um dos mais importantes metais não ferrosos e possui notáveis características químicas, físicas,
elétricas e mecânicas. Somente a prata tem uma condutibilidade maior que a do cobre e assim a
resistividade do cobre é um pouco maior à da prata.
A grande vantagem do cobre sobre o aço e o alumínio é que é mais resistente à corrosão e à
oxidação tornando mais fácil a soldagem sendo que sua grande desvantagem é o custo.
As propriedades mecânicas do cobre dependem do tratamento térmico a que foi submetido. É
convencionalmente de seção circular, mas pode ser fabricado na seção retangular ou trapezoidal,
dependendo do seu emprego.
O cobre também é usado na forma de ligas metálicas.

3.2.3Condutor de aço

O aço tem extraordinárias características mecânicas e é abundante, entretanto não é largamente


utilizado como meio condutor, mas é usado na estruturação de maquinaria e como elemento de
suporte de condutores (linha de transmissão).
O poderio tensional mecânico do aço é aproximadamente 4,5 vezes maior que o do alumínio e 2
vezes maior que o do cobre. Em linhas de transmissão os condutores de alumínio envolvem um
condutor (alma) de aço, que tem um poderio tensional mecânico da ordem de 120-150 kg\mm2 e são
denominados de condutores de alumínio com alma de aço.
O aço tem sua resistência elétrica menos influenciada pela temperatura que o cobre e o alumínio.

14
4
AS LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA

As linhas de transmissão e de subtransmissão convergem para as estações de distribuição, onde a


tensão é reduzida, usualmente para o nível de 13,8 kV.
Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de
distribuição da concessionária ou a consumidores em tensão primária.
Os alimentadores primários aéreos operam normalmente de maneira radial e com formação
arborescente atendendo aos pontos de carga, conforme ilustração a seguir.
Uma rede de distribuição, figura 7, deve fazer a energia chegar até os consumidores de forma mais
eficiente possível..

Figura 7: Sistema de distribuição

4.1 O Condutor "Neutro" e os Condutores de "Fase"


A tensão que recebemos em nossas residências, proveniente do transformador de rua, é uma tensão
alternada, isto é, o seu sentido é invertido periodicamente. Estas inversões de sentido são muito
rápidas, pois sua freqüência é de 60 hertz, isto é, a tensão muda de sentido 120 vezes por segundo.
O valor máximo atingido pela tensão alternada é denominado valor de pico, entretanto, quando
fornecemos o valor de uma tensão alternada, estamos normalmente nos referindo não à tensão de
pico, mas a uma quantidade denominada valor eficaz da tensão. Este valor eficaz seria o valor de
uma tensão constante (contínua) que dissipasse, durante o tempo de um período, em que uma
resistência R, a mesma energia térmica que é dissipada em R pela tensão alternada, durante o
mesmo intervalo de tempo. Pode-se mostrar que entre a tensão eficaz e a tensão de pico existe a
seguinte relação:

15
U pico
U eficaz = (eq.1)
2
Em algumas instalações elétricas, entretanto, a residência é ligada ao transformador de rua apenas
por uma das fases e pelo neutro. É claro que nestas residências só poderão ser instaladas tomadas
de 127 V (quando a tensão entre fases for 220V). Isto é feito por meio de três condutores de
eletricidade: um deles, denominado condutor neutro (N), que sai do ponto central do secundário do
transformador que está ligado à Terra; os outros dois são denominados condutores de fase e saem
dos pontos extremos deste secundário. Entre cada fase e o neutro existe uma tensão eficaz de 127 V.

Assim, temos U FA N = 127V , U FB N = 127V e U FC N = 127V . Entre as duas fases há uma tensão
eficaz de 220 V.

4.2 Isolação dos Condutores Elétricos


Os cabos elétricos de potência em baixa tensão são os responsáveis pela transmissão de energia em
circuitos de até 1000 volts.
Os principais componentes de um cabo de potência em baixa tensão são o condutor, a isolação e a
cobertura, conforme indicado na figura 8.

Figura 8: Cabo elétrico de potência em baixa tensão típico

Alguns cabos elétricos podem ser dotados apenas de condutor e isolação, sendo chamados então de
condutores isolados, enquanto que outros podem possuir adicionalmente a cobertura (aplicada sobre
a isolação), sendo chamados de cabos unipolares ou multipolares, dependendo do número de
condutores (veias) que possuem.

4.2.1 Histórico

Os primeiros cabos isolados de que se tem notícia datam de 1795, utilizados em uma linha telegráfica
na Espanha e eram isolados em papel. Seguiram-se os condutores cobertos por guta percha (uma
planta nativa da Índia), os cabos em papel impregnado em óleo, os cabos em borracha natural (início
do século XX), em borracha sintética (EPR) e PVC (ambos logo após a Segunda Guerra Mundial).
Embora possuíssem excelentes características isolantes, os cabos isolados em papel foram perdendo
aplicações ao longo do tempo, principalmente devido à dificuldade de manuseio durante a sua
instalação, sobretudo na realização de emendas e terminações. Isso propiciou a popularização dos
cabos com isolações sólidas, tais como o PVC.

16
4.2.2 Para que serve a isolação?

A função básica da isolação é confinar o campo elétrico gerado pela tensão aplicada ao condutor no
seu interior. Com isso, é reduzido ou eliminado o risco de choques elétricos e curtos-circuitos.
Podemos comparar a camada isolante de um cabo com a parede de um tubo de água. No caso do
tubo, a parede impede que a água saia de seu interior e molhe a área ao seu redor. Da mesma forma,
a camada isolante mantém as linhas de campo elétrico (geradas pela tensão aplicada) “presas” sob
ela, impedindo que as mesmas estejam presentes no ambiente ao redor do cabo.
No caso do tubo, não pode haver nenhum dano à sua parede, tais como furos e trincas, sob pena de
haver vazamento de água. Da mesma forma, não pode haver furos, trincas, rachaduras ou qualquer
outro dano à isolação, uma vez que isso poderia significar um “vazamento” de linhas de campo
elétrico, com subseqüente aumento na corrente de fuga do cabo, o que provocaria aumento no risco
de choques, curtos-circuitos e até incêndios.

4.2.3Principais características das isolações sólidas

De um modo geral, as isolações sólidas possuem uma boa resistência ao envelhecimento em serviço,
uma reduzida sensibilidade à umidade e, desde que necessário, podem apresentar um bom
comportamento em relação ao fogo. Vejamos a seguir as principais características específicas do
composto isolante mais utilizado atualmente: o PVC.
Cloreto de polivinila (PVC) - é, na realidade, uma mistura de cloreto de polivinila puro (resina
sintética), plastificante, cargas e estabilizantes; sua rigidez dielétrica é relativamente elevada, sendo
possível utilizar cabos isolados em PVC até a tensão de 6 kV; sua resistência a agentes químicos em
geral e a água é consideravelmente boa; possui boa característica de não propagação de chama.

Tabela 1: Principais características do PVC


Nível de perdas dielétricas R
Resistência às intempéries B

Resistência à propagação de chama B

Resistência ao ozônio E

Resistência ao calor B

Resistência ao óleo B

Borracha etileno-propileno (EPR) – melhor resistência ao envelhecimento e aos agentes oxidantes;


grande flexibilidade, mesmo em temperaturas abaixo de 0°C; excepcional resistência `as descargas e
radiações ionizantes, mesmo a quente; possui resistência à deformação térmica que permite
temperatura de curto-circuito de 250°C; boa resistência ao envelhecimento térmico; apresenta baixa
dispersão da rigidez dielétrica e é praticamente isento de treeing, fenômeno que consiste na formação
de arborescência no material, provocando descargas parciais e sua conseqüente deterioração.

17
Polietileno reticulado (XLPE) – o XLPE e utilizado em cabos de baixa tensão e media tensão.
Apresenta dispersão relativamente alta da rigidez dielétrica e também o fenômeno do treeing (com
certa freqüência) e por isso o seu uso para tensões superiores a 15kV exige certos cuidados.
Para cada tipo de material de isolação correspondem três temperaturas características:
 temperatura máxima de serviço contínuo que e a maior temperatura que a isolação pode
atingir em serviço normal, sendo a principal característica na determinação da capacidade de
condução de corrente de um cabo;
 temperatura de sobrecarga que e a temperatura máxima que a isolação pode atingir em
regime de sobrecarga;
 temperatura de curto-circuito que e a máxima temperatura que a isolação pode atingir em
regime de curto-circuito (máximo de 5 segundos)

4.3 Resolução nº 456 da Agência Nacional de Energia


Elétrica (ANEEL)
A Resolução nº 456 da ANEEL estabelece as disposições atualizadas e consolidadas relativas às
condições gerais de fornecimento de energia elétrica a serem observadas tanto pelas concessionárias
e permissionárias quanto pelos consumidores.
Esta Resolução adota algumas definições, onde as mais usuais são:

• Carga instalada- soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).

• Concessionária ou permissionária- agente titular de concessão ou permissão federal para prestar


o serviço público de energia elétrica, referenciado, doravante, apenas pelo termo concessionária.

• Consumidor- pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada,


que solicitar a concessionária o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade pelo
pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos da ANEEL,
assim vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão ou de adesão, conforme
cada caso.

• Consumo- Total de energia medida consumida pela unidade (kW.h)

• Contrato de fornecimento- instrumento contratual em que a concessionária e o consumidor


responsável por unidade consumidora do Grupo “A” ajustam as características técnicas e as
condições comerciais do fornecimento de energia elétrica.

• Demanda- média das potências elétricas solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga
instalada em operação da unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado (kVA) –
Energia ativa + Energia reativa, figura 9.

18
Demanda (kW) Demanda máxima

Consumo

Tempo

Figura 9: Curva de demanda de uma instalação qualquer.

• Demanda contratada- demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada


pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato de
fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de
faturamento, expressa em quilowatts (kW).

• Demanda de ultrapassagem- parcela da demanda medida que excede o valor da demanda


contratada, expressa em quilowatts (kW).

• Demanda faturável- valor da demanda de potência ativa, identificado de acordo com os critérios
estabelecidos e considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa
em quilowatts (kW).

• Demanda medida- maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no
intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).

• Energia elétrica ativa- energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia,
expressa em quilowatts-hora (kWh).

• Energia elétrica reativa- energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos
elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em
quilovolt-ampère-reativo-hora (kvarh).

• Estrutura tarifária- conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia


• elétrica e/ou demanda de potência ativas de acordo com a modalidade de fornecimento.

• Estrutura tarifária convencional-estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de


energia elétrica e/ou demanda de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos
períodos do ano.

• Estrutura tarifária horo-sazonal- estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de


consumo de energia elétrica e de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia e
dos períodos do ano, conforme especificação a seguir:
a) Tarifa Azul: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de tarifas
diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia.

19
b) Tarifa Verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de
energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de uma
única tarifa de demanda de potência.

c) Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias
consecutivas, exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de carnaval, sexta-feira da Paixão,
“Corpus Christi”, dia de finados e os demais feriados definidos por lei federal,considerando as
características do seu sistema elétrico.

d) Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas definidas no horário de ponta.

e) Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos


abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte.

f) Período seco (S): período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos


abrangidos pelas leituras de maio a novembro.

• Fator de carga- razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora,
ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado.

• Fator de demanda- razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo especificado e a carga
instalada na unidade consumidora.

• Fator de potência- razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados
das energias elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo período especificado.

• Fatura de energia elétrica- nota fiscal que apresenta a quantia total que deve ser paga pela
prestação do serviço público de energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando
as parcelas correspondentes.
 Grupo “A”- grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em
tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV a
partir de sistema subterrâneo de distribuição e faturadas neste Grupo nos termos
definidos no art. 82, da resolução nº 456, caracterizado pela estruturação tarifária
binômia e subdividido nos subgrupos A1, A2, A3, A3a, A4 e AS:
 Grupo “B”- grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em
tensão inferior a 2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão superior a 2,3 kV e faturadas
neste Grupo nos termos definidos nos arts. 79 a 81, da resolução nº 456,
caracterizado pela estruturação tarifária monômia e subdividido nos subgrupos: B1
(residencial), B1 (residencial baixa renda), B2 (rural), B2 (cooperativa de eletrificação
rural), B2 (serviço público de irrigação), B3 (demais classes) e B4 (iluminação
pública).

20
• Iluminação Pública- serviço que tem por objetivo prover de luz, ou claridade artificial, os
logradouros públicos no período noturno ou nos escurecimentos diurnos ocasionais, inclusive aqueles
que necessitam de iluminação permanente no período diurno.

• Pedido de fornecimento- ato voluntário do interessado que solicita ser atendido pela
concessionária no que tange à prestação de serviço público de fornecimento de energia elétrica,
vinculando-se às condições regulamentares dos contratos respectivos.

• Ponto de entrega- ponto de conexão do sistema elétrico da concessionária com as instalações


elétricas da unidade consumidora, caracterizando-se como o limite de responsabilidade do
fornecimento.

• Potência- quantidade de energia elétrica solicitada na unidade de tempo, expressa em quilowatts


(kW).

• Potência- quantidade de energia elétrica solicitada na unidade de tempo, expressa em quilowatts


(kW).

• Potência instalada- soma das potências nominais de equipamentos elétricos de mesma espécie
instalados na unidade consumidora e em condições de entrar em funcionamento.

• Ramal de ligação- conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de derivação da


rede da concessionária e o ponto de entrega.

• Subestação- parte das instalações elétricas da unidade consumidora atendida em tensão primária
de distribuição que agrupa os equipamentos, condutores e acessórios destinados à proteção,
medição, manobra e transformação de grandezas elétricas.

• Tarifa- preço da unidade de energia elétrica e/ou da demanda de potência ativa.

• Tarifa monômia- tarifa de fornecimento de energia elétrica constituída por preços aplicáveis
unicamente ao consumo de energia elétrica ativa.

• Tarifa binômia- conjunto de tarifas de fornecimento constituído por preços aplicáveis ao consumo
de energia elétrica ativa e à demanda faturável.

• Tarifa de ultrapassagem- tarifa aplicável sobre a diferença positiva entre a demanda medida e a
contratada, quando exceder os limites estabelecidos.

• Unidade consumidora- conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo


recebimento de energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e
correspondente a um único consumidor.

21
4.4 Tensão de Fornecimento
A concessionária deve estabelecer e informar ao interessado a tensão de fornecimento para a
unidade consumidora, observando os seguintes limites:
I - tensão secundária de distribuição- quando a carga instalada na unidade consumidora for igual
ou inferior a 75 kW;
II - tensão primária de distribuição inferior a 69 kV- quando a carga instalada na unidade
consumidora for superior a 75 kW e a demanda contratada ou estimada pelo interessado, para o
fornecimento, for igual ou inferior a 2.500 kW; e
III - tensão primária de distribuição igual ou superior a 69 kV- quando a demanda contratada ou
estimada pelo interessado, para o fornecimento, for superior a 2.500 kW.

4.5 Modalidades de Ligações


Solicitação de Ligação: O consumidor deve solicitar a ligação às concessionárias, através de
correspondência contendo memorial descritivo.
As concessionárias fazem ligações dos seguintes tipos:
• Definitiva - quando preenchidas todas as formalidades técnicas e burocráticas;
• Provisória com medição - estabelecida à titulo precário, com prazo superior à 90 dias;
• Provisória sem medição - estabelecida à titulo precário, com prazo de até 90 dias, de acordo com as
práticas comerciais da concessionária.
• Emergência – estabelecida para execução de reformas, com prazo máximo de até 8 dias.

4.6 Objetivos de um Sistema de Distribuição


O objetivo do sistema é fornecer energia elétrica aos vários pontos de utilização da instalação, que
podem ser:
• Pontos de Iluminação;
• Tomadas de Uso geral [TUG], às quais se pode ligar qualquer aparelho elétrico;
• Tomadas de Uso Específico [TUE], às quais só se ligam aparelhos específicos.

4.7 Tipos de Fornecimento de Energia


As tensões de fornecimento variam conforme o local, e antes de se iniciar um projeto, deve-se
verificar junto às concessionárias, as condições locais específicas.
Pode-se ter também fornecimento em alta tensão, mas não constituem objeto desta disciplina.
As cargas trifásicas industriais (ex.: motores elétricos) são equilibradas. As cargas monofásicas e
bifásicas (ex.:iluminação, aparelhos eletrodomésticos, motores monofásicos, etc.) devem ser
equitativamente distribuídas entre as fases de modo que o sistema não fique desequilibrado.
Os sistemas de fornecimento em baixa tensão, adotados para obtenção de cada uma das tensões
nominais utilizadas na área de concessão podem ser de 2 tipos: Delta ou Estrela, figura 10.

22
Figura 10: Ligação das cargas em baixa tensão.

4.8 Modalidades de Fornecimento de Energia


Há 3 modalidades de fornecimento, conforme o número de fases ou condutores de eletricidade:
• Modalidade "A" - uma fase e neutro: 2 condutores;
• Modalidade "B" - duas fases e neutro (quando existir): 2 ou 3 condutores;
• Modalidade "C" - três fases e neutro (quando existir): 3 ou 4 condutores.
Nas três modalidades, a palavra "neutro" deve ser entendida como designando o condutor de mesmo
potencial que a terra.

4.8.1 Limites de Fornecimento de Energia

Para unidades consumidoras individuais residenciais, comerciais, industriais, com carga instalada
igual ou inferior a 75kW, os limites são apresentados na tabela. (Fonte:LIG-2000).

Tabela 2: Limites de fornecimento das cargas em baixa tensão.

23
UNIDADE II - PROJETO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS

1
INTRODUÇÃO

O projeto é a representação escrita da instalação e deve conter no mínimo:


• Plantas;
• Esquemas (unifilares e outros que se façam necessários);
• Detalhes de montagem, quando necessários;
• Memorial descritivo;
• Memória de cálculo (dimensionamento de condutores, condutos e proteções);
• ART.
• Normas técnicas da ABNT a serem consultadas na elaboração de um projeto elétrico e da
concessionária elétrica local.
Projetar uma instalação elétrica de uma edificação consiste em:
• Quantificar e determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia elétrica;
• Dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos;
• Dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção, de comando, de medição
de energia elétrica e demais acessórios.

1.1.PLANTAS
O projeto elétrico de um prédio, por exemplo, pode ser representado por vários tipos de
plantas:
a) Planta de situação, figura 11.
Por esta planta, você localiza o terreno na região onde o prédio foi ou será construído.

Figura 11: Planta de situação de um determinado condomínio

24
b) Planta de localização, figura 12.
Por esta planta, você localiza o prédio dentro do terreno.

Figura 12: Planta de localização do condomínio Rainha

c) Planta de fachada, figura 13.


Uma fachada corresponde a uma das faces de uma obra de arquitetura.

Figura 13: Desenho da fachada de um prédio

d) Planta baixa, figura 14.


Plantas baixas são desenhos feitos normalmente a partir do corte horizontal, à altura de 1,5m
partindo da base de cada pavimento. Para entender isto, imagine que você corte uma casa com
3m de altura ao meio, retire a parte de cima. O que você vê olhando de cima é planta baixa.
Nela, devem estar detalhadas, em escala, as medidas das paredes (comprimento e espessura),
portas, janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível.
Na planta baixa, são desenhados os projetos elétricos, hidráulicos, sanitários, telefônicos, de
prevenção e combate a incêndio (extintores e mangueiras d’água), sistema de proteção a
descargas atmosféricas (pára-raios), entre outros.

25
Figura 14: Planta baixa

1.2 Memorial descritivo


Componente do projeto onde devem constar as características principais do projeto e outros dados
necessários à sua compreensão.

1.3 Como ler esquemas elétricos de um projeto


A primeira etapa consiste em identificar cada símbolo representativo dos componentes da instalação
que esteja no projeto elétrico. Para isso, é necessário consultar as Normas Brasileiras (NBR’s) que
tratam das instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410/2004) e das simbologias gráficas para as
instalações elétricas (NBR 5444/1989).
As Normas Brasileiras (NBR’s) não têm caráter obrigatório, não têm força de lei e somente quando
são citadas em um instrumento do Poder Público (lei, por exemplo) ou em contratos tornam-se
obrigatórias. A simbologia assumida pela ABNT na NBR 5444/1989 não foi totalmente adotada pelos
projetistas (aquele que faz o projeto). Existem alguns símbolos, que embora não tenham sido
normalizados, são usualmente utilizados e descritos em uma legenda no projeto.
A NBR 5444/1989 estabelece símbolos gráficos referentes às instalações elétricas prediais que se
baseiam em quatro elementos geométricos básicos, figura 15:

Figura 15: Fundamentos dos símbolos gráficos

1.3.1 O traço

O traço representa o eletroduto, ou seja, tubo (rígido ou flexível) destinado à colocação e proteção de
condutores elétricos. Quando ele é contínuo, significa que o eletroduto está embutido no teto ou em
parede e, quando tracejado, significa que o eletroduto está embutido no piso. O diâmetro do
eletroduto é representado, geralmente, pela letra grega φ (lê-se phi) e o seu valor, quando maior que

26
15mm, deverá ser escrito ao lado deste símbolo. Se o diâmetro for igual ou inferior a 15mm, não é
necessário que o seu valor seja registrado ao lado do símbolo, figura 16.

Figura 16:Traço representativo dos eletrodutos

Quando forem colocados condutores de eletricidade, no interior dos eletrodutos, sobre a linha que
representa estes eletrodutos, serão desenhados traços que indicarão a existência de condutor fase,
condutor neutro, condutor de retorno e/ou condutor terra, figura 17.

Figura 17:Traço representativo dos condutores no interior dos eletrodutos.

Cada traço representa um tipo de condutor. Em qualquer caso, você deve indicar o nº do circuito,
número de condutores, a seção dos condutores e o diâmetro dos eletrodutos. Se o condutor tiver
bitola menor que 1,5mm2, não há necessidade de se indicar a seção.

Figura 18:Indicação do nº do circuito, bitola dos condutores e diâmetro do eletroduto.

27
1.3.2O Círculo

Já o círculo tem três funções básicas:


• representar ponto de luz, figura 19,
• representar interruptor, figura 20 e,
• indicar qualquer dispositivo embutido no teto, figura 21.
O ponto de luz é diferenciado do interruptor por ter um diâmetro maior que este.

Figura 19: Representação de pontos de luz.


.

Figura 20: Representação de interruptores.

Quando o círculo estiver rodeado por outro círculo, indica que o elemento está
embutido no teto.

Figura 21: Representação de ponto de luz embutido no teto.

O símbolo da figura 22 indica que o elemento está instalado em uma parede.

28
Figura 22: Representação de instalação de elemento em parede.

O ponto de luz na parede (arandela) na figura 23 também é representado pelo círculo e pelo símbolo
do elemento instalado na parede.

Figura 23: Representação de ponto de luz incandescente na parede (arandela).

Figura 24: Representação de ponto de luz fluorescente.

1.3.3O triângulo

O triângulo equilátero representa as tomadas em


geral, figura 25.
A potência da tomada deverá ser indicada ao lado
(exceto se for de 100VA). A diferença entre VA e
W são as perdas elétricas. Se for uma tomada de
força, indicar o nº de W ou kW.

Figura 25: Representação de ponto de tomada.

29
Do mesmo modo, quando um círculo envolve a figura, significa que o dispositivo localiza-se no piso.
Quando o triângulo sofre alguma modificação, figura 26, a função daquilo que ele representa é
alterada. Ex: tomadas de luz e telefone, o mesmo acontece quando ela é instalada em diferentes
alturas (baixa, média e alta).

Figura 26: Representação simbólica de tomadas instaladas em diferentes alturas.

1.3.4O Quadrado

O quadrado representa qualquer tipo de componente no piso ou máquina elétrica (motor elétrico, por
exemplo). Caso este símbolo esteja circundado significa que o dispositivo está localizado no piso.

1.4 Previsão de cargas da instalação elétrica


Esta subseção contém prescrições específicas aplicáveis a locais utilizados como habitação, fixa ou
temporária, compreendendo as unidades residenciais como um todo e, no caso de hotéis, motéis,
flats, apart-hotéis, casas de repouso, condomínios, alojamentos e similares, as acomodações
destinadas aos hóspedes, aos internos e a servir de moradia a trabalhadores do estabelecimento.
Cada aparelho ou dispositivo elétrico (lâmpadas, aparelhos de aquecimento d’água, eletrodomésticos,
motores para máquinas diversas, etc.) solicita da rede uma determinada potência. O objetivo da
previsão de cargas é a determinação de todos os pontos de utilização de energia elétrica (pontos de
consumo ou cargas) que farão parte da instalação. Nesta etapa são definidas a potência, a
quantidade e a localização de todos os pontos de consumo de energia elétrica da instalação.
Segundo a NBR 5410/ 2004:
• Os equipamentos de utilização de uma instalação podem ser alimentados diretamente (elevadores,
motores), através de tomadas de corrente de uso especifico (TUE’s) ou através de tomadas de
corrente de uso não específico (tomadas de uso geral, TUG’s);
• A carga a considerar para um equipamento de utilização é a sua potência nominal absorvida, dada
pelo fabricante ou calculada a partir de V x I x fator de potência (quando for o caso) – nos casos em
que for dada a potência nominal fornecida pelo equipamento (potência de saída), e não a absorvida,
devem ser considerados o rendimento e o fator de potência.

30
1.4.1 Iluminação

1) Adota-se como critério para a determinação da quantidade mínima de pontos de luz, como
alternativa à aplicação da ABNT NBR 5413, o seguinte critério:
a) em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2, deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA;
b) em cômodo ou dependências com área superior a 6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de
2 2
100 VA para os primeiros 6 m , acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m inteiros.
NOTA Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação para efeito de
dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência nominal das lâmpadas.
Para iluminação externa em residências a norma não estabelece critérios, cabe ao projetista e ao
cliente a definição.

1.4.2 Pontos de tomada

O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da destinação do local e dos
equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados, observando-se no mínimo os seguintes critérios:
a) em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, próximo ao lavatório, atendidas
as restrições à locais contendo banheiras, piso-boxes, boxes e outros compartimentos para banho,
onde o risco potencial de choque elétrico aumenta, devido à redução da resistência do corpo humano
e ao contato com o potencial da terra.
b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de serviço, lavanderias e
locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de
perímetro, sendo que acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas de
corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;
c) em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;
NOTA Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu
acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua
área for inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 0,80 m.
d) em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou
fração, de perímetro, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível;
NOTA Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar para a possibilidade de que um
ponto de tomada venha a ser usado para alimentação de mais de um equipamento, sendo
recomendável equipá-lo, portanto, com a quantidade de tomadas julgada adequada.
e) em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem ser previstos pelo menos:
2
 um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 2,25 m .
Admite-se que esse ponto seja posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até
0,80 m no máximo de sua porta de acesso;
 um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior a 2,25 m2 e igual ou
inferior a 6 m2 ;
 um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo ou
dependência

31
 for superior a 6 m2, devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível.

1.4.3 Potências atribuíveis aos pontos de tomada

A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos equipamentos que ele poderá vir a
alimentar e não deve ser inferior aos seguintes valores mínimos:
a) em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos,
no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes,
considerando-se cada um desses ambientes separadamente. Quando o total de tomadas no conjunto
desses ambientes for superior a seis pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja
de no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até dois pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes,
sempre considerando cada um dos ambientes separadamente;
b) nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada.

TODAS AS TOMADAS DEVERÃO ESTAR


ATERRADAS!
1.4.4 Divisão da instalação

Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado,
equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito independente.
Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais
análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas
desses locais.
Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral de que circuitos terminais devem ser
individualizados pela função dos equipamentos de utilização que alimentam e que particularmente,
devem ser previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada,
que pontos de tomada, exceto aqueles indicados no parágrafo anterior, e pontos de iluminação
possam ser alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições sejam
simultaneamente atendidas:
a) a corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve ser superior a 16
A;
b) os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse
circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e
c) os pontos de tomadas, já excluídos os indicados no parágrafo anterior, não sejam alimentados, em
sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas).

1.4.4.1Divisão da instalação em circuitos terminais

A instalação elétrica de uma residência deverá ser dividida em circuitos terminais, buscando facilidade
de operação e manutenção; redução da interferência entre pontos de utilização, limitação das
conseqüências de uma falha, redução nas quedas de tensão e da corrente nominal, menor
dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção de menor seção e capacidade nominal,

32
maior facilidade de colocação dos condutores elétricos em obra e ligação dos condutores aos
terminais de equipamentos, interruptores, tomadas, etc.)
Cada circuito terminal será ligado a um dispositivo de proteção (fusível ou disjuntor)
Deve ser previsto circuitos independentes para as tomadas de cozinhas, copas, áreas de serviço.
Concluída a divisão de cargas em circuitos terminais, identificar na planta, ao lado de cada ponto de
o
luz ou tomada, o n do circuito respectivo.

1.4.4.2Tensão dos circuitos terminais

De acordo com o número de FASES e a tensão secundária de fornecimento, valem as seguintes


recomendações para os circuitos terminais:
a) Instalação monofásica: todos os circuitos terminais terão ligação FASE/NEUTRO, na tensão de
fornecimento padronizada da concessionária local
b) Instalação bi ou trifásica:
• circuitos de iluminação e TUG’s no menor valor de tensão (ou seja, estes circuitos serão
monofásicos: ligação FASE-NEUTRO)
• TUE’s podem ser ligadas em FASE-FASE (circuitos bifásicos, normalmente utilizados para
chuveiros, ar-condicionado, etc.) ou em FASE-NEUTRO (circuitos monofásicos).

1.4.5Proteção contra sobrecorrentes

Todo circuito terminal deve ser protegido contra sobrecorrentes por dispositivo que assegure o
seccionamento simultâneo de todos os condutores de fase.
NOTA Isso significa que o dispositivo de proteção deve ser multipolar, quando o circuito for
constituído de mais de uma fase. Dispositivos unipolares montados lado a lado, apenas com suas
alavancas de manobra acopladas, não são considerados dispositivos multipolares.

1.4.5.1.Características Fusível x Disjuntor


Tabela 3: Comparação entre as características principais dos fusíveis e disjuntores.
Fusível Disjuntor
Operação simples e segura: elemento fusível Atua pela ação de disparadores: lâmina bimetálica e
bobina
Baixo custo Tipos mono e multipolar; os multipolares possibilitam
proteção adequada, evitando a operação monofásica
de motores trifásicos
Não permite efetuar manobras Maior margem de escolha; alguns permitem ajuste dos
disparadores
São unipolares - podem causar danos a motores caso o Podem ser religados após sua atuação, sem
circuito não possua proteção contra falta de fase necessidade de substituição
Não permite rearme do circuito após sua atuação, devendo Podem ser utilizados como dispositivos de manobra
É essencialmente uma proteção contra curto-circuito Protegem contra sobrecorrente e curto-circuito
Não é recomendável para proteção de sobrecorrentes Tem custo mais elevado
leves e moderadas

Circuitos de iluminação e TUG’s: Icircuito < 70% da capacidade do disjuntor que protege o circuito.
Circuitos de TUE’s: Icircuito < 80% da capacidade do disjuntor que protege o circuito.
IMPORTANTE: É fundamental verificar sempre se a capacidade do disjuntor é compatível com a
capacidade da fiação do circuito protegido.

33
1.5 Exercícios
Seja o circuito de iluminação e TUG’s abaixo:
4 pontos de luz de 100W cada.................................................400W
4 pontos de luz de 60W cada..................................................240W
5 pontos de luz de 40W cada .................................................200W
8 TUG’s.....................................................................................800W
Solução:
Potência instalada 1640W
Icircuito = 1640 / 220 = 7,45 A
Utilizando disjuntor de 10 A:
10 x 0,7 = 7 7 < 7,45 -> não satisfaz !!!
Utilizando disjuntor de 15 A:
2
15 x 0,7 = 10,5 10,5 > 7,45 -> OK condutor de 1,5mm conduz 15 A? SIM
Então disjuntor de 15 A é compatível com condutor de 1,5 mm2.

Agora é a sua vez!


Em cada um dos casos a seguir, dimensionar o disjuntor e condutores apropriados:
1) Seja um circuito residencial composto por iluminação e tomadas simples com potência instalada de
1980W
2) Seja um circuito residencial composto por iluminação e tomadas simples com potência instalada de
1500W
3) Seja um circuito de alimentação de TUE = 1500W
4) Seja um circuito de alimentação de TUE = 3100W
5) Seja um circuito de alimentação de TUE = 7kW
6) Uma residência tem sua instalação elétrica dividida em 5 circuitos:
Circuito A = iluminação e TUGs, total 1320W
Circuito B = 7 TUGs de cozinha e lavanderia
Circuito C = iluminação e TUGs, total 1760W
Circuito D = chuveiro elétrico de 4400W
Circuito E = ar-condicionado de 1540 W
Determinar o quadro de distribuição com dimensionamento de disjuntores e fiação e o diagrama
unifilar da instalação

1.6 Componentes do quadro de distribuição de


cargas
• Disjuntor geral,
• Barramento de interligação de fases,
• Disjuntores de circuitos terminais,
• Barramento de neutro,

34
• Barramento de proteção,
• Tabela QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS, contendo toda a informação sobre a divisão
dos circuitos terminais de uma instalação.

1.7 Recomendações para a representação da


tubulação e da fiação
Uma vez concluída a locação dos pontos na planta baixa e identificados os circuitos terminais, o
próximo passo consiste em interligar os mesmos, representando o sistema de tubulação e a fiação
correspondente.
1) Locar o Quadro de Distribuição (próximo ao centro de cargas, etc.),
2) A partir do Quadro de Distribuição iniciar o traçado dos eletrodutos, procurando os caminhos mais
curtos e evitando o cruzamento de tubulações (levar em conta detalhes do projeto estrutural, hidro-
sanitário, etc.),
3) Interligar inicialmente os pontos de luz (tubulações embutidas no teto), percorrendo e interligando
todos os recintos,
4) Interligar os interruptores e tomadas aos pontos de luz de cada recinto (tubulações embutidas nas
paredes),
5) Evitar que caixas embutidas no teto (octogonais 4”x4”x4”de fundo móvel, octogonais 3”x3”x2” fundo
fixo) estejam interligadas a mais de 6 eletrodutos, e que as caixas retangulares 4”x4”x2” e 4”x2”x2”
embutidas nas paredes se conectem com mais de 4 eletrodutos (ocupação, emendas),
6) Evitar que em cada trecho de eletroduto passe quantidade elevada de circuitos (limitar em máx. 5),
visando minimizar bitola de eletrodutos (comentar conseqüências estruturais) e de fios e cabos
(comentar Fator de Correção de Agrupamento) -> principalmente na saída dos quadros, prever
quantidade apropriada de saídas de eletrodutos em função do número de circuitos existentes no
projeto,
7) Avaliar a possibilidade de utilizar tubulação embutida no piso para o atendimento de circuitos de
tomadas baixas e médias,
8) Os diâmetros nominais das tubulações deverão ser indicados,
9) Concluído o traçado de tubulações, passar à representação da fiação, indicando o circuito ao qual
2
pertence cada condutor e as seções nominais dos condutores, em mm .

1.8 Eletrodutos e alguns acessórios


O eletroduto é um tubo destinado à colocação e proteção de condutores elétricos. Eles são caracte-
rizados pelo seu diâmetro externo em milímetros (mm), geralmente chamado tamanho nominal. O
tamanho mínimo admitido nas instalações é de 16 mm.
As principais funções dos eletrodutos são:
• Proteção mecânica dos condutores,
• Proteção dos condutores contra ataques químicos da atmosfera ou ambientes agressivos,

35
• Proteção do meio contra os perigos de incêndio resultantes de eventuais superaquecimentos dos
condutores ou arcos voltaicos,
• Proporcionar aos condutores um envoltório metálico aterrado (no caso de eletrodutos metálicos)
para evitar perigos de choque elétrico.
Os eletrodutos são classificados em rígidos e flexíveis e podem ser fabricados com diversos
materiais, entre os quais está o PVC, muito usado em instalações elétricas e que tem como
vantagens as propriedades de isolação térmica, elétrica e à umidade, além de ser um material
antichama quando fabricado adequadamente. Somente os eletrodutos de aço, PVC e os semi-rígidos
podem ser embutidos. Os eletrodutos rígidos são vendidos em varas de 3m de comprimento.
Os eletrodutos podem ser do tipo:
• Não-metálicos: PVC (rígido e flexível corrugado), plástico com fibra de vidro, polipropileno,
polietileno, fibrocimento,
• Metálicos: Aço carbono galvanizado ou esmaltado, alumínio e flexíveis de cobre espiralado.
Em instalações aparentes, o eletroduto de PVC rígido roscável é o mais utilizado, devendo as
braçadeiras ser espaçadas conforme as distâncias mínimas estabelecidas pela NBR-5410/04.
Os eletrodutos deverão possuir algumas informações, marcadas de forma bem visível e indelével, ou
seja, que não possa ser apagado.

Figura 27: Eletroduto de PVC rígido.

Em juntas de dilatação, os eletrodutos rígidos devem ser seccionados, devendo ser mantidas as
características necessárias à sua utilização; em eletrodutos metálicos a continuidade elétrica deve ser
sempre mantida.
Os eletrodutos flexíveis (Figura 28), também chamados conduítes, são usados nas partes externas
das instalações, em locais perigosos ou expostos ao tempo. Eles não devem ser emendados por
luvas ou soldas e devem ser fixados por abraçadeiras rígidas ou flexíveis. Estes eletrodutos são
chamados flexíveis exatamente porque podem ser curvados.

Figura 28: Eletroduto flexível ou conduíte.

36
Figura 29: Abraçadeiras rígidas.

É recomendado que não se pinte os eletrodutos e seus acessórios, e quando a instalação for
aparente (exposta), os eletrodutos e acessórios deverão ser da mesma cor.
Dentro dos eletrodutos só podem ser usados condutores que possuam isolação e não são admitidos
condutores nus ou simples-mente cobertos. Condutor nu só é permitido quando destinado a
aterramento.
Os eletrodutos não deverão ter defeitos de fabricação ou de instalação tais como: fendas, trincas,
bolhas, curvas malfeitas etc.
Os eletrodutos mais utilizados em instalações aparentes são os de PVC rígido rosqueável, geralmente
na cor cinza.
Uma outra forma de se fazer uma instalação aparente é por canaletas plásticas. As canaletas podem
ser aplicadas em paredes e divisórias, em móveis, sob tampos de mesa, no piso etc. O número de
vias (compartimentos) indica quantos condutores podem ser instalados em uma mesma canaleta.
Assim como os eletrodutos, as canaletas também possuem acessórios para sua instalação, dentre os
quais: cotovelo, “T” e luva, que poderão ser vistos nos pólos com os seus tutores.

Figura 30: Canaleta de duas vias.

Para emendar, mudar a direção e fixar os eletrodutos às caixas de passagens são empregados
acessórios, entre os quais: luvas; curvas; buchas; porcas; arruelas.
As luvas são usadas para unir dois trechos de eletrodutos ou um eletroduto a uma curva. As luvas são
rígidas.

Figura 31: Luva em PVC

As curvas são utilizadas para evitar que o eletroduto seja danificado ao ser curvado e tenha seu
tamanho nominal reduzido, no ponto da curva. As curvas são rígidas.

37
Figura 32: Curva em PVC

As buchas são utilizadas para fazer o acabamento das extremidades com rebarbas dos eletrodutos
rígidos. Evitam, dessa forma, danos à isolação da fiação no momento em que são puxadas dentro dos
eletrodutos. As buchas são rígidas.

Figura 33: Bucha

Já as porcas, são arruelas rosqueadas internamente que, quando colocadas externamente às caixas
completam, com as buchas, a fixação do eletroduto à parede da mesma. As porcas e arruelas são
rígidas.

Figura 34: Arruela (contra-porca).

1.8.1Dimensionamento dos eletrodutos

Os eletrodutos obedecem a um limite de ocupação dos condutores que permanecerão no seu interior
chamado “taxa máxima de ocupação do eletroduto” (Tabela 4). Segundo a NBR 5410/2004, esta taxa
não deve ser superior a 40% da área interna dos eletrodutos (quando ocupados por três ou mais
condutores ou cabos, figura 30, ou seja, somando as áreas de todos os condutores, o resultado não
pode ultrapassar a 40% da área interna do eletroduto. Esta norma (NBR 5410/2004) também informa
que, se o eletroduto for ocupado por dois condutores ou cabos, a área interna ocupada nos
eletrodutos não deve ultrapassar a 31% e quando forem ocupados somente por um condutor (ou
cabo) esta mesma área não deve ultrapassar a 53%.

38
Figura 35: Ocupação máxima da área interna dos eletrodutos.

As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir que depois que a
instalação estiver pronta os condutores possam ser instalados e retirados com facilidade.
Por exemplo: Você precisa passar um circuito contendo 5 condutores (três fases, um neutro e um
condutor de proteção) dentro de um eletroduto. A seção nominal dos condutores fases é de 35mm2
2 2
cada um, a seção nominal do condutor neutro é de 25mm e a do condutor de proteção 16mm . A
partir da Tabela 5 (Dimensões totais dos condutores isolados) e da Tabela 4 (Taxa de ocupação
máxima de eletroduto rígido de PVC), encontre o eletroduto ideal para esta instalação.
Como fazer:
Some as áreas totais de todos os condutores (Tabela 5); no nosso exemplo temos: 71mm2 + 71mm2 +
2 2 2 2
71mm + 56,7mm +33,2mm = 302,9mm ;
2. Com o resultado obtido você deve consultar a Tabela 4. Na coluna de taxa de ocupação (40% –
quando ocupados por três ou mais condutores ou cabos) procure um valor igual ou superior ao
2 2
resultado obtido na soma das áreas dos condutores (302,9mm ). O valor 302,9mm encontra-se entre
os valores 237mm2 e 409mm2;
3. Portanto, o eletroduto ideal para esta instalação terá o diâmetro nominal de uma polegada (40mm)
e poderá ter uma ocupação máxima de 409mm2.
Obs.: Estas tabelas podem ser encontradas em catálogos de fabricantes de eletrodutos. Os valores
podem variar de um fabricante para outro.
Tabela 4: Taxa de ocupação dos eletrodutos rígidos usuais.

39
Tabela 5: Dimensões totais dos condutores isolados.

1.8.2Prescrições Para Instalação dos eletrodutos

• Nos eletrodutos devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou multipolares,
admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo quando este condutor for de
aterramento,
• As dimensões internas dos eletrodutos devem permitir instalar e retirar facilmente os condutores ou
cabos após a instalação dos eletrodutos e acessórios.
• Não deve haver trechos contínuos (sem interposição de caixas ou equipamentos) retilíneos de
tubulação maiores que 15m; em trechos com curvas essa distância deve ser reduzida a 3m para cada
o
curva de 90 (em casos especiais, se não for possível obedecer a este critério, utilizar bitola
imediatamente superior à que seria utilizada
• Entre 2 caixas, entre extremidades, entre extremidade e caixa, no máximo 3 curvas de 90o (ou seu
o o
equivalente até no máximo 270 ); sob nenhuma hipótese prever curvas com deflexão superior a 90
• As curvas feitas diretamente nos eletrodutos não devem reduzir efetivamente seu diâmetro interno.
• Eletrodutos embutidos em concreto armado devem ser colocados de forma a evitar sua
deformação durante a concretagem (redundâncias).

1.9 Caixas de passagem


As caixas de passagem (ou caixas de derivação) são utilizadas para passagem e/ou ligações de
condutores entre si, e para limitar o comprimento de trechos de tubulação, assim como o número de
curvas entre seus diversos trechos.
As caixas mostradas nas figuras no quadro ao lado são próprias para embutir nas paredes, onde
serão fixados interruptores e/ou tomadas. A outra é para embutir no teto, por onde passam os fios de
iluminação e onde deverão ser fixados plafonnier, lustres etc. As caixas de passagem são
especificadas por suas formas (quadrada, retangular, octogonal etc.) e por suas medidas (em
polegadas). Por exemplo, a caixa quadrada ou retangular é mais utilizada para instalação de

40
interruptor e tomada, enquanto a octogonal serve para instalação de ponto de luz, botão de
campainha, passagem e junção de condutores.

Figura 36: Caixas de passagem para embutir 2”x 4” em PVC.

Estas caixas possuem tampas que são chamadas espelhos e dependem do dispositivo que vai ser
instalado nela Se nenhum dispositivo for conectado às caixas, estas serão fechadas com tampas
cegas, por segurança.

Figura 37: Espelho para interruptor duplo.

Nas instalações aparentes, as caixas de passagem são geralmente chamadas conduletes. Possuem
saídas para adaptação dos eletrodutos e tampa aparafusável. Dependendo da quantidade de
eletrodutos e da posição em que vão ser instalados no condulete, eles recebem um nome, figura 38.

Tampas Junta de vedação

Junta de veda- Conduletes montados


ção instalada
entre a tampa e
a caixa.

Figura 38: Exemplos de conduletes e seus acessórios.

41
Figura 39: Caixas de passagem octogonal (8 lados) 3” x 3” em PVC. Para embutir no teto.

Figura 40: Caixas de passagem 4” x 4” em PVC.

Para emendar, mudar a direção e fixar os eletrodutos às caixas de passagens são empregados
acessórios, entre os quais: luvas; curvas; buchas; porcas; arruelas.
As luvas são usadas para unir dois trechos de eletrodutos ou um eletroduto a uma curva. As luvas são
rígidas.

1.10 Dimensionamento de condutores elétricos


A bitola de um condutor depende da quantidade de elétrons que por ele circula (corrente elétrica).
Mas sempre que há corrente elétrica circulando num condutor, este se aquece devido ao efeito joule.
Mas o aquecimento pelo condutor tem um limite, acima do qual a isolação dele começa a se
deteriorar. Para evitar que os condutores se aqueçam acima do permitido, devem ser instalados
dispositivos de proteção tais como disjuntores ou fusíveis nos quadros de distribuição de força e luz.

1.10.1Fio ou cabo? Qual é a diferença?

Fio é um condutor sólido, geralmente de seção circular, usado diretamente como condutor de
eletricidade (com ou sem isolação) ou para fabricação de cabos.

42
Figura 41: Fio elétrico sem isolação

Já o cabo, é o conjunto de fios encordoados (na forma de cordas), isolados ou não entre si, podendo
o conjunto ser isolado ou não.

Figura 42: Cabo elétrico

Podemos ter cabos que são constituídos por vários condutores isolados com cobertura comum que
são chamados de cabos multipolares.

Figura 43: Cabo elétrico multipolar

Um tipo de cabo muito útil nas instalações elétricas é o cabo paralelo, nele dois cabos são unidos
paralelamente e podem servir a um circuito com fase-fase ou um circuito com fase-neutro, isto
economiza espaço físico e dinheiro, já que o seu custo é bem mais em conta do que se você tiver que
comprar dois cabos separados para estes objetivos.

Figura 44: Cabo elétrico paralelo

Uma outra classificação dos cabos elétricos é quanto ao nível de tensão que eles suportam, neste
caso eles podem ser para baixa tensão ou alta tensão.

43
Figura 45: Cabo elétrico para tensões muito elevadas

1.10.2Critérios técnicos para dimensionamento de condutores

O que é a capacidade de condução de corrente de um condutor elétrico?


Quando você for comprar fios e cabos elétricos, a primeira pergunta tem a se fazer é: qual a bitola do
condutor?
Os fios e cabos elétricos são caracterizados pelo material utilizado para sua fabricação e pela sua
bitola, ou seja, área de sua seção transversal, sem o isolamento elétrico. Quanto maior é a bitola,
menos resistência à passagem de corrente elétrica ele oferece, logo, maior será sua capacidade de
conduzir corrente elétrica. A capacidade de condução de corrente dos fios e cabos elétricos encontra-
se nas tabelas de cada fabricante.

Área da seção transversal

Figura 46:Condutor elétrico

A capacidade de condução de corrente pode ser diferente dos valores apresentados na tabelas do
fabricante, caso o condutor seja instalado em condições prejudiciais ao seu funcionamento. Por
exemplo, um aumento de temperatura acaba dificultando a movimentação de elétrons, diminuindo
assim, sua capacidade de condução de corrente elétrica, já que é do movimento ordenado dos
elétricos que surge a corrente elétrica.
Os seis critérios, para dimensionamento de condutores elétricos, citados na norma NBR5410 são:
• Seção mínima;
• Capacidade de condução mínima;
• queda de tensão;
• Sobrecarga;
• Curto-circuito;
• Contatos indiretos.
Para um correto dimensionamento de condutores, devemos fazer os cálculos pelos seis métodos
considerados acima e escolher aquele em que resultar maior seção.

44
1.10.3Dimensionamento de condutores elétricos utilizando o método da capacidade de
condução de corrente

Consiste em determinar o valor da corrente máxima que percorrerá o condutor e, de acordo com o
método de instalação, procurar a sua seção nominal em tabelas, Também influencia, na definição da
seção do condutor, a potência consumida pela carga. Este método garante uma vida satisfatória a
condutores e isolações submetidos aos efeitos térmicos produzidos pela circulação de correntes
equivalentes às suas capacidades de condução de corrente durante períodos prolongados em serviço
normal.
Os métodos de instalação, indicados na IEC 60364-5-52, para os quais a capacidade de condução de
corrente foi determinada por ensaio ou por cálculo. São eles:
• A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente
isolante;
• A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente isolante;
• B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
• B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
• C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;
• D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
• E: cabo multipolar ao ar livre;
• F: cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar livre;
• G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.

EXEMPLO 01
Determinar a seção dos condutores fase do circuito trifásico mostrado na figura a seguir. Serão
utilizados cabos em PVC dispostos em eletroduto aparente.

Cálculo de corrente em circuitos elétricos

a) Cálculo da corrente em circuitos trifásicos equilibrados (3 fases)

Potência ativaCARGA
I CARGA = (eq.2)
3 ×U fase− fase × cosϕ
Trifásico = √3

b) Cálculo da corrente em circuitos monofásicos

Potência ativaCARGA
I CARGA = (eq.3)
U fase− neutro × cos ϕ

45
600 1000 1500 1200
I an = + = 9,9 A I bn = = 11,3 A I cn = = 6,8 A
220 × 0,80 220 × 0,70 220 × 0,60 220 × 0,80
5000
I abc = = 8, 4 A
3 × 380 × 0,90
Ian, Ibn, Icn – correntes das cargas monofásicas.
Considerando-se a corrente da fase de maior carga, tem-se: I b = I bn + I abc = 11 ,3 + 8 , 4 = 19 , 7 A
Ib – corrente de carga da fase B que deve corresponder à capacidade mínima de corrente do
condutor.
2
Então Sa = Sb = Sc = 3 # 2,5 mm , de acordo com a Tabela 8 , coluna B1 – 3 condutores carregados
– justificado pelo método de instalação B1.
Tabela 6: Temperaturas características dos condutores

Tabela 7: Métodos de instalação dos condutores

46
Capacidade de condução de corrente para os métodos de instalação A1, A2, B1, B2, C e D (isolação
PVC) temperatura do condutor 70ºC e temperatura ambiente de 30ºC e 20ºC para instalações
subterrâneas.
Tabela 8: tabela de capacidade de condução de corrente

Métodos de referência

A1 A2 B1 B2 C D
CONDU CONDU CONDU CONDU CONDU CONDUT
Se TORES TORES TORES TORES TORES ORES
CARRE CARRE CARRE CARRE CARRE CARRE
ções
GADOS GADOS GADOS GADOS GADOS GADOS
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
Condutor de Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 11 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230

EXEMPLO 02
Determinar a seção dos condutores isolados em PVC que alimentam um CCM (centro de controle de
motores) que controla três motores de 40 cv, com fator de potência 0,85 e η=0,93 e quatro motores
de 15 cv, todos de IV pólos, ligados na tensão de 380 V, com fator de potência 0,75 e η=0,86 e todos
com fatores de serviço unitários. Os condutores isolados estão instalados em eletroduto no interior de
canaleta fechada.
No caso de motores a corrente nominal é calculada da seguinte forma:
Potência (cv) x 736
IN = (eq.4)
3 × U N × cos ϕ x η
O motor possui um fator de serviço que significa uma potência adicional fornecida pelo fabricante que
pode ser usada continuamente, sob condições especificadas por norma ou pelo fabricante, e que não
configura sobrecarga. Portanto, em algum momento o motor poderá solicitar da rede uma corrente
maior que a nominal devido à utilização do fator de serviço.
40 x736
IN = = 56,6 A
3 × 380 × 0,85 x 0,93
56,6 x 3 = 169,8 A

47
15 x736
IN = = 26 A
3 × 380 × 0,75 x 0,86
26 x 4 = 104 A

ITOTAL = 169,8 + 104 = 273,8 A

1.10.4Seção dos condutores na presença de harmônicos

O valor da corrente de fase corrigido para a determinação da seção dos condutores é:

Ic arg a
I Fase _ corrigido = (eq.5)
Fator correção

273,8
I Fase corrigido = = 318,4 A
0,86
Tabela 9: Tabela de fator de correção de presença de harmônicas de 3ª ordem

O valor da corrente que irá circular no neutro pode ser calculado por;
3 × I CARGA × Percentual harmônica 3 ª ordem
I NEUTRO = (eq.6 )
100 × Fator de serviço

EXEMPLO 03
Se uma carga cuja corrente é de 80 A contém 37 % de corrente harmônica de 3ª or-dem, o valor da
corrente de neutro do circuito será:

3 × 80 × 37
I NEUTRO = ⇒ I NEUTRO = 103,2 A
100 × 0,86

1.10.5Cálculo da bitola de condutores pelo critério da queda de tensão

Os limites de queda de tensão estabelecidos na norma NBR 5410 (NB - 3) estão reproduzidos na
tabela abaixo. Tais limites referem-se à queda de tensão entre a origem de uma instalação e qualquer
ponto de utilização desta, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação.

48
Tabela 10: Tabela de queda de tensão
Outros
Tipo de Instalação Iluminação
usos
A - Instalações alimentadas diretamente por um ramal
de baixa tensão, a partir de uma rede de distribuição 4% 4%
pública de baixa tensão;
B - Instalações alimentadas diretamente por
subestação de transformação ou transformador, a 7% 7%
partir de uma instalação de alta tensão;
C - Instalações que possuam fonte própria. 7% 7%
Notas:
• Nos casos B e C as quedas de tensão nos circuitos terminais não devem ser superiores aos valores
indicados em A.
• Nos casos B e C, quando as linhas principais de instalação tiverem um comprimento superior a
100m, as quedas de tensão podem ser aumentadas de 0,005% por metro de linha superior a 100m,
sem que, no entanto, essa suplementação seja superior a 0,5%.

Figura 47: Quadro de queda de tensão

Após o dimensionamento do condutor pela capacidade de condução de corrente elétrica é necessário


saber qual será a queda de tensão no ponto terminal do circuito e se a mesma está de acordo com
os valores estabelecidos em norma ou no projeto.
A queda de tensão entre a origem da instalação e qualquer ponto de utilização deve ser igual ou
inferior aos valores da tabela anterior.

1) Queda de tensão em circuitos monofásicos


A seção do condutor será dada por:

200 × ρ × Σ( LC × I C )
S condutor = (eq.7 )
∆V % × V FN

49
Onde:
ρ = resistividade do material condutor (para o cobre – 1/56 Ω.mm2 / m).
LC = comprimento do circuito, em m.
IC = corrente total do circuito, em A.
∆V% = queda de tensão máxima admitida em projeto, em %.
VFN = tensão fase-neutro.

2) Queda de tensão em circuitos trifásicos


A seção do condutor será dada por:
173,2 × ρ × Σ( Lcondutor × I condutor )
S condutor = (eq.8)
∆V % × V FF
Onde:
VFF = tensão fase-fase.

EXEMPLO 01
Calcular a seção do condutor do QGF ao CCM da figura abaixo, sabendo-se que a carga é composta
de 10 motores de 10 cv, 4 pólos, 380 V, fator de serviço unitário,fator de potência 0,85 e rendimento
0,85 e o comprimento do circuito é de 150 m. Adotar o condutor isolado em PVC, instalado no interior
de eletrodo de PVC, embutido em parede de alvenaria.

A corrente na carga vale:


I CARGA = 10 × 15,4 = 154,0 A
A seção mínima do condutor vale:
SCONDUTOR = 3 # 70 mm2 (método de instalação 7).
A seção mínima do condutor para uma queda de tensão máxima de 3 % vale:

173,2 × ρ × Σ( LCONDUTOR × I CONDUTOR) 173,2 × (1 / 56) ×150 ×154)


SCONDUTOR = =
∆U % ×VFASE _ FASE 3 × 380

Re sposta : S CONDUTOR = 62,6 mm 2 → S CONDUTOR = 3 # 70 mm 2


Quando já se conhece a seção transversal dos condutores, a queda de tensão pode ser calculada
por:
100 × DC × LC × ( R cos ϕ + Xsen ϕ )
∆U % = 2
(%)
Onde: U FF
DC = demanda da carga, em kVA.
R = resistência do condutor, em mΩ / m.
X = reatância do condutor, em mΩ / m.

50
EXEMPLO 02
Determinar a seção do condutor do circuito mostrado abaixo, sabendo-se que serão utilizados
condutores unipolares isolados em XLPE, dispostos no interior de canaleta ventilada construída no
piso. A queda de tensão admitida é de 4%

I5 = 28,8 A
I4 = 28,8 + 11,9 = 40,7 A
I3 = 28,8 + 11,9 + 28,8 = 69,5 A
I2 = 28,8 + 11,9 + 28,8 + 26,0 = 95,5 A
I1 = 28,8 + 11,9 + 28,8 + 26,0 + 7,9 = 103,4 A

2
Seção do condutor = 25 mm (método de instalação 43).
Pelo critério da queda de tensão, tem-se:
173,2 × ρ × Σ ( LC × I C )
SC =
∆V % × VFF
173,2 × (1 / 56) × (7,9 × 8) + ( 26 × 18) + ( 28,8 × 24) + (11,9 × 38) + ( 28,8 × 49)
SC =
4 × 380 SC = 6,27 mm 2 → SC = 3 #10 mm 2

Portanto o condutor escolhido pelo método da capacidade de corrente também atende ao critério da
queda de tensão. Logo o condutor adotado será de: SC = 3 # 35mm2

3) Queda de tensão admissível


∆U(%) = Queda de tensão percentual (%)
Observação: Para qualquer caso, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o dispositivo ou
equipamento consumidor não deve ser superior a 4% em baixa tensão.
A queda de tensão admissível, em volts é dada por ∆Uadmissível = (%) x (U);

 V 
Dividindo ∆Uadmissível por (I x l), tem-se a queda de tensão em  
 Axkm 

∆Uadmissíve Eq.9
∆U = 
Ixl
∆U (V) = queda de tensão admitida em volts;
l (m) = distância entre o quadro de distribuição e o ponto mais distante do circuito em metros;
I (A) = corrente em ampères, do circuito.

51
Exemplo 03:Um circuito trifásico em 220V, com 50m de comprimento, alimenta um QDF (quadro de
distribuição e força) que serve a diversos motores. A corrente nominal total é 130 A. Pretende-se usar
eletroduto de aço. Considerando uma queda de tensão de 2% e fator de potência 0,95 determine a
bitola dos condutores.

Solução:
Calcule, através da equação de queda de tensão admissível em volts, a queda de tensão unitária.
∆U = 2% de 220 V = 220 x 2/100 = 4,4volts e l = 50m= 0,05km

4,4
∆Uunitária = 
130 x 0,05

∆U = 0,67V/(A x km)
Entrando na tabela na coluna de circuitos trifásicos, eletrodutos magnéticos e fator de potência 0,95,
2
encontramos um condutor de bitola 70 mm .
Tabela 11: Tabela de queda de tensão unitária

52
UNIDADE III – ILUMINAÇÃO

1
A BOA ILUMINAÇÃO TRAZ SAÚDE E CONFORTO

Uma iluminação onde a Luz, no plano de trabalho ou num objeto, não incide de um foco direcionado
em particular é chamada luz difusa. A iluminação difusa utiliza materiais e cores de boa reflexão no
ambiente para tornar a luz mais abrangente; menos ofuscante, tornando as sombras menos marcadas
e mais suaves.
A iluminação pode ser direta ou indireta. A iluminação direta é dirigida diretamente para o alvo a ser
iluminado, spot, luminária de mesa, etc. Quanto maior a distancia entre a fonte e o objeto a ser
iluminado, menor é a intensidade da iluminação e maior é a área atingida pelos raios de luz. Já a
indireta não ilumina necessariamente o objeto e sim o ambiente em que este se encontra. Não tendo
um foco dirigido. É uma luz de ambientação. Trata-se de uma versão de luz difusa mais restrita,
podendo compor ambientes com arandelas; abajures; colunas; sancas de gesso e demais focos de
luz não conflitantes com as pessoas, nem voltados para objetos e planos específicos. Existe um uso
comum, mas não técnico, que ilustra esta categoria, que é quando se acende a luz de um ambiente
anexo aquele em que se está como um corredor ou uma varanda, obtendo apenas parte da luz mais
suave. Isto ocorre, quando são colocadas lâmpadas sem nenhuma luminária para tratar a luz,
causando um inevitável ofuscamento visual.
Uma iluminação pode conter focos de luz diretos e indiretos num mesmo ambiente.
Uma má iluminação provoca danos e cansaço excessivo quando estamos lendo. O ideal é ter uma
iluminação de leitura
Se você quer iluminar melhor algum ambiente, seja no trabalho ou em casa, existem técnicas
básicas de iluminação para isto.
Após escolher os produtos de iluminação, é necessário avaliar o ambiente onde serão instalados
estes novos produtos. Evite pintar os tetos e paredes com cores escuras, pois exigem maior
luminosidade para compensar a absorção de luz elevada de uma tonalidade escura, trazendo como
consequência direta, o aumento do consumo de energia e o acúmulo de calor. Mantenha limpas as
luminárias para não haver perdas de luminosidade. Outros cuidados podem evitar situações
inconvenientes às pessoas e a própria valorização do ambiente, como por exemplo:
• Ofuscamento;
• Sombras; e
• Distribuição dos pontos de luz

53
1.1 Técnicas Básicas de Iluminação
a) Calcule a quantidade ideal de luminárias
Para a realização de um bom projeto luminotécnico, se faz necessário conhecer fatores que
independe de fórmulas e cálculos, fatores que estão voltados para a sensibilidade do projetista,
arquiteto ou decorador, procurando sempre atender as expectativas dos usuários, que efetivamente
estarão morando ou trabalhando nos ambientes iluminados. Abordaremos o método do lúmen, um
dos métodos mais utilizados para se calcular a quantidade necessária para um determinado
ambiente.
1º Passo - Conhecer as dimensões e as características do recinto, bem como:
• Dimensões do recinto (comprimento, largura, pé direito);
• Altura de montagem da luminária (altura do plano de trabalho / suspensão da luminária);
• Cor de teto, paredes e piso;
• Tipo de atividade exercida no ambiente;
• Determinar a iluminância necessária para a atividade ver (NBR5413).

2º Passo – Faz-se necessário conhecer o índice do recinto (K), que é a relação das dimensões do
recinto, dada pela expressão:
C xl
K= , (eq.10 )
h x (c + l )

onde: K = Índice do Recinto / C = Comprimento / L = largura / h = Altura de Montagem

3º Passo - O fluxo luminoso emitido por uma lâmpada na luminária sofre influência do tipo de
luminária e das características do ambiente. O fluxo luminoso útil, isto é, o fluxo luminoso que incidirá
sobre o plano de trabalho é avaliado pelo fator de utilização. Ele nos permite saber qual a eficiência
do conjunto luminária, lâmpada e recinto, para escolher o fator ideal adequado para o recinto é
preciso conhecer as refletâncias do teto, parede, e o índice do recinto mencionado no 2º passo.
Calculado o K, veja qual a refletância do ambiente na tabela de eficiência do recinto, fornecido pelo
fabricante da luminária, na ordem que aparecem de teto, parede e piso. Na interseção da coluna de
refletância do recinto e linha de índice do recinto, encontra-se o Fator de Utilização. Veja tabela
exemplificada do coeficiente de reflexão da NBR5413.
Obs: Esse processo pode ser evitado caso o fabricante da luminária já forneça em seu catálogo o
fator de utilização da luminária.
Tabela 12: Fator de utilização

54
4º Passo - O Fator de Perdas Luminosas (FPL) consiste em saber quanto o fluxo luminoso é
depreciado em função do acúmulo de poeira na luminária em função do ambiente e da perda de fluxo
luminoso em função da vida útil das lâmpadas. Considerar como Fator de Perdas Luminosas os
seguintes valores:
Tabela 13: Fator de perdas luminosas

5º Passo - Identificar a iluminância (E) recomendada para o tipo de atividade exercida. Veja abaixo
alguns exemplos de iluminância recomendados pela norma NBR5413:
Tabela 14: Iluminâncias

6º Passo - Cálculo da quantidade de luminárias necessárias:

E xc xl
N= , (eq.11)
n x φ x U x FPL
onde :

• E - Iluminância Média (5º Passo)


• c - Comprimento do Recinto
• l - Largura do Recinto
• n - Quantidade de lâmpadas por luminária
• Ø - Fluxo Luminoso da lâmpada (Consultar Fabricante)
• U - Fator de Utilização (3º Passo)
• FLP - Fator de Perdas Luminosas (4º Passo)

Exemplo para cálculo de luminárias de um recinto.


Calcule a quantidade de luminárias do recinto que possui as seguintes dimensões e característica:
• Comprimento = 10,00 m
• Largura = 7,50 m
• Pé direito = 3,50
• Teto branco-70%, parede Branca-70% e piso escuro-10%

55
• Altura de suspensão da luminária = 0
• Altura de montagem da luminária = 2,70 m
• Altura do Plano de trabalho = 0,80 m
• Tipo de atividade exercida no ambiente = escritório
• Determinar a iluminância necessária para a atividade ver ( NBR5413 ) = 500 lux
• Utilizando luminária embutida com 2 lâmpadas fluorescentes de 32W/840 com fluxo luminoso
de 2700 lumens cada.

Solução:
a) Cálculo do índice do recinto ( K )

C xl 10 x 7,5
K= = = 1,58
h x (c + l ) 2,7 x (10 + 7,5 )
b) Cálculo do fator de utilização (U)- Considerando as refletâncias de teto, parede e piso.
Fator de Utilização (U) = 0,62
c) Cálculo do fator de perdas luminosas (FPL) = Ambiente limpo 0,80
d) Cálculo da iluminância média para a iluminação de escritório = 500 lux
e) Fórmula para cálculo.
Obs: O número de luminárias encontrado no resulto pode ser flexível, em função do LAY-OUT do
ambiente e da distribuição das luminárias no mesmo. Portanto, para adequar a distribuição das
luminárias em nosso projeto aumenta-se o número de luminárias de 14 para 15.

E xc xl 500 x 10 x 7,5
N= = = 14
n x φ x U x FPL 2 x 2700 x 0,62 x 0,80

Figura 48: Distribuição das luminárias

Observação: Recomenda-se que o espaçamento entre as luminárias seja o dobro da distância entre
estas e as paredes laterais.

56
2
LÂMPADAS

As lâmpadas elétricas podem ser divididas em dois grupos principais de acordo com o seu modo de
funcionamento: lâmpadas incandescentes e lâmpadas do tipo descarga.

2.1 Lâmpadas incandescentes


As lâmpadas do tipo incandescente são:
• usadas em qualquer situação;
• específicas: para fornos, geladeiras etc.;
• decorativas: para festas, decorações natalinas etc.;
• refletoras/defletoras ou espelhadas, muito utilizadas em vitrines, lojas, exposições, museus etc.;
• halógenas, muito utilizadas para iluminação de quadras esportivas, piscinas, exposições, galerias de
arte, museus, monumentos, em indústrias, principalmente para secagem de tintas ou outros materiais.

As lâmpadas incandescentes, figura 49, utilizam um filamento (fio) de tungstênio dentro de um bulbo
de vidro, geralmente incolor ou leitoso, cheio de um gás inerte (que não reage, normalmente, com
outra substância).
Dependendo do uso da lâmpada, existe uma grande variedade de bulbos. O filamento é enrolado na
forma de uma hélice e se aquece ao ser percorrido por corrente elétrica, chegando a uma temperatura
aproximada de 3.000 ºC, ficando incandescente (na cor de brasa).
A lâmpada incandescente tem uma grande deficiência: a maior parte da energia elétrica recebida é
perdida em forma de calor e, por este motivo, ela é chamada de lâmpada quente. É importante
lembrar que, quanto mais grosso for o filamento de uma lâmpada incandescente, maior claridade ela
fornecerá.
Os dados elétricos característicos de uma lâmpada incandescente estão gravados no bulbo de vidro.
São eles:
• potência nominal;
• tensão nominal.

57
Figura 49: Partes componentes de uma lâmpada incandescente. FOTO CEDERJ.

As lâmpadas incandescentes são instaladas em bases chamadas receptáculos, popularmente


conhecidas como “bocal” ou “soquete”, figura 50. Os tamanhos dos receptáculos dependem do tipo de
rosca de contato elétrico da lâmpada, por exemplo, receptáculo E-27 ou E-40. A letra E significa que a
base é do tipo rosca, mas temos também base com inicial B (tipo baioneta) e T (tipo pino). O número,
após a letra, indica o diâmetro em milímetros (mm).

Rosca de
contato tipo E

Figura 50: Receptáculo para lâmpada incandescente. FOTO CEDERJ.

Para a montagem da iluminação incandescente junto ao teto, é preciso utilizar um plafonnier


(aparelho para iluminação geral para montagem junto ao teto).
Após a montagem no teto do conjunto (plafonnier/receptáculo/lâmpada), faz-se necessária a
colocação de uma luminária que serve como proteção da lâmpada e decoração do ambiente Existe
um grande número de luminárias, com formas variadas, para lâmpadas incandescentes.

58
2.2 Lâmpadas do tipo descarga
Os tipos mais comuns de lâmpadas de descarga são:
• lâmpadas fluorescentes, muito utilizadas em ambientes de escritórios, comerciais e salas de aula
(tubulares), residências (compactas) etc.;
• lâmpadas a vapor de mercúrio, utilizadas, principalmente, para iluminação externa, como, por
exemplo, em estradas;
• lâmpadas mistas, muito utilizadas em iluminação de ambientes externos (estacionamentos) e
internos de pouco uso (depósitos).

As lâmpadas fluorescentes convencionais são constituídas de um tubo de vidro revestido


internamente por uma camada fluorescente, geralmente pó de fósforo, e dois eletrodos metálicos
(Figura 51), um em cada extremidade com acesso através de pinos, por onde circula uma corrente
elétrica. No interior desse tubo também existe certa quantidade de gás e uma pequena porção de
mercúrio.

Figura 51: Pintura fluorescente e eletrodos da lâmpada. FOTO CEDERJ.

Quando os elétrons circulam através do gás, entre os eletrodos das duas extremidades da lâmpada,
eles se chocam com os átomos de mercúrio, agitando-os. Estes átomos, quando retornam ao seu
estado original, ou seja, passam do estado agitado para o não-agitado liberam fótons (partículas
luminosas) que atingem a pintura fluorescente (fósforo) produzindo luz visível.
A luz da lâmpada fluorescente é o resultado da capacidade que a substância fósforo tem de emitir luz
visível.
A cor da lâmpada fluorescente depende do material fluorescente escolhido para pintura de seu vidro.
Elas podem ser encontradas nas cores: branco, branco-luz-do-dia, branco-amarelado, extra-luz-do-dia
etc.
O rendimento da lâmpada fluorescente é, aproximadamente, cinco vezes maior que o da lâmpada
incandescente de mesma potência e tem uma vida útil aproximada de 7.500 horas e, por ser mais
eficiente que a lâmpada incandescente, é a mais indicada para iluminação de interiores, escritórios,
lojas, indústrias etc. A lâmpada fluorescente produz menos calor e, por isso, é chamada lâmpada fria.
Existem vários tipos de lâmpadas fluorescentes: fluorescente compacta, florescente circular,
fluorescente tubular etc.

59
UNIDADE IV – ATERRAMENTO

1
INTRODUÇÃO

A palavra aterramento refere-se à terra propriamente dita. O aterramento é o fio ou a barra de cobre
enterrado que tem o propósito de formar um caminho condutor de eletricidade, tanto quanto assegurar
continuidade elétrica e capacitar uma condução segura qualquer que seja o tipo de corrente. Aterrar
significa controlar a tensão em relação a terra dentro de limites previsíveis.
Quando se diz que algum aparelho está aterrado (ou eletricamente aterrado) significa que um dos fios
de seu cabo de ligação está propositalmente ligado à terra. Ao fio que faz essa ligação denominamos
"FIO TERRA".
O aterramento dos sistemas elétricos visa à proteção das pessoas e do patrimônio contra uma falta
(curto-circuito) na instalação e oferece um caminho seguro, controlado e de baixa impedância em
direção à terra para as correntes induzidas por descargas atmosféricas.
Há dois tipos básicos de aterramento:
• aterramento funcional,
• aterramento de proteção.
Qualquer que seja a finalidade do aterramento, proteção (constituído pelas medidas destinadas à
proteção contra choques elétricos provocados por contato indiretos) ou funcional (aterramento de um
condutor do sistema, geralmente o neutro,e objetiva garantir a utilização correta e confiável da
instalação) o aterramento deve ser único em cada local da instalação.
É obrigatório que todas as tomadas tenham o seu fio terra. Normalmente elas já vêm com o fio terra
instalado, seja no próprio cabo de ligação do aparelho à tomada, seja separado dele. No primeiro
caso é preciso utilizar uma tomada com três pólos onde será ligado o cabo do aparelho.
A padronização brasileira indica para as redes públicas de distribuição em baixa tensão fornecimento
pelas concessionárias em Υ (380 / 220 V) ou em Υ (220 / 127 V) e nesses casos é sempre o Neutro
que é aterrado.

60
2
ESQUEMAS DE ATERRAMENTO

A NBR-5410 classifica os sistemas de distribuição em baixa tensão em função das ligações à terra da
fonte de alimentação (geralmente um transformador) e das massas, de acordo com a seguinte
simbologia, constituída de 2 ou 3 ou, eventualmente, 4 letras:
• A primeira letra representa a situação da alimentação em relação a terra:
 T = um ponto diretamente aterrado.
 I = isolação de todas as partes vivas em relação a terra ou aterramento de um ponto
através de uma impedância.
• A segunda letra representa a situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:
 T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um
ponto da alimentação.
 N = massas ligadas diretamente ao ponto da alimentação aterrado ( em CA o ponto
aterrada é normalmente o neutro );
• outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção
 S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos.
 C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor.( condutor
PEN )
As instalações elétricas de baixa tensão devem ser executadas de acordo com os esquemas TT, TN
(podendo ser: TN-S, TN-C ou TN-C-S) e IT.

OBS: NUNCA UTILIZE O NEUTRO DA REDE ELÉTRICA COMO TERRA, A


NÃO SER EM CASOS ESPECÍFICOS – CONDUTOR PEN ( ver 5410).

61
2.3 Esquema TN
Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a
esse ponto através de condutor de proteção:
• TN-S, o condutor neutro e o de proteção são distintos;

Figura 52: Esquema TN-S de aterramento.

• TN-C-S, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor em uma parte
da instalação;

Figura 53: Esquema TN-C-S de aterramento.

• TN-C, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor ao longo de toda
a instalação.

Figura 54: Esquema TN-C de aterramento.

62
2.4 Esquema TT (neutro aterrado)
Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, estando as massas da
instalação ligado a eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da
alimentação.

Figura 55: Esquema TT de aterramento.

2.5 Esquema IT (neutro isolado ou aterrado por


impedância)
Este esquema não possui nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado, somente as massas
da instalação são aterradas.

Figura 56: Esquema IT de aterramento.

63
2.6 APLICAÇÃO DOS ESQUEMAS TN,TT E IT
Quando a instalação possui um transformador ou gerador próprio, como é o caso das indústrias e de
certos prédios institucionais e comerciais de porte, via de regra, a opção é pelo esquema TN.
Mas, quando o prédio é alimentado por transformador exclusivo de propriedade da concessionária,
tem-se que consultar a concessionária a respeito da utilização de seu neutro como condutor PEN.
Para instalações alimentadas por rede pública de baixa tensão, caso das residências e pequenos
prédios de todos os tipos, devido ao aterramento recomendado para o neutro, o esquema IT fica
eliminado e o TT é o mais indicado.
Quando existirem equipamentos com elevado nível de correntes de fuga, o esquema TT não é
recomendado, em virtude da possibilidade de disparos intempestivos dos dispositivos DR’s e quando
existirem equipamentos com elevada vibração mecânica, o uso de um esquema TN não é indicado,
devido à possibilidade de rompimento dos condutores.

64
UNIDADE V – NORMA REGULAMENTADORA Nº 10

1
INTRODUÇÃO

A norma NR10 estabelece os requisitos e condições mínimas de segurança e saúde dos


trabalhadores que lidam com o serviço de eletricidade. Essa norma põe em prática medidas de
controle e sistemas preventivos para proteção desses trabalhadores da geração de energia até o
consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção das
instalações elétricas e também qualquer trabalho que esteja sendo realizado nas proximidades
desses serviços, conforme normas técnicas oficiais nacionais ou internacionais (na falta das
nacionais).
Entre as medidas adotadas na NR10, podemos citar as seguintes:
• As empresas devem manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus
estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção.
• Empresas com carga instalada maior que 75kW devem constituir e manter o PRONTUÁRIO DE
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. Ele deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador ou por
pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores
envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade. Esse prontuário contém, por exemplo, a
especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis conforme
determina a NR 10.
• Em todos os serviços executados em instalações elétricas, devem ser previstas e adotadas,
prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis às atividades a serem desenvolvidas, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
• As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a
condutibilidade (capacidade de condu-zir corrente elétrica), inflamabilidade (resistência às chamas) e
influências eletromagnéticas (características elétricas e magnéticas que estão sendo manuseadas e
que possam comprometer a sáude de quem está trabalhando nessas condições).
• Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente
inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção
individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6
(EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL).

65
Antes de seguir com a leitura da NR 10, veja o que diz a NR 6 no capítulo 2 deste módulo.
• É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
proximidades. PORTANTO UM PROFISSIONAL DA ÁREA DE ELETRICIDADE NÃO DEVE USAR
BRINCOS, COLARES, ANÉIS, RELÓGIOS, ETC., ENQUANTO ESTIVER LIDANDO COM ESTE
TIPO DE SERVIÇO.
• Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário.
• As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas,
reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos
usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado (especializado em serviço de
eletricidade), conforme dispõe a NR 10.
• Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas
compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as características de proteção,
respeitadas as recomendações do fabricante e as influências externas.
• Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar
adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de acordo com as
regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.

http://www.sxc.hu/
photo/659102
Isolante de eletricidade
(plásticos, borracha e outros)
Aqui você não leva choque
Parte metálica
(condutora de eletricidade)
Se tocar no metal com a mão,
quando estiver trabalhando com
eletricidade, pode tomar um choque.

Figura 57: Alicate para eletricista

• É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área
elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. LOGO, APÓS CONCLUSÃO DESTE CURSO,
COM SUCESSO, VOCÊ SERÁ CONSIDERADO QUALIFICADO.
• É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com
registro no competente conselho de classe. APÓS A CONCLUSÃO DESTE CURSO, COM
SUCESSO, REGISTRE-SE NO ÓRGÃO COMPETENTE DA CATEGORIA (CREA), E VOCÊ SERÁ
HABILITADO.
• Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico (chefe), que tomará as
medidas necessárias.
• Os textos descritos anteriormente (com algumas modificações, em letras maiúsculas) é parte
integrante do documento “NORMA REGULAMENTADORA Nº 10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE”, PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO (DOU) EM
08/12/2004 – SEÇÃO I.

66
2
NR 6

De acordo com a NR 6, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


equipamentos de proteção individual (EPI) adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, entre os quais:

A) EPI para proteção da cabeça (capacete)

O capacete de segurança serve para proteção:


 contra impactos de objetos sobre o crânio,
 contra choques elétricos,
 do crânio e face contra riscos provenientes de
fontes geradoras de calor nos trabalhos de
EPI para proteção da cabeça (capacete).
combate a incêndio.
Figura 58: EPI para proteção da cabeça (capacete)

C) EPI para proteção dos pés (calçado)

O calçado de segurança (botas) serve para


proteção:
 contra impactos de quedas de objetos sobre
os artelhos (dedos do pé);
 dos pés contra choques elétricos;
EPI para proteção dos pés (calçado).
 dos pés contra dos pés contra agentes
térmicos;
 dos pés contra agentes cortantes e escoriantes
(ferimentos superficiais);
 dos pés e pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água;
 dos pés e pernas contra respingos de
produtos químicos.
Figura 59: EPI para proteção dos pés ( calçado)

67
B) EPI para proteção auditiva (protetor auditivo)

O protetor auditivo serve para proteção do sistema


auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.
A NR 15, em seu anexo nº 1, afirma: "Entende-se por
Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação
de Limites de Tolerância, o ruído que não seja de
impacto."
Já no anexo nº 2, da NR 15, ela define o que é ruído de EPI para proteção do ouvido
impacto: "Entende-se por ruído de impacto aquele que (protetor auditivo).

apresenta picos de energia acústica de duração inferior a


1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um)
segundo."
O ruído intermitente, geralmente, tem duração de alguns
minutos a fração de horas, durante a jornada de trabalho.
Para ter acesso aos anexos acesse o site:
http://www.fonosp.org.br/publicar/conteudo.php?id=564

Figura 60: EPI para proteção do ouvido (protetor auditivo)

E) EPI para proteção dos membros superiores


(mãos) (luvas)

A luva de segurança serve para:


 proteção das mãos contra agentes abrasivos e
escoriantes,
 proteção das mãos contra agentes cortantes e
perfurantes, EPI para proteção das mãos (luvas).

 proteção das mãos contra choques elétricos,


 proteção das mãos contra agentes térmicos,
 proteção das mãos contra agentes biológicos,
 proteção das mãos contra agentes químicos,
 proteção das mãos contra vibrações,
 proteção das mãos contra radiações
ionizantes.
Figura 61: EPI para proteção das mãos (luvas)

68
D) EPI para proteção dos olhos (óculos)

O óculos de segurança (óculos) serve para


proteção:
 dos olhos contra impactos de partículas
volantes,
 dos olhos contra luminosidade intensa,
EPI para proteção dos olhos (óculos).
 dos olhos contra radiação ultra-violeta,
 dos olhos contra radiação infra-vermelha,
 contra respingos de produtos químicos.
Figura 62: EPI para proteção dos olhos (óculos)

69

Você também pode gostar