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Entretanto, para calcularmos esta integral, o integrando ψ∗(x ,t) ρ ψ (x , t) deve ser
expresso como uma função das variáveis x e t. Mas na mecânica quântica, o princípio
da incerteza nos diz que não é possível escrever ρ em função de x, pois ρ e x não podem
ser conhecidos simultaneamente com precisão total. Nem é possível escrever ρ em
função de t. Devemos procurar outra forma de expressar o integrando em termos de x e
t. Pode-se encontrar uma sugestão considerando-se a função de onda da partícula livre
que é:
Isto indica que há uma associação entre a grandeza dinâmica ρ e o operador diferencial
−ih ¿ . Pode-se encontrar uma associação análoga entre a grandeza dinâmica E e o
operador diferencial ih ¿ derivando a função de onda da partícula livre ψ ( x ,t ) em
relação a t. Obtemos:
Usando a função energia potencial V(x,t) que descreve apropriadamente as forças que
atuam sobre a partícula considerada.
A técnica padrão para resolução de equações diferenciais parciais consiste em procurar
soluções na forma de produto de funções, cada uma delas contendo apenas uma das
variáveis independentes que aparecem na equação. A técnica, chamada separação de
variáveis, é utilizada porque reduz imediatamente uma equação diferencial parcial a um
conjunto de equações diferenciais ordinárias.
A técnica consiste em procurar soluções nas quais a função de onda y(x,t) possa ser
escrita como o produto: y(x,t)= y (x)j(t)
Onde o primeiro termo da direita é uma função apenas de x, e o segundo termo, uma
função apenas de t. Vamos obter na realidade que as soluções na forma admitida
existam, desde que a energia potencial não dependa explicitamente de t, podendo ser
escrita como V(x). A separação de variáveis levará à conclusão que a função y (x) é
uma solução para a equação diferencial:
Chamada de equação de Schroedinger independente do tempo. Observe que essa
equação é mais simples do que a equação de Schroedinger para a mesma energia
potencial, porque envolve apenas uma variável independente, x, e é portanto, uma EDO.
A técnica nos dará ainda informações sobre a função j(t) que especifica a dependência
temporal em função de onda. De fato, ela mostrará que j(t) satisfaz a uma equação
diferencial ordinária simples, que pode ser resolvida através da expressão: j(t)= e-iEt/h.
Onde E é a energia total da partícula do sistema. Vamos aplicar à equação de
Schroedinger.
Substituindo a forma que supomos para a solução, y(x,t)= y (x)j(t), na equação de
Schroedinger, e nos restringindo a energias potenciais independentes do tempo, que
podem ser escritas como V(x), obtemos:
A constante G é dita constante de separação. A equação temporal, (5-38), é uma
equação diferencial ordinária de primeira ordem simples. Todas as técnicas para a
obtenção de soluções envolvem a suposição de uma forma geral para a solução, a
substituição dessa forma na equação diferencial e a determinação da forma específica
necessária para a solução.
Considere que a equação (5-38), após transposições, pode ser escrita como:
dφ(t ) −iG
= φ (t) (5-39)
dt h
Esta equação nos diz que a função φ (t), que é sua solução, tem a propriedade de sua
primeira derivada ser proporcional à própria função. E φ (t)=eat. onde a é uma
dφ(t )
constante a ser determinada. Derivando a solução, temos: =αφ(t ).
dt
Substituindo em (5-39), temos:
Vemos que φ (t) é uma função oscilatória do tempo de frequência n=G/h. Mas a
frequência também pode ser escrita como n=E/h, onde E é a energia total da partícula
associada a função de onda correspondente a φ (t).
Sendo G=E, temos:
Estas exigências são feitas de forma a garantir que a autofunção seja uma função “bem
comportada” matematicamente.
Para que dy(x)/dx seja finita, é necessário que y(x) seja contínua. Isso ocorre porque
qualquer função sempre tem uma primeira derivada infinita nos pontos em que é
descontínua. A necessidade de que dy(x)/dx seja contínua pode ser demonstrada
considerando a equação de Schroedinger independente do tempo, que é escrita como:
Para V(x), E e dy(x) finitos, vemos que d2 dy(x)/dx2 deve ser finita. O que exige que
dy(x)/dx seja contínua, pois qualquer função que tenha sua primeira derivada
descontínua terá uma segunda derivada infinita no mesmo ponto.
A importância de serem feitas essas exigências para as propriedades de soluções
aceitáveis da equação de Schroedinger independente do tempo não pode ser
subestimada.