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O docente
Juan Rodriguez , Msc.
O docente
Juan Rodriguez , Msc.
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ ii
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
Equação de Schrödinger ............................................................................................................. 2
Normalização e Probabilidade ............................................................................................... 2
Propriedades de Funções de Onda Válidas........................................................................... 3
Poço quadrado infinito .............................................................................................................. 4
Poço quadrado finito ................................................................................................................... 6
Coeficiente De Transmissão (T) ............................................................................................. 8
Coeficiente de Reflexão (R) .................................................................................................... 8
Valores esperados e operadores ............................................................................................... 10
Operadores............................................................................................................................. 11
O Oscilador Harmônico Simples ............................................................................................. 13
Reflexão e Transmissão de Ondas ........................................................................................... 17
Degrau de Potencial .............................................................................................................. 18
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 24
DEDICATÓRIA
Aos nossos familiares, pessoas que nos apoiam de forma direita ou indiretamente, que
sempre estão ao nosso lado ajudando-nos a viver a vida com dignidade e honestidade.
i
AGRADECIMENTOS
ii
INTRODUÇÃO
1
Equação de Schrödinger
Normalização e Probabilidade
2
representa a densidade de probabilidade de se encontrar a partícula numa dada
posição. Admitamos que a figura seguinte mostra a variação da densidade de
probabilidade em função da distância x para uma determinada partícula.
3
Poço quadrado infinito
Consideremos agora uma partícula que se move livremente no interior de uma caixa
unidimensional de lado L e paredes perfeitamente rígidas e elásticas (as colisões da
partícula com as paredes são elásticas). As paredes desta caixa são obviamente uma
barreira ao movimento da partícula. Atendendo a que, por convenção, energias
potenciais positivas referem-se a fenómenos repulsivos, podemos associar o efeito
destas paredes a energias potenciais positivas infinitas. Por outro lado, como se
admite que a partícula se move livremente no interior da caixa, a energia potencial
nessa região deverá ser zero. Esta situação pode ser ilustrada pela figura seguinte
De acordo com a filosofia clássica, uma partícula no interior de uma caixa como esta
iria simplesmente mover-se de um lado para o outro, sem estar sujeita a qualquer
discretização da sua energia. Como veremos, a situação é muito diferente quando se
analisa este problema usando a mecânica quântica.
Admitamos que a partícula tem massa m, energia E e momento p = 2mE. Como a
energia potencial para 0 < x < L é zero, podemos afirmar que a função ψ(x) nessa
região é a que está associada a uma partícula livre:
onde k = √2mE /ℏ
Obviamente, a partícula não pode estar localizada no exterior da caixa, o que significa
que a função de onda toma o valor zero nessa região. Como a função de onda é uma
função contínua, isto obriga a que
ψ (o)=0
ψ (L)=0
Estas duas expressões (condições fronteira), vão permitir determinar o valor das
constantes A e B. Efetivamente, substituindo a função ψ (x) encontrada nas
expressões acima, leva a
A+B=0
√2𝑚𝐸𝐿 √2𝑚𝐸𝐿
A℮𝑖 ℏ + B℮−𝑖 ℏ =0
4
O que permite concluir que B = -A e*
√2𝑚𝐸𝐿
Asin [ ] =0
ℏ
√2𝑚𝐸𝐿
As soluções não triviais desta equação são obtidas quando sin [ ]= 0 , isto é,
ℏ
quando
√2𝑚𝐸𝐿
= nπ , n = 1,2,3,...
ℏ
o que significa que a energia da partícula em causa pode tomar apenas os valores
𝑛2 𝜋 2 ℏ2
En = , n= 1,2,3,...
2𝑚𝐿2
Como pode ser facilmente verificado, a energia da partícula cresce com n. O valor
𝜋 2 ℏ2
menos elevado é obtido da equação anterior substituindo n por 1, sendo igual a E1 = 2𝑚𝐿2 .
O estado da partícula correspondente a este valor de n é conhecido como estado base. O
primeiro estado excitado está associado com n = 2, e tem uma energia quatro vezes mais
elevada do que a energia do estado base. A figura seguinte mostra o diagrama de níveis
de energia para a partícula considerada.
5
2
Admitindo que iA é um número real positivo, teremos então 2iA =√𝐿
2 𝑛𝜋𝑥
ψ(x,t)= √𝐿 sin [ ] , n =1,2,3,...
𝐿
É interessante verificar que estas formas de onda são as obtidas para uma corda a
vibrar com as extremidades fixas.
6
“Região I I I”: região correspondente a 𝑥 > 𝑎. Denotaremos a função de onda da
partícula nessa região por ψI I I(x);
2𝑚𝐸
𝑝=√ (1.2)
ℏ2
satisfazem (1.1), de modo que as soluções são combinações lineares de ℮𝑖𝑝𝑥 (que
representa uma onda plana propagando da esquerda para a direita) e ℮−𝑖𝑝𝑥 (que
representa uma onda plana propagando da direita para a esquerda):
ψI(x)=A1℮𝑖𝑝𝑥 + B1℮−𝑖𝑝𝑥 (1.3)
2𝑚(𝐸+𝑉0 )
𝑝̃ =√ (1.7)
ℏ2
Juntando as equações (1.3), (1.4) e (1.6) encontramos a forma geral da função de onda
de uma partícula com E < 0 num poço quadrado finito:
7
A1℮𝑖𝑝𝑥 + B1℮−𝑖𝑝𝑥 , 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 𝑎
𝜓(𝑥) = {A2 ℮𝑖𝑝̃𝑥 + B2 ℮−𝑖𝑝̃𝑥 , 𝑠𝑒 − 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎 (1.8)
A3 ℮𝑖𝑝𝑥 , 𝑠𝑒 𝑎 ≤ 𝑥
Para determinarmos os coeficientes A1 a B3 de (1.8), precisamos usar as condições de
continuidade da função de onda e sua primeira derivada: 𝜓(𝑥) é uma conção contínua e
bem comportada (não diverge) em todo o espaço, logo ela deve ser contínua em x=a e
em x = -a :
As equações (1.9), (1.10), (1.11) e (1.12) definem um sistema de equações, cuja solução pode
ser facilmente encontrada após um pouco de álgebra:
̃ −𝑝)𝑎
℮𝑖(𝑝 2
A1 = A2 2𝑝(𝑝̃+𝑝) [4𝑝̃𝑝 cos(2𝑝̃𝑎) − 2𝑖(𝑝
̃ + 𝑝) sin(2𝑝
̃𝑎)] (1.13)
𝑝̃−𝑝
B1 = i A2 ℮𝑖(𝑝̃−𝑝)𝑎 sin(2𝑝
̃ 𝑎) (
𝑝
) , (1.14)
𝑝̃−𝑝
B2 = A2 ℮2𝑖𝑝̃𝑎 ( ̃+𝑝) e (1.15)
𝑝
̃
2𝑝
A3 =A2 ℮𝑖(𝑝̃−𝑝)𝑎 ( ̃+𝑝) . (1.16)
𝑝
Uma vez encontrados os coeficientes (1.13) a (1.16), podemos calcular os coeficientes de reflexão
e transmissão do poço, os quais estão relacionados, respectivamente, com as probabilidades da
partícula, vindo de x →-∞, ser refletida pelo poço ou atravessá-lo.
𝐴 2
T = |𝐴3 | (1.17)
1
8
𝐵 2
R = |𝐴1 | (1.19)
1
2𝑚│E│
𝐾=√ , (2.1)
ℏ2
2𝑚(𝑉0 −│E│)
𝑘̃ =√ ℏ2
, (2.2)
e C1, C2, C3, D1, D2 e D3, constantes a serem determinadas. Como a função de onda
não pode divergir nos limites x ⟶ ∞ e x ⟶ −∞ , devemos ter, necessariamente D1 = 0
e C3 = 0. Portanto,
𝐶1 ℮𝑘𝑥 = 𝜑1 (𝑥), 𝑠𝑒 𝑥 ≤ −𝑎
𝜑(𝑥) = {C2 ℮𝑖𝑘̃𝑥 + D2 ℮−𝑖𝑘̃𝑥 = 𝜑2 (𝑥), 𝑠𝑒 − 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎 (2.3)
𝐷3 ℮−𝑘𝑥 = 𝜑3 (𝑥), 𝑠𝑒 𝑎 ≤ 𝑥
𝑑𝜑(𝑥)
Das condições de continuidade de 𝜑(𝑥) e sua primeira derivada tanto em x = a
𝑑𝑥
quanto em x = -a, encontramos o seguinte sistema de equações
9
̃ ̃
𝐶1 ℮−𝑘𝑎 = C2 ℮−𝑖𝑘𝑎 + D2 ℮𝑖𝑘𝑎
C2 ℮𝑖𝑘̃𝑎 + D2 ℮−𝑖𝑘̃𝑎 = 𝐷3 ℮−𝑘𝑎
𝜑(𝑥) = ̃
𝑖𝑘 Cuja a solução nos dá:
𝐶1 ℮−𝑘𝑎 = [C2 ℮−𝑖𝑘̃𝑎 − D2 ℮𝑖𝑘̃𝑎 ]
𝑘
̃𝑎 𝑖𝑘
{ C2 ℮
𝑖𝑘
− D2 ℮−𝑖𝑘̃𝑎 = ̃
𝐷3 ℮−𝑘𝑎
𝑘
̃
2𝑖𝑘
𝐶1 = C2 ℮(𝑘−𝑖𝑘̃)𝑎 (𝑘+𝑖𝑘̃) , (2.4)
̃
𝑘+𝑖𝑘 ̃
𝑘−𝑖𝑘
D2 = −C2 ℮2𝑖𝑘̃𝑎 (𝑘−𝑖𝑘̃) =−C2 ℮−2𝑖𝑘̃𝑎 (𝑘+𝑖𝑘̃) , (2.5)
̃
2𝑖𝑘
𝐷3 = −C2 ℮(𝑘+𝑖𝑘̃)𝑎 (𝑘−𝑖𝑘̃ ), (2.6)
e, como podemos concluir por (2.5), uma equação transcedental que relaciona k e 𝑘̃:
̃ 2
𝑘−𝑖𝑘 ̃
𝑘−𝑖𝑘
℮4𝑖𝑘̃𝑎 =(𝑘+𝑖𝑘̃) ⇒ ℮2𝑖𝑘̃𝑎 = ± (𝑘+𝑖𝑘̃) (2.7)
10
Assim, por exemplo, no caso de um poço quadrado infinito, é fácil mostrar por simetria
(ou por cálculo direto) que 〈x〉 = L/2, o ponto correspondente ao centro do poço. O valor
esperado de qualquer função f(x) é dado por:
+∞
〈 f(x)〉 = ∫−∞ 𝜓 ⋇ f(x)𝜓 𝑑𝑥 (3.3)
Operadores
Se pudéssemos expressar o momento p de uma partícula em função de x, poderíamos
calcular o valor esperado do momento, 〈𝑥 2 〉, usando a Equação (3.3) . Entretanto, isso é
impossível, já que, de acordo com o princípio de indeterminação, os valores de x e p não
podem ser determinados com precisão absoluta no mesmo instante. Assim, para calcular
〈p〉, precisamos conhecer a função de distribuição para o momento. Esta função pode ser
determinada a partir da função de onda ψ(x) usando os métodos de análise de Fourier.
ħ 𝜕
Também é possível calcular 〈p〉 usando a Equação (3.4), na qual ( 𝑖 𝜕𝑥) é um operador
matemático que age sobre a função de onda para produzir a componente x do momento.
+∞ ħ 𝜕
〈𝑃〉 = ∫−∞ 𝜓 ⋇ ( ) 𝜓 𝑑𝑥 (4.1)
𝑖 𝜕𝑥
Da mesma forma, o valor esperado do quadrado do momento, 〈𝑃2 〉, pode ser calculado
usando a equação
+∞ ħ 𝜕 ħ 𝜕
〈𝑃2 〉= ∫−∞ 𝜓 ⋇ ( 𝑖 𝜕𝑥) ( 𝑖 𝜕𝑥) 𝜓 𝑑𝑥 (4.2)
Note que, quando calculamos o valor esperado de uma grandeza, o operador que
representa essa grandeza age sobre a função ψ(x, t) e não sobre a função ψ*(x, t); a
posição correta do operador é entre ψ* e ψ. Este fato é irrelevante quando o
operador é uma constante ou uma função multiplicativa, mas pode se tornar
extremamente importante quando o operador inclui uma derivação, como é o caso
do operador momento. No caso do poço quadrado infinito, sabemos de antemão,
sem necessidade de realizar nenhum cálculo, que 〈𝑝2 〉 = 2mE, já que, nesse caso, E e
ħ 𝜕
p não variam com x no interior do poço e E = 𝑝2 /2m. A grandeza ( 𝑖 𝜕𝑥), que opera
sobre a função de onda na Equação (4.1) , é chamada operador momento e
representada pelo símbolo 𝑃𝑜𝑝 :
11
ħ 𝜕
𝑃𝑜𝑝 = (4.3)
𝑖 𝜕𝑥
𝐿
2 𝑛𝑥 ħ 𝜕 2 𝑛𝑥
〈𝑃〉 = ∫ (√ sin ) ( ) (√ sin ) 𝑑𝑥
0 𝐿 𝐿 𝑖 𝜕𝑥 𝐿 𝐿
ℏ2𝜋 𝐿 𝑛𝑥 𝑛𝑥
〈𝑃〉 = ∫ ( sin ) ( cos )dx =0
𝑖𝐿𝐿 0 𝐿 𝐿
ℏ 𝜕 ħ 𝜕 𝜕2 𝜓 𝜋2 2 𝜋𝑥 ℏ2 𝜋 2
( ) 𝜓 = -ℏ2 𝜕𝑥 2 = −ℏ2 (− 𝐿2 √𝐿 sin )= 𝜓
𝑖 𝜕𝑥 𝑖 𝜕𝑥 𝐿 𝐿2
ℏ2 𝜋 2 𝐿 ∗ ℏ2 𝜋 2
〈𝑃2 〉 = ∫ 𝜓 𝜓𝑑𝑥 =
𝐿2 0 𝐿2
Por dedução, E1 = ħ2π2/2mL2, temos, como havíamos antecipado, 〈p2〉 = 2mE
A equação de Schrödinger independente do tempo pode ser escrita em termos de pop:
1
(2𝑚) 𝑃𝑜𝑝 2 𝜓(𝑥) + 𝑉(𝑥)𝜓(𝑥) = 𝐸𝜓(𝑥) Em que
ℏ 𝜕 ℏ 𝜕 𝜕2 𝜓
𝑃𝑜𝑝 2 𝜓(𝑥) = [ 𝜓(𝑥)]= -ℏ2 𝜕𝑥 2
𝑖 𝜕𝑥 𝑖 𝜕𝑥
Na mecânica clássica, a energia total H(x, t), expressa em termos das variáveis que
representam a posição e o momento, é chamada de função hamiltoniana: H = 𝑃2 /2m + V.
Substituindo o momento pelo operador momento, 𝑃0𝑝 , e supondo que o potencial não
varia com o tempo, obtemos o operador hamiltoniano, representado pelo símbolo 𝐻𝑜𝑝 :
2
𝑃𝑜𝑝
𝐻𝑜𝑝 = + 𝑉(𝑥)
2𝑚
Nesse caso, a equação de Schrödinger independente do tempo pode ser escrita na forma
𝐻𝑜𝑝 𝜓) = 𝐸𝜓
A vantagem de escrever a equação de Schrödinger desta forma é que fica mais fácil
generalizá-la para problemas mais complicados, como o de várias partículas em
movimento no espaço tridimensional: para obter o operador hamiltoniano do sistema,
simplesmente escrevemos a energia total do sistema em termos da posição e do momento
e substituímos as variáveis que representam o momento pelos operadores apropriados.
12
O Oscilador Harmônico Simples
13
Qualquer valor da energia E é permitido. A menor energia é E = 0, que corresponde ao
caso em que a partícula se encontra em repouso na origem.
A equação de Schrödinger para este problema é
ℏ2 𝜕2 𝜓(𝑥) 1
-2𝑚 + 2 𝑚𝜔2 𝑥 2 𝜓(𝑥) = 𝐸𝜓(𝑥)
𝜕𝑥 2
Suponha que a energia total da partícula seja E. Para x menor que o ponto de retorno
clássico A definido pela Equação já definida, a energia potencial V(x) é menor que a
energia total E; para x > A, V(x) > E. Para x < A, a equação de Schrödinger assume a
forma
𝜓"(𝑥) = −𝑘 2 𝜓(𝑥)
Onde
2𝑚
𝑘2 = [𝐸 − 𝑉(𝑥)]
ℏ2
14
Os gráficos posteriores mostram as funções de onda do estado fundamental (n = 0) e dos
dois primeiros estados excitados (n = 1 e n = 2) do oscilador harmônico simples. A função
de onda do estado fundamental tem a forma de uma curva gaussiana e a energia do estado,
E0 = ħω/2, é a menor energia compatível com o princípio de indeterminação.
As soluções permitidas da equação de Schrödinger, as funções de onda do oscilador
harmônico simples, têm a seguinte forma:
−𝑚𝜔𝑥 2⁄
𝜓𝑛 (𝑥) = 𝐶𝑛 ℮ 2ℏ 𝐻𝑛 (𝑥)
onde as constantes Cn são constantes de normalização e as funções Hn(x) são polinômios
de ordem n denominados polinômios de Hermite.13 As funções de onda para n = 0, 1 e 2
são:
−𝑚𝜔𝑥 2⁄
𝜓0 (𝑥) = 𝐴0 ℮ 2ℏ
𝑚𝜔 −𝑚𝜔𝑥 2⁄
𝜓1 (𝑥) = 𝐴1 √ ℮ 2ℏ
ℏ
2𝑚𝜔𝑥 2 −𝑚𝜔𝑥 2⁄
𝜓2 (𝑥)=𝐴2 (1 − )℮ 2ℏ
ℏ
15
Densidade de probabilidade ψn(x) do oscilador harmônico simples, em função da variável
adimensional u = (mω/ħ) x, para n = 0, 1, 2, 3 e 10. As curvas tracejadas são as densidades
de probabilidade clássicas para as mesmas energias; as retas verticais indicam os pontos
de retorno clássicos, x = ±A.
1As moléculas, ao vibrar, se comportam como osciladores harmônicos. Medindo a
frequência das vibrações, é possível determinar as constantes de força, a energia de
ligações químicas e outras propriedades dos sólidos.
Note que as funções de onda são simétricas para valores pares de n e antissimétricas para
valores ímpares de n. Os gráficos seguintes mostram as distribuições de probabilidade
ψ2n (x) para n = 0, 1, 2, 3 e 10 e as distribuições clássicas correspondentes.
16
Níveis de energia do oscilador harmônico simples. As transições que obedecem à regra
de seleção Δn = ±1 estão indicadas por setas (setas apontando para baixo indicam
emissão; setas apontando para cima indicam absorção). Como o espaçamento dos
níveis é uniforme, a mesma energia ħω é emitida ou absorvida em todas as transições
permitidas. Para este potencial em particular, a frequência do fóton emitido ou absorvido
é igual à frequência de oscilação, o que está de acordo com as previsões da teoria clássica.
Como a diferença de energia entre dois estados vizinhos é ħω, esta é a energia do fóton
emitido ou absorvido em uma transição do tipo dipolo elétrico.
Até agora, estivemos interessados em problemas de estados ligados, nos quais a energia
potencial era maior que a energia total para grandes valores de x. Nesta seção, vamos
discutir alguns exemplos simples de estados não ligados, ou seja, de estados para os quais
E > V(x) quando x tende a +∞ ou a -∞ (ou ambos). Nesse tipo de problema, d2ψ(x)/dx2 e
ψ(x) têm sinais opostos nas regiões em que E > V(x) e portanto, nessas regiões, ψ(x) se
aproxima do eixo dos x e não se torna infinita para grandes valores de |x|. Isso significa
que qualquer valor de E é permitido. Funções de onda desse tipo não são normalizáveis,
já que ψ(x) não tende a zero quando x tende a +∞ ou a -∞ (ou ambos) e, em consequência,
+∞
∫ |𝜓(𝑥)|2 𝑑𝑥 → ∞
−∞
17
𝑏 𝑏 𝑏
∫𝑎 |𝜓(𝑥)|2 𝑑𝑥 =∫𝑎 ρ 𝑑𝑥 = ∫𝑎 dN 𝑑𝑥 = 𝑁
em que dN é o número de partículas no intervalo dx e N é o número de partículas no
intervalo (b - a). Como vamos ver, mesmo neste caso em que a energia não é quantizada,
o fato de as soluções da equação de Schrödinger apresentarem um comportamento
ondulatório leva a alguns resultados muito interessantes.
Degrau de Potencial
Considere uma região na qual a energia potencial é descrita por uma função degrau,
definida da seguinte forma:
V(x)= 0 para x < 0
V(x)= 𝑉0 para 𝑥 > 0
Estamos interessados no que acontece quando um feixe de partículas, todas com a mesma
energia total E, movendo-se da esquerda para a direita, encontra o degrau de potencial.
A resposta clássica é simples. Para x < 0, a partícula está se movendo para a direita com
uma velocidade v = (2E/m)1/2. Em x = 0, é submetida a uma força impulsiva. Se a energia
total E é menor que V0, a partícula inverte seu movimento e passa a se mover para a
esquerda com a mesma velocidade, ou seja, é refletida pelo degrau. Se a energia total E é
maior que V0, a partícula continua a se mover para a direita, mas com uma velocidade
menor, dada por v = [2(E - V0)/m]1/2. Este problema clássico corresponde ao de uma bola
de massa m que está rolando em uma superfície plana e encontra uma rampa de altura y0
= V0/mg. Se a energia cinética inicial da bola é menor que V0, a bola sobe parcialmente
a ladeira e depois rola de volta para a esquerda, chegando à superfície plana com uma
velocidade igual à inicial. Se a energia cinética inicial é maior que V0, a bola chega ao
alto da ladeira e continua a rolar para a direita com menor velocidade.
O resultado da mecânica quântica é semelhante ao resultado clássico se E < 𝑉0
, mas bem diferente se E > V0 . A equação de Schrödinger nas duas regiões do espaço é
dada por
d2 ψ(x)
Região I (x<0) = −k12 ψ(x)
dx2
𝑑2 𝜓(𝑥)
Região II (x> 0) = −𝑘22 𝜓(𝑥)
𝑑𝑥 2
√2𝑚𝐸 √2𝑚(𝐸−𝑉0 )
𝑘1 = e 𝑘2 =
ℏ ℏ
V(x)
V0
0 x
Degrau de potencial. Classicamente, uma partícula proveniente da esquerda, com uma
energia total E maior que V0, é sempre transmitida; a variação de potencial em x = 0
simplesmente dá origem a uma força impulsiva que reduz a velocidade da partícula.
18
Por outro lado, uma onda proveniente da esquerda é parcialmente transmitida e
parcialmente refletida porque o comprimento de onda muda abruptamente em x = 0.
As soluções gerais são
1
2𝑘1 2𝐸 ⁄2
𝐶= 𝐴= 1 1 𝐴
𝑘1 + 𝑘2 𝐸 ⁄2 + (𝐸 − 𝑉0 ) ⁄2
As Equações podem ser usadas para calcular as amplitudes relativas da onda refletida e
da onda transmitida, respectivamente. Também é possível definir os coeficientes de
reflexão (R) e transmissão (T) como as intensidades relativas dos feixes refletido e
transmitido:
19
|𝐵|2 𝑘1 − 𝑘2 2
𝑅= =( )
|𝐴|2 𝑘1 + 𝑘2
𝑘1 |𝐶|2 4𝑘1 𝑘2
𝑇= =
𝑘2 |𝐴|2 (𝑘1 + 𝑘2 )2
Logo: R+T=1
Entre as consequências do fato de que as soluções da equação de Schrödinger apresentam
um comportamento ondulatório, podemos destacar as seguintes:
O coeficiente de reflexão R não é nulo para E > V0. Assim, ao contrário do que
acontece no caso clássico, algumas partículas são refletidas pelo degrau de
potencial, mesmo que tenham energia suficiente para ultrapassá-lo. (Este
fenômeno é análogo à reflexão de ondas eletromagnéticas na interface de dois
meios com índices de refração diferentes.)
O valor de R depende da diferença entre k1 e k2, mas não depende do sinal da
diferença; em outras palavras, o coeficiente de reflexão seria o mesmo se as
partículas estivessem se movendo de uma região de potencial maior para uma
região de potencial menor.
Como k = p/ħ = 2π/λ, o comprimento de onda muda quando as partículas passam pelo
degrau. À primeira vista, a amplitude da onda transmitida deveria ser necessariamente
menor que a da onda incidente; lembre-se, porém, de que |ψ|2 é proporcional à
densidade de partículas. Como as partículas se movem mais lentamente na região II (k2
< k1), |ψII|2 pode ser inicialmente maior que |ψI|2, a variação com o tempo de um pacote
de ondas incidente em um degrau de potencial, para E > V0.
Vamos agora considerar o caso em que E < V0. Classicamente, esperamos que todas as
partículas sejam refletidas em x = 0. No caso quântico, observamos que k2 na Equação
agora é um número imaginário. Assim,
20
Variação com o tempo de um pacote de ondas unidimensional que representa uma
partícula incidente em um degrau de potencial, para E >V0. A posição de uma partícula
clássica está indicada por um ponto. Observe que parte do pacote é transmitida e parte
é refletida, embora a energia da partícula representada pelo pacote seja suficiente para
transpor a barreira. Os picos estreitos são causados pela descontinuidade de V(x) em x=0.
As partículas incidentes se movem da esquerda para a direita com energia total E < V0. A
onda que penetra na região II é uma exponencial decrescente; o valor de R neste caso é
igual a 1 e nenhuma energia é transmitida.
21
a função de onda para o caso em que E < V0. A função de onda não se anula para x > 0,
mas a amplitude diminui exponencialmente, como no caso do poço de potencial finito. A
onda penetra ligeiramente na região classicamente proibida (x > 0), mas, em seguida, é
totalmente refletida (Como foi visto, isso não significa que partículas com energia cinética
negativa sejam observadas nessa região, já que observar uma partícula nessa região
introduz uma indeterminação no momento que corresponde a uma energia cinética
mínima maior que V0 - E.). Esta situação é semelhante à da reflexão interna total na ótica
clássica.
22
CONCLUSÃO
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24