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INTRODUÇÃO

Com esta tematização buscamos tecer algumas considerações sobre a


importância do dialogo na relação pedagógica sobre tudo, aprofundar a reflexão que
busca ressignificar, contínua e recorrentemente o sentido daquilo que é nuclear no
processo pedagógico: as relações que se estabelecem entre professor e aluno pois o
dialogo se estabelece entre ambos e é o instrumento magno na condução do processo de
ensinar e aprender, o professor é o responsável pela organização do ensino e aluno
aquele que se dispõe a aprender com vistas à construção de aprendizagens novas e de
conhecimentos emancipatórios.

Muitos são os questionamentos e discussões a respeito do papel da escola na


educação, porém, é preciso vê-la além de somente transmitir conhecimentos aos alunos.
Sendo a escola conhecida como “instituição do saber”, a mesma exerce uma enorme
importância por toda a sociedade. Por tamanha importância que a mesma se faz jus,
necessita-se olhar além do que os olhos podem ver e ensinar os alunos a pensarem sobre
o mundo, a sociedade na qual estão inseridos e o mundo das diferenças/descriminações
para dar subsídios aos alunos ao enfrentem essas adversidades da vida.

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1.1-Problema

A escola continua sendo o espaço privilegiado de certificação das nossas


aprendizagens e de conhecimentos relevantes. Por isso, o debate sobre possíveis
pressupostos que promovam a aprendizagem e o conhecimento é sempre uma questão
pertinente e de fundamental importância para o processo pedagógico. E sendo o dialogo
no processo pedagógico imprescindível o grupo achou bom fazer uma pesquisa
aprofundada sobre o dialogo, sua impotância, vantagen e desvantangens de sua apliação
adequada ou inadequanda.

Qual é o impacto do dialogo na relação pedagógica e seus pros e contras na sala de


aula?

1.2- Metodologia

Esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico e foi elaborada a partir do interesse


em compreender a dinâmica da processualidade dialógica que configura a relação
pedagógica entre professor e aluno em situação de ensino-aprendizagem, num contexto
multicultural.

1.3 Justificativa

Destarte, no sentido freireano, o educador precisa refletir e dialogar com a


sociedade em que vivemos e analisar os problemas com maior profundidade. Nesse caso
o diálogo tem implicação direta. O diálogo com o próximo é fundamental. Para Freire, é
através do diálogo que se dá a transformação do homem; diálogo é o caminho que faz o
ser humano buscar a liberdade e rejeitar a manipulação. Partindo desta linha de
pensamento de Freire fora o fato da sugestão da professora Ângela o pensamento de
Freire também nos motivou a pesquisar sobre este tema reitor da educação.

1.4- Objetivo Geral

 Conhecer a Importância do dialogo na relação pedagógica, sua aplicação e os


fenómenos advindos da falha no dialogo.

1.5- Objetivos Específicos

 Conceituar dialogo, e aprsentar sua importância na relação pedagógica,

 Mostrar por meio de fundamentos e exemplos os benéficios de um bom dialogo


na relação professor e aluno e sua influência no ensino e aprendizagem.

 Apresentar as desvantagens e prejuízos de um dialogo inadequado ou a falta dele


na interacção professor e aluno.

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Capítulo I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Definição de termos e conceitos

Dialogo: É o ato de conversação entre duas pessoas, ou mesmo entre muitas


pessoas. Está palavra vem do grego dialogus é formada pelo prefixo dia que significa ``
por intermédio de`` e logos que significa palavras, que literalmente significa por meio
da palavra designando conversa ou conversação. Envolve um clima de boa vontade e
compreensão reciprocra. ( Bob Wiliams, 2010).

É uma conversa entre duas ou mais pessoas, que manifestam as suas ideias ou
afetos de forma alternativa é também uma discussão ou uma troca de impressão com
vista a se chegar a um entendimento.Um bom dialogo é desenvolvido num de
reciprocidade e de conceentização. Trata-se de uma troca de ideias por qualquer meio,
directo ou indireito

O dialogo apresenta-se de três formas: Discurso direito, indireito e livre.


Discurso direito é o mas comum em todos os âmbitos inclusive em sala de aula, o
objectivo dele é apresentar as falas do personagem, sem que seja necessário um
narrador. Ex. O vosso tema para o trabalho de pedagogia será: A importância do dialogo
na relação pedagógica, devem levar a sério pois será a vossa prova parcelar.

Discurso indirecto tem a participação do narrador na presença dos fatos e


acontecimentos. Ex. A senhora professora disse que o trabalho de pedagogia servira
como a segunda prova parcelar por isso devem levar a sério.

O dialogo pode ser também uma conversa amável ou então uma discussão
violenta. O dilogo trata-se da interacção entre dois ou mais interlocutores onde ambos
trocam ideias ou informações a fim de chegar a uma conclusão.

É uma relação horizontal de A com B. Nasce de uma matriz crítica e gera


criticidade (Jaspers). Nutre-se do amor, da humildade, da esperança, da fé, da confiança.
Por isso, só o diálogo comunica. E quando os dois pólos do diálogo se ligam assim, com
amor, com esperança, com fé um no outro, se fazem críticos na busca de algo. Instala-
se, então, uma relação de simpatia entre ambos. Só aí há comunicação (FREIRE, 2005,
p. 115).

1.2- Histórico

O diálogo pretendido por Freire como prática educativa – que é diferente do


suposto diálogo vertical proposto pelas elites, que impossibilita a manifestação do
sujeito-aprendiz – é um ato de respeito aos educandos. É preciso existir uma relação
democrática entre professores e alunos, mediada por um diálogo que respeite a leitura
de mundo do educando, reconhecendo dessa forma, a historicidade do saber. Desta
forma, inserido no paradigma da complexidade, o processo de ensino-aprendizagem
deveria se fundamentar nas seguintes proposições:

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• totalidade e diálogo; • postura crítica e reflexiva;

• produção do conhecimento através da pesquisa;

• aprender a aprender constantemente e uns com os outros;

• ética, coletividade e cooperação.

Neste sentido, os desafios da contemporaneidade, acompanhados dos avanços


científicos e tecnológicos e da globalização, levam a transformações rápidas nas áreas
social, cultural, econômica e política da sociedade, bem como no processo de produção
e aquisição do conhecimento, exigem novas habilidades na educação, pedindo a
presença de um professor crítico e reflexivo que irá exercer um papel imprescindível e
insubstituível para a construção e socialização dos saberes docentes intrínsecos à
construção do conhecimento. O professor, assim como todos os sujeitos e todas as
atividades da educação, precisa estar em processo constante de mediação e intervenção
crítica para a elaboração da aprendizagem.

O diálogo, na concepção freireana, “consiste em uma relação horizontal e não


vertical entre as pessoas implicadas, entre as pessoas em relação” (GADOTTI, 1996, p.
81). Trata-se de uma categoria que, para o educador, faz parte da própria natureza
humana. Para elucidar essa afirmação, Gadotti (1991, p. 46) assim se expressa:

Os seres humanos se constroem em diálogo, pois são essencialmente


comunicativos. Não há progresso humano sem diálogo. Para ele, o momento do diálogo
é o momento em que os homens se encontram para transformar a realidade e progredir.

O diálogo proposto por Freire (2005) como prática educativa – diferente do


suposto diálogo vertical proposto pelas elites, que impossibilita a manifestação do
sujeito-aprendiz – é um ato de “respeito aos educandos, não apenas enquanto
indivíduos, mas também enquanto expressões de uma prática social” (GADOTTI, 1996,
p. 84). Paulo Freire (2005) insiste na necessidade do diálogo como estratégia de ensino,
dentro de uma pedagogia dialógico-dialética, que tem a finalidade de renovar a prática
pedagógica. Desse modo, propõe que o educador não possa se colocar na posição
ingênua de quem se pretende detentor do saber. Mas,

Deve, antes, colocar-se na posição humilde de quem sabe que não sabe tudo,
reconhecendo que o analfabeto não é um homem ‘perdido’, fora da realidade, mas
alguém que tem toda uma experiência de vida e por isso também é portador de um
saber. (GADOTTI, 1996, p. 86).

Neste sentido, para Freire, “a educação se torna um momento da experiência


dialética total da humanização dos homens, com igual participação dialógica de
educador e educando” (SCHMIEDKOWARZIK, 1983, p. 69). O professor e o aluno
estão engajados no ato de aprender, de conhecer. Behrens (2005, p. 73) corrobora essa
idéia ao colocar que:

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O professor progressista, como educador e também sujeito do processo,
estabelece uma relação horizontal com os alunos e busca no diálogo sua fonte
empreendedora na produção do conhecimento. O docente, sem impor suas idéias e
concepções, procura estar a serviço do aluno superando a visão do aluno objeto,
portanto, nega toda forma de repressão no processo e possibilita a vivência grupal.

As obras de Paulo Freire da década de 90 revelam várias preocupações com a


educação deste século, pois vivemos em um mundo extremamente complexo - de
globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura e, ao mesmo
tempo, de ressurgimento dos nacionalismos, do racismo, da violência e do
individualismo neoliberal. Para Freire, o engajamento político contra o racismo,
prostituição, aborto induzido, alcoolismo, fuga a paternidade, o capitalismo, estruturas
desumanas de produção, propicia uma educação emancipadora, libertadora, que não é o
único caminho, mas importante e indispensável para transformar a realidade. E no
espaço escolar essa tarefa é do educador.

Paulo Freire (2005) sustenta a afirmação de que os seres humanos não estão
apenas no mundo, mas com o mundo e alerta que não há possibilidade de diálogo entre
os que buscam a afirmação da humanização e os que não querem a ‘pronúncia’ do
mundo. “Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro,
nunca em mim?” (FREIRE, 2005, p. 30).

Nesse novo cenário da educação, será preciso reconstruir o saber da escola e a


formação do educador. Em vez de mostrar a arrogância de quem se julga dono do saber,
o professor deverá ser mais criativo e aprender com o aluno e com o mundo. O
professor deverá promover o entendimento e a escola deverá ser um espaço de
convivência, onde os conflitos sejam trabalhados realmente - daí a importância do
diálogo nas relações pessoais e interpessoais.

A gestão de sala de aula, segundo Freire, deve ser pautada pelo diálogo e
argumentação no sentido de despertar no aluno a consciência crítica sobre a sua
realidade e a realidade do mundo que em que vive. Freire (2007) chama a atenção para a
necessidade de evitar práticas derivadas de concepções essencialistas que levam à
alienação e à desumanização. Esse parece ser o eixo norteador dos saberes necessários
à prática educativa. A principal função do professor em sala de aula é, portanto, a de
mediador e organizador do processo de ensino-aprendizagem tendo o cuidado de,
através do diálogo intersubjetivo, promover situações de ensino centrado na descoberta,
na pesquisa, na análise e no interesse dos educandos.

As relações pedagógicas, no modelo tradicional e bancário (Freire, 1987), se


caracterizam por um modelo linear, autoritário e monológico que coloca de um lado o
professor como detentor e repassador de conhecimentos e de outro, o aluno como
alguém que nada sabe e que precisa aprender. Freire indica que a base de uma relação
pedagógica deve levar em conta: o respeito às individualidades, a compreensão e
aceitação do outro, pois, esse clima faz com que se estabeleça uma relação de
aproximação e de confiança entre os atores. Estão entre as principais qualidades do

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professor-facilitador da aprendizagem: a autenticidade, a compreensão, a empatia, a
capacidade de diálogo e comunicação. O aluno é um ser em desenvolvimento, um
permanente vir-a-ser e o processo de aprendizagem deve ser facilitado para que isso
ocorra de forma positiva.

Freire distingue e caracteriza dois tipos de pedagogia: a pedagogia do oprimido


exercida pelo projeto da classe dominante, onde a educação existe como uma prática
bancária da dominação e a pedagogia da libertação, pautada pelo diálogo como prática
da liberdade e necessária ao projeto de emancipação da classe popular. A prática
dialógica pressupõe respeito à pessoa do outro, compreensão e reconhecimento da
realidade do aprendente. O modelo pedagógico sustentado por Freire se realiza nessa
relação dialética e dialógica que ocorre no triângulo cujos vértices são: professor, aluno
e saber. Nenhum pólo subjuga ou é subjugado pelo outro. A processualidade de uma
situação pedagógica ideal faz com que os três pólos estejam sempre em movimento e
interação, de forma sistêmica e dialética. Gadotti destacou a dimensão fundamental do
diálogo ao escrever (1996, p. 84): “na concepção de Paulo Freire, o diálogo é uma
relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança” (negrito do
autor). É, portanto, uma exigência existencial.

A existência de um mundo cada vez mais multicultural exige que professores,


alunos e comunidade educativa compreendam essa riqueza das diferentes culturas e,
através do diálogo, busquem um entendimento intersubjetivo e libertador. O diálogo é a
mediação necessária que pode estabelecer as bases para a construção de um novo
sentido para a vida em sociedade caracterizada pela diversidade cultural. O
entendimento intersubjetivo pelo diálogo será o canal e o pressuposto para uma nova
racionalidade que coloca uma visão antropológica mais adequada no espaço e tempo
que vivemos: uma realidade essencialmente multicultural.

Nos ideais educativos de Paulo Freire educar, pois, é assumir uma posição
gnoseológica, posição do educando com o educador e vice-versa, para criar, recriar a
nova realidade dos homens e das mulheres num processo permanente de libertação. Daí
que o ato educativo se torna dialógico e a ação do educando e do educador se faz,
também dialógica. Nessa perspectiva, o diálogo se torna um elemento potencializador
do pensar crítico/problematizador em relação à condição humana no mundo. Através do
diálogo os sujeitos são capazes de dizer o mundo segundos suas visões e compreensões.
Além disso, nas esteiras da proposta de uma educação humanista-libertadora, Freire
(1996) compreende que o diálogo implica uma práxis social, que se materializa na
coerente entre a palavra dita e a ação humanizadora. Para ele,

Importância do dialogo na relação pedagógica

“O diálogo na relação professor aluno no processo ensino-aprendizagem é de


fundamental importância, pois é a forma do professor conhecer o aluno e vice- versa,
ficando mais fácil a exploração de suas habilidades, assim como a alta confiança por
parte do aprendiz com relação ao professor”.

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A avaliação não deve priorizar apenas o resultado ou o processo, mas a prática
de investigação, mas deve também, questionar a relação ensino-aprendizagem e buscar
identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma dialógica ou
seja por meio do dialogo.

O valor pedagógico da interação humana é evidente, pois é por meio dela que o
conhecimento vai se construindo e a relação educador-educando não se torna unilateral,
pois necessita que a mesma proporcione a construção coletiva do conhecimento na qual
esteja baseada no diálogo.

Segundo Chalita (2001, p.12) “A educação não pode ser vista como um
depósito de informações. Há muitas maneiras de transmitir o conhecimento, mas o ato
de educar só pode ser feito com afeto, esta ação só pode se concretiza com amor.”
Percebe-se que há uma grande diferença entre transmitir o conhecimento e educar. A
diferença de educar seres humanos que se encontram nas primeiras etapas da vida é uma
tarefa para os docentes que se preocupam na formação global do educando e não apenas
na formação parcial, obtida em sala de aula. As demonstrações de carinho, bem como a
afetividade nas palavras ditas pelo professor, resultarão no auxílio e conforto para o
aluno, quando este necessitar acomodar as informações recebidas, sem que haja
repulsão ou aversão ao conteúdo apresentado, ou até mesmo ao próprio ato de aprender
algo novo.

É importante considerar a relação entre professor/aluno junto ao clima


estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de
ouvir, refletir, discutir o nível de compreensão dos mesmos e da criação das pontes entre
o seu conhecimento e o deles. Sendo assim, a participação dos alunos nas aulas é de
suma importância, pois estará expressando seus conhecimentos, preocupações,
interesses, desejos e vivências de movimento podendo assim, participar de forma ativa e
crítica na construção e reconstrução de sua cultura de movimento e do grupo em que
vive. (GÓMEZ, 2000).

O diálogo Colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-


se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e
padrões da sociedade. que Rey (1995) defende a idéia de que a relação professor-aluno
é afetada pelas idéias que um tem do outro e até mesmo as representações mútuas entre
os mesmos. A interação professor-aluno não pode ser reduzida ao processo cognitivo de
construção de conhecimento, pois se envolve também nas dimensões afetivas e
motivacionais.

Cabe ao professor aprender que para exercer sua real função necessita-se
combinar autoridade, respeito e afetividade; isto é, ainda que o docente necessite
atender um aluno em particular, a ação estará direcionada para a atividade de todos os
alunos em torno dos mesmos objetivos e do conteúdo da aula. Ressalta-se a atuação de
alguns professores não como modelo inquestionável de docência, mas como fonte de
inspiração para buscar um novo e melhor caminho para alcançar os alunos. Para isso
faz-se necessário o diálogo, conforme Libâneo (1994, p.250) diz:

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“O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas
também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-
se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As
respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do
professor (...)”.

O professor em muitos casos é visto como força estimuladora para despertar


nos alunos uma disposição motivadora para determinado assunto. Essa relação de
“ídolo” do aluno para com o professor estimula sentimentos, instiga a curiosidade, relata
de forma sugestiva um acontecimento, faz uma leitura expressiva de um texto, e assim
sucessivamente, ocorre o crescimento desta cumplicidade entre professores e alunos.

Os docentes devem levar em consideração, enquanto profissionais da educação


ou acadêmicos que almejam iniciar a carreira docente, que não são melhores que
ninguém, mas que devem sempre aprender seja com outros professores ou até mesmo
com os alunos, pois até o mais analfabeto pode ensinar de uma maneira diferente: com o
exemplo da própria vida. E nesse sentido que a produção conjunta do conhecimento é
uma forma de interação ativa entre o professor e os alunos, pois abre horizontes para
novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e
consolidação de conhecimentos e convicções adquiridas anteriormente.

Por meio do diálogo, os estudantes aprendem a defender suas opiniões, lidar


com as diferenças e buscar saídas ou respostas para as mais diversas situações. Importa
dizer que essa habilidade não é inata aos sujeitos, ela é construída dia após dia. Dessa
forma, dar abertura e incentivar que alunos se expressem é um exercício de grande
relevância para a educação deles.

As instituições escolares têm um papel relevante no que diz respeito ao estímulo


à comunicação, e escutar os estudantes de modo ativo é essencial para conhecê-los,
compreender os seus contextos e, consequentemente, estabelecer um processo de ensino
e aprendizagem efetivo.

Sendo assim, reconhecer as crianças e os adolescentes como sujeitos portadores


de conhecimento, assim como promover trocas reais, espontâneas e contínuas entre
todos os agentes envolvidos na educação são duas tarefas essenciais de qualquer
empreendimento pedagógico.

Quando se fala em aluno indisciplinado, a maioria dos professores, funcionários,


coordenadores e diretores associam esse tipo de comportamento a práticas de repressão,
em uma espécie de castigo ou punição.

No entanto, estudos recentes mostraram que a ação punitiva tende a piorar a


situação, uma vez que os alunos acabam se sentindo revoltados e incentivados a
desobedecer ainda mais.Por isso deve-se optar pelo dialogo.

Desvantagens da falta de dialogo na relação pedagógica

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Tracemos um paralelo. Estamos em pleno século XXI, vivendo numa era em
que a velocidade da informação aliada aos avanços tecnológicos guia o nosso cotidiano.
Contudo, as nossas salas de aula, em sua maioria, ainda aplicam um modelo de ensino-
aprendizagem oriundo do século XIX: o professor, como o profissional que detém o
conhecimento, transmite seus ensinamentos de forma descontextualizada da realidade
de seus alunos e, em muitas das vezes, sem estimular o debate nem o diálogo, o que
certamente compromete a sua importante contribuição para a formação de um cidadão
atuante em sociedade.

Neste ambiente, via de regra, não há muita abertura para a participação e


questionamentos dos alunos. No mundo de hoje é preciso fazê-los entender os porquês,
reduzindo os artifícios de aprendizagem apenas por memorização, os quais perpetuam
uma prática que não condiz com as necessidades profissionais e pessoais destes
indivíduos, sobretudo no mercado de trabalho.

Quando a educação deixa de primar pelo diálogo o processo educativo deixa de


produzir conhecimento, já que a produção de conhecimento só existe na criação e na
transformação. O que passa a existir é uma apropriação do conteúdo pelo educador que,
no decorrer do processo educativo, doa-os aos seus educandos, gerando a absolutização
da ignorância, isto é, conceber-se como o dono do conhecimento e seus alunos e alunas
como aqueles que nada sabem (FREIRE, 1997). Contrariando a perspectiva freireana de
educação, a qual, concebe a ação educativa como uma ação dialógica e por extensão
humanizadora.

Loyola (2004) refere-se ao “professor autoritário”, o qual não deve impor o


respeito, mas conquistar de seus alunos. O professor autoritário busca com suas atitudes
fazer com que os alunos venham se calar, reprimindo suas expressões e até mesmo
sentir medo. Assim, essa relação professor-aluno não tem uma ação dialógica de
construção e reconstrução de idéias. Seguindo essa linha de pensamento, Freire (1996,
p. 73) refere-se ao professor autoritário como:

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o


professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o
professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático,
racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca." (FREIRE, 1996,
p.73).

A falta de diálogo entre alunos e professores é a principal crítica dos estudantes


aos modelos pedagógicos adotados em sala de aula. É o que constatou o "Modelo
Escolar Inibidor de Criatividade.

Os alunos têm dificuldade de propor soluções e idéias para melhorar o


aprendizado em sala de aula. "Constatamos que os métodos utilizados em sala só
privilegiam os professores e não a opinião dos estudantes.esse método faz com que os
estudantes na hora de uma prova não saibam buscar outras soluções para o exercício.

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No entanto, quando a comunicação é desagradável, inadequado ou simplesmente
ausente, passamos a assistir ao oposto e verifica-se deste modo um marcante regresso na
educação.Infelizmente, ainda existe professores que não permitem o aluno expressar
opinião, não aceita e não respeita as opiniões de seus alunos, tornando o diálogo
impossível.

Agindo dessa maneira o professor estará prejudicando o processo de


aprendizagem, a formação do educando e o bom relacionamento em sala de aula. Logo,
surgem os conflitos e as revoltas por parte dos alunos que, obviamente, tiveram motivo
suficiente para agir de tal forma. Portanto, é essencial que o professor seja um mediador
do diálogo em sala de aula. Porque o ensino aprendizagem somente será concretizado a
partir do momento em que o diálogo, a troca de experiências e a socialização dos alunos
junto ao professor se tornarem presentes.

Como proporcionar o dialogo entre professor/aluno?

O professor que deseja mudar essa realidade, tem a seu alcance diversas
ferramentas educacionais que podem despertar o interesse de seus alunos: debates sobre
músicas, visitas a museus, ocupação de espaços públicos, games, exibição de filmes,
workshops etc. Todas essas atividades aproximam aluno e professor, e estimulam o
diálogo em sala de aula.

O que é necessário fazer para que essa construção dialógica em sala de aula
aconteça?

Perspectiva

A perspectiva está diretamente ligada à empatia. E essa empatia deve ser


construída pelo professor a partir do olhar do aluno sobre determinado tema. Ou seja, o
professor precisa conhecer e entender o universo de seus alunos, para fazer com que
eles se identifiquem com o conteúdo que está sendo estudado.

Contexto

Alberto Ginga, estudante de Enfermagem, Alberto Ginga foi reprovada três


vezes consecutivas em Fundamentos de Enfermagem I. Ao desabafar com a nova
professora, Alberto. disse não saber o motivo de ter que aprender, a fundo, lavagem das
mãos, arrumação de cama e terapêutica medicamentosa, uma vez que jamais usaria isso
em sua profissão, pois deseja a docência. A professora sentou ao seu lado e explicou o
porquê. Alberto. trocou Enfermagem por Pedagogia no ano seguinte. Mas, antes, foi
aprovada em Fundamentos de Enfermagem I. E por que isso aconteceu? Porque houve
contexto e diálogo.

Uso diversificado de linguagem

O professor deve adequar a linguagem e o conteúdo levando em consideração a


audiência que irá participar da aula, indo além da linguagem verbal e inserindo em suas

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salas, ferramentas de ensino, tais como, material midiático e games, visando à
dinamização do processo de ensino-aprendizagem.

Mesmo estando sujeita às regras de uma instituição e ao seu projeto político-


pedagógico, a relação de confiança e interatividade entre professor e alunos deve ser a
base do processo educativo.

Cabe ao professor que está disposto a quebrar paradigmas e transformar o modo


de se fazer Educação no país, tomar para si esse desafio que é de extrema importância: a
construção da linguagem dialógica no processo de ensino-aprendizagem. Para inspirar a
reflexão sobre o tema, segue um dos ensinamentos de Paulo Freire. Desse modo, a
ausência do diálogo, pressupõe a ausência da conscientização, e por extensão da
humanização. O diálogo é a via pela qual os sujeitos pronunciam a palavra verdadeira,
palavra que adquire a responsabilidade de dizer o mundo e fazer o mundo, pois é por
meio dela que a práxis educativa, enquanto social e política se compromete com a
humanização de homens e mulheres. Pois, no entendimento de Freire (1976), somente o
pensar verdadeiro é capaz de levar os sujeitos a construir sua própria história como ser
histórico, levando-os a reconhecer e transformar criticamente os condicionamentos que
estão inseridos na realidade. Assim o diálogo se constitui como um caminho, no qual os
sujeitos estão em permanente movimento de construção e reconstrução.

Outras formas

 Dê abertura a todos

É fundamental que todos se sintam ouvidos, respeitados e valorizados. Tente


estabelecer um diálogo aberto, honesto e que leve em consideração a opinião dos
agentes envolvidos, independentemente de suas posições hierárquicas.

 Promova rodas de conversa com frequência

Rodas de conversa são metodologias interessantes para estimular tanto a


autonomia quanto o espírito coletivo. Elas não devem estar restritas à sala de aula, visto
que são ótimas maneiras de envolver os estudantes em discussões das mais variadas.

 Torne as reuniões mais simples

As reuniões, em geral, são maçantes. É também muito comum que a pessoa


designada para as conduzir acabe monopolizando a fala. Se possível, torne esses
encontros mais simples e mais próximos de uma conversa.

 Tenha transparência

Transparência é um componente primordial de todo diálogo, sobretudo na


escola. É necessário que as ações e decisões sejam comunicadas de uma forma honesta,
sem meandros. Isso aumenta o nível de confiança na instituição.

 Busque trabalhar com feedbacks

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Não só no sentido de oferecer feedbacks, mas também de estar aberto a recebê-
los. Essa ferramenta costuma melhorar a comunicação, desde que as pessoas se sintam à
vontade para expressar suas opiniões e o façam com respeito.

 Encare a tecnologia como uma aliada

Hoje, graças à tecnologia, é possível abrir diferentes canais de comunicação de


uma escola. Site, redes sociais, sistema de telefonia, e-mail e até aplicativos são
algumas soluções para manter contato com maior constância.

“O diálogo: como atitude própria humana, expressão da capacidade de perguntar


e responder ao outro, como igual, é componente fundamental da educação”.Neste
processo de ensinar e aprender que é o processo educativo, é imprescindível a presença
constante do diálogo. Sim, pois o diálogo é considerado pedagógico, já que possibilita
as relações entre os sujeitos da educação,

Além disso, a nossa sociedade assim como os nossos alunos, alimenta-se do


diálogo e é através deste que assistimos ao progresso da educação.

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Conclusão

Se o interesse dos profissionais da educação for de fato com o foco nas reais
necessidades, como expectativas da educação na formação de indivíduos críticos-
reflexivos, são necessárias haver mudanças não apenas nas palavras, mas nas atitudes. É
preciso estar comprometido com o aluno, a escola, a sociedade e professores com uma
educação de qualidade, vendo o aluno como indivíduo ativo do processo ensino-
aprendizagem. Só assim os docentes estarão cumprindo o papel de orientador realizando
mais que o simples papéis de ensinar. Assim sendo o dialogo é fundamental pois
aproxima o aluno e professor de modos que se conheçan e assim se satisfaçam as
necessidade educativas e em conjunto se estableça uma relão amigavél entre ambos, e o
dialogo permite o estudante apresentar sua visão e concepção do mundo e assim junto
com o professor lapidar está mesma visão.

Para o autor, o conhecimento é uma construção coletiva, mediada pelo diálogo,


que deve articular dialeticamente a experiência da vida cotidiana com a sistematização
rigorosa e crítica (FREIRE, 1971).

É necessário investir em ações que fomentem o diálogo no interior das


instituições escolares. Os resultados são benéficos para todos, sobretudo no que diz
respeito à efetividade do processo de ensino e aprendizagem, ao desenvolvimento dos
estudantes e ao fortalecimento dos vínculos.

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Referências Bibliográficas

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 160, Septiembre de 2011.
http://www.efdeportes.com/

ALARCÃO, I. (Org.) Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed,


2001.

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis,


RJ: Vozes, 2007

BOLZAN, D. Formação de professores: compartilhando e reconstruindo


conhecimentos. Porto Alegre: Mediação, 2002.

Mesaque Silva CORREIA1 Neuton Alves ARAÚJO2 Bruna Gabriela MARQUES3

Celso José Martnazzo2, Aline Jéssica Mainardi3.

Ludhiana Bertoncello* Silvana Regina Rossete**

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