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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico
Faculdade de Enfermagem
Departamento de Fundamentos de Enfermagem
Área Fundamental- Subárea I- Educação em Enfermagem
Docentes: Profª Drª Maria Regina Araujo Reicherte Pimentel, Profª Drª Luzia da Conceição
Araújo Marques
Monitoras: Rhayane de Oliveira Silva, Mariana Rodrigues de Carvalho, Nina Rosa Almeida
da Silva.
Acadêmica: Rita De Cassia Martins Santiago – 1°período.

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Trabalho 04:

FREIRE, Paulo. A dialogicidade: essência da educação como prática da liberdade. In: ____.
Pedagogia do oprimido. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Cap. 3

A dialogicidade é a ação de se comunicar estabelecendo uma conversa de assuntos


aleatórios e específicos entre pessoas. Essa ação proporciona uma troca de conhecimentos e
ideias que formará a construção de argumentações e debates com intuito que haja o
entendimento do ponto de vista de cada indivíduo de uma determinada conversa
independentemente do assunto, tendo a finalidade da compreensão e um acordo da opinião
individual. Desse modo, recordando a educação problematizadora nota-se a importância da
dialogicidade compreendendo a relevância do diálogo entre o educador e os educandos. A
dialogicidade também é fundamentada em cada palavra que forma o diálogo, por isso as
palavras não podem ser vazias, sempre tem que ser pensadas antes de ser exposta e deve ter
um significado. dessa forma, percebe-se que a palavra tem um poder, que pelo contexto, ela
serve como um instrumento que liberta o oprimido e tanto o opressor dessas condições,
portanto, educação problematizadora o diálogo é a prática para ter a liberdade de uma
condição opressão.
Sendo assim, há elementos que compõem e constituem o diálogo, mas antes de tudo, ele
não pode ser baseado em apenas transferir ideias a outro sujeito ou seja, como depósito, pois
isso oposto do propósito do diálogo. Desse modo, o diálogo não pode ser construído a partir
de atos de arrogância, onde um indivíduo acredita ser superior ao outro, não transmite
humildade e que segrega os homens em grupos que acredita deter mais saber que outros, isso
contraria a finalidade do diálogo. Entre outras perspectiva, não existe a criação da
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dialogicidade sem amor e compaixão do indivíduo, tendo em vista que o amor é compromisso
com as pessoas, o ato de amor é se comprometer com a causa e opinião individual , por isso, o
amor é ato de coragem pois ele é capaz de libertar oprimidos e opressores de suas condições.
Em determinadas situações o homem não pode criar um diálogo visto que não quer a ajuda
do próximo sem acrescentar nada da vida do outro a partir de um diálogo vazio. Para a
dialogicidade proceder é de extrema importância ter fé nos homens, fé que eles possam fazer,
criar e recriar um mundo através da crítica, a fim de lutar por uma liberdade de dialogicidade.
É benéfico o uso do diálogo em uma ambiente escolar especificamente em uma sala de
aula, pois ter a ação do diálogo entre ambas parte que é o educador e educando elimina um ar
de hierarquização e enriquece a relação deles através do estabelecimento de uma comunicação
mútua onde um reconhece o ponto de vista um do outro. Sendo assim, o educando sente mais
interesse em participar e de assistir a aula e ainda menos oprimido, pois o conhecimento é
compartilhado e gera uma integração entre o educador e o educando, podendo gerar
pensamentos críticos ao longo da jornada do educando. Além disso, o modelo
problematizador também desconstrói essa ideia que há apenas um conhecimento absoluto e
nessa circunstância amplia a visão do educando, isso torna o método da educação interessante
e atraente que leva a busca e a curiosidade do conhecimento o que foi proposto. Já em outro
cenário, a relação ao educando e seu universo temático ele tem capacidade de captar todas as
informações que lhe são passadas de modo reflexivo, refletir sobre elas em conformidade
com os educadores e a partir disso transformá-las para outros indivíduos. Portanto, é
fundamental ampliar o olhar do educando para além do meio que ele habita, é necessário se
inserir em outras realidades e aprender com elas. O mundo que conhecemos ele só existe
daquela maneira por conta da existência de indivíduos únicos que foram inseridos e tal meio,
entretanto não se pode limitar o poder de transformação que o homem pode trazer para
diversas realidades que são compartilhadas em comunhão e com trocas de experiências.
Contudo, as consequências que envolvem o diálogo para a sociedade em geral, vem
desde a relação educador-educando. O educador pode expor um universo temático e a partir
disso tem que desenvolver uma problemática e sua investigação, esse é o ponto de partida
para o processo educativo e a dialogicidade. Mesmo assim, as questões que envolvem todo o
processo dos princípios que devem ser construídos para um bom diálogo em sociedade e
como ela é fundamental para que cada indivíduo tenha a consciência da necessidade de
mudança em meio uma sociedade que pode dominar o outro e oprimi-lo com sentimento de
superioridade e legitimidade. Embora através do diálogo o conteúdo seja partilhado entre os
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indivíduos e assim o conhecimento é adquirido em ambas as partes, acrescenta o senso crítico,


estimula o pensamento crítico reflexivo e possibilita criar mais igualdade entre as pessoas.

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