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A pesquisa como princípio educativo na prática pedagógica freireana

Resumo:

De acordo com Freire: “não é possível pensar a linguagem sem pensar o mundo social
concreto em que nos constituímos. Não é possível pensar a linguagem sem pensar o poder, a
ideologia” (1995, p.46), ou seja, a linguagem é um processo fundamental na formação de
cidadãos conscientes em uma sociedade. Portanto, ele considerava o ato de alfabetização tem
caráter político, pois assim se liberta e conscientiza os membros de uma sociedade.
Conscientização esta feita a partir de uma relação de diálogo entre educando e educador,
durante o processo de conhecimento, onde as realidades se chocam e é possível concretizar o
outro lado do processo e torna-lo eficaz para ambos os lados.
A pesquisa neste processo, tem como papel a produção do conhecimento, quando um
individuo pode contribuir para seu desenvolvimento cognitivo e colaborar para o avanço da
nação.
Paulo Freire, que ficou conhecido mundialmente pelo seu método de alfabetização de
adultos, considerava os eixos norteadores para esse processo a cultura, as vivências e a realidade
vivida pelos alunos, e que através do diálogo entre aluno e professor fosse possível entender a
situação social do aluno e como interfere no seu processo do saber, para então aprimorar para
ser realmente efetivo.
O processo de diálogo entre educador e educando os conecta e apresenta a realidade
concreta por trás dos indivíduos, Freire diz:

a realidade concreta é algo mais que fatos ou dados tomados


mais ou menos em si mesmos. Ela é todos esses fatos e todos esses
dados e mais a percepção que deles esteja tendo a população neles
envolvida. Assim, a realidade concreta se dá a mim na relação dialética
entre objetividade e subjetividade

Paulo Freire, que ficou conhecido mundialmente pelo seu método de alfabetização de
adultos, considerava os eixos norteadores para esse processo a cultura, as vivências e a realidade
vivida pelos alunos, e que através do diálogo entre aluno e professor fosse possível entender a
situação social do aluno e como interfere no seu processo do saber, para então aprimorar para
ser realmente efetivo.
Tal prática dialógica possibilitará a problematização da realidade concreta, tornando
possível que o indivíduo, que mais esteja à periferia do sistema, seja desafiado a analisar sua
atual posição na sociedade e então a elaboração do saber formará cidadãos conscientes e não
conformados com a exploração das classes, pois este não é o trabalho do ensino.

Educadores e educandos não podemos, na verdade, escapar à


rigorosidade ética. Mas, é preciso deixar claro que a ética de que falo
não é a ética menor, restrita, do mercado, que se curva obediente aos
interesses do lucro (...) falo da Ética universal dos seres humanos, que
condena o cinismo, que condena a exploração da força de trabalho do
ser humano. FREIRE, Paulo, (1996 p. 16-17).

Não há uma verdade absoluta ou processo finalizado durante a aquisição de conhecimento,


tudo o que é ensinado hoje são processos inacabados e que devem sempre ser questionados,
para então serem continuados. Portanto, estamos desenvolvendo o processo de pesquisa no
ensino. O papel do professor neste momento é de orientador, estimulando o educando para que
este entenda que o processo é contínuo e infinito. Como disse Pedro Demo, sobre a pesquisa.

como todo processo formativo, baseia-se na habilidade de


dentro para fora do aluno, cuja iniciativa é constitutiva do processo,
permanecendo o professor como orientador e avaliador; aprende-se que
conhecer é basicamente questionar, não afirmar, constatar, verificar;
aprende-se a ler autor para se tornar autor; aprende-se a argumentar,
deixando de lado o argumento de autoridade e construindo a autoridade
do argumento; aprende-se a convencer sem vencer (DEMO, 2004,
p.18).

Por conseguinte, precisamos romper com o sistema educacional que o professor é


considerado um “burocrata da mente” e torna-lo passível de aprendizagem na execução da
educação. Todavia, o educador tem a função de formar não apenas pessoas pensantes, mas
eticamente corretas e que consigam perceber a democracia e possam lutar para alcança-la, não
apenas por si próprios mas também como forma de empatia para com o futuro da nação.

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