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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CED


CURSO DE PEDAGOGIA
DOCENTE: MARIA DAS DORES ALVES SOUZA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO POPULAR

JOELMA DA COSTA GONÇALVES MACEDO - 1537827

PRODUÇÃO TEXTUAL

FORTALEZA – CEARÁ
2022
Inicio essa produção textual relatando um momento que ocorreu no primeiro
dia de aula da disciplina educação popular ministrada pela professora Maria das
Dores, conhecida carinhosamente como Dorinha, a mesma propôs que cada aluno,
de maneira livre, escrevesse qual o seu entendimento sobre educação popular e se
já tinha lido algo sobre o assunto, e minhas palavras foram as seguintes: “A princípio
não lembro de ter lido nada sobre o assunto, porém o que me vem à mente é algo
sobre a população, cada um com sua cultura, seus costumes, seu modo de ser, enfim,
cada um tem um jeito de educar, de pensar, de ensinar, de aprender, vejo que a
disciplina vem para aprofundar cada saber, um saber de todos.” Após todas as aulas
e quase concluindo a disciplina, vejo que aprendi bastante sobre a real significação
da educação popular e construiu em mim uma nova maneira de pensar.
Partindo para os autores com os quais dialogamos durante esses momentos
que nos reunimos, lendo e se aprofundando ainda mais sobre o assunto, Brandão
(2006) diz que a educação popular “não é uma variante ou um desdobramento da
educação de adultos” (p. 41), nem uma “educação compensatória” (p. 42). A educação
popular “emerge como um movimento de trabalho político com as classes populares
através da educação.” (p. 42). É considerada também como um “trabalho simbólico e
político de transformação da ordem social dominante” (p. 44). Assim, o “lugar
estratégico que funda a educação popular é o dos movimentos e centros de cultura
popular: movimentos de cultura popular, centros populares de cultura, movimentos de
educação de base, ação popular.” (p. 46).
Já para o autor Paulo Freire (1989, p. 19),
Entendo educação popular como o esforço de mobilização, organização e
capacitação das classes populares: capacitação científica e técnica, entendo
que esse esforço não se esquece, que é preciso poder, ou seja, é preciso
transformar essa organização do poder burguês que estar aí, para que se
possa fazer escola de outro jeito. [...] Há uma estreita relação entre escola e
vida. [...] depois que a entendo como mobilização, depois que a entendo como
organização popular para o exercício do poder que necessariamente se vai
conquistando, depois que entendo essa organização também do saber [...]
compreendo o saber que é sistematizado ao interior de um “saber fazer”.

Wertheim (1985, p. 22) também diz que a educação popular.


[...] tem como princípio a participação popular, a solidariedade rumo a
construção de um projeto político de sociedade mais justo, mais humano e
mais fraterno. [...] A Educação popular acompanha, apoia e inspira ações de
transformação social. Nela, o processo educativo se dá na ação de mudar
padrões de conduta, modos de vida, atitudes e reações sociais. Portanto, se
a realidade social é ponto de partida do processo educativo, este volta a ela
para transformá-la.
A partir dessas citações e dos nossos debates, compreendi que a educação
popular é um conjunto de ações tanto pedagógicas como políticas e que Paulo Freire
foi um dos principais fundadores deste método no Brasil. Ela defende que para que
haja uma sociedade democrática e justa as classes oprimidas e discriminadas têm
que tomarem consciência de suas condições de vida como também quais as principais
causas dos problemas que as atingem. Entende-se assim que só a educação tem o
poder de engendrar estratégias para que se concretize as transformações sociais a
favor desses setores populares.
Sabemos que não é fácil alcançar tais objetivos, é necessário princípios que
venham nortear esses objetivos. E a educação popular vem compreender todo o ser
humano que produz o conhecimento, entende que cada um possui sua importância, é
importante cada cultura, cada conhecimento popular, valor e habilidade que cada um
traz consigo.
Destarte, podemos dizer que a educação popular é uma teoria de
conhecimentos que é embasada na realidade, com metodologias que incentivam a
participação das pessoas, onde a base política é estimular para a transformação
social, liberdade humana, justiça e igualdade. Para que haja uma gestão democrática
a educação popular tem que fazer parte de todos os espaços e a escola é de suma
importância para fazer com que as crianças e estudantes aprendam a participar, se
impor, criticar, para que tais ações venham a se expandir para além da escola como
também na família, na sociedade e aonde quer que se vá.
Gadotti (2018, p. 24) afirma que,
A educação popular tem-se constituído num paradigma teórico que trata de
codificar e descodificar os temas geradores das lutas populares, busca
colaborar com os movimentos sociais e os partidos políticos que expressam
essas lutas. Trata de diminuir o impacto da crise social na pobreza, e de dar
voz à indignação e ao desespero moral do pobre, do oprimido, do indígena,
do camponês, da mulher, do negro, do analfabeto e do trabalhador industrial.

Assim, vemos que a educação popular está em todas as partes, nas práticas
educativas, onde a educação não é apenas uma transmissão de conhecimentos, é a
luta por uma educação emancipadora, uma educação para a liberdade, uma vida
democrática, onde não tem vez o autoritarismo e nem a manipulação entre o professor
e o aluno, onde se defende uma educação dialógica de acordo com as necessidades
populares e onde acontece um planejamento comunitário e com a participação de
todos, é certo que a educação popular é formada por teorias e práticas, onde o que
se tem em comum é o compromisso com a emancipação ou libertação humana.
E é a partir dessa libertação que se alcança a educação problematizadora,
onde se pratica a liberdade, é o que vai dizer FREIRE (1970, p. 45):
O educador problematizador re-faz, constantemente, seu ato cognoscente,
na cognoscibilidade dos educandos. Estes, em lugar de serem recipientes
dóceis de depósitos, são agora investigadores críticos, em diálogo com o
educador, investigador crítico, também.

Concluo essa produção certa de que os objetivos da disciplina foram


alcançados em mim, ganhei tamanha compreensão e abri minha mente para vários
outros horizontes, entendi que a educação popular é exatamente isso, se refazer
constantemente, deixando de ser um depósito, onde apenas são armazenados
conteúdos e passar a ser um ser investigador e crítico, capaz de expor todos os
pensamentos e ideias a partir do que está sendo explanado, a cada dia procurar se
aprofundar mais e mais na educação, porque ela é quem tem o poder de transformar,
de libertar, sempre praticando o diálogo, pois é a partir dele que se acontece a
humanização, o ser humano aprende se relacionando, se aproximando e conhecendo
o conhecimento do outro, é onde Freire (1970, p. 39) diz que:
Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si
mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.
Mediatizados pelos objetos cognoscíveis que, na prática “bancária”, são
possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos educandos
passivos.

Aprendo e finalizo dizendo que a educação popular significa estar utilizando


sempre o conhecimento e saber do próximo como fundamento para o ensino, e nesse
processo dar valor a todos os sujeitos e suas lutas sociais, tornando esse universo
que é a educação em um lugar de afeto e amor.
REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação Popular. São Paulo: Brasiliense,


2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1970.
_____. NOGUEIRA, Adriano. Que fazer: teoria e prática em educação popular. 2ª
ed. Petrópolis: Vozes, 1989.
GADOTTI, Moacir. Paulo Freire e a educação popular. Revista trimestral de debate
da FASE. N° 113, p. 21 - 27, jun/2018. Disponível em <https://sindacs.org.br/novo/wp-
content/uploads/2018/06/Paulo-Freire-e-a-Educa%C3%A7%C3%A3o-Popular..pdf>
Acesso em: 26 jun. 2022.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE EDUCAÇÃO - CED
CURSO DE PEDAGOGIA
DOCENTE: MARIA DAS DORES ALVES SOUZA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO POPULAR

JOELMA DA COSTA GONÇALVES MACEDO - 1537827

AUTOAVALIAÇÃO

FORTALEZA – CEARÁ
2022
Diante de todo esse semestre juntos, chego à conclusão de que me esforcei
bastante para cumprir sempre com o que era proposto, participei das dinâmicas
realizadas, contribui através dos meus achados e conhecimentos, fui assídua em
relação a prazos e aulas, gostei de trabalhar com as minhas colegas no seminário,
sempre procuro dar o meu melhor e extrair o máximo de informações e formações
para o meu crescimento profissional, não gosto de fazer as coisas relaxadamente,
gosto de zelo e cuidado no que faço, e faço sabendo que isso será a única coisa que
nao me pode ser tirada, o conhecimento.
Essa disciplina foi de grande importância para a minha formação, quero
agradecer a professora Dorinha por compartilhar tantos conhecimentos e saberes
conosco, foi maravilhosa a cada aula, sempre trazendo dinâmicas e nos inquietando
com indagações e perguntas, nos ajudou a nos fazer pensantes a cada momento.
Assim concluo que essa disciplina foi e é fundamental para alavancar essa
longa jornada que tenho pela frente, aprendi que temos sempre que ter empatia
independente de qualquer situação, porque educação quer dizer isso, pensar sempre
no outro, não existe acepção de pessoas, todos somos iguais e também que nunca é
tarde para sermos seres transformadores, temos sempre que ter “disposição para
explorar o novo e sede de aprender.” (CURY, 2004, p. 44). E sempre sonhar, porque
“os sonhos…reeditam o filme do inconsciente e ampliam os horizontes do
desanimado, fazendo renascer a motivação para recomeçar tudo de novo.” (CURY,
2004, p. 56). Até porque sabemos que a caminhada não vai ser fácil, mas temos
sempre que continuar e não desistir daquilo que acreditamos e sonhamos.
Assim sendo, me dou nota 10,0.
REFERÊNCIAS

CURY, Augusto Jorge. Nunca desista dos seus sonhos. Rio de Janeiro: Sextante,
2004.

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