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PRODUÇÃO TEXTUAL
FORTALEZA – CEARÁ
2022
Inicio essa produção textual relatando um momento que ocorreu no primeiro
dia de aula da disciplina educação popular ministrada pela professora Maria das
Dores, conhecida carinhosamente como Dorinha, a mesma propôs que cada aluno,
de maneira livre, escrevesse qual o seu entendimento sobre educação popular e se
já tinha lido algo sobre o assunto, e minhas palavras foram as seguintes: “A princípio
não lembro de ter lido nada sobre o assunto, porém o que me vem à mente é algo
sobre a população, cada um com sua cultura, seus costumes, seu modo de ser, enfim,
cada um tem um jeito de educar, de pensar, de ensinar, de aprender, vejo que a
disciplina vem para aprofundar cada saber, um saber de todos.” Após todas as aulas
e quase concluindo a disciplina, vejo que aprendi bastante sobre a real significação
da educação popular e construiu em mim uma nova maneira de pensar.
Partindo para os autores com os quais dialogamos durante esses momentos
que nos reunimos, lendo e se aprofundando ainda mais sobre o assunto, Brandão
(2006) diz que a educação popular “não é uma variante ou um desdobramento da
educação de adultos” (p. 41), nem uma “educação compensatória” (p. 42). A educação
popular “emerge como um movimento de trabalho político com as classes populares
através da educação.” (p. 42). É considerada também como um “trabalho simbólico e
político de transformação da ordem social dominante” (p. 44). Assim, o “lugar
estratégico que funda a educação popular é o dos movimentos e centros de cultura
popular: movimentos de cultura popular, centros populares de cultura, movimentos de
educação de base, ação popular.” (p. 46).
Já para o autor Paulo Freire (1989, p. 19),
Entendo educação popular como o esforço de mobilização, organização e
capacitação das classes populares: capacitação científica e técnica, entendo
que esse esforço não se esquece, que é preciso poder, ou seja, é preciso
transformar essa organização do poder burguês que estar aí, para que se
possa fazer escola de outro jeito. [...] Há uma estreita relação entre escola e
vida. [...] depois que a entendo como mobilização, depois que a entendo como
organização popular para o exercício do poder que necessariamente se vai
conquistando, depois que entendo essa organização também do saber [...]
compreendo o saber que é sistematizado ao interior de um “saber fazer”.
Assim, vemos que a educação popular está em todas as partes, nas práticas
educativas, onde a educação não é apenas uma transmissão de conhecimentos, é a
luta por uma educação emancipadora, uma educação para a liberdade, uma vida
democrática, onde não tem vez o autoritarismo e nem a manipulação entre o professor
e o aluno, onde se defende uma educação dialógica de acordo com as necessidades
populares e onde acontece um planejamento comunitário e com a participação de
todos, é certo que a educação popular é formada por teorias e práticas, onde o que
se tem em comum é o compromisso com a emancipação ou libertação humana.
E é a partir dessa libertação que se alcança a educação problematizadora,
onde se pratica a liberdade, é o que vai dizer FREIRE (1970, p. 45):
O educador problematizador re-faz, constantemente, seu ato cognoscente,
na cognoscibilidade dos educandos. Estes, em lugar de serem recipientes
dóceis de depósitos, são agora investigadores críticos, em diálogo com o
educador, investigador crítico, também.
AUTOAVALIAÇÃO
FORTALEZA – CEARÁ
2022
Diante de todo esse semestre juntos, chego à conclusão de que me esforcei
bastante para cumprir sempre com o que era proposto, participei das dinâmicas
realizadas, contribui através dos meus achados e conhecimentos, fui assídua em
relação a prazos e aulas, gostei de trabalhar com as minhas colegas no seminário,
sempre procuro dar o meu melhor e extrair o máximo de informações e formações
para o meu crescimento profissional, não gosto de fazer as coisas relaxadamente,
gosto de zelo e cuidado no que faço, e faço sabendo que isso será a única coisa que
nao me pode ser tirada, o conhecimento.
Essa disciplina foi de grande importância para a minha formação, quero
agradecer a professora Dorinha por compartilhar tantos conhecimentos e saberes
conosco, foi maravilhosa a cada aula, sempre trazendo dinâmicas e nos inquietando
com indagações e perguntas, nos ajudou a nos fazer pensantes a cada momento.
Assim concluo que essa disciplina foi e é fundamental para alavancar essa
longa jornada que tenho pela frente, aprendi que temos sempre que ter empatia
independente de qualquer situação, porque educação quer dizer isso, pensar sempre
no outro, não existe acepção de pessoas, todos somos iguais e também que nunca é
tarde para sermos seres transformadores, temos sempre que ter “disposição para
explorar o novo e sede de aprender.” (CURY, 2004, p. 44). E sempre sonhar, porque
“os sonhos…reeditam o filme do inconsciente e ampliam os horizontes do
desanimado, fazendo renascer a motivação para recomeçar tudo de novo.” (CURY,
2004, p. 56). Até porque sabemos que a caminhada não vai ser fácil, mas temos
sempre que continuar e não desistir daquilo que acreditamos e sonhamos.
Assim sendo, me dou nota 10,0.
REFERÊNCIAS
CURY, Augusto Jorge. Nunca desista dos seus sonhos. Rio de Janeiro: Sextante,
2004.