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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA EaD
POLO CURITIBA

Disciplina: EDP112 - Educação de Jovens e Adultos: História, Sujeitos e Práticas


Educativas
Professora: Cida
Alunas(os): Cristiane R. Sousa GRR: 20210092
Jeferson Rodrigues Garcia 20210176
Jennyffer Patrícia de Souza Ribeiro 20210175
Jessica Priscila Zawadzki 20210197
Mariani de Ramos 20210139

1 BIOGRAFIA DO AUTOR (PAULO FREIRE)

Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro nascido em Recife, no estado


de Pernambuco, em 1921 e falecido em São Paulo em 1997. Freire é considerado um
dos mais importantes pensadores da pedagogia crítica e foi um defensor fervoroso da
educação popular. Formado em Direito, Freire começou a trabalhar como professor
primário em Pernambuco, onde começou a desenvolver sua metodologia de
alfabetização conscientizadora, que buscava ensinar adultos a ler e escrever de forma
crítica e reflexiva sobre sua realidade social e política (FERRARI, 2008).
Em 1964, durante o regime militar no Brasil, Freire foi preso e exilado por suas
ideias consideradas subversivas pelo governo. Durante seu exílio, trabalhou em
diversos países, como Chile, Estados Unidos e Portugal, onde aprimorou sua
metodologia e escreveu algumas de suas obras mais importantes, como "Pedagogia
do Oprimido" (FERRARI, 2008).
De volta ao Brasil em 1980, Freire continuou a trabalhar com educação
popular e formação de educadores, e se tornou um importante líder e símbolo da luta
contra a opressão e a favor da democracia e da justiça social. Sua obra influenciou e
continua a influenciar a educação em todo o mundo, especialmente em países em
desenvolvimento e em movimentos sociais que lutam por transformação social e
emancipação humana (FERRARI, 2008).
De acordo com um estudo realizado pelo professor associado da London
School of Economics, Elliott Green, a "Pedagogia do Oprimido" de Paulo Freire é a
terceira obra mais citada em trabalhos da área de humanas, com 72.359 citações no
Google Scholar, uma ferramenta de pesquisa de literatura acadêmica. Ele fica atrás
apenas do filósofo americano Thomas Kuhn (81.311) e do sociólogo também
americano, Everett Rogers (72.780). Isso coloca Freire à frente de importantes
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pensadores como Michel Foucault (60.700) e Karl Marx (40.237) (INSTITUTO Paulo
Freire, 2016).
Além disso, a "Pedagogia do Oprimido" é mencionada entre os 100 livros mais
requisitados em universidades de língua inglesa em todo o mundo, sendo o único livro
brasileiro a entrar no ranking. Com mais de 1 milhão de ementas de estudos
universitários americanos, ingleses, australianos e neozelandeses reunidos pelo
projeto Open Syllabus, o livro de Paulo Freire ficou em segundo lugar na lista de obras
mais pedidas na área de Educação e teve outras 20 obras citadas na lista geral. Esse
reconhecimento demonstra a importância da obra de Freire para a educação e as
ciências humanas em nível mundial (INSTITUTO Paulo Freire, 2016).
Paulo Freire escreveu vários livros ao longo de sua vida, abrangendo temas
como educação, política, cultura e sociedade. De acordo com Gadotti (1996), alguns
de seus livros mais conhecidos são:
 Pedagogia do Oprimido (1968): Considerado sua obra mais importante, neste livro
Freire apresenta sua teoria da educação crítica, que propõe a conscientização dos
oprimidos para a luta contra a opressão e a transformação da sociedade;
 Pedagogia da Autonomia (1996): Neste livro, Freire discute a relação entre o
educador e o educando, defendendo a importância da autonomia e da
participação ativa do estudante no processo de aprendizagem;
 Educação como Prática da Liberdade (1967): Nesta obra, Freire apresenta sua
metodologia de alfabetização conscientizadora e discute a importância da
educação como ferramenta de transformação social;
 Cartas a Guiné-Bissau (1977): Este livro reúne uma série de cartas escritas por
Freire durante seu exílio em Guiné-Bissau, onde trabalhou como consultor do
governo para a reforma da educação;
 Política e Educação (1985): Nesta obra, Freire discute a relação entre educação
e política, defendendo a importância da formação crítica dos cidadãos para a
construção de uma sociedade mais justa e democrática;
 Pedagogia da Esperança (1992): Neste livro, Freire discute sua visão otimista
sobre a possibilidade de transformação social e educação libertadora, apesar das
dificuldades e obstáculos que se apresentam;
Esses são apenas alguns dos livros mais conhecidos de Paulo Freire, mas ele
escreveu muitas outras obras importantes ao longo de sua vida.
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Paulo Freire se autointitula como “um educador vivo, presente, o contexto


educacional brasileiro” (FREIRE, 1991, p. 49).
A partir da descrição feita pela primeira esposa de Paulo Freire, Elza, Freire é
uma pessoa amável, terna, que saber ser autoridade com liberdade e tem a
capacidade de recomeçar. (FREIRE, 1991). Ele próprio também se diz uma pessoa
com “capacidade de começar sempre, de fazer, de reconstruir, de não se entregar, de
recusar burocratizar-se mentalmente, de entender e de viver a vida como processo,
como vir-a-ser [sic] [...]”. (Ibidem, p.103).
“Paulo Freire foi um homem que amou. Ele não podia compreender a vida e
a existência humana sem amor e sem a busca de conhecimento. Paulo Freire viveu,
amou e tentou saber. Por isso foi um ser constantemente curioso” (FREIRE, 1991, p.
140).

2 OBRA ESTUDADA NA BIOGRAFIA DE PAULO FREIRE

O livro "Educação na cidade" foi publicado em 1991, já no final da vida de


Paulo Freire. A obra se insere na trajetória intelectual do autor como um
aprofundamento de suas reflexões sobre educação, cultura e política. O livro pode ser
considerado uma espécie de continuação de "Pedagogia do Oprimido" e de outras
obras de Freire que abordam a questão da alfabetização e da educação popular.
Deste modo, a obra estudada na biografia de Paulo Freire é a “Pedagogia do
Oprimido”.

3 APRESENTAÇÃO DA OBRA ESTUDADA – TEMAS E ORGANIZAÇÃO

O livro A Educação na Cidade (FREIRE, 1991) traz alguns temas abordados


conforme elencados abaixo:
 A relação entre cidade e educação: Freire discute como a urbanização e a
vida nas cidades completou o processo educativo, analisando questões como
segregação social, desigualdade econômica e exclusão social, e a importância
da educação como ferramenta de transformação social em contextos urbanos.
 Cultura e linguagem na educação urbana: Freire destaca a importância de
enfrentar e acompanhar a diversidade cultural e linguística presente nas
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cidades, e como isso deve ser considerado na prática educativa, para que os
alunos possam se reconhecer e se identificar com o conteúdo ensinado.
 Educação como ferramenta de cidadania: Freire argumenta que a educação
na cidade deve preparar os estudantes para serem cidadãos críticos e
participativos, capazes de compreender e intervir nas questões sociais,
políticas e ambientais que fizeram suas vidas e suas comunidades urbanas.
 Participação ativa dos estudantes e da comunidade: Freire defende a
importância da participação ativa dos estudantes e da comunidade na
construção de uma educação democrática e libertadora, estimulando o diálogo,
a reflexão crítica e a ação transformadora como elementos fundamentais da
prática educativa.
 Crítica à abordagem bancária da educação: Freire critica a abordagem
tradicional e autoritária da educação, na qual o conhecimento é transmitido de
forma passiva aos estudantes, e propõe práticas pedagógicas que promovem
a participação, a reflexão crítica e a construção coletiva do conhecimento.
 Desafios e possibilidades da educação na cidade: Freire aborda os desafios
enfrentados pela educação nas cidades, como a desigualdade, a violência
urbana e a falta de infraestrutura, mas também destaca as possibilidades de
transformação social por meio da educação, ressaltando a importância de uma
abordagem pedagógica crítica, contextualizada e participativa.

4 APRESENTAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DAS IDEIAS BÁSICAS DA OBRA


ESTUDADA

Segundo Paulo Freire (1991), a escola deve ir além de um espaço físico para
estudo e ensino-aprendizagem, é o lugar para refletir, criticar, criar ideias, debater,
propagar a cultura popular. A escola deve ser o percursor da “[...] política das classes
populares, [...]. O filho do trabalhador deve encontrar nessa escola os meios de
autoemancipação intelectual independente dos valores da classe dominante” (Ibidem,
p. 16).
A avaliação deve ser um processo democrático, que visa o auxílio aos
educandos para superar todas as barreiras que os impedem de aprender e
desenvolver o conhecimento (FREIRE, 1991).
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O educador, deve ser um educador progressista, ou seja, deve ter uma visão
crítica do contexto que o educando está inserido, para ensiná-lo a pensar através de
desafios e questionamentos e assim, compreender que o mundo é mutável (FREIRE,
1991).
Freire (1991), ao falar sobre evasão escolar, explica irredutivelmente que o
educando não se evade da escola por vontade própria, na verdade, elas são expulsas
pelo sistema de uma sociedade que cria uma série de obstáculos que às impedem
crianças populares de continuar na escola, ou até mesmo de ingressar nela.
Como parte do respeito aos educandos de classe popular, é crucial que se
combata o preconceito linguístico, ou seja, é essencial que se respeite sua
identidade, sem serem inferiorizadas pelo seu modo diferente de falar. Ressaltando
aqui que respeitar o modo diferente de outra pessoa falar não significa que não se
deva ensinar o “modo culto” da língua portuguesa. (FREIRE, 1991) o preconceito
linguístico é caracterizado pelo “preconceito de sexo, de raça e de classe também”
(Ibidem, p. 139).
A aprendizagem é uma ação que ultrapassa a reflexão da teoria para a
prática, que não deve ser reduzida a mera transmissão de conhecimento, deve ser
um processo de criar conhecimento, inventar, reinventar, aprender se aprofundar, pois
quanto mais se aprofunda no conteúdo, mais se aprende (FREIRE, 1991).
No processo de alfabetização de jovens e adultos, para que esses possam
realizar a leitura de palavras, é necessário que haja uma leitura do mundo do
educando (FREIRE, 1991), ou seja, as palavras devem ser da realidade desse
indivíduo para que haja uma aprendizagem significativa.
O educando ativo é estimulado a questionar, criticar, refletir, pensar, criar
conhecimento de forma coletiva (FREIRE,1991) alinhada ao “[...] saber popular, crítico
e científico, mediadas pelas experiências no mundo” (Ibidem, p. 83).
Nesse contexto, a educação bancária é repudiada, pois não agrega e não
forma conhecimento, pois apenas é depositado informações aos estudantes (FREIRE,
1991), e estas informações, se não fazem sentido ao estudante, não se transformam
em conhecimento.
Este formato de educação bancária, era muito utilizado na escola tradicional,
que “insistia em que só se aprende com esforço, através do castigo, apanhando”
(FREIRE, 1991, p. 94).
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O uso das tecnologias na educação é importante, mas a educação não será


reduzida ao seu uso, ela será uma ferramenta que auxiliará na expansão da
criatividade e criticidade das crianças, desde que saiba como usar, para quê usar e a
favor de quem usar (FREIRE, 1991).
A conscientização “é o aprofundamento da tomada de consciência. Não há
conscientização sem a tomada de consciência. Mas nem toda tomada de consciência
se alonga obrigatoriamente em conscientização” (FREIRE, 1991, p. 112).
“A alfabetização enquanto aquisição, produção e reinvenção da linguagem
escrita e necessariamente lida deve, por sua seriedade, constituir-se num tempo de
introdução ao pensar certo” (FREIRE, 1991, p. 116), e dentro deste conceito, não se
deve enxergar o educando como “uma panela vazia” (Ibidem, p. 116), deve haver
respeito pelo educando que está sendo alfabetizado, pela sua cultura, sua identidade
e sua classe (Ibidem).
O currículo explícito pode ser explicado como o conteúdo programático,
representação de ideias e de uma prática concreta. Já o currículo oculto, é carregado
de preconceitos e ofuscam a realidade, sendo uma prática autoritária concreta.
A escola democrática supera preconceitos contra as classes populares,
supera os preconceitos linguísticos e culturais e da realidade das crianças, é ter a
participação da família na manutenção da escola, é dar voz a comunidade escolar,
permitindo abrir discussões, é agregar o conhecimento científico e acreditar que os
sonhos poderão se concretizar (FREIRE, 1991).

5 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, SER HUMANO E SOCIEDADE

Educação não é, mas deveria ser a alavanca para a mudança da sociedade,


ela é uma concepção direcionada pelo ensino de conteúdos, sem ser um ato de
transmissão de conhecimento, alinhados a uma leitura crítica da realidade (FREIRE,
1991), pois “impossível pensar em educação sem pensar em conhecimento” (Ibidem,
1991, p. 113).
Essa leitura crítica da realidade do educando, “[...] se constitui como um
importante instrumento de resgate da cidadania que reforça o engajamento do
cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhora da qualidade de vida e pela
transformação social” (FREIRE, 1991, p. 68).
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Deste modo, a educação “[...] se compromete com a necessária emancipação


das classes oprimidas” (FREIRE, 1991, p. 71).
Freire explica que o ato de ler e escrever não muda por si só as condições de
vida do cidadão, mas são ferramentas de emancipação para a luta coletiva dos
trabalhadores, para as mudanças estruturais que devem ocorrer na sociedade.
(FREIRE, 1991).
Para Paulo Freire (1991), a sociedade é opressão gerada pelas pessoas de
classes dominantes, que barram o desenvolvimento das escolas e das pessoas
populares, retirando os direitos, voz ou criando obstáculos para que as classes
oprimidas não alcancem sua liberdade.
O ser humano é um ser em constante mudança para a humanização, que
compreende que tem consciência e é sensual, cheio de vida, que busca sua liberdade
ao se emancipar da opressão (FREIRE, 1991), são “seres fazedores de coisas,
transformadores, contempladores, falantes, sociais, terminamos por nos tornar
necessariamente produtores de saber. Como por necessidade procuramos a boniteza
e a moral” (Ibidem, p. 112).

6 PRÁTICAS EDUCATIVAS

A participação popular na criação da cultura e da educação é um movimento


que busca romper com a tradição elitista, na qual apenas a elite é vista como
competente e capaz de definir as necessidades e interesses de toda a sociedade. A
escola deve ser um espaço de diálogo e de troca de conhecimentos, no qual a
participação dos alunos, suas famílias e comunidade em geral é valorizada e
incentivada. (FREIRE, 1991). Através desse diálogo, as diferentes visões de mundo e
as experiências dos diferentes grupos sociais podem ser compartilhadas e
valorizadas, esperançosas para a construção de uma cultura mais plural e
democrática. Sendo assim, a escola também pode ser um espaço de organização
política das classes populares, onde essas classes podem se articular e se mobilizar
para reivindicar seus direitos e lutar por uma educação mais democrática e inclusiva
(Ibidem,1991).
Segundo Saul (2012), pode-se afirmar que legado de Paulo Freire foi influente
e recriado nos sistemas públicos de ensino a partir da década de 90, que auxiliaram
a criação de uma escola pública democrática e popular com um modelo que inspirou
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para políticas de educação adotadas por diversas redes de ensino que buscam
promover uma educação crítica e emancipadora.
Paulo Freire (1991) destaca a importância da aproximação das universidades
com as escolas, para um conhecimento da realidade com forma de repensar as
mudanças necessárias para o ensino.
A educação é um processo social que envolve diferentes grupos interesses, e
a reformulação do currículo deve refletir essas diversidades e necessidades (FREIRE,
1991).
Um importante eixo para as práticas educativas, é a valorização e respeito à
cultura do aluno e sua visão de mundo, que agrega valores ao conhecimento,
transformando a aprendizagem de modo significativo (FREIRE, 1991).
Outra ação necessária para a mudança da escola, é a valorização dos
educadores seguido do aumento de salários e ouvir atentamente a população, para
saber dela o que se espera da escola ou críticas que têm da mesma, ouvir os pais, os
estudantes, os funcionários e os especialistas das mais diversa áreas do
conhecimento, isto é, combater o autoritarismo, o elitismo e fortalecer a democracia
escolar, pois a prática educativa é fundamental para o regaste da liberdade do povo
oprimido (FREIRE, 1991).
A participação desses grupos também pode ajudar a garantir que o currículo
reflita as necessidades e preocupações da comunidade, bem como as metas e
objetivos de aprendizagem. Além disso, uma abordagem democrática na
reformulação do currículo pode envolver a consulta a especialistas e pesquisadores
em diferentes áreas, para garantir que o currículo esteja atualizado e reflita as
melhores práticas educacionais disponíveis (FREIRE,1991).
O processo democrático na reformulação do currículo pode ajudar a garantir
que as necessidades e os interesses da comunidade sejam considerados, bem como
garantir a qualidade do currículo e a eficácia da educação. (FREIRE, 1991).
A educação é uma ferramenta poderosa para moldar a forma como as
pessoas pensam, agem e interagem com o mundo ao seu redor. Ela é fundamental
para a formação de indivíduos críticos e conscientes, capazes de analisar a realidade
e tomar decisões com base em valores éticos e morais (FREIRE, 1991).
A politicidade da educação refere-se à forma como as escolhas educacionais
são feitas e como essas escolhas são influenciadas por questões políticas, religiosas,
sociais e culturais. Essas questões estão presentes em todas as etapas do processo
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educativo, desde a definição dos objetivos educacionais até a seleção dos conteúdos
e metodologias de ensino (FREIRE, 1991). Por exemplo, a escolha de ensinar uma
determinada perspectiva histórica pode ser vista como uma escolha política, assim
como a decisão de incluir ou excluir certos temas ou valores dos currículos escolares.
A politicidade da educação nos lembra que as escolhas educacionais são
sempre influenciadas por questões políticas, e que é importante reconhecer e refletir
sobre essas influências para garantir que a educação atenda aos objetivos mais
amplos de uma sociedade justa e democrática (FREIRE,1991).
“Sonhamos com uma escola que, porque séria, se dedique ao ensino de forma
competente, mas dedicada, séria e competente ao ensino, seja uma escola geradora
de alegria” (FREIRE, 1991, p. 37).
A escola que desejamos não deve cometer injustiças com as crianças de
classes favorecidas nem negar o direito das crianças de classes populares de
aprender e estudar o mesmo conteúdo que as crianças das classes mais abastadas
estudam. A criação de uma escola assim requer a reformulação do currículo, levando
em consideração uma compreensão mais ampla desse conceito (FREIRE, 1991).
Para criar uma escola que promova a justiça social, é necessário repensar o
currículo e garantir que ele seja inclusivo e diversificado. O currículo deve ser
concebido para atender às necessidades e realidades das diversas comunidades
escolares, reconhecendo e valorizando suas culturas, tradições e formas de
conhecimento. Além disso, deve ser desenvolvido de forma a estimular o pensamento
crítico, a criatividade e a capacidade de resolução de problemas, com o objetivo de
preparar os alunos para enfrentar os desafios (FREIRE, 1991).
Todo projeto pedagógico possui um caráter ideológico e político implícito ou
explícito, já que a educação não é um processo neutro, mas sim um processo que
está inserido em uma determinada sociedade, com valores, crenças e visões de
mundo específicas. Portanto, é impossível desvincular a educação de questões
ideológicas e políticas (FREIRE, 1991).
As práticas educativas são as diferentes formas que compõe o processo de
desenvolvimento do cidadão para uma vida crítica, reflexiva e consciente, dentro de
um contexto social, político e cultural. Para tanto, a escola deve ter caráter político e
nunca neutra, isto é, saber para quem, para quê, contra quem e a favor de quem essa
política é direcionada, devendo ser políticas democráticas, eficiente e consciente, que
respeita e ouve as crianças, seus familiares e a comunidade escolar (FREIRE, 1991).
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É importante que os professores e pais estejam abertos a novas ideias e


perspectivas e estejam dispostos a atualizar constantemente seus métodos e
conteúdo, para que possam oferecer aos alunos um ensino atualizado e relevante
(FREIRE,1991).
A posição política ou ideológica do trabalhador do ensino pode influenciar em
suas opiniões e abordagens educacionais, mas isso não deve ser o fator principal em
sua profissão. A educação deve ser vista como uma ferramenta para o
desenvolvimento humano e social, e o objetivo principal deve ser proporcionar aos
alunos uma educação de qualidade, independente de suas posições políticas ou
ideológicas (Freire,1991).
Dentro das práticas educativas, está inserido o bem-estar de todos.
Para que todos estejam bem, é necessário que o espaço escolar esteja
adequado para atender as necessidades de quem o utiliza. Para isso, a escola deve
estar em boas condições de uso, o que demonstra respeito aos educandos e
educadores. E esse respeito deve ser estendido ao educador também com sua
formação permanente (FREIRE, 1991), que consistem em uma “[...] prática político-
pedagógica séria e competente que responda à nova fisionomia da escola que se
busca construir” (Ibidem, p. 80), além de um trabalho ativo e guiado pela reflexão e
uma análise da prática pedagógica embasada em uma teoria que também deverá ser
analisada e refletida, pois a educação pública é um direito fundamental e deve ser
garantido pelo Estado (Ibidem), “a política de privatização do ensino obviamente
afetaria, em cheio, os interesses das classes populares, uma vez mais pagando o
conforto e as regalias das chamadas ‘favorecidas’” (Ibidem, p. 50).
Segundo Freire (1991), a alfabetização de jovens e adultos deve ser encarada
de forma global, não se limitando apenas a ensinar a ler e escrever. É preciso
considerar a educação como um processo transformador, capaz de contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, críticos e atuantes na construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Ao oferecer a oportunidade de aprender a ler e escrever, a alfabetização de
jovens e adultos também possibilita o acesso a informações importantes sobre direitos
sociais e cidadania, além de promover o desenvolvimento de habilidades e
competências necessárias para uma participação mais ativa na vida social, política e
econômica (FREIRE, 1991).
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A alfabetização deve ser vista como um instrumento de empoderamento e


transformação social, que pode contribuir para a conquista de direitos sociais ainda
não saídos do papel, para a melhoria da qualidade de vida e para a promoção de
mudanças desenvolvidas na sociedade (FREIRE, 1991).
Aa implementação de uma pedagogia progressista implica em reconhecer e
combater essa ideologia dominante, e promover uma educação que seja crítica,
emancipatória e voltada para a transformação social (FREIRE, 1991).
Freire reconhece que a educação não é única chave para a transformação da
sociedade, mas salienta que a educação pode ajudar a fortalecer a democracia, e que
isso só será possível se houver uma luta em favor da escola pública, política e e
competente (FREIRE, 1991).
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PERCEPÇÃO SOBRE A LEITURA DA OBRA PARA VIDA PESSOAL DE CADA


INTEGRANTE

Eu, Cristiane, escrevo para compartilhar minha opinião sobre a importância


da pedagogia na cidade. Como diversas questões, acredito que a educação é
fundamental para o desenvolvimento humano e social, e que a cidade é um espaço
privilegiado para o aprendizado e a construção do conhecimento.
Em primeiro lugar, a pedagogia na cidade pode ser uma ferramenta poderosa
para a transformação social. Por meio da educação, os indivíduos podem adquirir um
olhar mais crítico e consciente sobre a realidade em que vivem, identificar problemas
sociais e políticos que vivenciaram suas vidas, e buscar soluções coletivas para
enfrentá-los. Nesse sentido, a pedagogia na cidade pode ser um meio para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham acesso às
mesmas oportunidades e possam desenvolver todo o seu potencial.
Por fim, acredito que a pedagogia na cidade deve ser uma abordagem
participativa e colaborativa, em que os indivíduos sejam vistos como cocriadores do
conhecimento. Ao invés de serem mero receptores passivos, os alunos devem ser
estimulados a interagir e contribuir para a construção do conhecimento, a partir de
suas próprias experiências e vivências na cidade. Dessa forma, a educação pode ser
mais significativa e relevante para os indivíduos, e contribuir para o seu
desenvolvimento pessoal e social.
Em resumo, a pedagogia na cidade é uma abordagem fundamental para a
educação e o desenvolvimento humano e social. Por meio dela, os indivíduos podem
adquirir habilidades e conhecimentos importantes, transformar a sua realidade e
construir uma sociedade mais justa e igualitária. Espero que essa reflexão possa
contribuir para o debate e a valorização da educação nas cidades.

Cristiane Régio de Sousa


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Eu, Jeferson, quando li o livro "Educação na cidade" de Paulo Freire, fiquei


impressionado com a forma como ele abordava a relação entre educação e cidade. O
autor defende que a educação deve ser libertadora e crítica, levando em conta a
realidade social dos estudantes e incentivando sua participação ativa no processo de
aprendizagem.
Paulo Freire é um autor muito importante na área da educação, ele acreditava
que a educação deveria ser uma ferramenta para a transformação da sociedade e
para a formação de cidadãos críticos e engajados. Sua abordagem se concentra em
permitir que os alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem,
para que possam desenvolver habilidades e competências necessárias para lidar com
a realidade social em que vivem.
Acredito que as ideias de Paulo Freire são muito relevantes para a educação
atual, pois nos desafiam a repensar a forma tradicional de ensino e buscar alternativas
mais participativas e libertadoras. Seu trabalho nos inspira a criar um ambiente
educativo que estimula a participação ativa dos estudantes, promove o diálogo e a
reflexão crítica sobre a realidade social.
Em resumo, a obra de Paulo Freire ampliou minha visão sobre a educação e
me motivou a buscar novas formas de ensinar e aprender.

Jeferson Rodrigues Garcia


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Eu, Jennyffer, através deste texto, venho falar um pouco sobre a importância
do legado de Paulo Freire, a partir de sua obra A Educação na Cidade, para minha
vida como pedagoga.
Compreender os escritos das obras de Paulo Freire, é compreender que,
para o progresso da educação brasileira, é necessário colocar em prática, as riquezas
teóricas que temos em mãos.
Entender a educação como caminho para a libertação da opressão, saber
como construir uma escola progressista, alcançar a democracia escolar, é sem dúvida,
um dos principais legados deixados por Paulo Freire, que eu, como futura pedagoga,
buscarei levar para minha vida de modo que a teoria e a prática se confundam.
A obra A Educação na Cidade, é uma obra que traz uma elucidação da
realidade, de forma objetiva e concreta, como forma de guia para seus leitores críticos,
que buscam inovar assertivamente na educação.
Os pontos que posso elencar como principais para serem levados na minha
carreira como educadora é ser uma pessoa que ensina pelo exemplo, isto é, não ser
o tipo de professora que fala mas não prática o que fala; trazer a democracia para a
sala de aula ao permitir que todos os educandos possam expor suas ideias, ideais e
sua cultura; envolver a comunidade escolar, a família e funcionários nas tomadas de
decisões; mostrar aos educandos que aprender exige deles pensar, questionar,
investigar, refletir, sem aceitar tudo como verdade imposta; o educando deve ser
sujeito ativo para criar conhecimento; ser uma educadora ativa e apaixonada pela
educação, que sabe que não há educação sem política; uma pessoa que sabe seu
valor como cidadã e que todos nós devemos lutar pela melhoria das nossas escolas
públicas e fazer de tudo, principalmente para as crianças de classe popular possam
ingressar na escola e não ser excluída dela.
Ler as obras de Paulo Freire não é simplesmente uma atividade de leitura e
sim, uma lição de como encaminhar a educação pública para a democracia. Freire
com sua sabedoria e com sua humildade, mesmo que em palavras, consegue
transmitir essa energia da prática em suas ações, de modo que me envolve de tal
maneira, que sinto em meu íntimo, meu dever como educadora, de fazer acontecer
as mudanças tão almejadas por ele, de forma completa e assídua.

Jennyffer Patrícia de Souza Ribeiro


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Eu, Jéssica, ao ler o livro A Educação na cidade consegui compreender a


importância do diálogo na educação: Paulo Freire destaca que o diálogo é uma das
principais ferramentas para o processo educativo. Ele defende que o diálogo autêntico
é uma relação horizontal entre professor e aluno, em que ambos aprendem e ensinam
ao mesmo tempo. Isso pode ajudá-lo a entender que a educação não é um processo
unilateral em que o professor transmite conhecimento ao aluno, mas sim uma relação
dialógica em que ambos têm um papel ativo. Além de refletir sobre a realidade do
aluno: Paulo Freire enfatiza a importância de entender a realidade do aluno como
ponto de partida para o processo educativo. Ele argumenta que o professor precisa
estar ciente das condições sociais, econômicas e culturais do aluno para poder
construir um processo educativo significativo e contextualizado. Ao ler o livro, me levou
a refletir sobre a realidade dos alunos e como desenvolver estratégias pedagógicas
que os ajudem a aprender de forma mais significativa.
Ao ler a obra conheci essas críticas e refletir sobre como pode transformar a
prática pedagógica para torná-la mais libertadora e significativa para seus alunos.
Com toda a certeza foi apenas um ponto de partida para um processo contínuo de
reflexão e aprimoramento para minha prática pedagógica.

Jéssica Priscila Zawadzki


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Eu, Mariani, quando realizei a leitura da obra escrita pelo autor Paulo Freire A
Educação na Cidade, vários foram os ensinamentos, não somente pessoal, mas
profissional como Educador.
Pois entendemos que precisamos nos adaptar tanto na forma de ensinar e se
relacionar com os alunos, trabalhar com o diálogo entre ambas as partes, saber falar,
mas também ouvir para que o educando se torno ativo em todo o processo de
aprendizagem, adaptar o ambiente escolar para que se torne a extensão da vivência
fora dele.
Sendo assim que não podemos fazer nada sozinhos que tudo está interligado e que
precisamos fazer a junção de vários fatores que nos ajudem chegar ao resultado que
se espera.
Sendo assim levarei para vida todo conteúdo estudo através não somente os
ensinamentos desta obra do autor, mas de várias outras estudadas por mim.

Mariani de Ramos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA EaD
POLO CURITIBA

REFERÊNCIAS

FERRARI, M. Revista Nova Escola. Paulo Freire - O mentor da educação para a


consciência. 2008. Disponível em: http://images.wikia.com/estudaria/pt-
br/images/d/d4/Apostila_do_Estudaria-_Pensadores_da_Educa%C3%A7%C3%A3o-
Paulo_Freire.pdf. Acesso em: 19 abr. 2023.

FREIRE, P. A Educação na Cidade. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1991.

GADOTTI, M. (org.). PAULO FREIRE: uma biobibliografia. Uma biobibliografia.


Disponível em: http://seminario-
paulofreire.pbworks.com/f/unid2_ativ4paulofreire_umabiobibliografia.pdf. Acesso em:
20 abr. 2023.

INSTITUTO Paulo Freire. Educar para transformar. Paulo Freire é o terceiro


pensador mais citado em trabalhos pelo mundo. 2016. Disponível em:
https://www.paulofreire.org/noticias/463-paulo-freire-%C3%A9-o-terceiro-pensador-
mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo. Acesso em: 19 abr. 2023.

SAUL, A. M. A construção da escola pública, popular e democrática, na gestão


Paulo Freire, no município de São Paulo. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de
Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas – 2012. Disponível em:
http://acervo.paulofreire.org:8080/xmlui/handle/7891/4344. Acesso em: 21 abr. 2023.

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