Você está na página 1de 20

ANÁLISE DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO

ÂMBITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA, NO PERÍODO DE


2018 A 2022

Thainã de Mattos Freire Barbosa1


Vítor Muniz2

RESUMO
As universidades brasileiras devem seguir o princípio da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão, segundo a Constituição Federal de 1988. Considerando-
se a importância significativa da extensão universitária para o cumprimento dos
objetivos institucionais, o presente estudo procurou entender como o financiamento
público tem impactado no desenvolvimento da extensão universitária na Universidade
Federal do Sul da Bahia a partir da análise do período compreendido entre 2018 e
2022. A análise dos dados demonstrou que o financiamento público tem contribuído
positivamente para o desenvolvimento das atividades de extensão na universidade,
especialmente por meio da concessão de bolsas como forma de incentivo à
participação discente.

PALAVRAS-CHAVE: Orçamento público; Extensão universitária; financiamento


público.

ABSTRACT
Brazilian universities must follow the principle of inseparability between teaching,
research, and outreach, according to the Federal Constitution of 1988. Considering the
significant importance of university outreach for the fulfillment of institutional objectives,
this study sought to understand how public funding has impacted the development of
university outreach at the Federal University of Southern Bahia, based on the analysis
of the period between 2018 and 2022. The analysis of the data demonstrated that
public funding has positively contributed to the development of outreach activities at
the university, especially through the provision of scholarships as a way to incentivize
student participation.

KEYWORDS: Public budget; University outreach; Public funding

1
Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz, Especialista em Temas de Direito Público e
Privado pela Faculdade de Ilhéus e Mestranda em Administração Pública pela Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. E-mail: thainafreireadv@gmail.com
2
Graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (Itabuna-BA), Especialista em
Gerenciamento de Projetos pela Universidade Cândido Mendes e Mestrando em Administração Pública pela
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
2

INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 estipula, em seu artigo 207, que as


universidades brasileiras devem seguir o princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, estabelecendo um pacto entre as Instituições de Ensino
Superior (IES). Esse princípio, conhecido como Tripé Universitário ou Tríade
Acadêmica, define o papel das universidades no país e é composto pelos pilares do
ensino superior, pesquisa universitária e extensão universitária.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96), que regula
o sistema educacional, estabelece a finalidade da educação superior em estimular a
criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo,
abrangendo cada um dos pilares do Tripé Universitário e sua indissociabilidade.
Essa conexão entre as atividades e objetivos do ensino superior é um princípio
fundamental da Constituição de 1988 e objetiva a integração da teoria e prática por
meio do ensino, pesquisa e extensão. Embora as três frentes que compõem a tríade
sempre tenham existido, a nomenclatura e distinção entre elas permitem uma
identificação mais objetiva, orientando as universidades em relação ao que devem
fazer e alcançar.
Segundo a Política Nacional de Extensão Universitária (2012):
A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo
interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a
interação transformadora entre Universidade e outros setores da
sociedade.

O conceito de extensão universitária refere-se a prática de estender o


conhecimento e os recursos da universidade para a comunidade em geral, além do
seu campus. Envolve a aplicação de expertise acadêmica e pesquisa para atender às
necessidades da sociedade e promover o desenvolvimento social. A extensão
universitária abrange uma ampla gama de atividades, como serviço comunitário,
palestras públicas, oficinas, projetos colaborativos com organizações locais e
iniciativas voltadas para melhorar a educação, a saúde, a sustentabilidade ambiental
e a justiça social. O objetivo da extensão universitária é fomentar relacionamentos
mutuamente benéficos entre a instituição acadêmica e a comunidade, promovendo a
troca de conhecimento, o engajamento cívico e o impacto social positivo.
3

Nesse sentido, o presente estudo visa abordar a seguinte problemática: Como


o financiamento público tem impactado o desenvolvimento da extensão universitária
na Universidade Federal do Sul da Bahia, no período de 2018 a 2022?
A pesquisa realizada se caracteriza como exploratória (GIL, 2002), pois possui
a finalidade de fornecer informações mais detalhadas que permitirão analisar a
influência do financiamento público na área de extensão universitária no âmbito da
UFSB, no período de 2018 a 2022. Como será realizada a caracterização do
orçamento destinado à extensão por meio da análise da sua execução, bem como
das atividades extensionistas, este estudo também se caracteriza como pesquisa
descritiva que, conforme Andrade (2002), possui a finalidade de observar, registrar,
analisar e interpretar fatos, sem interferência do pesquisador.
Quanto à natureza dos dados, esta pesquisa apresenta natureza quantitativa.
Sobre essa tipologia de pesquisa, ela atém-se a dados numéricos relativos às
atividades de extensão da UFSB, além do uso de técnicas estatísticas na coleta de
informações e no tratamento dos dados. Assim, o presente estudo contou com a
estatística descritiva a fim de analisar os recursos aplicados nas ações de extensão
da UFSB.
Para tanto, iniciaremos com um breve histórico das universidades e da
extensão universitária, especialmente da UFSB. Em seguida, serão identificadas as
atividades de extensão realizadas durante o período investigado e os recursos
financeiros alocados para a extensão. Por fim, estabeleceremos a relação entre o
financiamento público e a extensão universitária desenvolvida na UFSB.

1. UM BREVE HISTÓRICO

Como parte de um projeto de expansão da oferta de Educação de Nível


Superior, foi implementado no ano de 2007 o Programa de Reestruturação
Universitária (REUNI) por meio do Decreto Nº. 6.096 de 24/04/2007, representando
uma continuidade das iniciativas de ampliação do ensino superior durante o primeiro
mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O programa REUNI adotou medidas com o intuito de aprimorar tanto a
infraestrutura quanto a qualidade acadêmica das instituições existentes, promovendo
sua presença em áreas mais remotas e criando novas universidades e institutos de
educação superior em todo o país. Entre os anos de 1980 e 1998, uma instituição
4

federal de ensino superior foi estabelecida, enquanto de 2002 a 2009 foram criadas
21 instituições. Durante o período de 2007 a 2009, houve uma redução no número de
instituições de ensino superior públicas, atribuída à criação dos Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia, que, em muitos casos, resultaram da fusão de
Centros Federais de Educação Tecnológica. (BARRETO, 2012)
Apesar do crescimento vivenciado pelas universidades públicas ter trazido
benefícios para os pilares do ensino e da pesquisa, que ocupam posições sólidas na
estrutura educacional atual, é possível observar que a extensão ainda ocupa um
espaço menor na vida acadêmica (SOUSA, 2018), revelando uma certa fragilidade na
integração entre ensino, pesquisa e extensão (PEREIRA, 2021).
As lutas históricas pela extensão no Brasil renderam conquistas significativas,
como a elaboração da Política Nacional de Extensão Universitária e a inclusão desse
tema no Plano Nacional de Educação (PNE). A Política Nacional de Extensão
estabelece conceitos, diretrizes e critérios para avaliar as ações extensionistas.
Conforme destacado pelo Forproex (2012, p. 22), é fundamental fortalecer a
extensão universitária, compreendendo suas especificidades e sua relação intrínseca
com o ensino e a pesquisa. Essa necessidade de fortalecimento implica em mudanças
no sistema de financiamento, não apenas para aumentar os recursos destinados à
extensão, mas também para garantir maior estabilidade, solidez e transparência na
alocação dos recursos para as atividades extensionistas (FORPROEX, 2012).
Além disso, em 18 de dezembro de 2018, foi dado mais um passo significativo
para valorizar a extensão com a aprovação da Resolução CNE/CES nº 7, que
estabelece diretrizes para a extensão no ensino superior brasileiro. Essa resolução
representa um avanço ao integrar a extensão à matriz curricular e à organização da
pesquisa nas instituições de ensino superior (BRASIL, 2018). Dessa forma, esse
marco normativo fortalece o compromisso estabelecido tanto no Plano Nacional de
Educação quanto na Política Nacional de Extensão, impulsionando a consolidação da
extensão universitária.
A Extensão Universitária desempenha um papel fundamental como um dos
pilares orientadores das Instituições de Ensino Superior (IES). De acordo com Souza
(2016, p. 24), ela está intrinsecamente ligada à crença de que o conhecimento gerado
por essas instituições deve ser utilizado para transformar a realidade social e intervir
nas questões existentes. Nesse contexto, a extensão se torna uma ponte entre a
academia e a sociedade, promovendo ações e projetos que buscam soluções para
5

problemas sociais, disseminando o conhecimento produzido e estabelecendo um


diálogo entre a academia e a comunidade. Assim, a extensão universitária se
consolida como uma importante ferramenta para a construção de uma sociedade mais
justa, inclusiva e desenvolvida.
A extensão universitária enfrenta desafios significativos devido à escassez de
recursos públicos (Silvestre et al., 2022; Sguissardi, 2006; Freitas et al., 2005). A falta
de investimentos adequados compromete a realização de projetos e ações de
extensão, limitando seu alcance e impacto nas comunidades. Isso dificulta a
contratação de profissionais qualificados, a realização de eventos e a aquisição de
materiais necessários, além do apoio logístico para as atividades extensionistas. A
restrição financeira também dificulta a ampliação das ações e a articulação com
demandas sociais urgentes.
Diante deste cenário, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB),
localizada no sul do estado da Bahia, surgiu como uma importante resposta aos
desafios enfrentados na região. Criada em 2013, por meio da Lei nº 12.818, a UFSB
tem como objetivo promover a interiorização do ensino superior e contribuir para o
desenvolvimento regional.
A região sul da Bahia é caracterizada por uma diversidade socioeconômica
marcante. Apesar de possuir riquezas naturais, como extensas áreas de Mata
Atlântica, reservas indígenas e quilombolas, além da relevância econômica da
produção de cacau e turismo, enfrenta desafios socioeconômicos, como
desigualdades sociais, falta de infraestrutura e carência de oportunidades
educacionais. Nesse contexto, a criação da UFSB busca reduzir as disparidades
regionais e promover o desenvolvimento sustentável por meio do acesso ao ensino
superior de qualidade.
A UFSB possui um modelo acadêmico inovador, baseado na
interdisciplinaridade e na integração com a comunidade. Sua estrutura é composta
por três campi: Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas, estrategicamente
localizados para atender as demandas educacionais da região. Além disso, a
universidade conta com uma política de ações afirmativas que busca garantir a
inclusão de estudantes de diferentes origens e realidades socioeconômicas.
A criação da UFSB representa um importante avanço no fortalecimento do
ensino superior na região sul da Bahia. Ao oferecer cursos de graduação e pós-
graduação, a universidade busca formar profissionais qualificados e comprometidos
6

com o desenvolvimento local, estimulando a produção de conhecimento científico e


tecnológico voltado para as necessidades regionais. Além disso, a UFSB também
desenvolve projetos de extensão que visam promover a integração entre a academia
e a sociedade, contribuindo para o enfrentamento dos desafios locais e a valorização
da cultura e identidade regional.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), conforme expresso em sua
Carta de Fundação, tem o compromisso de promover a extensão universitária como
um meio de gerar e compartilhar inovações, avanços, perspectivas, propostas,
conquistas e benefícios resultantes da criação e da pesquisa. Através de um amplo e
diversificado intercâmbio com instituições, empresas, organizações e movimentos da
sociedade, a UFSB busca contribuir para o processo de desenvolvimento local,
regional, nacional e global. Essa atuação em extensão é uma maneira de estabelecer
parcerias e disseminar o conhecimento produzido pela universidade, visando o
benefício da sociedade em todas as suas dimensões.

2. A EXTENSÃO NA UFSB

O presente estudo visa fornecer informações detalhadas que permitirão


analisar a influência do financiamento público na área de extensão universitária no
âmbito da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), no período de 2018 a 2022.
Será realizada a caracterização do orçamento destinado à extensão por meio da
análise de sua execução, bem como das ações extensionistas.
A amostra constitui-se de ações extensionistas realizadas na UFSB no período
de 2018 a 2022, das quais há aquelas consumidoras de recursos orçamentários e as
que não demandam de financiamento público para sua realização. Sendo assim, esta
pesquisa considerou o conjunto de todas as ações de extensão realizadas no período
de investigação para a construção das análises apresentadas.
A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa documental baseada
em documentos institucionais referentes às atividades extensionistas realizadas no
período e aos recursos aplicados na consecução dessas ações. Os principais
documentos pesquisados foram: editais de bolsas, planilhas e relatórios de gestão
fornecidos pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), relativos ao período abrangido
pelo estudo.
7

A UFSB é uma instituição de ensino superior (IES) criada no contexto de


expansão dos investimentos em educação superior, no ano de 2013. A UFSB tem por
objetivo ministrar ensino superior, desenvolver pesquisa nas diversas áreas do
conhecimento e promover a extensão universitária, caracterizando sua inserção
regional mediante atuação multicampi.
Na UFSB, é a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEX) a unidade
administrativa encarregada de apoiar e acompanhar o desempenho das ações
extensionistas promovendo a integração entre a comunidade acadêmico e a
sociedade em geral mediante a prestação de serviços.
O intuito da PROEX é estimular atividades de extensão que proporcionem
práticas emancipatórias de forte impacto social. Com cadastro aberto em fluxo
contínuo para programas, projetos, eventos, cursos e produtos, além do lançamento
pontual de editais para bolsas e apoio a atividades, a PROEX procura ter como base
práticas que superam o enfoque centrado apenas na difusão de conhecimento
acadêmico e que buscam a inserção da universidade na realidade social e política
brasileira por meio de projetos que valorizem práticas dialógicas, a formação discente
e o tripé ensino-pesquisa-extensão.
A PROEX é responsável por planejar, gerir, propor, coordenar, implementar,
acompanhar, avaliar, atualizar as políticas, diretrizes e normativas de extensão e
cultura, com o objetivo de garantir a consolidação de um projeto de universidade que
contemple a justiça e os direitos sociais. As ações são orientadas pela relação
horizontal com a comunidade não-universitária do Sul e Extremo Sul da Bahia,
priorizando as comunidades tradicionais e os povos originários, as populações em
situação de vulnerabilidade social, econômica, cultural, ambiental, as comunidades de
periferias urbanas, entre outros grupos historicamente excluídos.
A estrutura organizacional da PROEX é apresentada na Figura 1.
8

Figura 1 – Organograma da PROEX


Fonte: site da UFSB (2023)

A gestão do orçamento destinado às atividades extensionistas ocorre de forma


compartilhada entre a Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) e a PROEX, sendo
que esta faz o controle do orçamento gasto e a PROPLAN se encarrega de autorizar,
de executar e, também, de controlar a execução orçamentária.
Na Universidade Federal do Sul da Bahia, a política de extensão tem se
consolidado e fortalecido ao longo dos anos pelo conjunto de atividades realizadas
desde sua criação. Além dos programas e ações institucionais, a extensão na UFSB
é desenvolvida especialmente por meio de programas, projetos, eventos, cursos e
produtos, conforme apresenta-se na Tabela 1, contando com a participação de
docentes, técnicos-administrativos e estudantes.

Tabela 1 – Atividades de extensão por ano.


Atividades de Extensão 2018 2019 2020 2021 2022
Programas 0 0 2 10 15
Projetos 45 19 48 179 217
Eventos 22 17 31 123 214
Cursos 10 16 15 62 107
Produtos 1 1 3 13 5
TOTAL 78 53 99 387 558
Fonte: elaboração própria (2023).
9

Com base na Tabela 1, observa-se que a grande maioria das ações


compreende projetos e eventos de extensão. Pelo disposto, verifica-se que, ao longo
do período, a quantidade total de ações apresentou grande oscilação, tendo um
crescimento bastante considerável, mesmo no período pandêmico.
Embora o sistema SIGAA de Extensão já esteja implementado desde 2018,
ainda existe uma quantidade indefinida de atividades desenvolvidas sem que tenham
sido devidamente cadastradas no sistema, isto é, sem o devido registro.

Tabela 2 – Atividades de extensão por eixo temático.


Eixo Temático 2018 2019 2020 2021 2022
Saúde 23% 23% 30% 30% 25%
Educação 23% 23% 20% 31% 36%
Tecnologia e Produção 5% 4,5% 5% 4% 3%
Meio Ambiente 21% 20% 16% 12% 15,5%
Direitos Humanos e Justiça 3% 8% 14% 9% 7%
Trabalho 1% 0,5% 0% 0,5% 0,5%
Cultura e Arte 20% 16% 10% 10% 8%
Comunicação 4% 5% 5% 3,5% 5%
Fonte: Elaboração própria (2023).

Com base nas informações acima, nota-se que os eixos temáticos da Saúde e
da Educação respondem pela maior parte das atividades cadastradas no período.

Gráfico 1 – Distribuição das atividades realizadas por campus (2018 a 2022)

ATIVIDADES DE EXTENSÃO POR


CAMPUS 2018 A 2022

19%
Campus Jorge Amado
44% Campus Sosígenes Costa
Campus Paulo Freire
37%
10

Como se percebe, a maioria das atividades extensionistas tem sido


desenvolvidas no campus Paulo Freire, situado em Teixeira de Freitas-Ba. Esses
dados fazem sentido pois é nesse campi que se concentra a área de saúde e,
conforme Tabela 2, o eixo temático da Saúde é o que possui mais atividades
cadastradas ao longo dos anos. Em seguida, o campus Sosígenes Costa, que fica em
Porto Seguro-Ba, e, por fim, o campus Jorge Amado, com sede em Itabuna-Ba.
Essa sobreposição das atividades do eixo da saúde pode estar relacionada ao
fato de que os projetos dessa área objetivam proporcionar a prática dos ensinamentos
na comunidade, incluindo ainda as Ligas Acadêmicas, conforme aponta a pesquisa
de Oliveira e Almeida Júnior (2015).
Como visto, algumas áreas possuem dificuldade para desenvolver extensão e
isso serve de alerta para que a gestão possa “diagnosticar quais as dificuldades e
potencialidades de cada área do conhecimento e buscar construir estratégias para
melhorar estes números” (MARTINELLI; MULLER, 2017, p. 9).

Tabela 3 – Quantidade de bolsas de extensão por ano.


2018 2019 2020 2021 2022
Bolsas de Extensão 0 50 0 54 71
(Editais PROEX)
Fonte: elaboração própria (2023).

Em 2019 foram publicados os primeiros editais de bolsas de extensão da


Universidade (Edital Prosis n° 14/2019 e Edital Prosis n° 19/2019). Os editais foram
elaborados em conformidade em com os critérios da Política Nacional da Extensão e
previam a submissão de projetos em diversas áreas temáticas como cultura e arte,
educação e meio ambiente, disponibilizando uma cota do orçamento institucional para
o desenvolvimento das atividades.
Em 2020 não foi lançado edital de bolsas de extensão. Em compensação, foi
lançado um edital destinado ao apoio financeiro a atividades de extensão realizadas
com foco no enfrentamento à Pandemia de Covid-19.
Em 2021 foram lançados três editais de bolsas de extensão, gerando 54 bolsas
para os/as discentes.
Em 2022, foram concedidas 71 bolsas de extensão a projetos realizados com
as escolas da rede pública do território de abrangência da UFSB. Mais da metade das
11

bolsas foi destinada ao Programa institucional “CURSO PRÉ-UNIVERSITÁRIO


POPULAR NOS CUNIS DA UFSB”. O programa visou dar suporte e reforço escolar
para alunos(as) do ensino médio da rede pública estadual, a fim de melhorar o preparo
para o ENEM e estimular os(as) discentes da UFSB a entrarem em contato com o
ensino.

Tabela 4 – Comparativo do número de atividades realizadas com a quantidade de


docentes e bolsistas envolvidos
Ano Atividades de Extensão Docentes Discentes Bolsistas
2018 78 77 0
2019 53 132 50
2020 99 132 0
2021 387 244 54
2022 558 205 71
Fonte: elaboração própria (2023)

Pelas informações contidas na Tabela 4, constata-se que o número de


atividades de extensão diminuiu no ano de 2019 e voltou a crescer em 2020. O número
de docentes cresceu de 2018 para 2019, se manteve estável de 2019 para 2020,
quase duplicou em 2021, e teve uma pequena redução em 2022.
O aumento do número de docentes pode indicar que eles passaram a atuar em
parceria no desenvolvimento das atividades de extensão, evidenciando uma maior
perspectiva de integração entre os docentes para o desenvolvimento de ações de
temáticas comuns, além de se constituir numa estratégia para a otimização de
recursos.
Observa-se também um grande crescimento em 2022, ano com o maior
número de atividades extensionistas cadastradas e com a maior quantidade de
docentes e bolsistas envolvidos com a extensão. Esse acréscimo das atividades de
extensão pode ser resultado da finalização da pandemia do COVID-19 aliada a política
institucional de priorização da concessão de bolsas para as atividades-fim, com o
incentivo da participação docente e à curricularização da extensão como formas de
estimular o desenvolvimento das atividades extensionistas.
12

O aumento do envolvimento dos professores é bastante expressivo ao se


comparar com o total de docentes na UFSB. Em termos percentuais, os docentes
extensionistas representam aproximadamente 62% do corpo docente da UFSB (332).
Com a quantidade de bolsistas, nota-se que a destinação de recursos para
custeio das bolsas não se comportou de forma perfeitamente regular, haja vista que
houve redução significativa em 2020, sem nenhuma bolsa, que pode ter decorrido em
virtude do início da pandemia e destinação dos recursos da extensão para o Edital
Prosis n° 07/2020, para apoio financeiro de projetos voltados ao combate ao
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus. Em 2021 e 2022 houve a retomada do crescimento de
bolsas, podendo ser resultado da política institucional de priorização do custeio das
atividades-fim, a qual tem assegurado a aplicação de recursos em ensino, pesquisa e
extensão.

Gráfico 2 – Evolução da quantidade de ações ao longo do período

558

387

99
78
53

-32,1% +86,8% +290,9% +44,2%


2018 2019 2020 2021 2022

Atividades de Extensão Coluna2

Fonte: elaboração própria (2023)

A quantidade de atividades não se comportou de forma regular ao longo do


período, inclusive apresentando queda na passagem de 2018 a 2019. O aumento do
número de ações extensionistas teve início em 2020 e atingiu seu maior patamar em
2022.
13

Gráfico 3 – Evolução do número de docentes extensionistas no período


300

244
250

205
200

150 132 132

100
77

50

0
2018 2019 2020 2021 2022

Número de docentes

Fonte: elaboração própria (2023)

A partir dos dados apresentados no Gráfico 3, é possível notar que a quantidade de


docentes extensionistas não se manteve regular, com exceção de 2019 e 2020. Teve
uma grande progressão em 2021 e reduziu um pouco em 2022.
No geral, os dados revelam que embora a quantidade de ações e bolsas
possam ter sofrido alterações em relação ao orçamento, o interesse dos docentes em
desenvolver as atividades de extensão cresceu no período, especialmente em 2021,
cujo aumento expressivo do número de docentes envolvidos pode ter relação com o
processo de curricularização da extensão, o qual além de contribuir para a
institucionalização da extensão por meio de sua inserção nas matrizes curriculares
dos cursos, realizou debates com a comunidade acadêmica sobre sua importância
para a formação profissional.
14

Gráfico 4 – Evolução do número de bolsistas


80
71
70

60
54
50
50

40

30

20

10
0 0
0
2018 2019 2020 2021 2022

Número de bolsistas

Fonte: elaboração própria (2023)

A quantidade de bolsas mostrou-se crescente a partir de 2021. Em 2018 não


houve editais de bolsas de extensão e nem em 2020. Em 2020, os recursos
orçamentários da extensão foram destinados ao Edital Prosis n° 07/2020, que deu
apoio financeiro aos projetos extensionistas voltados ao combate ao enfrentamento
da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus.
De modo geral, o aumento do número de bolsas revela que, mesmo com as
restrições orçamentárias impostas pelo Governo Bolsonaro, a instituição tem
assumido um compromisso com a extensão no período investigado.

3. RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS DESTINADOS À EXTENSÃO

Tabela 5 – Recursos totais destinados à Extensão


2018 2019 2020 2021 2022
R$55.000,00 R$162.200,00 R$111.112,00 R$165.000,00 R$374.510,00
Fonte: elaboração própria (2023)
15

A tabela mostra que o investimento na extensão aumentou consideravelmente


ao longo dos anos. Comparando-se de 2018 a 2022, houve uma progressão
aproximada de 680% no recurso orçamentário destinado à Extensão.
O processo orçamentário interno, feito a cada ano, se dá pela coleta de
informações orçamentárias junto às unidades acadêmicas e administrativas, as quais
encarregam-se de informar suas demandas por orçamento à PROPLAN, e esta faz a
consolidação dessas informações para, em seguida, remeter ao órgão setorial de
planejamento orçamentário, a SPO/MEC. Como a destinação de orçamento não
considera o número de projetos submetidos, isso evidencia uma certa fragilidade no
tratamento dado à extensão a nível institucional.

Tabela 6 – Recursos destinados às atividades-fim do período


Atividade-fim 2018 2019 2020 2021 2022
Pesquisa R$201.441,92 R$273.408,00 R$298.752,00 R$298.752,00 R$297.360,00
Extensão R$55.000,00 R$162.200,00 R$111.112,00 R$165.000,00 R$374.510,00
Fonte: elaboração própria (2023)

Tabela 7 – Média de recursos orçamentários por atividade-fim.


Atividade-fim Total Média
Pesquisa R$1.369.713,92 R$273.942,78
Extensão R$867.822,00 R$173.564,40
Fonte: elaboração própria (2023).

A partir dos dados das Tabelas 6 e 7, nota-se que a atividade de pesquisa


recebeu uma maior parte dos recursos. Sobre isso, Lima (2015) assevera que a
pesquisa tende a ser mais valorizada, ficando o ensino em segundo plano e, em última
instância, a extensão. No entanto, houve crescimento gradual da destinação de
orçamento para a extensão desde 2018, embora tenha havido um leve decréscimo
entre 2019 e 2020. Surpreendentemente, em 2022, o recurso destinado à extensão
foi superior ao da pesquisa. Tal fato pode ter decorrido do aumento de apoio financeiro
externo à pesquisa no ano de 2022.
Não foi possível fazer o levantamento orçamentário com relação à atividade de
ensino, pois conforme informação dada pela PROPLAN, a Universidade ainda não
conseguiu ter precisão no gerenciamento dos custos, pois muitas despesas
demandadas não se referem apenas ao ensino e estão aglutinadas com outras
16

despesas, a exemplo da manutenção de uma sala, materiais, etc. Portanto, a ausência


dessa informação limitou a presente pesquisa para fazer esse comparativo entre todas
as atividades-fim. Atualmente, já existe uma comissão estudando formas de se apurar
os gastos exclusivamente com o ensino.
O aumento do número de atividades de extensão verificado a partir de 2021 e,
expressivamente em 2022, pode ter decorrido do aumento orçamentário destinado à
Extensão, além de se somarem às ações de fluxo contínuo, que não carecem de
recursos para serem realizadas. O aumento do número de bolsas em 2022 e do
número de ações, juntamente com maior aporte financeiro, indicam que o
investimento na Extensão rendeu maior quantidade de atividades de extensão na
UFSB.
Embora tenha-se constatado neste trabalho que as atividades extensionistas
não dependem exclusivamente de orçamento para acontecer, por haver outros fatores
que influenciam esse processo, sua importância não deve ser diminuída, haja vista
que se faz necessário para viabilizar a política de extensão garantindo a destinação
de recursos para o fomento de suas atividades, atentando a necessidade de
implementação de um plano de ação voltado para “garantir um maior aporte
orçamentário para as atividades de extensão, buscando o engajamento efetivo do
ambiente acadêmico com a sociedade, de modo que promova o bem comum”
(NETTO, 2019).
O financiamento público contribui para o fortalecimento e consolidação da
extensão mediante o incentivo à participação discente no desenvolvimento das ações
extensionistas, reforçando o argumento de que o “fazer extensão” só é possível
através da combinação de recursos econômicos (orçamentários) e humanos
(pessoas).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar a influência do financiamento


público para a extensão universitária no âmbito da UFSB, considerando o período de
2018 a 2022. A partir da pesquisa realizada, foi possível concluir que o financiamento
público tem contribuído positivamente para o desenvolvimento das atividades de
extensão na universidade, especialmente por meio da concessão de bolsas como
17

forma de incentivo à participação discente no desenvolvimento dos programas e


atividades institucionais de extensão.
Em que pese o esforço institucional da UFSB em disponibilizar recursos
orçamentários para a extensão, as atividades extensionistas necessitam de
investimentos para além das bolsas dos estudantes, haja vista que a execução das
atividades também depende do pagamento de outras despesas, tais como diárias a
docentes e técnicos, materiais e insumos, ajudas de custo, material de divulgação,
etc,. de modo que um maior investimento direcionado à extensão poderia resultar no
desenvolvimento de ações mais expressivas em termos de quantidade e qualidade.
Apesar de determinadas atividades extensionistas não demandarem recursos
para sua realização, o financiamento público cumpre um papel fundamental no
fomento do desenvolvimento da extensão nas instituições de ensino superior.
Os resultados mostraram que a destinação de recursos entre a pesquisa e a
extensão não foi equilibrada ao longo do período, havendo, de forma geral, uma
predileção pelos investimentos na pesquisa. Além disso, os cortes e os
contingenciamentos do orçamento do Governo e a escassez de novas fontes de
financiamento constituem desafios a serem superados pela extensão universitária no
futuro.
A partir da discussão apresentada, recomenda-se que a UFSB priorize para
além do pagamento de bolsas, a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento
da extensão universitária, englobando: a concessão de ajuda de custo para custear
despesas de alunos e o fomento à realização de eventos, cursos e prestação de
serviços pela própria instituição.
Esse trabalho contribui com discussões acerca do papel da extensão na
construção de um modelo de universidade que priorize a manutenção da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, seja por meio do estímulo à
prática da extensão, seja pela busca de outras fontes de financiamento.
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Atlas, 2002.

BARRETO, P. L. N. O Papel da educação na promoção do desenvolvimento


sustentável: um estudo sobre a expansão do ensino superior na região do Cariri.
2012. 113f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases


da educação nacional. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 20 jun. 2023

______. Lei n° 12.818, de 5 de junho de 2013. Dispõe sobre a criação da


Universidade Federal do Sul da Bahia – UFESBA, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/L12818.htm>. Acesso em: 20 jun. 2023

______. Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a


Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI.
Disponível:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/decreto/d6096.htm>. Acesso em: 20 jun. 2023.

______. Decreto no 6.495, de 30 de junho de 2008. Institui o Programa de Extensão


Universitária – PROEXT. Diário Oficial da União de 01 de julho de 2008.

______. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Planos de Reestruturação


e Expansão das Universidades Federais: REUNI 2008 – Relatório de Primeiro Ano.
Disponível
em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=
2069- reuni-relatorio-pdf&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192> .
Acesso em: 20 jun. 2023.

______. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução


n. 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na
Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº
13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024 e dá outras
providências. Publicado no D.O.U, nº 34, Seção 1, pág. 49 de 12 de dezembro de
2018. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55877808>. Acesso em: 20 jun. 2023.

FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES


PÚBLICAS BRASILEIRAS Conceito de extensão, institucionalização e
financiamento. Brasília, 1987. Disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/renex/>.
Acesso em: 20 jun. 2023.
19

______. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus: FORPROEX, 2012.


Disponível em: <http://www.unifalmg.edu.br/extensao/files/image/arquivos/2012-07-
13- Politica-Nacional-deExtensao.pdf >. Acesso em 20 jun. 2023.

______. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. 2007. Disponível


em: <https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/Organizacao-e-
Sistematizacao.pdf >. Acesso em: 20 jun. 2023.

______. Política Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em:


<http://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-
deExtens%C3%A3oUniversit%C3%A1ria-e-book.pdf >. Acesso em: 20 jun. 2023.

______. Avaliação da Extensão Universitária: práticas e discussões da comissão


permanente de avaliação da extensão. 2013. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/proex/renex/images/avalia%C3%A7%C3%A3o_da_extens%C
3%A3o- _livro_8.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2023.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

LIMA, L. F. Contribuições dos projetos de extensão na ação profissional dos


professores universitários. Pesquisa em Foco, São Luís, vol. 20, n. 2, p. 47-65. 2015.
Disponível em:<
https://ppg.revistas.uema.br/index.php/PESQUISA_EM_FOCO/article/view/1012/795
>. Acesso em: 20 jun. 2023.

NETTO, J. C. L. Gasto público e execução orçamentária: uma análise da aplicação


de recursos na área de extensão no âmbito da Reitoria do Instituto Federal da Paraíba
– IFPB, no período de 2015 a 2017. 2019. 139 p. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2019.

SOUSA, J. E. N. Extensão universitária: O Panorama do Instituto Federal do Ceará.


(Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil,
2018.

SOUZA, P. C. A contribuição dos projetos de extensão de cunho social para a


formação cidadã do aluno do Instituto Federal de Santa Catarina a luz da
responsabilidade social universitária. 2016. 158 p. Dissertação (Mestrado).
Florianópolis, 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Portal Eletrônico. Disponível em:


<https://ufsb.edu.br/acesso-informacao/relatorios-gestao>. Acesso em: 20 de jun.
2023.

______. Relatório de Gestão – 2018 da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Conselho Universitário - CONSUNI. Itabuna-Ba, 20 de jun. 2023.

______. Relatório de Gestão – 2019 da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Conselho Universitário - CONSUNI. Itabuna-Ba, 20 de jun. 2023.
20

______. Relatório de Gestão – 2020 da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Conselho Universitário - CONSUNI. Itabuna-Ba, 20 de jun. 2023.

______. Relatório de Gestão – 2021 da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Conselho Universitário - CONSUNI. Itabuna-Ba, 20 de jun. 2023.

______. Relatório de Gestão – 2022 da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Conselho Universitário - CONSUNI. Itabuna-Ba, 20 de jun. 2023.

Você também pode gostar