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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – UFT

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO -


PPGE CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

PRÉ-PROJETO
POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS DE ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL NA UFT: ACESSO E PERMANÊNCIA PELA TRÍADE
INDISSOCIÁVEL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

CRISTINA DA CUNHA FONSECA

PORTO NACIONAL –
TO 2022
CRISTINA DA CUNHA FONSECA

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS DE ASSISTÊNCIA


ESTUDANTIL NA UFT: ACESSO E PERMANÊNCIA PELA TRÍADE
INDISSOCIÁVELDE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Pré-projeto apresentado para apreciação de


comissão de seleção para o Programa de Pós-
Graduação em Educação, curso de Mestrado em
Educação. LINHA 02: Estado, Sociedade e Práticas
Educativas. EIXO: Políticas Públicas Educacionais

PORTO NACIONAL –
TO 2022
1. INTRODUÇÃO
Pensar o acesso à educação enquanto um direito constitucional nos remete a
Constituição Imperial de 1824. Obviamente, como argumenta Cury (2007), no decurso da
própria história da educação brasileira e especificamente no âmbito das políticas
educacionais, desde 1824 até os dias atuais, referendados pela Constituição de 1988, houve
avanços, conquistas, mas também, retrocessos.
Neste contexto, do mesmo modo que a defesa à educação enquanto garantia de direito
não é recente, não recente também, são as políticas educacionais de assistência estudantil no
Brasil (COSTA, 2010). As primeiras ações em defesa estudantil por alimentação e moradia
universitária datam a partir dos anos de 1930, especialmente, com a criação da Casa do
Estudante Brasileiro, na França para garantir aos estudantes local para permanência em Paris
para estudar.
Vasconcelos (2010) e Costa (2010) contextualizam que no Brasil os anos de 1970
foram um marco para as políticas públicas de assistência estudantil, devido à criação do
Departamento de Assistência ao Estudante – DAE, atrelado ao Ministério da Educação –
MEC, com a implementação de bolsas de assistência para que os estudantes pudessem
permanecer nos cursos de graduação.
Na década de 1980, com a extinção do DAE, as políticas e ações de assistência aos
estudantes passaram a ser pensadas de forma fragmentada, ou seja, pensadas a partir de cada
instituição de ensino e suas respectivas demandas. Para Barbosa (2009), estas ações vêm
sendo desenvolvidas a partir das demandas estudantis por cada instituição de ensino superior
– IES até hoje. Por outro lado, Vasconcelos (2010) compreende que as ações de assistência
estudantil são relevantes para que os estudantes possam ter condições (mínimas que sejam) de
permanecer na universidade. De fato. Inegavelmente, “para que o aluno possa desenvolver-
se em sua plenitude acadêmica, é necessário associar, à qualidade do ensino ministrado, uma
política efetiva de assistência” (FINATTI, et al. 2007, p.248). Em outras palavras seria dizer
que os programas de assistência aos estudantes se tornam mecanismos e instrumentos para
democratização do ensino superior possibilitando acesso, permanência e viabilidade para
conclusão da formação universitária. Principalmente, porque aos índices de desigualdades
sociais no Brasil são expressivos e os impactos socioeconômicos influenciam a permanência
dos estudantes na Universidade.
Em 2007, foi criado o Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, visando
o fortalecimento das estratégias para democratização do acesso e permanência dos estudantes,
sobretudo, os mais vulneráveis no contexto socioeconômico. As ações do programa devem
emergir da articulação com a tríade indissociável das atividades de ensino, pesquisa e
extensão, numa perspectiva formativa, vinculadas aos cursos e a instituição universitária.
Ressalta-se, de acordo com Silva e Veloso (2013) que a compreensão por acesso à educação
superior está para além do ingresso à universidade.
É inquestionável que, ao se pensar a assistência estudantil, acesso democrático e
condições de permanência sejam apresentadas como questões indissociáveis. Uma vez
garantido o ingresso, deve-se também garantir a permanência, e permanência com qualidade.
Para tanto, a compreensão de qualidade, aqui posta, abarca a base essencial para que a
Educação possa efetivamente cumprir sua finalidade de papel formador e transformador da
sociedade.
E, é neste sentido que está assentada a presente proposta de pesquisa, a qual tem por
objeto de investigação as políticas de assistência estudantil, pensadas e desenvolvidas pela
Universidade Federal do Tocantins – UFT para atender aos estudantes matriculados em seus
câmpus. Segundo Minayo (2015, p.32), "nada pode ser intelectualmente um problema, se não
tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática", assim sendo, a intenção da
temática emerge do lugar de fala da proponente da pesquisa. Por ora, servidora pública da
UFT, lotada na Divisão de Estágio e Assistência Estudantil – DIEST. E, neste contexto das
problemáticas da vida prática, entende-se que a relação existente entre pesquisadora e objeto
no âmbito da cotidianidade emerge o problema norteador do universo desta proposta de
pesquisa.
Atualmente, a Política de Assistência Estudantil na UFT compreende um conjunto de
estratégias e ações desenvolvidas para promover o acesso, permanência e êxito dos estudantes
na produção de conhecimento, na perspectiva da promoção da igualdade de direitos à
educação superior pública. Atentos ao artigo 207 da Constituição Federal de 1988, por dizer
que “as universidades [...] obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988, art. 207) e este tripé é perpassado pela política
de assistência estudantil. Nas últimas décadas, tem-se visto esta discussão ser intensificada
nas universidades públicas, principalmente, pelo viés do acesso dos estudantes das camadas
socioeconômicas mais vulneráveis. Acredita-se que, as ações e estratégias destas políticas
tornam-se mecanismos de viabilização de acesso e permanência dos filhos da classe
trabalhadora em lograr a universidade pública, especialmente, no contexto da UFT localizada
na região norte do país.
Há que se destacar a existência da Resolução Nº 26, de 17 de outubro de 2017,
aprovada no Conselho Universitário – Consuni da UFT, a qual “Dispõe sobre a
regulamentação da Política de Assistência Estudantil e Formação Acadêmica no âmbito da
Universidade Federal do Tocantins”. A resolução em questão está embasada em algumas
diretrizes, a se destacar:

II - participação da comunidade acadêmica, professores, técnico-


administrativos, entidades estudantis da instituição, estudantes, diretores de
Campus, coordenadores de curso, núcleo docente estruturante (NDE), e grupos
de trabalho no processo de formulação, execução, monitoramento e avaliação da
política dos programas assistenciais e acadêmicos;
III - articulação da assistência estudantil com as atividades de ensino,
pesquisa e extensão; (UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, 2017)

Diante do exposto surgem inúmeros questionamentos, tais como, será que as políticas
de assistência estudantil e formação acadêmica implicam na redução de evasão no ensino
superior? A quais estudantes se destinam as ações da Política de Assistência Estudantil e
Formação Acadêmica? De que maneira a UFT realiza o monitoramento e avaliação das ações
desenvolvidas no âmbito das políticas de assistência estudantil e formação acadêmica? Nesse
sentido, qual a compreensão da UFT no que tange a tríade ensino, pesquisa e extensão
atravessada pela política de assistência estudantil e formação acadêmica? Considerando que
as ações de natureza da assistência estudantil apresentam demandas e complexidades
desafiadoras para serem implementadas pelas universidades públicas para auxiliar os
discentes durante sua formação (VASCONCELOS, 2010; IMPERATORI, 2017) as
inquietações nesse contexto tornam-se inúmeras.
A pesquisa apresentada tem aderência à linha “Estado, Sociedade e Práticas
Educativas” vinculada ao eixo “Políticas Públicas Educacionais” do Programa de Mestrado
em Educação – PPGE da UFT, estabelecendo diálogo com interesses de pesquisadores
filiados ao PPGE/UFT.

1.1 Problema de Pesquisa


De que maneira a UFT tem pensado, desenvolvido e monitorado a Política
Institucional de Assistência Estudantil e Formação Acadêmica sob a perspectiva do acesso,
permanência e êxito dos estudantes beneficiários das ações e pelo desdobramento dos
programas de assistência aos estudantes de graduação em diferentes áreas do conhecimento
considerando a tríade indissociável de ensino, pesquisa e extensão?
Convém ressaltar que outros questionamentos podem emergir de acordo com o
desenvolvimento da pesquisa, dado o caráter de dinamismo da investigação, mas, por ora,
tendo em vista o questionamento norteador, firma-se o delineamento para buscar respostas a
os respectivos objetivos.
1.2 Justificativa

A temática de pesquisa, bem como o objeto de investigação, tem relevância social e


acadêmica dada a atual conjuntura da política educacional brasileira, sobretudo, com os
impactos negativos dos cortes dos recursos federais para investimento na educação e na
pesquisa científica; também considera a importância dos estudos na área e a ampliação dos
debates acerca das políticas de acesso e democratização do Ensino Superior nas
Universidades Públicas. De acordo com Imperatori (2017) a partir da Constituição de 1988 os
programas e ações de assistência estudantil têm assumido maneiras mais democráticas e
articuladas nas diferentes áreas do conhecimento e perpassam pelo fortalecimento da
qualidade e equidade no ensino, pesquisa e extensão.
Para tanto, no âmbito da relevância científica e acadêmica, justifica-se a pertinência do
estudo proposto por se enquadrar com a ementa da linha de pesquisa do PPGE, além da
abordagem teórica-metodológica apresentar contextualização, fundamentação, exequibilidade
e temática pertinente na atual conjuntura da educação brasileira.

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar a Política de Assistência Estudantil e Formação Acadêmica da/na UFT em


seus câmpus sobre as condições de acesso, permanência e êxito dos estudantes beneficiários
dos programas em diferentes áreas do conhecimento, considerando a tríade indissociável de
ensino, pesquisa e extensão.

2.2 Específicos

Identificar qual a concepção da assistência estudantil enquanto política social no


contexto da UFT, os desafios entre implementação, efetivação e monitoramento.

Verificar os índices de satisfação dos representantes de diretórios e centros estudantis


em relação aos programas institucionais de natureza de assistência e formação acadêmica dos
cursos de graduação nos diferentes câmpus da UFT.

Identificar os impactos da Política Nacional de Assistência Estudantil e dos


programas institucionais de formação acadêmica da/na UFT sob o aspecto do acesso,
permanência e êxito dos estudantes beneficiários na dimensão do tripé ensino, pesquisa e
extensão.
Averiguar a percepção dos agentes de gestão e técnicos administrativos, atuantes na
área, e docentes coordenadores de curso sobre a Política Institucional de Assistência
Estudantil e Formação Acadêmica.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para o referencial teórico preliminar, abordar a discussão acerca das políticas públicas
educacionais no contexto amplo da temática na perspectiva de Estado e Sociedade busca-se
referências em pesquisadores brasileiros (PERONI, 2009; SOUZA, 2003; ANDERSON,
1995) com ampla produção científica. No âmbito do debate a respeito da democratização e
interiorização do ensino superior no Brasil (SPOSITO, 2008; PAULA, 2009;
VASCONCELOS, 2010) discute-se a partir da expansão das condições de acesso da classe
trabalhadora ao ensino superior, inclusive no interior do país, com a chagada das
universidades públicas. Neste sentido, ao abordar a própria Política Nacional de Assistência
Estudantil, enquanto programa de caráter federal, mas que a execução dá-se de maneira
descentralizada busca-se as referências na perspectiva de pesquisadores brasileiros(FINATTI,
2007; BARBOSA, 2009; CURY, 2007) para dialogar com os achados da pesquisa na
perspectiva filosófica da Teoria Histórico-Crítica (SAVIANI, 2013).
Os programas de assistência estudantil na Educação Superior, de acordo com a
literatura o nascituro dá-se a partir da criação das primeiras universidades públicas no
Brasil, entre os anos de 1920 e 1930. Entretanto, para Cury (2007) somente a partir da
constituição de 1988 é que as ações destes programas e políticas educacionais passar a
assumir o caráter mais democrático e como mecanismo dos direitos humanos.
Para os pesquisadores da área o marco histórico para a política de assistência
estudantil, principalmente, nos moldes que se conhece atualmente, surge a partir de 2007 com
a criação do PNAES com execução em diversas Instituições Federais de Ensino Superior –
IFES espalhadas Brasil afora.

Essa conquista foi fruto de esforços coletivas de dirigentes, docentes e discentes


e representou a consolidação de uma luta histórica em torno da garantia da
assistência estudantil enquanto um direito social voltado para igualdade de
oportunidades aos estudantes do ensino superior público (VASCONCELOS,
2010, p. 405).

As mobilizações destes movimentos sociais fortaleceram também, a expansão do


ensino superior a partir do fortalecimento da interiorização das universidades públicas para as
diferentes regiões do país, alcançando assim, a população em vulnerabilidadesocioeconômica.
Portanto, as políticas públicas de assistência estudantil passaram a ocupar lugar nas agendas
governamentais, para que fossem pensados as articulações e mecanismos de garantir aos
estudantes acesso e permanência nestes espaços formativos. Neste contexto, para Sposito
(2008) a Política Nacional de Assistência Estudantil, em síntese significa,

um conjunto de ações articuladas com recursos próprios (financeiros e humanos),


envolve uma dimensão temporal (duração) e 'alguma capacidade de impacto',
compreende uma 'dimensão ético-política dos fins da ação' e deve se aliar,
necessariamente, a um projeto de desenvolvimento econômicosocial e implicar
formas de relação do Estado com a sociedade (SPOSITO, 2008, p.59).

Em consonância com a autora, Barbosa (2009) diz que para que implantação desta
política vários embates fossem travados pelos movimentos sociais em prol da educação
pública de qualidade e para todos, tal como prevê o dispositivo legal que evidência a
Educação como Direito. Os segmentos sociais da base estudantil e docentes lutaram
bravamente para que fosse “assegurado à assistência estudantil, significando um avanço
no acesso à universidade” (BARBOSA, 2009, p. 62).

As ações do PNAES atenderão a estudantes matriculados em cursos presenciais


de graduação, prioritariamente, selecionados por critérios socioeconômicos, sem
prejuízo de demais requisitos fixados pelasinstituições de educação superior em
ato próprio (BRASIL/PNAES, 2007, art. 4°).

Entretanto, garantir apenas o ingresso como sinônimo de acesso configurava e/ou


configura um dos desafios das políticas assistenciais. Acesso e permanência caminham juntos
e complementam-se entre si. Para Paula (2009, p. 19), a consolidação da ideia de expansão
do ensino superior na perspectiva da “democratização do acesso ao ensino superior
só se dará de forma satisfatória com a expansão qualificada das instituições públicas, com
garantia de infraestrutura e pessoal qualificado, o que requer recursos e investimentos por
parte do governo”. Ou seja, com garantia de acesso, permanência e êxito dos estudantes.

Neste contexto, tanto as políticas afirmativas de expansão do direito ao acesso, quanto


os programas garantidores da permanência estudantil, precisam ser fortalecidas e ampliadas.
Para tanto, as políticas públicas educacionais, enquanto enunciados e situados nesse cenário,
acabam por constituir possibilidades de acesso à educação, numa discussão permeada pela
ideia de direitos. Entretanto, “o direito à educação no Brasil é direito de quem?”.

4. METODOLOGIA
Para que se compreenda o caminho tomado pela pesquisa se faz necessário estabelecer
os principais elementos constitutivos, os quais delineiam o itinerário da organização do
cenário do estudo (GIL, 2008). Por outro lado, os aspectos teóricos- metodológicos vão além
de tão somente apresentar as técnicas da itinerância da pesquisa, pois, inclui a constituição de
um corpo teórico para fundamentação, orientação e explicação das formas de análises
utilizadas pela investigação.
Neste sentido, apoia-se na teoria Histórico-Crítica (SAVIANI, 2013) para sustentação
de toda discussão teórica, bem como método de análise dos dados da pesquisa, pois, visa-se
superar uma análise crítica-mecanicista para uma perspectiva crítico-dialética. Ao estar
investigando sobre a Política de Assistência Estudantil no campo do Estado e Sociedade e
pela visão histórico-crítica, parte-se da “compreensão da história a partir do
desenvolvimento material, da determinação das condições materiais da existência humana”
(SAVIANI, 2013, p. 76). Neste contexto é possível se compreender a sociedade na qual se
está inserido, a qual está inevitavelmente marcada pela contradição entre o domínio do
Capital sobre o Trabalho (SAVIANI, 2013).
Para tanto, a pesquisa dialoga com os princípios básicos da dialética, por seu real
aparente, perpassando pelo universo das reflexões teóricas e o real pensado sob as múltiplas
determinações inerentes ao movimento das relações, contradições e mediações concretas. Para
Kosik (2002, p.8) “é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo
de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente
transformação”.
Assim sendo, adota-se o estudo que se aproxima da pesquisa avaliativa (DEMO,
2000) visando analisar os desdobramentos e efetivação dos programas de assistência aos
estudantes de graduação da UFT nas diferentes áreas do conhecimento, sob o aspecto das
condições de acesso, permanência e êxito dos estudantes beneficiários de modo a considerara
tríade indissociável de ensino, pesquisa e extensão. De que maneira tais políticas acontecem
na UFT? Para tanto, adota-se a abordagem qualitativa respaldada em Triviños (2011), por
considerar o processo de como aparecem os desafios, os dilemas, as realidades,a efetivação e
o monitoramento das ações e estratégias das políticas de assistência aos estudantes na/da
UFT.
Enquanto o campo empírico para realização da investigação consiste nos câmpus da
UFT espalhados pela região centro-sul do Estado do Tocantins. Em relação aos sujeitos de
pesquisa, faz-se a opção pelos representantes dos departamentos vinculados às políticas de
assistência estudantil na Pró-reitoria de Assistência Estudantil, à formação acadêmica nas Pró-
reitoria de Graduação e Extenção, e nos respectivos setores nos câmpus, representantes do
Diretório Central dos estudantes – DCE, Diretório Acadêmico – DA, e coordenadores ou
representantes dos Colegiados de Cursos de graduação. Cujos instrumentos para coleta de
dados, pretende-se utilizar a entrevista semiestruturada (MINAYO, 2015; TRIVINOS, 2011)
aplicada pela pesquisadora junto aos sujeitos da pesquisa. Os participantes serão
selecionados de maneira intencional e direta a partir do contato dapesquisadora e autora
desta proposta de investigação, por meio de contados por telefones, e- mail e redes sociais.
Quanto aos cuidados éticos do estudo, todos os sujeitos serão informados sobre o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (MINAYO, 2015) disponibilizado na entrevista
para garantir a seriedade e compromisso com as informações, as quais os sujeitos assumem o
caráter estritamente científico. Em relação à entrevista será transcrita na íntegra na ordem
obedecendo ao roteiro de perguntas. A leitura poderá ser realizada aleatoriamente, com a
finalidade de identificar a relevância da narrativa ao revelar informações importantes
apresentadas no decorrer dos resultados da Dissertação. No âmbito do rigor científico, os
sujeitos participantes serão identificados por codinomes, quando necessário, objetivando a
garantia do anonimato dos participantes.
Quanto às análises dos dados, a priori, busca-se pelos pressupostos teóricos que se
aproximam da perspectiva da dialética (FRIGOTTO, 2010; SAVIANI, 2013) por estar
penetrando no mundo das contradições existentes na relação do objeto com a sociedade em
que ele está inserido, ancorado na Teoria Histórico-Crítica, mais precisamente, a concepção
filosófica que embasa a Pedagogia Histórico-Crítica (SAVIANI, 2013). Portanto, no campodo
uso da análise do método por se tratar de uma projeção de pesquisa/investigação, o mesmo
poderá assumir outra dimensão epistemológica que possa dar contar de analisar, categorizar,
interpretar e evidenciar os resultados da pesquisa.

4.1 Plano de trabalho


O plano de trabalho consiste na síntese das atividades e/ou ações projetadas para
realização dos 24 meses de pesquisa do Mestrado (GIL, 2008). Assim sendo, planeja-se:
Realizar o Levantamento de Produções Acadêmicas no recorte temporal de dez anos
que versam sobre as Políticas de Assistência Estudantil no Brasil com destaque para o estado
do Tocantins. Este “levantamento das produções tenta responder que aspectos e
dimensões vêm sendo produzidas, por exemplo, as dissertações de mestrado, teses de
doutorado” (FERREIRA, 2002, p. 257). Deste, o desdobra-se em artigo científico sobre “o
que dizem as produções?” e, posteriormente poderá compor um capítulo da dissertação final.
Também compõe o plano de trabalho, o Cumprimento dos Créditos Regulares e dos
Componentes Optativos do PPGE, dos quais os debates realizados reverberarão em artigos
científicos para publicação em periódicos. Bem como, dedicação ao programa apartir da
vinculação com o Grupo de Estudo articulado pelo orientador da pesquisa por um prazo de
24 meses. Além da organização logística para participar de eventos científicos com
apresentação de trabalhos oriundos das pesquisas e debates desencadeados nos estudos do
Grupo de Pesquisa. E a aplicação da pesquisa no campo empírico obedecendo a cada etapa
inerente: planejamento, coleta de dados, análise dos dados, construção de capítulos, exame de
qualificação e defesa final.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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