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Volta Redonda
2020
JOSÉ PACHECO BATISTA DE SOUZA
Volta Redonda
2020
RESUMO
Este projeto tem como principal objetivo analisar o processo de implementação políticas
públicas afirmativas, na Universidade Federal Fluminense no polo Aterrado, Volta Redonda,
para a permanência de alunos surdos e com deficiência auditiva. A partir deste viés, em que se
busca evidenciar os processos da implementação das políticas promovidas, principalmente, a
partir da Constituição de 88 e as declarações da UNESCO, para a educação inclusiva, até o
ensino superior. Um desafio que se repercute, é a questão de precisamos de um novo projeto
curricular que se adapte aos estilos e ritmos de aprendizagem e garanta que todos recebam uma
educação adequada. Em relação às responsabilidades das universidades, há muito sobre como
manter alunos com deficiência ou alunos com deficiência em suas universidades, mas muitos
acreditam que tais responsabilidades não se limitam às instituições de ensino superior. O
desafio de integrar o ensino superior à vida cotidiana envolve a tomada de decisões fora dos
limites das universidades públicas. Trazendo assim os professores do ensino superior também
estão no final desse processo, que sem dúvida, este é o fator decisivo para a implementação da
política de integração educacional, onde no dia a dia da diversificação das aulas regulares, o
despreparo dos professores para lidar com alunos com déficits cognitivos, psicomotores e/ou
sensoriais, aumenta os obstáculos que os alunos enfrentam no ambiente universitário, bem
como a falta de infraestrutura escolar, quanto ao sistema de meios externos do ambiente
universitário. E em âmbito interno a UFF analisa o Departamento de Apoio Acadêmico
(SAA) para promover e garantir a acessibilidade e inclusão. A metodologia utilizada na
discussão é a realização da revisão bibliográfica e investigação documental na forma de leis,
decretos, resoluções, portarias e medidas provisórias no âmbito da legislação federal, estadual
e municipal. O método utilizado na discussão é a realização de levantamento bibliográfico e
investigação documental na forma de leis, decretos, resoluções, decretos e medidas
provisórias no âmbito da legislação federal, estadual e municipal. Tendo em vista de que está
conectado ao ambiente universitário, é necessário encontrar um dispositivo que ajude esses
alunos a aceitar/se adaptar à sua deficiência no ambiente universitário. Por esse motivo, é
necessário realizar pesquisas qualitativas para acompanhar e compreender os departamentos
de apoio acadêmico para entender seu papel, as necessidades de mediar os desafios propostos
e como fornecer um suporte específico aos alunos. É necessário trabalhar com o
departamento, através de dados narrativos e pesquisas de preferências pessoais, para encontrar
os alicerces em que se apoiam e os alicerces para ajudar os alunos, de forma a ajudá-los a
desfrutar de um tempo de aprendizagem mais tranquilo e agradável.
O Decreto nº 1.679, emitido em 1999 pelo governo brasileiro, teve como objetivo
consolidar e regulamentar as leis e decretos que tratam da educação especial no país. O decreto
sintetiza as disposições da Lei nº 9.131/1995, que criou os Centros Integrados de Educação
Pública (CIEPs) para o atendimento de alunos com necessidades especiais, da Lei nº
9.394/1996, que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional, e do Decreto nº
2.306/1997, que regulamentou a educação especial no sistema educacional brasileiro.
O Decreto nº 1.679/1999 tem como objetivo promover a inclusão educacional de pessoas
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
assegurando-lhes o direito à educação de qualidade e o acesso aos sistemas educacionais, em
todos os níveis e modalidades de ensino.
Entre as principais disposições do decreto, destacam-se a garantia de atendimento
educacional especializado gratuito e prioritário para alunos com deficiência, a criação de
classes, escolas ou serviços especiais, a inclusão de professores e profissionais capacitados
para atendimento educacional especializado, a promoção da acessibilidade arquitetônica, nos
transportes e nos recursos didáticos e pedagógicos, a valorização da diversidade humana e
cultural, entre outras.
No que se diz a respeito aos surdos e deficientes auditivos, que serão o objeto de estudo,
o Decreto N º 5626, de 22 de dezembro de 2005:
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais –
Libras.
Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total,
de quarenta e um decibéis (dB)ou mais, aferida por audiograma nas frequências de
500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. (BRASIL, 2005)
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais
e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação
Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do
ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente (BRASIL, 2002).
2. Justificativa
Com o decorrer da década de 1990, torna evidente que os mecanismos, como a
Constituição de 1988, a Declaração de educação para todos (UNESCO, 1990) e a Declaração
de Salamanca (UNESCO, 1994), abordam a educação como um direito e dever do Estado para
com sua população. Assim, fazendo com que o Ministério da Educação (MEC), adeque o
processo seletivo de candidatos com deficiência, estipule leis para incentivo a permanência dos
alunos nas IES, obriga universidade, institutos de pesquisa e centros federais a reter metade
das vagas abertas no processo seletivo, reconhece a Língua de Sinais como oficial e
regulamenta a profissão de tradutores e intérpretes de língua de sinais brasileiros de LIBRAS.
Conforme Santos (2012), aborda que atualmente, teóricos e pesquisadores de educação
têm discutido amplamente o processo inclusivo, que é o resultado de políticas afirmativas que
conduzem ao ensino superior público e de qualidade. As propostas de políticas implementadas
pelo governo federal proporcionam às universidades uma porta de entrada para as pessoas
excluídas dos processos seletivos para esse nível de ensino.
Desta forma, a proposta do projeto busca entender como ocorre a implementação das
políticas públicas e as ações afirmativas, mediante ao âmbito macro providenciadas pelo MEC,
na esfera meso, orientadas nas ações das Universidades Federais (IES) e no campo de ação
micro, focada na ação dos professores e setores de apoio, orientadas para as pessoas com
deficiência auditiva e surdas na Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda, no
campus Aterrado.
3. Revisão Bibliográfica
Apesar dos avanços, ainda existem muitos desafios a serem superados para garantir uma
educação verdadeiramente inclusiva no Brasil. A falta de investimento em recursos e
tecnologias assistivas, a falta de formação adequada para os professores e a falta de
acessibilidade em muitas escolas ainda são obstáculos que precisam ser superados. No entanto,
a luta pela inclusão continua, e é cada vez mais importante garantir que todas as pessoas
tenham acesso à educação, independentemente de suas diferenças e necessidades.
A educação inclusiva refere-se a proporcionar aos alunos com necessidades educacionais
especiais cursos para participarem das atividades diárias das aulas regulares e aprenderem as
mesmas coisas que os outros, mesmo de formas diferentes, de preferência sem diferenças de
idade e série. Como intermediários no processo de ensino, os professores têm a função de fazer
os ajustes necessários ao currículo escolar. Glat e Plestch, (2004) abordam esse tema que não
só precisamos nos adaptar ao ambiente físico para atender às necessidades das pessoas com
deficiência, mas também precisamos de um novo projeto curricular que leve em consideração
a diversidade, ou seja, se adapte aos estilos e ritmos de aprendizagem e garanta que todos
recebam uma educação adequada. Pagliuca, Mariani et al (2015). Trazem ainda sobre este
aspecto da educação inclusiva, que esta deve reconhecer o direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprender e participar da discriminação. O sistema inclusivo dessas pessoas
deve incluir experiência em lidar com contratempos, frustrações, autoestima e socialização, e
respeitar as diferenças dos participantes. Portanto, possibilita que o deficiente se torne
membro da sociedade, livre de preconceitos, discriminações e obstáculos, preparar o
deficiente para o mercado de trabalho e se integrar ao meio social.
O Edital nº 277/1996 foi um importante passo para garantir o acesso de candidatos com
deficiência ao ensino superior, uma vez que estabeleceu diretrizes claras para as IES
adequarem seus processos seletivos e oferecerem condições adequadas aos candidatos com
deficiência. Desde então, outras políticas públicas foram implementadas para garantir a
inclusão e acessibilidade desses estudantes nas IES, como a reserva de vagas por meio de
políticas afirmativas e a oferta de recursos de acessibilidade, como intérpretes de Libras e
materiais adaptados.
Muito se fala da universidade por sua responsabilidade de manter os alunos com ou sem
deficiência no seu âmbito universitário, porém, muito se vê que esta responsabilidade não cabe
somente às instituições de ensino superior. O desafio de integrar o ensino superior à vida
cotidiana envolve a tomada de decisões fora dos limites das universidades públicas. Portanto,
Duarte e Martins consideram que a universidade pública não pode ser considerada a única
responsável por esse processo, ela deve ser considerada parte integrante da implementação da
política pública. Juntas, as pessoas devem expor aos órgãos governamentais as limitações que
enfrentam e apontar as diretrizes que devem ser adotadas para garantir a entrada, saída e
permanência desses alunos.
Além da responsabilidade da universidade com estes alunos, também se tem na ponta
desse processo, o professor de ensino superior. Sendo este, sem dúvida, o aspecto determinante
para a efetivação de uma política de inclusão educacional. Sendo que os estudos de Glat e
Pletsch mostram que a principal barreira para a efetivação das políticas públicas de inclusão é
a falta do despreparo dos professores para lidar com alunos com significativos déficits
cognitivos, psicomotores e/ou sensoriais na diversidade cotidiana de uma classe regular, faz-se
com que aumente os obstáculos enfrentados pelos os estudantes no ambiente universitário,
tanto como a falta de infraestrutura da instituição, quanto aos meios externos ao ambiente
universitário. Se tornando uma questão preocupante para os autores, porque a implementação
de um processo de integração escolar e a composição dos alunos das escolas é cada vez mais
diversificada, enquanto o currículo dos cursos de formação de professores não contempla esta
nova realidade, tornando assim, as competências pedagógicas dos professores para com os
alunos com deficiência, de vital importância que estes profissionais possuam capacidade de
repassar conhecimentos e técnicas para que estes, possam assim ter um melhor aprendizado e
permanência, e continuar com seus objetivos no ensino superior. Com isso, os futuros
professores continuam despreparados para atuar sob o novo paradigma de escolas abertas e
diversificadas.
Outros obstáculos incluem a falta de educação familiar e outros preconceitos. Esses
preconceitos nunca foram quebrados. A Política da Educação Especial na perspectiva da
educação inclusiva, que a partir desse momento, Martins et. Al (2015), apontam que as
instituições com a família e a comunidade têm com objetivo de estabelecer contato e apontar a
importância das diferenças entre as pessoas. Portanto, estabeleça uma sociedade sem
preconceitos e estigmas com base nos acordos internacionais e em leis nacionais. No que se
refere à empregabilidade, os autores Pagliuca et. al (2015), e Santos, Alves et. Al (2012),
trazem que poucos verão pessoas com deficiência física no mercado de trabalho, e que em
alguns casos, se houver deficiência, a empresa não oferece ergonomia e/ou treinamento
suficiente para o desempenho dessa atividade. Ou seja, embora o Brasil possua um sistema
avançado de garantia dos direitos das pessoas com deficiência, ainda existe um distanciamento
entre a teoria e a prática. Portanto, a falta de supervisão adequada e a falta de incentivos e
instituições para treinamento e capacitação têm levado à participação insuficiente de pessoas
com deficiência no mercado de trabalho brasileiro e à recuperação deste grupo. A demanda do
mercado para Pereira (2006), comprova que isso é razoável, portanto, esse tipo de formação
profissional pode limitar melhor os serviços prestados à comunidade, o que também exige da
comunidade maior capacidade e vitalidade.
E ainda recorrendo aos conceitos abordados por Santos et. Al (2012), quando se trata de
espaços físicos públicos, as pessoas com deficiência enfrentam problemas no dia a dia. No
mercado de trabalho, as pessoas com deficiência são vistas como geradoras de custos, ou seja,
a entrada das pessoas com deficiência na empresa depende não apenas da superação do
preconceito, mas também da viabilidade econômica de sua adaptação e acesso. A Lei nº
10.048/2000 prevê a adequação de espaços públicos, equipamentos e veículos de transporte
coletivo, para as pessoas com deficiência. As instituições da maior parte das nossas cidades
comprovam que os deficientes se encontram em dificuldades e mesmo sem condições de
usufruir de uma vida com qualidade e autónoma. Isso inclui locais de lazer, transporte público,
escritórios, edifícios, escolas, universidades, banheiros públicos, etc. É fácil para as pessoas
observar espaços sociais, equipamentos e comportamentos, e o padrão seguido na maioria dos
casos só pode atender às necessidades de pessoas consideradas normais.
Quando se fala de políticas públicas que dizem respeito ao ensino superior, diversos
autores como Martins et al (2015), Duarte e Ferreira (2010), e trazem a respeito do Programa
Incluir, que propõe ações voltadas para a inserção de pessoas com deficiência nas instituições
federais. O Programa Incluir foi criado em 2005 pelo Ministério da Educação (MEC) com o
objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. O programa
tem como principais metas a ampliação do acesso de pessoas com deficiência ao ensino
superior, a melhoria das condições de acessibilidade nas instituições de ensino e a promoção
de pesquisas na área de inclusão educacional.
Uma das principais ações do Programa Incluir é a disponibilização de recursos de
acessibilidade, como intérpretes de Libras, legendas em vídeos e materiais adaptados para
pessoas com deficiência visual. Além disso, o programa oferece capacitação para professores e
profissionais de instituições de ensino, com o objetivo de promover uma educação inclusiva e
de qualidade para todos os alunos.
O Programa Incluir é uma importante iniciativa do governo brasileiro na área da
inclusão educacional e tem contribuído para a promoção do acesso e da permanência de
pessoas com deficiência no ensino superior. No entanto, ainda há muito a ser feito para
garantir uma educação inclusiva e de qualidade para todos os brasileiros, independentemente
de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais.
Se na educação básica é possível definir claramente as opções para os alunos com
deficiência, então no ensino superior, somente em 2000, as extintas Secretaria de Educação
Especial (SEESP/MEC) e Secretaria de Educação Superior (SESU/MEC) instituiu as
diretrizes específicas das instituições de ensino superior sobre recursos didáticos adaptativos,
treinamento de recursos humanos e adequação de recursos materiais, e apontou que todas as
universidades propuseram um plano para implementar a acessibilidade para promover o
acesso desses alunos com deficiência no ensino superior. Em 2003, foi promulgado o Decreto
nº 3.284, que estabeleceu as regras para a oferta de cursos de ensino superior e reafirmou o
compromisso formal das instituições de ensino superior com os alunos com deficiência, para
garantir a inclusão e a acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
permitindo que elas possam exercer plenamente sua cidadania e participar ativamente da
sociedade. No entanto, ainda há muitos desafios a serem superados para garantir a plena
acessibilidade em todo o país.
Nas últimas décadas, segundo Bueno (1993), fortaleceu-se a noção de que a educação
para pessoas com deficiência deve ser ministrada em escolas regulares, e a participação desses
alunos é efetiva. Em alguns momentos da atualidade, a deficiência é vista como uma limitação
para o alcance dos objetivos curriculares, em outros, é obscurecida pela noção de igualdade ou
pela uniformização das diferenças. Conforme Martins et. al (2015), admite que a dimensão de
inclusão educacional permite uma possível interpretação desse silêncio no que tange à pessoa
com deficiência. E que embora estivesse presente a atenção diferenciada à Educação Especial,
ainda predomina uma concepção de integração da pessoa com deficiência, quando os poucos
que chegam aos degraus mais elevados da escolarização são submetidos a um sistema que não
identifica sua deficiência e peculiaridades.
A luta pela inclusão social é contínua na vida das pessoas com deficiência. Podemos
verificar isso por meio dos relatos que Pereira (2006), relaciona com os expressivos
movimentos sociais que a história nos apresenta. O conceito de direitos humanos foi iniciado
com base no conceito de direitos humanos que reconhece a dignidade e a universalidade de
todas as pessoas. O conceito de direitos humanos foi proposto na “Declaração dos Direitos
Humanos”. Portanto, o valor da igualdade e do respeito à diversidade e sua particularidade e
singularidade inspiraram o início de um movimento de defesa dos direitos dessa parcela da
população.
3.4. Leis
Sobre as políticas públicas para inserção da pessoa surda na UFF, tais como a Lei 12.711
(BRASIL, 2012), conhecida como “Lei de Cotas”, obriga universidade, institutos de pesquisa
e centros federais a reter metade das vagas abertas no processo seletivo a cada ano. De acordo
com o texto da Lei de Cotas, são considerados cotistas todos os candidatos que obtiveram
aprovação nos três níveis de ensino médio da rede pública. Inclui também as pessoas que
concluíram o ensino médio por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e da
Educação de Jovens e Adultos (EJA), desde que tenham cursado o ensino fundamental da rede
pública de ensino.
A Lei 13.409 (BRASIL, 2016), que altera a Lei 12.71, prevê-se a reserva de vagas para
pessoas com deficiência em cursos técnicos de nível médio superior de instituições federais de
ensino. Pessoas com deficiência farão parte do plano de cotas das instituições federais de
ensino superior, de baixa renda, negros, pardos e indígenas.
A Lei n º 10.436 (BRASIL, 2002), onde que a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é
entendida como uma forma de comunicação e expressão, na qual o sistema de linguagem dos
movimentos visuais e sua própria estrutura gramatical constituem um sistema de linguagem
para a disseminação de ideias e fatos da comunidade surda do Brasil. O governo e as
concessionárias de serviços públicos se comprometem a apoiar a institucionalização do uso e
disseminação da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Tanto a rede federal de ensino quanto
as estaduais, municipais e distritais de ensino devem garantir que as modalidades de ensino da
Língua Brasileira de Sinais sejam contempladas nos níveis médio e superior dos cursos de
educação especial, fonoaudiologia e formação docente. Conforme a legislação em vigor, é um
parâmetro curricular nacional – PCN componente.
A Lei nº 7.853 (BRASIL, 1989), foi a primeira no Brasil a citar o acesso da Pessoa com
Deficiência no Ensino Superior. Conforme o decreto nº 3.298 (BRASIL, 1999b), regulamenta
a Lei no 7.853, que para as pessoas com deficiência e sua integração social, o Conselho
Coordenador Nacional para a Integração da Pessoas com Deficiência (CORDE) oferece apoio
à tutela judicial dos interesses coletivos ou dispersos dessas pessoas, e ações disciplinares
contra a atividade do Ministério da Administração Pública.
A Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015). A Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com
Deficiência, destinada a assegurar a promoção equitativa do exercício dos direitos e liberdades
fundamentais por parte das pessoas com deficiência, a fim de concretizar a sua inclusão social
e cidadania.
Decreto nº 9.034 ( BRASIL, 2017), que tornou obrigatória a adoção de cotas para
pessoas com deficiência nos processos seletivos para o Ensino Superior, no artigo 1º da Lei nº
12.711 (BRASIL, 2012), as vagas serão preenchidas gradativamente, na proporção do total,
por autoproclamados negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, de acordo com a
legislação pertinente, em proporção ao total de vagas, no mínimo, igual à proporção respectiva
de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na população da unidade federativa
onde está instalada a instituição, segundo o último censo.
Lei nº 12.319 (BRASIL 2010), esta lei regulamenta a profissão de tradutores e
intérpretes de língua de sinais brasileiros de LIBRAS. Os tradutores e intérpretes terão
capacidade para interpretar dois idiomas simultânea ou consecutivamente, e serão proficientes
em tradução e interpretação em LIBRAS e em português. O treinamento de tradutores e
intérpretes de LIBRAS pode ser realizado por organizações da sociedade civil que
representam a comunidade surda.
É necessário relembrar que pela Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, os professores no Ensino Superior e Médio devem ter
especialização adequada para integrar os alunos Deficientes na classe regular.
4. METODOLOGIA
A metodologia utilizada na discussão é a realização da revisão bibliográfica e investigação
documental na forma de leis, decretos, resoluções, portarias e medidas provisórias no âmbito
da legislação federal, estadual e municipal.
Tendo em vista que houve a inserção deste no ambiente universitário, se faz necessário
encontrar dispositivos que auxiliem que estes alunos tenham uma recepção/adequação a sua
deficiência no âmbito universitário. Para isso será necessária uma pesquisa qualitativa, para
acompanhar e compreender o Setor de Apoio Acadêmico para ver o papel desempenhado por
eles, as necessidades mediantes ao desafio proposto, e como se dá a necessidade de um setor
específico de apoio aos estudantes. Sendo necessário buscar juntamente com o setor as
medidas nas quais eles se apoiam e se embasam para auxiliar os estudantes, através de dados
narrativos e estudando as preferências individuais, ajudando-os a ter uma permanência
acadêmica mais tranquila e agradável.
Para o ambiente interno da UFF, tem como objetivo analisar o regimento interno a respeito da
inclusão e/ou permanência dos alunos surdos na UFF. Procurando dispositivos e tecnologias
que possam auxiliar e tornar a estadia deste aluno mais estimulante no ambiente universitário.
Além da análise dos autores propostos como referencial, sobre casos de acesso ao ensino
médio e superior, abrangendo diversas universidades públicas no Brasil. Abordando assim leis
de
inclusão nas universidades, leis que estabelecem a linguagem de sinais como também língua
brasileira e entre outros artigos que tratam da evolução de linguagem de sinais. E como a
última parte, será elaborada uma entrevista textual em forma de questionário, abordando as
suas experiências, dificuldades, convivência, tanto dentro como fora de sala de aula. para
avaliar principalmente as medidas que a instituição toma para as suas necessidades, se a
estrutura de adequada a sua deficiência, se as leis estão sendo executadas conforme proposto
em seu projeto, melhorias, deficiências entre outras. A inclusão dos alunos portadores de
deficiência é uma das grandes questões deste trabalho, pois principalmente com a inclusão,
pode se ter a permanência ou não destes alunos.
5. Cronograma
O tempo estimado de desenvolvimento deste estudo é de doze meses, e as atividades estão
organizadas de acordo com as metas previamente definidas, conforme cronograma da Tabela
1.
Tabela 1. Cronograma de atividades
Atividades Mês
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Pesquisa Documental
Revisão do artigo
Defesa pública
6. Referências
BRASIL. AVISO CIRCULAR Nº 277/MEC/GM. Dirigido aos Reitores das IES solicitando a
execução adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de necessidades
especiais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 maio. 1996b.
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de abril de 2002.
______. LEI No 10.690, DE 16 DE JUNHO DE 2003. Reabre o prazo para que os Municípios
que refinanciaram suas dívidas junto à União possam contratar empréstimos ou
financiamentos, dá nova redação à Lei no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 16 jun, 2003.
______. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades
federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 ago, 2012.
______. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos
ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 out, 2012.
______, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jul, 2015.
______. Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010.Regulamenta a profissão de Tradutor e
Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1
set, 2010.
DUARTE, Emerson Rodrigues et al. Estudo de caso sobre a inclusão de alunos com
deficiência no Ensino Superior. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 19, n. 2, p. 289-
300, 2013.
MARTINS, Diléia Aparecida; LEITE, Lúcia Pereira; LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de.
Políticas públicas para acesso de pessoas com deficiência ao ensino superior brasileiro:
uma análise de indicadores educacionais. Ensaio: avaliação e políticas públicas em
educação, v. 23, n. 89, p. 984-1014, 2015.
SANTOS, Alex Reis dos; TELES, Margarida Maria. Políticas de Inclusão Para Alunos
Surdos: Uma Ação de Políticas Afirmativas da UFS. In: VI Colóquio Internacional
“Educação e Contemporaneidade”, 11, 2012, Sergipe.