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RESUMO
Há uma proposta educacional no Brasil. É compromisso do Estado brasileiro proporcionar
educação gratuita e de qualidade a todos. A temática do debate da pessoa com deficiência na
sociedade brasileira nem sempre é vista na sua complexidade: como algo que perpassa, ou deveria
passar pelo aprofundamento ético e moral da sociedade. Ensinar aquilo que se espera na escola:
Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Filosofia e demais conteúdo. Porém, é
também compromisso escolar formar pessoas para o exercício da cidadania. Cada brasileiro ao
passar pela sala de aula se depara com um currículo e práticas pedagógicas que o ensinam a se
apropriar de valores úteis para fazê-lo produtivo à sociedade, mas independente, autônomo, crítico
e solidário como sujeito democrático que é, e que deve ser.
1 INTRODUÇÃO
O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial embora o complete. No
Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, assegura
acesso ao ensino regular a alunos com deficiência diversificada como: mental, física, surdos, cegos,
etc. com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades / superdotação,
desde a educação infantil até à educação superior. Nesse país, o ensino especial foi, na sua origem,
um ensino separado de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na
crença de que as necessidades das crianças com deficiências não podem ser supridas nas escolas
regulares. Na perspectiva da Ética na Educação inclusiva, outras racionalidades estão surgindo
sobre a aprendizagem. Fazendo uso da concepção Vygostskyana principalmente, entende que a
participação inclusiva dos alunos facilita o aprendizado para todos. Este entendimento está baseado
no conceito da Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, zona de conhecimento a ser
conquistada, por meio da mediação do outro, seja este o professor ou os próprios colegas.
A Ética na Educação Inclusiva se configura na diversidade inerente à espécie humana,
buscando perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em
sala de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o
desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível
requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana
aos professores e nas relações família-escola.
Destaca-se que os objetivos deste trabalho consitem em sensibilizar e envolver a sociedade
em geral e a comunidade escolar em particular tecnicamente sobre o processo de transformação do
sistema educacional brasileiro em um sistema inclusivo; preparar gestores e educadores dos
Municipios-pólo para dar continuidade à política da Educação inclusiva; preparar gestores e
educadores para atuarem como multiplicadores nos Municípios de sua área de abrangência;
desensvolver projetos de formação de gestores e educadores para dar continuidade ao processo de
implantação de sistemas educacionais inclusivos.
Mais que uma Ética na Educação Inclusiva, é necessária uma Ética na Mentalidade
Inclusiva. Se há legislação explícita para a obrigatoriedade das escolas em acolher a todas as
crianças que se apresentam para a matrícula, esse acolhimento precisa superar a etapa da mera
formalidade e proporcionar, ao aluno, condições efetivas para a realização integral de suas
potencialidades. É importante prover o estabelecimento de ensino com corpo docente capacitado,
estrutura física adequada, pessoal de apoio especializado e professores de Libras (Linguagem
Brasileira de Sinais), de Braile (sistema de leitura e escrita elaborado para pessoas cegas), entre
outros, além de equipamentos especiais. Essa estrutura requer uma visão que excede a função
docente, e abrange a administração dos sistemas escolares.
Para Zimmermann e Strieder (2010), a educação inclusiva deseja compreender e aceitar o outro na
sua singularidade. Implica mudança de perspectiva educacional e abre horizontes para o desenvolvimento de
sociedades inclusivas. Dessa forma, pode-se dizer que a educação inclusiva é aceita quando se abandona a
ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo. Isso requer a superação da
tradicional concepção antropológica de seres humanos ideais.
Os autores mencionados acima apontam que a escola inclusiva não faz distinção entres os seres
humanos, o entanto, a comodidade nos faz viver num mundo de padronização, pois ela foi e continua sendo
um espaço que promove a construção de conhecimentos com pouco significado, formalizado, pronto, sem
relação e sentido com a vida dos seres humanos que lá estão, sejam alunos ou docentes.
Todo movimento no cotidiano escolar para que haja ética na educação inclusiva e fora dele é
diferente, cada ser tem seu ritmo corporal e cognitivo, sendo um movimento de desordem, desestabilidades e
desvio.
Segundo Morin (1989), (Apud Zimmermann e Strieder, 2010) é preciso “proteger o desvio” apesar
das forças institucionais para reproduzir as “padronizações”. Importa tolerar e favorecer os desvios para criar
espaços de discussão.
Em outubro do mesmo ano, ou seja, nove meses ápos o PNE entrar em vigor, o Brasil
também promulgou o decreto 3.956/01, a Convenção Interamericana para a Eliminalção de todas as
formas de discriminação comtra as pessoas portadoras de deficiência. Neste documento o país
assume empregar todos os esfoços legais, educacionais, trabalhistas ou de qualquer outra natureza
para buscar a eliminação de preconceitos e discriminações dos deficientes e ainda promover a
integração total destas pessoas na sociedade. Significa adotar iniciativas de comunicação com a
população para informar sobre direitos e deveres, bem como qualificar mecanismos de inclusão
como a escola.
Salas de recursos são espaços (salas) destinados ao atendimento de alunos com necessidades
educacionais especiais que estão inseridos na Educação regular por meio da política de Educação
Inclusiva . Trata-se de salas com materiais diferenciados, além de contar com proficionais
preparados especificamente para o atendimento às diverssas necessidades educativas especiais do
dos educandos.
4 O EDUCADOR
Assim, a democracia que exige simultaneamente consenso e conflitualidade, é
muito mais que o exercicio da soberania do povo. É um sistema complexo de
organização e de civilização que alimenta (ao alimentar-se dela) a autonomia de
espírito dos indivíduos, sua liberdade de opnião e de expressão, e o ideal trinitário
liberdade, igualdade, fraternidade. (MORRIN, 1995, P.119)
5 CONCLUSÃO
Para que se tenha uma sociedade justa, com ética na educação inclusiva é preciso a
formulação de leis que sejam a verdadeira expressão do povo para o bem do povo e que estas
normas signifiquem liberdade e igualdade entre todos. Atendo-se a estes dois filósofos do século
XVII e XVIII, período em que floresceram idéias que viriam a formar Estados Modernos,
evidencia-se que apesar da divergência entre os pontos de vista sobre a índole natural humana, há
em comum que a sociedade é perversa em algum nível e necessita de modelos diciplinadores ou
educativos. Para Kant, filósofo das luzes, “o meio que a natureza se serve para realizar o
desensvolvimento de todas as suas disposições é o antagonismo[...]” (1986, p 13), uma clara
afirmação de que é na divercidade que ocorre o crescimento. Segundo o pensador alemão, o ser
humano possui a tendência a socializar-se, porém há nele também uma disposição para romper
pactos da comunidade e satisfazer seus interesses particulares. Neste jogo de forças entre a tenção
de vontades distintas é que os avanços sociais ocorrem em realização do plano de progresso da
História.
O processo do sujeito com deficiência no contexto da educação e na sociedade brasileira
deve pertencer a toda a sociedade que tem que tomar para se o dever ético de promover a inclusão
de todos os indivíduos. E este compromisso com o processo de inserção das pessoas com
deficiênciastem que perpassar todas as instância dessa sociedade.
Para que haja ética na educação inclusiva, entretanto é vital que esse espaço, a Escola, seja
um ambiente de fortalecimento e de enriquecimento da relação entre as pessoas com deficiências e
a sociedade. Pois, ao imaginar a inclusão como algo, genuinamente humano. Cujo pretende
promovera interação desse sujeito “portador de habilidades diferenciadas” na vida daquela
coletividade vamos ver que o simples ato de termos, sobre o mesmo ambiente escolar, crianças com
e sem deficiência, já é em se, um avanço e uma conquista da maior relevância.
O debate da ética na educação inclusiva tem que passar, necessariamente, pelo o tipo de
sociedade que queremos ser, bem como sobre qual definição ética que pretendemos nos construir
como sociedade. A ética na inclusão sócio escolar é uma das faceta da maior amplitude nesse
processo. Entretanto ele não se conclui quando conseguimos colocar na mesma escola aluno com e
sem deficiência – por mais importante que seja esse passo – ele é apenas o primeiro de um processo
ètico e humano que nasce na escola e continua em cada um de nós.
REFERÊNCIAS
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf
Acesso em:
Esta definição de educação inclusiva foi usada durante o seminário sobre Educação Inclusiva do
International Disability and Development Consortium (IDDC), Agra, India, em 1998. Desde então
foi incorporada, quase palavra por palavra, no Relatório Branco sul-africano sobre educação
inclusiva (South African White Paper on inclusive education), em Março de 2000.
Clough, P. (2000) Theories of Inclusive Education: A Student's Guide. London, Sage/Paul
Chapman Publishing.
http://www.eenet.org.uk/bibliog/scuk/schools_for_all.shtml
Acesso em: