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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

NÚCLEO DE TECNOLOGIA PARA EDUCAÇÃO-UEMANET


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB/ POLO PARAIBANO
CURSO DE PEDAGOGIA

MARIA GABRIELA ARAUJO LIMA

DESAFIOS DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO


AMBIENTE ESCOLAR: uma análise na Escola Ângela Benicio de Oliveira.

Pastos Bons –MA


2023
1 INCLUSÃO E A ESCOLA

1.1 Inclusão: o que significa?

Segundo o dicionário Aurélio (2010), incluir significa inserir algo, em algum


lugar. Isso consiste em um processo de inserção. Desta forma, o termo inserção se
refere a incluir, ou seja, pode-se dizer que neste contexto faz menção à inclusão de
pessoas em algum lugar. Desse modo, podemos considerar o lugar onde se
aprende formalmente a ler a escrever, como a escola.

Segundo BITES, M.F.S.C, (2006) pode-se entender que a inclusão escolar é a


oferta de uma educação que respeita as diferenças de cada indivíduo entendendo
que todos têm direitos iguais e jamais devem ser discriminados, pois conforme a
Autora, uma escola inclusiva é aquela que tem a função de “promover a convivência
entre pessoas consideradas normais e as que apresentam necessidades
educacionais especiais” (BITES, 2006, pg. 84)
Outro entendimento importante é o de Mantoan, que afirma:

Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus


planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global,
plena, livre de preconceitos e que valoriza as diferenças. (MANTOAN, 2003,
p. 14)

Com isso, pode-se entender que a educação inclusiva é muito importante e


necessária, considerando as diferenças individuais de cada pessoa, como uma
educação que abraça e acolhe aqueles que tem necessidades educacionais
especiais, de modo que o acesso ao ensino seja possível para todos, de forma que
cada indivíduo se sinta pertencente a busca pelo conhecimento e que essa busca se
torne cada dia mais acessível.
Por sua vez, também é importante o ensinamento de Fonseca (2003, p. 99)
que mencionou que educação inclusiva “Significa assegurar a todos os estudantes,
sem exceção, independentemente de sua origem sócio cultural e da sua evolução
psicobiologia, a igualdade de oportunidades educativas”.
No entanto, em pleno século XXI, ainda se questiona, se nossas escolas já
superaram as metodologias e práticas vivenciadas anteriormente na educação. Tudo
indica que, a despeito de apregoar mudanças, a escola ainda continua ressaltando
determinada resistência em não priorizar uma nova prática que, como uma
linguagem mais abrangente, alcançaria resultados que oportunizassem mais o
processo de ensino e aprendizagem. Respaldamos essa visão de inclusão de
crianças, nas palavras de Mittler (2000, p. 25):

(...) no campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma e


de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar
que todos os alunos possam ter acesso a todas as gamas de oportunidades
educacionais e sociais oferecidas pela escola.

Diante dessa definição de Mittler (2000), as escolas necessitam repensar


suas ações, de forma que venham a criar um ambiente escolar que possibilite a
inclusão de todos os seus alunos, respeitando suas respectivas individualidades. A
escola deve ter a preocupação de desenvolver práticas pedagógicas que contribuam
para a construção de um novo tipo de conhecimento e novas práticas, livres de
preconceitos; é preciso assumir uma postura de valorização que permeie a
diversidade. É necessário que as escolas revejam suas práticas excludentes, e que
se disponham a novas adequações, a fim de enfrentarem o desafio da inclusão.
Na opinião de Carvalho (2008), a educação inclusiva tornou-se uma realidade
e não pode mais ser ignorada, por isso a escola deve ser repensada, deixando de
lado o padrão do aluno ideal e buscando a aceitação do diferente. O autor
acrescenta que “somos diferentes e queremos ser assim e não uma cópia malfeita
de modelos considerados ideais. Somos iguais no direito de sermos inclusive,
diferentes” (CARVALHO, 2008, p.23).
Carvalho (2005) enfatiza que, a inclusão não significa simplesmente colocar
todas as crianças em uma mesma condição, haja vista incorrer-se no risco de a
partir daí praticar-se uma perversa exclusão, observando que, o estar fisicamente
em um lugar não quer dizer que se faça parte dele. Além da inserção física, é
imprescindível que todos os estudantes sejam favorecidos com a inclusão na
aprendizagem e na inclusão social, exercitando o desenvolvimento e a plena
cidadania, complementa o autor. O desafio da educação, portanto, é organizar as
escolas, atendendo a todos os alunos sem nenhuma discriminação, valorizando as
diferenças, enriquecendo o processo educacional, tendo participação com igualdade
de oportunidades. Para que se torne realidade a educação inclusiva responsável
demanda preparo das escolas, o que consiste na preparação para a docência de
profissionais, tanto do ponto de vista técnico quanto psicológico, e acolhimento da
diversidade. Além de gestores compromissados com a qualidade do ensino e da
consideração aos direitos constitucionais dos profissionais geridos e dos alunos com
necessidades especiais.

1.2 Um breve caminho histórico sobre a Educação Especial no Brasil

Bueno (1993) afirma que o marco no Brasil da Educação Especial foi a


criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e do Instituto dos Surdos-mudos, na
cidade do Rio de Janeiro, na década de 50.
Após a proclamação da República, a Educação Especial passou a se
expandir em todo o território nacional, embora, de maneira extremamente lenta.
Pode-se observar que este fenômeno aconteceu, não só com a Educação Especial,
mas com a educação brasileira em geral.
Segundo PESSOTTI este período, a rede pública escolar se preocupará com
a deficiência metal, decorrência da influência por parte da psicologia que passou a
influenciar nos processos de ensino,
A deficiência mental então passou a ser o centro dos interesses,
principalmente no início do século passado, refletindo uma preocupação com a
higiene da população. Esta preocupação pode ser considerada como o início do
processo de legitimação da segregação dos especialistas do aluno diferente.
Na década de 1920, foram realizadas várias reformas na educação brasileira,
influenciadas pelo ideário da Escola-Nova. Para isso, vários professores psicólogos
europeus foram trazidos para oferecer cursos aos educadores brasileiros,
influenciando os rumos da Educação Especial no nosso País. Em 1929, chegou a
Minas Gerais a psicóloga russa Helena Antipoff, responsável pela criação de
serviços de diagnóstico, classes e escolas especiais. Fundou em 1932 a Sociedade
Pestalozzi de Minas Gerais para atender os deficientes. Essa psicóloga contribuiu
para a formação de um número significativo de profissionais que, mais tarde, foram
trabalhar na área da Educação Especial pelo país (JANNUZZI, 1992).
Após a segunda Guerra Mundial, a Educação Especial brasileira distinguiu-se
pela ampliação do número de entidades privadas, aliada ao aumento da população
atendida pela rede púbica, o que foi se tornando uma ação em nível nacional com o
surgimento dos primeiros Serviços de Educação Especial nas Secretarias Estaduais
de Educação e das campanhas nacionais de educação de deficientes, ligadas ao
Ministério da Educação e Cultura.
Lemos (1981) afirma que “a partir do trabalho de Helena Antipoff, reproduziu-
se pelo país as Sociedades Pestalozzi, com intercâmbio entre si e que se uniram
para a criação, em 1971 da Federação Nacional das Sociedades Pestolozzi do
Brasil”.
Em 1967, a Sociedade Pestalozzi do Brasil, já contava com 16 instituições por
todo o país. Criada em 1954, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais já
contava também com 16 instituições em 1962. Nessa época, foi criada a Federação
Nacional das APAES (FENAPAES) que, em 1963, realizou seu primeiro congresso
(MENDES, 1995).
Foi a partir dos anos 1950, mais especificamente no ano de 1957, que o
atendimento educacional aos indivíduos que apresentavam deficiência foi assumido
explicitamente pelo governo federal em âmbito nacional com a criação de
campanhas voltadas especificamente para este fim (MENDES, 1995).
No período militar houve a ampliação na estrutura da rede privada de
atendimento ao excepcional, tornando-as cada vez mais importante dentro do
contexto da Educação Especial. Tal influência foi decorrente da sua organização em
todo o território nacional, como as APAES, as Sociedades Pestalozzi de Minas
Gerais e São Paulo e das empresas prestadoras de serviços de alto nível, que
passaram a estabelecer padrões de qualidade relacionados à educação do
excepcional.
Ao longo da década de 1960, segundo Jannuzzi (1992), ocorreu a maior
expansão no número de escolas de ensino especial já vista no país. Em 1969, havia
mais de 800 estabelecimentos de ensino especial para deficientes mentais, cerca de
quatro vezes mais do que a quantidade existente no ano de 1960.
Enquanto que, na década de 1970, observa-se nos países desenvolvidos
amplas discussões e questionamentos sobre a integração dos deficientes
mentais na sociedade, no Brasil acontece neste momento a
institucionalização da Educação Especial em termos de planejamento de
políticas públicas com a criação do Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP), em 1973. A finalidade do CENESP era “promover, em todo
território Nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais”
(MAZZOTTA,1996, p.55).

Na década de 70, a educação especial pública, juntamente com a ampliação


da rede privada passou por um processo de renovação.
Neste período foram criadas as classes e escolas especiais que culminaram
com a criação de Serviços de Educação Especial em todas as Secretarias Estaduais
de Educação e do Centro Nacional de Educação Especial – CENESP.
Em fins da década de 80, o Brasil passou por uma reconstrução da Sociedade
Democrática marcada por grande movimentação popular. Após vinte e um anos de
ditadura militar, além da reorganização dos partidos políticos, foi observada a
organização da sociedade em diferentes formas de associações, buscando garantir
sua participação nas decisões políticas do país.
Como fruto dessa reconstrução da sociedade democrática surgiu a
Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA).
Segundo Code (1986), a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208,
estabelece a integração escolar como preceito constituci4nal, preconizando o
atendimento aos indivíduos que apresentam deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino. Pode-se dizer que ficou assegurado pela Constituição Brasileira
de 1988 o direito de todos à educação, garantindo-se, assim, o atendimento
educacional de pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais
Nos anos 90, as instituições assistenciais ganham estatuto de organismos (ou
organizações) não governamentais (ONGs) e a ambiguidade entre os setores
públicos e privados é apresentada como uma necessária e fundamental parceria
para desenvolvimento do país. Em todas as esferas das relações (econômicas,
sociais) e em todos os campos do conhecimento (na saúde, na filosofia, na
educação, etc.) este discurso parece ecoar.

2 INCLUSÃO E A EDUCAÇÃO ESCOLAR


2.1 Educação Inclusiva e os Desafios no Contexto Escolar

São várias as dificuldades e desafios encontrados pelas escolas para que a


educação inclusiva seja realizada de forma plena Callonere e Hubner afirmam:

Além da discriminação social baseada em regras, costumam ser apontados,


por pessoas envolvidas no processo, outros fatores que dificultam a
inclusão escolar, como o despreparo dos professores diante de um alunado
diferente da maioria dos alunos, as condições físicas inadequadas das
escolas, o número de alunos por sala de aula ser superior ao desejável, a
falta de recursos técnicos, etc.(2012, p.72)

Sendo assim, percebe-se que os desafios para que as escolas façam uma
educação inclusiva são diversos e demandam muito empenho e recursos para que
sejam realmente realizados e deixem de ser um simples planejamento.
Segundo Fonseca (1995), complementa que o objetivo da educação inclusiva
é mostrar não só para os professores, mas para a sociedade, que é preciso de uma
educação mais que inclusiva, onde todas as diferenças possam ser respeitadas para
que possam exercer seus direitos de forma igualitária.
Na concepção de Sánchez (2005), o objetivo da inclusão tem como proposta
a conquista de cada criança por meio de uma aplicação pedagógica centrada no
aluno, para que possa superar as dificuldades existentes.
Voltando novamente para a formação de professores, eles devem adaptar e
melhorar seus currículos para atender às dificuldades dos alunos com necessidades
especiais sem deixar os outros alunos para trás. É um trabalho difícil para esse
profissional, mas com persistência e amor pelo seu trabalho, ele encontra formas e
técnicas para se envolver e se conectar com esses alunos.
Fonseca (2005) observa que o maior desafio para uma educação inclusiva
são as barreiras encontradas ao longo de todo o processo educacional, destacando
entre elas a falta de adaptação das escolas regulares e de professores que não
recebem adequadamente alunos com deficiência em sala de aula, além da
discriminação e do preconceito encontrado na sociedade e, muitas vezes, entre a
própria família. Assim, para o autor é preciso fazer reformas estruturais e
organizacionais nas escolas, compensar o tempo perdido.
É visto que um dos grandes obstáculos é pôr em ação no contexto escolar
uma educação que possa ser coletiva e em conjunto a todos as crianças na esfera
escolar. Dessa forma precisamos de uma nova instituição educacional, estruturada
de forma que possa pensar sobre novas condutas para a inserção desses alunos.

Vale ressaltar que essas modificações na estrutura da escola, bem como a


capacitação dos professores é um Direito dos alunos, e a aprendizagem não é
possibilitada apenas com a presença física do aluno deficiente no ambiente escolar.
É necessário que por meio do ensino ele seja capaz de compreender e participar de
atividades com outras pessoas e aprender o conteúdo das disciplinas ministradas.
Assim, Konkel, Andrade e Kosvoski afirmam da seguinte forma:

O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre,


portanto, das possibilidades de se conseguir processos significativos desses
alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à
diversidade e as necessidades dos aprendizes. Antes das rampas físicas,
as escolas precisam construir rampas pedagógicas. É possível avançar
quando a escola regular assumir que as dificuldades de alguns alunos não
são apenas deles, mas resultam, em grande parte, do modo como o ensino
é ministrado e a aprendizagem é concebida e avaliada (2015, p.5781).

Conforme o conceito de inclusão escolar estabelece o intuito da capacitação


dos professores é permitir que todos os alunos, sem exceções possam frequentar o
ensino regular, evitando que se crie escolas “apartadas” ou um tipo de ensino
separado só para os alunos com deficiência, o que os excluiria do convívio com os
demais, tirando a possibilidade do desenvolvimento humano e criativo desses
alunos. Vale lembrar que encaminhar os alunos deficientes para escolas
diferenciadas ou privá-los de acessarem o ensino regular são atos que ferem a
Constituição Federal que garante tratamento igual para todos, conforme já
presentado.
Segundo Guimarães (2002), a inclusão escolar abraça as crianças com
necessidades educacionais especiais, porém, vai muito além dessa prática, pois
para ser considerada inclusiva, a escola deve qualificar seus professores para
tratarem com as diferenças, preparar seus alunos ‘normais’ para recepcionarem as
crianças especiais, o pessoal da administração deve saber lidas com situações
diversas como a discriminação, enfim, o sucesso da inclusão exige que toda a
comunidade escolar se esforce e trabalhe com a mente aberta e sem quaisquer
preconceitos. Na visão da autora, uma escola para ser verdadeiramente inclusiva
deve oferecer toda uma gama de suporte para os alunos especiais, professores,
administração, que vai desde as adequações na estrutura, passando pelas
adaptações dos currículos, aceitabilidade, mobiliários, materiais didáticos
adequados, enfim, uma série de aspectos que possibilitem a inclusão dos alunos
especiais, promovendo a diversidade, que é fator indispensável para o crescimento
dos alunos (GUIMARÃES, 2002).

Embora a autora descreva uma escola inclusiva ideal, na prática percebe-se


que essa escola perfeita em termos de inclusão infelizmente ainda está longe de ser
alcançada devido à realidade que se manifesta na falta de investimentos do Estado
para o aperfeiçoamento das estruturas e qualificação de professores para lidarem
com os alunos especiais.

2.2 A Importância da Família na Inclusão Educacional Das Crianças com


Necessidades Especiais

A família desempenha um papel importante na pessoa desde a geração no


ventre materno até o nascimento, crescimento e desenvolvimento pessoal e social.
A criança sempre será responsabilidade da família, sendo ela especial ou não. Cabe
impreterivelmente aos pais fazerem com que sua presença seja notada de maneira
a não excluí-lo, para que possa conseguir um olhar diferenciado que favoreça a sua
inclusão quanto pessoa, como cidadão de honras e direitos.
Assim não se pode falar em inclusão escolar se não houver, primeiramente,
inclusão familiar. Na verdade, a primeira etapa da inclusão começa com a aceitação
familiar, pois é sempre muito difícil para uma família aceitar que seu filho seja de
alguma forma diferente das outras crianças. Assim, é necessário contratar
especialistas capacitados para trabalhar com a família e prepará-la para o novo.

Segundo Almeida (1983), cada filho é esperado pelos seus pais com muitas
expectativas de realizações de desejos e de gratificações dos mesmos, de maneira
que é inevitável a expectativa dos pais quando espera uma criança, cuja exigência
mínima é a antecipação de que a criança venha com todos os atributos de
normalidade que a faça capaz de assumir os papeis geralmente prescritos pela
sociedade. Assim, a família é o primeiro contato social do indivíduo e é por ela que o
indivíduo se estrutura, cria seus primeiros valores e ideias, precisando então ser
sadio, isto é, oferecer bom relacionamento emocional, intelectual e social, pontua
Almeida (1983).
A família e a escola são dois elementos muito importantes na socialização de
um indivíduo, pois ambas influenciam diretamente na sua educação e contribuem
para a sua autorrealização pessoal e realização de projetos ao longo da sua vida. Ao
longo da história, a escola, a família e outras instituições sofreram profundas
mudanças.
É necessário que a sociedade seja aberta a todos e seja inclusiva, estimule a
participação de cada um, valorize as experiências humanas, reconhecendo o
potencial de todos os cidadãos, oferecendo oportunidades iguais para que cada
pessoa seja livre e tenha autodeterminação, observa Rosa (2004).
Rosa (2004) também explica que a participação da família e da comunidade
amplia o processo educativo desempenhando um papel vital na educação e na
inclusão social de seus membros, tendo acesso a serviços sociais, saúde, serviços
educacionais e profissionais existentes na comunidade e a todas as demais
oportunidades disponíveis.
Com isso é interessante perceber que os processos de formação se dão não
apenas nos estabelecimentos de ensino como também em outras ambiências
culturais como a família, visto que a família é o centro essencial para o
desenvolvimento de todo ser humano. A família é considerada a base da sociedade,
conforme alude o art. 226 da Constituição Federal de 1988.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º discorre: É
dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público
assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
liberdade e a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990). O dever da família
com o processo de escolaridade e a importância de sua presença no contexto
escolar.
O papel da família tem sido cada vez mais ressaltado, no sentido de ser
parceira vital no processo de integração (social, escolar) da pessoa com deficiência.
Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas
especiais de seus filhos, e a eles deve-se competir, na medida do possível, a
escolha do tipo de educação que desejam seja dada aos seus filhos (DECLARAÇÃO
DE SALAMANCA, 1994).
O trabalho em conjunto escola e família é essencial para o pleno
desenvolvimento e inclusão da criança especial, pois ambas precisarão trabalhar em
parceria e da mesma maneira para que não haja contradições no que buscam para
o seu alunado. Deve haver pleno respeito e responsabilidade para com a educação
desses alunos, e principalmente em se alto ajudarem nos momentos de superação
das barreiras que possam surgir.
Portanto, vale ressaltar que um dos passos para a inclusão é sensibilizar os
pais ou responsáveis por essas crianças, de que elas realmente necessitam de
atendimento especializado e de que elas têm papel fundamental na sua inserção
social, a começar pela sua participação e integração no ambiente familiar e escolar.
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