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Sendo assim, percebe-se que os desafios para que as escolas façam uma
educação inclusiva são diversos e demandam muito empenho e recursos para que
sejam realmente realizados e deixem de ser um simples planejamento.
Segundo Fonseca (1995), complementa que o objetivo da educação inclusiva
é mostrar não só para os professores, mas para a sociedade, que é preciso de uma
educação mais que inclusiva, onde todas as diferenças possam ser respeitadas para
que possam exercer seus direitos de forma igualitária.
Na concepção de Sánchez (2005), o objetivo da inclusão tem como proposta
a conquista de cada criança por meio de uma aplicação pedagógica centrada no
aluno, para que possa superar as dificuldades existentes.
Voltando novamente para a formação de professores, eles devem adaptar e
melhorar seus currículos para atender às dificuldades dos alunos com necessidades
especiais sem deixar os outros alunos para trás. É um trabalho difícil para esse
profissional, mas com persistência e amor pelo seu trabalho, ele encontra formas e
técnicas para se envolver e se conectar com esses alunos.
Fonseca (2005) observa que o maior desafio para uma educação inclusiva
são as barreiras encontradas ao longo de todo o processo educacional, destacando
entre elas a falta de adaptação das escolas regulares e de professores que não
recebem adequadamente alunos com deficiência em sala de aula, além da
discriminação e do preconceito encontrado na sociedade e, muitas vezes, entre a
própria família. Assim, para o autor é preciso fazer reformas estruturais e
organizacionais nas escolas, compensar o tempo perdido.
É visto que um dos grandes obstáculos é pôr em ação no contexto escolar
uma educação que possa ser coletiva e em conjunto a todos as crianças na esfera
escolar. Dessa forma precisamos de uma nova instituição educacional, estruturada
de forma que possa pensar sobre novas condutas para a inserção desses alunos.
Segundo Almeida (1983), cada filho é esperado pelos seus pais com muitas
expectativas de realizações de desejos e de gratificações dos mesmos, de maneira
que é inevitável a expectativa dos pais quando espera uma criança, cuja exigência
mínima é a antecipação de que a criança venha com todos os atributos de
normalidade que a faça capaz de assumir os papeis geralmente prescritos pela
sociedade. Assim, a família é o primeiro contato social do indivíduo e é por ela que o
indivíduo se estrutura, cria seus primeiros valores e ideias, precisando então ser
sadio, isto é, oferecer bom relacionamento emocional, intelectual e social, pontua
Almeida (1983).
A família e a escola são dois elementos muito importantes na socialização de
um indivíduo, pois ambas influenciam diretamente na sua educação e contribuem
para a sua autorrealização pessoal e realização de projetos ao longo da sua vida. Ao
longo da história, a escola, a família e outras instituições sofreram profundas
mudanças.
É necessário que a sociedade seja aberta a todos e seja inclusiva, estimule a
participação de cada um, valorize as experiências humanas, reconhecendo o
potencial de todos os cidadãos, oferecendo oportunidades iguais para que cada
pessoa seja livre e tenha autodeterminação, observa Rosa (2004).
Rosa (2004) também explica que a participação da família e da comunidade
amplia o processo educativo desempenhando um papel vital na educação e na
inclusão social de seus membros, tendo acesso a serviços sociais, saúde, serviços
educacionais e profissionais existentes na comunidade e a todas as demais
oportunidades disponíveis.
Com isso é interessante perceber que os processos de formação se dão não
apenas nos estabelecimentos de ensino como também em outras ambiências
culturais como a família, visto que a família é o centro essencial para o
desenvolvimento de todo ser humano. A família é considerada a base da sociedade,
conforme alude o art. 226 da Constituição Federal de 1988.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º discorre: É
dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público
assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
liberdade e a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990). O dever da família
com o processo de escolaridade e a importância de sua presença no contexto
escolar.
O papel da família tem sido cada vez mais ressaltado, no sentido de ser
parceira vital no processo de integração (social, escolar) da pessoa com deficiência.
Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas
especiais de seus filhos, e a eles deve-se competir, na medida do possível, a
escolha do tipo de educação que desejam seja dada aos seus filhos (DECLARAÇÃO
DE SALAMANCA, 1994).
O trabalho em conjunto escola e família é essencial para o pleno
desenvolvimento e inclusão da criança especial, pois ambas precisarão trabalhar em
parceria e da mesma maneira para que não haja contradições no que buscam para
o seu alunado. Deve haver pleno respeito e responsabilidade para com a educação
desses alunos, e principalmente em se alto ajudarem nos momentos de superação
das barreiras que possam surgir.
Portanto, vale ressaltar que um dos passos para a inclusão é sensibilizar os
pais ou responsáveis por essas crianças, de que elas realmente necessitam de
atendimento especializado e de que elas têm papel fundamental na sua inserção
social, a começar pela sua participação e integração no ambiente familiar e escolar.
REFERÊNCIAS
MANTOAN, Maria Tereza Eglêr. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como
fazer? São Paulo: Ed. Moderna, 2003.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. O direito à diferença nas escolas: questões sobre
a inclusão escolar de pessoas com e sem deficiências, 2004. Disponível em.
Acesso: 21 abril. 2023
SASSAKI, Romeu Kazumi. Como chamar as pessoas que têm deficiência?”. In:
Vida Independente: historia, movimento, liderança, conceito, filosofia e fundamentos.
São Paulo: RNR, 2003. P. 12-16.