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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE


DIRECÇÃO PROVINCIAL DE EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PLANO ANALÍTICO DA DISCIPLINA DE NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS
Ficha de apoio n0 4
Diagnostico, transito de crianças para Educação Especial

A partir da década de 1970 teve início o debate que deu origem à criação de instituições
privadas e públicas para os deficientes além das classes especiais. Porém o grande marco da
educação especial foi a Declaração de Salamanca, em 1994, seguida pela Constituição
Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996 a as Diretrizes Nacionais
para e Educação Especial Básica em 2001 (ROGALSKI, 2010). Diante do exposto surge o
Atendimento Educacional Especializado (AEE), porque oferta um serviço da educação
especializada com vistas no atendimento aos alunos que apresentam necessidades
educacionais especializadas na vida escolar, com o objetivo de eliminar barreiras que tendem
a obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência. Mesmo diante deste
contexto de implementação de legislação, o professor assume a tarefa de promover a
inclusão, e de fato, muitas vezes dissociada dos preceitos legais e, notadamente, em um
espaço educacional que pouco se envolve com a importante missão de incluir pessoas que
precisam de um atendimento especial (SEESP/MEC, 1994). Dentre sua função, o professor
de AEE, atua com projetos de inclusão, inspirados na consciência e afetividade e, por meio
desta, estimula a aprendizagem, ao que Mattos (2009), afirma que se a afetividade precisa
estar presente em todos os momentos da vida, não seria diferente durante o processo de
ensino-aprendizagem: quando em sala de aula, a afetividade tem profunda relação com o
estabelecimento de vínculos entre o educador e o educando, entre o ensinar e o aprender.
Durante o processo educativo é necessário que se leve o educando ao desenvolvimento de sua
capacidade de compreensão e à utilizar seu potencial emocional, equilibradamente, para que
este possa ter pleno prazer no aprendizado e em suas relações com educador e colegas
(MATTOS, 2009). Neste contexto, o professor assume uma tarefa de promover a inclusão, e
de fato, muitas vezes dissociada dos preceitos legais e, notadamente, em um espaço
educacional que pouco se envolve com a importante missão de incluir pessoas que precisam
de um atendimento especial.

No final do século XX, (década de 70), há um movimento de integração social dos indivíduos
que apresentavam deficiência, no intuito de garantir sua integração em ambientes escolares,
“o mais próximo possível daqueles oferecidos à pessoa normal” (SANTOS, 2006, p. 1).

Entre os séculos XVIII e XIX, não existia nenhum interesse pela educação das pessoas
consideradas idiotas e imbecis, persistindo, deste modo, a era da negligência (MENDES,
1995). De acordo com Jannuzzi (1992); Bueno (1993); e Mazzotta (1996), a história da
Educação Especial assenta-se sobre a criação do “Instituto dos Meninos Cegos” em 1854, e

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do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”)
em 1857, sendo ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do governo Imperial. Estes
Institutos foram muito importantes para o atendimento dos deficientes, abrindo espaço para a
conscientização e a discussão sobre a sua educação. Mesmo diante destes Institutos, o cenário
não deixou de “se constituir em uma medida precária em termos nacionais, pois em 1872,
com uma população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35
cegos e 17 surdos” (MAZZOTTA, 1996, p. 29). A Educação Especial, portanto, se
caracterizou por acções isoladas e o atendimento se referiu mais às deficiências visuais,
auditivas e, em menor quantidade, às deficiências físicas e em relação à deficiência mental
houve um silêncio quase absoluto.

Em 1960 a “Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais”


(CADEME) foi criada com a finalidade promover a “educação, treinamento, reabilitação e
assistência educacional das crianças retardadas e outros deficientes mentais de qualquer idade
ou sexo” (MAZZOTTA, 1996, p. 52). Nesse período, expandiu-se escolas especiais. Já, na
década de 70, os países desenvolvidos promoveram amplas discussões e questionamentos
sobre a integração dos deficientes mentais na sociedade, sendo que no Brasil, neste momento,
acontece a institucionalização da Educação Especial em termos de planeamento de políticas
públicas com a criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), em 1973.

Estratégia para compensação e normalização de crianças para educação especial

Entender os processos compensatórios favorece ao terapeuta a criação de caminhos diferentes


que permitem o desenvolvimento do sujeito considerando, social e a história de vida trazida
pelos alunos com NEE.

Normalização e a possibilidade do deficiente mental desenvolver um tipo de vida normal


quanto possível, onde o atendimento desse sujeito com NEE deve ajustar se as características
e necessidades.

Os processos de normalização via prática de correcção dos sujeitos com deficiência, podem
ser visualizados nas políticas de inclusão mediante um movimento que cria serviços de apoio
fora da escola e sala de aulas para atender as especificidades dos tais sujeitos.

Os discursos que constituem a escola inclusiva fazem aparecer serviços de apoio voltados
para o controle e a normalização do sujeito a ser corrigido.

A educação especial direcciona suas acções para o atendimento as especificidades desses


alunos no processo educacional e no âmbito de uma actuação de redes de apoio mais ampla
na escola.

Estratégia de normalização via correcção feita pelos serviços de apoio escolar a


deficiência.

E entendida como características inerentes ao sujeito e deve ser corrigida opara que a
normalidade seja alcançada ou restabelecida.

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Conforme a estratégia de normalização via correcção indicam que:

 O problema esta centrado no aluno com deficiência e centra se em compensar


supostas deficits no aluno com deficiência.

A Educação especial e uma abordagem de ensino direccionada para o desenvolvimento de


habilidades específicas de indivíduos com algum tipo de dificuldade de aprendizagem ou
deficiência física, intelectual, mental.

E o ramo da educação voltada para o atendimento e educação de pessoas com alguma


deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regular ou ambientais especializados
como escolas para surdos, cegos ou deficiência intelectual.

A Educação especial ganhou muita visibilidade devido a educação inclusiva

O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial


a educação inclusiva e incluir, integrar, abranger a todos sem excepção.

Uma educação inclusiva integra os alunos por meio de uma abordagem humanista.

Esta visão entende que cada aluno tem suas particularidades e que elas devem ser
consideradas como diversidade e não como problema.

Para o processo de correcção e normalização de alunos especiais, na educação inclusiva os


espaços são adaptados para o convívio de todos, assim como os materiais utilizados nas
actividades.

A educação inclusiva baseia-se nos seguintes princípios

1- Direito de acesso a educação


2- Toda pessoa e capaz de aprender
3- Incluir e reconhecer a diversidade do aprendizado, o processo do aprendiz e singular
4- O cenário no ambiente escolar comum beneficia a todos, socialização
5- A educação inclusiva diz respeito a todos.

Critério de Integração e inclusão de crianças com NEE para educação especial

Multiplicidade de modelos de resposta, isto e, existem enumeras praticas de entendimento


dispensado as pessoas com NEE dependendo das razões sócios culturais, histórias,
económicas e o grau de severidade da necessidade educativa especial do sujeito.

Integração

A primeira resposta da escola para alunos com NEE, considerada normal (escola regular) foi
a integração que significa literalmente abrir as portas da escola regular para os alunos com
NEE.( antes alunos com NEE só podiam frequentar as escolas especiais)

- Oferecer um conjunto de serviços a todas as crianças com base nas suas necessidades de
aprendizagem

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- A integração pressupõe uma participação efectiva desta, nas actividades escolares.

- Existem diferentes situações e ou modalidades de integração que vão da física, passando


pela funcionalidade social até a integração da sociedade.

Inclusão

Enquanto a integração tem por alvo aos alunos deficientes que são uma parte daquelas com
NEE , a inclusão refere-se as varias praticas de resposta individualizadas realizadas sobre os
vários tipos de NE de todos os alunos com NEE.

Uma escola inclusiva e uma escola onde todo aluno ou criança e respeitadas e encorajadas a
aprenderem até aos limites da sua capacidade.

- Adaptação da escola regular por forma a tornar possível ao aluno a aprendizagem nesse
ambiente.

- A inclusão baseia-se nas necessidades da criança e não apenas no seu desempenho escolar,
que se traduzem a três níveis de desenvolvimento essenciais:

Académico, sócio-emoncional e pessoal, onde para o alcance exige a união de esforços entre
o professor da turma regular e o professor da educação especial o qual aponta o aluno com
NEE na, aceitem as diferenças, apoiem a aprendizagem e respondem as necessidades do
individuo turma regular.

Segundo o princípio da inclusão a declaração de SALAMANGA diz que as escolas regulares


constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando
comunidades abertas e solidarias com objectivo de conseguir escolas para todos, escolas que
incluem todas as pessoas.

 Na integração – o aluno deve esforçar-se para se integrar ou normalizar, isto é, para


fazer parte as mesmas coisas que os demais ( ex. se o aluno for surdo, mas esta na
turma de alunos e professores ouvintes que não falam língua de sinais).
 Na Inclusão – a escola prepara-se para receber atentamente o aluno respeitando suas
limitações e proporcionando os recursos de que ele precisa para aprender
convenientemente se necessário adaptado ao currículo para potencialidades do aluno (
ex. um aluno surdo que esta na turma regular, o professor devera ser capaz de
expressar-se na língua de sinais ou o aluno devera ter direito a um interprete que se
expresse na língua de sinais).

Vantagens da educação inclusiva

 Desenvolve atitudes positivas perante diversidade


 Facilita aquisição de ganhos em nível do desenvolvimento académico e social
 Prepara o aluno para a vida na comunidade
 Evita efeitos negativos de exclusão

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Um ensino inclusivo exige do professor e da escola uma série de adaptações com vista a
acolher os alunos com NEE e se a escola não observar as modificações, teremos escolas de
integração e não inclusiva, a base metodológica e a normalidade.

A especial normalidade responde a duas necessidades fundamentais para o aluno em


dificuldades:

A necessidade de ser normal, de fazer as mesmas coisas com os demais colegas em


actividades normais didácticas reforçando o sentimento de pertença ao grupo de identidade,
acolhida e a necessidade de algo especial isto e de poder desenvolver actividades especificas
a condição, por vezes muito complexa, exige para poder expressar oportunamente suas
potencialidade,

Lones (2005) propõe que a escola se organize em varias áreas:

1- Organização escolar geral (tempo, horários, etc…)


2- Espaço e arquitectura
3- Sensibilização geral
4- Alianças extra-escolares
5- Formação
6- Documentação
7- Didáctica comum
8- Recursos educativos a necessidades individuais
9- Auxilio de materiais especiais
10- Intervenção de assistência e de ajuda pessoal ou reabilitativas
11- Intervenção sanitária e terapeuta.

Como o professor deve trabalhar a inclusão na sala de aulas

 Respeitar as individualidades dos alunos


 Actividades em grupo incluindo a turma
 Promover campanha em prol da diversidade da escola
 Avaliações individuais

No processo de inclusão deve-se partir do meio social do deficiente, fazer novas conquistas e
garantir a familiaridade, pois estas fazem parte do meio social do deficiente fazer novas
conquistas e garantir a familiaridades, para se obter possibilidades de novos conceitos o
professor precisa estar comprometido com a valorização das sequencias de ensino e
aprendizagem do estudante com NEE, entender que o seu pensamento pode ser lento e que
essa especificidade para esses sujeitos não prejudicam a capacidade da aprendizagem.

A tarefa do professor no processo de inclusão e a revitalização da sua pratica com vista a


captar os preconceitos sobre os deficientes, transformando-os em possibilidade de mudança
de comportamento.

Análise comparativa de educação especial e inclusiva no contexto Moçambicano e


internacional

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No ensino primário existem cerca de 6840 alunos com NEE, a mesma inclusão de alunos
prossegue a passos lentos, um dos factores que contribuiu para se adoptar esse ponto de vista
e o menor numero de escolas especializadas em NEE. Existem menos de 8 escolas especiais
em Moçambique.

O processo da inclusão exige mudança no desenvolvimento de todos, abrindo espaço para


todos, abrindo espaço para todos os alunos e não somente aqueles com algum tipo de
deficiência.

O desafio do modelo inclusivo moçambicano reveste-se nas dificuldades materiais e técnicas.

O contexto social não esta assimilando com facilidade as novas técnicas de integração.

Ex. Linguagem de sinais, suscita-se um desafio de capacitar as comunidades no uso da


mesma.

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