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Instituto Pedagógico Brasileiro

Uma Abordagem Integradora para o Desenvolvimento Inclusivo


Eva Rosa Andrade
Instituto Pedagógico Brasileiro
evaandrade@gmail.com

Resumo:
O presente artigo tem como objetivo fazer uma abordagem conceitual sobre acessibilidade, no Brasil
uma média de 46 milhões de pessoas possui algum tipo de deficiência, este trabalho tem como objetivo ressaltar
a importância da ação colaborativa por parte da sociedade, respeitando sempre os direitos humanos e a igualdade
de todos.
O trabalho tem como real objetivo fazer uma ampla abordagem em termo conceitual sobre as
necessidades especiais e o fundamental papel da educação inclusiva e o importante papel da sociedade para a
inclusão destas pessoas como mobilidade reduzida.
Palavras-chave: Acessibilidade, Deficiência, Educação, Educação Inclusiva, Acesso para Pessoa com
Deficiência.

INTRODUÇÃO

A Educação Especial tem sido uma área de crescente interesse e preocupação nas
últimas décadas, buscando promover a inclusão e o desenvolvimento pleno de indivíduos com
necessidades educacionais especiais. Nesse contexto, a Neuropsicopedagogia emerge como
uma abordagem interdisciplinar que visa compreender a complexidade dos processos de
aprendizagem e desenvolvimento humano, agregando conhecimentos da neurociência,
psicologia e pedagogia.
O presente trabalho tem como objetivo explorar a relação entre a Educação Especial e
a Neuropsicopedagogia, destacando como essa abordagem integradora pode contribuir para a
efetivação de práticas inclusivas e a promoção do sucesso educacional de todos os estudantes,
independentemente de suas características e necessidades individuais.
A inclusão educacional tornou-se um imperativo social, refletindo os avanços em
nossa compreensão sobre a diversidade humana e a valorização da equidade no ambiente
escolar. Nesse sentido, a Educação Especial desafia educadores, gestores e demais
profissionais da educação a repensarem suas práticas pedagógicas e a construírem ambientes
acolhedores e adaptados às diversas singularidades dos alunos. Respaldamos essa visão de
inclusão de crianças, nas palavras de Mittler (2003, p. 25):

(...) no campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma e


de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar
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que todos os alunos possam ter acesso a todas as gamas de oportunidades


educacionais e sociais oferecidas pela escola.

Paralelamente, a Neuropsicopedagogia tem desempenhado um papel significativo ao


fornecer bases teóricas e práticas para compreender como o cérebro humano aprende e se
desenvolve. Ao integrar os aspectos biológicos, psicológicos e sociais do processo de
aprendizagem, essa abordagem busca identificar as potencialidades e dificuldades de cada
indivíduo, permitindo o desenvolvimento de estratégias personalizadas e eficazes para a
aprendizagem.
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OBJETIVOS
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Objetivo Geral:
Incluir alunos com deficiência na rede regular de ensino, permitindo novas
aprendizagens, possibilitando assim novas oportunidades de saberes e a integração entre os
alunos do Ensino Regular.
Objetivos Específicos:
• Investigar as contribuições da Neuropsicopedagogia para a compreensão das dificuldades de
aprendizagem e desenvolvimento presentes em alunos com necessidades educacionais
especiais;
• Analisar como a abordagem neuropsicopedagógica pode ser aplicada de forma prática e
efetiva na Educação Especial, promovendo a adaptação curricular e a construção de
ambientes inclusivos;
• Discutir os desafios e as possibilidades da implementação da Neuropsicopedagogia nas
práticas pedagógicas, considerando a formação dos profissionais da educação e o contexto
escolar.

JUSTIFICATIVA
Diante do cenário educacional que vivemos em relação à inclusão social não apenas na
rede de ensino, mas em todos ambientes que envolve o convívio social, este trabalho tem
como cunho objetivo analisar a importância da inclusão de pessoas com deficiência no
processo de ensino e aprendizagem, preparando os mesmos para o mercado de trabalho e a
vida em sociedade.

METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi baseada em várias leituras
de artigos, livros, textos, e principalmente através da minha vivência como professora da
educação infantil na rede pública de ensino.
Através da realização do trabalho apresentado, foi necessário entrar em contato com a
psicopedagogia, pois através dela foi notável perceber a importância da inclusão de pessoas
deficiente no convívio escolar regular, através da inclusão pode ser desenvolvido vários
conceitos afetivos, cognitivos, motor e psicológico de uma criança.
Porto afirma:
“A psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem humana, que surgiu de uma
demanda - as dificuldades de aprendizagem, colocada em um espaço pouco explorado,
situado além dos limites da pedagogia e da psicologia” (Porto, 2011, p.7).
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Essa pesquisa tem como proposito compreender a importância da inclusão de pessoas


com deficiência na rede regular de ensino.

DESENVOLVIMENTO
Baseando em todo modelo educacional em âmbito mundial, ele não pode ficar
estagnado, ele deve evoluir de acordo com as evoluções da humanidade e também os
problemas encontrados na sociedade a qual vivemos.
Uma educação completa é formada pela interação da família da escola e do aluno em
prol do desenvolvimento físico, acadêmico, mental, espiritual, sem essa forma é quase
impossível pensar em uma escola completa sem a presença da inclusão. Em uma sociedade
que a eficiência tomou lugar da compreensão, a inclusão faz toda a diferença.
Cidade e Freitas (2002) conceituam a inclusão como “o processo social que modifica a
sociedade e dá ao portador de deficiência plenas condições de desenvolvimento e de exercer
sua cidadania”. Estas mudanças deverão acontecer não só nos ambientes físicos, mas também
na mentalidade de todas as pessoas, incluindo o próprio portador das necessidades especiais.
Os mesmos autores também explicam que todas as mudanças deverão existir para que as
diferenças individuais sejam valorizadas e que todos aprendam a conviver com a diversidade
humana, meio a compreensão e cooperação mútua.
Quando se fala em inclusão, não se refere apenas em aceitar crianças com deficiência
nas escolas, são necessários diversos tipos de adaptações. Devem ser considerados vários
aspectos para que uma inclusão seja bem sucedida, como: Os aspectos físicos da escola, como
adaptações de acordo com cada deficiência seja ela física ou não.
Quando se fala no termo inclusão, deve-se pensar na socializar do individuo, com seus
companheiros de aula, para que ele possa se sentir igual dentro da própria escola, ou seja, o
objetivo é que ele se sinta inserido dentro do contexto escolar.

“todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de


quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter” (UNESCO, 1994, p.4).

Sendo este um grande desafio nos dias atuais, para a realização dessa prática além da
teoria. Inclusão social não é apenas a ideia de oferecer uma vaga na escola, mas sim uma
proposta que deve atender as necessidades individuais dos alunos com deficiência, com
respeito as suas responsabilidades.
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Qualquer instituição inclusiva tem como objetivo, compartilhar o saber, as trocas de


experiências, pois é nas escolas que o sujeito desenvolve o espirito critico o observar. Essa
educação tem como perspectiva um grande avanço, pois ainda vivemos em uma sociedade
altamente excludente e preconceituosa.
Há alguns anos atrás, qualquer aluno com necessidades especiais eram matriculados
em escolas especiais, onde eles eram afastados de qualquer forma de interação social com as
demais pessoas, desfavorecendo desta maneira o seu ensino e aprendizagem.
O atendimento de pessoas com necessidades educacionais, no Brasil teve inicio desde
o período imperial em 1854, onde foi criado o primeiro Instituto dos Meninos Cegos. Na
década de 20 foi fundado no Brasil o Instituto Pestalozzi, cuja sua especialidade era o
atendimento às pessoas com deficiência mental, porém em 1954 foi fundada a primeira APAE
- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
O termo Educação Inclusiva, vem sendo discutida no contexto educacional desde a
década de 90, após a declaração de Salamanca, que reconheceu a necessidade e a urgência de
oferecer com total garantia, uma educação de qualidade para todos com necessidades
educativas especiais.
Toda pessoa tem o direito de acesso à educação.
2. Toda pessoa aprende;
3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular;
4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos;
5. A educação inclusiva diz respeito a todos.
Salamanca. 1994 afirma que:

Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de
atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; Toda criança possui
características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagens únicas; Os
sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam
ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais
características e necessidades (UNESCO, 1994).

Salamanca estabelece que a toda a sociedade tem a necessidade de fazer uma


´parceria, envolvendo toda a família e comunidade escolar, dando mais importância a esta
questão para que desta maneira ocorra uma educação inclusiva de qualidade para todos.
Educação de qualidade é um direito de todos, devido a este aspecto todas as escolas devem se
adaptar para inserir o aluno com deficiência, obedecendo às diretrizes e os objetivos de
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garantir uma educação de qualidade, sem preconceito ou qualquer tipo de discriminação,


respeitando sempre a diversidade.
Porém essa politica educacional deve sair da teoria inovadora e ocorrer na pratica na
realidade escolar, para que essa politica educacional passa ser atendida é necessário
adaptações, mudanças nas estruturas físicas nas instituições escolares, suporte e professores
especializados.
“A inclusão se contrapõe a exclusão escolar e social, é um processo gradativo onde a
ciência e as ideologias caminham juntas para a construção de uma verdadeira sociedade”
(FAVERO, 2005).

A educação inclusiva é aquela cujo processo consiste na inclusão de alunos


necessidades educacionais especiais ou com distúrbios de aprendizagem na rede comum de
ensino em todos os seus graus. Esta integração pertence a gama de ações que agrega as
necessidades educacionais especiais à sociedade, dando a ele oportunidades iguais de
educação, saúde, cultura e lazer.
A inclusão escolar de alunos com deficiência na rede de ensino está assegurada pela
legislação, sob a Lei n° 13.146/2015.

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto


da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania (LEI Nº 13.146, 2015).
O estatuto que assegura e promove o poder da igualdade, do exercício dos direitos e da
liberdade aos alunos com necessidades educacionais especiais, objetivando a inclusão social
destes indivíduos.

Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com


deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação,
à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação,
ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes
da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam
seu bem-estar pessoal, social e econômico (LEI Nº 13.146, 2015).

A Constituição Federal (1988) e o Estatuto da Criança e do Adolescente descreve a


Educação Especial, tendo como objetivos promover o bem de todos, sem qualquer tipo de
discriminação ou preconceito em relação a origem, etnia, sexo, definindo a educação como
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um direito de todos, estabelecendo sempre a igualdade , garantindo o atendimento


educacional na rede de ensino.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação.

As politicas públicas de educação inclusiva passaram a sofrer influências na década de 90,


devido a documentos como a Declaração de Salamanca. A declaração de Salamanca partiu do
seguinte objetivo:
As escolas regulares com orientação para a educação inclusiva são o meio mais
eficaz no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o
desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade
inclusiva e obtenção de uma real educação para todos (UNESCO, 1994, p.09).

O trecho acima declara que no modelo de educação inclusiva todo o individuo devem
aprender juntos independentemente de qualquer diferença, respeitando sempre as
necessidades de seus alunos, obedecendo sempre o ritmo de ensino e aprendizagem,
procurando sempre oferecer uma educação de qualidade. Sendo a inclusão um processo social
que envolve os indivíduos de determinada sociedade em tarefas conjuntas de aproximação,
vinculação e tratamento igualitário por todos e para todos, sem nenhum tipo de diferença.
É de extrema importância que todos os alunos com necessidades especiais, recebam
apoio para que possam ter uma educação de qualidade e eficaz.
As politicas de Educação Especial, de acordo com a Convenção de Guatemala 1999,
através do Decreto nº 3.956/2001 de 08 de Outubro, o qual descreve a eliminação de todas as
barreiras em relação à discriminação ou preconceitos em relação a pessoas portadoras de
deficiência, favorecendo a integração desse grupo de indivíduos a sociedade.
Quando referimos ao assunto que esteja relacionado com deficiência, percebemos o
peso do preconceito, onde o individuo passa ser um ser invisível, por parte da exclusão e da
rejeição social. Considera-se pessoa com deficiência, todo individuo que apresentam em
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caráter permanente, perdas ou reduções de suas funções mental, psicológica, anatômica ou


fisiológica, desta maneira gerando incapacidades fora do padrão normal considerado pela
sociedade, a qual o individuo faz parte.
O Decreto mencionado tem um papel muito importante de reflexão na área da
educação, exigindo um conhecimento amplo na educação especial, promovendo a eliminação
de barreiras que impede esse grupo de ter acesso a uma educação de qualidade e uma vida em
sociedade digna.
O Ministério da Educação – MEC, no ano de 2003, cria o Programa de Educação
Inclusiva, oferecendo o direito à diversidade, cujo cunho objetivo é promover uma formação
de profissionais na área da educação, garantido desta maneira acesso á escolarização,
oferecendo um atendimento educacional especializado e acessibilidade ao grupo em questão.
A escola, juntamente com o seu corpo pedagógico, será a principal mediadora da
inclusão dos alunos, a prática da inclusão estará baseada no reconhecimento das diferenças e
na exclusão de critérios que definam o que é ou não normal. Todas as escolas inclusivas
devem ser abastecidas de estruturas e profissionais com competências diferenciadas que
possam tratar todos de maneira igual, independentemente das suas diferenças e suas
limitações.
Em 2006 foi aprovado pela Organização das Nações Unidades – ONU, a Convenção
sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência, onde o Brasil estabeleceu regras, onde os
Estados tem o extremo dever de garantir uma educação inclusiva em todas as etapas de
ensino, desde o maternal a educação superior, adotando metas e medidas que possam garantir
que:
A) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral
sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas
do ensino fundamental gratuito ecompulsório, sob alegação de deficiência;
B) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo,
de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na
comunidade em que vivem (Art.24, apud BRASIL, 2008).

Os alunos que requerem uma educação especial são amparados por várias legislações,
onde qualquer aluno com necessidades especiais tem o dever de receber um atendimento
escolar de qualidade, sem discriminação ou preconceito, sendo que toda a comunidade escolar
tem a obrigação de oferecer a estes alunos a inclusão social, para que esse aluno tem a
autonomia e a função do seu exercício como cidadão.

O processo inclusivo pode significar uma verdadeira revolução educacional e


envolve o descortinar de uma escola eficiente, diferente, aberta, comunitária,
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solidária e democrática onde a multiplicidade leva-nos a ultrapassar o limite da


integração e alcançar a inclusão. (CARDOSO, 2006. p.24).

Em sua teoria a legislação oferece amparo aos alunos com necessidades especiais todo
apoio, através da Lei de Diretrizes e Bases – LDB, lei 9.394/1996, o Estatuto da Criança e
Adolescente – ECA, pelo Decreto 7.611/2011.
O objetivo das leis é oferecer o atendimento Educacional Especializado através do
AEE. Através dos parâmetros descritos nos decretos, assegura o professor como mediador do
ensino e aprendizagem e educação inclusiva, sempre enfatizando que a didática de ensono
deve sofrer ajustes, disponibilizando desta maneira um tratamento de igualdade e
oportunidade para todos, sem qualquer tipo de discriminação.
Através do Decreto 7.611/2011, fica evidente que através do AEE, é de extrema
importância a utilização de recursos que possam atender as expectativas de ensino aos alunos
com necessidades especiais. Quando se trata de inclusão o art. 1, declara que o Estado é o
responsável pela garantia das leis informadas.

Art. 1º O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da


educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem
discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
II - aprendizado ao longo de toda a vida;
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência;
IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas
adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais;
V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com
vistas a facilitar sua efetiva educação;
VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de
inclusão plena;
VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de
ensino; e VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação
especial.

A função do AEE é identificar, organizar e elaborar recursos pedagógicos de acordo


com a necessidade de cada aluno, para que desta maneira a acessibilidade exista além da sua
teoria, eliminando qualquer forma de barreira que possa oprimir a participação dos alunos, de
acordo com suas necessidades.
Sendo sua função dentro das instituições escolares, o AEE tem como real obrigação à
formação continuada de professores, onde assegura a adaptação de espaço dentro das escolas
para que possa ser atendida de forma significativa o Atendimento Educacional, para os alunos
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com deficiência, oferecendo uma construção de conhecimento dos alunos por meio de
desenvolvimento e participação no dia a dia escolar.
De acordo com O Plano Nacional de Ensino – PNE, em seu art.2, na resolução nº
2/2001, promove um avanço nas Diretrizes Nacionais, no termo de Educação Inclusiva.

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo


às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001).

Em seu art. 3, Educação Especial é definida e oferece uma orientação em relação as


práticas pedagógicas para que elas possam ser adotadas para que atinja um desenvolvimento
intelectual dos alunos especiais. Nesse artigo ele afirma como deve ser a estrutura das
instituições de ensino para atender estes alunos de maneira satisfatória e com qualidade no
ensino e aprendizagem dos mesmos.

Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se


um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure
recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para
apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o
desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades
educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica.
Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor
responsável pela educação especial, dotado de recursos humanos, materiais e
financeiros que viabilizem e deem sustentação ao processo de construção da
educação inclusiva (BRASIL, 2001).

Em seu capitulo V, o qual se refere a Educação Especial a LDN, em seu art. 58,
descrito nos parágrafos 1, 2 e 3 sobre a inclusão desses indivíduos.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação. § 1º 15 Haverá, quando necessário, serviços de
apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de
educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º
A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil (BRASIL, 1996).

O art. 59 da Lei n° 9394/96 (LDB) explana qual o papel do sistema de ensino aos
deficientes e quais as tarefas aplicadas para respaldar o ensino a estes educandos:
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Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específica, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa
escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes
comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os
que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo,
mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles
que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular
(BRASIL, 1996).

A Lei n° 13.146/15 em seu art. 2 caracteriza a pessoa com deficiência como “aquele
que apresenta impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial
os quais promovem barreiras e obstruem a participação plena e efetiva destes indivíduos
igualitariamente na sociedade”.

O § 1o explana sobre a necessidade de uma avaliação biopsicossocial que


mensure a deficiência do indivíduo de maneira ampla, detectando seus
impedimentos nas funções e na estrutura do corpo, os fatores socioambientais,
psicológicos e pessoais, limitações em seu desempenho de atividades e demais
restrições pertinentes a ele (incisos I, II, III e IV) (BRASIL, 2015).

Essa classe de alunos são sustentados por estas leis, as quais estabelecem a eles o
direito de receber uma educação adequada, sem preconceito acerca de suas capacidades
intelectuais, é estabelecido também que toda a equipe escolar tem que oferecer a este aluno
uma inclusão por completa não apenas no sentido de ensino e aprendizagem, para que os
mesmos desenvolvam apenas as suas habilidades, mas contribuindo de forma significativa e
norteadora para a formação de um cidadão e de seu convívio em sociedade.
De acordo com Cardoso 2006, a inclusão é uma verdadeira revolução na educação:

O processo inclusivo pode significar uma verdadeira revolução educacional


e envolve o descortinar de uma escola eficiente, diferente, aberta, comunitária,
solidária e democrática onde a multiplicidade leva-nos a ultrapassar o limite da
integração e alcançar a inclusão. (CARDOSO, 2006. p.24)
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É notável que quando se fala em Educação Inclusiva, para que ela ocorra é necessária
muitas modificações no cenário da educação brasileira e para que a mesma seja praticada é
necessário adaptações educacionais adequadas para que elas possam atender todas as
necessidades dos alunos inseridos na instituição de ensino.
No art. 3, em seus incisos I a VI, deixa evidente todas as adaptações necessárias para
que as instituições de adeque as necessidades de todos os alunos com deficiência, com isso
qualquer tipo de obstáculo passa a ser destruído, favorecendo um ambiente confortável,
atendendo as necessidades de todos envolvidos.

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei consideram-se:


I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida;
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes,
programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos,
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à
participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à
liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à
informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
classificadas em:
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange,
entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia,
assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os
meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e
alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das
comunicações;
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a
pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições
e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades
fundamentais (BRASIL, 2015).

São deveres do Estado, da sociedade e essencialmente da família garantir os principais


direitos a esse grupo, como relata a lei 13.146/2015 em seu art. 8.
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Art. 8ª É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com


deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação,
à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação,
ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes
da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam
seu bem-estar pessoal, social e econômico (BRASIL, 2015).

Podendo considerar através do art.8 que todo cidadão em sociedade, possui seus reais
direitos a oportunidades iguais, proteção em todos os aspectos, em especial as crianças,
adolescentes, mulheres e idosos que sofram de alguma anormalidade física ou psíquica,
disposto na Lei nº 13.146/2015, nos art. 4 e 5.

Para que possamos atingir uma sociedade inclusiva é importante pré estabelecer metas
para que elas possam ser alcançadas, fortalecendo assim um processo de integração,
superando qualquer forma de resistência, obtendo medidas que possam agregar uma aceitação
maior por parte da sociedade. Tendo em vista partindo desse pressuposto é de extrema
importância para a grande aceitação e apoio por parte da sociedade, uma modificação na
sociedade em algumas questões e fundamentos, para que essas pessoas possam participar do
convívio em sociedade e exercer a sua cidadania, favorecendo a sua integração social.

Algumas pessoas utilizam as palavras integração e inclusão, já em conformidade


com a moderna terminologia da inclusão social, ou seja, com sentidos distintos – a
integração significando „inserção da pessoa com deficiência preparada para
conviver na sociedade‟ e a inclusão significando „modificação da sociedade como
pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento
e exercer a cidadania‟ (SASSAKI, 2006, p.42).

Quando referimos no termo inclusão, estamos falando do processo social que tem
como tarefa o tratamento igual para todos, sem basear nas diferenças.
Cidade e Freitas (2002) conceituam a inclusão como “o processo social que modifica a
sociedade e dá ao portador de deficiência plenas condições de desenvolvimento e de exercer
sua cidadania”. Estas mudanças deverão acontecer não só nos ambientes físicos, mas também
na mentalidade de todas as pessoas, incluindo o próprio portador das necessidades especiais.
Os mesmos autores também explicam que todas as mudanças deverão existir para que as
diferenças individuais sejam valorizadas e que todos aprendam a conviver com a diversidade
humana, meio a compreensão e cooperação mútua.
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A socialização tem como dever inserir qualquer pessoa, sem distinção de estereótipos
ao meio social, oferecendo oportunidades igualitárias, seja em qualquer campo além da
educação, oferecendo as mesmas oportunidades que são oferecidas a uma pessoa normal de
acordo com a sociedade.

A educação inclusiva de alunos portadores de necessidades especiais garante a eles


um direito já constitucional de ter acesso a um ensino de qualidade, assim como é
para todos os outros alunos, no entanto o que ditará o sucesso da inclusão será, não
apenas o apoio didático que envolve esta classe de ensino, mas a preparação do
corpo docente que estará lidando com estas diferenças (MANTOAN, 2003).

De acordo coma constituição, o termo Educação Especial deve-se basear com direitos
igualitários independentemente de qualquer parâmetro imposto pela sociedade.

Encontra-se diversas dificuldades quando se faz comparação a Educação Inclusiva,


deve-se notar que qualquer aluno, independentemente das suas necessidades, todos possuem o
direito de uma educação de qualidade com os mesmos objetivos de aprendizagem.
Carvalho 2008, afirma que para implantação de inclusão na rede de ensino regular está
vinculado a outros fatores sociais,

As mudanças no pensar, no sentir, e fazer educação para todos não ocorrem num
estalar dos dedos, nem dependem da vontade de alguns, apenas. Por mais paradoxal
que possa parecer, as transformações que todos almejamos levando nossas escolas a
oferecerem respostas educativas de qualidade – ao mesmo tempo comuns e
diversificadas, não dependem, apenas, das políticas educacionais. Estas devem estar
articuladas com as demais políticas públicas, particularmente com as responsáveis
pela distribuição de recursos financeiros, por programas de saúde, nutrição, bem
estar familiar, trabalho e emprego, ciência e tecnologia, transportes, desporto e lazer,
para mencionar algumas. (CARVALHO, 2004, p.77).

Em um contexto mais amplo, o que é pré-determinado pelas leis de inclusão no ensino


regular, não oferece uma visão clara, deixando muito a desejar, o que acaba resultando
somente em teorias lindas e práticas sem eficiência. É importante frisar que não é satisfatório,
uma prática inconveniente adotada em relação às práticas pedagógicas que devem ser
aplicadas, se o aluno com alguma comorbidade, não obtenha o apoio que ele precisa dos
familiares , nenhum tipo de trabalho será de grande significância , devido ao fato das pessoas
que envolvem seus ciclo de convivência não estiverem aptos a sua inclusão no convívio
social. Além de outros fatores que implicam neste contexto de socialização e inclusão.

Conclusão
Instituto Pedagógico Brasileiro

Na atualidade a qual vivemos a inclusão ainda encontra várias dificuldades


principalmente por parte dos profissionais da educação, devido as Secretarias de Educação,
juntamente com o Estado, não oferecer uma capacitação técnica aos professores, a falta de
infraestrutura adequada, que possa atender as necessidades de cada aluno.
O trabalho apresentado referente à conclusão de curso de Pós-graduação, em Educação
Especial, onde foi feito uma abordagem sobre a necessidade de inclusão nas escolas regulares,
fugindo da teoria e sendo aprimorada na prática, ressaltando sempre a importância que para
que essa educação saia da teoria é de suma importância a participação não apenas dos
profissionais da educação, mas sim de toda sociedade para que assim possamos atingir uma
educação de qualidade, respeitando sempre as diferenças e os direitos humanos.
Quando referimos a Educação Inclusiva é notável perceber a grande defasagem neste
campo da educação principalmente nas unidades públicas, devido à falta de capacitação dos
professores, que na maioria das vezes não saber lidar com alunos que necessitam de
acompanhamento especial, sem didática que possa favorecer o ensino e aprendizagem de
forma satisfatória.
Porém essa responsabilidade não é do profissional da educação, pois analisando o
contexto da educação inclusiva, o professor ou qualquer outro profissional da escola são
colocados na maioria das vezes uma função a qual não há planejamento e sem curso de
especialização. Para que a modalidade de inclusão possa obter ênfase e sucesso, é de suma
importância o incentivo ao professor, oferecendo um ambiente de trabalho acolhedor,
matérias de apoio de acordo com cada necessidade apresentada pelos alunos, salário digno a
sua função que é transmitir saberes, plano de carreira, etc. As instituições escolares não
oferecem uma estrutura adequada para oferecer suporte a esse grupo de alunos com
necessidades especiais, na maioria das vezes a equipe pedagógica não oferece um suporte e
um preparo adequado para apoiar os alunos com essas necessidades especiais.
Pode-se concluir que a inclusão escolar passa por dificuldades em sua docência, uma
vez que não existe ou pouco existe aprimoramento constante dos professores e dos demais
funcionários da escola que colaborem com a evolução das práticas pedagógicas de inclusão.

Referências Bibliográficas
MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Instituto Pedagógico Brasileiro

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