Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO
A escola se democratizou, abrindo-se para novos grupos sociais, mas não fez o
mesmo em relação aos conhecimentos trazidos por esses grupos às salas de aula.
Exclui, ainda, os que ignoram o conhecimento que valoriza e, assim, entende que
ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democratização é
massificação de ensino, barrando a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares
epistemológicos. (MANTOAN, 2003, p. 23)
100 Acham
80 importante
60 90% Não acham
40 importante
20 10%
0
Fonte: Suely Alves dos Santos Machado
Lima (2005) e Echeita (2006) analisam possíveis entendimentos do termo inclusão.
Para Lima (2006) a ideia de inclusão está associada a uma sociedade excludente. Se por um
lado aumentou o número de matrículas de alunos PAEE e há resultados de seu
desenvolvimento acadêmico, por outro, há falhas, lacunas, queixas e exclusão do
aprendizado para muitos alunos. Há um crescente movimento de inclusão escolar e,
simultaneamente, obstáculos a esta mesma inclusão.
Concorda-se com Echeita (2006, p. 76) quando ele expande a discussão sobre
inclusão sobre vários aspectos:
A inclusão não significa um espaço a ser ocupado, mas, sobretudo, uma atitude e um
valor que deve iluminar políticas e práticas que deem apoio a um direito tão
fundamental quanto esquecido para muitos excluídos do planeta o direito a uma
educação de qualidade e a práticas escolares em que predomine a necessidade de
aprender, no cenário de uma cultura escolar de aceitação e respeito pelas diferenças.
Não atuam
100
95% Atuação do
50 coodenador
5%
0
Fonte: Suely Alves dos Santos Machado
Conforme podemos observar no gráfico 2, sobre a atuação do coordenador junto à
sala de recurso multifuncional, constatou-se que a presença desse profissional é essencial na
mediação da referida sala de recurso e do ensino regular. Do ponto desse segmento percebe-
se uma fragilidade na interação entre professor da sala comum e professor da sala de recurso
multifuncional, pois as atividades da sala de recurso são realizadas isoladamente, é como se
a sala de recurso não fizesse parte do corpo da escola.
Nesse sentido, o coordenador pedagógico enquanto sujeito que compõem o coletivo
da escola, precisa e deve direcionar suas ações na busca da transformação, precisa estar
consciente que seu trabalho não se dá isoladamente, mas no coletivo, mediante as
articulações de diferentes atores.
Compreende-se que o coordenador desempenha um papel fundamental nas ações
desenvolvidas pela escola. Sobretudo, porque não consegue desempenhar seu papel e suas
atividades sem a participação ativa dos demais profissionais da educação. Afinal, o
coordenador faz parte de uma equipe de trabalho, onde é composta por vários sujeitos, gestor
geral, gestor adjunto, professores, pais e alunos. E, as atribuições são divididas, e ao mesmo
tempo compartilhadas.
Ressalta-se nas palavras de Garcia (1986) que todas as atividades (matrícula,
horários, organização das turmas, planejamento, relação com as famílias e a comunidade,
limpeza da escola, etc.) facilitam ou dificultam a aprendizagem dos alunos, portanto, na
concepção dessa autora: nada é meramente administrativo ou meramente pedagógico.
Porém, acredita-se que atividades de caráter operacional, não devem ser incorporadas à
prática da liderança pedagógica da escola, pois, com certeza, tais atividades impedem o
coordenador de pensar estrategicamente o trabalho pedagógico. Além disso, desqualificam a
função do coordenador, deixando de criar sua própria identidade, no espaço escolar. Pois,
Não é
100 importante
100% Importância da
50 coodenação
0%
0
Fonte: Suely Alves dos Santos Machado
5 CONCLUSÃO
Nos discursos atuais, o que mais se ouve falar é a respeito da temática “Educação
de Qualidade”. Mas, o que é realmente uma educação de qualidade? Educação de qualidade
tem a ver com políticas pública educacionais comprometidas, de fato e de direito, e não só
nos discursos, mas com a emancipação das pessoas e com a formação para o exercício da
cidadania. Educação de qualidade também é a falta de formação e de valorização dos
profissionais da educação. Significa também, eliminar toda forma de discriminação.
Para reconstruir nossa história educacional, que ao longo do tempo menosprezou as
classes trabalhadoras, as pessoas PAEE, e as mulheres que não tinham direito de frequentar
a escola. Contestando essa realidade de exclusões, muitos movimentos sociais tem se
organizado e vêm lutando por direitos e vislumbrando uma vida digna.
Neste sentido, a luta por uma educação inclusiva, diz respeito a todos aqueles que
sempre tiveram a margem do processo ensino aprendizagem. Para incluir todas as pessoas,
a sociedade deve ser modificada, devendo firmar a convivência no contexto da diversidade
humana, bem como aceitar e valorizar a contribuição de cada um conforme suas condições.
No entanto, a educação de qualidade que tanto almejamos, precisa de investimentos
em recursos materiais; respeito e valorização das experiências educativas e culturais,
nascidas no contexto dos movimentos sociais, dos educadores e das diversas organizações
da sociedade civil; luta pela materialização das políticas públicas de educação.
A legislação, bem como outros documentos tem se constituído como importante
instrumento na garantia dos direitos á educação. Assim, temos que exigir que elas sejam
cumpridas e garantida condições apropriadas para que os estudantes PAEE, sejam atendidos
respeitando suas peculiaridades individuais, de forma que todos possam usufruir as
oportunidades como todos os demais.
É importante ressaltar que embora, no campo jurídico, as leis garantam o direito a
educação, sabemos que uma parcela significativa da população não usufrui desse direito. Isso
sem falar na educação dos estudantes PAEE, estes são os que mais sentem o descaso do
poder público na concretude das políticas públicas.
Percebemos que há urgência na formação dos professores de todas as esferas, pois
os seus relatos reafirmam que não tem condições de trabalhar com alunos PAEE, indicando
falta de formação continuada adequada. São autênticos quando dizem que se sentem
despreparados para trabalhar com alunos PAEE.
REFERÊNCIAS
_______. Educação inclusiva. In: MIRANDA, G.V.; ANTUNES, M.A.C.; CAIAFA, M.U.
(Orgs.). Guia de estudo: educação inclusiva: módulo 7. Belo Horizonte: Secretaria de
Estado da Educação de Minas Gerais. 2005. v. 3. p.13-33. (Coleção Veredas, 7).
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.