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DESENVOLVIMENTO

Dentro do universo das relações e da criação estão as instituições


escolares, e essa é uma das áreas em que os psicólogos se manifestam no
campo da psicologia escolar. Do ponto de vista histórico e cultural, a
escolarização desempenha um papel importante na mistura de elementos
socialmente construídos que organizam as interações com o meio social. Os
psicólogos diferenciam a aprendizagem dos conteúdos cotidianos e científicos,
enfatizando que a escola é um espaço que sistematiza o conhecimento que é
produzido, ampliando formas complexas de pensamento e mobilizando as
emoções dos alunos para a construção ativa do conhecimento.
Assim, o psicólogo escolar/educacional atua no campo da educação
formal, realizando pesquisas, diagnosticando problemas de aprendizagem e
outros problemas condizentes com o âmbito da educação, e mediando
preventiva e ou corretiva, individual e coletivamente.
Portanto, os psicólogos e educadores escolares estão interessados na
educação formal. Realizar pesquisas, diagnosticar, aprendizagem e outros
problemas relacionado com a área de educação incluindo a mediação
preventiva ou corretiva, tanto individualmente como em grupo. Abrangendo,
portanto, todas as etapas do sistema educacional no processo de
aprendizagem.
Vygotsky (1989) enfatizou a historicidade da produção humana e os
diversos tipos de criação: arte, ciência, tecnologia etc. Para ele, atividade
criativa é a atividade de criar algo novo, que pode vir do mundo exterior ou da
construção de pensamentos e sentimentos. Assim, o ser humano tem um papel
central como criador, principalmente em termos de imaginação e
conhecimento. Nessa perspectiva, Vygotsky (1989) acredita que o
desenvolvimento psicológico humano é explicado pela formação biológica, mas
em suas atividades sociais humanas, ele sofre mudanças qualitativas com a
apropriação de fatores culturais, com a relação do homem com o mundo.
Algumas temáticas que os professores trouxeram é sobre a discrepância
no declínio de aprendizagem pós pandemia, alunos reforçados de maneira
equivocadas, não motivadas a estudarem e sem incentivo dos pais, são alguns
relatos, da realidade do hoje nas escolas do brasil.
O estudo Perda de Aprendizagem na Pandemia, publicado
há um ano, estimava que, no ensino remoto, os estudantes
aprendem, em média, apenas 17% do conteúdo de Matemática e 38%
do de Língua Portuguesa aprendido em aulas presenciais. Já um
levantamento da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo
revelou que alunos do 5º ano do ensino fundamental apresentam
graves índices de queda na aprendizagem na comparação entre 2019
e 2021 (Veja, 08/2022).

Alguns comportamentos observados em sujeitos com dificuldades de


aprendizagem são: distração com facilidade e rápida perda de interesse por
atividades, deixando projetos ou trabalhos inacabados; repetidos pedidos de
ajuda mesmo em tarefas simples por não entenderem completamente as
instruções transmitidas; imaturidade social, tendo também dificuldades em
como começar e dividir muitas tarefas a serem realizadas; perda de pertences,
esquecimento ou dificuldade em lembrar compromissos; e a falta de controle de
impulsos, tocando em tudo ou em todos, falando “sem pensar”, mudanças
drásticas de assuntos ao conversarem ou dificuldade em esperar sua vez de
falar.
De acordo com SAVIANI (2008), pode-se agrupar as teorias
educacionais em dois grupos principais, ao se tratar a questão da
marginalidade. Em um primeiro grupo, temos aquelas teorias que entendem ser
a educação um instrumento de equalização social, portanto, de superação da
marginalidade
No primeiro conjunto, denominado por SAVIANI (2008) de grupo de
Teorias Não-Críticas, o qual compreende a Pedagogia Tradicional, A
Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista, a educação é percebida como um
instrumento de correção das distorções causadoras da marginalidade. A
Educação passa a ter a função de reforçar os laços sociais, promover a coesão
e garantir a integração de todos os indivíduos no corpo social. A Educação,
nessa ótica, teria o papel de buscar a superação da marginalidade
apresentando um elevado grau de independência em relação à sociedade.
Essa autonomia devendo contribuir para a construção de uma sociedade
igualitária, evitando a sua desarticulação.
Já o segundo grupo de teorias concebe a sociedade como sendo
essencialmente marcada pela divisão entre grupos ou classes antagônicos
que se relacionam à base da força, a qual se manifesta fundamentalmente
nas condições de produção da vida material. Nesse quadro, a marginalidade
é entendida como um fenômeno inerente à própria estrutura da sociedade.
(SAVIANI, 2008, p. 04)

Tendo em vista o trabalho do psicólogo entrelaçado com questões


relacionadas às dificuldades de aprendizagem, a Psicologia
escolar/educacional, especialidade do profissional de Psicologia regulamentada
em 2000 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), insere o psicólogo no
âmbito da educação formal atuando na forma de realização de pesquisas,
diagnosticando e intervindo de forma preventiva ou corretiva, seja em grupo ou
individualmente, além de envolver todos aqueles que formam o sistema
educacional e participam de todo o processo de ensino aprendizagem.
Os professores entrevistados (ensino fundamental) não tiveram na sua
formação acesso ao ensino para lidar em sala de aula com alunos portadores
de necessidades especiais, apontando para a falha curricular nos anos
anteriores, ou seja, formação insuficiente.
Acredita-se que as oportunidades de formação ainda são poucas e
distantes entre si. Eles são fundamentais porque podem não apenas influenciar
a forma como os professores se sentem em relação à educação inclusiva, mas
também permitem que os educadores reflitam sobre propostas de mudança
que podem afetar seus valores e crenças e até mesmo mudar sua prática
profissional. A falta de formação se deve ao fato de que a formação de
professores com foco na educação inclusiva é relativamente recente no Brasil.
Segundo os autores, é necessário mais investimento no processo de formação
para reconstruir a prática educativa e, assim, reposicionar o processo de
formação de professores.
O importante não é só capacitar o professor, mas também
toda equipe de funcionários desta escola, já que o indivíduo não
estará apenas dentro de sala de aula. [...] Alguém tem por obrigação
treinar estes profissionais. Não adiante cobrar sem dar subsídios
suficientes para uma boa adaptação deste indivíduo na escola. Esta
preparação, com todos os profissionais serve para promover o
progresso no sentido do estabelecimento de escolas inclusivas
(ALVES, 2009, p.45,46).

Uma infraestrutura escolar inadequada impacta não apenas resultados


gerais, mas também no trabalho diário dos professores e no aprendizado dos
estudantes. É um dos pilares para a melhoria da qualidade do ensino no país.
É essencial que se garanta condições físicas melhores que agregue espaços
pedagógicos em que o professor possa inovar, trabalhando com materiais mais
lúdicos que envolvam as crianças.

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