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FACULDADE DE ENSINO REGIONAL ALTERNATIVA – FERA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO E


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

O PAPEL DO COORDENADOR PERANTE AS DIFICULDADES


DE APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS NAS SÉRIES INICIAIS

Jussara Gomes da Silva¹


José Clebson dos Santos²
RESUMO
O presente artigo bibliográfico tem como objetivo expor o papel do coordenador
perante as dificuldades de aprendizagem dos educandos nas séries iniciais, com
o artifício de alcance da linguagem escrita. O trabalho de pesquisa foi realizado
através de observação para análise de conteúdos bibliográficos de conceito
qualitativo para obtenção de resultados.. Sabemos que é um grande desafio
fazer com que o aluno passe espontaneamente para a linguagem escrita o que
se ouve e o que se fala. A compreensão e valorização das funções sociais da
escrita é uma aprendizagem ligada aos planos conceitual, procedimental, que
pode ter início desde os primeiros momentos da chegada da criança à escola e
deve continuar até o final de sua formação estudantil. A psicopedagoga é um
campo que detecta as dificuldades encontradas pelos alunos no ensino-
aprendizagem e procura colaborar com a instituição no sentido de reforçar e
auxiliar a equipe docente para sanar essas dificuldades. A escola ideal é aquela
que visa o bem-estar do aluno, compreendendo suas necessidades e
respeitando suas diversidades individuais no sentido de alcançar os ideais
almejados como uma educação de qualidade para todos.

Palavras chaves: Dificuldade de Aprendizagem; Alunos; Escola;

ABSTRACT
The present bibliographic article aims to expose the coordinator 's role in the
learning difficulties of the students in the initial grades, with the artifice of
written language. The research work was carried out through observation to
analyze bibliographical contents of qualitative concept to obtain results .. We
know that it is a great challenge to make the student spontaneously pass to the
written language what is heard and what is spoken. The understanding and
appreciation of the social functions of writing is a learning linked to the
conceptual and procedural plans, which can start from the first moments of the
child's arrival in school and must continue until the end of his student formation.
The psychopedagogue is a field that detects the difficulties encountered by
students in teaching-learning and seeks to collaborate with the institution in
order to strengthen and assist the teaching staff to remedy these difficulties. The
ideal school is one that aims at the student's well-being, understanding their
needs and respecting their individual diversities in order to achieve the desired
goals as a quality education for all.

Key words: Learning Difficulty; students; school;


_____________________________________
¹ Jussara Gomes da Silva - Aluna do curso de Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar,
Orientação e Coordenação Pedagógica (FERA); Pós-Graduada em psicopedagogia clínica e
institucional - Faculdade Evangélica Cristo Rei (FECR); Graduada em Pedagogia pela
(UNEAL).

² José Clebson dos Santos - Mestre em Psicanálise da Educação e Saúde pela UNIDERC,
graduado em Pedagogia pela Universidade de Alagoas (2005). Coordenador Pedagógico da
Escola Alternativa.
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO E
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

INTRODUÇÃO

É conveniente ponderar os problemas de aprendizagem descobertos na


trajetória escolar das crianças, especialmente nas séries iniciais. Conseguimos
saber que eles surgem envolvendo vários aspectos como sociais, culturais e
pedagógicos. Abordarei alguns caminhos que possam contribuir na
aprendizagem e na prática pedagógica. Procurarei na medida do possível
estimular e fornecer conhecimento que promova a leitura na vida de cada
criança, para que seu crescimento pessoal e a realização de seu projeto de
vida venham concretizar com qualidades e sucesso.
A seriedade da leitura necessitará ser visitada, destacando desde cedo
para que o abarcamento seja considerável um salto no desenvolvimento da
pessoa. A criança descobre que o domínio desse sistema complexo fornece
novos instrumentos de pensamento e registros de novos conhecimento e
formas de organizar a ação.
Com alicerce nessa perspectiva, deve ficar claro que a aprendizagem da
leitura e alfabetização é um método implexo que invade vários aparelhos e
habilidades, linguísticas, perceptivas, motoras cognitivas e, não se pode
esperar, portanto, que seja determinado um único fator como responsável pela
dificuldade para aprender. Apoiamos-nos nas teorias fundamentadas em
MORAES, (2001) Gomes e Faria Filho, (1997) Soares (1985) Cordié (1996) e
entre outros.
Na veracidade, as comoções de aprendizagem pendem de ocasiões
múltiplas, tocando aos profissionais que realiza os diagnósticos, o evidencia
mento da área mais comprometida e, consequência, a recomendação da
abordagem terapêutica, mas indicada para a superação das dificuldades. Este
estudo vem ampliar a visão entendimento de como-se da aquisição da leitura,
requerendo novas técnicas, novos olhares de pais, e da sociedade que exige
da escola, novos horizontes para amenizar as dificuldades de aprendizagem
contribuindo assim, para o sucesso do ensino escolar, garantindo a qualidade e
a permanência desse ciclo de formação.
Perante aos fatos atuais que a educacional vivencia, determinados anos
de trabalho são corriqueiros depara com criança que só copia, mas não lê, não
produz a escrita sem ajuda do professor. Essa dificuldade vem cada vez,
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aumentando o fracasso e o abandono escolar. Para explicar e entender essas


dificuldades na aquisição da leitura e da escrita busca suporte teóricos que
possibilitarão conhecimento que possam contribuir ou amenizar situações em
sala de aula.
A analogia dentre o ensino e aprendizagem é fator complicado, pois
diferentes fatores de camada social, político, econômico interferem na dinâmica
da sala de aula, isto porque a escola não é uma instituição independente. Esse
processo depende primeiramente do aprendizado que realiza num determinado
grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos. O papel fundamental
na conquista deste código escrito, e o preparo do educador alfabetizador, na
compreensão do processo, as etapas, as hipóteses levantadas e considerar a
criança como um ser presente. Com posse destes dados o educador tem a
possibilidade de planejar as atividades que estejam condizentes com os níveis
de desenvolvimento cognitivo de seus alunos.
Mas consentindo confessadamente que aprendizagem da leitura da
escrita é um fator que invade vários sistemas e habilidades, por isso não se
podem esperar, um único e determinado fator como responsável pela
dificuldade para aprender. Acredito que, a única maneira de se reverter essa
situação é buscar as reais causas das dificuldades da aprendizagem.
Todo educando nas camadas de ensino fundamental tem probabilidades
para estudar, e gostam de fazer, e quando isto não ocorre, é porque alguma
coisa não está indo bem. Neste momento, é necessário que tanto os
professores como os demais profissionais responsável pelo processo de
aprendizagem, se questionem a cerca dos fatores que podem estar
contribuindo para não aprender. È um trabalho de interpretação, compreensão
e conhecimento relativo da criança. O que se acredita serem aspectos de
grande importância para todos os que estão comprometidos com o processo
educativo.
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AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO

As instituições de educação infantil surgiram na França, no séc. XVIII, em


contragolpe à condição de miséria, renúncia e maus-tratos de crianças
pequenas, cujos pais trabalhavam em estabelecimentos (fábricas), fundições e
minas, instituídas pela Revolução Industrial. Entretanto, as formas de tratar as
crianças dos balanços sociais mais carentes da sociedade não consistiam em
consensuais.
Durante muito tempo, as instituições infantis, incluindo as brasileiras,
organizavam seu espaço e sua rotina diária em função de ideias de
assistência, de custódia e de higiene da criança. A década de 1980 passou por
um momento de ampliação do debate a respeito das funções das instituições
infantis para a sociedade moderna, que teve início com os movimentos
populares dos anos 1970 (WAJSKOP, 1995).
Partindo-se deste momento, as instituições ocorreram a ser refletidas e
reivindicadas como ambiente de educação e cuidados grupais das crianças de
zero a seis anos.
A fissura política consentiu o prestígio social desses direitos
manifestados pelos movimentos populares e por grupos organizados da
sociedade civil. A Constituição de 1988 (art. 208, inciso IV), pela primeira vez
no Brasil, deliberou como direito das crianças de zero a seis anos se idade e
obrigação do Estado o acolhimento à infância.
Muitos acontecimentos aconteceram de forma a entusiasmar essas
alterações: o acréscimo urbano, as exigências populares, o trabalho da mulher,
a variação das funções domésticas, as imagens de infância e as categorias
socioculturais para o incremento das crianças.
Compõem em um aparelhamento só para pobres, especialmente no
caso das instituições de educação infantil, financiadas ou nutridas pelo domínio
público, constituiu, em muitas ocasiões, atuar de forma compensatória para
curar as julgadas carências e falhas das crianças e de suas famílias. A
predominante do trabalho institucional foi regularizada por uma abantesma que
condenava a população de baixa renda. O entendimento educativo era distinto
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por particularidades assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania


ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Transformar essa percepção de educação assistencialista constitui
atentar para múltiplos assuntos que vão afora das aparências legais.
Submerge, especialmente, assumir as especificidades da educação infantil e
rever compreensões sobre a infância, as analogias dentre classes igualitárias,
os dolos da sociedade e o papel do Estado perante de crianças pequenas.
Presentemente não só no Brasil, quanto em outras costumes, a um
acrescentamento expressivo de crianças que apresentam dificuldades de
aprendizagem, embora sejam possuidoras de habilidades cognitivas para um
desempenho acadêmico satisfatório. Essa problemática tem estado presente
em vários debates, estudos, congressos e seminários.
É um fator que tem recebido atenção de vários profissionais da área
educacional e médica, sendo que os mais relevantes são ligados de forma
integrante à criança, enquanto ser envolvido e sob influências merecedoras de
atenção, como a de seus familiares, de seu meio social e da própria escola. È
tarefa relevante do professor e da escola transmitir o ensino às crianças de
maneira adequada facilitando à aprendizagem de forma a se reduzir o fracasso
escolar e estimular a aprendizagem, assim como oferecer à criança
possibilidades de sucesso, o que provavelmente lhe proporcionará auto-
conceito satisfatórios.
Nos estudos feitos pudemos avaliar citar três interligados, cognominadas
de controle ambiental e social, conjunto psicológico e conjunção metodológica.
O precedente ambiental e social é abundantemente respeitável para
aprendizagem, pois a ascendência da criança é altamente responsável pelas
suas atividades de segurança, de confiança no desempenho de suas
atividades e na aquisição de experiência bem sucedidas, o que faz a criança
obter conceitos positivos sobe si mesmo, é o que está à sua volta.
Quanto comprovar a leitura psicológica ao aluno, um ser brotado de
possibilidades a consistir em desenvolver de seus próprios valores e
significados, faz parte de sua vivencia cultural a espontaneidade, a liberdade,
vivacidade, porém, é um ser demasiadamente sensível às influências e
estruturas do ambiente onde está inserida.
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Dificuldade de aprendizagem específica significa uma perturbação num


ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou na
utilização da linguagem falada ou escrita que pode manifestar-se por uma
aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos
matemáticos. O tema inclui como problemas perspectivos, lesão cerebral,
disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não
engloba crianças que tem problemas de aprendizagem resultante de
deficiências, visuais, auditivas, ou motoras, de deficiência mental, de
perturbação emocional, ou de desenvolvimento ambientais, culturais ou
econômicos, (CORREIA, 1991).
Diante a estas locações nasce a obrigação de analisar, conforme Gusmão
(2001), que dificuldade de aprendizagem representa uma falha no processo da
aprendizagem que originou o não aproveitamento escolar. Pensando não
somente em termos de falhas na aquisição do conhecimento (aprendizagem),
mas também no ato de ensinar, este problema não se traduz somente como
um problema inerente ao sujeito aprendiz no sentido de competências e
potencialidades, mas sim em uma constelação maior de fatores e de sua inter-
relação, que envolvem direta ou indiretamente esta complexa teia.
Ressalva-se, no entanto, que o incremento de uma criança começa no
interno da família, por este motivo os pais têm como missão criar um ambiente
saudável de confiança, pois é na família que deveria se perceber as primeiras
dificuldades de uma criança, é nela que a criança forma o mapa cognitivo.
Desde os principais períodos de vida a criança encontra-se condicionada
dos outros para continuar a viver. Para que conquiste sua independência é
preciso um processo de desenvolvimento evolutivo para buscar uma
personalidade madura e harmoniosa com a combinação de fatores
constitucionais, desenvolvimento psicomotor, intelectual e afetivo social, com a
integração destes elementos a criança vai traçando seu perfil e sua identidade
se completando com um modelo de conduto.
No momento em que a criança começa a frequentar a escola, seus
colegas e professores fazem parte de sua família; e esta fase da vida da
criança que se pode perceber melhor se ela tem algum tipo de dificuldade de
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aprendizagem. É neste período que ela começa a ter novos desafios o que na
maioria das vezes ela não tinha enquanto estava somente no convívio com a
família.
O desenvolvimento e aprendizagem, segundo a acometida sociocultural,
também são concebidos como processos que se efetivam na cultura. Nesse
sentido o desenvolvimento e aprendizagem são interagem desde o primeiro
instante de vida, uma vez que não há como se desenvolver sem a participação
do aprendizado. A aprendizagem, nessa concepção, mobiliza o
desenvolvimento. No entanto, não se podem fundir esses processos em uma
única dados a suas particularidades, mesmo em constante interação, o
desenvolvimento e aprendizagem.
Então se tem a obrigação de permanecer investigando este tema
produzindo conhecimento que nos leve aos saberes racionais, instrumentalizar
professores nas escolas brasileiras e com certeza, o quadro do fracasso
escolar será alterado no futuro.
O estudo deste tema é muito abrangente, pois analisaremos não apenas
o desempenho das crianças com dificuldades acentuadas de aprendizagem,
mas vários aspectos da tarefa de aprender e escrever que podem constituir
obstáculos para o aprendiz, o que são capazes de aprender, fazendo
abordagens nos sistemas familiares, social e o sistema de ensino que é a
escola.
No ensaio de envolver o fracasso escolar, foram analisados os aspectos
sociais, escolares e psicolinguísticos. O peso do ambiente escolar contribui
para o fracasso escolar.
O método aplicado por memorização compulsória e reprodução não
contextualizada, a maneira de se expressar dos professores rotulando ou
classificando alunos bons e alunos maus. Apesar da prática pedagógica
direcionada através de efeitos de Matheus descrito por Stanovich “os ricos se
enriquecem e os pobres se empobrecem, mais, no entanto alguns alunos
obtêm sucesso”.

As questões educacionais que mais têm preocupado os profissionais


ligados ao ensino, referem-se aos altos índices de evasão e
reprovação escolar que têm sido registrados nas escolas municipais e
estaduais e o grande número de criança que têm recorrido a
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tratamento psicopedagógico com dificuldade de aprendizagem


(MORAES, 2001, p.29)

O ensino e aprendizagem é visto como preocupação ou assimilação de


normas linguísticas impostas pelo sistema social é uma tarefa de
conceitualização, caracterizando-se como a compreensão dos princípios
organizada da língua, por parte dos aprendizes.
Na teoria cognitiva busca a origens das dificuldades de aprendizagem da
leitura e da escrita, na inteligência, na percepção, na integração de sentidos
auditivos, visuais, na memória imediata, na atenção seletiva e na linguagem, ou
seja, naquilo que ela denomina a déficits cognitivos.

Sendo assim, Gomes e Faria Filho, 1997, falam que aprender a ler e
a escrever é muito mais que adquirir habilidades básicas. É
principalmente construir, obter e atribuir sentido e significado a
aprendizagem. Para isso, enfatiza-se a criação de contexto social
(zonas de desenvolvimento proximal) nos quais as crianças
aprendam ativamente a usar, provar e manipular a linguagem,
colocando-a serviço atribuição de sentido ou da criação de
significado.

Para que a criança consiga construir esse conhecimento ela passa pela
uma organização ou hipóteses até que consiga dominar o conhecimento
específico das letras. Os níveis são. Pré - silábico e silábico - alfabético.
E formidável destacar com os próprios alunos qual é a importância de
aprender a ler e escrever. As crianças que já segmentavam as palavras
produzidas alfabéticas e as crianças que ainda não segmentavam produziram
escritas pré – silábico sem e com valor silábico - alfabético.
O ambiente escolar deve estimar toda e qualquer tentativa de escrita, pois
é nesse momento que a criança que esta compreendendo esse sistema
escrito.
O grande mito que sustenta a cultura do fracasso escolar é a
classificações de bons e maus alunos, pois só contribuem para aumentar o
índice do insucesso escolar. Pois esses conceitos são relativos, assim como
são relativos conceitos de: certo e errado, de normais e anormais etc. Na vida,
isso depende de muitos fatores e contextos.
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Podemos estar criando nas escolas, situações de interação, de


aprendizagem e de avaliação condizentes com o contexto cultural de sua
clientela e propiciadoras da aquisição do conhecimento indispensável ao
sucesso escolar.
Constituíram vários estudos para entender, o não obter o sucesso na
escola. Tal análise foi desenvolvida para explicação do fracasso escolar,
também salientamos aqui que houve criticas em uma tentativa de superação de
uma pela outra. Podemos verificar que, é possível extrair do conjunto de
concepções alguns aspectos que, em maior e menor escala, estão presentes
em todas elas.

 Problema limitado no aprendiz – segundo a concepção organicista o


aprendiz já nasce com essa responsabilidade instalada em seu celebro.
É inteligência do aprendiz esta comprometida. A concepção dos
transtornos afetivos da personalidade a ponta como fatores
determinantes da não aprendizagem, as perturbações afetivas e
características da personalidade, indicando que tais sintomas podem
afetar o campo cognitivo do aprendiz. As explicações decorrentes das
teorias handicap socioculturais atribuem à criança que fracassa na
escola deficiências, carências ou diferenças que vão desde
comparações e atribuições valorativas de seus hábitos cotidianos até
sua incompetência linguística.
 Amadurecimento – seria outro fator determinante no processo. Na teoria
organicista a maturidade se apresenta como natureza física –
neurológica.

 Carência de abordagens – relacionadas às especificidades da língua,


linguagem oral escrita, e consequentemente do próprio objeto de
aprendizagem. Ou seja, não se considera a escrita como objeto de
conhecimento do processo de aprendizagem da mesma.

 As teorias se encontram vinculadas nas práticas escolares na


consagração ideologia dominantes.
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 O preconceito lingüístico - está presente nas práticas escolares se


apresenta como grande fator de discriminação das crianças das
camadas desfavorecidas da sociedade como aponta Soares (1985, p.
17) ”é o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as
diferenças entre o grupo sociais e que gera discriminação e fracasso”.

Neste segmento acima de fracasso mencionado fundamenta-se em


pesquisas, em análise de alunos que fracassaram na escola e passaram oito a
nove anos na sala de alfabetização e não conseguiram o sucesso. Essas
dificuldades de aprendizagem, não são sós problemas pessoais, mas a um
conjunto de condições socioculturais e, sobretudo, que dificultam ou até
impossibilitam sua inserção nos processos de aprendizagem escolar.

Existe uma amplitude maior da questão do que aquela aparentemente


mostrada pelos sujeitos envolvidos: O fracasso escolar é uma questão
complexa cujas causas são múltiplas e diversas, umas estão ligadas á própria
estrutura do sujeito, outras dependem doa acontecimentos. O fato de elas
intrincarem e agirem umas sobre as outras não ajuda em nada a compreensão
do fenômeno. O resultado disso é que cada um projeta seus fantasmas e
inventa remédios para esse novo flagelo social: É culpa do governo, da
sociedade, da Educação Nacional, dos pais. É preciso apenas... Rever a
pedagogia, aumentar as verbas. Cordié (1996).
Essa analise sobre o fracasso escolar não tem em si mesmo uma
acepção clara. Os conceitos, por elas construídas são resultantes, na maioria
das vezes vindo da própria, juntamente com estudos da área médica, muitos
deles já desacreditados, em virtude de sua inconsistência conceitual e
metodológica.
Deve perceber que o fracasso escolar não este limitado a um só fator e
nem acontece por acaso. Ele é datado, como nos mostra Cordié, quando
controverte a dimensão do falho escolar na sociedade:

O fracasso escolar é uma patologia recente. Só pode surgir com a


instauração da escolaridade obrigatória no fim do século XIX e tomou
um lugar considerável nas preocupações de nossos contemporâneos
em consequência de uma mudança radical da sociedade. Também
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neste caso não é somente a exigência da sociedade moderna que


causa os distúrbios, como se pensa muito frequentemente, mas um
sujeito que expressa seu mal-estar na linguagem de uma época em
que o poder do dinheiro e o sucesso social são valores
predominantes. A pressão social serve de agente de cristalização
para um distúrbio que se inscreve de forma singular na história de
cada um (1996, p. 17).

Mas a pressão social imposta sobre esses “fracassados” pode não só


definir e estabelecer normas, como organizá–los dentro de um padrão de “certo
e errado”, enquadrando-os nessa perversa realidade. O fracasso escolar cria
normas e valores segundo uma necessidade social e um padrão de homem
socialmente desejado.
Talvez pudéssemos pensar que essas crianças, que não tenha
conseguido aprender somente na escola, talvez estejam procurando
mostrar, com essa recusa de aprender, uma situação que esta
latente. Eles parecem negar não apenas o que lhes é ensinado, mas
as situações diversas em que se dá a aprendizado escolar. Essa
atitude pode significar uma fuga inconsciente das situações
vivenciadas por esses sujeitos, das quais o conhecimento escolar
seria uma forma de manifestação. Aprender implica um desejo, um
projeto, uma perspectiva, não é apenas compreender. (Cordie, 1996,
p.27.)

A busca de saber e a busca de construção do sujeito poderiam ocorrer


conjuntamente, mas muitos não conseguem vivenciar os dois processos ao
mesmo tempo. Poderíamos deduzir que isso ocorre tento em vista a rigidez do
tempo escolar, o excesso de regras, a estagnação dos conteúdos, o pouco
espaço para conversas e brincadeiras como componentes complicadores do
processo.
É possível encontrar na teoria psicanalítica e no discurso de uma criança
em estudo, pontos convergentes que nos possibilitam pensar sobre erros
escolares.
No artigo “O mecanismo psíquico do esquecimento”, de 1915, Freud
escreve “entre os vários fatores que contribuem para o fracasso de uma
recordação ou para a perda de memória, não se deve menosprezar o papel
desempenhado pelo recalcamento”. Segundo o pai da psicanálise, o fato de
esquecermos algo - em geral nomes próprios, intenções, conhecimentos ou
outras coisas corriqueiras – denuncia a ligação do conteúdo esquecido com
algo que possa trazer uma sobrecarga de desprazer. Os fatos que ela não
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podia saber e que agora sabe estariam sendo transportados à matemática,


ocorrendo o que a psicanálise denomina deslocamento.

Em A interpretação de sonhos Freud (1987) desenvolveu o conceito de


deslocamento no processo de formação do sonho, sendo este entendido como
algo que retorna do recalcado. O resultado desse deslocamento é uma
diferença entre conteúdo e o pensamento do sonho. Assim, as imagens do
sonho não se ligam diretamente ou de maneira clara àquilo que o sonho traz e
causa sofrimento ao sujeito. Esse processo, que resulta em distorção do
sonho, é promovido pela censura a fim de garantir um à defesa psíquica, já que
aquilo que está sendo censurado o é algo com qual o sujeito não podem lidar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fruto escolar insatisfatório, em específico, de um amplo número de


alunos nos primeiros anos, tem sido uma preocupação e um dos grandes
desafios para os educadores.
Em exclusivo no caso de escolas públicas, no Brasil um grande, número
de alunos tem apresentado dificuldades de diferentes tipos e rendimento
insatisfatório em relação a padrões definidos pela escola.
Diante do quadro que se apresenta, é compreensível que um grande
número de estudiosos e pesquisadores, em especial nos últimos anos, venha-
se dedicando ao investigar e discutir as razões que contribuem para que
algumas crianças tenham sucesso e outras não.
Apesar de toda a abrangência e complexidade do fenômeno da
construção da aprendizagem, do conhecimento, estou buscando suportes para
compreender as questões que envolvem esse processo.
Enfatizarei a importância deste processo na vida social do cidadão
brasileiro, no âmbito social na nossa realidade exige pessoas alfabetizadas ou
letradas capacitadas para atuar no campo profissional.
Após ter acesso às várias informações e contribuições, sobre o tema
pude verificar que os mesmos são mencionados diferentemente pelos
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estudiosos, nomeando-se como: fraturas no processo de aprendizagem,


distúrbios, problemas, sintomas, fracasso escolar, dificuldades, insucesso,
aprendizagem mal sucedida, não aprender e não aprendizagem.
Estudiosos têm argumentado que investir em atendimento clínico ou
institucional ao aluno com tais dificuldades teve-se uma significativa ampliação
do trabalho para o psicopedagogo. Pode-se constatar, nesses anos, o aumento
de clínicas de atendimento psicopedagógico, como também expansão por
parte dos graduados por uma melhor qualificação profissional.
A prática social esta sendo entendida como toda experiência,
caracterizada por todas as relações entre os homens na produção social de
sua existência. Nessa prática produzem-se tantos bens materiais – as riquezas
– como os não – matérias – a ciência, o patrimônio cultural – da humanidade
construída pelos homens em suas ações coletivas.
Hoje, torna-se urgente pensarmos a educação escolar cada vez mais
comprometida com a vida social e cultural, voltada para o desenvolvimento da
criatividade, da crítica e de posturas éticas perante o mundo.
Entretanto, é necessário criar as condições concretas para que as
mudanças ocorram e alcancem a melhoria da qualidade do ensino, sem
propiciar e nem provocar baixas na autoestima, sentimento de desvalia e
outros sentimentos gerados pelos atos de classificar, reprovar e excluir as
pessoas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Escola Ciclada de Mato Grosso — Novos tempos e espaços para ensinar –


aprender a sentir, ser e fazer. 2ª Edição. Secretaria de Estado de Educação,
Cuiabá, 2001.
FERRERO: Emilia. Alfabetização Em Processo, 15ª Edição --São Paulo:
Cortez, 2004.
_______________Reflexões Sobre Alfabetização, 24ª Edição-Questão da
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GOMES: Maria de Fátima Cardoso e SENA: Maria das Graças de


Castro. Dificuldades de Aprendizagem na Alfabetização, 2ª Edição,
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MEIRIEU: Philippe. Aprender... Sim, Mas Como? 7ª Edição – Artmed, Porto


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MORAIS: António Manuel Pamplona. Distúrbios de Aprendizagem: uma
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e Consultoria Ltda. São Paulo, 1986.

SOUZA: Evanira Maria de. Problemas de Aprendizagem, Crianças de 8 a 11


anos. Cadernos de Divulgação Cultural. 1ª Edição. EDUSC Editora da
Universidade do Sagrado Coração. 1996.

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