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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA NAS SÉRIES

INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profª Orientadora: Camila Pinheiro Mascarenhas de Freitas

José Marcos Pereira da Silva Júnior

Sileimar Rezende de Lima Custódio

Resumo

Sabemos que o fracasso escolar aparece nos dias de hoje entre os problemas de nosso sistema
educacional mais estudado e discutido, devido ao fato de que frequentemente professores se
deparam com alunos que apresentam tais dificuldades decorrentes de vários fatores como biológicos,
sociais e emocionais. O objetivo deste artigo foi analisar as dificuldades de leitura e escrita nas séries
iniciais do ensino fundamental, além de apresentar um breve histórico sobre dificuldades de
aprendizagem, considerando que estas deficiências são fatores vulneráveis no desenvolvimento do
processo de ensino e aprendizado do individuo. Buscou-se detectar as causas e fatores que
contribuem para as mesmas, e saber as causas que levam esses alunos e a escola sentirem essas
dificuldades. Por isso escolheu-se como tema do trabalho DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE
LEITURA E ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, no qual foi feita uma
pesquisa bibliográfica para fundamentação teórica e certificação das ideias levantadas durante este
estudo, baseada em autores como: Vygotsky (1991), Corrêa (2001), Ferreiro (2011) e outros,
embasando a compreensão de questões fundamentais sobre a aprendizagem e discutindo as
possíveis causas do fracasso escolar. Concluiu-se que a partir do presente estudo, foi possível
perceber que muito ainda se tem a fazer para que a leitura e a escrita seja de fato um direito de
todos.

Palavras-chave: aprendizagem, dificuldades, fatores, ensino, fundamental.

Introdução

O presente estudo tem por objetivo observar como tem sido desenvolvido os
ensinos e também entender os problemas levantados sobre a leitura e da escrita nos
anos iniciais do ensino fundamental nas escolas, como o professor trabalhando com
seus alunos a importância da leitura e levando-os a ler como desenvoltura, para
seus crescimento educacional e também como cidadão apto a exercer sua
habilidades na sociedade em que vive. O professor tem um papel fundamental em
perceber alguma possível dificuldade de aprendizagem no educando, pois ele tem
contato diário e próximo com o aluno, além de ter acesso aos grupos mais próximos
da criança, como a família, amigos, e outros professores.
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Muitas crianças apresentam grandes dificuldades na aprendizagem da leitura


e da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental,o qual é considerado o maior
culpado de seu insucesso escolar, mas tomando por base que o ritmo de
aprendizagem varia de indivíduo para indivíduo, e também considerando que muitos
discentes não avaliam sua prática pedagógica e refletem sobre suas metodologias
abordadas, a falta de apoio familiar, o ambiente escolar sufocante e opressor. Esse
fardo de culpa é de todos, não apenas do aluno que não está se desenvolvendo
bem nas atividades escolares.
É de essencial importância estabelecer a diferenciação entre o que é
dificuldade de aprendizagem e um quadro de transtorno e déficit de aprendizagem,
pois o educando como problemas no ato de aprender pode, com ajuda da família e
apoio da escola, superar esse degrau na construção de seu desenvolvimento. Já os
que apresentam transtornos de aprendizagem necessitam de um suporte de uma
equipe de profissionais que de forma conjunta busquem o melhor caminho para
auxiliá-lo em seu ritmo de desenvolvimento.

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


Smith e Strick (2001, p.15) defendem que: “o termo dificuldades de
aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de
problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico.” E
complementando a Brenelli Dell’Agli (2010), “o leque de definições para dificuldades
de aprendizagem é complexo pois variam de acordo com o referencial teórico de
cada autor, ainda mais no nosso país que é considerado um país em
desenvolvimento. ”
Na aprendizagem inicial, as práticas utilizadas são, muitas vezes, baseadas
na junção de sílabas simples, memorização de sons, decifração e cópias de
atividades. Onde acredita-se que dependendo da quantidade vezes que as crianças
façam atividades repetitivas levará a aprendizagem. Tais maneiras fazem com que
as mesmas se tornem um espectador passivo ou receptor mecânico, pois não
participa ativamente do seu processo de construção do conhecimento.
As crianças não nascem com dificuldades de aprendizagem, elas surgem ao
longo do processo de aquisição de conhecimento no decorrer de sua vida, e a
dificuldade de leitura e escrita tem se relacionado a condições que inibem a
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autoestima e o aprendizado do aluno. Para Freire (1994) “alfabetização é o


desenvolvimento de consciência crítica e um dos instrumentos primordiais para a
emancipação do homem. É um processo que se faz por meio de uma prática social,
intencional e planejada. ”
Segundo Vygotsky (1991) “as dificuldades na escrita são um problema que
não significa falta de capacidade de uma criança, mas sim um problema onde a
mesma tem o desenvolvimento da escrita obstaculizado por algum tipo de déficit. ”
Os indivíduos que apresentam algum défict de aprendizagem em determinada área,
tendem a superar essa limitação compensando em outras áreas ou modalidades.
Por muito tempo foi-se especulado que o não desenvolvimento da
aprendizagem estava relacionado apenas a fatores relacionados com o contexto da
criança, ao ambiente em que vive, a falta de estímulos, mas o que se revelou por
meio de pesquisas realizadas por grandes estudiosos foi que a dificuldade de
aprendizagem pode estar relacionada a inúmeros fatores inerentes ao aluno, sendo
eles sociais, do próprio educando, cognitivos, culturais, sociais, políticos, familiares,
orgânicos, falta de estímulo e material, problemas patológicos, baixa autoestima,
entre outros. Cada aspecto relacionado ou não a outro podem levar a criança ao
insucesso escolar.
Weiss (1997, p.116) considerou o fracasso escolar como uma resposta
insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Cabe a instituição de
ensino uma parcela da culpa também, pois, ela está diretamente ligada ao sistema
sócio político econômico e cultural vigente, isto é, a aprendizagem que ela produz
está diretamente ligada a demanda que a sociedade requer, e isso reflete a maneira
como as informações chegam para seu educando.
A família também deixado de lado a responsabilidade e comprometimento de
acompanhar o desenvolvimento de suas crianças, deixando para a escola todo esse
fardo, que já não supri sua própria parte. Os pais com lares desestruturados, que
não se interessam pela vida estudantil de seus filhos, que não motivam, que fazem
comparações entre seus filhos ou colegas, que rotulam, são grandes causadores
desse fracasso escolar. Segundo Morais (1997 p.1883) “as crianças que provêm de
ambientes letrados têm mais facilidade em aprender a ler e a escrever do que
crianças provenientes de ambientes não-letrados.”
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“Diante deste novo pensamento. A noção de conhecimento de que há uma


rede de concepções e de modelos. Na qual nenhuma parte é mais
importante que a outra. Vale dizer que não poderíamos priorizar. Ou ate
mesmo culpar uma das partes que compõem o universo da aprendizagem
de uma criança. Que é sua família; ela mesma, sua escola, sua cidade.
Como educador pretende entender a tua dinâmica em que os
acontecimentos e seus diferentes entendimentos são compartilhados: A
estrutura pessoal da criança, a dinâmica familiar, seu ambiente afetivo, a
condição socioeconômica e cultural, os recursos de que dispõe sua cidade
e como a criança se constrói inserida nessas relações de saberes e de
poderes. O sintoma de Dificuldades de Aprendizagem aqui é compreendido
como parte da formação da estrutura do todo.” (CAPRA, apud MENDONÇA,
1997, p.1885).

O professor por sua vez, quando se depara com um aluno com dificuldade de
aprendizagem tende a ignorá-lo pois acredita que vai atrapalhar todo o restante da
turma, ou a encaminhá-lo para aulas de reforço, que por sua vez, apenas
reproduzem a metodologia utilizada pelo educador que acaba gerando mais
frustração na criança. Aqueles profissionais que já atuam muitos anos no campo
educacional tendem a fazer “análises” de seus discentes, onde é muito mais fácil
culpar pelo mal desempenho do que rever sua pedagogia que funciona por
gerações. Ignoram a possibilidade de rever e ou modificar seu método de ensino,
sua proposta didática, para um melhor aproveitamento de seu aprendiz.
Corrêa (2001) destaca que “pesquisas sobre as representações que os
professores têm do fracasso escolar denunciam que eles estão convencidos de que
o problema é do aluno e da sua família. ” Vagarosamente, muitos professores
desprovidos de informações sobre as dificuldades de aprendizagem da criança
acabam rotulando-as como fracassadas e preguiçosas. O que os discentes tendem
a fazer é redirecionar a culpa pelo mal desempenho do aluno para fatores exteriores
a escola, ao invés de repensarem sua prática educativa.
O objetivo do professor não deve ser que todas as crianças se desenvolvam
igualitariamente e no mesmo caminhar, pois isto é um objetivo inalcançável, objetivo
deve ser que os discentes possam caminhar rumo ao aprendizado reflexivo e
construtivo ampliando cada vez mais sua bagagem de conhecimento. É necessário
perceber que o mal aproveitamento por parte do aluno é uma dificuldade temporária
e que a sala de aula pode ser o local para superá-la.
Quando o professor perceber que o aluno apresenta alguma dificuldade de
leitura e escrita, ele deve nortear os pais, para que em conjunto procurem respostas
para resolver tais problemas, assim como encaminhar o educando para profissionais
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capacitados. O tratamento mais preciso e eficaz sobre o déficit detectado na criança


é cabido a uma equipe multidisciplinar formada por fonoaudiólogo, psicólogo, e
psicopedagogo que juntamente com a família e os professores iniciam uma busca
aprofundada do problema para um desevolvimento do dicente.

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MAIS COMUNS NO CAMPO DA


EDUCAÇAO
As pesquisas relacionadas com a temática abordada revelam que as
dificuldades de aprendizagem relevantes e que tem grande repercussão na
atualidade são: dislexia, disgrafia, disortográfica, dislalia e o TDAH (transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade).
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD) em documento datado de
2012, a dislexia é considerada um distúrbio ou transtorno de aprendizagem da
leitura, escrita e soletração, sendo representado como o distúrbio de maior
incidência na sala de aula. Definição essa que vai na contramão do senso comum,
que relaciona o transtorno a má alfabetização, baixa inteligência, condição
socioeconômica, falta de atenção, preguiça, agressividade, fatores hereditários
oriundos de alterações genéticas ou neurológicas.

É caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de


palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades
resultam tipicamente de um défice na componente fonológica da linguagem
que é frequentemente imprevisto em relação a outras capacidades
cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir
dificuldades de compreensão leitora, experiência de leitura reduzida que
podem impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos
gerais. (TELES, apud Associação Internacional de Dislexia, 2003, p. 209).

A criança disléxica, em grande parte dos casos não reconhecida como tal, é
alvo constante de rejeição e abandono por parte da turma, bullying, se sente
inferiorizada, demonstra desinteresse, bloqueio para a aprendizagem, e que pode
ocasionar sublimar outras habilidades e qualidades à medida que sua baixa
autoestima vai aumentando.
A disgrafia normalmente vem associada a dislexia, Segundo Furtado e
Borges:
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É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra


impressa. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são
ilegíveis. A criança digráfica não é portadora de defeito visual nem motor, e
tampouco de qualquer comprometimento intelectual ou neurológico. No
entanto, ela não consegue idealizar no plano motor o que captou no plano
visual. Existem vários níveis de disgrafia, desde a incapacidade de segurar
um lápis ou de traçar uma linha, até a apresentada por crianças que são
capazes de fazer desenhos simples, mas não de copiar figuras ou palavras
mais complexas. (FURTADO, e BORGES, apud Associação Internacional
de Dislexia, 2007, p. 141):

É “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do


sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia. ” (Torres & Fernández, 2001, p.
127), revela uma escrita divergente em relação a forma correta, ou seja, uma
“caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal
proporcionadas” (A.P.P.D.A.E., 2011b).
A Dislalia é um distúrbio da fala, marcado pela pronúncia inadequada, errada,
distorcida, confusa, omitida ou com acréscimo de sílabas ou fonemas. Pode ser
decorrente de fatores orgânicos (decorrente do precário desenvolvimento da fala e
da audição), neurológica (desenvolvimento cognitivo), ou funcional (quando não se
encontra fatores físicos que se possa relacionar a dislalia).
A Disortográfica, também é uma dificuldade da escrita, mas está relacionada
ao processo de ortografia. Segundo Furtado e Borges:

Caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem


oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não
implica a diminuição da qualidade do traçado das letras. As trocas
ortográficas são normais durante a 1.ª e 2.ª séries da primeira série do
ensino fundamental (GrauTIRAR), porque a relação entre a palavra
impressa e os sons ainda não está totalmente dominada. A partir daí os
professores devem avaliar as dificuldades ortográficas apresentadas por
seus alunos, principalmente por aqueles que trocam letras ou sílabas de
palavras já conhecidas e trabalhadas em sala de aula. (FURTADO, e
BORGES, apud Associação Internacional de Dislexia, 2007, p. 142)

Pode acontecer como consequência da dislexia também. Esse déficit da


escrita apresenta-se como uma resistência de trocas de natureza ortográfica,
aglutinações, fragmentações indevidas, inversões, falta de percepção dos sinais de
acentuação e pontuação.
Por fim, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou
DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção) é um transtorno neurológico, de causalidade
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genética, hereditária, que se revela na infância e acompanha a pessoa por toda sua
vida. É observado em crianças visivelmente agitadas, desatentas, com dificuldades
em manter a concentração e atenção, não terminam o que começam, esquecem de
atividades diárias, impulsivas, nervosas, entre outras. As crianças com TDAH são
tão inteligentes quanto qualquer outra criança, porém as características do
transtorno podem acarretar problemas na aprendizagem e podem ainda estar
associados a outros déficits. Dessa forma Brown (2007) comenta:

A síndrome do TDAH é complicada. Inclui dificuldades crônicas nas


múltiplas funções cognitivas. Além disso, aqueles com essa síndrome têm,
muitas vezes, dificuldades com outros aspectos do seu aprendizado,
regulação emocional, funcionamento social ou comportamento. (...) O TDAH
tem taxas extraordinariamente altas de comorbidades (sic) dentro de
virtualmente todos os transtornos psiquiátricos listados no DSM-IV (...).
(p.138)

O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde e registrado


oficialmente pela Associação Americana de Psiquiatria. Assim Barkley (2008)
caracteriza o TDA/H como sendo: “(...) um transtorno mental válido, encontrado
universalmente em vários países e que pode ser diferenciado, em seus principais
sintomas, da ausência de deficiência e de outros transtornos psiquiátricos”. (p.123).
O autor Paulo Mattos (2007) complementa sobre o desempenho acadêmico das
crianças que são portadoras do TDAH:

A intervenção escolar é muito importante e em alguns casos pode facilitar o


convívio dessas crianças com colegas e também evitar que elas se
desinteressem pelo colégio, fato muito comum em adolescentes. O
problema é a escola participar do tratamento; muitas escolas não apenas
desconhecem o TDAH como também não têm o desejo ou possibilidade de
participar do tratamento, pelas mais variadas razões. (MATTOS, 2007ª, p.
43).

Segundo Ferreiro (2011, p.23) “é preciso mudar os pontos por onde nós
fazemos passar o eixo central das nossas discussões”. Para o autor, temos uma
imagem decaída da língua escrita e uma visão deturpada da criança que aprende
um método contemporâneo não resolve os problemas. Todavia é preciso aprimorar
as práticas já vigorantes e utilizá-las de forma conveniente, encorajando o
aprendizado e o amadurecimento da língua escrita.
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A INTERVENÇÃO DOS ENVOLVIDOS FRENTE ÁS DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM
Ferreiro (1999, p.47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se
chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola e que
não termina ao finalizar a escola primária”. É possível perceber que os problemas de
aprendizagem implicam em um amplo trabalho do professor junto á família da
criança, para analisar situações e levantar características visando descobrir o que
está causando dificuldade ou empecilho para que o aluno aprenda.
As crianças ao ingressarem na escola, trazem consigo uma bagagem, que em
alguns casos vem com uma escassa experiencia com linguagem oral. Conforme
Ferreiro (2011, p.13) “ analisando as produções espontâneas das crianças, através
de suas pesquisas confirmou que as mesmas possuem hipóteses sobre a escrita,
apresentando um evolução psicogenética”. Isto é, elas sabem da importância de
sem apender a ler e escrever, o que as vezes falta é o despertar para essa
aprendizagem da leitura e escrita.
Ferreiro afirma que “nenhuma pratica pedagógica é neutra. Todas estão
apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa
aprendizagem” (2000, p.31). Existem práticas pedagógicas que levam a criança às
convicções de que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só se pode
adquirir da boca destes, deixando, assim, de ser participante da construção.
Algumas práticas levam a pensar que aquilo que existe para conhecer já foi
estabelecido, como um conjunto de coisas fechado que não podem se modificar.
“O professor não pode, então, se tornar prisioneiro de suas próprias
convicções; as de um adulto já alfabetizado. Para ser eficaz “deverá adaptar seu
ponto de vista ao da criança. Uma tarefa que não é nada fácil. ” (Ferreiro, 2000,
p.16). Faz necessário que o professor reveja os seus métodos de ensino, utilize
metodologias diferenciadas para que o aluno possa vivenciar cada situação para
que ele possa aprender sem ser de forma mecanizada, pois o papel do professor é
estimular o discente, fazendo uma mediação entre seus conhecimentos prévios,
ajudando-o a encontrar a resposta correta. Trabalhar as palavras partindo de um
texto, para que as crianças compreendam e assimilem melhor o que lhes é
ensinado.
Os pais também devem se fazer ativamente presente nesse processo de
aprendizagem das crianças, ofertando apoio, elogiando os progressos das mesmas,
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criando situações de aprendizagem, primordialmente para aquelas demonstram


alguma dificuldade, comunicando sempre com a escola para que possam juntos
ajudar na educação ou reeducação dos educandos. A realização de um trabalho
parceiro entre dos os envolvidos pode levar a superação das dificuldades e uma
aprendizagem significativa.
A escola por sua vez, deve ofertar políticas mais estreitas com a família,
tornando-se parceiros com objetivo comum, o desenvolvimento da criança na
aquisição da leitura e escrita, promover também o desenvolvimento cognitivo, moral,
histórico e social de seus educandos, além da inclusão relação afetiva entre todos
os participantes do campo escolar. Pois, o estudante quando se sente envolvido em
um ambiente que lhe proporcione carinho, aceitação, autoestima, respeito e
valoração, se desenvolverá muito mais rápido.

Considerações Finais

A dificuldade de aprendizagem merece um olhar mais atento dos professores,


pois eles que em primeiro momento poderão perceber e identificar a dificuldade do
aluno, e constatar a veracidade e grau de gravidade que ele se encontra para ajudá-
lo ou encaminha-lo a uma equipe de profissionais capacitados. O discente quando
se mantém em constante atualização e busca de conhecimento, consegue
compreender, orientar e intervir de forma que possa levar seu educando a vencer
suas barreiras.
É assustador o quantitativo de alunos que chegam ao final do ensino
fundamental sabendo muito mau ler e escrever, e esse déficit de aprendizagem
interferirá em todo a seu desenvolvimento futuro. O professor tem o papel de
mediador entre o aluno e o conhecimento, sendo um facilitador da aprendizagem,
mas em um ambiente abarrotado de crianças, metas a cumprir, desvalorização
profissional, jornada de trabalho exaustiva e muita das vezes dobrada ou até
triplicada por uma melhor remuneração, acaba massificando a aprendizagem e
deixando para o professor da próxima série esse pape de educar aqueles que não
conseguiram se desenvolver no tempo correto.
A escola, juntamente com a família e as equipes pedagógicas e psicológicas
deve buscar estratégias que levem a refletir e para que de forma conjunta, possam
minimizar ou até sanar essas dificuldades enfrentada por sua clientela, acreditando
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no potencial e ritmo de cada aluno, respeitando sempre suas limitações e tempo de


aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BERNARDINO, Márcia Cristina Silva. Dificuldade de Aprendizagem na Leitura e na


Escrita na Primeira Série do Ensino Fundamental. 2007. 55f. Monografia (Trabalho
de Conclusão de Curso de Graduação em Pedagogia) - Pontifícia Universidade
Católica de Campinas – PUC Campinas, Campinas, 2007.
COELHO, Diana Tereso. Dificuldades de Aprendizagem Específicas: Dislexia,
Disgrafia, Disortográfica e Discalculia. 2010.17f. Disponível em:
<http://www..scielo.br/pdf/ptp/v26n4/15.pdf. Acesso em: 27 de setembro de 2017.
Dissertação (Artigo Científico). Faculdade Psicologia - Universidade de Brasilia.
2010.
PETROLINO, Ana Paula da silva. Dificuldade de aprendizagem na leitura e na
escrita. 2007. 54f. Monografia (Especialização Em Esporte Escolar em Pedagogia) –
Centro de Ensino a Distância, Universidade de Brasília, Brasília (DF), 2007.
SANTOS, Euzilia Pereira dos. Dificuldades de Aprendizagem nas Séries Iniciais do
Ensino Fundamental. 2015. 73f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação – FE, Universidade de Brasília
– UnB, Brasília, 2015.
CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3, 2015, Marabá, Pará:
NAIA- UNIFESSPA, 2016. 21p.

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