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INTRODUÇÃO

A linguagem oral é uma das características que define o homem como um ser
único dentro do reino animal. Através da linguagem oral, ele comunica as suas
ideias, emoções, projectos, partilha conhecimentos e dúvidas. O homem
interage com os seus semelhantes o que faz com que a linguagem seja uma
poderosa ferramenta na socialização e na aprendizagem, na medida em que
serve para a transmissão de conhecimentos, seja por forma oral ou escrita. A
linguagem oral e escrita podem estar de alguma forma comprometidas, na
aquisição, desenvolvimento ou no próprio funcionamento, influenciando a
comunicação, socialização a qual dificulta a aprendizagem escolar.

Podemos dizer que, a aprendizagem é um processo complexo que se


desenvolve no interior do indivíduo e se manifesta na mudança do seu
comportamento.

As dificuldades de aprendizagem são uma das preocupações de todos os


intervenientes do actual sistema educativo, em especial dos professores que
diariamente trabalham com crianças, que por diversos motivos manifestam esta
problemática, inúmeras vezes relacionadas com dificuldades no domínio da
oralidade e escrita. Esta situação já se manifesta muitas vezes desde o início do
desenvolvimento da oralidade, revelam dificuldades de compreensão,
expressão, articulação e que só quando chegam ao jardim infantil ou escola do
ensino primário beneficiam de intervenção por parte dos professores.

Aprender a ler e escrever é uma das metas mais desejadas pelas famílias e pelos
educandos, pois, por meio dessas habilidades, estes terão acesso ao
conhecimento e valores científicos. Nesta base desenvolvem-se habilidades e
atitudes consideradas relevantes no contexto social em que vivem, no qual a
leitura e a escrita têm importância fundamental, pois vivemos numa sociedade
letrada. Quando saímos à rua, estão espalhadas por toda parte sinais que têm
significado para nós, sinais estes que são lidos e interpretados e que interferem
no comportamento do indivíduo.

Nós, educadores, queremos que os nossos alunos aprendam a ler, escrever e


expressar-se oralmente, e que essas habilidades se traduzam na capacidade de
saber ouvir, falar, ler e escrever em situações de participação social. Isso

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significa saber interpretar, elaborar conhecimentos novos, desenvolver a
capacidade de interpretar textos orais e escritos, expressar ideias, pensamentos,
sentimentos utilizando a linguagem adequada em cada situação com autonomia
e adequação.

Assim, aprender a ler e a escrever, é mais do que apreender um instrumento de


comunicação é, sobretudo, construir estruturas e pensamentos capazes de
abstracções mais elaboradas. Segundo Johnson e Myklebust (1987), “para que
uma criança possa aprender sem dificuldades é preciso que o seu Sistema
Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Central estejam completos e funcionais,
pois a criança aprende ao receber informações através de seus receptores.” Isso
nos leva a crer que, para que haja aprendizagem realmente, é necessário que
certas integridades básicas estejam presentes na criança, porem, isso não
significa que tal aprendizagem depende única e exclusivamente desse
desenvolvimento neuropsicológico, sem que a mediação educativa desempenhe
o seu papel.

Também são importantes para o processo de aprendizagem, oportunidades de


aprendizado, disponibilização de metodologias de ensino adequadas, inovações
na prática pedagógica, desenvolvimento e aplicações de novas tecnologias,
respeitando o ritmo de aprendizagem do educando. Como afirma Galaburda
(apud Coll, Marchesi e Palácios 2004:68) “Nem sempre quando o cérebro
funciona mal é por culpa de uma falha cerebral: pode ser resultado de um
ambiente nocivo”. Sendo assim, acreditamos que a aprendizagem efectiva deve
ser garantida a partir de uma articulação entre as condições internas e externas
do sujeito. O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender,
necessitando de estímulos internos e externos (motivação, necessidade) para o
aprendizado.

Perante esta situação, é de todo interesse saber como é que os professores vêm
os alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita para ajuda-los
a vencer tais dificuldades.

Para aprofundar o conhecimento sobre este assunto, propomos algumas


estratégias que ajudarão a colmatar as dificuldades de aprendizagem da leitura
e escrita dos alunos da 4ª classe.

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Também analisamos a forma como os professores lidam com alunos que
apresentam dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita e se os seus
métodos de ensino estão de acordo com os níveis de assimilação dos mesmos.

O nosso trabalho está estruturado em quatro capítulos.

O primeiro capítulo, contempla a apresentação do problema, as questões,


objectivos, importância e a delimitação e limitação do estudo.

No segundo capítulo trata-se da fundamentação teórica, definição de alguns


termos e conceitos relacionados com o tema em estudo e a fundamentação de
uma forma geral sobre alguns aspectos essenciais, que serviram de base para
o desenvolvimento do trabalho.

No terceiro capítulo direccionou-se para a metodologia cientifica com destaque


nos aspectos como: a pesquisa de investigação qualitativa, a caracterização do
campo de investigação, características dos participantes do estudo, técnicas e
instrumentos de pesquisa, questão de ordem ética, procedimentos e dificuldades
encontradas durante a pesquisa, para obtenção dos dados recolhidos na
pesquisa, a fim de os apresentar, analisar, interpretar e explicar o problema
investigado.

No quarto capítulo consta os procedimentos, descrições, análise e interpretação


dos resultados da investigação obtido durante a pesquisa.

E por último, apresentamos as conclusões, sugestões, a bibliografia e os anexos.

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CAPÍTULO I - O PROBLEMA

O primeiro capítulo apresenta a contextualização do problema, desembocando


na questão científica que serviu de ponto de partida para este estudo, a
determinação dos objectivos como guia da pesquisa e o destaque da relevância
social e prática que justifica a necessidade social e pedagógica deste estudo.

1.1- Formulação do Problema

A área da educação nem sempre é cercada por sucesso e aprovações. Muitas


vezes, no decorrer do ensino, deparamo-nos com problemas que deixam os
alunos paralisados diante do processo de aprendizagem por não saberem o que
e como fazer. Assim são rotulados, pela própria família, pelos professores e
colegas como os que não conseguem aprender, de alunos fracos, burros,
distraídos, desinteressados, não vão bem na escola, não sabem ler/escrever, de
atrasados etc.

Antes que o homem soubesse escrever, não havia história escrita dos
antepassados, mas ele sentia necessidade de registar os factos acontecidos,
motivo pelo qual eles começaram a fazer desenhos e pinturas nas paredes das
cavernas, o que representava uma forma de comunicação, ou seja, uma tentativa
de escrita, embora muito rudimentar (Brito 2005).

O termo dificuldade de aprendizagem sempre foi muito debatido entre os


profissionais envolvidos na área da educação. Questiona-se a razão de alunos
que não apresentam deficiência mental estarem constantemente
experimentando o insucesso escolar, especialmente nas áreas académicas
como a leitura, escrita e cálculo matemático.

O interesse pelo tema, Estratégias para Colmatar as Dificuldades de


Aprendizagem da Leitura e Escrita, decorre da constatação do nosso dia-a-dia
em que professores chamam nomes pejorativos aos alunos que apresentam
dificuldades de aprendizagem.

Face a uma sociedade em constante transformação onde as exigências sociais


são cada vez aguda, e a tomada de consciência é cada vez crítica, o professor
é visto como um mediador e facilitador do processo de ensino e aprendizagem
e o quotidiano dos alunos é cheio de incentivos e recursos tecnológicos. No
entanto, continua preso ao modelo passivo onde o estímulo para o

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desenvolvimento do potencial do aluno é quase nulo, com o risco cada vez maior
de este ser entregue à sua sorte.

Constata-se o apelo, o grito dos pais em muitas conversas empíricas com


professores e encarregados de educação a reclamação sobre a dificuldade de
leitura e escrita que alguns alunos de classes avançadas possuem. Culpabiliza-
se os professores da classe de proveniência, à escola e até mesmo ao novo
Sistema de Educação e outros ainda foram mais além reconhecendo que o seu
filho tem deficiência na aprendizagem.

Verifica-se também a insatisfação por parte dos professores e encarregados de


educação sobre o nível baixo de aprendizagem dos alunos da 4ª classe, que a
este nível de escolaridade deveriam possuir já o domínio básico da leitura e
escrita que normalmente se adquire nas classes anteriores (1ª, 2ª e 3ª classes).

Martínez e outros, (2013:7), afirmam que “é ao iniciar a sua escolaridade (ensino


básico) que se manifestam essas dificuldades na aprendizagem (…) É fundamental
que tomem consciência das dificuldades com que os filhos se debatem e que se
deixem orientar por profissionais competentes”.

Não deixa de ser verdade que o recurso a profissionais competentes é uma


solução correcta mas, coloca-se a dificuldade de também o encontrar. A tomada
de consciência que apela Martinez ainda se vai verificando, a dificuldade maior
reside na capacidade de resposta da própria escola, na pessoa do professor,
como especialista competente que deve desempenhar o seu papel com
responsabilidade científica, didáctica, psicológica e social.

É importante destacar aqui, que dificuldade de aprendizagem não é sinónimo de


deficiência mental. A imprecisão do conceito de deficiência mental trouxe
consequências para se esclarecer o atendimento a essa situação nas escolas
comuns e especiais. Muitos professores, ao lidar com alunos com dificuldades
de aprendizagem mais acentuadas, confundem essas manifestações com
deficiência mental. Essa confusão, muitas vezes, é utilizada pelo professor para
justificar as próprias dificuldades e falta de habilidades em atender as diferenças
significativas entre os alunos. Todavia, é importante reforçar que deficiência
mental e dificuldade de aprendizagem são distintas e requerem avaliações
adequadas que propiciem intervenções educacionais direccionadas.

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Smith e Strick (2001:15) definem as Dificuldades de Aprendizagem como “uma
gama de problemas que podem afectar qualquer área do conhecimento do
individuo e que raramente elas são atribuídas a uma única causa, pois aspectos
diferentes podem prejudicar o bom funcionamento do cérebro”.

E deficiência de aprendizagem é a perda ou anormalidade de uma estrutura ou


função psicológica, fisiológica ou anatómica que gere incapacidade para o
desempenho de actividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano.

Quando se está diante de uma criança com dificuldades de aprendizagem, não


significa que essa criança não aprenda, mas sim que seu processo de
aprendizagem se encontra desequilibrado e que as aprendizagens são
realizadas de maneira diferenciada da esperada.

A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e


acomodação estejam em equilíbrio pois é, afinal, um processo fundamental da
vida. Todo o indivíduo aprende e, através da aprendizagem, desenvolve os
comportamentos que o possibilitam viver.

Desta feita é preciso entender que em tudo que se ensina é necessário que se
articule o ensino sistematizado e as vivências dos alunos pois eles aprendem
melhor quando há a interligação entre o conhecido e o desconhecido.

Precisa-se compreender que muitos alunos não aprendem no mesmo momento


em que são ensinados, pois existem alguns alunos com a capacidade de
aprendizagem muito lenta e, para estes é necessário mais tempo, compreensão,
dedicação atenção redobrada e presença do professor para o incentivar a
prosseguir com confiança.

A motivação para este estudo surgiu na nossa actividade docente na base de


vivências, onde constatamos alunos com inúmeras dificuldades de
aprendizagem no que tange a leitura e a escrita. Por esta razão, as autoras deste
trabalho de fim de curso, decidiram investigar o problema para identificar e
explicar as causas que estão por detrás dessas dificuldades (leitura e escrita) de
alunos que estão na 4ª classe e que minimamente já deveriam saber ler e
escrever de acordo com o perfil de saída previsto e determinado pelo Ministério
de Educação, constante nos planos curriculares e, a partir daí, propor alguns

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procedimentos para colmatar as dificuldades existentes nesta classe a fim de
ajudar aos professores a tornarem-se mais capazes no exercício da sua missão
docente.

1.2- Questão Científica

Que factores dificultam a aprendizagem da leitura e escrita dos alunos da 4ª


classe da escola primária do distrito do Rangel?

1.3- Objectivos de Estudo

Atendendo a especificidade do tema em estudo, pretende-se alcançar os


seguintes objectivos:

1.3.1- Objectivo Geral

Compreender as estratégias que dificultam a aprendizagem da leitura e escrita


dos alunos da 4ª classe da escola primária do distrito do Rangel.

1.3.2- Objectivos Específicos

-Identificar as estratégias de aprendizagem para as dificuldades da leitura e


escrita dos alunos da 4ª classe;

-Analisar as estratégias de aprendizagem que podem minimizar as dificuldades


da leitura e escrita dos alunos da 4ª classe;

-Propor algumas estratégias e procedimentos para colmatar as dificuldades de


aprendizagens de leitura e escrita dos alunos da 4 ª classe.

1.4- Importância de estudo

A importância deste estudo revela-se no contributo sobre as teorias, concepções


e princípios da maneira de lidar com crianças que apresentam dificuldades na
aprendizagem da leitura e escrita, em geral no ensino primário e, em particular,
nos alunos da 4ª classe e encontrar meios para ajudar os professores na difícil
tarefa de orientá-los a lerem e escreverem correctamente de acordo com o perfil
de saída estabelecido para esta classe, no sentido de conhecerem e
compreenderem o mundo através da leitura que constitui a fonte principal do
saber acumulado pela humanidade.

O aluno aprende desde cedo a sentir-se um membro activo na interacção com


os demais, capaz de analisar, de partilhar de contribuir e de sugerir para o

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progresso sócio económico com o seu saber-fazer. De contrário, este sujeito
apesar de formado compromete o trabalho que realiza por não conseguir ser
competente em resolver as exigências que a sociedade lhe impõe.

O domínio da língua portuguesa possibilita emitir e receber mensagens para a


aquisição de conhecimentos implícitos e explícitos, a serem utilizados
correctamente na comunicação humana a fim de permitir que as crianças
desenvolvam a capacidade de compreensão, expressão oral e escrita no âmbito
do seu desenvolvimento global que vai permiti-las a integrarem-se nas restantes
áreas curriculares.

1.5- Delimitação do estudo

A delimitação do estudo sobre os factores que dificultam a aprendizagem da


leitura e escrita dos alunos da 4ª classe da escola primária, tem a ver com a
necessidade de estudar o problema que se encontra situado num campo muito
vasto de investigação, porque a leitura e a escrita entram em todas as facetas
da vida humana, como por exemplo, na área Linguística, Sociológica,
Pedagógica, Psicológica, etc.

É um tema muito abrangente, pois aborda dificuldades de leitura, interpretação,


compreensão, ortografia, análise, síntese, redacção em todas as áreas do saber
e que se estudam na Linguística, na Psicolinguística, na Didáctica das línguas e
outras áreas do saber.

Para este estudo, é sobre a metodologia da aprendizagem da leitura e escrita


elementar do ensino primário ou seja, este destina-se à aprendizagem da Língua
Portuguesa segundo o programa estipulado para a 4ª classe, do ensino primário,
na área da didáctica especial da língua portuguesa.

Este estudo sobre a problemática da aprendizagem da leitura e escrita não é


novo. Vários pesquisas se têm efectuado nesta área, no intuito de encontrar
soluções ao problema, indicando também a cadência e a actualidade desta
problemática que continua a repetir-se ao longo dos tempos.

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CAPITULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo debruça-se sobre as concepções teóricas, conceitos e tendências
que podem fundamentar e servir de suporte ao estudo do problema apresentado,
tendo em conta algumas investigações já efectuadas nesta área.

2.1- Definição de termos e conceitos

Como qualquer trabalho de pesquisa possui determinados itens os quais formam


o esteio da análise em estudo. Assim sendo, apresentam-se ideias de autores
que já se debruçaram sobre a problemática da leitura e escrita, embora em
realidades diferentes. Contudo, servem de base para compreender o fenómeno
que se está a pesquisar e obter fundamentos que sustentam o estudo do tema
e tecer algumas considerações pessoais.

Com efeito, para melhor compreensão da problemática em estudo inicia-se pela


definição dos seguintes termos e conceitos:

2.1.1- Estratégia

Segundo a Wikipedia (2015) Importa relembrar que o termo estratégia tem a sua
origem na linguagem militar e que o strategos, chefe militar na antiga Grécia, era
o responsável pela organização da acção militar no terreno, para o que tinha de
evidenciar essa capacidade de orientar os soldados.

Na visão de Porter (2001:63), estratégia é como a mobilização de todos os


recursos visando atingir objectivos a longo prazo.

Colvis citado por Sá (2010:13) considera estratégia como a base sobre a qual os
planos são feitos e a partir destes são estabelecidas prioridades; também pode
ser entendida como a escolha de critérios, de decisão que se integram na
actuação e estrutura da organização, numa perspectiva a longo ou curto prazo.

Do ponto de vista de Vianin (2013:55) estratégia é um conjunto de métodos,


abordagens ou procedimentos que permitem atingir o objectivo fixado. Fala-se
mais especificamente de estratégias cognitivas ou estratégia de aprendizagem,
pode-se considerar que são “meios aos quais os alunos podem recorrer para
adquirir, integrar e recordar os conhecimentos que lhes são ensinados” (Viau
citado por VIANIN, 2013:55).

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Entende-se que estratégias de aprendizagem, todos os recursos utilizados pelos
alunos para relembrar os conteúdos apreendidos.

Para Giasson, citado pelo autor ora referenciado, estratégia é o facto de saber o
que fazer (conhecimentos declarativos), por que, quando (conhecimento
pragmáticos) e como fazer (conhecimento procedurais).

Compreende-se que as estratégias devem cumprir com o que fazer, quando


fazer e como fazer, ou seja, o professor ao seleccionar a estratégia deve saber
escolhê-la, aplicá-la no momento certo e ter domínio da mesma ou saber usa-la.
Por exemplo: ao leccionar uma aula o professor deve ter domínio do que ensina
(conhecimento declarativo), seleccionar as estratégias para o ensino
(conhecimento procedurais) e definir o tempo em que decorrera o seu ensino
(conhecimento pragmáticos).

Baseadas nas concepções dos autores referenciados, as autoras deste trabalho


de fim de curso, definem estratégia como o conjunto ou combinações de
métodos, de procedimentos, de técnicas, de critérios e de meios para atingir um
determinado objectivo.

2.1.2- Aprendizagem

Segundo o dicionário de psicologia Doron & Parot (2001:75), “aprendizagem


consiste na alteração do comportamento de um organismo que resulta de uma
interacção com o meio.”

Wittrock, citado por Pessanha & Outros, (2014:140), considera “aprendizagem


como o processo de aquisição de modificação relativamente permanente na
compreensão, atitude, conhecimento, informação, habilidade e competência
através de experiência. A experiência pode referir-se à interacção com o meio
(externo) ou aos processos cognitivos (internos).”

Inspiradas na ideia dos autores Lozano e Rioboo (1998), a aprendizagem é como


um processo que integra três aspectos:

O primeiro é que aprendizagem é um processo activo, pois os alunos,


necessariamente, têm que realizar uma série de actividades para que os
conteúdos possam ser assimilados.

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O segundo, menciona que aprendizagem é um processo construtivo, porque as
actividades que os alunos realizam têm como finalidade a construção do
conhecimento.

O terceiro, aborda aprendizagem como um processo significativo, pois o aluno


deverá gerar estruturas cognitivas organizadas. Concebem, aprendizagem como
um processo de assimilação, adaptação de hábitos, conceitos, acontecimentos,
procedimentos e atitudes, valores e normas; e que o sujeito adquire
determinados esquemas cognitivos mentais provenientes do meio a que
pertence, através de sua própria estrutura cognitiva, com a finalidade de resolver
tarefas e adaptar-se de forma activa e construtiva.

Ao analisar os conceitos destes autores, tem-se a salientar que a aprendizagem


é um processo activo, construtivo e significativo, onde o aluno é dono do seu
saber, pois muda e transforma o seu comportamento. Por um lado, ele adquire
novos saberes e por outro lado, ele adapta-se e define o seu comportamento.
Significa dizer que quando se aprende demonstra-se essa capacidade no saber-
fazer e ser perante a resolução dos problemas de vária índole que vão surgindo
no processo da vida. E, na verdade, é desta aprendizagem que a escola, através
dos seus professores e alunos devem desenvolver.

Na concepção de Vigotsky (2001:111) aprendizagem – é o processo pelo qual o


indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes e valores a partir do seu
contacto com a realidade, com o meio ambiente e com as pessoas. Para ele a
ideia de aprendizagem inclui a interdependência do indivíduo, ou seja, tem de
existir uma relação entre o que ensina e o que aprende fazendo assim que
aprendizagem aconteça na interacção com o meio social.

Comentando esta concepção, verifica-se que sem essa interacção a


aprendizagem fica incompleta e como tal, torna-se ineficiente.

Ao reflectir sobre este conceito, percebe-se que para Vigotsky, aprendizagem


não é um processo que acontece de forma isolada. Para que a mesma aconteça
tem de ter todo um conjunto de condições, sejam estas ambientais, materiais ou
motivacionais. Entende-se que este autor valoriza muito mais o meio social com
o qual ele interage e que possibilita que ele aprenda, mas sem ignorara sua
actividade mental e prática e principalmente consciente.

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Na percepção das autoras desta pesquisa, considera-se o processo de
aprendizagem como complexo e ao mesmo tempo composto, pois para que o
aluno aprenda os conhecimentos, estes têm de ser significativos e aplicáveis no
meio social e para que ele os assimile melhor, tem de ser uma informação que
possa aplicar em seu dia-a-dia.

Assim, nesta base, compreende-se que a aprendizagem é o processo pelo qual


o indivíduo observa, analisa, compara, critica, sugere e transforma. Adquire
conhecimentos, habilidades, hábitos, valores, capacidades por meio do processo
de ensino/aprendizagem.

2.1.3- Dificuldade de aprendizagem

O processo de aprendizagem é constituído por avanços e recuos, por sucessos


e insucessos, por possibilidades e dificuldades.

Para Kirk (1963:263), dificuldade de aprendizagem consiste em “um atraso, desordem


ou imaturidade num ou mais processos da linguagem falada, da leitura, da ortografia, da
caligrafia ou da aritmética, resultantes de uma possível disfunção cerebral e/ou distúrbios
de comportamento e não dependentes de uma deficiência mental, de uma privação
sensorial, de uma privação cultural ou de um conjunto de factores pedagógicos”.

Na opinião das autoras deste trabalho, as dificuldades de aprendizagem


referem-se a alterações no processo de desenvolvimento do aprendizado da
leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático, podendo estar associadas a
comprometimento da linguagem oral.

Neste conceito, dificuldade de aprendizagem não se evidencia nos problemas


sociais. Pois ela é influenciada por diversos factores como caso dos psicológicos
e pedagógicos fazendo com que as dificuldades apresentadas por cada
indivíduo tenham extensão diferenciada dependendo do ambiente em que
vivem. As condições que o indivíduo encontra em casa e na escola fazem muita
diferença entre uma leve deficiência e uma incapacidade.

Numa perspectiva orgânica, as dificuldades de aprendizagem são desordem


neurológica que interferem com recepção, integração ou expressão de
informação, caracterizando, em geral, por uma discrepância acentuada entre o
potencial estimado do aluno e a sua realização na escola. Bateman (citado por
Fonseca 1999:45).

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Numa perspectiva educacional ou pedagógica, as dificuldades de
aprendizagem reflectem uma incapacidade ou impedimento para a
aprendizagem da leitura, da escrita, ou do cálculo ou para a aquisição de
aptidões sociais. Dentre estes, o foco da nossa pesquisa cinge-se na dificuldade
da leitura e escrita numa abordagem pedagógica.

Compreende-se que os alunos com dificuldades de aprendizagem podem


apresentar problemas na resolução de algumas tarefas escolares e serem
brilhantes na resolução de outras.

As dificuldades de aprendizagem, na visão de Fonseca, Victor apud Wagner


(1988), podem ser uma repercussão da falta ou carência de oportunidade. Por
exemplo: existem professores que não compreendem que cada aluno tem as
suas particularidades, ou seja, cada aluno tem o seu ritmo de aprendizagem,
onde uns apreendem mais rápido do que os outros, nesta senda alguns
professores trabalham mais com aqueles que aprendem mais facilmente e
deixando os de aprendizagem lenta, ou seja, dão mais oportunidades naqueles
que aprendem com facilidade do que naquele que têm dificuldade de aprender.

As desordens de aprendizagem equivalem a problemas mais severos, como as


incapacidades de aprendizagem.

Bateman, (citado por Fonseca 1999:45) explica que “uma criança com dificuldades
de aprendizagem é aquela que manifesta uma discrepância educacional
significativa entre o seu potencial intelectual estimado e o seu nível actual de
realização, relacionada com as desordens básicas dos processos de aprendizagem
que podem ser ou não acompanhadas por disfunção do sistema nervoso central, e
que não são causadas por deficiência mental generalizada, por privação
educacional ou cultural, perturbação emocional severa ou perda sensorial”.
Este conceito constituiu um marco histórico dado que englobava três factores
importantes que o caracterizavam: discrepância, irrelevância da disfunção do
sistema nervoso central e exclusão.

Ainda no que tange às dificuldades de leitura, Horta (2007:80) comenta que “a


criança que tem dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita terá
dificuldades na progressão escolar, por certo, sofrerá consequências a nível
social nomeadamente uma baixa de auto-estima”.

Entende-se que, se o aluno não consegue ler e escrever, logo, terá dificuldade
em compreender as outras disciplinas curriculares, pois, a leitura e escrita são
elementos veiculares para que os alunos entendam as matérias que lhes forem

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ministradas, caso contrario resultará em inaptação para continuar o seu curso
de ensino e sofre estigma no meio de grupo.

Dificuldade de aprendizagem significa uma perturbação numa ou mais áreas dos


processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da
linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita
de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. O
termo não engloba as crianças que têm problemas de aprendizagem resultantes
principalmente de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência
mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais ou
económicas. Register, citado por Correia (1991: 33)

De acordo com esta definição, compreende-se que a criança pode ser


identificada como inapta para a aprendizagem típica se:

1. Não alcançar resultados proporcionais aos seus níveis de idade e capacidades


numa ou mais áreas específicas.

2. Apresentar uma discrepância significativa entre a sua realização escolar e


capacidade intelectual numa ou mais das seguintes áreas:

a) Expressão oral;

b) Compreensão auditiva;

c) Expressão escrita;

d) Capacidade básica de leitura;

e) Cálculos e raciocínio matemáticos.

Dentre estas áreas o nosso estudo assenta se na compressão escrita e na


capacidade de leitura.

A outra definição foi elaborada pela National Joint Committeeon Learning


Disabilities (NJCLD), citada por Smit e outros (1997: 41) que diz o seguinte:

“Dificuldades de aprendizagem é um termo genérico que diz respeito a um grupo


heterogéneo de desordem manifestadas por problemas significativos na aquisição
e uso das capacidades de escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou matemática.
Estas desordens, presumivelmente devidas a uma disfunção do sistema nervoso
central, são intrínsecas aos indivíduos e podem ocorrer durante toda vida.”

Neste trabalho, propusemo-nos a estudar as dificuldades de leitura e escrita dos


alunos da 4ª classe, dificuldades estas provocadas por factores externos e não

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por uma disfuncão do sistema nervoso central, como presume o autor ora
referenciado.

2.1.4- A Leitura

A leitura é definida como sendo um “conjunto das actividades oculomotoras e


cognitivas que a partir da extracção de informações gráficas, conduzem a
compreensão de um enunciado.”Doron e Parot, (2001:457)

Leitura é “uma conexão entre a linguagem falada e as formas escritas da


linguagem, isto é, uma tradução das letras imprensas em equivalentes sonoros
e em significados.” Fonseca (2008:95).

Nesta esteira, Maiagre (1994:16) Define leitura como um “seguimento com os


olhos as palavras e as frases, cuja sucessão linear constitui a linguagem escrita”.

Nos conceitos apresentados sobre leitura, entende-se que a visão ocular


desempenha um papel fundamental, servindo como esteio para que ocorra a
comunicação entre os diversos processos cognitivos como atenção,
memorização, a percepção e a assimilação que permitem a descodificação da
mensagem escrita.

No que refere à aprendizagem da leitura, o autor Downing, e col. (1982) Apud


Martins, Neves (2000:20) “propôs a chamada teoria da clareza cognitiva, que
postula que a criança evolui de uma fase inicial de relativa confusão quanto aos
objectivos e natureza do sistema escrito e quanto aos objectivos de leitura”. Para
este autor, a aprendizagem da leitura predispõe uma concentração mental,
complexa e difícil, onde a criança constrói seus conhecimentos tendo em conta
a sua evolução que contempla mecanismos de avanços e recuos, tanto do lado
da escrita, como da leitura. Por exemplo: é necessário que a criança faça este
exercício (divida a palavra pro-fes-sor fazendo o uso da escrita, a seguir leitura
pausada dos sons escritos, outro passo escreve a palavra, completa e lê, separa
a palavra em letras p-r-o-f-e-s-s-o-r e percebe que ela é formada por consoantes
do alfabeto e que por meio delas pode formar-se os sons, pro-fes-sor e volta a
fazer leitura. Ou seja, exercícios de composição e decomposição)

A leitura não é uma actividade natural e espontânea, precisa de ensino directo e


que se prolonga ao longo da vida. Mas, a escola deve proporcionar o contacto
com livros para possibilitar o gosto pela leitura, desde tenra idade sem esquecer

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que alguns alunos não têm acesso a livros em casa. Ao ouvir histórias, a criança
aprende a folhear o livro, a observar as imagens, desenvolvendo a imaginação
e despertando o interesse pela leitura.

Compreendemos que a leitura é o conjunto de actividades realizadas pela visão


incluindo a capacidade de interpretação de uma mensagem codificada de formas
a descodificar para sua aplicação no seu dia-a-dia. Mesmo em casa, os pais ou
aqueles que vivem com a criança podem com muita simplicidade realizar estes
pequenos exercícios, mas de grande valor pedagógico.

2.1.5- A Escrita

O saber ler e escrever tornou-se uma capacidade indispensável para que o


indivíduo se adapte e se integre ao meio social. O ser humano sempre teve
necessidade de se comunicar graficamente desde os tempos mais remotos,
como já foi realçado anteriormente, por isso, se a aprendizagem da leitura, da
escrita e da comunicação oral se desenvolver cedo na vida da criança, melhor
será a sua adaptação familiar, escolar, ambiental e social.

“Escrita é a repartição de palavras ou ideias por meio de letras ou sinais


convencionais. É um sistema de caracteres usado na arte de escrever, da grafia
e da caligrafia.” (Ximenes 2000:386)

Entende-se que escrita é a materialização gráfica de uma determinada ideia.

“A escrita é uma linguagem transmutada em percepção visual que evoca, no


início, simples signos, e, posteriormente, palavras, que evocam coisas ou
acções” (Ajuriaguerra, 1980:12).

A concepção da escrita está ligada à leitura, uma vez que as duas actividades
fazem parte do processo comunicativo entre o autor e leitor.

A escrita dos alunos é uma grande preocupação para os pais e para os


professores. Quando um professor pega uma produção textual como uma carta,
um bilhete ou um recado, a primeira observação que ele faz são os erros
ortográficos. Sabe-se que quando a criança escreve como fala, essa produção
de escrita é fonética. Sabe-se também que muitos alunos escrevem as palavras
desta forma. Mediante tal situação, o professor precisa observar como os seus
alunos se expressam oralmente ao se relacionarem com os colegas, para depois

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relacioná-los com a sua expressão escrita. É a partir daí que o professor precisa
trabalhar a linguagem dos seus alunos para descobrir o registo fonético das
palavras. A escrita serve como treino ortográfico, fazendo cópias o aluno vai
descobrindo sua produção caligráfica.

“Linguagem oral e linguagem escrita formam uma estreita relação com o


desenvolvimento intelectual. O importante é fazer compreender a criança que a
escrita permite transmitir informações, que é um código convencional” (Grossi,
1985: 85)

Entende-se que o desenvolvimento intelectual resulta de uma boa comunicação


entre o que ensina e o que aprende. E a linguagem oral e escrita elas fazem
parte dos aspectos comunicativos e uma interferências nestas áreas, menor se
torna a possibilidade de aprender.

“Durante o desenvolvimento da língua escrita, pretende-se que a criança


consolide as aprendizagens anteriores e aperfeiçoe as suas capacidades de
compreensão e expressão escrita através da visualização, leitura de palavras,
frases e pequenos textos, adequados aos seus interesses e à sua cultura”
(INIDE, 2006:16).

Compreende-se que uma das formas para se desenvolver a escrita é a criança


ter uma boa visualização, uma vez que, a boa observação do aluno às letras,
ajuda-o na imitação e reprodução da mesma. É importante frisar que a escrita
tem uma grande relação com a leitura, sabendo que uma criança com uma boa
escrita dificilmente apresenta dificuldade na leitura.Porque a leitura e a escrita
ocorrem simultaneamente e normalmente quando se escreve exercita-se ao
mesmo tempo a leitura.

2.1.6- A Dislexia

Ao falarmos de dificuldade de leitura e escrita devemos falar sobre a dislexia,


pois é o nome científico que se dá ao transtorno na capacidade de leitura que

se manifesta por erros, omissões e inversões de letras ou sílabas.

Etimologicamente, dislexia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “lexia” (leitura,


reconhecimento das palavras). Coelho (2013:10)

17
Segundo o Dicionário enciclopédico da psicologia, dislexia é um transtorno
inesperado que professores e pais observam no desenvolvimento da leitura da
criança na dificuldade da língua escrita, resulta no défice intelectual e na
perturbação sensorial”. Jardim, (2007:109Pág.).

De acordo com esta definição compreende-se que o aluno que tem dislexia não
tem uma doença, mas apenas tem dificuldades na leitura e na escrita, e que
efectivamente, estes alunos podem aprender.

Collares, C, (1995:79-96) “dislexia específica, dislexia de evolução” e, inclusive,


com antiga tecnologia “cegueira verbal congénita”.

No entanto, segundo este autor, o termo é aplicado indiscriminadamente a


qualquer criança que apresente dificuldade de aprendizagem, mesmo que se
encontre ao conjunto de outras dificuldades. Parece que há existência de um
grave problema para se chegar a conclusão do diagnóstico diferencial. A noção
de dislexia se dissolve em uma multiplicidade de sintomas, de mecanismos
psicológicos, de origens etiológicas, de enfoques reeducativos, aos quais a
análise científica já não reconhece realidades objectivas analisáveis. Apesar
desta situação, o estudo que se leva a cabo direcciona-se para uma proposta de
como colmatar as dificuldades da linguagem oral e escrita.

Com base nos autores (Nielsen, 1999, Torres & Fernández, 2001; Cruz, 2009 e
Moura, 2011), os alunos com dislexia apresentam as seguintes características:

- Fazem uma soletração defeituosa (lêem palavra por palavra, sílaba por sílaba,
ou reconhecem letras isoladamente sem conseguir ler);

- Na leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os lábios;

- Perdem a linha de leitura;

- Apresentam problemas de compreensão semântica (na interpretação de


textos);

- Revelam dificuldades acentuadas ao nível da consciência fonológica, isto é, na


tomada de consciência de que as palavras faladas e escritas são constituídas
por fonemas;

- Confundem, invertem, substituem letras, sílabas ou palavras;

18
- Na escrita espontânea (composições/redacções) mostra severas complicações
(dificuldades na composição e organização de ideias).

Concluímos que o aluno com dislexia apresenta uma multiplicidade de sintomas,


pois tais dificuldades levam-no a cometer vários erros e má interpretação.

Algumas destas situações foram verificadas nos nossos alunos como: a


substituição das letras e algumas silabas.

2.1.7- Disortografia

Para que se possa identificar a disortografia nos alunos, há a necessidade de


defini-la para que os professores tenham a consciência e saibam identificar,
interceder e ajudar os alunos em suas dificuldades.

Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto”


(correcto) + “grafia” (escrita), ou seja, é uma dificuldade manifestada por “um
conjunto de erros da escrita que afectam a palavra, mas não o seu traçado ou
grafia” (Vidal citado por Torres & Fernández, 2001:76) pois uma criança
disortográfica não é, forçosamente, disgráfica, porque a criança disortográfica
apresenta apenas deficiência em compor textos lógicos, não respeita as regras
gramaticais e pobreza na arrumação dos parágrafos, já a criança desgrafica, tem
mesmo desordem na escrita, como por exemplo, deficiência no traçado e na
forma de escrever (letra muito grande, muito pequena, tremula, letras
sobrepostas e desligadas, espaços irregular entre as letras)

Compreende-se que os alunos com disortografia nem sempre têm problemas de


escrever as letras, mas o grande problema é de confundirem as letras ou aplicá-
las mal.

Nesta análise do conceito de disortografia, Pereira, na sua abordagem, afirma


que é a,

“Perturbação que afecta as aptidões da escrita e que se traduz por


dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em
compor textos escritos. As dificuldades centram-se na organização,
estruturação e composição de textos escritos; a construção frásica é
pobre e geralmente curta, observa-se a presença de múltiplos erros
ortográficos e [por vezes] má qualidade gráfica.” (2009:9).

19
Ao interpretar este pensamento, salienta-se que nem sempre a disortografia
está associada a perturbação. Mas, conforme explica este autor, se a mesma
for persistente, pode considerar-se uma perturbação que deve ser atendida de
imediato pelo professor para que ela não se torne mais severa e comprometer
o processo de ensino/aprendizagem do aluno.

Prosseguindo, recorre-se ao seguinte exemplo: redacção com um tema dado


pelo professor ao aluno da 4ª classe. Ao realizar a dita redacção, o aluno
escreve apenas duas frases curtas, com erros de concordância frásica e
ortográfica.

Disortografia consiste nas “dificuldades ou incapacidade de transcrever


correctamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas confusão de
letras.” Jardim W. (2007:109), como por exemplo: a troca entre as vogais “o”,
por “u”, a vogal “e” por “i”; e se pedirmos para ela escrever a consoante “d”,
escreve “b”, “p” escreve “q” e a consoante “u”, ela escreve “n”. Significa dizer
que o professor deve saber identificar a dificuldade específica para melhor
orientá-lo.

2.1.8- Disgrafia

Normalmente a disgrafia vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas


e inversão de letras consequentemente apresenta dificuldade na escrita. Além
disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e
desorganização ao produzir um texto. A habilidade de escrita está abaixo do
nível esperado para idade cronológica, escolaridade e inteligência, associada
ou não ao transtorno de leitura.

Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “grafia”


(escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afecta a qualidade
da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia.” (Torres &
Fernández, 2001:127); prende-se com a “codificação escrita (…), com
problemas de execução gráfica e de escrita das palavras” (Cruz, 2009:180)

Ciasca (2005:17), define “disgrafia como falha na aquisição da escrita; implica


uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita (...), pode ser dos
seguintes tipos: disgrafia do pré-escolar: construção de frases: ortográfica e
gramatical: caligrafia e espacialidade.”

20
Compreede-se que a criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em
relação à norma padrão, isto é, uma caligrafia deficiente, com letras pouco
diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.

De acordo com Ajuriaguerraet al., (1973) e Casas, (1988), cits por Cruz (2009);
Torres & Fernández, (2001), sugerem que as crianças com disgrafia revelam o
conjunto (ou a quase totalidade) das seguintes condições, como:

- Letra excessivamente grande (macrografia) ou pequena (micrografia);

-forma das letras irreconhecíveis (por vezes distorcem, inclinam ou simplificam


tanto as letras que a escrita é praticamente indecifrável);

- Traçado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e


imperceptível;

- Grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade, originando variações no


tamanhos dos grafemas;

- Escrita demasiado rápida ou lenta;

- Espaçamento irregular das letras ou das palavras, que podem aparecer


desligadas, sobrepostas ou ilegíveis ou, pelo contrário, demasiado juntas;

- Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita
(embora as crianças sejam capazes de ler o que escrevem);

- Desorganização geral na folha/texto;

- Utilização incorrecta do instrumento com que escrevem (o lápis, a esferográfica,


as cores)

Tais erros devem-se a deficiências nas habilidades motoras ou seja na forma


em que a criança segura o lápis, na forma de sentar etc., também, a problemas
de lateralidade, ou seja, problemas em identificar a posição correcta do caderno
quando escreve e a fragmentação das palavras, este facto deve-se pela falta de
orientação dos professores.

Uma criança em processo de aprendizagem da escrita apresenta, naturalmente,


dificuldades no traçado das letras. Assim, durante este período, o professor
deverá revelar especial atenção e fornecer as orientações necessárias para que
os alunos realizem adequadamente a escrita, evitando, deste modo, a ausência

21
de outras problemáticas associadas, a permanência de traçados incorrectos
que, consequentemente, poderão evoluir para um quadro de disgrafia.

2.2- Factores que influenciam no insucesso da leitura e escrita

O estudo dos factores que contribui no insucesso da aprendizagem da leitura e


escrita, ajuda a compreender melhor as crianças que apresentam dificuldades e
de certa forma pode-se colmatar um pouco mais tais dificuldades.

Actualmente, muitas crianças apresentam ou revelam dificuldades de


aprendizagem que se traduzem em fraco rendimento escolar devido a inúmeros
factores, tais crianças apresentam dificuldades de linguagem, certa imaturidade
na coordenação oculomotor, lateralidade não definida, dificuldades de
percepção espácio-temporal, porém com o desenvolvimento cognitivo quase
normal. Tal facto deve-se a alterações orgânicas, provocadas por factores ,
psicológicos, pedagógicos e sociais, quando o aluno já se encontra a frequentar
a escola, que de seguida se irá analisar.

2.2.1- Factores psicológicas

As alterações da personalidade são causas de um desajustamento psicológico


na criança, o que impede o seu normal desenvolvimento. O aspecto afectivo é a
causa e o motor de muitas perturbações emocionais (insegurança, bloqueio
emocional, inibição, agressividade, etc.).

Segundo Wallon citado por Galvão (2000), “a criança é essencialmente um ser


emocional e gradualmente vai se transformando em um ser sócio cognitivo”.
Assim, os problemas que cercam a criança independentemente de não serem
vividos directamente por ela, podem ser resolvidos com as relações
interpessoais (da mesma faixa-etaria) o que ajudara no seu desenvolvimento
pessoal.

Quando a criança presencia discussões constantes protagonizadas pelos seus


pais, a constante falta de demonstração de carinho pelos seus familiares
influenciam e muito para que a criança se torne distante, distraída e muito
insegura.

22
Segundo Erikson citado por Smith e Strik (2001), as atitudes das crianças sobre
si mesmas e sobre o mundo à sua volta dependiam amplamente de como são
tratadas pelos adultos enquanto crescem.

Pelo facto de as crianças terem os adultos como modelos nos seus primeiros
anos de vida, torna imprescindível que os exemplos que tiram dos mesmos
sejam sempre positivos de forma que mesmo se a criança possuir algum tipo de
dificuldade de aprendizagem desde muito cedo, começa a ser trabalhada de
modo a ser ultrapassada. Do contrário, dificilmente consegue ultrapassar as
dificuldades, tendo somente como refúgio o professor.

A tendência actual é para uma estreita e constante colaboração entre pais e


professores, a fim de conseguir um melhor conhecimento da criança que permita
uma ajuda afectiva e o mais precocemente possível das dificuldades ou
problemas afectivos que a criança possui. Deve-se incentivar os pais,
encarregados de educação e os agentes educativos a abraçarem a relação, por
meio de actividades como palestras e debates nas mídias. Na realidade a
maioria das escolas vê-se que não há uma relação estreita entre a escola e os
encarregados, ouvimos professores e gestores escolares queixando-se de que
os pais, mesmo convocados, não comparecem a escola.

2.2.2- Factores pedagógicas

Segundo Leal (1988:17), a escola deve proporcionar a cada criança a


possibilidade de crescer, desabrochar, desenvolver, construir o seu lugar no
contexto de um grupo social e conseguir inserir-se e destacar-se na sociedade
sem sofrer estigma por parte do grupo social.

O professor deve ganhar a confiança da criança e estabelecer com ela um


contacto afectivo positivo, para isso, deve ter uma boa capacidade de adaptação
pessoal e deve procurar motivar o aluno dando:

- Um simples sorriso compreensivo é suficiente para dar segurança a criança;

-Elogiar os seus trabalhos, valorizando mais o esforço realizado do que o


resultado obtido.

- Evitar o perigo a fadiga, para que não apareça o cansaço.

-Propor sempre à criança trabalhos que estejam dentro de suas possibilidades.

23
Nos primeiros anos de escolaridade é importante que o número de alunos por
turma seja reduzido, permitindo assim que o professor conheça as
particularidades de cada aluno e crie um programa individualizado de
desenvolvimento, segundo as necessidades dos mesmos e utilize os mais
variados e adequados métodos para que haja mais qualidade no processo de
ensino e aprendizagem.

2.2.3- Factores sociais

Um factor a ter-se em conta é o ambiente que rodeia a criança.

Para Gordon e Noel (1998), os pais são os primeiros professores das crianças e
durante os primeiros quatro ou cinco anos, em geral os únicos de máxima
importância … os pais não são apenas os primeiros professores; são de longe
os mais importantes.

A família e a escola são agentes socializadores de grande importância. Mas, o


primeiro agente socializador é, sem dúvida, a família. É com a família (pai, mãe
e parentes mais próximos) que a criança nos seus primeiros anos de vida faz a
sua aprendizagem, é com eles que descobre o mundo, nas suas diversas
relações e contradições.

A família deve assegurar à criança alimentação, tempo de sono suficiente, lazer,


transmitindo uma variedade de conteúdos, hábitos e normas.

A família continua a ser a primeira escola, determina o ciclo de vida de cada um.
A família tem o dever de apoiar e proteger a criança e transmitir-lhes os valores
básicos.

Nos dias que correm, infelizmente, encontramos famílias com problemas


económicos, sem trabalho, em vias de separação ou divórcio, doenças
familiares, alcoolismo, droga, falta de estímulo cultural etc., o que influencia
negativamente o desenvolvimento global da personalidade da criança.

É importante lembrar que a aprendizagem da criança não se processa apenas


por meio daquilo que lhe é ensinado, mas principalmente por meio daquilo que
ela observa e vivência. Pois, ela aprende com as pessoas com quem ela convive.
Por isso, quanto maior for a riqueza do seu meio, mais oportunidades ela terá de
obter informação relevante e de qualidade. Então, é aconselhável aos pais,

24
encarregados de educação e as pessoas com quem ela convive, proporcionar
um ambiente saudável, harmonioso e feliz.

2.3- Características do aluno com dificuldades de leitura e escrita

No processo de ensino aprendizagem sempre surgem dificuldades de vária


ordem. Umas são próprias do processo por ser bilateral, grupal, contraditório e
até complexo. Contudo, há dificuldades que podem ser minimizadas graças ao
saber-fazer dos professores, a sua sensibilidade, atenção, ao seu rigor
profissional.

Contudo, convém não esquecer que cada aluno tem as suas particularidades
individuais como, por exemplo, o grau de inteligência, o entusiasmo ou apatia,
capacidade de assimilação, a vontade, a comunicação e outros.

Segundo Fonseca (1999:366), “a criança com dificuldade de aprendizagem


manifesta discrepâncias entre a capacidade para compreender acontecimentos,
experiências e ideias e a capacidade para aprender a ler, escrever ou calcular.”
Obviamente, este facto pode provir de várias outras situações, principalmente da
ligação que deve existir entre o falar e o escrever, visto serem dois momentos
distintos embora interdependentes.

Todavia, o insucesso pode surgir de outras características como o desinteresse,


a fome, a doença, o trauma psicológico, o mau ambiente familiar (pais
autoritários, divórcios, frustrados), problemas cognitivos, afectivos, psicomotores
e até genéticos.

Ainda nesta mesma senda, Fonseca (1999) chama a atenção para os desajustes
que a criança pode vir a ter em relação aos fracos resultados escolares, na
medida em que os distúrbios emocionais desintegram o comportamento e,
causam dificuldades na assimilação de novas aprendizagens.

Como se não bastasse, os pais, professores e outras pessoas, indicam que o


próprio aluno é a maior fonte do seu próprio insucesso. Tantas vezes ouvimos
as seguintes afirmações: “pouco estudioso”, “desinteressado”, “incapaz de
aprender”, “caso difícil”.

Todo o cuidado no que tange o meio social em que está inserida a criança é
imprescindível para o seu desenvolvimento cognitivo e também para a forma

25
como encara a sociedade. Se muitas vezes o aluno ouvir dos seus familiares
mais próximos e professor que ele não pode, não consegue, ele deixará de
confiar nele mas apenas no que lhe é dito e deixa de tentar superar as suas
debilidades. Logo, é preciso muita atenção no que se diz e se faz por parte dos
adultos.

2.4- Factores que dificultam a aprendizagem da leitura e escrita

Para melhor fazer frente às dificuldades de leitura e escrita é conveniente


identificar algumas das suas causas. Para o efeito, recorreu-se aos fundamentos
de Martinez e outros, (2013), que referem as causas psicomotoras, de percepção
visual, de constância perceptiva, dificuldade de posição no espaço, perturbações
de lateralidade e perturbações dos processos de atenção, que de seguida se
analisam.

2.4.1- Dificuldades psicomotoras

As dificuldades psicomotoras resultam de um processo de maturação


progressivo e, ao mesmo tempo, são fruto da experiência pessoal. No confronto
com a experiência, a criança vai fazendo aquisições, as quais vão sendo
progressivamente completas e modificadas, andando caindo, tocando
apalpando, manipulando e comparando.

Na segunda infância, as aquisições motoras, neuromotoras e perceptivomotoras


fazem-se a um ritmo rápido: tomada de consciência do próprio corpo, afirmação
da dominância lateral, orientação em relação a si mesmo, adaptação ao mundo
exterior.

Sejam quais forem as capacidades da criança, as alterações ou insuficiências


dos comportamentos motores ou neuromotores perturbarão e paralisarão as
manifestações da inteligência.

O desenvolvimento psicomotor da criança determina a aprendizagem da leitura


e da escrita, uma vez que a actividade de escrever envolve os aspectos
psicológicos e a motricidade do aluno.

Também se referem ao desenvolvimento psicomotor da criança durante os três


primeiros anos de vida, onde as suas aquisições são admiráveis. Ela possui
todas as coordenações neuromotoras essenciais como andar, correr, saltar e

26
jogar. E, paulatinamente, a criança vai superando dificuldades e passando por
etapas de desenvolvimento à medida que as for atingindo, conseguirá
comportamentos cada vez mais distintos que a levarão a estádios de reacção
global e elevação da sua capacidade de análise.

2.4.2- Dificuldades de percepção visual

Segundo Martinez e outros, “percepção visual é a faculdade de reconhecer e


discriminar os estímulos visuais e de os interpretar, associando-os a
experiencias anteriores” (2013:21).

A percepção visual na concepção do mesmo autor, não é só a faculdade de ver


de forma correcta, mas sim a capacidade de identificar determinado objecto, em
alguns segundos depois, saber o que se viu, pois a interpretação dos estímulos
visuais ocorre no cérebro e não nos olhos.

Os alunos com deficiências da percepção visual têm problemas em entender o


que vêem, precisamente porque é o cérebro que tem de funcionar e emitir a
informação aos olhos para se entender e explicar o que se viu. Exercício
extremamente importante para aprender a ler, porque o cérebro processa as
informações visuais. Então, pode acontecer que as crianças que têm dificuldade
para reconhecer, organizar, interpretar e recordar imagens visuais, apresentam
mais dificuldades de leitura e de escrita. Obviamente, o resultado, é de elas
apresentarem problemas para entenderem todo o espectro de símbolos escritos
e pictóricos e não apenas letras e palavras, mas também números, diagramas,
mapas, gráficos e tabelas. Por esta razão, o esforço dos professores deve ser
redobrado quando se sabe quanto é complexa a percepção visual.

Dos estudos e constatações efectuadas apresentam-se alguns erros de maior


frequência nos alunos:

a) b por d; p por q; m por n (erro de rotação).

b) el por le; sol por los; tro por tor; prado por pardo (erro de inversão).

Outro erro muito comum é a supressão de uma ou mais letras:

c) Pota por porta; ávore por árvore; aumóvel por automóvel.

A este tipo de erro dá-se o nome de omissão e, para a sua correcção, é


necessário fazer exercícios de análise e síntese sistematicamente.

27
d) Troca de uma letra por outra. É muito frequente a confusão entre: o por u e
e por i

Este erro é conhecido como troca de letras (isto é, confusão do valor fonético
da letra) e é necessário fazer exercícios de diferenciação das mesmas.

e) Por vezes, repetem ou acrescentam letras. Este erro é conhecido pelo nome
de adição.

f) separar as palavras de forma incorrecta: por exemplo: papáabraça-me por


papa abraça me.Neste caso ocorre uma dissociação semântica a nível da frase.
Corrige-se com exercícios de análise e síntese visuais, jogos de palavras em
outras frases.

g) outras vezes, numa frase, unem várias palavras como a escola é do povo
por aescolaedopovo.

Este erro é conhecido por adesão ou junção. Para o corrigir devem-se fazer
exercícios de vocabulário, visualização de frases, etc.

h) Fazem também separações dentro de uma palavra, o que, como o próprio


nome indica é conhecido por dissociação semântica a nível da palavra e corrige-
se igualmente com exercícios de visualização e de vocabulário.

i)Confundem grafemas que têm o mesmo som: g-j; s-z; ch-x; ç-ss; x-z; l-r,
como exemplo: hoje por hoge, xarope por charope. Para corrigir tal lacuna
recorre-se a exercícios de atenção, regras ortográficas, leitura de texto, listas
de palavras semelhantes, e tantos outros.

As dificuldades de percepção têm a ver com o funcionamento do cérebro


humano. Na concepção de Martinez e outros, o cérebro “está organizado de
maneira que, de entre um conjunto de estímulos que lhe chegam pode
seleccionar um número limitado destes sobre os quais incide seu interesse”.
(2013: 21)

Estes estímulos seleccionados, sejam auditivos, tácteis ou visuais, formam a


figura no nosso campo perceptivo. Trata-se de ser capaz de apreender objectos
em profundidade e em primeiro plano, separando-os clara e significativamente
uns dos outros. Para que se ultrapasse tal dificuldade é necessário que a criança
faça exercícios de: distinção de objectos, classificar objectos da vida diária,

28
destacar os pormenores dos objectos, apanhar determinados objectos, ordenar
objectos, classificar os objectos em forma, tamanho e cor.

Assim, quanto mais exercícios os alunos fizerem de maneira orientada desde as


classes básicas, mais facilidades terão de se orientar na percepção do mundo
que a rodeia e garantir mais facilidade e prazer em aprender.

2.5- Estratégias para o ensino da leitura e da escrita

Todo e qualquer professor de língua portuguesa deve saber de antemão que o


essencial tanto é o que se ensina quanto, como se ensina. O como, constitui de
certa forma, a arte, a perícia pedagógica de bem-fazer.

Segundo Freire (1990:8) “aprender a ler e escrever é, antes de mais nada,


aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação
mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e
realidade.”

Com este pensamento entende-se que, desde as classes iniciais onde se


aprende a ler e a escrever é conveniente que o exercício de aprender a
interpretar, analisar e explicar o que se ouve, o que se lê e o que se escreve é
fundamental para a vida. Não só para a aprendizagem, mas fundamentalmente,
para saber viver e lidar com os outros saberes, ou, indo mais longe, com outros
seres humanos.

A reflexão crítica sobre a prática torna-se uma exigência da relação teoria/prática


sem a qual a teoria pode virar falácia. Antes de tudo, há que saber como está
contextualizada a realidade do aluno e em que está inserido para que se possa
fazer o vínculo entre o que se vai ensinar e o que o aluno vivencia. É realmente
uma óptima exigência, mas que nos dias de hoje, em Angola, se torna muito
complexa dada a falta de envolvência dos pais, professores, comunidade, por
diversas razões e cujas consequências são sempre para os alunos.

2.5.1- Trabalho em grupo

O ensino/aprendizagem de estratégias embora seja mais fácil de realizar em um


trabalho individual, pode ser feito sem problemas com toda classe. A contribuição
do grupo e as trocas entre os colegas podem ser muito interessantes, sobretudo
no início do trabalho, quando se confrontam as próprias estratégias com as

29
tarefas e suas exigências. O trabalho de identificação de estratégias e, depois,
de análise, de discussão. De confrontação é bem mais eficaz se for realizado em
grupo ou com toda classe. Vianin 2013: 195.

Concordando com o autor podemos dizer que independentemente de se ter


maior noção do desenvolvimento dos alunos no que concerne ao trabalho
individual é durante os trabalhos em grupo que se consegue distinguir se as
aprendizagens efectuadas nos trabalhos individuais são ou não significativas.
Por exemplo após terem feito uma redacção que fala do dia mundial da criança,
o professor organiza-os em grupos de seis, pedindo-os que escrevam três ou
mais direitos. E depois pedir-lhes que tendo em conta o que vivenciam se acham
que estes direitos são vividos por todas crianças ou não.

2.5.2- Síntese metacognitiva

Síntese metacognitiva tem como finalidade a verificação das aprendizagens dos


alunos, que é feito no início do ano – é a síntese cognitiva que se desenvolve no
final. O retorno a aprendizagem do aluno é muito importante. Tem como função
levar os alunos a reflectir sobre suas aquisições, a compreenderem se
aprenderam alguma coisa, a explicar o que aprenderam e como chegaram a
isso, a identificar as dificuldades enfrentadas ao longo do percurso, assim como
o meio que encontraram para resolve-las, e a descobrir a função, a utilidade, a
eficácia e a pertinência de sua aprendizagem (Archambault e Chouinard, 2003),
citado por Vianin (2013:195).

Por exemplo: ler um parágrafo é resolver um problema, pois consiste na selecção


dos elementos certos da situação e a sua colocação nas relações certas. O
sujeito deve levar a cabo determinadas actividades, como por exemplo:
seleccionar, dominar, enfatizar, correlacionar e organizar, sob a orientação de
um objectivo ou exigência/requisito.

2.5.3- Uso de ficha de procedimento ou fichas-guia

Durante o ensino/aprendizagem de novas estratégias, a carga cognitiva dos


alunos pode ser muito alta, pois terão de gerir a realização de suas tarefas, o
comando dela e a utilização da nova estratégia. Por isso em muitos casos é
“muito útil fornecer as crianças fichas-guias de formas a aliviar seu tratamento

30
cognitivo, oferecendo-lhes um suporte externo descrevendo claramente as
tarefas e as etapas que deve respeitar na realização da tarefa”. Vianin (2013).

Com isto o autor remete-nos a analisar até que ponto no processo de


aprendizagem os professores têm sobrecarregado psicologicamente os alunos.
Visto que constatamos determinados alunos que apresentam algum tipo de
dificuldade quer seja de escrita e de leitura, tendem a utilização de diferentes
métodos (estratégias da superação dos mesmos, isto quando os professores se
preocupam com a qualidade do ensino e não apenas ao cumprimento de datas),
desta feita porque não se utilizar formas a conduzir o aluno a apreender sem
sobrecarregar o seu cognitivo. Não se trata de facilitar a tarefa dos alunos não
indicar de forma clara o que se deve fazer para realização das tarefas.

Por exemplo: ficha guia de ditado (ilustrado com imagens). Leitura em grupo e
individual, ditado

É importante frisar que muitos são os casos de negligencias por parte dos
professores quando se deparam com um aluno com dificuldades de
aprendizagem, colocando-o de parte sem ter o cuidado de tentar perceber
porque o mesmo apresenta este problema, ou se a dificuldade não é
consequência do método (estratégia), utilizado pelo professor na sala de aula.

31
CAPÍTULO III- METODOLOGIA

Este capítulo refere-se à metodologia seleccionada para esta investigação, aqui


entendida como as directrizes que norteiam qualquer pesquisa tendo sempre
presente que a prática metodológica deve ser vista como um espaço onde
interagem diversos métodos de pesquisa, geralmente divididos em duas
abordagens (qualitativa e quantitativa).

3.1- Paradigma de investigação

Ao realizar a pesquisa sobre estratégias para colmatar as dificuldades na


aprendizagem da leitura e escrita dos alunos da 4ª classe, teve-se como
propósito a identificação das estratégias de aprendizagem para minimizar as
dificuldades desses alunos, através da busca de uma literatura específica, bem
como a análise de estratégias de aprendizagem adequadas e propor algumas
estratégias achadas convenientes para o efeito.

Assim sendo, o presente trabalho valer-se-á de uma abordagem qualitativa e


descritiva, do problema em análise, uma vez que este consiste em procurar
compreender o contexto, a maneira em que o professor pode aplicar as
estratégias para colmatar as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita
dos alunos.

Segundo Mayo, citado por Neves e Domingues (2007:18), “é importante


sabermos que a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço
mais profundo das relações, dos processos e dos fenómenos que não podem
ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.

A metodologia qualitativa procura estudar em profundidade a qualidade dos


fenómenos sociais, a sua variabilidade e particularidades, interpretando a
natureza específica das relações humanas e destacando a sua causalidade
complexa, diferente da causalidade em ciências exactas e naturais (Matos
2012).

3.2- Caracterização da escola

Este estudo refere-se à escola primária nº1185 (ex:5029). Está localizada na


província de Luanda, município de Luanda distrito urbano do Rangel, rua da
Saúde, junto ao mercado do “Tunga-ngô”.

32
Por localizar-se junto de um mercado a “céu aberto” e deste provir pó de fubá
das moagens, barulho das quitandeiras e dos jogos denominado tambula,
interfere no processo de atenção dos alunos, deixando-os desatentos por vezes
mesmo acompanhando a música que vem do mercado no momento da aula.

Possui uma extensão geográfica de 120m2, foi construída no âmbito do projecto


Angola e Cuba no ano de 1982, com a finalidade de aumentar a rede de escolas
de ensino primário e diminuir o índice de crianças fora do sistema de ensino.

Os seus alunos, maioritariamente residem na comunidade dando um total de


1.080 alunos, divididos em dois períodos e diferentes idades, prefazendo um
total de 49 alunos por sala, conforme a relação nominal dos alunos matriculados.
Este facto não contribui para a atenção às particularidades dos alunos da 4ª
classe na aprendizagem da leitura e da escrita.

Possui onze salas de aulas, uma guarita, um pátio, uma cantina, um parque de
estacionamento, uma biblioteca (não funcional), uma sala de professores, um
gabinete do director geral, um gabinete do director adjunto, uma secretaria e
arquivo, quarto de banho, sendo dois para os alunos e dois para os professores,
rede de saneamento básico (água, luz eléctrica e esgotos).

A caracterização desta escola leva-nos a inferir que reúne as condições


estruturais e que possibilita a gestão do processo de ensino e aprendizagem.

3.3- Caracterização dos participantes deste estudo

Neste item caracterizou-se descodificou-se os participantes do estudo, a sua


formação académica, tempo de serviço e o cargo que exercem, tal como se
segue:

- Subdirector Pedagógico (SDP) - é o responsável pela orientação e execução


das actividades da área pedagógica cumprindo com as competências
estabelecidas no Regulamento Geral das escolas

- Os professores entrevistados, leccionam a 4ª classe e foram codificados por


P1, P2 e P3. A sua experiência profissional está compreendida entre os 7 e os
35 anos.

Dos 57 alunos que compunham a turma investigada, todos foram submetidos a


um pré-teste para verificar objectivamente, quais alunos apresentavam maiores

33
dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita e daí poder seleccionar
estratégias adequadas a cada caso das dificuldades apresentadas.

Do teste aplicado resultou o não apuramento de 36 alunos que apresentavam


maiores dificuldades de leitura e escrita (Ver anexo nº 09) com quem se treinou
a aplicação de estratégias diferentes das habituais, seleccionadas para ajudá-
los a fim de verificar se haveria algum progresso na sua aprendizagem.

3.4-Técnicas e instrumentos de pesquisa

A palavra técnica vem do grego tékhnee significa arte. Se o método pode ser
entendido como o caminho, a técnica pode ser considerada o modo de caminhar.
Técnica subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a
operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da
experiência e exige habilidade em sua execução. Um mesmo método pode
comportar mais de uma técnica. (Kotait, 1981).

3.4.1- Observação directa

A observação é uma técnica de recolha de dados que utiliza os sentidos na


obtenção de determinados aspectos da realidade. Ela não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se deseja
estudar (Marconi e Lakatos citados por Matos (2012:71)

Na observação directa, para este estudo, foi usada uma folha de registo
descritivo das observações, onde se anotaram todas as informações
constatadas na turma. Anexo nº 03, 04 e 05

3.4.2- Entrevista

A “entrevista é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre


determinado assunto ou problema.”(Duarte e Mayo, citado por Neves e
Domingues (2007:62).

A entrevista é uma técnica de investigação composta por um conjunto de


perguntas orais dirigida a um ou mais indivíduos a serem entrevistados, com
finalidade de recolher informações sobre o tema investigado. A entrevista pode
ser: estruturada, livre ou combinada.

O tipo de entrevista utilizada neste trabalho é a entrevista estruturada, em que


se fez o uso de guia de entrevista ou questionário, com as perguntas

34
orientadoras, que determinaram os aspectos sobre os quais incidem a
investigação. (ver anexos nº 01 e 02).

Os alunos que responderam à entrevista são do período da tarde, da 4ª classe,


com idades compreendidas entre 11 e 15 anos e são todos repetentes.

3.4.3- Ensaio das estratégias aplicadas na turma da 4ª classe

Este estudo foi desenvolvido em quatro fases distintas:


- Na primeira fase, fez-se uma entrevista à directora pedagógica e às professoras
das turmas da 4ª classe para saber se a escola tem alunos com dificuldade de
leitura e escrita e como lidam com eles.
- Na segunda fase, dialogou-se com as professoras destas turmas a fim de saber
como é que estas ajudam esses alunos e permitirem a assistência das suas
aulas.
- Na terceira fase, assistiu-se algumas aulas para ver até que ponto as
estratégias utilizadas pelas professoras ajudavam estes alunos a melhorarem as
suas aprendizagens.
- Na quarta fase, aplicaram-se algumas estratégias aos alunos que puderam
contribuir para a superação da maioria dos alunos identificados que realizaram
os exercícios aplicados através das estratégias aplicadas.

3.4.4- Técnica bibliográfica

“A revisão bibliográfica ou documental assenta na determinação do


estado da arte sobre a temática do objecto da investigação,
correspondente ao trabalho da pesquisa bibliográfica, permitindo saber
o que tem sido feito na área temática da investigação escolhida” (Luna
citado por Carvalho, (2009:152).
Esta técnica consiste em consultar diversas bibliografias ligadas ao tema em
estudo, livros pedagógicos, relatórios sobre os problemas, texto de apoios,
brochuras de seminários, revistas científicas, palestras, dicionários,
enciclopédias e jornais e trabalhos de fim de curso já realizados nesta
problemática, permitindo, assim, a fundamentação do estudo do problema
levantado e criar um quadro teórico com bases científico-metodológicas sobre o
problema que está sendo investigado.

35
3.5- Questões de ordem ética

No presente trabalho, escolheu-se o grupo alvo em função do tipo da pesquisa


que se deseja realizar. Entrevistou-se os participantes deste estudo e garantiu-
se a confidência nos seus nomes e o grupo de entrevistados obedeceu à vontade
de cada um em querer ou não participar na pesquisa.

Quando o investigador se dirige aos intervenientes da investigação, este deve é


norteado por certos princípios éticos, como respeito à liberdade de expressão,
sem impedimentos nem imposições para garantir o máximo de confiança quando
efectua a recolha de dados. Redigir o seu relatório mantendo uma preocupação
ética face ao impacto possível desta reputação quer dos indivíduos, quer da
instituição. (Menezes, 2010:23).

Neste contexto, as questões éticas foram tidas em conta durante a pesquisa,


auscultou-se a opinião dos entrevistados de forma clara e foi prometido a todos
os entrevistados o anonimato porque o mais importante para o estudo é a opinião
do entrevistado e aspectos ligados à contextualização.

3.6- Procedimentos

Para efectivar este trabalho de pesquisa teve-se de observar os seguintes


passos e procedimentos:

• Escolha do tema e aprovação pelo Departamento e pela tutora


• Selecção da bibliografia inerente ao tema.
• Contacto com a direcção da escola para autorização da realização da
pesquisa
• Elaboração dos instrumentos de pesquisa para a recolha da informação
aos participantes do estudo.
• Entrevistas aos participantes do estudo.
• Observação de aulas de Língua portuguesa na 4ª classe
• Análise e interpretação dos dados recolhidos
• Redacção do relatório da investigação
• Apresentação do relatório da investigação.

36
CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta a análise e a interpretação dos dados da investigação


recolhidos através de procedimentos métodos lógicos seleccionados de acordo
com o objectivo determinado.

4.1- Resultados da entrevista aos professores

Para conhecer as vivências profissionais dos professores primários que


leccionam a 4ª classe, principalmente na Língua Portuguesa, em sala de aula,
foram colocadas as seguintes questões:

- Q1: Que percepção tem sobre o conceito de dificuldades?

- Q2: Que estratégias têm utilizado com os alunos que apresentam dificuldades
de aprendizagem de leitura e escrita?

- Q3: Como lida com alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem de


leitura e escrita?

Em resposta às perguntas formuladas, obtiveram-se dos professores as


seguintes respostas:

Sobre a primeira pergunta: qual é sua percepção sobre a dificuldade de


aprendizagem?

-“Dificuldade de aprendizagem é a fraca capacidade de reter os conteúdos


programados (SDP).

- Quanto esta questão as professoras foram unânimes em responder:


“Dificuldade de aprendizagem como a incapacidade que os alunos têm de
aprenderem algo que lhes é ensinado” (P1, P2 e P3).

Constatou-se que os participantes do estudo possuem noções de dificuldade de


aprendizagem na leitura e escrita. O objectivo desta pergunta é de saber se os
participantes têm noção sobre a problemática em estudo.

Da questão nº 2 colocada sobre as causas das dificuldades de aprendizagem na


leitura e escrita, que os alunos da 4ª classe apresentam, os respectivos
participantes do estudo deram as seguintes respostas:

37
- “as causas das dificuldades são a mudança de escola por motivos de fraco
aproveitamento, distância (casa do aluno à escola), inserção de alunos em uma
determinada classe sem antes passar a classe anterior” (SDP).

- “as causas das dificuldades de aprendizagem na leitura escrita têm a ver com
a classe de proveniência, que talvez foram mal trabalhados (P1).

- “a causa consiste nos factores económicos e nos conflitos familiares (P2).

- “a causa consiste no pouco interesse por parte dos alunos (P3).

Ao analisar as respostas obtidas, conduzem-nos a reflectir sobre o seguinte:

Verificou-se uma certa disparidade entre todas as respostas. Quer dizer que não
há convergência nas razões apresentadas e que cada professor possui uma
percepção diferente, desde a causa das mudanças de escola porque o aluno
não aprende, facto que cada vez mais o desintegra do grupo e do ambiente
escolar; à distância que tem de percorrer, na sua maioria a pé, de casa à escola,
cujo cansaço o conduz à desmotivação; aos factores económicos que o
dificultam, por vezes, a irem para a escola sem comer e sem os materiais
escolares necessários, criando neles conflitos internos e externos. Outra causa
que merece atenção é a falta de preparação do aluno nas classes anteriores e
ao chegar à 4ª classe não conseguir ultrapassar o acúmulo de dificuldades.
Estas dificuldades vão-se juntando por falta de solução tanto do próprio aluno
como dos mais velhos, pais, encarregados de educação e professores. E, todo
este aparato de dificuldades sociais e pedagógicas contribui para o desinteresse
dos alunos em aprender. Esta desmotivação é perniciosa para a vida do aluno,
levando-o até à desistência da escola, à perda do gosto de estudar e pode
empurra-lo ao delinquir.

As respostas à segunda questão foram as seguintes:

Para a questão nº 3 sobre a relação professor/aluno como um aspecto


fundamental para o surgimento ou não da dificuldade de aprendizagem. Esta
pergunta não consta antes, na voz dos entrevistados

- “A relação professor/aluno que é um dos aspectos fundamentais para colmatar


as dificuldades de aprendizagem dos alunos tem de haver uma relação
professor/aluno e esta relação deve ter muito afecto e amizade” (SDP).

38
- “Deve haver uma relação professor/aluno e a mesma ajudará para colmatar
as dificuldades de aprendizagem” (P1, P2 e P3).

-“O professor é o elemento principal para que as crianças superem as


dificuldades de aprendizagem” (P1).

- “A responsabilidade do professor é ensinar a ler e escrever e se o aluno tiver


dificuldades ele tem que prestar mais atenção ao mesmo (P3).

Analisando as respostas dos entrevistados, compreendemos que todos dão


muita importância à boa relação entre o professor/aluno, de modo a colmatar as
dificuldades que os alunos podem apresentar.
No nosso ponto de vista, uma boa relação professor e aluno promove um
ambiente salutar no processo de ensino e aprendizagem. Assim sendo, relação
entre professor e aluno de forma bilateral, onde o professor deve ser visto como
um facilitador, orientador, avaliador e estimulador do processo de
ensino/aprendizagem, o professor deve ter a responsabilidade de criar uma
atmosfera saudável nos quais os alunos sejam activos. Onde o aluno deve ser o
construtor da sua própria aprendizagem, respondendo a questões, fazendo
exercícios, realizando tarefas e situações problemáticas, treinando, repetindo
através de exercícios diversos. Esta relação facilita o aluno a colmatar com as
suas dificuldades de aprendizagem.

Sobre a prestação de atenção ao aluno a que se refere esta professora, na visão


de Roger, a relação professor-aluno é complexa e abarca diferentes aspectos.
Ela envolve tanto aquela relação de carácter mais pessoal, referente ao
reconhecimento do êxito dos alunos, como ao reforço da sua auto-confiança e a
manutenção de atitude de cordialidade e respeito.

Quanto à relação que facilita a comunicação e o aprendizado, se por um lado,


faltar a tarefa didáctica, o componente da relação humana, a qualidade do
aprendizado, será prejudicada e certamente deixarão de ser ensinadas e
aprendidas coisas importantes (Gil, 2006). Significa dizer, que a relação entre
professor e aluno é necessária, mas, esta deve estar na base da realização de
tarefas didácticas orientadas na sala de aulas, não tarefa para casa, ao aluno,
cujo sucesso depende do mesmo mas, sob orientação do professor.

A questão nº 5 como é que os alunos ultrapassam as dificuldades?

39
As respostas foram as seguintes:

- As crianças aprendem melhor quando são realizados actividades lúdicas,


exercitação, incentivo e avaliação (SDP).

- As crianças podem ultrapassar as dificuldades se fazer as tarefas, ler com ajuda


dos pais/encarregados de educação (P1).

- As crianças devem aderir à explicação e devem juntar-se com as outras que já


sabem ler e escrever ou que não têm dificuldade de aprendizagem (P2).

- Os professores devem orientar os alunos a fazerem leitura em voz alta e em


frente da turma, leitura por fila e individual e orientar também trabalhos de
recapitulação (ditongos, vogais e outros) (P3).

Ao interpretar as respostas dos entrevistados, entende-se que há unanimidade


em reconhecer a necessidade de realização de exercícios de leitura e escrita.
Mas, coloca-se a questão de saber que tipo de exercícios para uma 4ª classe,
porque só assim se poderá identificar a estratégia de solução à dificuldade dos
alunos.

Chama atenção o facto de parecer que se imputa maior responsabilidade para o


acompanhamento dos pais em casa na realização das tarefas. Não deixa de ser
correcto desde que estes não substituam o trabalho do professor na realização
obrigatória de exercícios na sala de aulas, que constitui o lugar de ensaio e treino
e a tarefa torna-se apenas para consolidar e, nunca o inverso. Outro aspecto que
merece reflexão, é de ser o professor a organizar trabalhos em grupos e como
os realiza, inserir e orientar o aluno a participar activamente com o seu próprio
trabalho porque o aluno da 4ª classe ainda não consegue por si só cumprir com
tal exigência.

A questão nº6 sobre como a criança aprende melhor a ler e a escrever, as


respostas incidiram no seguinte:

- A criança aprende melhor quando são realizadas actividades lúdicas,


exercitação, incentivo e avaliação (SDP).

- O professor deve ter o objectivo no seu ensino, usar a interdisciplinaridade no


ensino, canções, representações gráficas, recursos de ensino e exercitação no
quadro (P1, P2 e P3).

40
Analisando os depoimentos dos entrevistados, pode-se perceber que as
crianças aprendem melhor com diversas actividades realizadas pelo professor
dentro da sala de aula, actividades estas que podem ser visuais (representação
gráfica) auditivas (canções) e a experiência do aluno ou actividade práticas
(exercitação).

Questão nº 7 sobre que estratégias que desenvolvem com os alunos que


apresentam dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.

- Tem implementado actividades como a elaboração de jornal mural mensal,


actividades extra-escolares (visitas em fábricas, museus), programas de
aceleração da aprendizagem com o lema “Sim eu posso” (SDP).

- Têm orientado trabalho individual nos alunos e trabalho de iniciais de


alfabetização (P1, P2 e P3).

Das respostas dadas pelos participantes da nossa pesquisa sobre as


estratégias, entende-se que os participantes têm noções sobre as dificuldades
de aprendizagem e compreendemos que o problema em estudo a escola já tem
evidenciado esforços para colmatar tal situação.

4.2- Resultados das observações das aulas

Observaram-se directamente quatro aulas na disciplina de Língua Portuguesa.


O critério recaiu sobre as actividades didácticas cujo objectivo foi de identificar
as estratégias usadas pelas professoras para o ensino da leitura e escrita nas
modalidades seguintes:

- leitura e interpretação do texto,

- preparação e realização de ditado

- redacção colectiva e individual.

Começou-se por solicitar o plano de aula dos professores e verificou-se que o


plano obedecia às normas didácticas, como a relação dos objectivos, conteúdo,
método e os recursos de ensino.

Em todas as aulas assistidas notou-se o cumprimento das fases didácticas e as


marchas para se ministrar a aula de leitura e interpretação de texto, ditado e
redacção, pois notou-se que os objectivos não foram alcançados, uma vez que

41
as professoras não conseguiram trabalhar com os alunos que apresentaram
erros de leitura e escrita.

Passou-se depois a avaliar o conteúdo planificado onde se verificou uma boa


estruturação e cientificidade, uma vez que a escola tem o plano de estudo para
a disciplina que ajuda os alunos a desenvolverem a leitura e escrita.

Quanto à aprendizagem dos alunos, constatou-se que os erros mais frequentes


para o ensino da linguagem oral e escrita consistem na adaptação dos
professores, pois eles não conseguem aplicar correctamente os métodos de
ensino aos alunos, uma vez que as salas de aula estão superlotadas de alunos.

4.2.1- Aula de leitura e interpretação do texto

Na observação da aula da leitura e interpretação do texto, notou-se que os


alunos que têm dificuldade de leitura no momento da leitura em coro, eles
aproveitavam-se da leitura dos colegas que sabem ler e seguiam apenas os
outros colegas, obviamente. Facto que deve merecer maior intervenção do
professor ao mandar ler. Ao invés de serem todos os alunos, mandar também
por grupos mais reduzidos.

Na leitura modelo, verificou-se a desatenção de alguns alunos, isto é, não


acompanhavam a leitura feita pela professora.

Havia insegurança da professora na escolha dos alunos para a leitura individual,


onde foram seleccionados os alunos que já sabiam ler. Uma vez que, as
professoras prestavam maior atenção aos alunos que sabem ler, enquanto os
que não sabem ler faziam barulho.

Verificou-se que, não houve paciência e nem rigor, por parte da professora, para
com os alunos que têm dificuldades de leitura. Pois os alunos com dificuldades
de leitura quando fossem orientados a lerem depois de alguns segundos, se não
conseguissem ler, mandava-os logo sentarem-se.

As aulas observadas decorreram de uma forma muito passiva, em que houve


pouca participação dos alunos. Facto que pouco contribui para o
desenvolvimento de habilidades.

42
4.2.2- Aula de preparação e realização do ditado

Constatou-se nesta aula pouca participação dos alunos na fase da motivação.

No exercício de ortografia houve pouca orientação da professora originando


pouca exploração da ortografia por parte dos alunos. O professor devia orientar
mais os alunos, pedindo-lhes para irem ao quadro escrever as palavras de difícil
escrita, para em conjunto corrigirem as mesmas.

No ditado não se respeitaram os ritmos da escrita dos alunos, a professora não


teve cuidado com os alunos que escrevem devagar por não dominarem algumas
sílabas, desta feita os objectivos específicos não foram alcançados.

4.2.3- Aula de redacção colectiva

Na exploração e desenvolvimento do tema através do diálogo entre a professora


e os alunos, constatou-se pouco diálogo entre professor e alunos, onde em uma
sala de mais de 45 alunos apenas 6 participaram neste diálogo.

Quanto à elaboração da primeira frase pelos alunos, Exemplo: os meios de


comunicação são todos aqueles que servem para se comunicar com as pessoas
que estão distantes de nós. De seguida fez-se a análise, correcção e escrita no
quadro, notou-se que a maioria das frases eram escritas pelo professor e apenas
duas foram escritas pelos alunos. Para que se alcance os objectivos com
precisão, o professor deve seleccionar os alunos para escreverem no quadro e
orientá-los a fazerem a análise, interpretação e correcção das frases escrita no
quadro.

4.2.4- Aula de redacção individual

Nesta aula, houve uma boa exploração do tema por parte professor e alunos.

De seguida foram escritas no quadro palavras difíceis, evitando erros


ortográficos.

Quanta recomendação de ordem higiénica (posição do corpo, cadeira e


caderno), a professora não orientou aos alunos quanto a este aspecto.

Na recomendação de ordem estética (boa apresentação do trabalho, boa


caligrafia), a professora salientou os alunos a terem cuidados

43
A professora recomendou os alunos a escreverem frases curtas de sentido
completo, ordenadas logicamente, com pontuação, não repetição de palavras ou
ideias, evitar erros ortográficos, cumprindo a ordem normativa.

No momento de execução da redacção, a professora não orientou os alunos a


escrever primeiro no rascunho e também não vigiou os alunos e nem ajudou os
alunos mais fracos.

4.3- Resultados da aplicação das estratégias do ensino da leitura e escrita

Neste ponto pretende-se apresentar os resultados das estratégias aplicadas aos


alunos com dificuldade da leitura e escrita.

Segundo as informações das professoras e da subdirectora pedagógica, os


alunos com dificuldade de leitura e escrita da 4ª classe, na sua maioria são
alunos com uma ou mais reprovações. Facto este que nos levou a reflectir sobre
como poderíamos trabalhar com os mesmos.

Assim sendo, começamos por sensibilizar de modo a aumentar a sua autoestima


e a sua motivação.

Sensibilizou-se os alunos utilizando a estratégia socrático, onde formulamos


algumas perguntas com objectivo de saber porque das desatenções nas aulas,
das ausências constantes, da não resolução das tarefas. Com bases a resposta
dos alunos chamou-se atenção aos alunos sobre as suas responsabilidades com
a aprendizagem, seu interesse em aprender e dizer a eles que estão em
condições para aprender a ler e a escrever e que eles não são incapazes de
aprender.

A acção prática da aplicação das estratégias para colmatar ou melhorar a leitura


e escrita decorreu da seguinte maneira:

Organizamos a turma em grupo de dois, onde, nos dois, havia um aluno que
sabia ler ou que tinham pouca dificuldade de leitura (soletra) e, sob orientação e
mediação, esses alunos ajudavam os seus colegas a decifrarem as vogais, os
ditongos, os sons e as palavras do texto em estudo, para soletrar as letras e
leitura dos sons (pa, ta, ma, da …) das palavras (pato, mapa, teto, dado) e outros.

Exemplo: estudo das vogais (a, e, i, o, u), formação dos ditongos (ai, eu, ia, ou,),
estudo das consoantes (p, t, m, b, d …) e formação da família silábica das

44
consoantes (pa, pe, pi, po, pu) e ficavam a treinar, depois pedíamos para
fazerem alguns exercícios de leitura, de soletrar e de divisão silábica. Para o
exército de leitura criamos textos com palavras já estuda (ver em anexo nº 08)
orientamos aos alunos a fazerem leitura do texto, nos exercícios de soletração e
de divisão utilizamos a oralidade, onde pronunciávamos uma palavra e os alunos
soletravam a mesma. Caso, os alunos encontrassem dificuldades, consultavam
a prancheta didáctica e liam as palavras contidas no texto, por exemplo: mapa,
pato, caneca, tomate …

Seleccionamos e organizamos os conteúdos, de acordo ao nível de assimilação


dos alunos e partindo do simples ao complexo. Exemplo: as vogais (a, e, i, o, u),
ditongos (ai, eu e oi), consoantes (p, t, m, b, d), sílabas (pa, pe, pi, po, pu) e
palavras (tomate, mapa, papel …) frases e ideias. (ver anexo nº VI, VII e VIII)

Usamos como recurso de ensino: gravuras aderidas e obtidas na ficha da


iniciação (igreja, escola, lata), objectos reais (ovo, uva, água), planta e prancheta
didáctica em função das vogais, letras, sílabas palavras e frases.

Seleccionamos a estratégia de trabalho em grupo e jogo como incentivo, de


modo que os alunos formassem palavras, onde, a equipa que formasse mais
palavras e escrevesse correctamente fosse a vitoriosa.

Seleccionamos também a estratégia de trabalho individual, com finalidade dos


alunos usarem o seu próprio pensamento e produzirem respostas da sua autoria,
não copiando o trabalho e não dependerem da ajuda do colega de maneira a
mostrarem que estão a aprender.

Utilizamos estratégia de observação, onde orientamos os alunos a visualizar dos


recursos de ensino, a fim de interpretar e apreender os conteúdos.

Usamos a estratégia jogo didácticos de ligação de sílabas, esta estratégia


reforça os conteúdos trabalhados em sala de aula e permite a fixação do mesmo.

Exercícios de recuperação dos alunos

Para identificar aqueles alunos que apresentavam maiores dificuldades de


aprendizagem na leitura e escrita, realizou-se as seguintes exercícios:

- Composição e decomposição da frase, da palavra, do som até a letra (método


analítico-sintético)

45
Após a aplicação destas variadas estratégicas, era imperativo aplicar um pos-
teste para testar se as estratégias aplicadas foram eficientes no sentido de
verificar se houve ou não melhorias em relação ao pré -teste. Através da
aplicação do pôs teste obteve-se 75 % de positivas. Sem entrarmos em análises
estatísticas, visto que este e um estudo qualitativo, estes resultados apenas
serviram para informar se houve ou não melhoria na aprendizagem através das
estratégias aplicadas.

Esclarece-se que a aplicação do pré teste e do pós-teste serviu apenas para


detectar a situação actual do nível cognitivo dos alunos e a verificação do novo
nível através das estratégias propostas, para justificar a funcionalidade das
estratégias aplicadas que foram propostas para melhor a aprendizagem da
leitura e escrita dos alunos.

Apesar das limitações desta investigação, as propostas ensaiadas com os


alunos da 4ª classe, surtiram efeito positivo. Subentende-se assim, que se não
se fizerem exercícios personalizados como os alunos com dificuldades na
aprendizagem, estes encontrarão dificuldades dobradas e estarão condenados
ao fracasso. Portanto, é a eles que os professores devem prestar mais atenção,
no sentido de encontrar, treinar, ensaiar variadíssimas s estratégias para que
saiam das dificuldades que vivem.

46
CONCLUSÕES

Concluída a investigação do trabalho de fim de curso, sobre o estudo do


problema referente às dificuldades que os alunos da 4ª classe enfrentam,
chegou-se às seguintes conclusões:

- Ao analisar-se a problemática sobre as dificuldades de aprendizagem da leitura


e da escrita, fundamentados nas teorias e concepções de vários autores que já
estudaram este assunto, os factores que dificultam a aprendizagem são:
biológica, genética, social ou ainda, pode ser de origem pedagógica.

- A problemática das estratégias para colmatar as dificuldades da aprendizagem


da leitura e escrita inicial é estudada por vários teóricos, dos quais destacamos
as teorias da clareza cognitiva, por Giasson, j. (2011) e Vianin, (2013), bem como
alguns dos factores que podem constituir dificuldades de aprendizagem, de
ordem psicológica e sociocultural.

O processo de aprendizagem se encontra desequilibrado e que as


aprendizagens são realizadas de maneira diferenciada da esperada, pois as
dificuldades podem ser superadas, com desempenho do professor em
acompanhar o aluno.

- Identificação e aplicação de estratégias de aprendizagem para cada dificuldade


da leitura e escrita dos alunos da 4ª classe;

- Das estratégias de aprendizagem da leitura e escrita que podem minimizar as


dificuldades, destacamos as seguintes: o trabalho conjunto entre professores
alunos e alunos-grupo, trabalho individual e chuva de ideias. As estratégias bem
aplicadas, ajudam o aluno a superar as suas dificuldades,

- Os resultados obtidos com este ensaio, ajudaram-nos a entender o quanto é


necessário dedicar-nos mais aos alunos com dificuldades, motivá-los
constantemente e incentivá-los de que são capazes e, realmente, podemos
verificar ao longo do período que trabalhamos com os alunos, que eles,
identificados com maiores dificuldades, melhoravam consideravelmente, apesar
de alguns com uma certa lentidão.

47
SUGESTÕES

Na base das conclusões a que chegou este estudo, tecem-se as seguintes


sugestões:

- Que professores e outros profissionais envolvidos com o aluno com dificuldade


de aprendizagem na leitura e escrita, dispensem atenção à consciência afectiva
que o aluno experimenta, pois este factor é essencial para o desenvolvimento da
racionalidade e cognição do aluno.

- Que os actores da educação, particularmente do processo de ensino-


aprendizagem, não se furtem das suas responsabilidades de conhecer e
acompanhar os alunos em todas as suas aprendizagens, desde a motivação à
desmotivação, que apresentam e fazer face imediatamente aos problemas que
estes enfrentam.

- Que o professor trabalhe com estes alunos com paciência, atenção e


diversificando exercícios, jogos, treinos, repetições, elogiando e motivando-os,
enfim disponibilizando tempo para cada aluno.
- Que a direcção da escola crie condições de equipar a instituição com material
didáctico, como a prancheta didáctico.
- Que a direcção seja mais rigorosa no que toca o número alunos por turmas.
- Que a escola e o professor promovam encontros com os pais e encarregados
de educação, de modo, a orientá-los de como devem e podem acompanhar,
orientar e incentivar o seu educando de forma a ajudá-lo a ultrapassar as
dificuldades na aprendizagem.
- Que os professores trabalhem com profissionalismo e rigor para fazer funcionar
os objectivos traçados nos seus planos.

48
BIBLIOGRAFIA

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Anexos

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