Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A presente pesquisa pretende responder a questão seguinte: Que percepção os alunos tem
sobre a importância da educação escolar? E, na tentativa de resposta surgem as seguintes
questões de pesquisa: Quais são as causas de não envolvimento dos alunos às actividades
didácticas escolar?; Qual é a percepção dos alunos sobre a importância da educação escolar? e
Que as estratégias motivacionais devem ser adoptadas na aprendizagem?
1.1. Tema
De acordo Teixeira (2001:107) propõe que o primeiro passo a ser dado na investigação é a
identificação do problema da pesquisa e a elaboração das questões norteadoras, o problema a
ser estudado deverá ser o marco de referência para todas as decisões
O presente projecto de pesquisa tem como tema: Percepção dos alunos em relação a
importância da educação escolar: Caso da Escola Secundária de Muecate (2019-2022),
Província de Nampula.
1.2. Problema
Num panorama geral das escolas no país, percebemos que nelas vigoram um ensino
padronizado, tratando os conteúdos escolares igualmente, onde alunos e professores
participam como actores que desempenham seus papéis. Na Escola Secundária de Muecate,
nota-se nos alunos menor empenho nas actividades didácticas, poucas vezes participam as
actividades curriculares. Os alunos fazem papel de ouvintes e não realizam os trabalhos de
casa, na maioria das vezes os conhecimentos passados pelos professores não são realmente
absorvidos por alunos, os conhecimentos são apenas memorizados por um curto período de
tempo e, geralmente são esquecidos, comprovando a não ocorrência de um verdadeiro
aprendizado. Outras vezes, alguns alunos tratam o processo de ensino-aprendizagem como se
fosse um momento de lazer e de recreação, levando assim o abandono das actividades lectiva
antes do término do ano.
1.5. Justificativa
As instituições de ensino fazem uso de uma série de recursos e práticas que combinam o
ensino de conteúdos alinhado a valores éticos, além de trabalhar o autoconhecimento e
aperfeiçoamento do comportamento social do aluno, descubra como a educação impacta
positivamente a formação do cidadão.
Para Cervo e Bervian (1996, p.52) “Justificativa pretende mostrar as razões de preferência
pelo assunto escolhido e sua importância em face de outros temas”.
A vontade de escrever este tema surge a partir da experiência vivida como professor que
lecciona naquele estabelecimento de ensino, há alunos que mostram uma desmotivação da
aprendizagem. Esta desmotivação dos alunos no processo de ensino-aprendizagem repercute o
desenvolvimento da aprendizagem, contribuindo assim o maior índice de taxa de
analfabetismo e baixo rendimento pedagógico. Diante disso achamos pertinente fazer o
estudo. Uma vez que a educação tem grande potencial transformador quando pensamos sob a
perspectiva de desenvolvimento social. A informação e o conhecimento que uma pessoa
recebe ao longo da vida podem fazer a diferença e, dessa forma, mudar estatísticas e
realidades. É por meio do estudo que muitas pessoas obtêm ascensão social e superam
desigualdades. Além disso, uma educação muda não apenas a realidade de um indivíduo, mas
também de sua família, de seu círculo social e, por fim, de um país inteiro. Portanto, a
educação como a chave de sucesso, achamos pertinente fazer este estudo, para compreender a
percepção dos alunos em relação a importância da educação.
Educação, ciência e tecnologia podem ser entendidas, então, como actividades sociais que
se valem do trabalho, enquanto actividade de sobrevivência e acumulação de aprendizagem,
para produzir e reproduzir o conhecimento sobre a vida humana em suas mais diversas
manifestações sociais, económicas, culturais e políticas. Educar-se é um imperativo
ontológico, pois pertence à sua própria natureza e se empenha em concretizar a potencialidade
e a possibilidade, que lhe é peculiar, do “vir-a-ser” humano, uma vez que nasce inacabado,
não pronto. O educar e seus processos são condições para a hominização, pois ao nascer, o ser
humano, não passa de um projecto, portanto necessita de saber a importância da educação, dai
achamos pertinente fazer esta pesquisa.
1.6. Delimitação do Estudo
O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação
geográfica espacial do mesmo, com vistas na realização da pesquisa. Muitas vezes as verbas
disponíveis determinam uma limitação maior do que o desejado pelo coordenador, mas se
pretende um trabalho científico, é preferível o aprofundamento à extensão, (Lakatos &
Marconi, 2000).
Neste caso, delimitar o tema, significa indicar claramente o local onde será efectuada a
pesquisa, e do mesmo modo indicar as balizas temporais nas quais o estudo vai se cingir.
Tendo em conta os pressupostos acima, a pesquisa tem como o tema: Percepção dos alunos
em relação a importância da educação. Estudo de Caso, Escola Secundária de Muecate no
período entre (2019-2022). A Escola Secundária de Muecate, localiza-se na Província de
Nampula, na sede do distrito de Muecate.
1.7. Objectivo
Para Ackoff (1975, citado em Marconi & Lakatos, 2003): “O objectivo torna explícito
o problema da pesquisa, aumentando os conhecimentos sobre determinado assunto”. (p.24).
Nesta perspectiva, o projecto comporta dois tipos de objectivos: Geral e Específicos
1.7.1. Objectivo geral
Tomada de decisões: precisam ter consciência sobre o impacto que suas decisões têm
nos grupos e na sociedade, responsabilizando-se por suas acções para planejar e
decidir colectivamente sobre questões que afectam a todos;
O conceito de envolvimento do aluno na escola não conta com uma denominação e com
uma definição clara e unívoca, sendo ainda entendido de diferentes formas por investigadores.
Acerca da sua denominação, há quem utilize a expressão “envolvimento escolar”, outros
“envolvimento académico” enquanto outros se referem ao “envolvimento na aprendizagem”,
e também há quem se refira ao “não envolvimento”, ou “desafecto” (González, 2010).
Numa perspectiva crítica, indicam que a noção de envolvimento dos alunos na escola tem
sido levantada em termos abstractos, aplicável a qualquer quadro, à margem de diferenças ou
necessidades contextuais. Simon-Morth e Chen (2009) também referem que o envolvimento
escolar foi definido operacionalmente de diversas formas, na tentativa de valorizar o grau em
que os alunos estão envolvidos, conectados e comprometidos com a escola e motivados para
aprender e vencer.
A ilustrar esta ideia está também a definição apresentada por Newmann, Wehlage e
Lamborn (1992), ao apontar que o conceito de envolvimento faz referência à implicação
activa, ao compromisso e atenção concentrada, em oposição à participação superficial, apatia
ou desinteresse.
Contudo, como se pode verificar, embora as alusões anteriores ilustrem algumas formas
habituais de definição do conceito de envolvimento. Não significa, contudo, que exista um
consenso na sua operacionalização, uma vez que distintos investigadores ao centrarem-se em
aspectos do envolvimento do aluno com a escola, fazem uso de outros conceitos mais
específicos que nem sempre estão bem delimitados
Estudos feitos sobre o tema revelam que muitos factores contribuem para o desinteresse
dos alunos: como número excessivo de alunos nas salas de aula, falta de recursos pedagógicos
ou tecnológicos que despertem o interesse dos alunos ou quando estes existem não são
utilizados de forma correta pelo professor, factores.
Após ter-se percebido de uma forma “menos correcta” da percepção dos alunos em relação
a importância da educação escolar pode-se trazer uma visão: as principais causas do fracasso
escolar são oriundas, em sua maior parte, dos sistemas de ensino que não conseguem atender
às diversidades de necessidades presentes nas escolas, deixando de identificar onde se
localizam as inadaptações à aprendizagem, e levar o aluno a descobrir sua própria modalidade
de aprendizagem.
De acordo com Perrenoud (1995), os alunos são considerados como tendo alcançado êxito
ou fracasso na escola porque são avaliados em função de exigências manifestadas pelos
professores ou outros avaliadores e seguem os programas determinados pelo sistema
educativo. Define-se o fracasso escolar como consequência de dificuldades de aprendizagem,
falta de conhecimento e competência.
Por efeito imediato, entendemos que seja o curso da acção escolhido pelo aluno,
dentre outras possíveis em relação as actividades do processo de aprendizagem e, a
persistência na sua realização. Desmotivado será aquele que não empreender esforço para a
realização da actividade e se desistir perante as dificuldades surgidas.
Maehr e Meyer (apud Bzuneck, 2009:12) relatam que “a motivação positiva na escola
requer um envolvimento de qualidade nas tarefas, empreender esforço para aprender tarefas
desafiadoras em que o novo conhecimento seja construído pelo denominado processamento
de profundidade”.
As duas funções referem-se a alunos em condições diferentes, mas que na prática tem
muitos elementos em comum. Em alguns casos, a utilização de novas e adequadas estratégias
em sala de aula, vai recuperar a motivação dos alunos, mas em alguns casos com problemas
mais sérios, é necessário um programa mais específico para cada caso. Nessas situações em
que os alunos perderam o interesse pelas aprendizagens ou a motivação para aprender, muitos
professores desistem de tentar e atribuem a causa à família ou o sistema educacional, por não
proporcionarem condições adequadas para um bom trabalho docente.
Para o professor conseguir êxito em motivar seus alunos ele deve conhecer os
mecanismos psicológicos inerentes a eles, dominar uma grande variedade de técnicas e saber
utilizá-las com flexibilidade e senso criativo. As situações de sala de aula são muito
complexas e imprevisíveis, por isso é impossível ter receitas prontas.
Stipek (1996 apud Bzuneck, 2009, p. 30) acredita que as diferentes técnicas para
motivar os alunos podem actuar de maneira interdependente. Exemplificado: a estratégia de
deixar os alunos fazerem a escolha das tarefas e que contribui para a motivação intrínseca.
Portanto, a motivação para aprender nessa situação não depende só da autonomia para
escolher a tarefa. A autora ainda salienta que deve-se considerar o nível evolutivo dos alunos,
sua história passada e suas expectativas. Por exemplo: tirar repentinamente as recompensas
externas para alunos que estão acostumados a elas, diminuirão seus esforços; dar actividades
muito desafiadoras para alunos com história de fracassos também não dará resultado positivo;
deixar que os alunos possam ter escolhas se torna inviável quando eles ainda não têm
autonomia para trabalhar independentemente. É preciso ser preparado, treinado nessas
habilidades prévias.
Para obter sucesso nessa caminhada, é importante e necessário que se trabalhe num
envolvimento da escola toda. O colectivo trabalhando em cooperação, num clima de
interacções positivas e, de apoio um ao outro faz com que os alunos percebam as atitudes
como sendo uma cultura da escola e, não como cada professor trabalha na sala de aula.
CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia de pesquisa englobará todos os passos que serão seguidos para realização
desta pesquisa, que parte desde os tipos de estudo, técnicas de recolha de dados e amostra/
participantes de estudo. A seguir serão relatados os procedimentos metodológicos para a
concretização dos objectivos proposto.
Segundo Richardson (1999:49), o estudo qualitativo “é aquele que não pretende medir,
numerar as categorias homogéneas, mas sim analisar um problema”. O estudo qualitativo
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indispensável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
traduzido em número”. Ainda, há necessidade de trazer a tona que na selecção do estudo
qualitativo, deveu-se pela natureza do problema em estudo, pois permitirá o pesquisador
conhecer o nível de percepção dos alunos em relação a importância da educação escolar de
forma qualitativa, a informação a ser colhida no campo de estudo.
3.1.2. Quanto aos objectivos
No que se refere aos objectivos adoptar-se-á pelo estudo descritivo. De acordo com Gil
(1999), os estudos descritivos possuem como objectivo a descrição das características de uma
população, fenómeno ou de uma experiência. Este estudo colecta dados sobre diversos
aspectos componentes do fenómeno a ser pesquisado.
Percebe-se que este tipo de estudo (descritivo) tem também a finalidade de descrever as
características de determinadas populações ou fenómenos. Uma das suas peculiaridades
(particularidades) é a utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tal como o
questionário. Esta pesquisa quanto aos objectivos pode-se auxiliar com a pesquisa explicativa
cuja finalidade é de identificar os factores que determinam ou que contribuem para a
ocorrência dos fenómenos. É o tipo de estudo que mais aprofunda o conhecimento da
realidade, porque explica a razão e o porquê das coisas.
Quanto aos procedimentos metodológicos usado nesta pesquisa é o Estudo de Campo. Para
Gil (2008), procedimento metodológico procura o aprofundamento de uma realidade
específica. É basicamente realizada por meio de um questionário que procura analisar as
actividades do grupo estudado para alcançar as explicações e interpretações que ocorrem
naquela realidade. Também, trata-se do estudo de caso, do tipo único, porque focalizar-se-á
somente na Escola Secundária de Muecate.
3.2. Técnicas de recolha de dados
As técnicas e os instrumentos tinham como objectivo recolher dados que respondessem aos
objectivos e às perguntas de pesquisa, respectivamente.
Observação
A observação também é considerada uma coleta de dados para conseguir informações sob
determinados aspectos da realidade. Ela ajuda o pesquisador a “identificar e obter provas a
respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu
comportamento” (Marconi & Lakatos, 1996, p. 79). A observação também obriga o
pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade.
Questionário
O questionário constitui uma técnica de colecta de dados que consiste em elaborar uma
série de questões a um conjunto de inquiridos que representa uma população abrangida pela
pesquisa, e tem por objectivo a aquisição de conhecimentos de concepções, de projecções, de
interesses ou mesmo as esperanças.
“Instrumento de colecta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito”. (Marconi e Lakatos, 2000, p.92)
Neste caso o instrumento utilizado na recolha de dados no acto da elaboração do trabalho
será o questionário.
3.3. Universo e Amostra
Segundo Gil (1999:91), “universo é conjunto definido de elementos que possuem
determinadas características”.
O Dicionário Universal de língua portuguesa diz que universo “é o conjunto que constitui
a totalidade de algo”. O universo desta pesquisa é toda a comunidade escolar, da Escola
Secundária de Imala (direcção da escola, conselho da escola, pais ou encarregados de
educação).
3.4. Cronograma
Actividades Meses- 2022
Março Abril Maio Junho Julho Agosto
Escolha do tema
Início da elaboração do
projecto
Plano de recolhas de dados
Redacção do relatório
Entrega da pesquisa
Fonte: elaborado pelo autor, (2022).
3.
3.5. Orçamento
Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2000). Metodologia Científica. 3.ed. São Paulo: Atlas,
revista e ampliada.
_______. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica, (5ª edição), Editora Atlas S.A;
São Paulo.
Newmann, F. M., Wehlage & G. G., Lamborn. (1992). The significance and sources of
student engagement. New York: Teacher College Press.
Richardson, R. J. (1999). Pesquisa Social. Métodos e Técnicas. 3ed., Editora Atlas. S.A, São
Paulo.
Simons-Morton, B. & Chen, R. (2009). Peer and parent Influences on school engagement
among early adolescents. Youth & Society.