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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

PEDAGOGIA - LICENCIATURA

ANDREIA APARECIDA RODRIGUES

PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS

Belo Horizonte
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2022

ANDREIA APARECIDA RODRIGUES

PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS SUJEITOS

Projeto Educativo apresentado à PITÁGORAS


UNOPAR, como requisito parcial à conclusão do
Curso de pedagogia. Docente supervisor: Prof.
Juliana Suelen Prudêncio Cantelli.

Belo Horizonte
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2022
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................04

2.0. Projeto de Vida no Processo de Formação dos Estudantes...…................04

2.1. A Evasão Escolar, Desafios da Educação Brasileira……..............….........05

2.2. Trabalho Pedagógico, Metodologias Ativas como Projeto Educacional….07

2.3. Estudantes o Protagonismo no Processo Projeto de Vida…………....…...08

2.4. Professor na Mediação da Construção do Projeto de Vida....................…09

2.5. BNC Contempla o Projeto de Vida.............................................................10

2.6. Infográfico...................................................................................................11

3.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................……12

4.0. REFERÊNCIA...............................................…..........................................13
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1- INTRODUÇÃO.

O Projeto de Vida trabalha sob a ótica de uma proposta educacional


interdimensional, capaz de aliar aspectos cognitivos e não cognitivos na busca
por um projeto escolar capaz de trazer significado para a educação, ao mesmo
tempo em que contribui para uma formação integral do indivíduo.
Nesse contexto o Projeto de Vida se coaduna com o desenvolvimento
das competências socioemocionais numa perspectiva de aprendizagem
embasada nas metodologias ativas. Cabe ressaltar que a vida individual e
social se constitui na trama complexa de relações, desconstrução de saberes
sobre si e sobre o mundo na medida em que significados são partilhados no
cotidiano. Significa que existe um espaço compartilhado de intercâmbio entre
sujeitos no qual o sentido da vida de cada um adquire contornos comuns. O
Documento Curricular Referencial de Remanso para a Educação Infantil e
Ensino Fundamental aponta uma sinalização positiva para a inserção do
Projeto de Vida com tempo curricular definido em matriz. Dessa forma,
assegura que a perspectiva de protagonismo presente na Base Nacional
Comum Curricular seja também materializada através do trabalho pedagógico
com esse campo curricular inovador e necessário.
Assim sendo, Projeto de Vida se alinha com a educação integral e
emancipatória que auxilia o jovem a se conhecer, entender sua relação com o
mundo e desenhar o que espera para si no futuro.

2.0. Projeto de Vida no Processo de Formação dos Estudantes.

Considerando que a escola é um lugar de encontros e possibilidades e


não apenas uma instituição em que o conhecimento é repassado aos alunos,
destacamos que os processos de ensino e aprendizagem, que ocorrem
continuamente ao longo de nossas vidas, encontram nessa instituição um lugar
privilegiado, pois, ao relacionarem-se com o processo cognitivo do sujeito,
estes podem compreender melhor o mundo à sua volta, apresentando, dessa
maneira condições de fazer escolhas valorativas para sua vida.
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Sendo assim, pensar na elaboração do projeto de vida dos estudantes


como eixo do contexto escolar e da trajetória de cada aluno é valorizar
individualidades, necessidades e expectativas. Para tanto, deve-se promover o
desenvolvimento desse projeto desde o ensino fundamental e o seu
acompanhamento até o final do ensino básico. A escola deve objetivar garantir
um processo de formação que esteja voltada para uma formação integral dos
estudantes. Nesse sentido, concordamos com Carrano (2010, p. 155) quando
faz o seguinte destaque:
Hoje uma das mais importantes tarefas das instituições é
contribuir para que os jovens possam realizar escolhas
conscientes sobre suas trajetórias pessoais e constituir os seus
próprios acervos de valores e conhecimentos, os quais já não
mais são impostos como heranças familiares ou institucionais.
O peso da tradição se diluiu e os caminhos a seguir são mais
incertos.

As experiências apreendidas no contexto escolar repercutem na


construção da identidade juvenil, no amadurecimento de suas potencialidades
e na elaboração de projetos de vida, pois os projetos vão se encadeando
articulados às experiências vividas. Dayrell (2005, p.2) aponta que:

Um projeto de vida se realiza na junção de duas variáveis. A


primeira diz respeito à identidade, ou seja, quanto mais o jovem
se conhece, experimenta as suas potencialidades individuais,
descobre o seu gosto, aquilo que sente prazer em fazer, maior
será a sua capacidade de elaborar o seu projeto.

A qualidade das experiências está sujeita à qualidade do campo de


possibilidades, no qual a escola também está inserida. Assim, sua qualidade
passa a ser determinante da qualidade da elaboração e realização de projetos
de vida de seus estudantes.

2.1. A Evasão Escolar, Desafios da Educação Brasileira.

A evasão escolar, são várias as circunstâncias que suscitam a evasão


escolar e dentre elas cabe citar as razões psicológicas que estão relacionadas
a fatores cognitivos e psicoemocionais dos alunos. Também temos as razões
socioculturais relativas ao contexto social do aluno e as características de sua
família.
A instituição escolar tem como função primordial ser um espaço que
promova a igualdade e uma educação de qualidade para todos. Porém, as
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desigualdades entre as classes sociais vinculadas às políticas públicas


precárias conduzem os alunos provenientes de uma classe menos favorecida
ao fracasso escolar e como consequência ao abandono da escola. Diante
desta problemática a evasão escolar tem provocado inúmeros debates e uma
das alternativas criadas pela Secretaria de Estado da Educação no Paraná é o
acompanhamento por parte dos pedagogos nas escolas dos alunos que
apresentam faltas contínuas. Depois de detectado a ausência é preenchida
uma ficha que em seguida é encaminhada para o Conselho Tutelar para as
devidas providências.
Sendo assim, fica evidente que a educação não é neutra, ela é
persuasiva quando necessário ou alienante quando for o caso. Paulo Freire
(2002) destaca essa influência da educação sobre o meio e o meio sobre a
educação quando afirma:

Toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um


que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí
seu cunho gnosiológico; a existência de objetos, conteúdo a
serem ensinados e apreendidos envolve o uso de métodos, de
técnicas, de materiais, implica, em função de seu caráter
diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua
politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser
política, de não ser neutra. (FREIRE, 2002, p. 77-79)

Grandes são os desafios para promover o aluno que frequenta a sala de


aula sem perspectiva de uma vida melhor, porém, os professores devem ser os
grandes articuladores e apaixonados pela educação, de maneira que
promovam dinâmicas capazes de oportunizar de maneira responsável um
conhecimento prazeroso e transformador.
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2.2. Trabalho Pedagógico, Metodologias Ativas como Projeto


Educacional.

Atualmente, com a ampla disseminação das informações na sociedade,


para atender às novas exigências educacionais, o docente necessita de
atualizações constantes nas suas metodologias de ensino, para melhorar suas
práticas pedagógicas. Apesar de ainda constar, professores com muita
dificuldade a esse respeito, as metodologias ativas surgem como uma maneira
de proporcionar uma quebra paradigmática, enfatizando que o estudante possa
gerir uma pesquisa, um projeto envolvendo grupos de pessoas, em duplas ou
até mesmo sozinho. Contudo, a presença do professor é de suma importância
para que se possa mediar o processo. Por isso, a necessidade de o professor
ter contato com as metodologias ativas e também ser protagonista e autônomo.
Teotonia; Moura (2020, p.9), acrescenta que:

O objetivo das Metodologia Ativas é projetar no sujeito


aprendente a capacidade de se colocar como agente que
desenvolva o protagonismo3 na conquista da própria
aprendizagem, buscando encontrar soluções para um
problema ou uma situação que motivem a construção de meios
para apontar alternativas que possam agregar conhecimentos
e trazer estratégias para se chegar a uma aprendizagem que
possa modificar a si mesmo ou o seu entorno.

Diante aos novos rumos da pedagogia, surgem as metodologias ativas


de ensino aprendizagem que são entendidas como um meio que proporciona o
aprender a aprender, centrando-se nos princípios de uma pedagogia crítica,
reflexiva e interativa.
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2.3. Estudantes o Protagonismo no Processo Projeto de Vida.

Os jovens precisam estar preparados para lidar com os avanços e


incertezas do presente e futuro, uma vez que as competências do futuro
demandarão ações para os quais eles, muitas vezes, não estão preparados,
como a cultura colaborativa, a inteligência emocional, inovação, resolução de
problemas complexos, comunicação, negociação, liderança.
Deste novo perfil de estudantes, surge a importância de se repensar a
formação de professores para conduzir a dinâmica de sala de aula e
proporcionar ambientes de conhecimentos. Assim, para Freire (2015, p. 30),

[...] a ação do professor mediador perpassa o ensino de


conceitos puramente memorísticos, pois percebe-se que, faz
parte das atribuições do educador educar para: o mérito da paz
com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente
não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a
pensar certo. Daí a impossibilidade de vir a tornar-se um
professor crítico se, mecanicamente memorizador, é muito
mais um repetidor de frases e de ideias inertes do que um
desafiador.

O professor mediador é o articulador das atividades coletivas e


individuais. Ele é o responsável por acompanhar, mediar, analisar os
processos, necessidades, a partir dos percursos realizados pelos estudantes.
Desenvolvendo a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a
responsabilidade dos jovens alunos, assim incentiva ainda mais o
protagonismo dos alunos, que podem escolher os próprios meios e ferramentas
de aprendizado.

2.4 . Professor na Mediação da Construção do Projeto de Vida.

Os desafios enfrentados frente à realidade da sociedade contemporânea


requerem abordagens que conduzem a prática pedagógica numa reflexão para
além do papel da escola, mas também sobre a função do docente, entretanto o
papel do professor passa por transformação, exigindo desse profissional novas
práticas, exercendo o papel de mediador, transformador de sentidos, buscando
a formação de alunos críticos, autônomos, e o educando deixa de ser passivo e
passa a ser responsável pelo seu processo de aprendizagem, colocando o
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professor como um mediador e facilitador do processo de aprendizagem e as


metodologias ativas como práticas pedagógicas que envolvem os alunos,
impulsionando-os a serem construtores e responsáveis pelo próprio
entendimento, formando pesquisadores, com iniciativa, senso crítico,
curiosidade e criatividade.
É nesse sentido que a figura do professor ganha espaço e exige da
educação uma nova abordagem no processo de ensino-aprendizagem, em que
se faz necessário trabalhar novas metodologias, capazes de desenvolver os
indivíduos para resolver problemas e construir seus próprios conhecimentos a
partir das informações recebidas.

2.5 . BNC Contempla o Projeto de Vida.

Por mais que se estabeleça um ponto de chegada (com conhecimentos


mínimos e um projeto de vida), revelando um desejo de igualdade (com a
BNCC), o ponto de partida torna-se tanto mais desafiador quanto a consciência
do papel do sonho na vida de cada um; ou seja, quanto mais o acesso e a
permanência na escola tenham cenários desafiadores, tanto mais se fará
necessário o convencimento da importância de que o projeto de vida se
conecte e se integre aos itinerários formativos a serem escolhidos pelos
estudantes. Assim, a promoção da equidade conta com práticas pedagógicas
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inclusivas e de diferenciação curricular para reverter a situação de exclusão


histórica que marginaliza alguns grupos no Brasil.
O projeto de vida na escola, entre outras funções, orienta a escolha dos
itinerários formativos, que são oferecidos no Novo Ensino Médio e favorecem a
personalização da aprendizagem. Por esse e outros motivos, ele é muito
importante e tem papel fundamental na BNCC.
Desenvolvimento socioemocional: A BNCC retoma às orientações
presentes na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e nas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNs), apresentando uma visão
de educação integral que propõe a superação da divisão e hierarquização entre
o desenvolvimento intelectual, social e emocional.
*Protagonismo do estudante: O protagonismo é a participação que gera
autonomia, autoconfiança e autodeterminação no estudante, apoiando-o na
construção de si e, por consequência, do seu projeto de vida.
*Formação para a vida: Enfrentar os desafios do século XXI requer um
esforço para cultivar, desde sempre, o reconhecimento da importância de se
cumprir com as responsabilidades pessoais e sociais, nos diversos contextos:
escolar, familiar, comunitário, em maior ou menor escala, seja em curto, médio
ou longo prazo.
É necessário considerar o Projeto de Vida como um todo que não
termina, quando o estudante concluiu o Ensino Médio. Apenas para fins de
construção do componente curricular, faz-se a divisão dos organizadores
curriculares por ano e série, mas sem perder de vista o percurso e o ideal
formativo previstos para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino
Médio.

2.6 . Infográfico.
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3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A pesquisa possibilita a reflexão sobre o papel da escola na vida dos


estudantes, a escola é um espaço que reflete a sociedade. Nela acontecem os
mais diversos tipos de relações interpessoais, que favorecem aprendizados
contínuos e que contribuem para a vida de todos que ali convivem.
Competências socioemocionais como a amabilidade, autogestão,
resiliência emocional, abertura ao novo e engajamento com os outros,
precisam ser cultivadas e aperfeiçoadas a cada dia. Assim, escola precisa ser
reestruturada de modo a propiciar experiências e interações, proporcionando
aos estudantes a ampliação de seus potenciais, contribuindo na construção de
seus projetos de vida, na estruturação dos melhores caminhos e nas melhores
estratégias de enfrentamento de suas dificuldades, as quais repercutem em
suas possibilidades de um futuro mais rico para o alcance de seus ideais e de
suas realizações.
Para que isso aconteça, a comunidade escolar tem que ter muito claro o
real objetivo deste componente curricular e perceber que o mesmo pode
contribuir para o aprendizado de conteúdos de todas as áreas do
conhecimento, bem como colaborar de forma significativa para o
desenvolvimento das competências socioemocionais, que seja capaz de
intervir em diferentes situações, de forma competente, crítica e inovadora.

4.0 REFERÊNCIAS.

ALMEIDA, Enedina Gonçalves; BATISTA, Nildo Alves. Desempenho docente no


contexto PBL: essência para aprendizagem e formação médica. Rev. bras. educ.
med., Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 192-201, jun. 2013. Disponível em:
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30/092022.

ALVES, Maria Zenaide.; DAYRELL, Juarez. Ser alguém na vida: um estudo sobre
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BARROS, Kátia Oliveira de. A escola de tempo integral como política pública
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03/10/2022.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. São Paulo: Paz e Terra; 1999. Acesso em
30/09/2022.

LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
Acesso em 02/10/2022.

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Básica. Programa Brasil Profissionalizado. Acesso em 30/09/2022.

MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, Carlos
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NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: Acesso em 30/09/2022.

NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Publicações D.


Quixote, 1995. p. 13-33. Acesso em 02/10/2022.

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Acesso em 30/09/2022.

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