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SANTOS
LEOPOLDO AMADO
ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI
TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
ORGANIZADORES
Vários colaboradores
ISBN 978-65-5016-041-8
Curitiba / Brasil
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
REITORA
Sandra Regina Goulart Almeida
VICE-REITOR
Alessandro Fernandes Moreira
CONSELHO CONSULTIVO
Amadeu Chitacumula (Instituto Superior de Educação do Huambo,
Angola)
Ana Cordeiro (Ilhéu Editora, Cabo Verde)
Odete Semedo (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, Guiné-Bissau)
Rafael Díaz Díaz (Pontifícia Universidad Javeriana, Colômbia)
Sônia Queiroz (Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil)
Tukufu Zuberi (University of Pennsylvania, Estados Unidos)
Vanicléia Silva Santos (Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil)
REVISÃO
Charley Worrison
SÉRIE ESTUDOS AFRICANOS
DA UFMG
VOLUMES PUBLICADOS
1. VANICLÉIA SILVA SANTOS (Org.). O Marfim no Mundo Moderno:
comércio, circulação, fé e status social (Séculos XV-XIX). CEA/UFMG e
Editora Prismas.
2. WELLINGTON MARÇAL. A defesa incansável da esperança: feições da
Guiné-Bissau na prosa de Odete Semedo e Abdulai Sila. CEA, Ku Si Mon
Editora e Editora Prismas.
3. RAISSA BRESCIA DOS REIS, TACIANA ALMEIDA G.
RESENDE E THIAGO MOTA (Orgs.). Estudos sobre África Ocidental:
dinâmicas culturais, diálogos atlânticos. UFMG e Editora Prismas.
4. RAISSA BRESCIA DOS REIS, TACIANA ALMEIDA G.
RESENDE (Orgs.). Cultura e Mobilização – Reflexões a partir do I
Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros.
5. FELIPE MALACCO. O Gâmbia no mundo Atlântico. Fulas, jalofos e
mandingas no comercio global Moderno (1580 - 1630). CEA/UFMG, Ku Si
Mon Editora e Editora Prismas.
6. CAROLINA PERPÉTUO CORRÊA. Tráfico negreiro, demografia e
famílias escravas em Santa Luzia, Minas Gerais, séc. XIX. CEA/UFMG e
Editora Prismas.
7. VANICLÉIA SILVA SANTOS, EDUARDO FRANÇA PAIVA E
RENÉ LOMMEZ GOMES (Orgs.). O comércio de marfim no Mundo
Atlântico: circulação e produção (séculos XV a XIX). CEA/UFMG e
Editora Clio.
8. VANICLÉIA SILVA SANTOS, EDUARDO FRANÇA PAIVA E
RENÉ LOMMEZ GOMES (Orgs.). O comércio de marfim no Mundo
Atlântico: circulação e produção (séculos XV a XIX), 2. ed. - E-book. CEA/
UFMG e Editora Clio.
9. VANICLÉIA SILVA SANTOS, LUÍS SYMANSKI E AUGUSTIN
HOLL. (Orgs.). Arqueologia e história da cultura material na África e na
diáspora Africana. CEA/UFMG, Ku Si Mon Editora e Publishing Brazil.
10. VANICLÉIA SILVA SANTOS, LEOPOLDO AMADO,
ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI, TACIANA ALMEIDA
GARRIDO DE RESENDE. (Orgs.). Cultura, história intelectual e patri-
mônio na África Ocidental (séc. XVI-XX)
AGRADECIMENTOS
1 Resultados parciais desse trabalho foram objeto de notícias veiculadas na página eletrônica da
UFMG. Um exemplo delas pode ser visto no seguinte endereço: http://ufmg.br/comunicacao/
noticias/ufmg-e-instituto-de-pesquisas-da-guine-bissau-formalizam-acordo-de-cooperacao.
Também fomos apoiados pela Escola Superior Dom Helder
Câmara, que em diversos momentos, tem sido parceira da UFMG em
relação à pauta dos estudos africanos. Assim, nominalmente, agradecemos
aos professores Franclim J. Sobral Brito, José Adércio Leite Sampaio e
Kiwonghi Bizawu (coordenador do AfroDom), que também organiza-
ram, via Programa de Pós-Graduação em Direito da Dom Helder, o se-
minário “‘Direitos Culturais, Tradição e Meio Ambiente na África’” com
os professores Karin Barber e Paulo de Moraes Farias.
Reconhecemos igualmente todos os pesquisadores e pesquisa-
doras que aceitaram nosso convite e chegaram de diferentes partes da
África e da diáspora africana para compartilhar os resultados de suas
investigações, nomeadamente, Abdulai Sila (Escritor, Guiné-Bissau),
Carlos Cardoso (Instituto Amílcar Cabral da Guiné-Bissau), Erika
Bispo (Instituto Federal do Rio de Janeiro), Hassoum Ceesay (curador
do Gambia National Museum), João Paulo Có (Inep - Guiné-Bissau),
Leopoldo Amado (Inep - Guiné-Bissau), Odete Semedo (Inep - Guiné-
Bissau), Karin Barber (University of Birmigham), Felix Kaputu (UFMG/
Icon), Paulo de Moraes Farias (University of Birmigham), bem como a
todos os professores, estudantes de Pós-Graduação e de Graduação que
vieram apresentar suas pesquisas. Os professores Barber e Moraes Farias,
gentilmente aceitaram realizar o prefácio dessa obra.
Agradecemos ainda aos bolsistas do CEA/UFMG, Gabriel e
Marina, à Comissão Organizadora2 que fizeram com que tudo ocor-
resse conforme planejado, e à Comissão Científica3 pelo rigor na aná-
lise das propostas.
Por fim, penhoramos nossa gratidão à professora Sônia Queiroz,
integrante do Comitê Coordenador do CEA(2012-2018), cuja com-
petência foi fundamental para realização deste e de outros projetos do
Centro.
4 De 2014 a 2018, o CEA possuía um acervo de Estudos Africanos no 4o. Andar da Biblioteca
Central da UFMG, vinculado à DRI/ Diretoria de Relações Internacionais da UFMG. Em
para com o continente africano. No plano Sul-Sul, a América Latina foi
mantida na agenda da universidade, em nome de uma agenda regional;
mas a África foi anulada e o Norte voltou a ocupar o posto absoluto
na cartela de preferências do “diálogo acadêmico de excelência”. Assim,
a UFMG retomava o seu lugar do passado e agora vislumbra apenas se
destacar nos rankings internacionais a partir do fortalecimento da relação
com Europa e América do Norte.
Como a crônica de uma morte anunciada, o CEA/UFMG está
sendo lentamente colocado em algum limbo. Mas, ressalte-se, teve um pa-
pel fundamental na produção de um conteúdo essencial para um melhor
conhecimento da história do continente africano e de sua relação com o
mundo. Assim, este livro é mais um dos resultados deste esforço do CEA
em mostrar a força das pesquisas produzidas em diálogo com africanistas
nacionais e estrangeiros, especialmente os africanos e africanas.
julho de 2018, a DRI solicitou a sua disvinculação do referido acervo e o doou para a Biblioteca
Central da UFMG. Desde então, o CEA não possui mais um local de funcionamento, tendo
todas as suas atividades desarticuladas e o acervo tornou-se parte das coleções dos Acervos
Especiais da referida Biblioteca.
PREFÁCIO
Epistemologias do Sul
Carlos Cardoso, em seu “Produção de conhecimento”, mobiliza
sua vasta bagagem intelectual para conduzir uma investigação crítica da
produção de conceitos na África e no “Sul global”. Adota uma produtiva
perspectiva histórica e dialoga com a obra de Boaventura de Sousa Santos,
Walter Mignolo, Achille Mbembe, e outros.
Luana Akinruli e Samuel Ayobami Akinruli, em “Descolonizando
práticas e saberes”, também trabalham esse importante tema, mas voltan-
do-se em particular para a Nigéria e, sobretudo, para o povo Yorùbá, sua
herança literária, e sua produção intelectual recente.
PARTE 1
HISTÓRIA INTELECTUAL / INTELECTUAIS, LITERATURA E
PUBLICAÇÕES NA ÁFRICA OCIDENTAL...................................... 43
CAPÍTULO 1
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO E O DESAFIO DA TEORIZAÇÃO
EM CIÊNCIAS SOCIAIS: A CONTRUBUIÇÃO DOS INTELECTUAIS DA
ÁFRICA OCIDENTAL ............................................................................................45
Carlos Cardoso
CAPÍTULO 2
DESCOLONIZANDO PRÁTICAS E SABERES: UM EXERCÍCIO DE
REFLEXÃO SOBRE OS ESTUDOS CULTURAIS NA ÁFRICA OCIDENTAL
– O CASO DA NIGÉRIA E DO POVO YORÙBÁ ...............................................67
Luana Carla Martins Campos Akinruli; Samuel Ayobami Akinruli
CAPÍTULO 3
O PAPEL DO ESCRITOR NA CONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE NACIONAL ...................................................................................95
Abdulai Sila
CAPÍTULO 4
A ÁFRICA DEVE UNIR-SE: LEITURA DO PAN-AFRICANISMO NA
“TRILOGIA” ROMANESCA DE ABDULAI SILA ..........................................105
Suely Santos Santana
CAPÍTULO 15
ENTRE A ÁFRICA OCIDENTAL E O IMPRESSO BRASILEIRO:
ENCONTROS ATLÂNTICOS NAS PÁGINAS DO SENTINELA
DA LIBERDADE .....................................................................................................137
Alexandre Tasca & Felipe Malacco
CAPÍTULO 6
NESSE ANGU TEM MOSQUITOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
O BOLETIM CULTURAL DA GUINÉ PORTUGUESA ..................................161
Wellington Marçal de Carvalho
CAPÍTULO 7
FATOO KHAN, A AMANTE DO COMISSÁRIO COLONIAL: UM
RELACIONAMENTO AMOROSO NA GÂMBIA COLONIAL ..................183
Hassoum Ceesay
PARTE 2
PATRIMÔNIO E CULTURA NA ÁFRICA OCIDENTAL ............... 213
CAPÍTULO 8
TRADIÇÕES ORAIS NIGERIANAS: HERANÇA HISTÓRICA, UM
PATRIMÔNIO PARA A LITERATURA LOCAL E GLOBAL E PARA
AS ARTES .................................................................................................................... 215
Felix U. Kaputu
CAPÍTULO 9
EDUCAÇÃO ISLÂMICA E PATRIMÔNIO INTELECTUAL:
O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO DE APRENDIZAGEM
CORÂNICA NA SENEGÂMBIA (SÉCULOS XV A XX) ................................249
Thiago Henrique Mota
CAPÍTULO 10
MÉTODOS E FONTES DE PESQUISA EM CABO VERDE: O CASO DA
REVOLTA DOS RENDEIROS DO INTERIOR DA ILHA DE SANTIAGO
(1822-1841) ..............................................................................................................275
Eduardo Adilson Camilo Pereira
CAPÍTULO 11
TURISMO MEMORIAL NA ÁFRICA OCIDENTAL: DIÁLOGOS
POSSÍVEIS ENTRE HISTÓRIA PÚBLICA E HISTÓRIA LEIGA...............317
Sílvio Marcus de Souza Correa
CAPÍTULO 12
PANOS DE PENTE, TRADIÇÃO, CANTO E POESIA: SIMBOLISMO E
LUGAR DA MEMÓRIA COLETIVA GUINEENSE .......................................339
Odete Semedo
Apresentação do tema
Ao pensarmos em história intelectual da África Ocidental, ge-
ralmente somos remetidos para a produção escrita em árabe, em que se
destacam autores clássicos como al-Bakrî (século XI), al-Idrîsî (século
XII), Ibn Battûta, al-‘Umarî, Ibn Khaldhûn (século XIV), al-Sa‘dî, au-
tor do Ta’rîkh al-Sûdân, e Ibn al-Mukhtâr e seu neto, que escreveram o
Ta’rîkhal-Fattash, os dois últimos elaborados por volta de 1655.
Além dos escritos em árabe de autores andaluzes e de outros que
nasceram ou viveram no oeste da África, como Leo Africano (c. 1494 - c.
1554), por exemplo, também são bem conhecidos os autores africanos
que escreveram em línguas europeias. Desde o século XV, acentuou-se a
produção de documentos de autoria de africanos do Oeste, em línguas
ocidentais tais como André Alvares Almada (c. 1594)5, André Donelha6
e Francisco Lemos Coelho7 (século XVII), nascidos em Cabo Verde. A
coletânea Monumenta Missionária Africana reúne várias cartas produzidas
5 ALMADA, André Álvares de. Tratado Breve dos Rios de Guiné do Cabo Verde dês do Rio de
Sanagá até os baixos de Santa Ana de todas as nações de negros que há na dita costa e de seus costumes,
armas, trajos, juramentos, guerras…, [ed. do Ms. 603 da Biblioteca Pública Municipal do Porto, de
1594], leitura, introdução e notas de António Brásio, Lisboa, Editorial L. I. A. M., 1964.
6 DONELHA, André. Descrição da Serra Leioa e dos rios de Guiné do Cabo Verde (1625). Introdução,
notas e apêndices por Avelino Teixeira da Mota e P. E. H. Hair, Lisboa, Junta de Investigações
Científicas do Ultramar, 1977.
7 COELHO, Francisco de Lemos. Discripção da Costa de Guiné e situação de todos os portos, e rios della;
e roteyro para se poderem navegar todos seus rios, 1684: BNL, Cód. 454. Pub. por Damião PERES, Duas
Descrições Seiscentistas da Guiné de Francisco de Lemos Coelho, 2ª ed., Lisboa, Academia Portuguesa da
História, 1990.
VANICLÉIA S. SANTOS | LEOPOLDO AMADO
24 ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI | TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
8 BRASIO, António Pe (Org). Monumenta Missionaria Africana (15 v.). (Sécs. XV, XVI, XVII).
Lisboa: Academia Portuguesa da História, 1988.
9 PIRES, Vicente Francisco. Viagem de África em o Reino de Dahomé (1800). São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1957.
10 BAQUAQUA, Mahommah G., Biography of Mahommah G. Baquaqua. A native of Zoogoo, in
the interior of Africa. Edited by Samuel Moore, Esq. Detroit: George E. Pormery and Co., Tribune
Office, 1854.
11 VASSA, Gustavo. The Interesting Narrative of the Life of Olaudah Equiano, Or Gustavus Vassa,
The African, by Olaudah Equiano. London, 1789.
CULTURA, HISTÓRIA INTELECTUAL E PATRIMÔNIO NA ÁFRICA OCIDENTAL
(SÉCULOS XV-XX) 25
12 Para citar alguns trabalhos recentes das duas últimas décadas: BARBOSA, Muryatan. A
África por ela mesma: perspectiva africana na História Geral da África (Unesco). Tese (Doutorado
em História Social) – FFLCH, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012; GOMES, Raquel
Gryszczenko Alves. Uma feminista na contramão do colonialismo. Olive Schreiner: literatura
e a construção da nação Sul-Africana, 1880-1902. São Paulo: FAPESP/Annablume, 2013;
CARVALHO FILHO, S. de A. Pepetela: Fragmentos de uma trajetória. Boletim Tempo Presente
(UFRJ), v. 2, p. 14-28, 2013; SANTANA, S. S. Narrativas da Guiné-Bissau: a nação na trilogia
romanesca de Abdulai Sila. 1. ed. Salvador-Ba: EDUNEB, 2014; MORENO, Helena Wakim.
Voz d’Angola clamando no deserto: protesto e reivindicação em Luanda (1881-1901). Dissertação
(Mestrado em História Econômica) – FFLCH, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014;
REIS, Brescia Raissa. Négritude em dois tempos: emergência e instituição de um movimento (1931-
1956). Dissertação (Mestrado em História Social) – FAFICH, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2014; REIS, Brescia Raissa. África Imaginada: história intelectual, pan-
africanismo, nação e unidade africana na Présence Africaine (1947-1966). Tese (Doutorado em
História Social – dupla titulação) –Universidade Federal de Minas Gerais e Université Michel de
Montaigne Bordeaux 3, Belo Horizonte, 2018; RESENDE, T. A. G. Isso não é África, é Cabo Verde:
o movimento claridoso e a busca por uma identidade crioula. 1. ed. Rio de Janeiro: Multifoco,
2015; MARCUSSI, Alexandre A. Personalidade, raça e nação na África pós-colonial: alguns
apontamentos a partir das ideias de Kwame Nkrumah. In: REIS, Raissa Brescia dos; RESENDE,
Taciana Almeida Garrido de; MOTA, Thiago Henrique. (Org.). Estudos sobre África Ocidental:
dinâmicas culturais, diálogos atlânticos. 1. ed. Curitiba: Editora Prismas, 2016, p. 259-286;
NASCIMENTO, Washington Santos. Políticas coloniais e sociedade angolana nas memórias e
discursos do escritor Raul David. ANOS 90, v. 23, p. 265-289, 2017; CARVALHO, W. M. de. A
defesa incansável da esperança: feições da Guiné-Bissau na prosa de Odete Semedo e Abdulai Sila. 1. ed.
Belo Horizonte - Bissau: CEA/UFMG; Ku Si Mon, 2017; ALVARADO, Guillermo Antonio
Navarro. África deve-se unir? A formação da teorética da Unidade e a Imaginação da África nos marcos
epistêmicos Pan-negristas e Pan-africanos (Séculos XVIII-XX). Tese (Doutorado em História
Social) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.
13 Outras obras referenciais de Karin Barber: I Could Speak Until Tomorrow: Oriki, Women and
the Past in a Yoruba Town (1991); The Generation of Plays: Yoruba Popular Life in Theatre (2000); The
Anthropology of Texts, Persons and Publics (2007); Print Culture e First Yoruba Novel (2012)
VANICLÉIA S. SANTOS | LEOPOLDO AMADO
26 ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI | TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
York: Routledge, 1999, p.120; McCALL, John C. Structure, agency, and the locus of the social:
why post structural theory is good for archaeology. In: ROBB, John (org.). Material Symbols:
Culture and Economy in Pre-History. Carbondale: Southern Illinois University, 1999, p.16-20.
17 CURNOW, Kathy. Ivory as Cultural Document: The Crushing Burden of Conservation.
Curator, 61: 61-94, 2018.
18 SANTOS, Vanicléia Silva, PAIVA, Eduardo França; GOMES, René Lommez (Org.). O
comércio de marfim no Mundo Atlântico: circulação e produção (séculos XV ao XIX). Belo Horizonte:
Clio Gestão Cultural e Editora, 2018 (versão e-book).
19 HAMPÂTÉ BÁ, Amadou. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Ed.). História geral da
África: v. 1: Metodologia e pré-história da África. 3ª ed. Trad. MEC/Centro de Estudos Afro-
Brasileiros da UFSC. São Paulo/Brasília: Cortez/Unesco, 2011, p. 167-212.
20 Veja-se, a esse respeito, LOPES, Carlos. A pirâmide invertida - historiografia africana feita
por africanos. In: ACTAS do Colóquio Construção e Ensino da História da África. Lisboa: Linopazas,
1995, p. 21-29.
VANICLÉIA S. SANTOS | LEOPOLDO AMADO
28 ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI | TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
21 Veja-se, por exemplo, GOODY, Jack. The interface between the written and the oral. Cambridge:
Cambridge University Press, 1991.
22 THIAW, Ibrahima. História, cultura material e construções identitárias na Senegâmbia. Afro-
Ásia [online]. 2012, n. 45 [cited 2019-02-17], pp. 9-24.
23 APPIAH, Kwame Anthony. Velhos deuses, novos mundos. In: Na casa de meu pai: a África na
filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997, p. 155-192.
24 Veja-se, por exemplo, JANZEN, John M. Ngoma: discourses of healing in Central and
Southern Africa. Berkeley/Los Angeles: University of California Press, 1992, para uma abordagem
bastante pioneira.
CULTURA, HISTÓRIA INTELECTUAL E PATRIMÔNIO NA ÁFRICA OCIDENTAL
(SÉCULOS XV-XX) 29
25 FONSECA, Maria Cecília Londres. Para além da pedra e cal: por uma concepção ampla
de patrimônio cultural. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (Orgs.). Memória e Patrimônio:
Ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina, 2003, p. 59-66.
26 FONSECA, Maria Cecília Londres. Para além da pedra e cal, p. 66.
27 Gonçalves, José Reginaldo. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil.
VANICLÉIA S. SANTOS | LEOPOLDO AMADO
34 ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI | TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
31 São vários o exemplos sobre isso. Por meio do Institut Français de l’Afrique Noire, o IFAN, criado
em 1936 pelo governo colonial, com sede em Dakar, muito do material resultante de expedições
científicas promovidas pelo Estado francês a partir do Ministério das Colônias foi herdado pelo
Senegal independente em 1960, por exemplo. O presidente senegalês Léopold Sédar Senghor fez
uso desse mesmo acervo em 1960, quando o Departamento de Etnologia do IFAN é incubido da
mudança da decoração do Palácio da Presidência da República, e o gesto é bastante sugestivo nesse
sentido. cf. REIS. Raissa Brescia dos. África imaginada: história intelectual, pan-africanismo, nação e
unidade africana na Présence Africaine (1947-1966). Tese de doutorado. História, Departamento de
História, Universidade Federal de Minas Geral, 2018, p. 103-104. Situações como a narrada foram
satirizadas pela produção cinematográfica de Ousmane Sembène, como no filme Xala, lançado
em 1975, o qual demonstra como a criação de coleções e o ideal de preservação distanciados de
discursos que procuram pensar sentidos históricos e sociais podem gerar uma perda ainda maior
para as sociedades objetificadas.
VANICLÉIA S. SANTOS | LEOPOLDO AMADO
36 ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI | TACIANA ALMEIDA GARRIDO DE RESENDE
39 CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Trad. Luciano Vieira Machado. 3. ed. São Paulo:
Estação Liberdade/UNESP, 2006, p. 239-258.
CULTURA, HISTÓRIA INTELECTUAL E PATRIMÔNIO NA ÁFRICA OCIDENTAL
(SÉCULOS XV-XX) 39