Você está na página 1de 66

PROJETO DE INTERVENÇÃO

CÍRCULOS DE CULTURA COMO


ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Belo Horizonte 2018
Projeto

CÍRCULOS DE CULTURA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO


DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

AUTORES Projeto de pesquisa apresentado à Escola


FABIANA BARTOLO BERRETTA Municipal Dinorah Magalhães Fabri com
PATRÍCIA CÁSSIA DUARTE DE BRITO o propósito de analisar as causas do
ANA CARLA DE A. PINHEIRO CALABRIA
LUCIANO GAMEZ abandono escolar pelos jovens da Vila
MARIA CRISTINA SIMEONI
Cemig para cartografia e elaboração de
propostas de intervenção.
ORIENTAÇÃO Prática
JUSSATY LUCIANO CORDEIRO JÚNIOR
Belo Horizonte
Ano 2018
Olá!

Considerações iniciais

O projeto ora apresentado foi elaborado, escrito e apresentado na


finalização do curso  “A escola dos meus sonhos” – (IPF) Instituto
Paulo Freire .  Este Trabalho está publicado  juntamente com outros
projetos e artigos em um Livro (formato e-book)  com prefácio do
Professor Moacir Gadotti compondo o acervo da biblioteca do IPF.
(Disponibilizado no Creative Commons licence)
INTERVENÇÃO

CÍRCULOS DE CULTURA

Juventudes
Escola
Professores. Educadores Estudantes e comunidade
e Cidadania
Temas Geradores

Escuta, Educação Culturas e


reflexões, diálogos e Escola Identidades e Linguagens
diversidade
Aprendizagens
significativas Atividades
Cartografia
Protagonismo
Projeções de ações
1
APRESENTAÇÃO
Na educação, um dos maiores desafios da atualidade é saber como adaptar as
práticas pedagógicas às novas expressões, identidades e ritmos da cultura
jovem. Para construir uma educação para os novos tempos e para as futuras
gerações, é fundamental que a escola não apenas procure adequar seus
conteúdos, mas também busque promover o envolvimento dos próprios
sujeitos na construção de seus saberes, considerando suas aprendizagens
prévias para, a partir daí, conceber situações de aprendizagens realmente
significativas para aqueles que aprendem.

Embasados na teoria freireana (1986, 1996), na qual a relação de
pertencimento dos sujeitos realiza-se a partir da escuta, do diálogo, da
participação, da valorização dos diferentes saberes e da busca por
reconhecimento, acreditamos serem, essas dimensões, fundamentais para
uma ação educativa emancipadora, seja com crianças, jovens ou qualquer
outro grupo social colocado em condição de subalternidade nas relações
sociais e pedagógicas.

Assim, buscando entender as atuais transformações sociais, a multiplicidade dos perfis
da juventude na atualidade e seus reflexos no contexto escolar, bem como, contribuir
para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem de jovens nas escolas públicas,
este projeto propõe uma intervenção que utilizará da metodologia dos Círculos de
Cultura como ferramenta de escuta social, destinada à promoção do diálogo entre
jovens estudantes e educadores, pensando na construção dos sujeitos a partir da
promoção de aprendizagens que lhes sejam significativas.
CÍRCULO DE CULTURA

O Círculo de Cultura, como prática pedagógica, foi proposto por Paulo Freire
(1996) e fundamenta-se em sua teoria, que prima, sobretudo, pelo caráter
democrático e libertador da Educação. Trata-se, portanto, de propor situações
de aprendizagem integral visando a tomada de posição, pelos seus envolvidos,
para os problemas vivenciados em contexto escolar, promovendo a
horizontalidade na relação educador-educando e a valorização das culturas
locais, da oralidade, contrapondo-se em seu caráter humanístico, à visão
elitista de educação.
Pesquisas realizadas (DAYRELL, 2007; PAIS, 2003; SPOSITO &
CARRANO, 2003) indicam que esses temas têm sido alvo de
debates onde, geralmente, se atribui o desinteresse e o abandono dos
estudos do público jovem, ora ao fracasso da instituição escolar, ora
aos professores, alunos e suas famílias, culpando-se mutuamente.
Dayrell (2007)

[...] para a escola e seus profissionais, o problema situa-se na juventude, no


seu pretenso individualismo de caráter hedonista e irresponsável, dentre
outros adjetivos, que estaria gerando um desinteresse pela educação escolar.
Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um
cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua
formação, tornando-se cada vez mais uma “obrigação” necessária, tendo em
vista a necessidade dos diplomas (DAYRELL, 2007 p. 1108).
Pais (2003)

Outra importante consideração é trazida por Pais (2003), quando destaca que,
para pensarmos os atuais desafios da escola frente aos novos perfis da
juventude precisamos compreender que a crise vivenciada não é somente
institucional, mas é, sobretudo, social. Desta forma, aponta como mais
apropriado falar em uma “re-institucionalização permanente da escola,
considerada, entre outras, uma instituição que revela propensão para a crise,
encontrando-se em uma reconstrução permanente” (PAIS, 2003, p.316).
Para compreender essa realidade, o primeiro passo é constatar que a relação da
juventude com a escola não se explica em si mesma, é preciso entender que o
problema não se reduz apenas aos jovens, nem apenas à escola. Trata-se,
portanto, de refletir e analisar como estão ocorrendo as transformações sociais e
como os jovens e a escola estão vivenciando tais transformações. Desse modo,
conhecer e compreender a construção da condição juvenil na atualidade, bem
como a relação juventude-escola e vice-versa, observando o contexto no qual
estão inseridos, é fundamental. Dayrell (2007) afirma:
Dayrell (2007)

Partindo da problematização da condição juvenil atual, culturas, demandas e


necessidades próprias, trata-se de compreender suas práticas e símbolos como a
manifestação de um novo modo de ser jovem, expressão das mutações ocorridas nos
processos de socialização, que coloca em questão o sistema educativo, suas ofertas e
as posturas pedagógicas que lhes informam. Propomos, assim, uma mudança do eixo
da reflexão, passando das instituições educativas para os sujeitos jovens, onde é a
escola que tem de ser repensada para responder aos desafios que a juventude nos
coloca. (DAYRELL, 2007 p. 1107)
Ao apresentar novas concepções culturais, sociais e políticas, a juventude
faz uma provocação à sociedade quanto aos desafios do presente diante
dos caminhos para o futuro – e propõe diferentes formas de ver, entender e
se relacionar com a vida. Spósito & Carrano (2003), alertam que tem sido
crescente a utilização de marcos conceituais e metodológicos que partem
de teorias que concebem a juventude em sua pluralidade, logo, utilizam a
expressão “juventudes”.
Sposito & Carrano
(2003)

Diante dessa multiplicidade de significados, interpretações e debates que


moldam o conceito de juventude, é cada vez mais comum encontrarmos a
reivindicação do uso do termo juventudes, que anuncia a necessidade de
construir definições que reflitam a variedade de maneiras de viver e
perceber a condição juvenil, que incorporem a diversidade da realidade dos
jovens e se formem, a partir da sobreposição das dimensões individuais,
sociais, culturais, políticas e econômicas. (SPOSITO; CARRANO, 2003,
p. 17).
Por meio de estudos, análises de especialistas e, principalmente, da voz do
jovem, buscar-se-á apresentar questões da juventude e refletir sobre a
importância da participação dos jovens na construção de sua educação
formal. Pretende-se assim, com este projeto, realizar uma intervenção
investigativa e cartográfica que mobilize jovens e educadores,
convocando-os para exercitarem o pensamento crítico sobre suas
realidades.
O projeto nasce então das experiências educacionais vivenciadas no
contexto de uma escola pública da rede municipal da cidade de Belo
Horizonte, localizada na periferia da capital mineira. Emerge da
necessidade premente de identificar as causas da evasão escolar do seu
público jovem. A proposta vem ao encontro da demanda da escola que
busca, no momento, respostas para enfrentar o aumento relativo do
abandono escolar pelos seus estudantes.
A Escola Municipal Dinorah Magalhães Fabri está localizada no coração da
Vila Cemig. É a única escola nesse território responsável pela oferta da
Educação Básica do Ensino Fundamental I e II, e pela Educação de Jovens
e Adultos do Ensino Fundamental, não existindo a oferta do Ensino Médio
e da Educação Profissional na comunidade. Assim, para concluir a
educação básica, ingressar no ensino médio, demanda sair da comunidade
para escolas estaduais em outro bairro. Muitos jovens não transitam em
outras comunidades devido às questões territoriais, além da dificuldade em
pagarem o transporte público para darem continuidade aos estudos. Ainda
de acordo com relato da direção, nos últimos dois anos tem-se constatado
um aumento significativo do abandono dos estudos, bem como, o aumento
da violência e o número de assassinatos de jovens na comunidade. 
JUSTIFICATIVA

Entendemos que o presente projeto justifica-se pela demanda apresentada,


e principalmente, pela necessidade e pela tentativa de ressignificação do
espaço escolar para os jovens estudantes e seus educadores. Justifica-se,
também, pela vontade política da gestão escolar local em abrir o espaço da
escola para os jovens exercerem o seu direito de expressão com liberdade,
responsabilidade e autonomia.
2
OBJETIVOS

GERAL

Analisar os aspectos motivadores da evasão escolar e cartografar


estratégias para a solução do problema a partir do diálogo entre
jovens e educadores e comunidade, por meio de círculos de cultura
na perspectiva Freireana.
Objetivos
ESPECÍFICOS

. Identificar as razões que provocam a falta de interesse dos jovens na


escola, e por consequência, a evasão;

. Valorizar o protagonismo das juventudes acerca de suas identidades,


subjetivações, culturas, linguagens, educação, escola e cidadania;

. Favorecer a comunicação e o estreitamento das relações entre


educadores e jovens;
. Provocar reflexões acerca da função social da escola e de suas práticas
pedagógicas;

. Favorecer a aprendizagem significativa e crítica;

. Pensar soluções, ações interventivas que ressignifiquem a presença do


aluno na escola;

. Contextualizar o processo de ensino e aprendizagem para que faça


sentido ao jovem.
👪
2.3 Público a ser alcançado
 

Jovens estudantes do Ensino Fundamental II e EJA, professores,


educadores sociais, comunidade escolar.

2.4 Local de realização do projeto 


Propõe-se a realização do projeto na Escola Municipal Dinorah Magalhães Fabri,
localizada na Vila Cemig, periferia da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais,
Brasil.

Página web:
https://www.facebook.com/EscolaMunicipalDinorahMagalhaesFabri/
👪
2.5 Conteúdos abordados/ações realizadas

A proposta desta intervenção será aprofundar eixos temáticos por meio de Círculos de
Cultura, a fim de provocar a abertura do diálogo, a escuta e as reflexões entre os seus
participantes. Considerando a demanda da escola, do público alvo, e do território em
questão, foram definidos como Temas Geradores quatro grandes eixos temáticos, a
saber:

1. Tema Gerador: Juventudes - Educação e Escola


Problematização: Como é essa Escola, seus contextos, dificuldades e pontos fortes?
Como percebem a educação ofertada pela escola, quais são os processos educativos e
como eles têm influenciado na vida cotidiana de cada um?

👪
2. Tema Gerador: Juventudes - Identidades e diversidade
Problematização: Quem são os jovens e os educadores da Escola, como vivem, do
que gostam, o que temem, o que querem, como pensam, como são, quais os sonhos,
etc;

3.Tema Gerador: Juventudes – Culturas e Linguagens


Problematização: Como pensam, quais as linguagens, quais culturas, como expressam
os jovens e os educadores da Escola?

4. Tema Gerador: Juventudes - Escola e Cidadania


Problematização: Qual é a escola ideal de acordo com os jovens e os educadores?
Como construir esta escola? Quais as estratégias para a garantia de pertencimento de
todos os sujeitos na comunidade escolar?
 
Mas afinal o que é
Cultura?

–  "Cultura é algo vivo em transformação o tempo inteiro e fala da


vida de um lugar, de um território.”

     Mas a educação não é a guardiã da Cultura?


     - Ouçamos as juventudes. Acabemos com o preconceito!

     Mudemos paradigmas e façamos da educação um instrumento de


empoderamento social.

     Alimentando a reflexão, confiram:


VÍDEOS
youtube
(Pedagoginga - THIAGO
ELNIÑO – Ribeirão das
(CYPHER " Funk não é
Neves/MG)
Favela Vive 2 (Cypher) – ADL, Crime " - Mc Menor MR, Mc
https://www.youtube.com/wat
ch?v=EymHTV8HkiE&list=R BK, Funkero e MV Bill (Prod. Renan R5, Mc Guuh e Mc
DEymHTV8HkiE Índio) Bob Boladão ( OQ Produções
https://www.youtube.com/watch ) – São Paulo/SP
?v=XYvrwZmjXJY&list=RDXYvr https://www.youtube.com/wat
wZmjXJY ch?v=s8M1xajqAkg&list=RDs
(Noroeste Side - Do Lado de Ca 8M1xajqAkg
(Prod. Nerex) – BH/MG)
https://www.youtube.com/watch
?v=jdxmle1SwY0

Pensamos que enquanto a escola discriminar e recriminar as linguagens, expressões e


manifestações das juventudes estará renegando o futuro e continuará a reproduzir uma
educação do passado. Na linguagem deles: - “Bora pegar a visão!”
PARA CADA TEMA
GERADOR
ATIVIDADES
RECURSOS DIDÁTICOS

“Mística”, roda de conversa, dinâmicas


“Caixa de ferramentas” contendo
de grupo e jogos criativos, exposição de materiais variados - letras de músicas,
vídeos documentários, dramatizações, vídeos, áudio, baú com objetos variados
uma “caixa mágica” destinada para
interpretação e produção coletiva de exercícios teatrais e para exercícios de
textos e de manifestações de arte promoção da criatividade, painel, tinta
spray, celulares, post its coloridos,
urbana, sistematização e avaliação cartolinas, papel, tinta, lápis de cor,
processual. canetas, pinceis, cartões, imagens,
tecidos.  
ETAPAS
Equipe
Equipe interventora/pesquisadores: - Organização, planejamento das
ações e coordenação do projeto.
Desenvolvimento dos Círculos de Cultura: - Jovens, educadores,
estudantes, pesquisadores e representantes das parcerias;
Supervisão: Equipe Pedagógica do Instituto Paulo Freire.
 
Recursos financeiros
Parcerias e Editais de Fundações e Organizações Não Governamentais. 
 
Parcerias

Escola Municipal Dinorah Magalhães Fabri


Instituto Paulo Freire - Supervisão Pedagógica
Rede Comunitária Vila Cemig: - CRAS-PBH, Posto de Saúde, Programa
de Mediação de Conflitos , Urbel, Associação de Moradores da Vila
Cemig, Pastoral, Espaço Cultural e Escola de Aprendizado Livre Fubá
Café, Instituto Cultural e Ambiental Macunaíma, Projeto “Articulando
Redes, Fortalecendo Comunidades” – Extensão Psicologia Social-PUC
Minas; Coletivo de Ocupação Permanente FaE-UFMG.
OUTRAS POSSÍVEIS PARCERIAS

. Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte – EJA,
Programas: Escola Aberta e Escola Integrada, GDEC - Gerência de
Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania.

. Secretaria Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais – Programas


EDUCAÇÃO PARA A JUVENTUDE; DIREITOS HUMANOS,
DIVERSIDADE E INCLUSÃO - VALORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.

3
METODOLOGIA

Para este projeto definiu-se o Círculo de Cultura como


encaminhamento metodológico considerando na sua
organização didática a participação ativa, reflexiva e
dialógica dos sujeitos nos processos de construção de
redes colaborativas de aprendizagem, de produção de
conhecimentos e de projeções de ações coletivas.
O aporte metodológico considera a importância da reflexão a partir de
vivências práticas, a valorização do trabalho coletivo, o princípio do
aprender fazendo e a mobilização dos diferentes saberes e conhecimentos
de todos os envolvidos, a partir da vivência coletiva de situações
concretas, imprescindíveis para a promoção de uma aprendizagem
significativa.
Por meio de diferentes recursos didáticos e da aplicação de técnicas variadas
serão propostas, nos Círculos de Cultura, atividades como rodas de
conversa, “místicas” reconhecidas como técnicas de reconhecimento,
valoração, acolhimento e de sensibilização, exercícios de técnicas teatrais,
jogos cooperativos, dinâmicas de grupos, exibição de vídeos, produção
coletiva de textos, e manifestações de arte urbana.
Propõe-se, desta forma, quatro encontros onde serão realizados
os Círculos de Cultura, partindo dos temas geradores próprios.
Os encontros acontecerão aos sábados na escola e terão a
duração de 4 horas seguindo a estruturação desenhada no item
anterior.
ETAPAS
Equipe

1. Equipe interventora/pesquisadores: - Organização, planejamento das ações e


coordenação do projeto.
2. Desenvolvimento dos Círculos de Cultura: - Jovens, educadores, estudantes,
pesquisadores e representantes das parcerias;
3. Supervisão: Equipe Pedagógica do Instituto Paulo Freire.
 
Recursos financeiros
Parcerias e Editais de Fundações e Organizações Não Governamentais. 
 
Parcerias

. Escola Municipal Dinorah Magalhães Fabri

. Instituto Paulo Freire - Supervisão Pedagógica

. Rede Comunitária Vila Cemig: - CRAS-PBH, Posto de Saúde, Programa de


Mediação de Conflitos , Urbel, Associação de Moradores da Vila Cemig,
Pastoral, Espaço Cultural e Escola de Aprendizado Livre Fubá Café, Instituto
Cultural e Ambiental Macunaíma, Projeto “Articulando Redes, Fortalecendo
Comunidades” – Extensão Psicologia Social-PUC Minas; Coletivo de Ocupação
Permanente FaE-UFMG.
OUTRAS POSSÍVEIS PARCERIAS

. Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte – EJA,
Programas: Escola Aberta e Escola Integrada, GDEC - Gerência de
Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania.

. Secretaria Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais – Programas


EDUCAÇÃO PARA A JUVENTUDE; DIREITOS HUMANOS,
DIVERSIDADE E INCLUSÃO - VALORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.
FUNDAMENTAÇÃO
PARCERIAS
PLANO ESTRATÉGICO
BH 2030
Avaliação Processual

Paulo Freire em várias de suas obras especialmente, em Pedagogia da


Autonomia (1996), e em Medo e Ousadia - o cotidiano do professor
(FREIRE & SHOR, 1987), retrata uma relação indissociável, intrínseca e
vital entre a prática educativa e a avaliação. “Não é possível praticar sem
avaliar a prática” (FREIRE, 1996).
Saul (2008)

Para o autor a concepção de avaliação pensada por Freire centra-se no


objetivo transformador de uma trama conceitual formada pelos “saberes
necessários à prática educativa” (1996). Dessa forma, a avaliação está
articulada a estes saberes, principalmente, os que apontam para a
“disponibilidade para o diálogo, criticidade, respeito aos saberes dos
educandos, saber escutar, humildade, tolerância e convicção de que a
mudança é possível.” (SAUL, 2008, p. 62)
Assim, buscando conceber a avaliação processual em uma
perspectiva freireana, os critérios avaliativos serão baseados em
rubricas a seguir indicadas. A sistematização das avaliações será
realizada por meio de registros individuais e coletivos, tais como:
exposição em painel, confecção de diário de bordo, memorial, dentre
outros.
Rubricas avaliativas

. Compreensão das diferentes culturas como processo de mudanças e


adaptações;

. Identificação e análise da diversidade cultural, étnica e religiosa e das


identidades do grupo;

. Desconstrução das ideologias preconceituosas e discriminatórias que


interferem no funcionamento do grupo;

. Desenvolvimento de atitudes e valores para uma sociedade pluralista;


. Compreensão do conceito de cidadania e do processo histórico em que este foi
construído e a conquista de direitos humanos;

. Percepção da escola como espaço de atuação enquanto atores/sujeitos


responsáveis pela conquista e garantia de seus direitos;

. Reconhecimento na relação dialógica, permitindo o estreitamento das relações


entre os educadores e os jovens;

. Compreensão da função social da escola, bem como das suas práticas e a


importância de promover a aprendizagem significativa.
Materiais

Equipamentos necessários

. Materiais descritos nas atividades e recursos (Temas geradores e Círculos


de Cultura) item “Conteúdos a serem abordados”

. 3 Computadores, 1 projetor, 2 Caixas de som, 12 painéis/tapumes.


Resultados esperados

Acreditamos que, ao conhecer a diversidade da produção dos/as jovens moradores da Vila


Cemig e estudantes da Escola, é possível promover situações coletivas que tragam respostas às
problematizações, mudanças e rupturas de paradigmas. Além disso, o projeto de intervenção
propiciará uma cartografia - o desenho de um conjunto de ações específicas destinadas a
impulsionar mudanças no contexto educacional da Escola, consequentemente, no contexto
social da comunidade. De forma a favorecer aprendizagens significativas e críticas, esperamos
que essa ação educativa consiga cumprir os seus objetivos, reduzindo o abandono escolar
nessa comunidade, e para além, que suscite nos jovens estudantes e juventudes locais o
interesse pela escola, incentivando o retorno daqueles que abandonaram os estudos.
Desejamos que o presente projeto fortaleça as relações de afeto, alimente a
esperança, a alegria, a utopia ativa em busca da felicidade de todos os
envolvidos. Com mobilização, criatividade e autonomia, acreditamos que
com os resultados dessa ação os sujeitos poderão ressignificar não só o
espaço escolar, mas suas relações com si próprios, com o outro, com a escola
e com a sua comunidade.
 
“Ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura,
fora da boniteza e da alegria”. (FREIRE, 1996, p. 67)
4
CRONOGRAMA
Ano de 2018 - Duração: seis (6) meses, a partir da formalização de parcerias e da
captação de recursos. Serão realizados 4 (quatro) encontros mensais, de 4 horas de
duração, aos sábados contemplando dias letivos dentro do calendário escolar. O
primeiro mês será destinado ao planejamento e organização das atividades, em seguida
os quatro encontros mensais destinados aos Círculos de Cultura, sendo o último mês
reservado para a sistematização do trabalho pela equipe interventora e para a
devolutiva aos participantes.
ATIVIDADES 1º MÊS 2º MÊS 3º 4º MÊS 5º MÊS 6º MÊS
MÊS

Planejamento e organização das atividades X          


dos encontros semanais  

Encontros semanais com temas e atividades X X X X X X


estabelecidas no tópicos x

Círculos de cultura   X X X X X
Sistematização dos trabalhos         X X
Elaboração de parecer final           X
Relatório final           X
Planilha Orçamentária
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. In: Streck, Danilo R.; Redin, Euclides; Zitkoski (orgs.) Dicionário
Paulo Freire. - Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
 
DAYRELL, Juarez. (org,) Por uma Pedagogia das Juventudes: experiências educativas do
Observatório da Juventude da UFMG. - Belo Horizonte: Mazza Edições, 2016.
 
_____________ A Escola “Faz” as Juventudes? Reflexões em torno da Socialização Juvenil.
Educação e Sociedade, Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 1105-1128, out. 2007. Disponível
em <http://www.cedes.unicamp.br> e <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2228100> Acesso: 23
jan. 2018
 
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 20 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
_____________ Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 37. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
 
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia - o cotidiano do professor. São Paulo: Paz e Terra,
1987.
PASSOS, Luiz Augusto. In: Streck, Danilo R.; Redin, Euclides; Zitkoski (orgs.) Dicionário Paulo
Freire. - Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
 
PAIS, José Machado. Ganchos, tascos e biscates: jovens, trabalho e futuro. Porto:Ambar, 2003.
 
SAUL, Ana Maria. In: Streck, Danilo R.; Redin, Euclides; Zitkoski (orgs.) Dicionário Paulo Freire. -
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
 
SPOSITO Marilia Pontes; CARRANO, Paulo César Rodrigues. Juventudes e políticas públicas no
Brasil. In: DÁVILA LÉON, Oscar (org). Políticas públicas de juventud en América Latina: políticas
locales. - Viña del Mar: CIPDA, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.brpdf/rbedu/n24/n24a03>
Acesso em: 26 jan. 2018.
i BERRETTA, Fabiana Bartolo. Pedagoga, mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
professora e gestora pedagógica em Centro de Educação Infantil. fabiluci@hotmail.com

ii BRITO, Patrícia C. Duarte de. Pedagoga, educadora popular, professora, especialista em Docência e Gestão do Ens.
Superior, Análise Institucional e Saúde Mental respectivamente, pela UEMG, PUC-MG, Fundação Gregório Barenblitt e ESP-
MG. Leciona na Faculdade Fetremis/RS (EaD) e atua na Pedagogia Social em BH/Vila Cemig. padu@hotmail.com

iii CALABRIA, Ana Carla de A. Bacharel em Letras com Inglês Universidade Federal da Bahia (UFBA), Pós-graduada em
Educação Transdisciplinar e Desenvolvimento Humano (UFBA). Certificada com Overseas Teacher of English pela
Universidade de Cambridge. muller9@terra.com.br

iv GAMEZ, Luciano. Psicólogo, analista psicodramático pela Escola Paulista de Psicodrama, mestre em Engenharia Humana
pela Universidade do Minho e doutor em Engenharia de Produção pela UFSC. Atualmente é professor na Universidade Federal
de São Paulo - Unifesp, lotado no núcleo da Universidade. lucianogamez@gmail.com

v SIMEONI, Maria Cristina. Prof. Assistente no curso de Graduação em Educação Física-Licenciatura da UENP. Mestre em
Educação pela UEL. Coord. de Estágio do curso de Graduação em Educação Física-Licenciatura. Líder dos Grupos de
Pesquisa Criatividade e Ludicidade; Corporeidade e Educação Física Escolar. mcsimeoni@uenp.edu.br

Vi JÚNIOR, Jussaty Luciano Cordeiro. Doutor em estudos linguísticos pela FALE/UFMG (2014); Mestre em Estudos
Linguísticos pela FALE/UFMG (2008); Especialista em “História e Culturas Políticas” pela FAFICH/UFMG (2005); graduado em
História pela UNI/BH (2000); graduando em Letras pela UNICESUMAR. Atua como professor universitário em instituições
particulares de Belo Horizonte em diversos cursos de graduação e pós-graduação. Atuou no Programa do Governo Federal
PROJOVEM/Contagem e lecionnado também em escolas públicas e privadas nos níveis fundamental II e médio. Foi
coordenador de iniciação científica no Centro Universitário Newton Paiva, coordenando projetos junto à FAPEMIG e à CAPES.
jussaty@hotmail.com
Muito
Obrigada!

Perguntas?
Gostariam de apresentar esta proposta para a
sua escola e equipe?

@Patrícia Cássia Duarte


padu@hotmail.com

Você também pode gostar