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a um segundo conjunto, que é a documento que necessita ser interpretado
quantidade mínima de caracteres, critério para poder ser avaliado, dando ênfase não
este que tem uma influencia decisiva em só nos aspectos gráficos mas sim nos
toda evolução. O critério seguinte se refere aspectos construtivos.Ela ressalta ainda que
à variedade interna de caracteres,não basta a distinção entre desenhar e escrever e de
um certo número de grafias convencionais fundamental importância, pois ao desenhar
para que se possa ler, e necessário que se está no domínio de icônico; sendo
estes grafemas variem. importante por reproduzirem a forma do
objeto.
Em um primeiro momento a autora aborda,
a representação da Linguagem e o Ao escrever se está fora do icônico, sendo
processo de alfabetização, enfatizando a assim as formas dos grafismos não
importância dos dois pólos do processo de reproduzem as formas dos objetos.Segundo
ensino-aprendizagem (quem ensina e quem ela as crianças de um certo momento
aprende) e alerta para um terceiro item dedicam um grande esforço intelectual na
que deve ser levado em conta: a natureza construção de formas diferenciadas entre as
do objeto de conhecimento envolvendo escritas, essas diferenças são inicialmente
essa aprendizagem. intrafigurais e consiste em atribuir uma
significação a um texto escrito.
Seguindo sua análise a autora fala que a
escrita pode ser considerada como sistema Tais critérios se expressão pelo eixo
de representação da linguagem ou como quantitativo onde se atribui o mínimo de
código de transcrição gráfica das unidades três letras para que a escrita diga algo.E
sonoras, onde faz algumas considerações sobre o eixo qualitativo, como a variação
em que consiste essa diferença, na qual interna possa ser interpretada, ou seja, se o
diz que na codificação tanto os elementos escrito tem o tempo todo à escrita não
como as relações já estão predeterminadas, pode ser interpretado.O passo seguinte se
e no caso da criação de uma representação caracteriza pela busca de diferenciações
nem os elementos e nem as relações estão entre escritas para dizer “coisas diferentes”,
predeterminadas. começa assim a busca difícil e muito
elaborada de modo de diferenciação, que
resultam ser interfigurais.
A autora diz ainda que se a escrita e
concebida como sistema de representação,
sua aprendizagem se converte na Neste sentido as crianças exploram critérios
apropriação de um novo objeto de que lhes permitem, às vezes, variações
conhecimento, ou seja, em uma sobre o eixo quantitativo, variando a
aprendizagem conceitual, mas se a escrita quantidade de letras de uma escrita para
e concebida como código de transcrição, outra, e às vezes o eixo qualitativo,
sua aprendizagem é concreta ,como a variando o repertório de letras e até
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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refere à aprendizagem, no entanto, este aprendizagem(escrita), mostrando os
papel não deveria ser de dar inicialmente avanços ocorridos gradativamente durante
todas as chaves do sistema alfabético, mas todo processo. Em um primeiro momento
sim criar condições para que a criança as a criança escreve tudo com o mesmo
descubra por si mesma.Sendo assim o grafema repetindo-o várias vezes. Dois
professor deverá adaptar seu ponto de vista meses após já se pôde notar progressões,
ao da criança, estando sempre alerta sobre ela aprendeu a desenhar algumas letras,
o que deve ser levado em conta, como, alterando caracteres em uma palavra
por exemplo, menosprezar os escrevendo de modo mais convencional,
conhecimentos das crianças ao trabalhar apesar de não haver correspondência entre
somente com base na escrita, cópia e grafemas particulares e pauta sonora. Após
sonorização dos grafemas que considerar mais dois meses a progressão foi ainda
teligível a produção da escrita.Emília maior, pois ela havia ampliado seu
Ferreiro diz ainda que apesar da escola ser repertório de letras, aprendeu que para
uma instituição social para controlar o palavras diferentes deve-se usar letras
processo de aprendizagem e sendo assim a diferentes. Quase ao final do ano já era
aprendizagem deve realizar-se na escola, a capaz de escrever seu nome pronunciando
criança desde que nasce e construtora de silabicamente para si mesma. Concluiu-se
conhecimento. então que esta criança estava construindo
um sistema silábico de escrita, tendo assim
condições de relacionar a pauta sonora da
No entanto, para ela deve-se abandonar a
palavra: uma letra para cada sílaba.
idéia de que nosso modo de pensar é o
único, fazendo-nos adotar o ponto de vista
do sujeito em desenvolvimento.No caso da A segunda criança já começava a escola
leitura e escrita a dificuldade de adotar o de 1º grau sabendo desenhar seis letras
ponto de vista da criança foi tão grande a diferentes, onde usava este repertório para
ponto de ignorar as suas produções diferenciar palavras. Após dois meses já
escritas, que a pouco tempo eram apresentava a escrita silábica. Com mais
consideradas meras garatujas.Todavia existe dois meses essa criança já se encontrava
uma série de passos ordenados antes que a no período de transcrição que denomina-se
criança compreenda a natureza do sistema silábico-alfabetico. A autora esclarece que
alfabético de escrita e que cada passo esta escrita e considerada tradicionalmente
caracteriza-se por esquemas conceituais como omissão de letras, olhando pelo
específicos, cujo desenvolvimento e ponto de vista da escrita adulta, mas vista
transformação consistem em um principal do sujeito em desenvolvimento, esse tipo
objetivo de estudo. de escrita é considerada “acréscimo de
letras”. No entanto ao final do ano a
criança já escrevia alfabeticamente.
Emilia ferreiro deixa clara a sua preocupação
com o desenvolvimento da leitura-escrita
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tanto pelo lado teórico quanto pelo lado Dando seqüência Emília Ferreiro relata
prático. Segundo ela o analfabetismo ainda uma pesquisa realizada por ela, com
hoje é um grave problema e cabe o propósito de descrever o processo de
sistema ser mais sensível aos problemas aprendizagem que ocorre nas crianças
das crianças e mais eficientes para resolvê- fracassadas. Onde enfatiza a evolução das
los, se quisermos reverter esse quadro. produções escritas feitas por elas.
Demonstra ainda sua atenção às crianças
que tiveram possibilidades limitadas de
A pesquisa começou com 959 crianças e
estarem rodeadas por materiais escritos e
foi finalizada com 886 dessas mesmas
de serem seus usuários .Em seguida a
crianças que foram submetidas a entrevistas
autora da exemplos de crianças que foram
individuais. Em cada entrevista foi
submetidas ao processo de ensino
proposta a criança quatro palavras dentro
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de um dado campo semântico com uma mantendo contato desde cedo informações
variação sistemática no número de sílabas. das mais variadas procedências como:
cartazes de rua, embalagens, livros,
revistas, etc.
Pôde-se notar que 80% dessas crianças, no
início do ano escolar, escreviam sem Sendo assim a criança não entra na escola
estabelecer qualquer correspondência entre sem nenhum conhecimento sobre o sistema
pauta sonora da palavra e a representação de leitura e escrita. Diz ainda que é
escrita, nem correspondência necessário uma imaginação pedagógica para
qualitativa/quantitativa. Assim a autora dar as crianças oportunidades ricas e
segue sua análise sobre a pesquisa variadas de interagir com a linguagem
realizada utilizando uma tabela que da escrita.Finaliza dizendo que é necessário
ênfase aos padrões evolutivos que a entender que a aprendizagem da linguagem
criança percorre onde faz observações escrita é muito mais que a aprendizagem
sobre os diferentes níveis de escrita, de um código de transcrição: é a
demonstrando quanto por cento das construção de um sistema de representação.
crianças entrevistadas se encaixam em cada
nível. COM TODAS AS LETRAS
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principais de um texto, ou mesmo
A promoção automática cria uma bola de distinguir se estão de acordo ou não.
neve: se a criança não aprendeu o básico,
não aprenderá o mais difícil. Na verdade, A fim de conseguir uma alfabetização de
as crianças são facilmente alfabetizáveis, melhor qualidade, inclusive para as
pois gostam de aprender coisas novas. Mas crianças marginalizadas, alguns dos
sua curiosidade não é estimulada quando principais objetivos são levar à leitura
são obrigadas a copiar! compreensiva de diversos tipos de textos, e
à curiosidade diante das representações
O ideal é que aprendam a escrever como escritas da língua. Dessa forma, dentro de
aprendem a falar: imitando, sendo dois anos, a maioria das dúvidas
incentivadas desde cedo, cometendo erros. manifestadas pelas crianças será sobre
Não deve ser negado aos pequenos o sinais e ortografia. Mas essas dúvidas
contato com livros, jornais, revistas, devem estar dentro de um contexto; do
panfletos, listas de compras, cartas, pois é contrário, a alfabetização estará ainda
só assim que eles compreendem a função, sendo deficiente.
o motivo pelo qual se escreve. As variações culturais quanto à pronúncia
devem ser respeitadas tanto quanto as
construções da escrita a partir da
A instituição escolar apoderou-se da escrita
pronúncia. O contrário é mais um fator de
de tal maneira que não é explicitado para
discriminação.
quê ela serve. E as crianças que não têm
acesso a jornais, livros e outros A autora prossegue classificando em três
instrumentos citados não sabem por quê tipos os materiais que facilitam as ações
devem aprender a escrever. Ocultando essa de alfabetização:
informação, a escola discrimina e
prejudica. Práticas mecanicistas são capazes • os dirigidos aos professores, que não
mesmo de criar traumas nos jovens devem ser levados a sério se seguirem
aprendizes. E por isso as campanhas de o modelo “receita de bolo”, que está
alfabetização de adultos nem sempre são na moda;
bem sucedidas: a exaustiva aprendizagem • os materiais para ler, essenciais
de uma técnica não coerente com o principalmente em regiões carentes
cotidiano não atrai. e/ou rurais, que demonstrem as
diversas funções da escrita, transmitam
E enquanto as crianças mais pobres conhecimentos reais (ao contrário das
continuarem a ser discriminadas pelo frases prontas e vazias das cartilhas),
método – portanto, expulsas da escola –, estimulem a exploração e a
mais teremos adultos analfabetos e classificação, além de possibilitar
indispostos a uma nova submissão ao reflexão crítica e debates sobre as
sistema escolar. Já que as crianças estão informações; ü os materiais para
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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oficial fala de quantidade de escolas outras dificuldades. Esta medida parece
inauguradas, o discurso da denúncia contar com a opinião favorável de todos
enfatiza a má qualidade dessas construções os setores: os professores estão de acordo,
ou desses locais improvisados que carecem porque assim conseguem aliviar as classes
do indispensável para a realização de ações superlotadas ou livrar-se dos alunos mais
propriamente educativas. difíceis; os profissionais (psicólogos e
terapeutas) estão de acordo porque se abre
para eles um mercado de trabalho: a
Onde o discurso oficial fala de quantidade
opinião pública é de que nesses serviços,
de crianças matriculadas, a denúncia fala
tão especializados, se oferece certamente
de classes superlotadas, professores mal
uma educação de “boa qualidade”. A
pagos e poucas horas de permanência na
primeira dificuldade desta alternativa tão
escola.Como pesquisadora Ferreiro tenta
bem recebida é no aspecto econômico;
ajustar-me aos requisitos elementares de
esses serviços encarecem muitíssimo o
meu ofício, ao falar de um tema ao qual
custo do atendimento educacional por
venho dedicando mais de dez anos
aluno: são, portanto, impossíveis de ser
seguidos de trabalho. Como latino-
considerados como uma medida
americana, não posso deixar de lado a
generalizada em países endividados, que
indignação que deve provocar em nós a
apenas podem pensar em expandir os
análise da situação da alfabetização na
empobrecidos serviços educativos de caráter
região.
geral.
INCORPORAÇÃO, RETENÇÃO E
A segunda dificuldade é talvez a mais
REPETÊNCIA. séria: quando a criança é enviada a esses
Primeiro objetivo do Projeto Principal: sistemas especializados (geralmente
“Conseguir, antes de 1999, a escolarização denominados “educação especial”) adota-se,
de todas as crianças em idade escolar, com isso, uma atitude semelhante à que se
oferecendo-lhes uma educação geral adota frente às crianças realmente
mínima com duração de 8 a 10 anos”.É “especiais” ou “atípicas” (os deficientes
importante considerar que, devido às altas sensoriais, por exemplo).
taxas de crescimento populacional existente
em vários países da região, o aumento da ASPECTOS QUALITATIVOS DA
matrícula na primeira série resulta de
ALFABETIZAÇÃO
esforços notáveis e persistentes. Por
exemplo, o México passa de uma Ferreiro destaca que a alfabetização parece
população de 1° Grau de aproximadamente enfrentar-se com um dilema: ao estender o
7 milhões, em 1965, a 9 250 000 em alcance dos serviços educativos, baixa-se a
1970, 15 milhões em 1980 e 15 400 000 qualidade, e se consegue apenas um
em 1983. Nesses mesmos anos o Brasil "mínimo de alfabetização". Isso é alcançar
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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e, portanto, geram diferentes expectativas a língua espanhola, os grupos privilegiados
respeito do que se pode encontrar por da população se alfabetizam sem
escrito nos múltiplos objetos sociais que dificuldade, apesar das marcadas diferenças
são portadores de escrita (livros diversos, dialetais que existem entre as chamadas
jornais, cartas, embalagens de produtos “formas cultas” de fala desses diferentes
comestíveis ou de medicamentos, cartazes países.
na rua etc.);- leitura compreensiva de Toda escrita alfabética tem como princípio
textos que correspondem a diferentes fundamental marcar as diferenças sonoras
registros de língua escrita (textos através de diferenças gráficas, mas no
narrativos, informativos, jornalísticos, desenrolar histórico se produzem
instruções, cartas, recados, listas etc.) inevitavelmente defasagens entre esse
enfatizando a leitura silenciosa mais que a princípio geral e as realizações concretas
oralidade convencional;- produção de textos dos usuários.Isto se dá por duas razões: a
respeitando os modos de organização da primeira tem a ver com uma variável
língua escrita que correspondem a esses temporal - as ortografias das línguas
diferentes registros;- atitude de curiosidade escritas evoluem muito mais lentamente do
e falta de medo diante da língua escrita. que a fala; a segunda razão é de caráter
espacial na medida em que uma língua se
AS DIFICULDADES DESNECESSÁRIAS estende a um número crescente de usuários
dispersos numa área geográfica ampla,
E SEU PAPEL DISCRIMINADOR
surgem variantes dialetais que se
Ferreiro destaca que as crianças são distanciam em maior ou menor medida do
facilmente alfabetizáveis desde que que se representa por escrito.As pesquisas
descubram, através de contextos sociais sobre os processos de aquisição da língua
funcionais, que a escrita é um objeto oral mostram claramente que a repetição
interessante que merece ser conhecido desempenha um papel muito limitado nesse
(como tantos outros objetos da realidade processo.
aos quais dedicam seus melhores esforços Sabemos que as crianças aprendem muito
intelectuais). mais construindo do que repetindo o que
São os adultos que têm dificultado o os outros disseram. Em língua escrita esses
processo imaginando seqüências idealizadas processos de construção estão proibidos.
de progressão cumulativa, estimulando Nenhuma das metodologias tradicionais,
modos idealizados de fala que estariam ainda em voga na região, cogita que,
ligados à escrita e construindo definições desde o início do processo de
de “fácil” e de “difícil”, que nunca alfabetização, as crianças possam escrever
levaram em conta de que maneira se palavras que nunca antes copiaram, e que
define o fácil e o difícil para o ator essas tentativas para construir uma
principal da aprendizagem: a criança. representação são tão importantes nessa
Tudo isso tomou o processo mais difícil aprendizagem como as tentativas para dizer
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do que deveria ser, produziu fracassos algo em língua oral. Nenhuma dessas
escolares desnecessários, estigmatizou uma metodologias pensa em dar instrumento ao
grande parte da população e transformou a professor para saber ler - quer dizer,
experiência de alfabetização em uma interpretar - essas produções infantis, para
experiência literalmente traumática para poder traduzi-las sem desqualificá-las (tal
muitas crianças. como fazemos na língua oral, onde
Para Ferreiro, não há nenhuma prova tratamos de entender o que a criança
empírica que permita concluir que é disse, dizendo-a a nossa maneira, sem
necessário certo tipo de pronúncia para ter necessidade de desqualificar sua emissão
acesso à língua escrita. Melhor dizendo, a com um “Você não sabe falar!”).
experiência empírica mostra o contrário: A escrita lhes apresenta desafios
nos diferentes países latino-americanos de intelectuais, problemas que terão que
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
falar é necessário ter acesso à língua oral) os objetivos da pré-escola com respeito à
e é isso que está ausentes nas famosas alfabetização. Não se trata, nesse nível,
cartilhas ou manuais "para aprender a nem de adotaras práticas ruins da escola
ler".Para Ferreiro, as seqüências didáticas primária, seguindo este ou aquele método
tradicionais baseiam-se em uma série de de ensinar a ler e a escrever, nem de
falsos pressupostos que se mantêm com a manter as crianças assepticamente afastadas
inércia dos hábitos adquiridos e que de todo o contato com a língua escrita.
resistem a qualquer análise racional. Não
seria demasiado grave se não fosse porque Esta é uma falsa dicotomia que se
essas didáticas tomam ainda mais difícil o expressa na famosa pergunta: deve se
processo para quem a escolarização já é ensinar a ler e a escrever na pré-escola ou
uma empresa de "alto risco". não? Minha resposta é simples: não se
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deve ensinar, porém deve-se permitir que a sua voz.Há uma consciência crescente da
criança aprenda. importância da educação básica e do mais
básico na educação: a alfabetização. Mas
há também um risco de regressar à
EXPERIÊNCIAS ALTERNATIVAS DE
concepção da alfabetização como algo
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS demasiado elementar, isto é, mínimos
As experiências alternativas de rudimentos de decodificação. Há uma
alfabetização de crianças, cujo consciência crescente sobre a
desenvolvimento tenho seguido, impossibilidade de aceitar as taxas de
atentamente, utilizam como informação repetência que existem em nossa região.
básica as descobertas sobre a psicogênese
da língua escrita na criança, resultado de Não importa que os argumentos atuais
trabalhos de pesquisa que inicie em 1974 sejam basicamente econômicos, desde que
junto com Ana Teberosky e um grupo de sirvam para recordar-nos que, se a escola
colegas, e que logo receberam ampla não gera aprendizagem, não pode justificar-
confirmação em diferentes países e línguas. se como instituição social. Há um risco
sério de continuar gerando desigualdades
Apesar de variar enormemente entre si, através de velhos e novos esquemas de
essas experiências compartilham os competitividade, eficiência e modernidade.
objetivos da alfabetização antes enunciados No entanto, existe também um sólido
e algumas propostas fundamentais sobre o pensamento teórico sobre a natureza da
processo de alfabetização que indicarei alfabetização, ao qual estão contribuindo
esquematicamente: lingüistas, historiadores, antropólogos,
psicólogos, sociólogos e educadores.
a) Restituir à língua escrita seu caráter de
objeto social Esta nova visão multidisciplinar sobre a
b) Desde o início (inclusive na pré- alfabetização não permite retornar a uma
escola) aceita-se que todos na escola visão supersimplificadora e profundamente
podem produzir e interpretar escritas, equivocada sobre o processo de
cada qual em seu nível. alfabetização.
c) Permite-se e estimula-se que as
crianças tenham interação com a língua Particularmente em nossos países
escrita, nos mais variados contextos. empobrecidos, e especialmente nos setores
d) Permite-se o acesso o quanto antes mais pobres de nossos países, os objetivos
possível à escrita do nome próprio da alfabetização devem ser mais
ambiciosos.
e) Não se supervaloriza a criança,
supondo que de imediato compreenderá
a relação entre a escrita e a Se as crianças crescem em comunidade
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
com métodos arcaicos terras empobrecidas; com um ação assistencial do Estado, que
o analfabetismo se concentra nas se limita a dar o mínimo necessário (e,
populações indígenas (também camponesas) freqüentemente, bem abaixo do mínimo
que falam alguma das muitas línguas requerido para manter os níveis de
originárias do continente, mas que não subsistência e funcionamento social
possuem recursos próprios para grafar sua degradado dessa parcela da população).
própria língua. A orientação das políticas
de alfabetização
Para ela, é preciso denunciar muito
claramente e tantas vezes quantas forem
Há ainda muito por fazer no plano do necessárias, até criar uma consciência
diagnóstico e orientação das políticas para pública de que não é possível alcançar os
que se tome consciência da gravidade da objetivos educativos colocados para o final
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do século XX se não se modificar b) Os pré-requisitos como problema
rapidamente a própria concepção da teórico
alfabetização. É aqui onde há muito a ser Para Ferreiro, se pensarmos agora no
dito com respeito ao desenvolvimento problema dos pré-requisitos como um
teórico relativo aos processos de problema teórico, veremos de imediato
alfabetização. delinearem-se duas maneiras muito
diferentes de defini-lo, segundo a
ALGUNS PROBLEMAS TEÓRICOS perspectiva teórica adotada.
VINCULADOS À ALFABETIZAÇÃO O estudo dos pré-requisitos, no sentido dos
antecessores de aquisições posteriores no
Há domínios para os quais ninguém processo de desenvolvimento, é de extrema
pergunta se a criança está ou não “pronta” importância em geral, e é essencial numa
ou “madura” para iniciar essa perspectiva psicogenética construtivista.Os
aprendizagem. O acesso ao computador é, trabalhos sobre a relação entre consciência
hoje em dia, um deles: há programas de fonológica e leitura, que se ocupam da
iniciação ao uso do computador (não a incidência da ação escolar, contrastam
programação) para adultos profissionais e crianças que estão submetidas a diferentes
para crianças de pré-escola. Dada a metodologias de ensino da leitura
velocidade com que está tecnologia (fundamentalmente métodos globais versus
ingressou na vida moderna, parece haver métodos analíticos).
consciência de que “quanto antes, melhor”.
Isto também é reduzir um problema muito
Na medida em que não há ainda
mais complexo a um só de seus
parâmetros claros com relação ao tempo
ingredientes. O método que o professor
adequado para utilizá-lo produtivamente, e
segue é apenas um dos ingredientes da
na medida em que não faz parte do
maneira como o objeto social “língua
currículo escolar, a noção de “fracasso na
escrita” é apresentado no contexto
aprendizagem” ainda não está instaurada.O
escolar.O conhecimento das funções sociais
problema dos pré-requisitos para uma
da escrita é “natural” em crianças cujos
aprendizagem coloca-se de diferentes
pais são alfabetizados, mas não tem nada
maneiras:
de “natural” em outras, que não tiveram as
(a) apresenta-se como uma noção escolar, mesmas oportunidades sociais de interagir
como algo que uma criança "tem" ou com os diferentes tipos de objetos sociais
"não tem", e que é avaliada mediante que portam marcas escritas, que não
provas psicológicas ou tiveram oportunidades de participar de
psicopedagógicas; ações sociais (literacy events) em que
(b) é visto como um problema teórico. outros indivíduos utilizam a língua escrita,
lendo ou escrevendo com propósitos
a) Os pré-requisitos como problema definidos. Ocultando essas funções sociais,
escolar apresentando a língua escrita como um
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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corno errôneas porque são “... Quer para diminuir a repetência como
sobregeneralizadas, sendo pertinentes apenas para aumentar a permanência na escola
em alguns casos, ou de idéias que (pelo menos na medida em que esta se vê
necessitam ser diferenciadas ou afetada pela repetência) propuseram-se duas
coordenadas, ou, as vezes, idéias que soluções principais: promoção automática e
geram conflitos, que por sua vez ampliação dos serviços especializados de
desempenham papel de primeira apoio. (...) a causa fundamental de
importância na evolução. repetência desse primeiro ano escolar, é a
não aquisição de rudimentos de leitura e
de escrita “. Página 13”.
Alguns desses conflitos entendemos muito
bem; esperamos entender melhor outros em “A promoção automática tem sérios
um futuro não muito distante. Os processes oponentes dentro e fora das fileiras do
de construção sempre supõem reconstrução: magistério: eles sustentam que é uma
no entanto, o que e que se reconstrói? E medida que leva a” baixar a qualidade de
precise reconstruir um saber construído em ensino “. Página 13”.
certo domínio para aplicá-lo a outro; ha “A criação de serviços de atendimento
reconstrução de um saber construído especializado como solução alternativa gera
previamente com respeito a um domínio outras dificuldades (...) A primeira
especifico para poder adquirir outros dificuldade desta alternativa tão bem
conhecimentos do mesmo domínio que, de recebida é no aspecto econômico; esses
algum modo, tem sido registrados sem serviços encarecem muitíssimo o custo do
poder ser compreendidos; também ha atendimento educacional por aluno...”
reconstrução do conhecimento da língua Página 14.
oral que a criança tem para poder utilizá- “A segunda dificuldade é talvez a mais
lo no domínio da escrita. séria: quando a criança é enviada a esses
sistemas especializados (...) trata-se à
criança como se ela levasse consigo a
FICHAMENTO DO LIVRO: “COM causa de seu próprio transtorno. A
TODAS AS LETRAS” instituição escolar fica livre de
responsabilidade (...) não conheço casos
Emília Ferreiro onde o encaminhamento dessas crianças a
um sistema de educação especial não
“Em dezembro de 1979 realizou-se na
cumpra uma função discriminatória”.Página
Cidade do México uma Conferência (...)
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que deu origem ao que se conhece por
Projeto Principal de Educação para “Ninguém nega que a repetência dos
América Latina e Caribe”. Página 07 alunos e que a interrupção de seus estudos
respondem, em primeiro lugar, a fatores de
“Primeiro objetivo do Projeto Principal:”
discriminação social existentes fora da
Conseguir antes de 1999, a escolarização
escola. Porém, é importante considerar com
de todas as crianças em idade escolar,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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“... Há crianças que chegam a escola representa a língua, e não a fala. Qualquer
sabendo que a escrita serve para escrever intenção de justificar a ortografia a partir
coisas inteligentes, divertidas ou da pronuncia leva a desprezar as variantes
importantes. Essas são as que terminam de de fala das crianças das populações
alfabetizar-se na escola, mas começaram a socialmente marginalizadas, e a dificultar
alfabetizar-se muito antes, através da sua aprendizagem. (...) a correção
possibilidade de entrar em contato, de ortográfica não pode ser exigida nas
interagir com a língua escrita”.Página 23. primeiras etapas da alfabetização, com o
“... Há uma diferença substancial entre risco de distorcer o processo desde o
apontar, como objetivo da alfabetização, a início”.Página 27.
aquisição de uma técnica de transcrição de “... o processo de aprendizagem é visto
formas sonoras, e apontar, como objetivo, fundamentalmente como um processo
a compreensão do modo de representação cumulativo de informações...” Página 28.
da linguagem que corresponde a um “... o processo de aquisição da língua oral
sistema alfabético de escrita, seus usos (...) se trata de uma aprendizagem extra-
sociais e a construção e compreensão de escolar. A nenhuma mãe ocorre oculta de
textos coerentes e coesos”.Página 25. seu filho certos fonemas da língua porque
“As crianças são facilmente alfabetizáveis, são difíceis: elas falam e cantam para seus
desde que descubram, através de contextos filhos sem se preocupar em saber quais
sociais funcionais, que a escrita é um fonemas estão apresentando e em que
objeto interessante que merece ser ordem o estão fazendo (...) ninguém nega
conhecido...” Página 25. as crianças acesso à informação lingüística
“São os adultos que tem dificultado o antes que sejam falantes; ninguém propõe
processo imaginando seqüências idealizadas um plano de apresentação dessa informação
de progressão cumulativa, estimulando lingüística em uma seqüência
modos idealizados de fala que estariam predeterminada. Essa informação lingüística
ligados à escrita e construindo definições se apresenta em contextos funcionais, o
de” fácil “e de” difícil “(...) Tudo isso (...) que permite que a criança construa
produziu fracassos escolares desnecessários, significados plausíveis para os sons
estigmatizou uma grande parte da emitidos”.Página 29.
população e transformou a experiência de “As seqüências pedagógicas a respeito da
alfabetização em uma experiência língua escrita procedem de uma maneira
literalmente traumática para muitas completamente oposta (...) nega-se acesso à
crianças”.Página 25 informação lingüística até que se tenham
“... despreza-se o modo de fala das cumprido os rituais de iniciação; não se
crianças de grupos socialmente permite a criança” escutar a língua escrita
marginalizados como inconveniente para “(em seus diferentes registros) até que a
dar acesso à escrita. É preciso enfatizar mesma não possa ler; a língua escrita se
que o preconceito lingüístico é um dos apresenta fora do contexto...” Página 29.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
criança, mas não mais difícil que outros perceptivo-motor enquanto aquelas que
processos de aquisição de conhecimento. È freqüentam instituições pré-escolares de
um processo que exige acesso à caráter privado e com elevadas taxas de
informação socialmente veiculada, já que matrícula devem se alfabetizar antes de
muitas das propriedades da língua escrita terminar a pré-escola”.Página 37.
só se podem descobrir através de outros “Poder-se-ia caracterizar a situação nestes
informantes e da participação em atos termos :poucas crianças pobres da região
sociais onde a escrita sirva para fins que freqüentam as pré escolas oficiais são
específicos (...) A escrita lhes apresenta impedidas de aproximar-se da língua
desafios intelectuais, problemas que terão escrita; a maioria das crianças ricas da
que resolver, precisamente para chegar a região que freqüentam as pré - escolas
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particulares são obrigadas a alfabetizar-se a) “Restituir a língua escrita seu caráter
antes dos 6 ou 7 anos.” Página 38. de objeto social: (...) usa-se a língua
“... necessitam redefinir-se os objetivos da escrita em contextos funcionais(...); o
pré-escola com respeito a alfabetização. lugar de trabalho tem caráter de
Não se trata, nesse nível, nem de adotar “ambiente alfabetizador”, com toda
as práticas ruins da escola primária, espécie de materiais escritos e, além
seguindo este ou aquele método de ensinar disso, uma área o um canto de leitura;
a ler e a escrever, nem de manter as não só se deixam entrar os escritos
crianças assepticamente afastadas de todo que estão nas casas das crianças ou na
contato com a língua escrita.Esta é uma comunidade, mas se sai em busca
falsa dicotomia que se expressa na famosa deles, percorrendo as imediações pra
pergunta: deve se ensinar a ler e a descobrir onde há algo escrito,
escrever na pré-escola ou não?Minha perguntar porque foi escrito, antecipar
resposta é simples: não se deve ensinar, o que poderá significar e, por ultimo
porem deve-se permitir que a criança lê-lo.”Página 45.
aprenda.”Página 38. b) “Desde o início (inclusive na pré-
“Qual é a única maneira de permitir a escola) aceita-se que todos na escola
alguém - criança ou adulto - que aprenda podem produzir e interpretar escritas,
algo a respeito de certo objeto do cada qual em seu nível: O professor
conhecimento? Permitir-lhe que entre em produz e interpreta como o fazem os
contato, que interaja com esse adultos alfabetizados e as crianças o
objeto”.Página 38. fazem no nível de conceituação que
estejam elaborando. A atitude que se
“... não é obrigatório dar aulas de
adota é similar a que corresponde à
alfabetização na pré-escola, porém é
aprendizagem da língua oral ou a
possível dar múltiplas oportunidades para
aprendizagem do desenho...” Página 45.
ver a professora ler e escrever; para
explorar semelhanças e diferenças entre c) “Permite-se e estimula-se que as
textos escritos; para explorar o espaço crianças tenham interação com a
gráfico e distinguir entre desenho e escrita; língua escrita, nos mais variados
para perguntar e ser respondido; para contextos: (...) o professor deixa de ser
atentar copiar ou construir uma escrita; o único que sabe algo na sala de aula
para manifestar sua curiosidade em (todos sabem algo, cada qual em seu
compreender essas marcas estranhas que os nível).” Página 46.
adultos põem nos mais diversos d) “Permite-se o acesso o quanto antes
objetos”.Página 39. possível à escrita do nome
“Contra-argumento: não se pode permitir a próprio”.Página 46.
criança que entre em contato com um e) “Não se supervaloriza a criança,
objeto antes de ter condições necessárias supondo que de imediato compreenderá
de” maturidade “(...) De nenhuma maneira a relação entre a escrita e a
Educador de Creche (12.0207.1053.009)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
resistem à mudança (...) e que aprendem possível imaginar estratégias para não
mais lentamente que os alunos (...) deixa-lo só e ajuda-lo a mudar sua prática,
Incluindo um acompanhamento regular, a apelando para a sua inteligência...” Página
maioria dos projetos que conheço levam 52.
cerca de dois anos para que um professor “Há um risco sério de continuara gerando
possa (...) reprofissionalizar-se”.Página 50. desigualdades através de velhos e novos
esquemas de competitividade, eficiência e
“O que acontece se incluirmos as crianças modernidade. No entanto, existe também
como agentes capacitadores do professor? um sólido pensamento teórico sobre a
A capacitação é geralmente vista como um natureza da alfabetização (...) Esta nova
ato de caráter vertical, onde alguém mais visão multidisciplinar sobre a alfabetização
competente transmite informações a outros não permite retornar a uma visão
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supersimplificadora e profundamente privatização que se observa em quase
equivocada sobre o processo de todos os paises da região: o Estado delega
alfabetização”.Página 53. ao setor privado a maior parte de suas
“... Alguém que pode colocar no papel obrigações e retém somente aquelas do
suas próprias palavras é alguém que não tipo” assistencial “para que os setores cujo
tem medo de falar em voz alta”.Página 54. poder aquisitivo não lhe permite pagar por
um serviço necessário. A noção de” direito
“Necessitamos que muitos mais tenham a
à saúde, moradia e educação “perde assim
capacidade de dizer-nos por escrito quem
seu sentido global...” Página 59.
são, para manter a diversidade cultural que
é parte da riqueza de nosso mundo (...)
Não esqueçamos a diversidade cultural. A “... Os cursos de alfabetização de adultos
alfabetização pode e deve contribuir para a nutrem-se abundantemente dessas crianças
compreensão, difusão e enriquecimento de mal-alfabetizadas pela escola pública,
nossa própria diversidade, histórica e dessas que ano após ano foram reprovadas,
atual”.Página 54. acumulando vergonhas, sanções e rejeições,
“... analfabetismo e pobreza caminham mas não conhecimentos”. Pagino 59.
juntos, não são fenômenos independentes;
analfabetismo e marginalização social “É preciso denunciar muito claramente e
caminham juntos, não são fenômenos tantas vezes quantas forem necessárias, até
independentes. O analfabetismo dos pais criar uma consciência publica de que não
está relacionado com o fracasso escolar de é possível alcançar objetivos educativos
seus filhos”.Página 56. colocados para o final do século XX se
“Há ainda muito por fazer no plano do não modificar rapidamente a própria
diagnóstico e orientação das políticas para concepção de alfabetização”.Página 60.
que se tome consciência da gravidade da
situação e do escândalo de certas “... há uma diferença fundamental entre a
conjunturas. Para restabelecer a necessidade concepção tradicional, que considera que o
da indignação do que fala Paulo Freire”. primeiro passo na aquisição da língua
Página 56. escrita é a aquisição de uma técnica de
codificação/decodificação, e a caracterização
“Sabemos perfeitamente que o conjunto de desse processo de aquisição com a
conhecimentos que um indivíduo adquire compreensão de um modo particular de
no curso de seu desenvolvimento depende representação da linguagem”.Página 60.
das exigências do meio cultural em que “Há domínios para os quais ninguém
cresce (...) Por esse motivo não faz pergunta se a criança está ou não” pronta
sentido caracterizar o adulto ou a criança “ou” madura “para iniciar essa
como um ‘carente”.Página 57. aprendizagem”. Página 60.
“... O funcionamento da sociedade global
requer indivíduos alfabetizados; portanto, os
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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real existe fora do sujeito, no entanto é a diferença de posição das letras e as
preciso reconstruí-lo para conquista-lo. È combinações das mesmas”.Página 84.
precisamente isso o que temos descoberto
que as crianças fazem com a língua “A fonetização da escrita se inicia quando
escrita: tem que reconstruí-la para poderem as crianças começam a buscar uma relação
apropriar-se dela”.Página 78. entre o que se escreve e os aspectos
sonoros da fala”.Página 85.
“... um processo de construção envolve
processos de reconstrução e que os “É importante também (...) a possibilidade
processos e coordenação, integração, de ver de forma positiva muitas coisas que
diferenciação, etc. também são processos antes se viam somente como
construtivos”.Pagina 79. negativas”.Página 87. “Os processos de
construção sempre supõem reconstrução; no
“... Geralmente não se pode dizer nada entanto, o que é que se reconstrói? É
frente a uma única escrita produzida por preciso reconstruir um saber construído em
uma criança pequena, e muito menos certo domínio para aplicá-lo a outro...”
frente a uma só escrita; é preciso cotejar página 87.
uma serie de produções escritas e conhecer
as condições de produção, o processo de “... esse” saber fazer “em nível oral deve
produção e a interpretação final dada pelo ser reelaborado, que é preciso redescobrir
sujeito”. Pagina 80. a utilidade da sílaba para resolver um
problema da escrita, para saber qual é o
“Em uma visão construtivista o que valor das partes de um todo no processo
interessa é a lógica do erro: trata-se ás de construção”.Página 93.
vezes de idéias que não são erradas em si
mesmas, mas aprecem como errôneas
porque são sobregeneralizadas, sendo
pertinentes apenas em alguns casos...”
Página 82.
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