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SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA, A beleza da Liturgia. Propostas para celebrações
dignas, 1.ª ed., ed. Secretariado Nacional de Liturgia, Fátima 2012, pg. 105 [resposta 62]; A beleza da Liturgia,
2.ª ed., ed. Secretariado Nacional de Liturgia, Fátima 2015, pg. 154 [resposta 97].
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Neste sentido, diz também um autor: “Outra coisa que se vê muito
quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre
faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a Missa,
fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou
orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio
ministerial. Só os padres estendem as mãos […]. Os gestos externos do padre
na Santa Missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem
designado que intercede por eles […]. Os gestos na Missa são precisos, tanto
para o padre quanto para os fiéis; cada um faz a sua parte e os fiéis não devem
copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na Missa são as suas
respostas, o seu canto e as suas posturas. Tanto o gesto de dar as mãos, como o
de levantar as mãos, ao rezar o Pai-Nosso, são, nos fiéis, práticas não litúrgicas
que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no Missal, tampouco
correspondem a uma liturgia correta. Os fiéis não devem repetir, nem com
palavras, nem com ações, o que o padre faz, ao presidir a assembleia
litúrgica”2.
Não se esqueça que a sagrada liturgia católica deve ser sempre bem
celebrada, não incluindo ou acrescentando, por um lado, palavras e gestos que
nela não fazem parte, nem, por outro, negligenciando ou menosprezando
palavras e gestos que a ela pertencem, de acordo com o notável princípio
litúrgico dimanado do Concílio Ecuménico Vaticano II (1962-1965): “Ninguém
mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir
ou mudar seja o que for em matéria litúrgica”3.
Assegurou o Papa São João Paulo II: “A Liturgia é ação de todo o Corpo
Místico de Cristo, Cabeça e membros. É ação de todos os fiéis, porque todos
participam do sacerdócio de Cristo. Mas nem todos têm a mesma função,
porque nem todos participam do mesmo modo no sacerdócio de Cristo. Pelo
Batismo, todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo; é o que veio a
chamar-se de "sacerdócio comum dos fiéis". Além deste sacerdócio, e para
servi-lo, existe outra participação na missão de Cristo: a do ministério
2
LEW, Lawrence, Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê?, em Aletheia
(12-09-2016): https://pt.aleteia.org/2016/09/12/qual-e-a-melhor-postura-para-rezar-o-pai-nosso-na-missa-e-por-que/.
3
CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II, Const. «Sacrosanctum Concilium» (04-12-1963), n. 22, § 3:
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-
concilium_po.html: AAS 56 (1964) 106: “Nemo omnino alius, etiamsi sit sacerdos, quidquam proprio marte in
Liturgia addat, demat, aut mutet”: http://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-56-1964-ocr.pdf.
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conferido pelo Sacramento da Ordem, ou seja, o "sacerdócio ministerial". O
sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial, embora se diferenciem
essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro;
pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo. Com
efeito, o sacerdócio ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo
sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico, fazendo as vezes de Cristo e oferece-
o a Deus, em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a
oblação da Eucaristia, em virtude do seu sacerdócio real, que eles exercem na
receção dos sacramentos, na oração e na ação de graças, no testemunho da
santidade de vida, na abnegação e na caridade”4.
Bem dizia Santa Teresa d’Ávila5, carmelita e Doutora da Igreja, que
preferia passar por mil mortes do que contrariar a mais pequena cerimónia da
Igreja.
Todo o bom católico deve ter em mente, com certeza, que importa, antes
de tudo, rezar o Pai-nosso com o coração.
No entanto, como a liturgia católica não é mera teologia da liturgia, mas
também ação e prática – com palavras e gestos que devem manifestar a
teologia da liturgia – é de concluir que cada fiel, em consonância com o
Magistério da Igreja Católica, deva pôr de manifesto, com as palavras e os
gestos, o modo da sua participação do sacerdócio de Cristo.
Laus Deo!
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CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO, Instrução Geral do Missal Romano, 3.ª edição típica
(20-04-2002), n. 152: http://www.liturgia.pt/docs/igmr_41.php#01: “Expleta Prece eucharistica, sacerdos, manibus
iunctis, dicit monitionem ante Orationem Dominicam, quam deinde una cum populo profert, manibus extensis”:
http://www.eucharistiefeier.de/docs/igmr2002.htm.
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Ibidem, n. 237: http://www.liturgia.pt/docs/igmr_42.php: “Deinde celebrans principalis, iunctis
manibus, dicit monitionem ante Orationem Dominicam ac deinde, manibus extensis, una cum ceteris
concelebrantibus, qui et manus extendunt, et cum populo ipsam Orationem Dominicam”:
http://www.eucharistiefeier.de/docs/igmr2002.htm.
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