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NiONSENHOE G aVME
SÃO P a V L O M.CM.LI
http://www.obrascatolicas.com
M on sen h o r G a u m e
Protonotário Apostólico
O Sinal d a Cruz
l 05
por Mons. Gaume
Protonotário Apoctôlico
19 5 0
P e lo sinal t da S an ta Ç ru z .
^,ivraí-nos D eus. t N o s s o Senhor,
dos nossos t in im igo s. E m n om e
d o P a d re e d o F ilh o t e d o E s p í
rito San to. A m en.
P R E F A C IO
Duas palavras:
uma
— “ iWagnus in magnis,
— O Sinal da Cruz —
Todos concordam
1.0 — em mostrar come v e io a propósito este humilde
trabalho;
2.0 — em fazer sobressair a s.rrandeza da espiri
tual, que é do Sin.ál da Cruz uin dos resultados eternos.
Citemos algumas linhas; e os que as escreveram dig-
twm-se receber aqui a e x p r^ ^ lo de meu r^ n h ec im e n to .
"[7
1. h.oc Signo ZJinces."
M aravilhado por v ê r uma Indulgência ligada ao S i
nal da Cruz, o veneravel deeâno da cadeira católica es
creve-nos:
— O Sinal da C rm —
a Mons. Gaurne
Protonotario Apostólico.
“Ilustríssimo Monsenhor,
De V. S. Uma.
criado muito afetuoso
(a ) O. - Cardeal A líie t i
B R E V E D E SU A S A N T ID A D E
P/O IX , P A P A
as cartas seguintes.
París, 1862.
P R IM E IR A C A R T A
Sumario:
— 1. O mundo atUAl — 2. Hoje o Cristão ncío
foz, ou faz rara vezes, ou faz mc&t feito
o Sinal da C ^ . — 3. Os antigos
tõos faziam-n'o, e muitas vezes, e bem
feito. — 4. Quem estará a brazão e
com a Verdade?
Sumario:
— 1. Precedentes a .favor dos primeiros Cris-
tõos. — 2. Primeiro precedente: a pro
ximidade dos Apostolos. — 3. Segundo-
precedente: a santidade. — 4. Terceiro-
precedente: o uso dos verdadeiros Cris
tãos. — 5. Foram os Padres da Igreja.
grandes genios? —
Portento repito:
Segundo precedente:
— a santidade.
Terceiro precedente :
— O uso dos verdadeiros Cristãos nosseculos
seguintes. —
Muito cedo, tanto no oriente como no ocidente, se
form aram comunidades religiosas de homens e de mu
lheres.
Em asilos tais, separados do mundo, é que se encon
tram, sinão imobilisados, ao menos perpetuados com a
m aior fidelidade, o verdadeiro espírito do Evangelho e a
pura Tradição do Ensino Apostolico.
E ntre os antigos usos, conservados com Z<-lo e cui
dado, figu ra o Sinal da Cruz.
“ Nossos Padres, os antigos Monges,^ escreve um
“ de seus historia^Iores, praticavam muitas ve-
“ zes, e mui religiosamente, o Sinal da Cruz.
“ Fazium-n'o principalmente ao deitar e ao le^
“ van tar; antes do trabalho; ao sair da cela e
“ do M osteiro e quando e n t r a v a ; quando se sen-
“ tavam à: mesa; sôbre o pão-, sôbre o "in h o, e sô-
“ bre cada igu aria” (1 ).
Sumario:
— 1. Continuação do terceiro precedente: os
Doutores do oriente e do ocidente. —
2. Constantino, Theodosio, Carlos Mag
no, S. Luiz, Bayard, D. João d'AU8trio,
Sobieski. — 3. Quarto precedente: con
duta do Igreja. — 4. Quinto precedente:
os que fazem o Sinal da Cruz. — 5. Re
sumo. —
Dis um deles:
“ Para os que põem sua esperança em Jesus
“ Cristo, fazer o Sinal da. Cruz, é a primeira e a
“ mais conhecida coisa que entre nóSJ se p ratica :
"P rim u m est et notissimum.” (1 )
Um outro diz:
Um outro diz:
Quarto precedente:
Quinto precedente:
.5
Km resumo:
Relativamente * o uso mui frequente do Sinal da Cruz.
t.t mundo dlvlde-se cm dois campos opostos. '
A trwor do Sinal da Cruz esído —
a) Os admiraveia Cristãos dos tempos primiti
vos da, Ig re ja ;
b ) O s mais santos e maiores genios do oriente
e do ocidente;
c) Os verdadeiros Cristãos de todos os séculos;
d ). A própria Igreja que é a Mestra In falível
da Verdade.
os pagãos,
os mahometanos,
os judeus,
os hereges,
e os maus ca^Hcos.
Sumari.o:
— 1. Resposta a uma objeçSo. — 2. Razõ.es
tiradas da própria natureza do Stnol d4
Cruz: o sinal da Cruz é cinco coisas —
3. £'■ um Sinal, que enobrece o homem,
porque é diuino. — 4. A idade de ottro
do Cristianismo. — 5. Quem é o outor
do Sinal- da Cruz?
Tertuliano acresoentã:
“O Verbo Encarnado chama-se — a Verdade, e
“ não o costume” .
Ora, a Verdade não muda.
AquUo que os Apostolos, os primitivos Cristãos da
Igreja, os verdadeiros Cristãos de todos os séculos hão
tido por útil e a.té certo ponto p or necessário, não. deixou
nunca de o ser.
Ouso até afirm ar que, — mais do -que nunca, é neces
sário hoje.
A i-azão disso está nas relações de similhança que
existem entre a posição dos Cristãos dos primeiros sé
culos, e a situação dos Cristãos do século X IX .
f nós?
Não estamos em face de um mundo que
.5
(1) Duo capita ponlt, unurn quidem quod creatura nulla com-
rnunis est. Sccondo, quod etsi communis sit rnedicamentum
Jn promptu est. Signum illis Crucls imprime, gratias age,
Deo gloriam reíer, et protinus immunditia omnls abscessit.
On Tim. Homil. XII.)
(2) Vade ad eum, et signn eum charactere meo. (S. Aug. Serm.
II et XXV de SanctisJ
Quem é, pois, o autor e o instituidor do Sinal da Cruz?
P a ra o encontrar, é necessário transpor todos os se-
cuJos, todas as creaturas visíveis, todas as Hierarquias
Angélicas; é neceséario subir até ao Verbo Eterno, que
é — a Verdade em. Pessôa.
Escuta ainda uma testemunha nas melhores condi
ções de saber o que refere.
Seu testemunho é tanto mais irrecusável, quanto é
certo te-lo valorisado com o timbre do próprio sangue.
E ’ o grande Bispo de Carthago, S. Cipriano.
Exclama êle:
“ Senhor, Vós que sois o S'acerdote Santo, nos
“ legaste três coisas im orredouras: o Calix de
“ Vosso Sangue, o Sinal da Cruz, e o Exemplo
“ de Vossas Dôres ( 1 ).”
E Santo Agostinho acreoenta:
“ O' Senhor .Jesus Cristo, Vós quizestes que este
“ Sinal ficasse impresso sempre em nossa fron-
“ te (2 ). ••
Sumario:
— 1. O Sinal da Cruz nos enobrece. — 2. E'
o brazõo do Católico que é um prande
povo. — 3. O Sinal da Cruz nos ensina
o respeitar nossa pessoa. — 4. Vergo
nha dos que não fazem o Sinal da Cruz.
— 5. Desprezo do grande tesouro que
é — a vida. —
Respeitem-nos.
Muito bem!
Mas, se querem ser respeitados, comecem por respei
ta r a si próprios.
O respeito dos outros para comnosco mede-se por
aquele respeito que temos nós por nós mesmos.
A crueldade, a hipocrisia, a .devassidão, o vicio, —
ainda que ornados de farda, de penacho, de espóras doi-
radas, de luvas, de medalhas, de corôa e etc. — só podem
inspirar temor.
E a vida?
O homem que nmic.a fa z o Sinal da Cruz, perde- a es
tim a da própria vida.
Ele a vilipendia, e desperdiça-a; porque nunca, nem
uma só vez a t o ^ a sério.
Da noite fazer dia p ara o dia lhe ser noite; trabalhar
pouco ou nada e dorm ir demais; pensar tanto em comer
Sumario:
— 1. Resumo da cnrfa precedente. — 2. O
Sinal da Cruz é um Litjro que encerra
tôda a ciência de Deus, do homem e do
mundo. — 3. Um Mistério. — 4. O Si
nal da Cru:.: nos ensina com autoridade,
lucidez e profundeza. — 5. O Sinal da
Cruz, Mestre o mais sábio e o mais con
ciso.
(1) Magna haec est custodia, quae propter pauperes gratis datur:
sine labore propter infirmos, cum a Deo sit haec gratia, sig
num íidelium et timor demonurn. Neque propterea, quod est
gratiuturn, contemnas hoc signaculum, sed ideo magis vene-
rare benefactorem. (S. Cyrill. Hier., Catech., XII).
“ Creação, Redenção, Glori/icação” .
E tu me perguntas:
— E ' verdade que o Sinal da Cruz desempenha tais
funções? —
Ou por outra:
IO’ verdade que o Sinal da Cruz repete e m sina co
mo convem as três grandes palavras: Creaçfio, Redenção,
ríJorificaçrâo?
D ir.to-ei . . .
amanhã
si Deus quizer
S E T IM A CARTA
Ilraumo:
— í. Loonr quf o Sinal da Cr«z ocupn no
mundo. — 2. Ern que je tornou o mun
do, doide que deixou de fazer o Sinal
d<i Cr^iz. — 3. O Sinnl da Cruz é um
leiouro que nos enriquece. — 4. Uma
oronde Lei moral.
Qne é o bem?
Qne é o m.al?
Quai a origem d(j bem e do mal?
Como o bem e o se acham no homem e no mundo?
H a um. remedio para o nm1 ou e' inenráoeZ?
Se tem remédw, qual é ele?
Qieem o possúe?
Como se póde obter?
De que modo se atJlica?
Que é o homem?
E ntra na. sua esse'ncia «m a coisa chamada — Alm a?
Se entra, qual e' a sua mtureza?
E” um fogo?
/•?’ m aténa aerifor-me?
Morrr. com o corpo?
Sobrevive ao corpo?
E ’ e ^ c riío ?
Qwaí é o seu des?íino ?
Qwol a finalidade de s^.a existência?
Desejas a contra-prova?
Continuemos noesa viagem e entremos no mundo
moderno.
Abandonou ele o Sinal da Cruz e desde esse tempo,
não mais teve a seu lado um Monitor que lhe avivasse a
cada instante os três grandes dogmas indispensáveis à
vida moral.
Por isso que olvidou o Sinal da Cruz, Creaç.ão, R.e-
dençiio e Glorificação, essas três Verdades fundamentais
são para ele como se não existissem
Não vês o que ele está sendo em matéria de Ciências?
Similhante ao mundo- de outróra, tu ouves o mundo
d<> agora, gaguejar vergonhosamente sôbre os princípios
rnals i'Iementares da Religião, do D ireito, da Fam ília e
dn propri.cdade.
Que fundo de verdades alimenta suas c ^ v e rs a s ?
Que contêm seus tívros de política e de filosofia.'/
À luz de que fachos anda ele com sua vida. política e
particular?
E que -pensas tu dos jornc^is '!
N a torrente de palavras que despejam diajnamente
na sociedade, quantas idéias sã.s (poderás apontar, com r e
lação a Deus, ao Homem, e ao mundo?
Qual é a sabedoria deste mundo, deste seisulo de lu
zes, que não sabe fo zer o Sinal da Cnt.z?
o deua-eu,
o deuH-comercio,
o deus-dinheiro,
o deus-ventre
o deus-pra.zer.
Conhece e adora
a deusa-industria,
a deusa-politicagem
a deusa-volupia.
É a. ií;d?gc«cia do csv,irüo.
“ Ê a Lei da Suplica.’
Resumo: .
— 1. O Sinal da Cruz conhecido e praticado
desde a origem do mundo. — 2. Sete
modos de fazer o Sinal do Cruz. — 3.
Jacob, Moisés, SansSo, fizeram o Sinal
da Cruz. — 4. Testemunho dos Padres.
— Sansõo, David, Salomão e todo o povo
judeu, faziam o Sinal da Cruz e reco
nheciam o valor dêle.
E o grande Tertuliano d iz :
Dizem eles:
“ Assim como o sinal Tau T — impresso na fron-
“ te elos habitantes de Jerusalem que lamenta-
(1) Tertul., adv. Marcion., lih. III c. ^XII; S.Hier. in Ezach., eX.
(2) Jam hic ímaRíncm crui'is altcndite: expansu:; enim manus
ad duas colunas, quasi ad duo signa crucis extendit; sed
advcrsarlos suos interreinptos oppressit, et illius passlo inter-
fectio facta est pcrscquentium. <Scrm. 107, de Temp.)
Oririmido de angustias, David é reduzido ao maior
pxtremo a que pódc chegar um Rei.
V V- um filho parricida; os subditos revoltados; o tro
no vacilante; e ainda a velhice que se adianta a passos
largos.
Que fa rá o Monarca inspirado?
Orarú.
M is de que modo?
Fazcmdo o Sinal da Cruz (1 ).
A ia b a Salomão o templo de Jerusalem, e o templo
m agnífico é consagrado com uma pompa digna do Mo-
iwrca.
E ' necessário atraír as bençãos do Céo sobre a nova
easa do Deus de Israel c obter Suas- graças para os que
nela v'ierem orar.
Que faz Salomão?
Ora. . . fazendo o Sinal da Cruz.
Diz o Sagrado- T e x to :
Sumario:
— 1. O Sitwl {la Cruz tmtrc os pngãos. Novas'
partknlaridadcs s6hrc uma fôrma cxte-
rior ilo Sinnl da Cruz entre os primeiros
Cristios. — 2. Os Mártires no anfitcntro.
— 3. Etimologia da palatmt “adorar".
— 4. Os pagãos adoravam fazentlo o
Sinai da Cruz. De que modo o faziam?^
Primeiro modo.
Díz Tertuliano:
Porque ra 7ão
. exprimia este gesto o. culto soberano,
o culto de adoração?
Vou di?.er-t’o em poucas. palavras.
O Homem é a imagem de Deus:.
Este existe todo. no seu Verbo c é por Ele que faz tudo.
À similhança de Deus, o homem existe todo no seu
vcrLo c é por ele que fa z tudo.
L eva r a mão à boca é comprimir o verbo; é, de al
gum modo aniquilá-lo.
Fazer isto como o faziam os pagãos em honra do de
monio, era declarar ser vassalo e escravo dele e reconhe
ce-lo até por deus.
Já. ves que isto era um enorme crime.
Sumario:
Segundo e terceiro modo pelos quais os
pagúos faziam o Sinal da Cruz. Teste
munhos. Pietas publica. — 2. Os pagãos
reconheciam uma potencia misteriosa -no
Sinal da Cruz. De onde lhes vinha esta
crença? — 3. Gronde mislério do mun
do moral. importância do Sinal da Cruz
aos olhos de Deus. O Sinal da Cruz do
mundo físico. — 4. Palavras dos Padres
e de Platão. — 5. Inconsequência dos
pagSos antigos e modernos. — Razão do
ódio pnríicular do demonio ao Sina! da
Cruz.
caro Frederico,
(1) Cum Jovem dicit, manua ad colum tollit; cum votum recl-
pere dicit, manibus pectns tangit. (Satur., lib. III, cap. 11.)
}Jeste ponto não ha diferença deles a nós e aos judeus.
Relê os teus Clássicos.
T ito -L iv io te d irá:
Atendei bem.
Ele não diz: — Se eu puder cair de joelhos ou bater
no peito ou curvar minha fronte para a terra; m as: — se
puder estender os braços em Cruz e lcvantó-1os pm-a o
Céo — .
Qual a razão disto?
Pergunta-a a teus condiscípulos.
Pergunta-lhes mais.
Porque razão colocavam os Egípcios a Cruz nobre
Rcus templos, oravam diante deste Sinnl Adorável e o
consideravam como anuncio de felicidade futura?
Referem-se os historiadores gregos, Socrates e Sozo-
mencs que no tempo de Tcodosio quando se destruíam
E dizes-me tu:
Muito bem; mas sabiam lá d es o que faziam ?
Não seria aquilo mais um sinal arbitrario qualquer,
insignificante e de onde nada si' poderia concluir?
Eu nâo prehmdo con\'('nccr a ninguem que os pagãos
compreendiam como nós o Sinal da Cruz.
Mas, é certo que tal Sinal entre eles existia como aa
figuras entre os J ncleus.
A m or e confiança.
Isso v-erás, si Deus quizer,
amanhã.
Adeus.
Sumario:
I. O Sinal da Cruz é um tesouro que nos
enriquece porque é uma 1 SpLlica: Provas.
Suplica poderoso: Provas. Suplica uni
versal: Provas. — 2. Ele prové a todas
as necessidades. O Homem carece de
luzes para o se'IL espirito. O Sinal da
Cruz. consegue-as: Provas.
E ’ «m a swplica poderosa.
Tu acabas de ver.
Todos os l\:I.ártires p ^ u r a r a m forÇa no Sinal da
Cruz.
T eriam eles procurado um apoio no vasio?
O grande Im perador por Quem eles morriam, te-los-
ia deixado numa ilusão incurável?
Se hoU!ver alguem que o creia, deve idar provas.
A té breve,
se Deus quiser.
Sumario:
— 1. Necessidnde perpetua do Sinal da Cruz
para obter /ôrça. Recomendação e prá
tica dos Chefes do luta espiritual. Sinal
da Cniz nas tentações. — 2. Sinal da
Cruz na. morte. Exemplo dos Mártires.
Exemplo dos verdadeiros Cristãos, no áto
de morrer. — 3. Os moribundos pediam
a seus irmãos lhes fizessem o Sinal do
Cruz.
E Sto. Agostinho:
S. Maximo de T u rim :
S. Bernardo:
S. Pedro Damião:
O piedoso Ecberto:
— “ Nada mais eficaz que o Sinal da Cruz para
“ dissipar as tentações, ainda a mais vergonho-
“ sa ( 4 ) . ”
(1) Viriliter et non tepide Signum, vel fronti, vel pectori salu-
tare superponas. (Ubi. supra.)
IDntão o A n jo lhe d iz:
— “ ^ zerificiu m vespertinum.
— E a a,.■fsis.têwcia Cristã? •
E as prescrições do D ivino Médico?
E a graça. dos Sacramtentos M- Ig re ja , nossa. Mãe?
Que cuida-do ha em s^atütfazer a. deveres tão im,periosoLS
como Sagrados?
Sumario:
— I. O Sinal da Cruz na ordem temporal. —
2. Do vista aos cégos, ouvido aos SUT-
dos. — 3. Dõ a fala aos mudos. — 4.
Dá uso dos membros aos coxos e para
líticos. — 5. Cura fébres e outras mo
léstias. — 6. Limpa os leprosos e tira o
câncer. — 7. Trás -d vida os próprios
mortos. — 8. Conclusão.
Caro Am igo,
Bom dia.
Mendigo na ordem espiritual, o Homem não é me
nos indigente na temporal.
Nosso corpo e noSISa A lm a vivem senão de es
molas.
Entre os bens necessários ao Corpo, ha dois em par
ticular, meu caro amigo, que eu quero .de especial maneira
notar-te.
São eles — a saúde e a segurança.
Um e outro, o Sinal da Cruz no-lo alcança.
A sGÚde.
O Verbo Eterno é a vida vivente e vivificante.
Falando do' Verbo quando conversava com os Ho
mens, oferece o Evangelho {ls seguintes expressões, tão
simples como sublimes: — D ’E le precedia uma virtude
que curava todas as molestias.
Vamos às provas.
Todos 'ls sentidos do Homem são sujeitos a doenças.
Começaremos pela vista, que é o mais nobre.
Se em vez de se cansar sobre os autores pagãos a
nossa mocidade estudasse algumas vezes os atos dos M ár
tires teria visto nos, de S. Lourenço o brilhante milagre
que até hoje a Ig reja ^ t a .
(1) Sed neque tunc, passus est uti arte medica, sed vulneribus
adhibust sola medicamenta, Crucisque signaclifum et oratio
nem et Dei invocationem. (In Thalass.)
A o volta.r em casa encontrou-o morto.
Acompanhada de suas creadas, leva o cadáver a S.
Domingos.
Encontrou-o à porta do Convento de S. Xisto.
Coloca o corpo do filh o aos pés do Santo e, desfazendo-
se em' lágrimas, pede-lhe que o restitua à vida.
Tomado de compaixão, o Servo de Deus pôs-se de
joelhos.
Depois de b reve oração, f a z sobre o morto o Sinal da
Cruz, toma-o pela. mão e o levanta cheio de vida.
A o enti*egá-lo à Mãe, recomenda silêncio absoluto so
bre o facto.
O . milagre, porem, chegou logo ao conhecimento de
toda a cidade (1 ).
Dois séculos antes temos João •Gualberto.
Este nobre e santo m ilita r numa Sexta-feira Santa
perdoou ao assassino de seu i^rmão.
Deus o recompensou com a Vocação- Religiosa e com
o dom dos milagres.
Contra o demonio serve-s.e ele do Sinal da Cruz conto
de ^ a espada. '
Furioso por numerosas derrotas, Sata.nás arma seus
agentes.
Uma noite atacam o Mosteiro. ,
Incêndio na. Ig re ja no edifício e muitos religio
sos já mo^rtos.
Acudindo logo ao l ^ l faz o Santo o Sinal da
Cruz e com e1e dá aos mortos vida c saúde (2 ).
T al é a História.
Cumpre aceitá-la.
Quem a rejeitar,
S^nario:
— 1. O Sinal da Cruz apl4ca as t^pestades.
— 2. Apaga or incêndios. — 3. Defen
de dOs perigos. — 4. Suspende' o ímpeto
das ondas. Foz entrar as ágnas em seu
leito. — 5. Afugenta os anim4 is ferozes.
— 6. Preserva do ueneno. — 7. Livra-
nos das tempestades e dos raios. — 8.
Protege-nos de .tudo o que possa preju
dicar a saúde e a vido.
'Serpentes tollent ( 2 ) . ’
Sumario:
— 1. Respostas a umo questão. — 2. O Sinal
da renoca ho;e seus antigos mila
gres. — 3. A uida é uma lute. — 4.
Satanaz existe? . 5. O Sinol da Cruz
é a arma especial, a arma de predsão,
contra os Anjos maus on demônios. —
6. Primeiro tribunal. — 7. Segundo tri
bunal. — 8. EX1)eriéncias.
Caro Am igo,
. (1) Hinc est enim quod Paulus: Linguae in signum sunt, non
' fidelibus sed infidelibus. (Homll. ^XIX, in Evang.) '
(2) Cur, inquiunt, nunc illa miracula, quae praedicatis facta. esse,
non fiunt? Possem quidem dicere necessaria fuisse, priusquam
crederet mundus, ad hoc: ut crederet mundus. QuisqUe adhuc
prodigia, ut credat inquirit, magnum eet ipse prodigi^n qui
mimdo credente no credit; ' (Ubi ■supra.)
“ Podereis- ãcreditã-lo? Converteram-se dez
“ atdeias. E o diabo furioso -descarrega seus
“ golpes. AparecerBjm Ciinoo ou seis possessos
“ durante os quinze dias de preg^ações. Os Ca-
“ tec'lmenos oom Agua-benta e com o Sinal da
“ Cruz expulsam os demonios e curam as doen-
“ ças. V i coisas maravilho^sas. Satanás serviu-
“ m e de grande auxílio para converter os pagãos.
“ Como no tem^po de-Nosso Senhor, o p ai da men-
“ tir a ^ i o pôde deixar de d izer a verdade. E ' um
“ pobre possesso que fazendo mil contorsõea d iz
“ em altos grito s: — . Porque pregas a' Verdadeira
“ R eligiã o? N ã o posso adm itir que m e roubes
"m eus discípulos. — Comq te chamas? — per-
“ gunta-lhe o Exorcista. D^^^eis de algumas re-
'‘ cusas, responde: — Eu sou o enviado de Lú ci-
“ fe r. — Quantos sois? Som^os v in te e dois.
“ A Agua-benta e o Sinal da Cruz curaram este
“ possesoo ( 1) •”
E* de Santo Efrena.
Acreditou no Sinal da Cruz o terceiro Juiz que faz;
aos Cristãos e a si proprio a seguinte recomendação:
Ouçamos o ocidente. ‘
Sta Agostinho dizia aos catecumenos:
Em outra parte:
E Latancio diz:
“ Quem quizer conhecer a força do Sinal da Cruz.
“ s6 tem a notar quanto ele é temível para oa de-
“monios. Esconjurados em Nome de Jesus Cris-
“ to, é oi Sinal da Cruz que os faz sair do corpo
“ dos possessos- E que h i nisto de espantoso?
“ Quando o Filho de Deus vivia sobre a terra,
“com uma só palavra afugentava os demonios,
“ e dava sossego e saúde às desgraçadas vitimas
“ dela,
“ Hoje são os discípulos que expulsam os mesmos
“ eepíritos imundos em Nome do Divino Mestre,
“ e pelo Sinal da Sagrada Paixão (8 ).”
Sumario:
— 1. ü Sinal da Cruz despedaça oa ídolos. ^
2. O Sinal da Cruz expulsa os demônios.
— 3. Os exorcismos, — 4. Inutiliza os
ataques diretos dos demônios. — 5. Intt*
tiliza também os indiretos. Tôdas as crea
turas sujeitas ao demônio lhe servem de
insíTtimento para nos jazerem mal. —
O Sinal da Cruz impede-os em sua ação
nociva contra nosso corpo e nossa Alma.
— Profunda filosofia dos primeiros Cris^
tãos. — Uso, que faziam do Sinal da Cruz.
— Quadro por S. Crisóstomo. — 6. Duos
grandes Verdades. — 7. Para-raio e Mo--
numento.
Caro Frederico,
Diz Arnóbio:
“ 0 Senhor adestrou nossos dedos para o comba-
“ te, a-fim-de que, pudessemos formar com eles
Orígenes acrescenta:
“ E’ tal a forçado Sinal da Cruz que, se o colo-
“ cardes diante dos olhos e o guardardes no cora-
“ ção, não haverá concupiscênciia, voluptuosida-
“de ou furor que possa resistir-lhe. Â vista de-
“ le desaparece tudo quanto é pecado (2 ).”
Os ataques indirectos são exteriore.s, quando vêm de
fóra. %
Nlão ha creatura que fuja à influência maligna de
satanás; a das creaturas todas faz ele instrumento de seu
ódio implacável contra o Homem.
Como já o indiquei, este é um artigo do símbolo do
Gênero humano.
Que arma Deus nos deu para nos defendernios desses
ataques e preservarmos Alma e corpo doá^ atentáctós''cía-*
quele que é chamado, e com razão, o grande homidÜa? —
“Homicida uh initio” —■
Todas as gerações católicas surgem de seus túmulos
para exclamar:
Pára-raio e Monumento I
Tal era então o Sinal augusto.
Pára-raio divino para desviar os príncipes do ar
desviando a incalculável malícia deles, o Sinal da Cruz
é muito mais poderoso do que as varas metálicas
levantadas sobre nossos edifícios para descarregar as nu
vens pejadas do raio. ■
Monumento de vitória que atesta o triunfo alcança
do pelo Verbo Encarnado sbbre o principe das trévas,
o Sinal da Cruz é como as colunas que, levantadas pelo
vencedor no camipo da batalha, atestam a derrota; do ini
migo.
Das eminências de Constantinopla contemplamos, com
S'. Crisóstomo, o mundo esmaltado destes Pára-raios e
de.ste3 Monumentos de Vitória.
— “ Mais preciosa que o universo, brilha á Cruz so
bre 0 diadema dos Imperadores. Por toda a parte ela
ae oferece a meus olhos. Bu a encontro nos Imperantes^
e nos súbditos; nas Mulheres e nos Homens; nas solteiras'
e nas casadas; nas pessoas escravas e nas pessoas livres.
“ Todos são constantes em gravá-la sobre a fronte,
parte mais nobre do seu corpo; e lá ela resplandece como
coluna de glória,
“ Aparece na Sagrada Mesa como na Ordeimção dos
Padres e não falta na Ceia mística do Salvador. -
“ Desenha-se em todos os pontos do horizonte; no
cume das casas, nas praças públicas, nos lugares habita
dos e nas extensões desertas, nos vaJes profundos e no
alto das montanhas, nos bosques e nas campinas, nas
ondas do mar, no vértice dos navios, nas praias e sobre
as ilhas, nas janelas e nas portas, sobreí as camas, vestuá
rios, armas, livros, e mesas de comer, nos festins, sobre
os vasos de ouro e prata, sobre as pedras preciosas, nas
pinturas dos quartos e pendente ao colo das Virgens e das
crianças.
“ A Cruz é sinalada sobre os animais doentes e sobre
os possessos do demónio.
“ Com Fé e devoção nós fazemos o Sinal da Cruz na
guerra e na paz, de dia e de noite, nas reuniões festivas
e nas assembléias de penitencia.
“ Para tudo procura-se a proteção do Sinal admirável.
“ Ha nisto algo de estranho?
Não.
Pois o Sinal da Cruz é o aímbolo de nossa Redenção,
o monumento da liberdade do mundo, a metnória da Man
sidão do Senhor.
Quando tu o fizeres, medita no preço em que ficou
tua Alma. Ela é uma parte de sua virtude.
Deves, pois, fazê-lo, não só com o teu dedo, mas com
tua Fé.
“ Se o gravares assim sobre tua fronte, espírito
imundo não haverá que possa conterse diante de ti.
“ Verá o alfange que o feriu, a espada que o passou
de morte.
À vista dos lugares de patíbulo ficamos tomados de
horror.
Vendo a arma de que o Verbo Etemo Se serviu
para abater-lhes a força e cortar-lhes a cabeça, o dragão
satanás e seus maus anjos, quanto sofrerão? (1) ”
Ficam para amanhã se Deus for servido, meu caro
Frederico, as reflexões que nascem deste espectáculo
arnabatador, tão eloquentemente descrito pelo mavioso
São João Crisóstomo, Patriarca de Çonstantinopla.
Adeus.
<1) Quod Ghristus sit Deus, opp. t. 1 p. 697. Edit. Paris, altera;
id in Math. homil., 54, opp. t. V II, p, 620, et in c. III, ad
Philipp.
DÉCIMA SÉTIMA CARTA
Sumario:
— 1, Natureza do Sinal da Cruz e o caso Que*
dêle hoje se jaz, — 2. Que cousa anun
ciam Q esquecimento e o desprezo do Si
nal da Cruz? — 3, Espetáculo do mundo
atual. —' 4. Permanecer fiel ao 5inal da
Cruz, principalmente antes e depois da
comida. — 5. Volta de satanás. — 6. A.
razáo, a liberdade e a honra o recomen
dam. 7, A conveniência dos que fa--
zem 0 Sinal da Cruz antes e depois da.
comida.
Sumario:
— 2. A honra exige que se jaça oração anícs
e depois da comida, — 2. Orar antes e
depois de comer é tão antigo como o
universo, tão extenso como o gênero hu
mano. — 3. Benedicete e Graças de to
dos os póvos, — 4. Quem não pratica
tais prôvas, assemelha-se aos sêres que
não pertencem ao gênero humano.
Caríssimo Frederico,
os brutos
e os que se lhes assemelham.
A O RAÇÃO D E PO IS D A C O M ID A É T Ã O A N T I
GA, COMO 0 U N IV E R S O , E T Ã O E X T E N S A COMO 0
G Ê N ER O H U M A N O .
Existe desde toda a antiguidade.
E ntre os Judeus:
“ Quando comeres, diz a lei de Moisés, e estiveres sa
tisfeito, bendiz ao Senhor ( 1 ) . ”
(1) Eis his omnibus apparet, vetercs illos judaeos, nullos cibos
nbsquo benedictione et gratiorum actione, sumere fuisse soli-
los. (Struckíns, Antiq. convivial., lib. II, c. X X X V I, p. 436,
ed. in íol. 1695.
Nada mostra melhor a importância deles.
Que faz o Divino Mestre do gênero humano, quando
na ultima ceia come o cordeiro pascal com seus discí
pulos?
Que faz Ele, quando, depois da ceia, canta com seus
discípulos o hino de graças?
E t hymno dicto exierunt in montem Oliveti.
Antes da comida:
Depois da comida:
Sumario:
— 1. A benção do mesa é um oto de liber
dade. — 2. Três tiranos. — 3. Vitória
sôbre o mundo. — 4. Vitória soOre a
corne. — 5. Vitória sObre o demônio.
— 6. Conclusão notável.
Caro Am igo,
(1) Thomaz Morus, ap. Duranti, De ritibus, etc., lib. II. p. 659.
A mesa lauta é incompatível com a Sabedoria.
Nunca um grande homem fo i glutão.
Todos os Santos foram modelos de sobriedade (1 ).
Olha, meu caro Am igo, falo da gula só como desor-
ík-m na escolha de iguarias, viciada delicadeza a serviço
do paladar, avidez e sensulid.de no comer.
Quando a isto segue-se ainda a intemperança, conte-se
então com uma récua de d ^ ç a s .
A intemperança da gula mata mais gente do que
a espada:
M ais ainda:
Estás vendo?
Os factos concordam com os testemunhos.
A teologia pagã com-orda com a cristã..
O oriente concorda com o ocidente.
Os tempos antigos concordam com os modernos.
P o r fírio concorda com S. Gregório.
E teus condiscípulos?
Sumario:
— 1. üm t:iajor desnorteado. — 2. O Sinal da
Cru.:: é um verdadeiro guia. — 3. A lem
brança é o pulso da amizade. — 4. im
portância do Sinal da Cruz. — 5. Lem
branças Divinas. — 6. .4 ,'ei da imitação.
— Onde estou?
P ara ond.e vou?
Que caminho hei-de ter?
O S'í’nal da Cntz
Sumario:
— l. Imitação de Deus. — 2. O Sinal da Cru::
santi/icodor do Homem e das creaturas.
— 3. Ensinando-nos a Caricüzde, o Sinal
da Cruz é guia eloqüente e seguro.
Caro Am igo,
Samtidade e Caridade.
a ) :— na memória,
b ) — no entendimento,
c) — na vontade.
l.a. — a Creação;
2." — a C ^ e r v a ç ã o ;
3.* — a Redenção;
4." — a Santificação;
5.* — a Glorificação.
Deus é Caridade.
A ti, a mim, a todo o Homem de qualquer idade ou
condi^id, esta palavra diz o que devemos ser.
Imagem de Deus, nosso dever é — sermos a Ele se
melhantes.
P ara isto precisamos ser Caridade.
Caridade em nós mesmos e em n osa s obras.
A semelhança de Deus nos é dada eni nós. mesmos
pela graça.
Em noasas obras a semelhança de Deus nos é dada
po 11 um princípio divino, que nos une a todos como pa^rtes
de um mesmo Corpo.
Nosso coroação entra a pulsar de acordo com o dos de
mais e, repartindo-se em salutares efusões, realiza o últi
mo desejo do D ivino Mestre, que na O ração da ú lt^ m
Ceia, disse:
E ’ ou não é verdade?
a ordem ou R- desordem,
a salvação ou a ruíno dos indivíduos.
das fam ílias, das sociedades, das crenças e dos cos
tumes. —
E ’ ou não é verdade?
Ainda que muito minguada lhes seja a lógica e pe
quena a imparcialidade, a resposta de teus companhei
ros tem que ser afirm ativa.
Mesmo que a contra,.gosto, teus adversários hão-de
concluir que
P a r is , 19 d e D e z e m b ro d e 1862.
Sumario:
— 1. Decisão de um Tribunal Supremo: —
Devemos praticar, resolutamente, muitas
vêzes e bem o Sinal da Crnz. — 2. Ra
zões para praticar resolutamente o Sinal
da Cruz. — 3. Estado da saúde física
do mundo hodiemo. — 4. Quat o esta
do sanitário das Almas no momento atual?
"l.i'O F re d e ric o ,
Q u a n d o n o s t r ib u n a is c iv is é d a d a sentença. d a
q u a l n ão h á a p e la ç ã o , u m a s6 so isa r e s t a a fe z e r-se .
1.” — a Fé,
2.” — a ra z ã o ,
3.0 — a e x p e riê n c ia ,
4.® — os p o v o s d e
to d a s as cren ças.
O e.grégio T r ib u n a l d e c id iu a q u e stã o d an d o sen ten
ça. a f a v o r dos p ^ m e i r o s C r is t ã o s d a I g r e j a .
Que n os r e s t a a fa z e r ?
R e s ta -n o s tã o sõm en te —
R e s ta -n o s —
P r a t i c a r o0on
1 resolu ção, mu>itas vezes e bem , o S in a l
fbL C ^ ^ .
E p o rq u e não p r a t ic á -lo com r e s v h r à o e bm i
claras?
P o r q u e fic a re m o s e n v e rg o n h a d o s p o r fa z ê -lo ?
N o t a , c a r o a m ig o : fa z ê -lo ou d e ix a r de o fa z cr, não
é coisa. fa c u lta tiv a .
H o n r a -s e m u ito q u e m o fa z .
E q u em n ão o fa z ?
D e so n ra -se .
F a z e n d o -o , tem os a t r á s d e n ós, em v o lta d e nós c co
nosco, todos os H o m en s, o s g r a n d e s H o m e n s de todoll. os
sécu lo s, os g r a n d e s d o o rie n te e d o ^ocidente, e n fim toda
a im o r t a l N a ç ã o C a tó lic a , isto é, — o a p u r o d a H u m a n i
d ad e.
E n ã o o fa z e n d o , te m o s a t r á s de nós, e m v o lta de
nós, e conosco o s pequenos her^ege;, os ^ ^ u e n o s in cré
dulos, os p equen os i g o r a n t e s e os b ru to s. .. g ra n d e s c
pequenos.
F a z e n d o o S in a l d a C ru z , n ó s n os c o b rim o s a nós e
ta m b é m a s c re a t u r a s , c o m u m a d e fe s a in ven cível.
E n ã o o fa ze n d o , a nós e á s c re a t u r a s no3 d e s a rm a
m o s e fic a m o s ex p o sto s a o s m a io re s p e rig o s.
O H o m e m e o m u n d o v iv e m a re c e b e r n e c e ssà ria m c n -
t e in flu x o s ou d o ID spírito d o B e m , ou d o e s p írito do m aL
S ó p a r a n ã o d e s a g ra d a rm o s a outros?
E que ou tros?
M as . . . , dizem e le s : — O m u n d o a c tu a l n ão f a z o
S in a l d a C ru z, e n e m p o r isso lh e v a i m al.
‘N ã o h á saiide n a ép oca a c íu a l/ . . .
E s t a e x p re s s ã o que se to rn o u p o p u la r, n ã o co n sta de
p a la v r a s ocas.
A s L e is D iv in a s , fe it a s p a r a o H o m e m que é e sp írito
e m a té ria , tê m n e sta v id a d u a s sa n ç õ e s:
um a, f ís ic a e o u tra , m o ra l.
A p ro fa n a ç ã o p r o g r e s s iv a d o s D o m in g o s e D ia s sa n
tific a d o s, o desp rezo das L e is d o je ju m e d a a b s t in e n -
cia, e o a b a n d o n o d a C o n fis s ã o e C om u n h ão , não com -
p^^ometem — só a n o s s a A lm a , n ã o : a sa ú d e d o co rp o lhea
p a g a trib u to .
D e on de p ro c e d e a d im in u ição d a s fo rç a s , n a s g e r a
ções m o d e rn a s ? ,
S e r á f á c i l a c h a r h o je ra p a z e s n a s condições de p o
d erem m a n e ja r a s arm as- de nossos avós da. id a d e m é d ia ?
N e m s iq u e r po d em c o m a a^n n adu ra d e le s !
A s n u m e ro s a s r e fo r m a s o p e r a d a s pelos conselhos de
re v is ã o m ilit a r p o r c a u s a do estio lam en to ou vícios d e
o rg a n is m o e a in c a p a c id a d e d e p esso as p a r a o j e ju m ecle-
ciástico a in d a o m a is sim p lific a d o , que s ig n ific a ç ã o
têm ? (1 ).
P o r v e n tu ra p r o g r id e a sa ú d e e b e m e s t a r da n a tu
re z a , s o b re a q u a l se n ão f a z o S in a l d a C ru z ?
Q u e s ig n ific a m a s m o léstias d a s á rv o re s , dos b a t a
tais, d a s videiras;, dos cereais e h o rta liç a s 1
■ T a n t a s v a rie d a d e s de p la n ta s a ta c a d a s d e m o lé e fia s
g r a v e s e desconhecidas, doen ças re b e ld e s, p o r v e n t u r a é
q u e d e m o n stra m saú de p e r fe it a n a s c re a tu ra s do re in o
v e g e ta l? ( 1 )
Pereira. L. Pionia. L.
Cerejeira. L. Millefolium. L.
^mcixeira. L. Campanula. F.
Pecegueiro. L. O. Ortiga. L. O.
Damasqueiro. L. O. Cardo santo. F.
Amoreira. L. O. Camomila. L.
Larangeira. L. O. Violeta. L.
Videira. L. O. Brithrynum crista galli. L.
Cana de Açúcar. L. O. Margaridas. L.
Roseira. L. O. F. I. Dictera spectabilis. L.
Espinheiro. L. O. I. Rainha dos prados. L.
Glicinia cinensis. L. Heliotropo. L.
Framboezeiro. L. F. Primavéra. L.
Espinheiro. L. F. O. Taraxaco. F.
Lírio roxo. L. F. Feijão. L. F.
Chicórea. L. F. O. Escorcioneira. F.
Escabiosa. L. Aipo. F.
Agrimonia. L. Azeda. F.
Achemilla. L. Couve. L. F.
Trigo. L. F. Nabo. F. I.
Centeio. F. Beterraba. F.
Aveia. L. F. Fava. L. F.
Cevada. F. Trevo. L. O.
Batata. L. Junco. L. F.
E v ó s dele z o m b a is ; n ã o o fa z e is ; n ão o q u e re is f a
z e r.
Q u a n to a o s H o m e n s , h o je q u e re m a e ste S in a l (b e m
c o m o à oraç.ão, estações d a V ia -S 'a c r a e p e r e g rin a ç õ e s ,)
q u e re m s u b e titu ir p o r b a n h o s d e m a r ; b a n h o s fr io s , t é p i
dos, q u e n te s; b a n h o s s u lfu r o s o s e fe r r u g in o s o s , estações
d e V ic h y , d a S u íç a , d a A le m a n h a , d o s P ir in e u s e ou tras.
Q u a n to à s c r e a t u r a s i^ n c io n a is , a acção d o s o b re n a
t u r a l q u e re m s u b s titu íd a s pelos e stru m e s a iiif ic ia is , p e la
lim p e z a d a s la g a r t a s , p e la d re n a g e m e p e la e n x o fra ç ã o e
m il o u tro s m eios m o d ern os.
M a s , o o e rto f o r a f ^ r u m a c o isa sem o m itir a ou tra.
O m undo actu al d e sp re z a n d o a S a b e d o r ia D iv in a
p e n s a que p o d e v io la r im p u n e m e n te u m a L e i re sp e ita d a
‘O r a n d a m est u t s i í m e n s s a n a in c o rp o re s a n o .'
M e s m o que, sem o S in a l d a C ru z, a sa ú d e f ís ic a do
h o m em e d a n a tu re z a fo sse tão flo re sc e n te q u a n to se d e -
sej asse, a in d a a s s im e r a m is te r aten der à saú d e m oral,.
b em m a is im p o rtan te.
M a s ...
Q ual é o e stad o s a n it á r io d a s A lm a s n o m undo-
a c tu a l?
M u ito lo n ge m e le v a r ia a resp osta.
Só te fa ç o le m b ra r, m e u c a ro , q u e
M o r a l e fisic a m e n te , o H o m e m e stá n a a lt e r n a t iv a .
in e v itá v e l de v iv e r , ou d e b a ix o d a s a lu ta r in flu ê n c ia do-
E s p ír it o d o B em , ou d e b a ix o d a m a lé fic a a rt im a n h a do.
es p írito d o m al.
O S in a l d a C r u z colo ca-n o s n a p r im e ir a p o sição ; e a.
f a l t a d ele, na. segu n d a.
T a l é a d o u trin a d a I g r e ja .
D o u t r in a qu e f o i c o n fir m a d a p e la p r á t ic a dos la rg o s.
séculos cristãos.
P a r a vós,, a e x p e r iê n c ia d e dezoito séculos n a d a v a le .
V ó s n ã o q u e re is o S in a l lib e rta d o r.
V 6 s n ão a c re d ita is nele.
V ó s n ã o m a r c a is c o m ele n e m a fr o n t e , n e m os lábios,
n em o c o ra ç ã o , n em os alim en tos.
P o is b e m : n ão é p re c iso m ic ro sc ó p io p a r a d e s c o b rir
o sin a l d a b e s te em v o sc a fr o n t e , e m vo sso s lábio s, em
vo sso s corações, em v o sso s alim en to s.
Q u a is são o s s in a is d a b e sta n a fro n te ?
S ã o o o rg u lh o , a in su b o rd in a ç ã o , a c ó le ra , o desprezo,
o d e sc a ra m e n to , a v a id a d e , a a g ita ç ã o d a s fe iç õ e s, a in a p -
tid ã o p a r a a s c iên cias e s p iritu a is , o e n o jo p a r a o estudo
m o ra l, o d e sc a ra m e n to d a s fa c e s p o r v íc io s im p u ro s, ou
se u a b ra s a m e n to p e la acção do vin h o, a d e p re s s ã o d a
fro n te , a peq u en ez do â n g u lo fa c ia l, os a r e s de baix eza,
g ro s s e ria , a b a tim e n to e b c s tia lid a d e na. fis io n o m ia , e, f i
n alm en te, a c.ínica e x p re s s ã o dos olhos, cheios de adu lté
rio, cheios d e um. p e c a d o p e r . a n e n t e , o lh o s que sem t r é
g u a s -provocam a s A lm a s in con stan tes. (1 )
(1) Animalis nutem homo non percipit ea quae sunt spiritus Dei.
(I Cor. XI, 14) Oculos habentes plenos adulteris et incessa-
bilis delicti, pellicientcs animas instabiles. (II Pctr., IX, 14.)
(2) Sepulcrum patens est guttur corum. . (Ps. XIII, III) — Des-
pumantes confusiones. (Ind., XIII.)
E s o b re o c o ra ç ã o q u a is são eles?
S ã o os m a u s p en sam en tos, o u m a u s desejos, a s deso-
n estid ad es, os a d u lté rio s, as v e rg o n h o s a s b a ix e z a s d o
egoísm o, os ro u b o s, os en ven en am en to s, os h o m icíd io s
( l ) , os d e sre sp e ito s à M u lh e r, o c o rte jo às p e rd id a s e a
ap o teo se das im p u d ic a s e d a v o lú p ia .
A m a n h ã , se D e u s q u ise r, d a r -t e -e i d is to a s ra z õ e s e
a s p ro v a s .
A deus.
V IG É S IM A T E R C E IR A C A R T A
P a r is , 20 de D e z e m b ro d e 1862.
Sumario:
— 1. Dogmo fundamental. — 2. A reforma,
primeira filha da renascença do paga
nismo, da^rruba tôdas as Cruzes. — 3. A
revolução franceza, segunda filha da pa-
gan^mo, imita sua irmô. — 4. Primeira
obrigação: — fazer muitas vêzes o Sinal
do Cruz. — 5. Segunda obrigação: —
fozer bem o Sinal da Cruz. — 6. O
Sinal da C ^ feito de preferência na
fronte. — 7. Quatro coisas nece^d^ritu
para se fazer bem o Sinol da C ^ . —
8. Constantino.
M e u c a r o F re d e ric o ,
— A s u je iç ã o do h om em e d o mu^ndo oo e sp írito d ()
m al, dep ois d a q u e d a de A d ã o e ECJa, nossos rpr/meiros
pois.
P a r a t o r n a r m a is p a lp á v e l a e le v a d a m is s ã o d o S in a l
d a C ru z , v o u r e le m b r a r a lg u n s fa c to s h istó rico s n ão m u i
to conhecidos.
O que se p a s a n a o rd e m fís ic a é o r e fle x o d a ordem
m o ral.
Q u a n d o u m a d in a s t ia o cu p a u m tro n o , te m o c u id a d o
de a r v o r a r lo g o em to d a a p a r t e s u a b a n d e ir a e em to d a
a p a rte gravar seus b ra z õ e s de a rm a s, com o sin al do
seu dom ínio.
S e u m d ia v e m e la a c a ir , o p rim e iro acto do vence
d o r é s u b s titu ir pelos p r ó p r io s os e m b le m a s d a d in a stia
v e n c id a , p a r a d esta a r t e a n u n c ia r ao s p o v o s a in a u g u r a
ção dO' n o vo re in a d o .
Q u a n ta s vezes, n estes seten ta an os, n ã o se tem tid o
esta m u d a n ç a d e c o re s e escu d os? ! . . .
E m v in d o a to m a r po sse de S e u reino, o V e r b o E n
c a rn a d o ach ou s a ta n á s fe it o r e i e ídolo do m undo.
A s estátu as, os tro fé u s , os brasõen de a rm a s , a s in
s íg n ia s d o a n tig o u s u r p a d o r a n d a v a m e s p a lh a d a s p o r to
d a a p a rte .
A p e n a s f o r a o dem ó n io ven cid o , d e sa p a re c e ra m to
dos os s in a is de seu dom ínio.
E em' lu g a r deles b rilh o u a C r u z , que é o b ra s ã o do-
V e n c e d o r D iv in o .
Q u a ^ ^ o , p o r seus c rim es, u m a p o b re A lm a ou m esm o
u m a n a ç ã o to rn a a c a ir n a s g a r r a s d e satan ás e é p o r e le
d o m in a d a , o p r im e ir o aeto do- u s u r p a d o r é a p a g a r o S i
n a l d a C ru z .
S ó então, n a d a m a is receben d o deste S in a l tem ível,
è que ele a li m a n d a e d e sm a n d a com o tiran o .
D o R e n o ao D a n ú b io , to d as a s C ru zes que. d o m in a v a m
a s c o lin a s e a s m o n tan h as, que b o r d a v a m os ca m in h o s e
e s m a lta v a m os cam pos, que o r n a v a m o cum e das casas e
b r ilh a v a m no v é rtie das I g r e ja s , que d e c o ra v a m as
s a la s d o s rio s ou c o n so lav am a c h o u ^ m a do p o b re , to d a s
elas f o r a m d e rrib a d a s , q u e b ra d a s e dep ois la n ç a d a s ao
v en to ou a r r a s t a d a s à la m a , no m eio de in sultos e v o ze-
r ia s de u m p o v o d eliran te.
QJer era aquele furacão destruidor?
Era a volta do usurpador e o restabelecimento de seu
reinado.
ll:s d e aquele tempo, o espírito das trevas domina a
Alemanha e, nela como no antigo mundo, ele reina pelo
dospotismo, voluptuosidade, crueldade, assassínio, roubo,
confusão do justo pelo injusto.
É a anarquia intelectual, sob todos os nomes e todas as
formas.
Oferecem igual quadro a Prússia, a Saxônia, a H olanda, a
Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a Inglaterra, a Suíça e todos os
JBíses onde o usurpador entra no lugar do Rei legítimo.
Este fato é tanto mais significativo quanto é certo não ser
m ic o nos anais da história.
Sempre que satanás se apodera de um país, ele se reproduz.
Geral ou particular, lento ou rápido, tais quadros sempre
^ i f e s t a m o caráter da vitória e a medida de sua extensão.
C om o não! h á s a lto s em a n a tu re za , n ã o se d á o a c a s o
n a o rd e m m o ra l.
N ão sendo p ro te g id o s pelo S in a l S a lu ta r, n em u m
in sta n te se ju lg a v a m eles s e g u ro s , m esm o n o s acto s m aia
o rd in á rio s d a vid a.
S e re m o s n ó s t a lv e z m a is fo r t e s d o q u e eles?
S e rã o m en os n u m e ro sa s ou m enos v iv a s e m nós a s
tentações?
S e rã o m en o s u rg e n te s p a r a n ó s o s p e rig o s ?
N o s s o s d e v e re s sã o ta lv e z m en o s o b rig a tó rio s ?
S e m p r e o S in a l d a C ^ .
E n ó s os C a tó lic o s deste século em que condições nos
ach am os?
C om o a s de o u tro ra , n ã o estão as c id a d e s d a E u r o p a
aetu al in u n d a d a s de estátu as, q u a d ro s, g r a v u r a s e o u tro s
ob jecto s, c a p a z e s de a c e n d e r nos esp írito s m a is frio ^ o
fo g o im p u r o d a co n cu p iscên cia?
Q u e se o u v e n a s ru a s, n a s salas, p ro sa s q u o ti
d ia n a s?
N a s casas, n a m o b ília , n o lu x o d a m ^ , n o v estu á
rio e n os p ra z e re s , q u e f a l t a ao m u n d o actua.l p a r a se r
co m p letam en te p a g ã o ?
Os m a u s v ezo s sã o os m esm os que no tem po dos
C ésares. ■ ,'
E r a o S in a l d a C ru z.
T e re m o s nós o u t r a m elh o r?
Ah! H o je m ais do q u e nunca, é necess.ano fa z e r a
m iú d o o S in a l protector, s o b r e nós e s o b re a s c re a tu ra s.
S e fo rm o s vencidos, q u e m s e rá o culpado?
C u m p re o u v ir u m a teste m u n h a o c u la r.
“ A p e s a r de s ó h a v e r d ife r e n ç a de posição c m io
“ de n a tu re z a , n ó s fa z e m o s c o m a m.ão d ir e it a o
“ Sí^nal d a C r u z s o b r e o s catecúm cn os, d iz S. Ju<s-
“ tin o ; p o rq u e a d ir e it a é m ais n o b re q u e a e.'f-
“ q u e rd a .
"O ra m o s v o ltad o s a o O rie n te . p o r s e r a p a rte
" m a is n o b re dm c re a ç ã o .”
S . G r e g ó r io a c re s c e n ta :
“ O m o d o d e en te n d e r en tre os ^homens é te r p o r
“ n o b r e e m a is p recio so o que f i c a à d ir e it a ; e co -
“m um e m enos p recio so o qu e f i c a à e sq u e r-
"d a .” (2 )
K T e r t u lia n o diz :
Sto. A le x a n d r e , so ld a d o e m á r t ir n o re in a d o d e M a jri-
m iano, sen do co n d e n a d o à m orte, volte--se p a r a o o rie n te , e,
fa z e n d o trê s v e ze s o S in a l d a C r u z s o b r e se u co rp o , d iz :
“ P a d r e , Fi7ho e E s p ír it o -S a n t o ." (3 )
E n t r e os p rim e iro s C ris t ã o s e r a uso ta m b é m fa z e r -s e
o S in a l ela C r u z com o p o le g a r s o b re a fro n te .
F a z ia m assim ,
T a l é h o je a in d a o S in a l d a C ru z u sado m a is de f r e
quente n a E s p a n h a e em o u tro s v á r io s países.
V o u a p o n ta r cinco.
1.° — A h o n r a d o D iv in o C ru c ific a d o .
2.* — A h o n ra d e v o s s a fro n te .
D iz Sto. A g o s t in h o :
O S in a l d a C ru z é u m t r o fé u ; e os tro fé u s se co
lo cam nos lu g a r e s m a is altos e p ú b lico s, on de to d a a g e n
te os p o s s a v e r e p o r eles r e c o r d a r os t r iu n fo s d o v e n c e
d o r.
“A tro c o d e que, p o is , e x c la m a o g r a n d e A g o s -
“ tin h o , h a v e r ia o V e r b o D iv in o de n ã o p o r n a
“ fr o n t e d o h om em (a f r o n t e q u e é o m a is n o b re
‘‘ e v isív e l de seus m e m b r o s ), a C ru z , o S in a l da
“ v it ó r ia a lc a n ç a d a s o b re a s potên cias in fe r -
“ n a is ?" (2 )
4 .” — A p r o p r ie d a d e d iv in a .
T o m a n d o p osse do H om em , o D iv in o C ru c ific a d o
m arco u -n o s com o seu sin ete, com o o- p r o p r ie t á r io fa z aos
objecto& que lhes p erten cem .
(1) Non habeam nudam frontem; tegat eam Crux Domini mei.
(In ps., c. XXXI.)
(2) Ipsan cruccm de diabulo superato, tanquam trophaeum in
írontibus fidclú:m. positurus erat. (In Joan. Tract. XXXVI.)
“ Logo que o R e d e n to r, diz S . C e s á rio d e A r le s ,
“ deu lib e r d a d e ao H om em , m a rc o u -o com seu
“ S in a l, q u e é a C ruz. C o m o a p a re c e g rav ad a
“ nas p o rta s dos p alácio s, nós a tra ze m o s em
“ n o ssa fro n te . E ’ o V e n c e d o r q u e m a coloca aí,
“ p a r a d iz e r a todos q u e e n tra m o s e m su a p o sse e
“ som os se u p a lá c io seu tem plo v iv o . P o r isso,
“o dem ônio in v e jo s o e en raiv ecid o , t r a b a lh a
“ se m p re a v e r se n os r o u b a o S in a l de n ossa
“ fr a n q u ia , a c a r t a de n o ssa lib e r d a d e .’' ( 1 )
5.0 — A d ig n id a d e d o H o m e m .
A fr o n t e é a p a r t e m a is n o b re do H o m em , é quase
p a r a a s s im d izer, a sé d e d a
O qu e d o m in a a c ab eça, d o m in a o H o m e m .
P o r isso, de to d a s as p a r t e s d o corpo, é a c a b e ç a a que
o dem ónio, c o m m a is em p en h o p r o c u r a d e s fig u r a r .
A d e s fig u ra ç ã o deste o r g ã o p o r c o m p ressõ es a r t i f i
ciais, c o rre u todo o m undo e a in d a existe e m m u itos
países.
L e s f i g u r a r a im a g e m de D e u s, e n fra q u e c e r as f a c u l
dades in telectu ais, d e se n v o lv e r as in clin ações b a ix a s e
v is, eis o re su lta d o desto d e s fig u r a ç ã o h u m an am en te
in e x p lic á v e l.
. (1) Et ideo nunc (diabolus) gemit, invidet. circuít, sin forte vel
furto a nobis possit auferre instrumentum ipsius manumis-
sionis et acquisitae tabulae libertatis. (Homil. V, de parcha.)
fro n te p a ra lib e r t a r o H o m e m e re s titu ir-lh e , com a p le
nitude de su as fa c u ld a d e s , a d ig n id a d e de su a essência.
1.“ — p e la o r ig e m ;
2.0 — p e la a n t ig u id a d e :
3.® — pelo u so que fiz e r a m dele os A p ó sto lo s, os M á r
tires, os C atólicos d a p r im it iv a I g r e j a e de tod os os sé
culos, re p re s e n ta n te s d o q u e h a v ia d e m a io r e m a is santo
no M undo.
4.0 — p e la g ló r ia com qu e h á -d e b r i lh a r n o últim o
dia, ao a n u n c ia r a c h e g a d a d o J u iz S o beran o .
A p a r e c e r á en tão no a r , a C ru z, cin tila n te de luz, e
se c o lo cará ao lad o do T r ib u n a l S u p re m o , con solan do os
.Justos e c o n fu n d in d o os pecadores.
A ten çõo. Sem a d e v id a a te n ç ã o o S in a l R e d e n to r
n ão p a s s a rá d e u m m o v im en to m aq u in a i. Q u ^ % sem p re
inútil a quem a s s im s e m atenção o p ra t ic a r , f i c a se n d o um
proc-edimento in ju r io s o àquele C u ja M a je s ta d e , ^m or
e B e n e fíc io o S a g r a d o S in a l f a z re c o rd a r.
Con/iatnça. F u n d a d a n a p r á tic a d a l g i ’e ja , no teste
m unho dos séculos e n o s e fe ito s m a ra v ilh o s o s que e le p r o
duz, n o ssa c o n fia n ç a n o S in a l da C r u z d ev e s e r filia l, vi
va, fo rte .
T em ív el a o dem ónio, é ele o S in a l lib e r t a d o r do H o -
mLhi e do m undo.
D en oção. P r a t ic a n d o o S in a l d a C r n z o q u e é qu e eu
faço ?
D e c la ro -m e discípulo, irm ã o , a m ig o e filh o de um
D e u s C ru c ific a d o .
M as, se o c o ra ç ã o d is c o rd a r dos lábios, se o e x te rio r
não e stiv e r de acordoi co m o íntim o n ão hú devoção.
E: então m into a D eu s. m in to ao m u n d o, m in to n
m iln m esm o.
O u çam o s a n ossos p a is :
“ Q u e f a z gtte-m f o r ^ o S i M Í . d a C r u z e rpeca,?
C o lo ro n a bo ca o S in a l d a Vid.a, e c ro fja n o ccn^aç«o
v J;unhal. d a moi^íe.” ( 2 )
D a i o p ro v é rb io d o s p r im e ir o s C r is t ã o s :
D a í a s p a la v r a s de S a n to A g o s t in h o :
“D eus n ã o q u e r p in to re s, o p e ra d o re s d e se^/s
M is té rio s . S e te^ndes em vossa. fr o n t e o S in a l d a h u m il
dade .de J esu s C risto , tende tCliYn.bém em vosso p e ito a.
im ,itação dessa. hum^ildade /” ( 4 )
M e sm o que fo s s e pequeno o v a lo r d o S in a l d a C ru z,
d e v e ría m o s le m b ra r' d a q u ilo q u e disse o V e r b o E n car
nado:
P o r ta l preço ■eu te p ro m e to
h) m o rte g lo rio s a d ia n te de D e u s ;
c) e, se tan to fo s s e n ecessário, a s h o n ra s d a C a n o
nização.
E xp ressão d iv in a !
S e m p re a n tig a e s e m p re nova;!
E ’ a fó r m u la de u m a L e i.
Q u em p r im e ir o m e receu o u v i-la fo i o g r a n d e C a p itã o
lib e rta d o r d e R om a.
C o n sta n tin o M a g n o fo i tipo de H om em .
O g r a n d e Im p e r a d o r a v a n ç a v a d e m a rc h a fo r ç a d a a
e o m b a te r M a x e n c io , h o r r iv e l tira n o , que se h a v ia a p o d e
r a d o d a C a p it a l d o m u n d o.
E m p le n o m eio d ia , o S in a l da C ru z a p a re c e de re
pente a C o n sta n tin o e a seu exército, co m e sta in s c riç ã o ;
“ I n h oc S igw o v t a r e s ."
C u m p re f a z ê -lo com F é.
O c a m in h o da- C id a d e E te rn a , p o r E le n o s será
a b e rto .
Viencedores e p a r a sem p re, n o ssa g r a t id ã o le v a n t a r á à
v is ta dos A n j o s e dos E le ito s u m a estátu a c o m inscrição
eom o a d e C o n stan tin o .
“ I n hoc S ig n o V in c e s ".
R ep etin d o as p a la v r a s dos P a d r e s e d o s D o u to re s d o
0 i'ie n te e do O cidente, d ire m o s :
S a lv e ! Ó S in a l d a C ru z !
E s t a n d a r t e d o g r a n d e R e i, t r o fé u im o rta l do S en h o r,
S in a l de vida, sa lv a ç ã o e bênção.
T e r r o r de s a ta n á s e d a s legiões in fe rn a is , b a lu a r t e
in e x p u ^ m v e l, a r m a d u r a in v e n c ív e l !
E s c u d o im p e n e trá v e l, e sp a d a r e a l, h o ^ ^ da fro n te !
E ’s a e sp e ra n ç a dos C ris tã o s , o rem éd io d a s e n fe r
m id a d e s, a re s a u rre iç ã o d o s m o r t o s ; g u ia d o s cegos, a m
p a ro dos fr a c o s , con solação dos p o b r e s ; p r a z e r do bons,
te r r o r dos m au s, f r e io d o s r ic o s ; r u ín a dos so berbo s, ju g o
do in ju sto s, lib e rd a d e dos escravos.
E ’s a g ló r ia dos m á rtire s , a. c a stid a d e dos v irg e n s , a
v irtu d e dos san tos, és o fu n d a m e n to d a I g r e ja .
C a r o F re d e ric o , a í ten s a re sp o sta à s tu a s questões.
A a u to rid a d e d os séculos r e s o lv e u -a s a teu fa;vor.
A vitoriosa. a p o lo g ia d e t u a n o b r e c o n d u ta , h a j a de te
a r m a r p a r a se m p re c o n tra a s z o m b a r ia s e s o f i s ^ n s dos
in fe rio re s , tão rid íc u lo s e a tre v id o s com o ig n o ra n te s.
A g o r a s a b e s q u a n to é im p o rta n te e solidam en te f u n
d a d a a p r á t ic a h a b it u a l do S in a l d a C ru z.
E ’s com petente p a ra c a lc u la r o v a lo r m esq u in h o dos
que o n ão fa ze m .
S'abes a p r e c ia r a fa lt a de c a rá c te r d o s que se e n v e r-
•ronham de o fa z e r .
A d e u s.
Q u e o S e n h o r se sm ereeie de nós.
I n hoc S tg n o vinces.
F IM
í N D I C E
P R IM E IR A C A R T A
T E R C E IR A C A R T A
Q U IN T A CARTA
SEXTA CARTA
S É T IM A C A R TA
O IT A V A C A R T A
D É C IM A C ^ r p A
U N D É C IM A C A R T A
D U O D É C IM A carta
D É C IM A T E R C E IR A C A R T A
D É C IM A Q U A R T A CARTA
D É C IM A Q U IN T A CARTA
D É C IM A S E X T A C A R T A
D É C IM A S É T IM A C A R T A
D É C IM A O IT A V A C A R T A
D É C IM A N O N A C A R T A
V IG É S IM A C A R T A
V IG É S ^ ^ SEGUNDA CARTA
V IG É S IM A T E R C E IR A C A R T A