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O pecado que ainda existe

Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm

Vivemos num mundo que diz está em constante transformação, e realmente vemos de fato
muitas transformações ao nosso redor, basta observar sobretudo nos costumes das pessoas. No entanto é
válido sempre lembrar que existem coisas que não passam e não devem passar para o nosso próprio bem.
Nós somos chamados a preservar os bons costumes (conservador), para que as gerações futuras possam
beber da espiritualidade que nós bebemos no nosso tempo.

Preservar as tradições é um ato salutar que salva a nossa história, mas, devemos ter muito
cuidado com as mudanças dos tempos, nem sempre devemos seguir as mudanças, isto digo porque
acredito está falando para quem sabe e faz uso do raciocínio, do pensar. Existem mudanças que houve no
mundo que vieram para cooperar com a vida do homem, mas, também vieram mudanças que nos
conduzem ao mal.

Pois bem, em nossos dias existe pessoas e não são poucas, que vivem como se alguns pecados
tenham deixado de existir, como por exemplo, a gula. Diante mão, é bom sempre deixar claro, que os
pecados de ontem são os pecados de hoje, não houve nenhuma reformulação no modo de encarar os
pecados, o que era considerado pecado ontem, também hoje continua sendo pecado, nem ganharam novos
significados, como certo dia foi divulgado um vídeo na internet falando da nova configuração dos sete
pecados capitais, muita atenção, sobretudo, para aqueles “católicos” que deixam de ouvir o magistério da
Igreja, para ouvir a mídia, os sete pecados capitais continuam sendo pecados capitais.

Mas, vamos ao que interessa. A gula ainda constitui um pecado? Sim, a gula é um pecado e não
vai deixar de ser, portanto, vivamos na luta também conta esse pecado, hoje em dia para o espanto de
muitos, é também a gula, depois da pornografia, o grande meio de levar almas para o inferno.

Há quem pense que é melhor se acabar comendo feito um bicho, do que ficar mergulhado até o
pescoço no pecado da impureza, como se um fosse permitido e outro não, mas, cai em grande erro quem
pensa assim, comer feito um bicho é pecado sim e leva tanto quanto a luxúria a perdição das almas.

O que se deve observar é, que a vida sobrea é a certa medida para o bem das almas, para o
progresso espiritual. O interesse do cristão em se aprofundar no conhecimento da verdade, vai nos tirando
de vários vícios que durante a vida se vai adquirindo, buscar a verdade é buscar a Nosso Senhor,
buscando a Nosso Senhor se vai tornando cada vez mais sábio, pois, Deus é a sabedoria eterna. Ora, se
nos tornarmos sábios, consequentemente vamos aprender a valorizar tudo o que nos dá vida, e rejeitarmos
o que no-la tira.

O pecado da gula constitui um pecado no qual devemos nos preocupar, porque ele pode
facilmente nos tirar o centro da nossa vida, Deus, e colocar a comida no seu lugar. As vezes podemos
achar que isso não é tão importante assim, mas é.
Quando descobrirmos que a comida não é tudo, vamos parar de nos preocupar se há alguma
sexta-feira do ano em que se pode comer carne ou não, pois, a carne vai deixar de ser nosso centro de
atenção. Temos todos os dias da semana para comer carne, exceto nas sextas-feiras, e aí nos
concentramos na sexta, como se fosse o único dia da semana em que se come carne e esse dia nos é
tirado.

A pessoa acostumada com a gula já nem sente que o peso no estômago é uma coisa
desagradável, e vai transformando seu estômago num balde de lixo, onde vamos jogando lixo durante o
dia todo. Não se trata, no entanto, de pregar que devemos morrer de fome, não é isso, mas, cada coisa
deve ter o seu lugar em nossa vida. A comida também. É inegável que comer é uma coisa boa e prazerosa,
mas a vida não é só isso, lembremos que todo excesso é ruim. É prejudicial.

Uma boa dose de estudo dos sete pecados capitais nos levarão a uma melhor compreensão, e aí
vamos parar de sonhar que um dia o pecado da gula vai deixar de existir. Para quem vive governado pela
comida, é impossível fazer um pequeno jejum, mas isso não é a vida ideal para um seguidor de Cristo,
Cristo Jesus nos quer livre de tudo que nos impeça de fazer melhor a vontade de Deus.

Se quisermos de fato sermos felizes, é preciso abraçar a Cristo e fugir de tudo aquilo que nos
impede de estarmos perto dele de verdade. Tudo o que Cristo fez, ele nos diz ser possível também a nós,
basta querer, mas, este querer tem de ser alimentado pela fé. Cristo jejuou durante quarenta dias, é claro
que é possível jejuar um dia, isso não vai tirar a vida de ninguém, precisamos ser corajosos, nós temos o
vencedor da morte, quem tem que ter medo de nós é o satanás, pois com Cristo somos mais que
vencedores.

Busquemos sempre ser alimentados pelo conhecimento da verdade, para que a verdade seja
nosso alimento principal, daí, vamos também degustar dos alimentos que Deus deixou para nosso corpo,
para refeitos dos nossos cansaços e fadigas possamos recomeçar nossa luta contra o pecado.

Não há alimentos que nós não possamos comer (salvo aqueles que não fazem bem a nossa
saúde), mas, sempre cientes de que, o alimento não pode ser buscado como se fosse a salvação das nossas
almas. Cristo Jesus deve ser sempre esse alimento, o Pão vivo descido dos céus, quem comer deste Pão
viverá eternamente. (João 6, 51) para que buscar com tanta veemência um alimento que perece? Se Cristo
nos dá o verdadeiro alimento!

Que o Sagrado Coração de Jesus nos ilumine nesta vida e nos faça santos em seu amor!

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