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MÚSICA LITÚRGICA

“Como trabalho do camponês é o


arado, e do piloto, o mastro da
nave, assim meu trabalho é o
salmo do Senhor, minha arte e
minha tarefa estão em seus
louvores. Pois seu amor alimentou
meu coração e fez brotar em meus
lábios, já que meu amor é o
Senhor, por isso eu quero cantar”0
(Odes de Salomão)

1º - ASPECTOS DA MÚSICA LITURGICA:

I - A MÚSICA LITÚRGICA MANIFESTA O CARÁTER MINISTERIAL DE TODA A


IGREJA, CORPO DE CRISTO, ao mesmo tempo, uno e diverso, com membros e funções
diferentes, se bem que organicamente convergentes: nem todos, a todo momento, fazem tudo. A
um(a) cabe animar, a outro(a) interpretar. A um(a), presidir, aos demais, responder. Um(a) é
o(a) que proclama, os(as) demais escutam. Embora todos e todas comunguem na mesma fé,
vibrem na mesma alegria e, a seu tempo, cantem em uníssono e se balancem no mesmo ritmo,
em total sintonia e prazerosa harmonia.

II - A MÚSICA LITÚRGICA É MÚSICA RITUAL. Como tal, ela tem um caráter


exigentemente funcional, precisando adequar-se à especificidade de cada momento ou elemento
ritual de cada tipo de celebração, à originalidade de cada Tempo Litúrgico, à singularidade de
cada Festa.

III - A MÚSICA LITÚRGICA ESTÁ A SERVIÇO DA PALAVRA. Sua grande finalidade


é, portanto, realçar a Palavra emprestando-lhe sua força de expressão e motivação. Portanto,
deve ser executada, facilitando a audição, compreensão e assimilação de suas melodias.

IV - A MÚSICA LITÚRGICA EXPRESSA O MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO, de


acordo com o tempo do ano litúrgico e suas festas.
2º - DOCUMENTOS OFICIAIS DA IGREJA SOBRE A MÚSICA LITÚRGICA

1. IGMR - Instrução Geral do Missal Romano (2002)


2. Sacrosanctum Concilium - a “Constituição” da Liturgia (1963)
3. Motu Proprio Tra le Sollicitude - Papa Pio X (1903) “Código jurídico da música sacra”
4. Sacramentum-caritatis - Papa Bento XVI (2007)
5. Musicam-Sacram - Papa Paulo VI (1967)
6. Quirógrafo - Tra le Sollecitudine - João Paulo II (2003)

INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO - O objetivo desta Instrução é traçar as


linhas gerais por que há de se regular toda a celebração eucarística e expor as normas a que
deverá obedecer cada uma das formas de celebração.
CAPÍTULO II - ESTRUTURA DA MISSA, SEUS ELEMENTOS E SUAS PARTES

I - ESTRUTURA GERAL DA MISSA

27. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência
do sacerdote que faz as vezes de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício
eucarístico[37]. A esta assembleia local da santa Igreja se aplica eminentemente a
promessa de Cristo: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no
meio deles” (Mt 18, 20). Com efeito, na celebração da Missa, em que se perpetua o
sacrifício da cruz[38], Cristo está realmente presente: na própria assembleia congregada
em seu nome, na pessoa do ministro, na sua palavra e, ainda, de uma forma substancial e
permanente, sob as espécies eucarísticas[39].

28. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística.
Estas duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único ato
de culto[40]. De fato, na Missa é posta a mesa, tanto da palavra de Deus como do Corpo de
Cristo, mesa em que os fiéis recebem instrução e alimento[41]. Há ainda determinados ritos, a
abrir e a concluir a celebração.

II - OS DIVERSOS ELEMENTOS DA MISSA

Leitura da palavra de Deus e sua explanação

Orações e outros elementos que pertencem à função do sacerdote

Outras fórmulas utilizadas na celebração

34. A celebração da Missa é, por sua natureza, “comunitária”[45]. Por isso têm grande
importância os diálogos entre o celebrante e os fiéis reunidos, bem como as aclamações[46].
Tais elementos não são apenas sinais externos de celebração coletiva, mas favorecem e realizam
a estreita comunhão entre o sacerdote e o povo.

35. As aclamações e as respostas dos fiéis às saudações do sacerdote e às orações


constituem aquele grau de participação ativa por parte da assembleia dos fiéis, que se
exige em todas as formas de celebração da Missa, para que se exprima claramente e se
estimule a ação de toda a comunidade[47].

36. Há ainda outras partes da celebração, que pertencem igualmente a toda a assembleia
convocada e muito para manifestar e favorecer a participação ativa dos fiéis: são
principalmente o ato penitencial, a profissão de fé, a oração universal e a oração
dominical.

37. Finalmente, entre as restantes fórmulas:


a). umas constituem um rito ou ato por si mesmas, como o hino Glória, o salmo
responsorial, o Aleluia e o versículo antes do Evangelho, o Santo, a aclamação da
anamnese e o cântico depois da Comunhão;
b). outras destinam-se a acompanhar um rito, como o cântico de entrada, do
ofertório, da fração (Cordeiro de Deus) e da Comunhão:

Importância do canto

39. O Apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam as suas
vozes para cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Col 3, 16). O canto é sinal de alegria
do coração (cf. Atos 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”[48]. E
vem já de tempos antigos o provérbio: “Quem bem canta, duas vezes reza”.

40. Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto na celebração da Missa, de acordo com a
índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica. Embora não seja
necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, todos os textos que, por si
mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo o cuidado que
não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e
festas de preceito.

Na escolha das partes que efetivamente se cantam, dê-se preferência às mais importantes,
sobretudo às que devem ser cantadas pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo leitor, com
resposta do povo, bem como às que pertence ao sacerdote e ao povo proferir
conjuntamente[49].

41. Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto


próprio da Liturgia romana. De modo nenhum se devem excluir outros gêneros de música
sacra, principalmente a polifonia, desde que correspondam ao espírito da ação litúrgica e
favoreçam a participação de todos os fiéis[50].

Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades,
convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa,
sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis[51].

III. AS VÁRIAS PARTES DA MISSA

A) RITOS INICIAIS
46. Os ritos que precedem a liturgia da palavra – entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie
(Senhor, tende piedade de nós), Glória e oração coleta – têm o carácter de exórdio, introdução e
preparação.
É sua finalidade estabelecer a comunhão entre os fiéis reunidos e dispô-los para ouvirem
devidamente a palavra de Deus e celebrarem dignamente a Eucaristia.

Entrada
47. Reunido o povo, enquanto entra o sacerdote com o diácono e os ministros, inicia-se o
cântico de entrada. A finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a união
dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo
tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros.

48. O cântico de entrada é executado alternadamente pela schola e pelo povo, ou por um cantor
alternando com o povo, ou por toda a assembleia em conjunto, ou somente pela schola. Pode
utilizar-se ou a antífona com o respectivo salmo que vem no Gradual Romano ou no
Gradual simples, ou outro cântico apropriado à ação sagrada ou ao carácter do dia ou do
tempo, cujo texto tenha a aprovação da Conferência Episcopal[56].
Se não há cântico de entrada, recita-se a antífona que vem no Missal, ou por todos os fiéis, ou
por alguns deles, ou por um leitor; ou então pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la
à maneira de admonição inicial (cf. n. 31).

Saudação a Santíssima Trindade

Ato penitencial
51. Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, o qual, após uma breve pausa de
silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral e termina com a
absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da
penitência.
Ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial pode fazer-
se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo[57].

Kýrie, eleison
52. Depois do ato penitencial, diz-se sempre o “Senhor, tende piedade de nós” (Kýrie, eléison),
a não ser que já tenha sido incluído no ato penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os
fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em
forma alternada entre o povo e a schola ou um cantor.

Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui, porém, um maior
número, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias. Quando o
Kýrie é cantado como parte do ato penitencial, cada aclamação é precedida de um «tropo».

As 3 Fórmulas do Ato Penitencial

1ª Fórmula
2ª Fórmula

3ª Fórmula
Glória in excelsis

53. O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito
Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto deste
hino por outro. É começado pelo sacerdote ou, se for oportuno, por um cantor, ou pela schola,
e é cantado ou por todos em conjunto, ou pelo povo alternando com a schola, ou só pela schola.
Se não é cantado, é recitado ou por todos em conjunto ou por dois coros alternadamente.

Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem como nas solenidades
e festas, e em particulares celebrações mais solenes.
B). LITURGIA DA PALAVRA

Salmo responsorial
61. A primeira leitura é seguida do salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da
palavra e tem, por si mesmo, grande importância litúrgica e pastoral, pois favorece a
meditação da Palavra de Deus.
O salmo responsorial corresponde a cada leitura e habitualmente toma-se do Lecionário.
Convém que o salmo responsorial seja cantado, pelo menos no que se refere à resposta do
povo. O salmista ou cantor do salmo, do ambão ou de outro sítio conveniente, recita os
versículos do salmo; toda a assembleia escuta sentada, ou, de preferência, nele participa do
modo costumado com o refrão, a não ser que o salmo seja recitado todo seguido, sem refrão.
Se o salmo não puder ser cantado, recita-se do modo mais indicado para favorecer a meditação
da palavra de Deus.

Aclamação antes da leitura do Evangelho


62. Depois da leitura, que precede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro
cântico, indicado pelas rubricas, conforme o tempo litúrgico.
Deste modo a aclamação constitui um rito ou um ato com valor por si próprio, pelo qual a
assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar no Evangelho, e professa a
sua fé por meio do canto. É cantada por todos de pé, iniciada pela schola ou por um
cantor, e pode-se repetir, se for conveniente; mas o versículo é cantado pela schola ou pelo
cantor.

a). O Aleluia canta-se em todos os tempos fora da Quaresma. Os versículos tomam-se do


Lecionário ou do Gradual;
b). Na Quaresma, em vez do Aleluia canta-se o versículo antes do Evangelho que vem no
Lecionário. Também se pode cantar outro salmo ou trato, como se indica no Gradual.

63. No caso de haver uma só leitura antes do Evangelho:


a). nos tempos em que se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo aleluiático, ou o salmo e o
Aleluia com o seu versículo;
b). no tempo em que não se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo e o versículo antes do
Evangelho ou apenas o salmo.
c). O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho, se não são cantados, podem omitir-se.

Profissão de fé
67. O símbolo, ou profissão de fé, tem como finalidade permitir que todo o povo reunido,
responda à palavra de Deus anunciada nas leituras da sagrada Escritura e exposta na
homilia, e que, proclamando a regra da fé, segundo a fórmula aprovada para o uso
litúrgico, recorde e professe os grandes mistérios da fé, antes de começarem a ser
celebrados na Eucaristia.

68. O símbolo deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote juntamente com o povo, nos
domingos e nas solenidades. Pode também dizer-se em celebrações especiais mais solenes.
Se é cantado, é começado pelo sacerdote ou, se for o caso, por um cantor, ou pela schola;
cantam-no todos em conjunto ou o povo alternando com a schola.
Se não é cantado, deve ser recitado conjuntamente por todos ou por dois coros alternadamente.
Preparação/procissão dos dons
74. A procissão em que se levam os dons é acompanhada do cântico do ofertório (cf. n. 37, b),
que se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido depostos sobre o altar. As normas
para a execução deste cântico são idênticas às que foram dadas para o cântico de entrada
(cf. n. 48). O rito do ofertório pode ser sempre acompanhado de canto.

C). ORAÇÃO EUCARÍSTICA


79.
(...)
b). Santo
Toda a assembleia, em união com os coros celestes, canta o Sanctus (Santo). Esta aclamação,
que faz parte da Oração eucarística, é proferida por todo o povo juntamente com o sacerdote.

Exemplos de Adaptações Litúrgicas com cantos já conhecidos

Fração do pão
83. O sacerdote parte o pão eucarístico. O gesto da fração, praticado por Cristo na última Ceia, e
que serviu para designar, nos tempos apostólicos, toda a ação eucarística, significa que os fiéis,
apesar de muitos, se tornam um só Corpo, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo,
morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1 Cor 10, 17). A fração começa depois de se dar
a paz e realiza-se com a devida reverência, mas não se deve prolongar desnecessariamente nem
se lhe deve atribuir uma importância excessiva. Este rito é reservado ao sacerdote e ao diácono.

Enquanto o sacerdote parte o pão e deita uma parte da hóstia no cálice, a schola ou um
cantor canta ou pelo menos recita em voz alta a invocação Cordeiro de Deus, a que todo o
povo responde. A invocação acompanha a fração do pão, pelo que pode repetir-se o
número de vezes que for preciso, enquanto durar o rito. Na última vez conclui-se com as
palavras: Dai-nos a paz.

Comunhão
86. Enquanto o sacerdote toma o Sacramento, dá-se início ao cântico da Comunhão, que
deve exprimir, com a unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, manifestar a
alegria do coração e realçar melhor o carácter «comunitário» da procissão daqueles que
vão receber a Eucaristia. O cântico prolonga-se enquanto se ministra aos fiéis o
Sacramento[74].

Se se canta um hino depois da Comunhão, o cântico da Comunhão deve terminar a tempo.


Procure-se que também os cantores possam comungar comodamente.

87. Como cântico da Comunhão pode utilizar-se ou a antífona indicada no Gradual


Romano, com ou sem o salmo correspondente, ou a antífona do Gradual simples com o
respectivo salmo, ou outro cântico apropriado aprovado pela Conferência Episcopal. Pode
ser cantado ou só pela schola, ou pela schola ou por um cantor juntamente com o povo.
Se, porém, não se canta, a antífona que vem no Missal pode ser recitada ou pelos fiéis, ou por
alguns deles, ou por um leitor, ou então pelo próprio sacerdote depois de ter comungado e antes
de dar a Comunhão aos fiéis.

88. Terminada a distribuição da Comunhão, o sacerdote e os fiéis, conforme a


oportunidade, oram alguns momentos em silêncio. Se se quiser, também pode ser cantado
por toda a assembleia um salmo ou outro cântico de louvor ou um hino.

CAPÍTULO III

OFÍCIOS E MINISTÉRIOS NA MISSA

91. A celebração eucarística é ação de Cristo e da Igreja, que é «sacramento de unidade», ou


seja povo santo reunido e ordenado sob a orientação do bispo. Por isso pertence a todo o Corpo
da Igreja, manifesta-o e afeta-o; no entanto, envolve cada membro de modo diverso, segundo a
diversidade das ordens, das funções e da efetiva participação[75]. Deste modo, o povo cristão,
«geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo resgatado» manifesta o seu ordenamento
coerente e hierárquico[76]. Por conseguinte, todos, ministros ordenados ou fiéis cristãos leigos,
ao desempenharem a sua função ou ofício, façam tudo e só o que lhes compete[77].

I. Ordem Sacra (bispos e presbíteros)

II. Funções do povo de Deus


95. Na celebração da Missa, os fiéis constituem a nação santa, o povo resgatado, o sacerdócio
real, para dar graças a Deus e oferecer a hóstia imaculada, não só pelas mãos do sacerdote, mas
também juntamente com ele, e para aprenderem a oferecer-se a si mesmos[83]. Procurem
manifestar tudo isso com um profundo sentido religioso e com a caridade para com os irmãos
que participam na mesma celebração.
Evitem, portanto, tudo quanto signifique singularidade ou divisão, tendo presente que são todos
filhos do mesmo Pai que está nos Céus e, consequentemente, irmãos todos uns dos outros.

96. Portanto, formem todos um só corpo, quer ouvindo a palavra de Deus, quer participando nas
orações e no canto, quer sobretudo na comum oblação do sacrifício e na comum participação da
mesa do Senhor. Esta unidade manifesta-se em beleza nos gestos e atitudes corporais que os
fiéis observam todos juntamente.

97. Os fiéis não recusem servir com alegria o povo de Deus, sempre que forem solicitados para
desempenhar qualquer especial ministério ou função na celebração.

III. Ministros Especiais (Ministério instituídos do acólito e do leitor)

101. Na falta de leitor instituído, podem ser designados outros leigos para proclamar as leituras
da sagrada Escritura, desde que sejam realmente aptos para o desempenho desta função e se
tenham cuidadosamente preparado, de tal modo que, pela escuta das leituras divinas, os fiéis
desenvolvam no seu coração um afeto vivo e suave pela sagrada Escritura[86].
102. Compete ao salmista proferir o salmo ou o cântico bíblico que vem entre as leituras.
Para desempenhar bem a sua função, é necessário que o salmista seja competente na arte
de salmodiar e dotado de pronúncia correta e dicção perfeita.

103. Entre os fiéis exerce um próprio ofício litúrgico a schola cantorum ou grupo coral, a
quem compete executar devidamente, segundo os diversos gêneros de cânticos, as partes
musicais que lhe estão reservadas e animar a participação ativa dos fiéis no canto[87]. O
que se diz da schola cantorum aplica-se também, nas devidas proporções, aos restantes
músicos e de modo particular ao organista.
104. É conveniente que haja um cantor ou mestre de coro encarregado de dirigir e sustentar o
canto do povo. Na falta da schola, compete-lhe dirigir os diversos cânticos, fazendo o povo
participar na parte que lhe corresponde[88]

SACROSANCTUM CONCILIUS - a “Constituição” da Liturgia

CAPÍTULO VI
A MÚSICA SACRA
Importância para a Liturgia

112. A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras
expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui
parte necessária ou integrante da Liturgia solene.

Não cessam de a enaltecer, quer a Sagrada Escritura (42), quer os Santos Padres e os Romanos
Pontífices, que ainda recentemente, a começar em S. Pio X, vincaram com mais insistência a
função ministerial da música sacra no culto divino.

A música sacra será, por isso, tanto mais santa quanto mais intimamente unida estiver à
acção litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer como factor de comunhão,
quer como elemento de maior solenidade nas funções sagradas. A Igreja aprova e aceita
no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades
requeridas.

O SAGRADO CONCÍLIO, FIEL ÀS NORMAS E DETERMINAÇÕES DA TRADIÇÃO


E DISCIPLINA DA IGREJA, E NÃO PERDENDO DE VISTA O FIM DA MÚSICA
SACRA, QUE É A GLÓRIA DE DEUS E A SANTIFICAÇÃO DOS FIÉIS,
ESTABELECE O SEGUINTE:

113. A acção litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene
com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação activa do povo.

Promoção da música sacra

116. A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá
este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.
Não se excluem todos os outros géneros de música sacra, mormente a polifonia, na
celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da acção
litúrgica, segundo o estatuído no art. 30.

Adaptação às diferentes culturas

119. Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a qual
tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como se deve e dê-se-lhe
o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso desses povos como na
adaptação do culto à sua índole, segundo os art. 39 e 40. Por isso, procure-se cuidadosamente
que, na sua formação musical, os missionários fiquem aptos, na medida do possível, a promover
a música tradicional desses povos nas escolas e nas acções sagradas.

22.
§ 1. Regular a sagrada Liturgia compete unicamente à autoridade da Igreja, a qual reside na
Sé Apostólica e, segundo as normas do direito, no Bispo.

§ 2. Em virtude do poder concedido pelo direito, pertence também às competentes assembleias


episcopais territoriais de vários géneros legitimamente constituídas regular, dentro dos limites
estabelecidos, a Liturgia.

§ 3. Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar,
suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica.

A autoridade competente
39. Será da atribuição da competente autoridade eclesiástica territorial, de que fala o art. 22 §
2, determinar as várias adaptações a fazer, especialmente no que se refere à administração dos
sacramentos, aos sacramentais, às procissões, à língua litúrgica, à música sacra e às artes,
dentro dos limites estabelecidos nas edições típicas dos livros litúrgicos e sempre segundo as
normas fundamentais desta Constituição.

Casos especiais
40. Mas como em alguns lugares e circunstâncias é urgente fazer uma adaptação mais
profunda da Liturgia, que é, por isso, mais difícil:

1). Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2,


considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio de cada
povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé Apostólica as
adaptações julgadas úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o seu consentimento.

2). Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for
necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as
experiências prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um
tempo determinado.

3). Como as leis litúrgicas criam em geral dificuldades especiais quanto à adaptação,
sobretudo nas Missões, haja, para a sua elaboração, pessoas competentes na matéria de que se
trata.
Instrumentos músicos sagrados

120. Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical
tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário
e elevar poderosamente o espírito para Deus.

Podem utilizar-se no culto divino outros instrumentos, segundo o parecer e com o


consentimento da autoridade territorial competente, conforme o estabelecido nos art. 22 §
2, 37 e 40, contanto que esses instrumentos estejam adaptados ou sejam adaptáveis ao uso
sacro, não desdigam da dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis.

Normas para os compositores

121. Os compositores possuídos do espírito cristão compreendam que são chamados a cultivar a
música sacra e a aumentar-lhe o património. Que as suas composições se apresentem com as
características da verdadeira música sacra, possam ser cantadas não só pelos grandes
coros, mas se adaptem também aos pequenos e favoreçam uma activa participação de toda
a assembleia dos fiéis.

Os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com a doutrina católica e
inspirar-se sobretudo na Sagrada Escritura e nas fontes litúrgicas.

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL “SACRAMENTUM


CARITATIS”

O canto litúrgico
42. Na arte da celebração, ocupa lugar de destaque o canto litúrgico.(126) Com razão afirma
Santo Agostinho, num famoso sermão: « O homem novo conhece o cântico novo. O cântico é
uma manifestação de alegria e, se considerarmos melhor, um sinal de amor ».(127) O povo de
Deus, reunido para a celebração, canta os louvores de Deus. Na sua história bimilenária, a Igreja
criou, e continua a criar, música e cânticos que constituem um património de fé e amor que não
se deve perder. Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico
como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de géneros
musicais que não respeitem o sentido da liturgia. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve
integrar-se na forma própria da celebração; (128) consequentemente, tudo — no texto, na
melodia, na execução — deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do
rito e aos diferentes tempos litúrgicos.(129) Enfim, embora tendo em conta as distintas
orientações e as diferentes e amplamente louváveis tradições, desejo — como foi pedido pelos
27 padres sinodais — que se valorize adequadamente o canto gregoriano, (130) como canto
próprio da liturgia romana.(131)
MOTU PROPRIO TRA LE SOLLICITUDE

I. Princípios gerais
1. A música sacra, como parte integrante da Liturgia solene, participa do seu fim geral, que é a
glória de Deus e a santificação dos fiéis. A música concorre para aumentar o decoro e esplendor
das sagradas cerimônias; e, assim como o seu ofício principal é revestir de adequadas melodias
o texto litúrgico proposto à consideração dos fiéis, assim o seu fim próprio é acrescentar mais
eficácia ao mesmo texto, a fim de que por tal meio se excitem mais facilmente os fiéis à piedade
e se preparem melhor para receber os frutos da graça, próprios da celebração dos sagrados
mistérios.
2. Por isso a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e
nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra
característica, a universalidade.

Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo
como é desempenhada pelos executantes.

Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes
aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja,
ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas
composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter
específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres
gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão
desagradável.

 Os ministros do canto sacro realizam um verdadeiro ministério litúrgico. (cf


IGMR 103)

 Todos estes serviços têm uma função precisa no culto da assembleia... o canto e a
música NÃO são meros adornos, cuja função seria decorativa, eles ENTRAM na
ação celebrativa.

 A Schola cantorum deve promover a participação dos fiéis nos cantos executados.
[cf. MS 20.53; IGMR 103], e proferir de maneira clara e inteligível as suas partes
[cf. MS 26].

 “Além da formação musical, seja dado também aos membros da «schola


cantorum» uma adequada formação litúrgica e espiritual, de modo que da exata
execução de seu ofício litúrgico derivem não só o decoro da ação sagrada e a
edificação dos fiéis, mas também um verdadeiro bem espiritual para os próprios
cantores” [MS 24].

 Os instrumentistas e seus instrumentos, devem ocupar um lugar tal a sustentarem


o canto e serem ouvidos por todos.

OFICINAS DE CANTO LITÚRGICO


Com base nas orientações a respeito da constituição de um Canto Litúrgico, escolher um
Canto de Entrada e de Comunhão

GRUPO 1

5º DOMINGO QUARESMA, ANO B

Antîfona de Entrada – Sl 42,1s


A mim, ó Deus, fazei justiça, defendei a minha causa contra a gente sem piedade; do
homem perverso e traidor libertai-me, porque sois, ó Deus, o meu socorro.

Salmo Responsorial – 50/51


Criai em mim um coração que seja puro

Evangelho – Jo 12, 20-33

Antífona Comunhão – (Jo 12,24s).


Em verdade, em verdade eu vos digo, se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica
sozinho. Mas, se morrer, produzirá muitos frutos

GRUPO 2

2º DOMINGO PÁSCOA DO SENHOR, ANO B

Antífona de Entrada – 1Pd 2,2 ou 4Esd 2, 36-37


Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação,
aleluia!

-OU-

Exultai com a glória da vossa vocação dando graças a Deus, que vos chamou ao seu reino,
aleluia!

Salmo Responsorial – 117/118


Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia”

Evangelho – Jo 20, 19-31

Antífona de Comunhão – Jo 20, 27


Estende a tua mão, toca o lugar dos cravos e não sejas incrédulo, mas fiel, aleluia!
CONCLUSÃO

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