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1. INTRODUÇÃO1
“É por isso que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não entrem neste
mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na ação sagrada,
consciente, ativa e piedosamente, por meio duma boa compreensão dos ritos e orações;
sejam instruídos pela palavra de Deus; alimentem-se à mesa do Corpo do Senhor; deem
graças a Deus; aprendam a oferecer-se a si mesmos, ao oferecer juntamente com o
sacerdote, que não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo
mediador, progridam na unidade com Deus e entre si, para que finalmente Deus seja tudo
em todos.”2
Dessa forma, a celebração eucarística cumpre cada vez mais seu objetivo de ser memória da
ação de Deus em favor do seu povo que se repete continuamente na nossa vida, de tal forma que,
celebrar o mistério de Cristo é celebrar Cristo em nossa vida e a nossa vida em Cristo.
“Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas ações litúrgicas (...) Está
presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém batiza, é o
próprio Cristo que batiza. Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na
Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta (...)”2
Nesse sentido, a liturgia da Palavra tem função essencial na celebração, pois “a pregação da
Palavra é necessária para o próprio ministério dos sacramentos, visto que são sacramentos da fé, a
qual nasce da palavra e dela se alimenta.” 4 Assim, alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, a
Igreja instrui-se e santifica-se, anuncia a aliança e renova essa aliança, recorda a história da
salvação e expressa essa mesma história por sinais sacramentais. Por meio da Palavra e da
Eucaristia, o homem encontra, inteiramente, sua redenção.4
A missa é composta por quatro partes: Ritos iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia
Eucarística e Ritos Finais. A natureza da Celebração Eucarística é comunitária, de forma que o
sacerdote e a assembleia exercem seus papéis em um diálogo contínuo. Além disso, cabe destacar
que algumas partes da celebração são ritos por si só, são elas: o hino Glória, o salmo responsorial, o
Aleluia e o versículo antes do Evangelho, o Santo, a aclamação da anamnese e o cântico depois da
Comunhão; enquanto outras são propostas para acompanhar um rito, como por exemplo: o cântico
de entrada, do ofertório, da fração (Cordeiro de Deus) e da Comunhão.3
Cabe enfatizar, também, que o canto, o gestual e as atitudes corporais também são
importantes na celebração e exercem seu papel, além do silêncio que é parte essencial.3
Canto de Abertura
Sinal da Cruz, Saudação, Acolhida
2.1 RITOS INICIAIS: Ato Penitencial ou Aspersão
Hino de Louvor
Oração Coleta
Os ritos iniciais tem caráter de introdução, ou seja, eles “tem por finalidade fazer com que os
fiéis reunidos constituam a comunidade celebrante, se disponham a ouvir atentamente a palavra de
Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”1.
O canto de abertura cria o clima orante da celebração e introduz o mistério no tempo
litúrgico ou festa; neste momento também ocorre a procissão de entrada com o sacerdote e as
pessoas que desempenharão os serviços e ministérios. Após o sinal da cruz, a saudação expressa a
presença do Senhor e o mistério da Igreja no povo, e a acolhida ajuda a criar um ambiente fraterno e
de verdadeira comunhão na fé. Logo após, o ato penitencial é o reconhecimento da misericórdia de
Deus e da nossa condição de pecador; e o hino de louvor é um canto antigo pelo qual a igreja
glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro (não é uma aclamação trinitária), este hino não pode ser
substituído por outro canto.1,3
Em certas circunstâncias, o Missal prevê a omissão parcial ou total dos ritos iniciais,
excetuada a Oração Coleta ou Oração do Dia. Nesta oração o povo é convidado a apresentar em
silêncio suas intenções, e o sacerdote reassumindo em Cristo toda a oração do povo, exprime em
geral o mistério central da celebração.
1° Leitura Salmo
2° Leitura Evangelho
2.2 LITURGIA DA PALAVRA:
Homilia Profissão de Fé
Oração dos Fiéis
A liturgia eucarística se inicia com a preparação das oferendas, o altar é preparado e são
trazidos o pão, o vinho e água. Neste momento, a comunidade também é convidada a ser sinal de
caridade ao partilhar dos seus bens. A oração eucarística é o momento de render graças a Deus por
toda sua obra e pela salvação; e as oferendas se tornam corpo e sangue de Cristo. A fração do pão é
a manifestação da unidade dos fiéis; e a comunhão é o banquete pascal, é o momento em que se
comunga o corpo e sangue de cristo conforme ele mesmo se deu na última ceia. A oração encerra a
liturgia eucarística implorando os frutos do mistério celebrado.3
A oração eucarística “é o centro e cume de toda celebração”.3
Os ritos finais se iniciam após a oração pós-comunhão. Nesta parte da missa, se necessário,
são feitos os avisos. É neste momento também, o tempo mais adequado para as homenagens
diversas. Por fim, a bênção final dada pelo presidente da celebração seguida do canto final.
3. A LITURGIA DA PALAVRA
4. O PAPEL DO LEITOR
“A assembleia litúrgica precisa ter leitores, ainda que não tenham sido instituídos para esta
função. Por isso, é preciso procurar que haja alguns leigos, os mais aptos, que estejam
preparados para desempenhar este ministério. Se houver vários leitores e várias leituras a
serem feitas, convém distribuí-las entre eles.”4
“[...] para a liturgia, o leitor é instituído para servir a palavra, proclamando-a e fazendo-a
mais conhecida [...]1”
O leitor é instituído para proferir as leituras da Sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Além
disso, pode igualmente propor as intenções para a oração dos fiéis e, faltando o salmista, recitar o
salmo entre as leituras. Na celebração, ele possui uma função própria, que ele mesmo deve
desempenhar, ainda que estejam presentes ministros de ordem superior.
Para que os fiéis, ao ouvirem as leituras divinas, concebam no coração um suave e vivo
afeto pelas Sagradas Escrituras é necessário que os leitores, mesmo que não tenham sido instituídos
para isso, sejam realmente capazes de desempenhá-la e se preparem cuidadosamente.” 3 Não basta
uma mera distribuição de tarefas, o leitor não é apenas um executor, ele é verdadeiro agente da ação
litúrgica. Para tanto, é necessário preparação prévia das leituras, nas escolhas dos gestos e
expressões. Essa preparação não é apenas técnica, mas também espiritual, por meio de dupla
instrução bíblica e litúrgica. A função nunca deve ser feita de improviso.5
“Os homens e mulheres que assumem funções ou só participam na liturgia sejam imbuídos
do espírito litúrgico, tenham consciência dos ministérios que celebram e sejam capacitados
para executar suas funções”1.
O Leitor deve exercer seu papel com todo empenho possível, uma vez que aquele que
proclama a Palavra de Deus se faz porta voz do próprio Deus. Além disso, o leitor deve conhecer
bem o texto que será proclamado, compreendê-lo e compará-lo a sua vida, bem como, deve treinar,
principalmente, palavras e expressões desconhecidas.5
Ao leitor orienta-se o uso de roupas adequadas. Além disso, exerça a função com
tranquilidade, respire e cuide da postura, mas sem rigidez. Mantenha o semblante sereno e
respeitoso e ponha a devida emoção na leitura. Na presença de microfone, adeque a distância e
regule-o a sua voz. Pronuncie bem as palavras e ao terminar a leitura, não se precipite para dizer
“Palavra do Senhor”. Diga-o com unção.5
5. REFERÊNCIAS
1
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Animação da vida litúrgica no Brasil - 43. Brasília:
Edições CNBB, 1989.
2
CONSTITUIÇÃO CONCILIAR SACROSANCTUM CONCILIUM SOBRE A SAGRADA LITURGIA
3
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Instrução Geral do Missal Romano. Brasília: Edições
CNBB, 2008.
4
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Introdução ao Lecionário. Brasília: Edições CNBB, 2008.
5
DUARTE, Luiz Miguel (Padre); BEDOR, João Paulo. Formação para leitores e ministros da palavra. São Paulo:
Paulus Editora, 2017.