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“Os que servem ao altar, leitores, comentaristas e componentes do grupo coral exercem também um
verdadeiro ministério litúrgico.” (SC, 29)
Partindo dessas situações, o Leitor deve ser uma pessoa preparada, que tenha fé, cooperação e amor à
Igreja. Participante da Mesa da Palavra e da Mesa da Eucaristia; deve ser o primeiro ouvinte da Palavra
proclamada. A própria Palavra já nos diz: “Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes”(Tg
1,22); “a Palavra do Senhor continua seu caminho e é glorificada” através do ministro (2 Ts 3,1);
e “todo aquele que ouve a Palavra de Deus e a põe em prática é mãe e irmão de Jesus”(Lc 8,21).
1. Leitores e Leitoras
Não há celebração litúrgica sem ao menos uma breve leitura das Sagradas Escrituras;
Quem deverá fazê-la?
Quais os requisitos para poder ser leitor ou leitora?
Em uma pequena comunidade, qualquer pessoa que saiba ler poderá fazer a Leitura;
Onde existe uma equipe de liturgia organizada, as leituras são preparadas com bastante
antecedência pelos leitores.
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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO CARMO
FORMAÇÃO PARA MINISTÉRIO DE LEITORES JOVENS
Os leitores e leitoras não existem para ajudar o padre, mas atuam a partir do seu BATISMO,
fazendo parte da vida da Igreja.
Não trabalham por conta própria, mas como representantes de Cristo, animados pelo Espírito
Santo. “É Cristo mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja” (SC, 7).
Os leitores não estão na Igreja só para aparecer. Trata-se de um serviço comunitário!
Ministério significa isso: “Serviço”, função de servir!
O que é preciso saber para exercer bem esse Ministério?
Conscientização da comunidade para a importância do ministério dos Leitores.
Formação bíblica, litúrgica e catequética.
Empenho para servir melhor aos irmãos e às irmãs.
Responsabilidade para com o Ministério a ser assumido.
É bastante comum a gente chegar no início de uma celebração litúrgica e perceber que a Equipe de
Celebração está procurando leitores para a celebração…
É muito comum também as leituras serem feitas diretamente dos folhetos, e não nos Livros
Sagrados;
E tem padre que até beija o folheto ao final do Evangelho;
Em alguns lugares, não tem nem estante própria para a Palavra de Deus.
É muito comum ainda o leitor não se comunicar com a assembléia e o povo todo acompanhar a
leitura lendo o folheto, cada um por si.
Em algumas comunidades, insiste-se para que todos tragam a Bíblia para fazer este
acompanhamento individual.
O que pensar de tudo isso?
1. a) Para que Deus realmente fale com seu povo, é preciso investir na formação de Ministros
Leitores:
Não é qualquer um que pode anunciar a Palavra de Deus.
O anunciador deve ter condições para isso: boa voz, boa dicção e, principalmente, saber ler bem.
Quem não reúne essas condições não pode ser leitor (a) nas celebrações.
Quem ainda não tem essas condições precisa aprender a ler bem.
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Quando se fala em cursos, muita gente acha que é exagero ou exclusão, pois assim só algumas
pessoas vão participar e os outros ficarão de fora. Acham que é um privilégio para os que participam. NÃO
É BEM ASSIM!
Durante a celebração litúrgica não é lugar nem momento para treinamento de leitores (as).
A Palavra de Deus merece todo o respeito e a melhor forma de respeitá-la é anunciá-la bem.
E a assembléia merece todo o nosso respeito e o leitor (a) a respeita quando faz uma boa leitura!
É falta de respeito para com a assembléia, destinar alguém que não sabe ler para fazer as leituras!
“Você pode fazer a leitura hoje?” É geralmente assim que abordamos uma pessoa para ler na
Liturgia.
Fazer uma leitura é relativamente fácil: se não houver palavras difíceis no texto e o leitor tiver um
mínimo de prática, poderá até se sair bem…
Na liturgia, contudo, não se trata de “fazer a leitura”, simplesmente.
Na liturgia, se PROCLAMA a Palavra de Deus!
Qual a diferença???
LER:
Fazer a leitura significa ir à frente, ler o que está escrito, para informação minha e da comunidade. Ou no
pior dos casos, é apenas uma formalidade: celebração supõe leitura, alguém deve fazê-la; pouco importa se
os presentes entenderam ou se foram tocados pelo que ouviram.
PROCLAMAR:
Proclamar a Palavra é um gesto sacramental. Coloco-me à serviço de Jesus Cristo que, através da minha
leitura, da minha voz, da minha comunicação… quer falar pessoalmente com seu povo reunido. Cristo
“presente está pela sua Palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na
Igreja” (SC, 7).
A presença de Jesus pela sua Palavra é uma presença simbólico-sacramental, ou seja, passa pelos sinais
sensíveis…
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Assim, o leitor (a), o tom de voz, o lugar da proclamação, a comunicação entre leitor e ouvintes, a
disposição em ouvir da parte da assembléia… Tudo isso torna Jesus presente, quando se realiza a Liturgia
da Palavra.
Na liturgia, pela força do Espírito Santo, os sinais realizam aquilo que significam! (Mas esta significação
não é automática; depende da compreensão)
Como poderá haver comunicação entre Jesus e o povo reunido, se acontecem erros e defeitos como:
* os microfones não funcionam bem?
* o leitor (a) não pronuncia direito as palavras?
* a estante da Palavra fica escondida atrás de um pilar ou se os leitores ficam escondidos atrás da estante?
* a leitura vem numa linguagem erudita (ou complicada) que o povo não acompanha?
* a homilia não ajuda a olhar a vida com os olhos de Deus?
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“O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu santo
Evangelho: em nome do Pai…”
“Ó Deus todo poderoso, purificai-me o coração e os lábios para que eu anuncie dignamente o
vosso santo Evangelho.”
Os leitores deveriam inspira-se nestes dois textos para sua oração interior antes da proclamação das
leituras.
Coração: é nele que acolhemos a Palavra e o Espírito do Senhor que é amor. A proclamação deverá
partir do coração.
Lábios: são os instrumentos da comunicação. “Lábios” = todo o esforço feito para que a Palavra
concebida no coração sob a ação do Espírito possa atingir o coração dos ouvintes, possa gerar neles a
Palavra que quer fazer-se carne outra vez em nossa vida.
“Lábios” significa: dicção, entonação de voz, ritmo, respiração, ênfase…
A Liturgia da Palavra ainda sofre dessa doença muito séria: formalismo, rotina.
A cura: redescobrir a Liturgia da Palavra como um diálogo vivo, amoroso e atual de Jesus com
seus discípulos.
Existe um elenco de leituras próprias para cada celebração… O mais importante elenco é para as
celebrações de domingo, páscoa semanal dos Cristãos.
Reforma Litúrgica: Preocupação de oferecer ao povo uma leitura das partes mais importantes das
Sagradas Escrituras, ao longo de três anos.
O Ciclo Trienal das Leituras: cada ano vem caracterizado pela proclamação de um dos evangelhos:
Ano A: Mateus – Ano B: Marcos – Ano C: Lucas
O Evangelho de João ocupará as festas e tempos fortes do ano litúrgico: advento, natal, quaresma e páscoa;
e João também completa o evangelho de Marcos no ano B
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É a partir dos evangelhos, que foram escolhidas as primeiras leituras para os domingos do tempo
comum. O salmo responsorial sempre se relaciona com a 1ª. leitura e o canto de aclamação geralmente é
tirado do evangelho do dia.
A 2ª. leitura é semi-contínua das cartas do Novo Testamento; não a preocupação de ligá-las com os
outros textos bíblicos. Há ligação de um domingo a outro.
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“televisão” ou tela do corpo. Cada parte do seu rosto deve trabalhar para expressar o que está se
proclamando; não exagerar e nunca ficar impassível. O leitor deve proclamar de tal maneira que a leitura
“aconteça” aos olhos da comunidade. O leitor que não entendo aquilo que está lendo, transmitirá dúvidas a
comunidade. Somente o leitor que conhece o que lê e crê no que lê será capaz de fazer da leitura da Palavra
um verdadeiro Anúncio.
Por fim, o microfone é o instrumento eficaz para este momento. Não precisa gritar nele, nem engolir toda a
voz. Deixa-lo um ou dois centímetros abaixo do rosto. Não esquecer de ligá-lo e nunca bater nele. Fale
sempre de maneira que a voz seja bem captada.
Agora, seguem algumas dicas específicas para cada função dos Ministros da Palavra de Deus:
COMENTARISTA
Chegar no mínimo meia hora antes das celebrações e conferir se o que será comentado realmente
acontecerá!
Não esquecer da SINTONIA com os outros membros da equipe de celebração, padre, cantores…
Olhar o roteiro de celebração para saber o que a equipe de canto vai cantar e quais respostas serão
rezadas e devem ser acompanhadas junto com o povo.
A saudação à comunidade pode ser feita da seguinte maneira: Louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo ou outra apropriada.
Quando a lista de intenções for muito grande, comece a ler minutos antes do início da celebração.
Não é necessário terminar as intenções e começar imediatamente o comentário. Neste caso pode-
se ler as intenções e quando toda equipe estiver pronta para a procissão de entrada inicia-se o comentário.
É importante que durante toda a celebração o comentarista só leia o que está escrito e não fique
inventado discursos.
Os comentários serão, de preferência, curtos. E no final deles evitar dizer: “Vamos acolher a
procissão de entrada e o presidente da celebração padre fulano de tal ou dom cicrano”. Quando for um
padre desconhecido, pode-se falar dessa maneira. E quando não for, não precisa de apresentação!
Cuidado com longos comentários na Liturgia da Palavra. Explicar as leituras cabe ao padre, na
homilia.
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Ao fazer o comentário não ficar explicando os símbolos e nem ficar falando quem está trazendo as
coisas.
Confirmar com o grupo de canto se as respostas da Oração Eucarística serão cantadas. Se não
forem, acompanhar as respostas com o povo.
Se houver homenagem, oração de ação de graças, novena, avisos etc… que sejam feitos após a
Oração depois da Comunhão.
LEITORES
Procurar saber qual leitura vai fazer. Observar escala, calendário paroquial etc.
Observar “QUEM ESTÁ FALANDO” na Leitura. Há leituras próprias para homens e mulheres.
Exemplo: “A minh’alma engradece o Senhor…” foi Maria quem disse, por isso, é adequado que seja uma
mulher. Outros exemplos são Cartas de São Paulo (geralmente 2ª Leitura).
Preparar a leitura com antecedência. Observar as palavras difíceis, procurar saber sua pronuncia
correta. Treinar pontuação.
A função do leitor não é LER a Palavra, e sim PROCLAMAR a Palavra! Para isto, pronunciar
bem as palavras, sem pressa.
A pessoa que proclama uma Leitura é INSTRUMENTO DE DEUS para anunciar sua Palavra à
comunidade. Por isso, deve se dar VALOR, IMPORTÂNCIA, sem esquecer da HUMILDADE! No
momento da proclamação da leitura, o mais importante é a PALAVRA e não pessoa que proclama.
Dar o devido valor e respeito à Palavra. Ao se aproximar da Mesa da Palavra, fazer reverência
quando iniciar e finalizar a sua proclamação.
Ao usar as Vestes Litúrgicas, os leitores são revestidos da graça de Deus e escolhidos no meio da
comunidade para anunciar sua Palavra. Ao se revestir, o leitor deve sentir em seu coração a pureza e
humildade necessárias para exercer o seu ministério na Liturgia.
Não confundir “Palavra do Senhor” e “Palavra da Salvação”, nem use o plural: “Palavras do
Senhor”.
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Posicione corretamente o microfone para que todos ouçam a proclamação. Microfone só amplifica
o som. Se o leitor não abrir a boca e pronunciar com voz firme (sem gritar!), de nada adiantará o som da
Igreja.
PRECES DA COMUNIDADE
Procurar saber quais são as preces com antecedência. Se serão as do folheto, da Liturgia Diária ou
se a equipe vai preparar preces próprias.
Se for mudar a resposta (ou cantar), comunicar o padre, o grupo de canto e o comentarista.
Quem faz as preces não sai do ambão enquanto o padre não conclui com a oração.
Ler as preces não significa ter menos valor que proclamar uma Leitura. Tais serviços são
importantes na celebração litúrgica, cada um no seu momento.
PARA CONCLUIR
11 Conselhos bem simples que resumem este nosso estudo e que devem ser colocados em prática em
nossas celebrações:
1- Ler a leitura antes, em voz alta e várias vezes. Ler para entender o seu sentido, e para ver que
entonação se deve dar a cada frase( onde estão os pontos e as vírgulas.) Verificar se há palavras difíceis e
qual a sua correta pronuncia.
2- Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno, isto é, não quando se está a dizer
ou a cantar outra coisa. Procurar não vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-
se DISCRETAMENTE, antes do momento de subir.
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3- Quando estiver diante do ambão, deve-se ter em conta a posição do corpo. Não leia com as mãos nos
bolsos, ou atrás das costas, ou com as pernas cruzadas…
5- Não começar a leitura sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam realmente atentas.
6- LER DEVAGAR! O principal defeito dos leitores costuma ser precisamente esse: ler depressa.
7- Há que manter um tom geral de calma; ler fazendo pausas nas vírgulas e pontos; Fazer uma pausa
mais longa antes de dizer “Palavra do Senhor” (escutar a resposta da assembléia e voltar ao lugar)
8- VOCALIZAR, ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca, não atropelar a leitura. SEM
TEATRALIZAR!!
9- Não baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem quanto
as demais.
10- Procurar ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar.
(lembre-se da posição do microfone)
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