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Cantos Litúrgicos

Paróquia São João Batista


Diocese de São Mateus
Braço do Rio - ES, 22 de julho de 2017
• Canto (ou música) litúrgico é aquele que a Igreja admite de direito e de
fato na celebração litúrgica, e por este mesmo motivo, deve manifestar
plenamente a fé católica. A música será litúrgica quando nela a Igreja
reconhecer sua oração, quando ela aparece para acompanhar os textos a
serem cantados. Como dizia Santo Agostinho aos pagãos que indagavam
sobre sua fé: “Queres ver em que eu creio, venha a Igreja ouvir o que
canto”.

• “O Apóstolo Paulo aconselha os fiéis, que se reúnam em assembleia para


aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos
espirituais (Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração
(At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: ‘Cantar é próprio de
quem ama’, e há um provérbio antigo que afirma: ‘Quem canta bem, reza
duas vezes’” (IGMR 39).
Diferença entre “canto litúrgico” e “canto
religioso”
• O canto será litúrgico quando tiver as características de todo
sinal litúrgico (Frei Alberto Beckhäuser – OFM), e será religioso
quando procuram expressar o sentimento religioso dos fiéis, mas
não tem lugar na liturgia (servem para encontros, exercícios de
piedade, etc.)
• Portanto, cada canto no seu lugar: não temos o direito de
ignorar as regras litúrgicas e as orientações do Magistério da
Igreja.
Características de um Canto Litúrgico:
O canto na Bíblia e na Liturgia
• O próprio Senhor ia à sinagoga segundo seu costume (cf.
Lc 4, 16) e lá tomava parte nos cantos e salmos. Na
última ceia cantou os hinos do rito pascal (cf. Mt 26, 30)
• O canto na Bíblia é presidido pelo reconhecimento da
presença de Deus em suas obras da criação e em suas
intervenções salvíficas na história (ex.: Salmos)
A importância do canto
• “A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor que
ultrapassa todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto
sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte integrante da
liturgia solene” (Constituição Sobre a Sagrada Liturgia – Concílio Vaticano
II), que faz eco à Sagrada Escritura e que apresenta em suas páginas mais de
seiscentas referências ao canto e à música.
• Cada momento tem seu “espírito” próprio, seu sentimento peculiar e,
portanto, uma expressão diferenciada. Adaptando-se a essa espiritualidade,
cada momento exige um tipo de expressão musical. Os cantos litúrgicos da
missa devem respeitar cada um dos seus ritos: os Ritos Iniciais, o Rito da
Palavra, o Rito Eucarístico, o Rito da Comunhão e Ritos finais. Devem ser
cantos originais e jamais adaptações de cantos não religiosos.
Na liturgia, os cantos podem ser classificados
em dois grupos:
• a) Os cantos que acompanham o rito: devem terminar quando o rito
terminar (IGMR 37-b).
Ex.: canto de abertura, canto de apresentação das
oferendas, o Cordeiro de Deus e canto de comunhão.
• b) Os cantos que são o próprio rito: devem ser cantados por inteiro
(IGMR 37-a).
Ex.: “Santo”, hino de louvor, Ato Penitencial.
Critérios que devem ser observados para
que uma música seja executada na liturgia:
• a) A música deve estar intimamente ligada à ação litúrgica a ser realizada,
exprimindo mais suavemente a oração, favorecendo a unanimidade e dando
maior solenidade aos ritos sagrados.
• b) Deve-se respeitar a sensibilidade religiosa do povo.
• c) A música deve ser adequada ao tipo de celebração na qual é executada,
levando em conta o tempo litúrgico.
• d) Deve estar em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração,
especialmente com o Evangelho, no que diz respeito ao canto de comunhão.
• e) A música deve estar de acordo com o tipo de gesto ritual que será
executado pelos ministros e pela assembleia.
Ministérios e Serviços do Canto:
• Uma assembleia litúrgica se expressa na diversidade de
ministérios e serviços, preservando-se sempre a unidade:
“Nas celebrações litúrgicas, cada um, ministro ou fiel, ao
desempenhar sua função, faça tudo e só aquilo que pela
natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe
compete”. (Sacrossanto Concilium, nº 20).
Algumas funções do ministério da música e
suas atribuições:
• O cantor: orientar a escolha das músicas que serão executadas na
celebração, para que as mesmas sejam adequadas ao tempo, à festa,
aos ritos. O cantor quando transmite uma mensagem religiosa ao povo,
torna-se um verdadeiro profeta de Deus (1Cron 25, 1).
• O instrumentista: além de serem usados para acompanhar os cantos,
os instrumentos podem ser executados sozinhos em alguns momentos
da celebração, mas nunca abafando a voz da assembleia ou do cantor.
• O salmista: deve ser valorizado como um ministério específico, como
dom de Deus para a comunidade. Durante o canto da assembleia, o
salmista deve cantar sempre a melodia principal evitando uma segunda
voz.
Algumas falhas...
• a) A postura de alguns animadores de canto nem sempre tem
proporcionado um clima de oração e interiorização. Em alguns casos a
música é vista como algo complementar e que serve apenas para quebrar a
monotonia de algumas celebrações.
• b) Muitos animadores de canto, por falta de formação litúrgica,
desconhecem os critérios para a escolha dos cantos de uma celebração,
esquecem que o canto é funcional, ou seja, tem uma função a exercer na
liturgia.
• c) Muitos desconhecem a hierarquia dos cantos, já que alguns são
“elementares”, e por isso mesmo, mais importantes e necessários; outros
são “acessórios”, e conforme as oportunidades são dispensáveis.
• d) A adequação dos cantos a cada tempo litúrgico, a cada festa, tipo de
celebração, tipo de assembleia, passa às vezes, totalmente despercebidos
pelos animadores de músicas.
Algumas falhas...
• e) Observa-se uma total separação entre canto e liturgia. Canta-se “na”
liturgia qualquer música religiosa, ao invés de se cantar “a” liturgia.
• f) A questão da comunicação também é problemática, apresentando alguns
problemas que não favorecem a execução do canto: instalação inadequada
do som, abuso do microfone que abafa a voz da assembleia, bandas e
grupos não integrados com a equipe de celebração, etc.
• g) A mudança constante de repertório faz com que o povo não aprenda bem
nenhum canto, ficando impedido de participar com gosto e prazer, uma vez
que a repetição, em matéria de música, é fundamental no aprendizado.
• h)Cantores e instrumentistas que se ausentam durante a homilia ou algum
outro rito.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Refrão Contemplativo
Significado Litúrgico – “Antes da própria celebração é louvável
observar o silêncio na igreja, na sacristia e nos lugares que lhes ficam
próximos, para que todos se preparem para celebrar devota e dignamente
os ritos sagrados.” (IGMR 45)

Este canto é utilizado para silenciar a assembleia, informando de maneira


sutil e educada que a celebração terá seu início.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Procissão de Entrada – “Canto de Abertura” (IGMR 47-48):
Significado Litúrgico – Deus caminha ao nosso encontro: esse é o
sentido da procissão de entrada. Em diversas passagens bíblicas vemos o
povo de Deus caminhar, seja em busca da terra prometida, seja em busca de
libertação. É por isso, que na presença do sacerdote, aclamamos a Cristo
que vem ao nosso encontro, com toda a sua majestade, seu poder e
autoridade, para celebrarmos juntos os Mistérios do sacrifício da Missa.
Este canto deve acompanhar o rito da procissão de entrada e, por isso,
deve ser encerrado ao término dessa procissão.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Ato Penitencial ou Kyrie” (IGMR 52):
Significado Litúrgico – o ato penitencial, também conhecido na
liturgia antiga como o Kyrie eleison, pode ser comparado a um capacho
posto à entrada de um recinto.
Este canto é o próprio rito de ato penitencial e deve ser cantado
integralmente, devendo obrigatoriamente conter as frases: SENHOR
PIEDADE (ou Kyrie eleison) e CRISTO PIEDADE (ou Christe eleison). Caso
contrário, o canto estará liturgicamente ERRADO.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Hino de Louvor – o “Glória”:
Significado Litúrgico – expressa o louvor de toda a criatura ao
Criador, do homem remido ao Salvador e do homem imperfeito ao
Consolador, relembrando os pontos principais de todo o mistério de nossa
salvação em Jesus Cristo. Este canto deve fazer o verdadeiro louvor, assim
como disse São Paulo, o louvor que glorifica Deus pelo que ELE É e não pelo
que Ele faz.
Este canto é o próprio rito de louvor e deve ser cantado integralmente.
Obs: durante o tempo da quaresma e do advento não se canta o hino de
louvor, pois são tempo litúrgicos de penitência e de contrição, não de festa
(IGMR 53).
Os Diversos Cantos da Missa:
• Procissão da Bíblia – Acolhida da Palavra:
Significado Litúrgico – Na missa celebramos a Palavra e a Eucaristia.
A Palavra é a Bíblia: revelação do amor de Deus, fonte de salvação, o Verbo
de Deus que, na liturgia eucarística, tornar-se-á carne que habitará entre
nós. Portanto, a Palavra é o próprio Deus que se revela ao homem, e é por
isso que a aclamamos de todo coração e de toda a alma.
Este canto não faz parte oficialmente da liturgia, é FACULTATIVO. Quando
utilizado, acompanha o rito da procissão de entrada da Palavra (Bíblia,
Lecionário ou Evangeliário) e, por isso, deve ser encerrado ao término
dessa procissão.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Salmos de Respostas ou “Salmo Responsorial” (IGMR 61):
Significado Litúrgico – Os salmos, em número de 150, são partes
integrantes da liturgia da Palavra. Sempre estão em concordância com a 1ª
leitura, sendo uma resposta aos apelos desta, ou seja, o salmo é
responsorial porque o povo, após ouvir a palavra de Deus na 1ª leitura,
responde em concordância com o que acabou de ouvir.
O salmo de resposta é “insubstituível” na liturgia da palavra por sua
estreita ligação teológica com a 1ª leitura, não podendo ser modificado,
alterado ou substituído por nenhum grupo de canto.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Sequência”:
Significado Litúrgico – é um hino cantado de forma lírica e expressiva
sobre determinado tema da devoção cristã. Esse gênero musical surgiu por
volta dos séc. IX.
O Missal Romano pós-Vaticano II deixou de fora a Missa dos Fiéis Defuntos
e manteve as outras quatro “sequências”. Porém, são de uso obrigatório
apenas duas: a da Páscoa e a de Pentecostes.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Canto de “Aclamação ao Evangelho”:
Significado Litúrgico – O Evangelho é o próprio Cristo que nos vem
falar a boa notícia. É por isso que, de pé, na posição de quem ouve o recado
para ir logo anunciá-lo, todos nós aclamamos a Cristo que vem anunciar sua
palavra de salvação, cheios de imensa ALEGRIA.
Este canto é o próprio rito de aclamação ao evangelho e deve ser cantado
integralmente.
Para que um determinado canto possa ser considerado como canto de
aclamação ao evangelho, este deve obrigatoriamente conter a palavra
ALELUIA, que significa alegria, exceto no tempo da quaresma e advento
onde este aleluia é vetado, em virtude do forte tempo de penitência e
contrição (IGMR 62).
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Profissão de Fé” – Credo ou Creio (IGMR 67-68):
Significado Litúrgico – A oração do Credo expressa os principais
dogmas (princípios de fé) da igreja Católica Apostólica Romana. Nele está
contida toda a essência de nossa fé.
❖Símbolo dos Apóstolos: mais comum e curto, recitado na maioria dos
domingos.
❖Símbolo Niceno-Constantinopolitano: mais completo e mais longo, usado
em ocasiões especiais – Concílios de Nicéia I (325 d.C) e Constantinopla I
(381 d.C.)
Este canto é o próprio rito da profissão de fé e deve ser cantado
integralmente, sendo que a letra do canto deve obrigatoriamente possuir
TODO O CONTEÚDO da oração recitada.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Oração do Fiéis” (ou oração universal):
Significado Litúrgico – “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e
encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! Pois todo aquele que
pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta...”
(Mt 7, 7-9).
5 principais intenções de toda a igreja universal: 1) pelas necessidades da
igreja; 2) pelos poderes públicos; 3) pela salvação do mundo inteiro; 4) pelos
que sofrem qualquer dificuldade; 5) pela comunidade local e pelas intenções
particulares. Nesta oração, o povo exercendo sua função sacerdotal, suplica
a Deus em nome de todos os homens.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Canto da “Apresentação das Oferendas”:
Significado Litúrgico – Assim como o 1º sacerdote do antigo
testamento, Melquisedec, ofereceu ao Senhor o pão e o vinho (Gn 14, 18);
assim também como Cristo, na última ceia, ofereceu, ao Pai, o pão e o vinho
e os transformou em Corpo e Sangue seus; assim também nós oferecemos
ao Senhor em sacrifício o pão e o vinho para a glória do nome do Senhor e
para o nosso bem. Esse pão e esse vinho também para nós tornar-se-á
Corpo e Sangue de Cristo, via de salvação, dons de vida eterna.
Este canto acompanha o rito de apresentação das ofertas, e por isso, deve
ser encerrado quando o sacerdote termina de oferecer os dons à Deus e
lava as mãos – exceto nas missas solenes quando há o uso do incenso
(IGMR 74).
Os Diversos Cantos da Missa:
• Aclamação ao “Santo”:
Significado Litúrgico – É a aclamação pela qual toda a assembleia,
unindo-se aos espíritos celestes, louvam a Deus trindade, 3 vezes santo, pois
Deus é o Santo dos santos.
Este canto é o próprio rito de aclamação do Santo e deve ser cantado
integralmente.
Para que um canto seja considerado canto de santo, ele deve
obrigatoriamente conter todas as palavras da oração recitada, ou seja:
SANTO, SANTO, SANTO (ou seja 3 vezes santo) + BENDITO O QUE VEM EM
NOME DO SENHOR + HOSANA NAS ALTURAS.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Aclamação Memorial” – Pós-consagração:
Significado Litúrgico – Deve ser a própria aclamação ou adaptação
dela. Quem define se esta aclamação é ou não cantada é o próprio
sacerdote, o qual iniciará cantando e o povo responde também cantando.
Quando o sacerdote cantar “eis o mistério da fé”, o povo deverá responder
cantando de acordo com as aclamações nº 1 ou nº 2; caso o sacerdote inicie
cantando “tudo isso é mistério da fé” o povo deverá responder cantando
com a aclamação nº 3.
Quando o sacerdote recita ou canta “eis o mistério da fé” ou “tudo isso é
mistério da fé”, todos, antes ajoelhados desde a Epiclese, agora
imediatamente devem ficar de pé.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Aclamação Memorial” – Pós-consagração:
Eis o mistério da fé:
Aclamação nº 1 Anunciamos, ó Senhor, a vossa morte e
proclamamos a vossa ressureição. Vinde, Senhor Jesus.
Aclamação nº 2 Salvador do mundo, salvai-nos. Vós que
nos libertastes pela cruz e ressurreição.

Tudo isso é mistério da fé:


Aclamação nº 3 Toda vez que se come desse pão, toda vez que
se bebe desse vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica
esperando a sua volta.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Doxologia Final” (ou grande “Amém”):
Significado Litúrgico – É o amém mais importante da missa, pois
finaliza a confirmação de que “assim seja” toda a glorificação do mistério
salvífico, onde tudo foi feito por Cristo, em Cristo e para Cristo, para
glorificação do Pai no Espírito Santo e para o bem de toda a igreja.
Por isso, este canto deve conter, no mínimo, três vezes a palavra Amém,
preferencialmente cantado. Quem decide se a doxologia final será cantada
ou não é o sacerdote que iniciará cantando: “Por Cristo, com Cristo e em
Cristo, a vós Deus Pai, todo-poderoso toda honra e toda glória agora e
para sempre”.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Pai-Nosso”:
Significado Litúrgico – A “Oração do Senhor” introduz nossa
preparação imediata para a participação no Banquete Pascal.
Este canto é o próprio rito e deve ser cantado integralmente, evitando-se
versões alternativas, já que é um texto bíblico. Uma observação
importante: a Oração do Senhor é uma oração inserida dentro de um rito,
por isso, quer seja recitado, quer seja cantado, nunca se deve dizer
“amém” como forma conclusiva.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Saudação da Paz – “Canto de Paz”:
Significado Litúrgico – a Igreja implora a paz e a unidade para si
própria e para toda a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a
comunhão eclesial e a caridade mútua, antes de comungarem no
Sacramento (IGMR 82), através da saudação com: “A paz de Cristo!”
A saudação da paz é prevista, mas o canto não (IGMR 82).
Hoje, no Brasil, não esta mais previsto a realização deste canto por alguns
motivos. O doc. Redemptionis Sacramentum diz: ”Nem se execute
qualquer canto para dar a paz, mas sem demora se recite o Cordeiro de
Deus” (RS 72)
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Fração do Pão” ou “Aclamação ao Cordeiro de Deus” ou “Agnus Dei”
(em latim):
Significado Litúrgico – Após a saudação da paz, o sacerdote fraciona
o pão (corpo) e mistura-o no vinho (sangue). Neste instante ocorre a união
do Corpo ao Sangue de Cristo, e todos participarão integralmente da
comunhão deste corpo e deste sangue, mesmo recebendo apenas uma das
espécies.
Este canto é o próprio rito de aclamação à Fração do Pão e deve ser
cantado integralmente, devendo ser iniciado justamente no instante em
que o sacerdote toma nas mãos o corpo de Cristo, fraciona-o e põe um
fragmento dentro do cálice.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Canto de Comunhão”:
Significado Litúrgico – Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o
Corpo de Cristo, entoa-se o canto de comunhão que exprime, pela unidade
das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos
corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de
Cristo. Lembremos das palavras do próprio Cristo: “Eu sou o pão vivo que
desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu
vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida... Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Porque minha carne é verdadeira comida e o
meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue vive em mim e eu vivo nele” (Jo 6, 51-58).
Este canto deve acompanhar o rito da comunhão. Portanto, quando a
última pessoa terminar de comungar, este canto deve ser encerrado.
Cantos de adoração ao SS não são apropriados.
Os Diversos Cantos da Missa:
• Reflexão ou Canto de “Ação de Graças”:
Significado Litúrgico – Após a comunhão, deve-se adotar o silêncio
sagrado, onde todos meditam, louvam e rezam a Deus no íntimo do seu
coração. Esse momento é dedicado exclusivamente a Deus, onde a criatura
adora ao Criador, o remido louva o Salvador, o imperfeito adora o Amor em
perfeição (IGMR 45).
Alguns consideram esse canto como inapropriado ao momento, porque
toda a Missa é Ação de Graças e o momento é particular entre quem
recebeu a santa Eucaristia e Deus, mas ele está previsto no Missal Romano
(IGMR 88).
IMPORTANTE: o “Canto de Ação de Graças” não deve e não pode ser usado
para excluir o silêncio sacramental após a comunhão.
Os Diversos Cantos da Missa:
• “Canto de Despedida” ou “Canto Final”:
Significado Litúrgico – A benção final não é o fim, mas início da
grande missão do cristão: ir anunciar a Boa Nova a toda gente. A despedida
da assembleia ocorre a fim de que todos voltem às suas atividades louvando
e bendizendo ao Senhor com suas boas obras. Portanto, é um momento de
alegria, onde desde já se fica na ânsia de voltar à casa do Senhor para a
“pausa restauradora”, que é o sacrifício dominical da santa missa.
A reforma litúrgica realizada pelo Concílio Vaticano II propôs, como última
fórmula da celebração litúrgica, o “Ide em paz”. Um canto “final” após esse
momento seria ilógico, pois a assembleia está dispensada.
Entretanto, este canto acompanha a saída do sacerdote do presbitério e,
logo após, a assembleia.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 1) Conteúdo ou inspiração bíblica;
• 2) Qualquer salmo cantado e litúrgico;
• 3) Deve ter melodia fácil;
• 4) Todos os cânticos litúrgicos são personalizados (ritmo próprio, letra
própria e momento próprio);
• 5) Ter cuidado com as músicas destinadas às partes fixas da Celebração
(Glória, Santo, Pai Nosso, Cordeiro), pois cada um tem o seu conteúdo
próprio e isto é da Tradição da Igreja.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 1) Refrão Contemplativo:
✓Letra: deve obedecer ao tempo litúrgico, leituras próprias do dia,
sacramento celebrado, etc.
✓Música: de maneira semelhante, deve expressar as características relativas
à letra.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 1) Canto de Entrada (IGMR 47):
✓Letra: deve ser um convite à celebração! Deve falar do motivo da
celebração.
✓Música: de ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 2) Canto Penitencial (IGMR 51, 52):
De cunho introspectivo, a ser cantado com expressão de piedade.
Deve expressar confiança no perdão de Deus.
✓Letra: deve conter um pedido de perdão, sem necessariamente seguir a
fórmula do Missal.
✓Música: lenta, que leve à introspecção. Sejam usados especialmente
instrumentos mais suaves.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 3) Canto do Glória (IGMR 53):
✓Letra: o texto deve seguir o conteúdo próprio da Tradição da Igreja.
✓Música: festiva, de louvor a Deus. Podem ser usados vários instrumentos.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 4) Canto de Acolhida da Palavra:
Por ser um canto facultativo, deve ser executado quando houver a
procissão da “Palavra”. É bom que seja um canto participado pelo povo,
solenizando a chegada da Palavra.
✓Letra: o texto deve falar da importância da Bíblia e da escuta da Palavra.
✓Música: festiva, alegre, exaltando a Palavra de Deus.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 5) Salmo Responsorial (IGMR 61):
Faz parte integrante da liturgia da palavra: tem que ser um salmo.
Deve ser cantado, revezando solo e povo, ou, ao menos o refrão. Não
pode ser substituído por nenhum canto de meditação.
✓Letra: Salmo próprio do dia ou outro texto bíblico de acordo com a liturgia
do dia.
✓Música: mais suave, instrumentos mais doces.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 6) Canto de “Aclamação ao Evangelho” (IGMR 62-64):
✓Letra: tem que ter ALELUIA (louvor a Javé), exceto na quaresma. É um
convite para ouvir, é o anúncio da Palavra de Jesus. Deve ser curto, e tirado
do Lecionário, próprio do dia.
✓Música: de ritmo vibrante, alegre, festivo e acolhedor. Podem ser usados
outros instrumentos.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 7) Canto das Oferendas (IGMR 74):
É um canto facultativo. A equipe decide e combina com o Padre.
Caso não seja cantado, é oportuno um fundo musical (exceto
Advento e Quaresma), até que as ofertas cheguem até o altar, cessando
então, para que se ouça as orações de oferecimento que o
padre rezará, então em voz alta.
✓Letra: É recomendável que se fale de pão e vinho. Pode falar do
oferecimento da vida, etc.
✓Música: melodia calma, suave. Uso de instrumentos suaves.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 8) Santo (IGMR 79-b) (Doc 79-303):
É um canto vibrante por natureza.
✓Letra: seguir o texto original, indicado pela Tradição da Igreja.
✓Música: Que os instrumentos expressem a exultação desse momento e a
santidade “Tremenda de Deus”. Deve ser sempre cantado.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 9) Doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”
✓É uma hora muito importante e solene. É o verdadeiro e próprio ofertório
da Missa. É cantado apenas pelo Sacerdote. O AMÉM conclusivo, aí sim
cantado pelo povo é o mais importante da Missa e deve ser cantado ao
menos aos finais de semana.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 10) Pai-Nosso (Doc. 79-309, 306):
Pode ser cantado, mas desde que com as mesmas e exatas palavras
da oração. Não se diz o Amém, mesmo quando cantado.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 11) Canto da Paz (Doc. 79-322):
É um canto facultativo.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 12) Cordeiro de Deus (IGMR 83)(Doc79-310):
Pode ser cantado com melodia não muito rápida e sempre com as
mesmas palavras da oração.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 13) Canto de Comunhão (IGMR 86-87)(Doc. 79-314):
É um canto processional para se cantar andando.
✓Letra: preferência que tenha sintonia com o Evangelho e que seja
“Eucarística”.
✓Música: processional, toada, balada, etc...
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 14) Meditação, Louvor ou Ação de Graças (IGMR 88)(Doc 79-320):
Se for o caso, se canta dando graças, louvando e agradecendo o
encontro com o Senhor e com os irmãos. No entanto, que se tenha
tempo de silêncio profundo e de adoração e intimidade com o Senhor.
Instrumentos mais doces e melodia lenta e que leve à adoração.
Critérios e características para escolha dos
Cantos Litúrgicos:
• 15) Canto Final:
Não é previsto no Missal Romano. É para ser cantado após a
Benção Final, enquanto o povo se retira da Igreja: é o canto da
despedida.
✓Letra: deve conter uma mensagem que levaremos para a vida, se possível,
referente ao Evangelho do dia.
✓Música: alegre, vibrante. Podem ser usados outros instrumentos.
Fontes:
• Instrução Geral sobre o Missal Romano.
• Coleção Estudos da CNBB – nº79 (Documento Verde).
• Coleção Documentos da CNBB – nº 43 (Documento Azul).
• Orientações sobre a Palavra de Deus – Doc. 52, Hinário Litúrgico.
• Canto Litúrgico – Encontro Diocesano de Liturgia.
• Música e Liturgia – A Música como Expressão da Vida Humana.
• Livro Canta Meu Povo.
• http://musica.cancaonova.com/formacao-para-musicos/tudo-o-
que-um-musico-precisa-saber-sobre-a-quaresma.
• http://musica.cancaonova.com/liturgia/o-que-o-missal-romano-
fala-sobre-os-cantos-liturgicos.
• http://catholicum.wikia.com/wiki/canto_liturgico.

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