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Encontro Canto e musica

Litúrgica

O CANTO NA LITURGIA E SUA RELAÇÃO

COM O TEMPO LITÚRGICO


A MÚSICA SACRA
Importância para a Liturgia

” A música sacra será, por isso, tanto mais santa


quanto mais intimamente unida estiver à acção
litúrgica, quer como expressão delicada da oração, quer
como factor de comunhão, quer como elemento de
maior solenidade nas funções sagradas. A Igreja
aprova e aceita no culto divino todas as formas
autênticas de arte, desde que dotadas das qualidades
requeridas.
O sagrado Concílio, fiel às normas e determinações da
tradição e disciplina da Igreja, e não perdendo de vista
o fim da música sacra, que é a glória de Deus e a
santificação dos fiéis...” (SC 112)
CATECISMO DA IGREJA
CATOLICA

“ O canto e a música desempenham sua função de sinais de


maneira tanto mais significativa por "estarem intimamente
ligados à ação litúrgica ", segundo três critérios principais: a
beleza expressiva da oração, a participação unânime da
assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da
celebração. Participam assim da finalidade das palavras e
das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos
fiéis ( CIC- 1157)
CATECISMO DA IGREJA
CATOLICA

“Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos


cânticos, os acentos suaves que ecoavam em vossa
Igreja! Que emoção me causavam! Fluíam em meu
ouvido, destilando a verdade em meu coração. Um
grande elã de piedade me elevava, e as lágrimas
corriam-me pela face, mas me faziam bem – St.
Agostinho .”
O que é liturgia
 Liturgia é uma palavra de origem grega, cujo
significado é “serviço público”, uma obra realizada em
benefício do povo. A Igreja assumiu e aplicou o
termo liturgia no sentido de “serviço divino”, serviço
religioso e ritual. É, ao mesmo tempo, a salvação
realizada por Deus na sua Igreja e o culto prestado a
Deus por essa Igreja. Portanto, quando falamos
de liturgia, incluímos tanto o agir de Deus em nosso
favor, quanto o nosso agir comunitário dirigido a
Deus. Então, em liturgia temos dois movimentos:
ascendente e descendente. De nós para Deus e de
Deus para nós. Elevamos a Deus nossos anseios,
súplicas e agradecimentos (movimento ascendente), e
de Deus recebemos abundantes graças (movimento
descendente).
Música religiosa

 São aquelas músicas que procuram expressar o sentimento


religioso dos fiéis, mas não têm lugar na liturgia. Elas servem
para encontros, exercícios de piedade, etc. Na música
religiosa podemos encontrar cantos para encontros, para
reuniões de grupos de rua, cantos para grupos de oração, etc.
Também não se deve nutrir pré-conceito a respeito da
música religiosa. Ela tem seu valor na vivência cristã. Pelo fato
de não serem adequadas para liturgia não significa que não
tem sua importância no sentimento religioso de nosso povo.
Porém, não podemos cair no erro de acharmos que temos o
direito de colocá-las na liturgia só porque são bonitas e
animadas e por conta disto desprezarmos a música litúrgica.
Cada canto no seu lugar. Não temos o direito de ignorar as
regras litúrgicas e as orientações do Magistério da Igreja.
Música Litúrgica

 É aquela que é apropriada para a


celebração litúrgica. Para saber se um
canto é litúrgico é necessário conhecer
os mais variados elementos que
compõem o canto litúrgico.
A importância do canto na liturgia

 Pelo canto, a oração se exprime com maior


suavidade,
 Mais claramente se manifestam o mistério da
liturgia e sua índole hierárquica e comunitária,
 Mais profundamente se atinge a unidade dos
corações pela unidade das vozes.
 Mais facilmente se elevam as almas pelo
esplendor das coisas santas até as realidades
supraterrenas,
 Enfim, toda celebração mais claramente prefigura
aquela efetuada na celestial Jerusalém” (MS 5 e
SC112)
Princípios teológicos do canto litúrgico

 Inspiração Bíblica
 Revela, segundo a cultura, a Encarnação
 Louvar com gêneros musicais diferentes
de cada povo
 Memorial
 Adentrar o mistério
 Conforta
Princípios estéticos do canto litúrgico
 A música litúrgica relaciona-se com o belo, com a
harmonia, com a estética que devem auxiliar na
contemplação do mistério divino. Vejamos alguns
princípios estéticos que devem estar presentes no
canto litúrgico.
 Utiliza elementos simbólicos
 Privilegia linguagem poética
 Prioriza texto
 Deve existir harmonia entre palavra e música
 Não depende de arranjos rebuscados
 Fidelidade à inspiração do autor (NUNCA USAR
PARÓDIAS)
 Beneficia-se com formação litúrgica
Cantar o ciclo do Natal
O que é Advento?

 Advento é um substantivo masculino


com etimologia latina, no termo adventum,
que significa Vinda
ou chegada.
Ouve-se na terra uma grito
OUVE-SE NA TERRA UM GRITO
DO POVO UM GRANDE CLAMOR
SENHOR, ABRE OS CÉUS
QUE AS NUVENS CHOVAM O SALVADOR.

É UM SÓ CANTO DE AMOR E ESPERANÇA


QUE A TERRA MÃE, GERMINANDO CONTÉM
A TI, SENHOR, NÓS CLAMAMOS
VEM, SENHOR JESUS,VEM.

(REFRÃO)

MESMO SE AS GUERRAS DESTROEM A TERRA


PONDO EM PERIGO A PAZ E O BEM
QUE A NOSSA VOZ NÃO SE CANSE
VEM, SENHOR JESUS, VEM.
Nasceu-nos hoje um Menino
Nasceu-nos hoje um menino. E um filho nos foi dado.
Grande é este pequenino Rei da paz será chamado.
Aleluia, aleluia. Aleluia, aleluia. Aleluia, aleluia. Aleluia,
aleluia.

1. Cantai, cantai ao senhor


Um canto novo, um louvor!
Por maravilha tão grande
Um canto novo, um louvor!
Por tal vitória e poder
Um canto novo, um louvor!
Por um amor tão fiel
Um canto novo, um louvor!
Cantar a quaresma

O tempo da Quaresma é de penitência e conversão, mas não é


tempo de tristeza, porque já somos vitoriosos em Jesus, que
venceu a morte e nos deu vida. É preciso que aconteça um clima
todo especial que a Liturgia nos propõe nesse tempo quaresmal,
e isso precisa acompanhar a música e o canto. O nosso canto
não deve ser triste, mas sereno e esperançoso, proporcionando
um verdadeiro clima de oração, contemplação e penitência.
Cantar a quaresma

Porém, não se trata de um tempo de louvor; por isso se


omite o hino de louvor, assim como o “Aleluia” na
aclamação ao Evangelho. Os Salmos são de meditação, a
melodia deve ser cantada expressando nosso
arrependimento, súplica de piedade. É necessário que
todos os cantos da Missa, estejam de acordo com a liturgia
e devem ser bem escolhidos, cantados e tocados afim de
promover o que nos convida este tempo forte e profundo
que é a penitência e a conversão.
Cantar a quaresma
“Cantar a quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se
sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e
de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga,
assim, a Paixão de Cristo… É um canto de luto, um canto
sem ‘glória’ e sem ‘aleluia’, um canto sem flores e sem as
vestes da alegria, um canto ‘das profundezas do abismo’
em que nos colocaram nossos pecados (Sl 130); um grito
penitente de quem implora e suplica: ‘Tende piedade de
mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a
vossa misericórdia, apagai a minha iniqüidade’” (Hin.
litúrgico – 2, introdução).
Lembra Senhor o teu amor
Lembra, Senhor, o teu amor fiel para sempre!
Que os inimigos não triunfem sobre o povo!
De suas angústias, ó Senhor, livra tua gente!

1. Senhor, meu Deus, a ti elevo a minha alma,


Em ti confio: que eu não seja envergonhado.
Não se envergonhe quem em ti põe sua esperança,
Mas, sim, quem nega por um nada sua fé!
2. Mostra-me, Senhor os teus caminhos,
E faz-me conhecer a tua estrada!
Tua verdade me orienta e me conduza,
Porque és o Deus da minha salvação!
Cantar a Páscoa

A ressurreição de Jesus é o ponto central de nossa fé!


Viver o tempo pascal é ter a oportunidade de nos abrir para
uma vida nova que o Cristo Ressuscitado nos oferece.
Nossos cantos devem expressar a alegria, exultação, pois
somos ressuscitados com ele. O aleluia e o glória são
entoado solenemente pelos nossos lábios e corações.
Todos os dias desse período são “Dias de Páscoa” e não
“dias após a Páscoa”, isto é, vivemos intensamente cada
um desses dias como: “O dia que o Senhor fez para
nós!” (Sl. 117)
Banhados em Cristo

Banhados em Cristo,
somos uma nova criatura.
As coisas antigas já se
passaram,
somos nascidos de novo.
Aleluia, aleluia, aleluia! (bis)
Cantar as festas do Senhor
Embora sabendo que, ao longo de todo o ano
litúrgico, a Igreja celebra o mesmo mistério de
Cristo – por exemplo: No ciclo do natal, o
mistério de sua encarnação; no ciclo da páscoa,
sua paixão, morte, ressurreição e ascensão; no
tempo comum, a memória da presença do
Senhor nas circunstâncias do dia-a-dia de sua
Igreja -, mesmo assim, no decorrer da história,
foi sendo agregado ao calendário litúrgico
outras festas do Senhor e de seus santos.
Cantar as festas do Senhor

Comecemos pelas festas do Senhor. Vale lembrar, de antemão,


que trataremos apenas da festas que são celebradas aos
domingos, anualmente, e daquelas que quando caem no
domingo são assumidas por este. São elas:
– Apresentação do Senhor no Templo (2 de fevereiro)
– Santíssima Trindade (domingo depois de pentecostes)
– Transfiguração do Senhor (6 de agosto)
– Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro)
– Cristo, Senhor do Universo (último domingo do T. Comum)
Cantar as festas do Senhor

Outras festas:
– Festas de Maria (Mãe de Deus, Assunção, Imaculada
Conceição, Aparecida)
– Festas dos Santos (Natividade de S. João Batista,São
Pedro e São Paulo Apóstolos, Todos os santos
– Outras festas (Dedicação da Basílica do Latrão,
Comemoração do fiéis defuntos)
NB.: Todo o repertório litúrgico destas festas está
registrado nos CDs: “Festas Litúrgicas I, II, III e IV”, da
gravadora Paulus.
“A Igreja tem igualmente necessidade dos músicos. Quantas
composições sacras foram elaboradas, ao longo dos séculos, por
pessoas profundamente imbuídas pelo sentido do mistério! Crentes
sem número alimentaram a sua fé com as melodias nascidas do
coração de outros crentes, que se tornaram parte da Liturgia ou pelo
menos uma ajuda muito válida para a sua decorosa realização. No
cântico, a fé é sentida como uma exuberância de alegria, de amor, de
segura esperança da intervenção salvífica de Deus.” (Carta do Papa
João Paulo II aos artistas §12 - 04 de abril 1999)
«Vós sois chamados a fazer conhecer a
gratuidade da beleza» e a «promover uma
cultura do encontro, a construir pontes entre as
pessoas, entre os povos, num mundo em que se
erguem ainda tantos muros por medo dos
outros»,

(Discurso aos membros do movimento “Diaconia da Beleza”


Papa Francisco - Vaticano, 24.2.2018)
Referência bibliográfica
1. CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - CNBB. A música litúrgica no Brasil: Um
subsídio para quantos se ocupam da musica litúrgica na Igreja de Deus que está no Brasil. São
Paulo Estudos CNBB- v.79.
2. Instrução geral do Missal Romano e introdução ao Lecionário: Texto Oficial. 5.ed. Brasília:
CNBB, 2014.
3. FONSECA, Joaquim. Cantando a missa e o ofício divino. : Paulus, 2004. 93p. (Liturgia e Música 1).
4. ALCALDE, Antonio. Canto e música litúrgica: Reflexões e sugestões. São Paulo: Paulinas, 1998.
(Liturgia e participação).
5. CENTRO NACIONAL DE PASTORAL LITURGICA. . A arte de celebrar: Guia pastoral. Brasília:
CNBB, 2015. (Coleção Vida e liturgia da Igreja; 3).
6. . CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - CNBB. . A Sagrada liturgia 40 anos
depois. São Paulo: Paulus, 2003. (Estudos da CNBB; 87).
7. IGREJA CATOLICA. . Catecismo da Igreja Católica: Edição típica Vaticana. São Paulo:Vozes/ Loyola, 1999.
8. Compêndio do Vaticano II: constituições, decretos,declarações. 18.ed. Petrópolis: vozes, 1986.
9. BROUARD, Maurice; LEMOS, Benôni. Eucharistia: Enciclopédia da Eucaristia. São Paulo: Paulus, 2006.
10. CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - CNBB Hinário Litúrgico: 2 ª Fascículo
Quaresma -Semana Santa - Páscoa - Pentecostes. São Paulo: Paulinas, 1987.

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