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Introdução

Introdução
Precisamos trazer sempre à mente o que é a Missa para podermos
refletir sobre aquilo que fazemos de inadequado no nosso servir.

“O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi


entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para
perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício
da cruz” (Sacrosanctum Concilium, 47).

“A Missa é, inseparavelmente: sacrifício em que se perpetua o


Sacrifício da Cruz; memorial da morte e ressurreição do Senhor;
banquete sagrado que renova a aliança entre Deus e os homens”
(Eucharisticum Mysterium, 3).

Para compreendermos melhor esta dimensão da Missa, o Papa


Francisco nos adverte sobre a atitude que devemos ter ao
participarmos da Eucaristia:

“Participar da Missa é viver outra vez a paixão e a morte redentora


do Senhor. É uma teofania: o Senhor torna-se presente no altar para
ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo. [...] Está claro?
Participar da Missa é como viver outra vez a paixão e a morte
redentora do Senhor.” (Catequeses sobre a Missa, 2017).

Por ser tão sublime e grandiosa, a Santa Missa tem certas regras,
chamadas de normas litúrgicas, que devem ser sempre
observadas. Veja o que São João Paulo II nos diz sobre elas:

“Sinto o dever de fazer um veemente apelo para que as normas


litúrgicas sejam observadas com grande fidelidade na celebração
eucarística. O sacerdote que celebra fielmente a Missa segundo as
normas litúrgicas, e a comunidade que às mesmas adere,
demonstram de modo silencioso, mas expressivo, o seu amor à
Igreja.” (Ecclesia de Eucharistia, 52).

Tudo isso diz muito sobre como NÃO devemos servir na Missa!
CAPÍTULO 01

Ordinário e
Próprio da
Missa
1. Ordinário e
Próprio da Missa
A Missa é dividia em várias partes, pois são diversos os ritos que
fazem parte dela.

Aquelas partes que não mudam nunca compõem o chamado


Ordinário, popularmente conhecido por partes fixas. Dos
elementos pertencentes a esta categoria – e que podem ser
cantados – temos: Ato Penitencial, Kyrie, Glória, Credo, Santo, Pai
Nosso e Cordeiro de Deus.

As demais partes da Missa que podem ser cantadas – e que


mudam a cada dia ou tempo litúrgico – fazem parte do Próprio,
ou das chamadas partes móveis. Dentre elas, podemos destacar:
Entrada, Salmo Responsorial, Aleluia, Ofertório e Comunhão.

PARA MEMORIZAR:

- Ordinário é tudo aquilo que se repete regularmente. Por isso as


partes fixas, que independentemente do dia do ano ou do tempo
litúrgico são sempre as mesmas, fazem parte do Ordinário.

- Aquelas partes da Missa que mudam sempre são próprias de cada


dia ou tempo litúrgico, por isso fazem parte do Próprio.
CAPÍTULO 02

Escolha dos
textos do
Ordinário
2. Escolha dos
textos do Ordinário
Por ser parte imutável da Missa, a escolha dos textos a serem
cantados nas partes fixas da Missa deve ser feita com atenção.
Basicamente, deve-se cantar cada uma dessas partes da exata
forma como estão escritas no Missal.

“O texto litúrgico tem de ser cantado como se encontra nos livros


aprovados, sem posposição ou alteração das palavras, sem
repetições indevidas, sem deslocar as silabas, sempre de modo
inteligível” (Tra le sollecitudini, 9).

“Ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa,
acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica.”
(Sacrosanctum Concilium, 22)

“Não é permitido substituir os cânticos do Ordinário da Missa, por


exemplo, o Cordeiro de Deus, por outros cânticos” (IGMR, 366).

PARA EXEMPLIFICAR:

Compare estes textos inadequados com os textos litúrgicos.

Ato Penitencial - 3ª fórmula:

v. Senhor, que te deixaste ferir, do teu Sangue vem a paz. Aqui


estou, perdoa-me. R. Kyrie Eleison.

v. Senhor, que viestes salvar os corações arrependidos, tende


piedade de nós. R. Kyrie Eleison.

Santo:

Santo, Santo é, Santo, Santo é, Deus do Universo, ó Senhor Javé...

Santo, Santo, Santo! Senhor, Deus do Universo...


CAPÍTULO 03

Escolha dos
textos do
Próprio
3. Escolha dos
textos do Próprio
Começando pelo Salmo Responsorial e Aleluia, percebemos
rapidamente que, de fato, há sempre um texto diferente para ser
cantado a cada Missa.

Estes dois cantos, por serem parte integrante da Liturgia da


Palavra, jamais podem ser substituídos por outros, nem devem ser
adaptados.

“O salmo responsorial corresponde a cada leitura e, habitualmente,


toma-se do Lecionário. Em vez do salmo que vem indicado no
Lecionário, também se pode cantar ou o responsório gradual tirado
do Gradual Romano, ou um salmo responsorial ou aleluiático do
Gradual Simples, na forma indicada nestes livros” (IGMR, 61).

“Depois da leitura, que precede imediatamente o Evangelho, canta-


se o Aleluia ou outro cântico, indicado pelas rubricas, conforme o
tempo litúrgico. Os versículos tomam-se do Lecionário ou do
Gradual” (IGMR, 62).

PARA EXEMPLIFICAR:

Observe a diferença entre o texto e a estrutura de uma Aclamação


ao Evangelho inadequada em comparação ao que a Igreja orienta:

Aleluia, Aleluia, a minha alma abrirei.


Aleluia, Aleluia, Cristo é meu rei.

de João 10,27:
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
v. Minhas ovelhas escutam minha voz,
eu as conheço e elas me seguem.
3. Escolha dos textos do Próprio

Os cantos de Entrada, Ofertório e Comunhão, em essência,


também devem seguir este mesmo padrão de refrão + versículo, e
também mudam a cada dia do ano ou tempo litúrgico.

Observe que as normas litúrgicas nos dão apenas duas opções de


escolha para estes cantos:

“Para o canto de Entrada, pode utilizar-se ou a antífona com o


respectivo salmo que vem no Gradual Romano ou no Gradual
Simples, ou outro cântico apropriado à ação sagrada ou ao caráter
do dia ou do tempo, cujo texto tenha a aprovação da Conferência
Episcopal” (IGMR, 48).

“As normas para a execução deste cântico [de Ofertório] são


idênticas às que foram dadas para o cântico de entrada” (IGMR, 74).

“Como cântico da Comunhão pode utilizar-se ou a antífona indicada


no Gradual romano, com ou sem o salmo correspondente, ou a
antífona do Gradual simples com o respectivo salmo, ou outro
cântico apropriado aprovado pela Conferência Episcopal” (IGMR, 87).

PARA EXEMPLIFICAR:

Veja um canto de Entrada e um de Ofertório que não têm


aprovação litúrgica e compare-os com cantos litúrgicos extraídos
do Gradual para um Domingo do Tempo Comum:

Entrada:

1. Todos reunidos na casa de Deus, com cantos de alegria e grande


louvor, vamos celebrar os feitos do Senhor e sua bondade que
nunca tem fim.
R. Vamos celebrar, Deus está aqui, vamos celebrar, Deus está
aqui no meio de nós.
3. Escolha dos textos do Próprio

do Salmo 65(66),4 e 1-2.9.10.13:


R. Toda a terra vos adore com respeito, ó Senhor,
e proclame o louvor de vosso nome!

v. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,


dai a Deus a mais sublime louvação.
v. É ele quem dá vida à nossa vida,
e não permite que vacilem nossos pés.

Ofertório:

Daqui do meu lugar, eu olho o teu altar e fico a imaginar aquele


pão, aquela refeição. Partiste aquele pão e o deste aos teus
irmãos. Criaste a religião do pão do céu, do pão que vem do céu.

Somos a Igreja do pão, do pão repartido, e do abraço e da paz.

do Salmo 5, 3 e 2.4.5:
R. Ficai atento ao clamor da minha prece,
ó meu Rei e meu Senhor!

v. Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido.


v. É a vós que eu dirijo a minha prece; de manhã já me escutais.

Obs.: a escolha de antífonas do Gradual para fazer a comparação deveu-se


à sua primazia sobre os demais textos possíveis para o uso litúrgico!
CAPÍTULO 04

Escolha de
melodias e
execução
4. Escolha de
melodias e execução
Nem todos os estilos musicais podem ser considerados aptos
para a liturgia, porque os cantos litúrgicos são sagrados!

“Se não se possui ao mesmo tempo o sentido da oração, da


dignidade e da beleza, a música instrumental e vocal impede por si o
ingresso na esfera do sagrado e do religioso” (S. Paulo VI)

Por isso a Igreja estabelece critérios essenciais que a música


litúrgica deve ter. Destaco dois deles, enumerados por S. Pio X:

SANTIDADE - deve ser santa, e, por isso, excluir todo o profano não
só em si mesma, mas também no modo como é executada.

UNIVERSALIDADE - cada nação pode admitir nas composições


formas particulares, mas estas devem ser subordinadas às
características da música sacra, para que ninguém de outra nação, ao
ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.

O canto gregoriano é a expressão musical que corresponde


perfeitamente a todas as exigências da liturgia. Por isso é
considerado pela Igreja como canto oficial da liturgia. Também por
isso deve servir de inspiração para novas composições litúrgicas.

“Faço minha a ‘regra geral’ de são Pio X: uma composição para a


Igreja é tanto sacra e litúrgica quanto mais se aproximar, no
andamento, na inspiração e no sabor, da melodia gregoriana, e tanto
menos é digna do templo, quanto mais se reconhece disforme
daquele modelo supremo’” (Quirógrafo, 12)

PARA REFLETIR:

Como o meu canto ou instrumento podem se aproximar da suavidade


do canto gregoriano? Com ataques fortes da voz e do instrumento,
ou com delicadeza ao cantar e ao tocar, para que a Palavra de Deus
seja colocada em evidência?
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