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Há pelo menos duas condições para que o canto na Liturgia possa, de fato,
ser mediação, veículo do Espírito.
Primeiro não podemos encarar a música na Liturgia como "divertimento"
para tornar a Liturgia mais leve, mais agradável, mais movimentada. Devemos
cantar e tocar "no Espírito", abrindo-nos à ação de Deus que vem nos transformar
também através do canto, fazendo de nós adoradores do Pai em Espírito e
verdade. Em outras palavras, é preciso levar a sério à força sacramental da
música na Liturgia e fazer do canto um ato de fé, um gesto de amor. Por isso, não
podemos cantar de maneira rotineira, inconsciente, superficial.
(Da ficha 11 do “Liturgia em Mutirão” da CNBB)
Cantos Rituais
• Abraão, nosso Pai na Fé foi um caminheiro “Deixa tua terra e vai para o
lugar onde te indicar”;
• O Povo de Deus caminhou com Moisés no Deserto;
• Cristo caminhou rumo a Jerusalém em sua vida pública;
• Ele disse ser “o Caminho, a Verdade e a Vida”
Portanto, o caminhar está tão presente no cristianismo, que o primeiro nome
que ele recebeu foi “Religião do Caminho” (At 24,16).
Esta procissão é a marcha nupcial da Esposa (Igreja) que vai ao encontro do seu
Esposo (Cristo), encontro selado com o ósculo (beijo) no altar, realizado pelo
presidente da celebração.
Vamos refletir...
O que é mais importante a PROCISSÃO DE ENTRADA ou o CANTO DE
PROCISSÃO DE ENTRADA?
R: Este canto foi inserido para acompanhar a procissão, ou seja, ele acompanha
algo mais importante que é uma ação ritual; a procissão.
Cantos que não expressam a ação comunitária: Evitar cantos “tapa buraco”,
que não tenham nada haver com este momento. Exemplos = “Reunidos aqui só
pra louvar o Senhor”, “Quem é esta que avança como aurora?”, “Eis me aqui
Senhor”... etc
Concluindo
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02 – KYRIE ELEISON
(Faz parte da Ação Ritual do “ATO PENITENCIAL”)
Este rito, não deve ser confundido com o sacramento da Penitência. Evitem-se,
pois as descrições de pecados.(Guia Litúrgico Pastoral CNBB – pg. 33).
Pode-se olhar o Missal para se observar, nas várias fórmulas adequadas a cada
tempo litúrgico, que não se declara os pecados (“perdão por isso e aquilo...”), mas
se bendiz o Cristo pelo que Ele é; a Misericórdia. Essas fórmulas poderiam ser
musicadas, assim como aquela meio esquecida:
O Kyrie está mais para o Hino de Louvor do que para o Ato Penitencial. Os
últimos acordes do Kyrie deveriam emendar com os do início do Glória.
Simplificando...
Vamos refletir...
COMO DEVE SER O CÂNTICO DO KYRIE NO ATO PENITENCIAL?
Deve seguir as orientações do Missal Romana e fidelidade às fórmulas do Confesso
a Deus e do Senhor tende Piedade de nós...
Propõe-se, sobretudo, que se ensine as Assembléias Litúrgicas a descobrirem a
riqueza do Kyrie também em latim, sobretudo para ser entoada em Solenidades e
Festas.
03 – HINO DE LOUVOR
(Hino Cristológico do SÉC. IV)
Para a explicação deste Hino, inclui nesta apostila o texto do “Mutirão Litúrgico da
CNBB – nº 09”:
Vamos refletir...
A QUEM ESTE HINO GLORIFICA?
R: É um louvor ao PAI e ao CORDEIRO. A pessoa de Jesus Cristo aparece no
centro desta grande doxologia (louvação), por isso chamamos de Hino
Cristológico.
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados
Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso:
Nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos,
Nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória,
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho
de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai tende piedade de nós.
Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo Jesus Cristo.
Com o Espírito Santo, na Glória de Deus Pai. Amém.
“Os Salmos foram para a Igreja, desde o início, o mesmo que haviam sido por
séculos para o povo de Israel: textos privilegiados da Sagrada Escritura para o
louvor divino, tanto nas celebrações litúrgicas como na oração pessoal. Palavra de
Deus expressa nos limites da palavra humana, e que retorna a deus pelo louvor,
freqüentemente na forma de canto”.
Monges Beneditinos – Mosteiro da Ressurreição – Ponta Grossa PR
Dicas:
• Sempre que possível projetar ou anunciar antes do salmo o refrão para a
assembléia.
• Não mais fazer uma introdução / comentário antes do salmo.
• Quando o refrão for muito longo e ele não for cantado, convém por questão pastoral
reduzi-lo, porém sem perder sua unidade com a leitura proclamada, para facilitar a
participação da assembléia.
• Nunca se deve trocar o salmo da Liturgia do dia, pois, ele tem íntima unidade (é um
eco) com a “Primeira Leitura”. Ao cantar outro salmo, ele se torna um elemento
estranho na Liturgia.
• A Igreja no Brasil tem publicado o livro “Cantando os salmos e aclamações” que
contém os Salmos musicados, Seqüências (Natal, Páscoa, Pentecostes, Corpus
Christi) e também as Antífonas da Aclamação ao Evangelho dos Anos A, B e C.
Também os 03 CDs duplos que fazem jogo com este livro.
• Nas comunidades onde existe falta de salmistas, procurar pessoas que possam
proclamá-lo como jogral ou declamando, pois os salmos são poesias.
• O salmista deveria, como parte dos leitores, estar com a veste de leitor como
os outros estão, e, de preferência, ficar no presbitério, junto aos outros
leitores. Para não desfalcar a equipe de canto, poderiam ensaiar com outro(a)
salmista, que não seja da equipe. O ideal é a comunidade formar um grupo
de salmistas, para que possa haver revezamento.
• A responsabilidade desta Proclamação da Palavra é da Equipe de Animação, se ele
não for cantado, deve ser previamente preparado e proclamado por um membro
da equipe.
• Neste canto deve prevalecer a voz, pois é um texto da Palavra de Deus que está
sendo anunciado, por isso, deve-se reduzir ao máximo o volume e número de
instrumentos para que a Palavra seja ouvida e proclamada pela comunidade.
• Podem-se usar as melodias dos salmos do Ofício das Comunidades, com
adaptações nos refrões...
05 –ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
(CANTO RITUAL)
Exemplo:
Antífona de Aclamação ao Evangelho
11º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Mt 1,15
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
O Reino dos Céus está próximo;
Convertei-vos e crede no Evangelho.
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Vamos refletir...
A Sagrada Liturgia nos pede o Aleluia e a Antífona, algo simples e profundo
durante séculos constituído e mantido. Porque cantamos cânticos tão longos e que
muitas vezes não expressam o sentido da aclamação antes da proclamação do
Evangelho?
Nós temos que conhecer a Liturgia e amá-la e não temos o direito de manipular
aquilo que é da Igreja (comunidade) e de Deus. Não podemos transformar o nosso
serviço em dominação, apropriação indevida das coisas de Deus.
Este cântico acompanha uma ação litúrgica, a procissão do Pão e Vinho até o altar.
Estes dons deveriam sair preferencialmente da nave da igreja, ou seja, do meio da
assembléia, expressando que é a comunidade que traz os frutos para serem
apresentados a Deus.
Esta bela oração, à qual poucas vezes podemos ouvir, por causa do movimento na
assembléia e do canto que se prolonga muito, esta prece é feita pelo sacerdote
sozinho.
Solução – esta partilha deveria ser realizada em um momento fora do Rito da Palavra e
fora do Rito Eucarístico, ou seja, entre o fim e o início destes dois ritos. Após as Preces e
antes da Apresentação das Oferendas. Porém deveria se realizar da forma mais rápida
possível, com a disponibilidade de inúmeros acólitos/coroinhas para receber a partilha.
Mas isto é algo que precisa ser muito discutido e trabalhado, mas cabe a nós saber que há
algo fora do normal, um elemento estranho no Rito Eucarístico, que devemos trabalhar
para que não tire o brilho da ação litúrgica.
Em resumo, o canto entoado acaba não sendo de Apresentação das Oferendas, mas um
canto de Partilha da Assembléia.
Cantos que não expressam ação comunitária, intimistas: Ex: “Só em Ti viver”,
“Venho Senhor minha vida oferecer, como oferta viva em teu altar”, etc...
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Não existe nenhuma outra letra para o canto de “Santo” que não seja o
descrito acima. E será que pode existir alguma letra mais bonita, do que
esta composta de versículos da Sagrada Escritura?
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09 – CANTO DA COMUNHÃO
(Acompanha o Rito de Comunhão)
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OUTROS CÂNTICOS
CANTO DE DESPEDIDA
A Celebração se encerra, ou melhor poderíamos dizer; a nossa missão
começa depois que foi pronunciado o “Ide em paz e o Senhor vos
acompanhe!” - a assembléia já recebeu a bênção de envio!
Se for oportuno um “canto final”, poderia ser um hino a Maria, aos Santos
Padroeiros ou um hino que ressalte a perspectiva do envio missionário. Este hino
pode ser colocado entre a bênção e o “Ide em paz”. A saída do povo poderá ser
também acompanhada por uma música instrumental (CNBB, doc. Estudos 79,n.
324).
“Guarde tudo aquilo que você recebeu: não acrescente ou retire nada!”
Didaqué