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Apresentação da 3ª

edição do Missal Romano


Fruto do Concílio Vaticano II – comemoramos:

• 60 anos da Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia,


• 50 anos da entrada em vigor - no Primeiro Domingo do Advento de 1973 -
da 1ª edição típica do Missal Romano, reformado conforme os decretos
do mesmo Concílio e promulgado por São Paulo VI, a Igreja no Brasil,
• com grande alegria, oferece a todas as comunidades esta tradução da 3ª
edição típica latina do Missal Romano, revista por São João Paulo II no
contexto das festividades do grande Jubileu do ano 2000. Esta 3ª edição
assumiu os documentos mais recentes da Sé Apostólica e, também, as
várias necessidades de correções e acréscimos.
Processo de Tradução

• Fidelidade ao Latim
• Entre 2002 a 2004 – tradução da Instrução Geral do Missal Romano;
• 2005 a 2006 – processo de tradução – nova versão do missal;
• 2007 a 2011 – revisão e estudo dos textos traduzidos;
• 2012 – encaminhado a Assembleia Geral dos Bispos;
• 2013 – inicia a revisão do santoral;
Processo de Tradução

• 2019 – entrega a tradução que passa a ser revisada pelos


bispos e foi propostas sugestões;
• 2020 – foi impressa uma versão para material de estudo;
• 2022 – foi aprovada pela Assembleia Geral dos Bispos;
• 2023 – confirmada pela Santa Sé e passa ao uso
facultativo a partir de 20 de abril;
• 1º Domingo do Advento de 2023 – uso obrigatório
Fidelidade ao Concílio

• O Missal é fruto daquele desejo da Igreja de realizar uma acurada


reforma geral da Liturgia, “para que o povo cristão possa receber com
maior segurança graças abundantes na sagrada Liturgia” (SC 21). Ele
garante a intrínseca relação entre lex orandi - lex credendi, pois a Igreja
crê o que celebra. Por isso, no processo de tradução, houve um
cuidado meticuloso para buscar as expressões mais adequadas que
assegurassem fidelidade ao texto oficial latino, à língua portuguesa e à
mentalidade cultural brasileira.
Mudanças no Calendário Litúrgico:

• No Próprio do Tempo, a primeira parte do Missal, que garante a centralidade


do mistério de Cristo nos ciclos da Páscoa, do Natal e do Tempo Comum,
destacam-se:
– Os formulários completos para as Missas feriais do Tempo do Advento e do
Tempo Pascal;
– A Missa da Vigília da Epifania do Senhor;
– As orações sobre o povo, ao final da Missa, desde a Quarta-feira de Cinzas
até a Quarta-feira da Semana Santa;
– A Missa da Vigília em forma prolongada na solenidade de Pentecostes.
Sobre as Missas de Vigília:

• Normas Universais do Ano Litúrgico e Calendário Romano


Geral:

• N.11 – As solenidades são constituídas dias mais


importantes, cuja celebração começa no dia precedente
com as I Vésperas. Algumas solenidades são também
enriquecidas com uma Missa própria para Vigília, que
deve ser usada na véspera quando houver missa
vespertina.
Mudanças no Ordinário da Missa

– Expressão para iniciar os prefácios: “Na verdade, é digno e justo”

– Os doze prefácios que foram acrescentados (Depois da Ascensão do Senhor;


Domingos do Tempo Comum X; Matrimônio; Bem-Aventurada Virgem Maria III, IV
e V; Mártires II; Santos Pastores II; Doutores da Igreja I e II; Comum VII, VIII e IX);

– A minuciosa revisão da tradução das Orações Eucarísticas, com a inclusão do


nome de São José naquelas determinadas pelo Papa Francisco (isto é, na II, III
e IV), além das novas formas de suscitar a aclamação memorial e da
ratificação e necessária harmonização das pequenas aclamações;
Fim do “Eis o mistério da fé”

• Mistério da Fé! – para resposta do “Anunciamos”;

• Mistério da Fé e do Amor! – para a resposta “Todas as vezes...”

• Mistério da fé para a salvação do mundo! - para a resposta


“Salvador do mundo...”
Acréscimo ou volta do “por todos os séculos”

•Por Cristo,
com Cristo,
e em Cristo,
a vós, Deus Pai todo-poderoso,
na unidade do Espírito Santo,
toda honra e toda glória,
por todos os séculos dos séculos.
A mudança na primeira forma do Ato Penitencial, o Confesso
a Deus: “por minha culpa, minha culpa, minha tão grande
culpa”, respeitando o original latino;

• Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que


pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e
omissões,
e, batendo no peito, dizem:

• por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa, e peço à
Virgem Maria, aos Anjos e Santos e a vós, irmãos e irmãs, que
rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.
Elevar as mãos no Pai-nosso

• A sétima forma de introduzir o Pai-Nosso, tomada


da rica tradição do rito ambrosiano:

• “Guiados pelo Espírito Santo, que ora em nós e por


nós, elevemos as mãos ao Pai e rezemos juntos a
oração que o próprio Jesus nos ensinou”.
Elevar as mãos no Pai-nosso

• É o gesto de de todo batizado desde a Antiguidade.


• Isso é notável na iconografia presente nas catacumbas.
• As mãos abertas é a posição daquele que reza. Seu significado:
• é também um gesto de paz, de “não-violência”;
• abertura, desejo e esperança;
• Para os cristãos, seu significado profundo encontra-se em Cristo, de
mãos abertas em oração ao Pai na cruz.
• Nesse gesto ainda incide dois sentimentos que evocam o mandamento
do amor: a adoração a Deus e o amor ao próximo, resumo da Lei e dos
Profetas.
Próprio dos Santos – inclusão da Igreja
Universal:

• – São Cristóvão Magalhães, presbítero, e


companheiros, mártires (21 de maio, México);

– Santo Agostinho Zhao Rong, presbítero, e


companheiros, mártires (8 de julho, China);

– São Charbel Makhluf, presbítero (24 de julho, Líbano).


Próprio dos Santos – santos brasileiros

• – Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros,


Mateus Moreira e companheiros, mártires (Rio Grande do Norte,
1645) – 3 de outubro;

– Santa Dulce Lopes Pontes, virgem (Bahia, 1992) – 13 de agosto;

– Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, presbítero (São Paulo, 1998) –


25 de outubro

– Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, virgem (São Paulo) –


9 de julho
Disposições do Papa Francisco:

• Além de incluir São José nas Orações Eucarísticas acima citadas;

• modificação da rubrica do rito do lava-pés na Quinta-feira da


Ceia do Senhor, passando-a de “os homens escolhidos” para “as
pessoas escolhidas”;

• e fez várias mudanças no Calendário Litúrgico Universal.


Mudanças no Calendário Litúrgico:

• instituiu a festividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da


Igreja, na segunda-feira depois de Pentecostes,
• Santos Marta, Maria e Lázaro, em substituição à memória de Santa
Marta;
• elevou a memória de Santa Maria Madalena ao grau de festa,
conferindo-lhe um prefácio próprio: “Apóstola dos Apóstolos”;
• Determinou que fossem incluídas as memórias da Bem-Aventurada
Virgem Maria de Loreto, de São Gregório de Narek, São João de Ávila
e Santa Hildegarda de Bingen, doutores da Igreja, dos Papas São
João XXIII, São Paulo VI e São João Paulo II, e de Santa Faustina
Kowalska.
Tradução de acordo com Portugal

• É preciso mencionar, ainda, que esta tradução da 3ª


edição do Missal Romano respeita o acordo com a
Conferência Episcopal Portuguesa, de 5 de setembro
de 1969, confirmado pela então Congregação para o
Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e
renovado em 13 de outubro de 2015, no que se refere
à participação dos fiéis no Ordinário da Missae às
fórmulas sacramentais.
Algumas particularidades da nova IGMR

• Ato Penitencial – n.51


• Senhor, tende Piedade! – n.52
• Glória a Deus nas Alturas – n.53
• Oração Coleta – inclusão do pelos séculos dos séculos. – n.54
• Aclamação ao Evangelho – n.62
• Orai irmãos...
• Concelebração Eucarística – ao redor do altar no “O Senhor esteja
convosco” – n. 215
Ato Penitencial

• Tradicionalmente o Kyrie Eleison foi uma ladainha, que era uma oração de
louvor a Cristo Ressuscitado feito Senhor, pela qual a Igreja pedia que
mostrasse sua amorosa bondade;
• Hoje é incorporado ao Ato Penitencial como sentido de reconciliação.
Aclamamos a Cristo como Nosso Senhor e imploramos a sua misericórdia e
bondade;
• Deve ser executado por todos, povo e ministério de música;
• Quando o "Senhor, tende piedade de nós" não constitui o refrão do ato
penitencial, ele sempre deve ser proclamado ou cantado após absolvição;
• No original grego, Kyrie Eleison, a tradução mais próxima seria: Senhor, vós
sois piedade; Senhor, vós sois misericórdia; ou Senhor, nós proclamamos a
vossa misericórdia. Nós utilizamos: Senhor, tende piedade de nós
Ato Penitencial

• Existem 3 Fórmulas:
1. Confesso a Deus;
2. Tende compaixão de nós;
3. Tropos com Senhor, tende piedade de nós.
• Pode ser substituído pela aspersão aos domingos;
• Quanto ao 1 e 2 ou aspersão, logo após absolvição pode
cantar ou rezar somente o Senhor, tende piedade de
nós.
Partes fixas da Missa – letras que não podem
mudar e variar

• Ato Penitencial – IGMR 51


• Kyrie ou Senhor, tende piedade – IGMR 52
• Glória a Deus nas alturas – IGMR 53
• Creio em Deus Pai – Profissão de Fé – IGMR 67
• Santo – IGMR 79b
• Pai-nosso – Oração do Senhor – IGMR 81
• Cordeiro de Deus – IGMR 83
Partes que devem respeitar o Lecionário

• Salmo Responsorial – IGMR 61

• Aclamação do Evangelho – IGMR 62


Particularidades na Oração Eucarística

• Novos comunicantes para as Orações Eucarísticas II, III e IV

• Melhora no texto da Oração Eucarística V;

• Harmonização e padronização das respostas nas Orações;

• Inclusão do “Mistério da Fé” nas Orações Eucarísticas para


as missas das crianças.
Dom Edmar Peron – 3 aspectos para recepção
da Nova Edição do Missal Romano

1. Formação Permanente: É preciso ter claro que o livro por si só


não basta, é preciso “passar do livro à celebração”. E aí o papel
fundamental da diocese e das paróquias em promover uma
educação litúrgica permanente.

2. Rever o modo de bem celebrar a liturgia: “Não celebramos


para observar rubricas, celebramos com elas o evento de
salvação. Rito não é rubrica a ser observada, mas uma ação de
Cristo e da Igreja a ser celebrada”
Como essa nova tradução chegará as nossas
comunidades?

3. A Missa como fonte de vida espiritual: a “plena e ativa


participação de todo o povo” possibilita que a Liturgia
seja, de fato a primeira fonte onde os fiéis vão beber o
“espírito genuinamente cristão”.

•É Preciso Formação segundo o espírito


do Concílio Vaticano II

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