Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ÍNDICE
PRIMEIRO MÓDULO - SAGRADA LITURGIA
INTRODUÇÃO À SAGRADA LITURGIA 01
ANO LITÚRGICO 07
PASTORAL LITÚRGICA 16
COMUNICAÇÃO LITÚRGICA 25
SÍMBOLOS LITÚRGICOS 27
CANTOS LITÚRGICOS 36
ESPIRITUALIDADE LITÚRGICA 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS 53
ORAÇÃO VOCACIONAL 60
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Definição
Após considerarmos estes aspectos, podemos apropriar-nos da definição que a
Igreja faz da liturgia:
“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja,
se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação
dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).
Em outras palavras, a liturgia é a continuidade do plano de salvação do Pai,
através da presença mística de Cristo nos sacramentos, que são administrados e
perpetuados pela Igreja. Note-se, à Igreja cabe a missão de continuar a obra de Cristo,
que se dá, sobretudo, através da liturgia. Sem liturgia, não há Igreja e sem Igreja não
há liturgia. E sem liturgia não há continuidade no mistério da salvação da
humanidade.
Mesmo com todo o empenho dos liturgistas brasileiros, muitos desafios continuam
nos convidando a não descuidarmos da liturgia, continuam lembrando que a
implantação da reforma entre nós permanece em aberto, interpelando nossa coragem,
nosso esforço, nosso estudo, formação, ação, dedicação, etc. . . Entre alguns desafios,
destaco:
- A participação ativa do povo (parece que só o Padre participa da
celebração);
- A formação Litúrgica de modo geral (a maioria dos fiéis desconhece os
ritos, os símbolos, etc. . . );
- A linguagem Litúrgica, desconhecida pelos fiéis;
- O Canto e a música litúrgica (muitas vezes a Missa acaba sendo um show,
com baterias, etc. . , menos a celebração do mistério);
- A Adaptação da liturgia às culturas, aos lugares e às pessoas (creio ser o
maior desafio com relação à inculturação);
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
A palavra liturgia (do grego “laos”, que significa povo, e “ergon”, que significa
obra, trabalho,) é algo que se faz. Etimologicamente, e em sentido primitivo, liturgia
significa, pois, serviço do povo, e no vocabulário teológico da Igreja, mesmo com as
reformulações mais atuais e expressivas, significa, sempre, celebração do povo,
enquanto assembléia por Deus convocada. Não é portanto a liturgia discurso, mas
prática, atividade, ação. Em documentos de liturgia, é traduzida, com acerto, como
ação sagrada ou ação simbólica. O conceito de ação é, pois, empregado com
frequência pelos textos do Concílio Vaticano II, unido aos adjetivos “eclesial”,
“sagrada”, “pastoral” ou “apostólica”, destacando-se a ênfase dada à liturgia como
ação sagrada por excelência, onde nenhuma outra ação da Igreja se encontra no
mesmo nível (Cf. SC 7d). Toda a liturgia é, portanto, ação simbólica, que, servindo-se
de sinais sensíveis e visíveis, aponta para o mistério insondável de Deus.
Pascal, com toda a sua eficácia redentora. Daí, a ênfase litúrgica, sempre, mas
principalmente na grande doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”.
ANO LITÚRGICO
Nos inícios da Igreja, todo Domingo era dia de Páscoa. Os cristãos se reuniam
para celebrar a ressurreição de Jesus. Aos poucos, os cristãos foram percebendo que o
Mistério Pascal de Jesus está presente no mistério da vida de todos os dias. Cristo
continua nascendo, vivendo, morrendo e ressuscitando na vida da Igreja. Não era
mais possível recordar tudo isso num só Domingo. Foi por isso que surgiu o que hoje
conhecemos por ANO LITÚRGICO.
A Igreja percebeu que era melhor celebrar os mistério da vida de Cristo ao
longo do ano. Este ano não coincide com o ano civil, que começa no dia primeiro de
janeiro e termina em trinta e um de dezembro.
O ano litúrgico começa no advento, passa pelo Natal e pela Epifania, continua
na Quaresma, Semana Santa e Páscoa, atravessa a Ascensão e Pentecostes e termina
com o tempo comum, na festa de Cristo Rei. Ao longo deste ano são recordados os
principais fatos e ensinamentos da vida de Cristo.
A equipe de Liturgia precisa estar muito atenta ao Ano Litúrgico. Cada época
tem a sua mensagem própria. Os comentários, cartazes e canções precisam estar em
sintonia com esta mensagem.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
01 - Chama-se Ano Litúrgico o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos
operados por Deus em Jesus Cristo. "Através do ciclo anual, a Igreja comemora o
mistério de Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do
Senhor" (NUALC nº 43 e SC nº 102).
04 - O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de
todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da
vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.
07 - O Ano Litúrgico não deve, porém, ser visto como um concorrente do ano civil,
porque, mesmo este, é um dom do Criador. Deus, inserindo-se no tempo, através de
Cristo, pela Encarnação, santificou ainda mais o tempo. Por isso, todo o tempo se
torna também tempo de salvação.
08 - O Ano Litúrgico tem no círculo a sua simbologia mais expressiva, pois o círculo é
imagem do eterno, do infinito. Notamos isso, olhando uma circunferência. Ela não
tem começo nem fim, pois, nela, o fim é um retorno ao começo. Não, porém, um
retorno exaustivo, rotineiro, mas verdadeiramente um começo sempre novo, de
vitalidade essencial.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
09 - O círculo é, pois, imagem da vida eterna, e a vida eterna, como sabemos, não
clama por progresso, visto não existir na eternidade carência, de forma alguma. A
vida eterna - podemos afirmar - permanece em constante plenitude.
10 - Cada ano litúrgico, que celebramos e vivemos, deve ser um degrau que subimos
rumo à eternidade do Pai. Em outras palavras, deve ser um crescendo cada vez mais
vivo rumo à pátria celeste. Celebrar o Ano Litúrgico é como subir a montanha de
Deus, não de maneira esportiva, como alpinista, mas como peregrino do Reino, onde,
a cada subida, sente-se mais perto de Deus.
11 - Como se sabe, o ano civil está inteiramente identificado com o ciclo solar,
regendo-se pelos ditames das quatro estações, mas marcado também pelo movimento
lunar, onde se contam as semanas. Ano, mês e dia, como frações do tempo, aqui se
harmonizam, no desenvolvimento da vida humana.
14 - Nota explicativa: A Igreja, hoje, celebra a Páscoa não no dia quatorze do mês de
Nisã, isto é, na data da páscoa judaica, como celebravam os cristãos da Ásia Menor e
da Síria, mas no domingo seguinte, acabando assim com a controvérsia pascal do
século segundo, por determinação do Concílio de Nicéia.
15 - Para a celebração do Natal, a evolução litúrgica vai escolher outro núcleo do ano.
Este outro momento é o solstício de inverno, o "dies natalis solis invictus", ou seja, o
"dia de nascimento do sol invicto". Isto também no Hemisfério Norte, pois, no
Hemisfério Sul, nós nos encontramos em pleno verão. Neste tempo, os dias começam
a crescer, e o sol, parecendo exausto e exangue, depois de uma longa marcha anual,
renasce vivo e surpreendente. É neste contexto, do "Sol Invicto", solsticial, que vai
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
aparecer na face da Terra "o verdadeiro Sol Nascente" (Cf. Lc 1,78), isto é, Cristo Jesus
Nosso Senhor. Também a antífona da Liturgia das Horas, do dia 24 de dezembro,
inspirando-se no Sl 19,5-6, na sua realidade cósmico-histórico-salvífica, vai cantar
belamente: "Quando o sol sair, vereis o Rei dos reis que vem do Pai, como o esposo sai
da sua câmara nupcial".
16 - Diferente do ano civil, mas, como foi dito, não contrário a ele, o Ano Litúrgico não
tem data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do
Advento, encerrando-se no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das
vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta última
solenidade do Ano Litúrgico marca e simboliza a realeza absoluta de Cristo no fim
dos tempos. Daí, sua celebração no fim do Ano Litúrgico, lembrando, porém, que a
principal celebração litúrgica da realeza de Cristo se dá, sobretudo no Domingo da
Paixão e de Ramos.
17 - Mesmo sem uma data fixa de início, qualquer pessoa pode saber quando vai ter
início o Ano Litúrgico, pois ele se inicia sempre no domingo mais próximo de 30 de
novembro. Na prática, o domingo que cai entre os dias 27 de novembro e 3 de
dezembro. A data de 30 de novembro é colocada também como referencial, porque
nela a Igreja celebra a festa de Santo André, apóstolo, irmão de São Pedro, e Santo
André foi, ao que tudo indica, um dos primeiros discípulos a seguir Cristo (Cf. Jo
1,40).
19 - O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã e apostólica, afirma que o
domingo, "Dia do Senhor", é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja
celebra o mistério central de nossa fé, na páscoa semanal que, devido à tradição
apostólica, se celebra a cada oitavo dia.
nações. Todo o Novo Testamento está impregnado dessa verdade substancial, quando
enfatiza a ressurreição no primeiro dia da semana (Cf. Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo
20,1; como também At 20,7 e Ap 1,10).
22 - Os mistérios sublimes de nossa fé, como vimos, são celebrados no Ano Litúrgico,
e este se divide em dois grandes ciclos: o ciclo do Natal, em que se celebra o mistério
da Encarnação do Filho de Deus, e o ciclo da Páscoa, em que celebramos o mistério da
Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como também sua ascensão ao céu e a vinda
do Espírito Santo sobre a Igreja, na solenidade de Pentecostes.
25 - Mais adiante estudaremos cada parte do Ano Litúrgico, com sua expressividade
própria, suas celebrações, sua dinâmica e seu mistério.
27 - Como a liturgia é ação simbólica, também as cores nela exercem um papel de vital
importância, respeitada a cultura de nosso povo, os costumes e a tradição. Assim, é
conveniente que se dê aqui a cor dos tempos litúrgicos e das festas. A cor diz respeito
aos paramentos do celebrante, à toalha do altar e do ambão e a outros símbolos
litúrgicos da celebração. Pode-se, pois, assim descrevê-la:
Cor verde - Usa-se: Em todo o Tempo Comum, exceto nas festas do Senhor nele
celebradas, quando a cor litúrgica é o branco.
28 - Como se vê pelo gráfico, e como já foi referido neste trabalho, o Ano Litúrgico se
divide em dois grandes ciclos: Natal e Páscoa. Entre eles situa-se o Tempo Comum,
não os separando, mas os unindo, na unidade pascal e litúrgica.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Solenidade
Festa
Memória
PASTORAL LITÚRGICA
EQUIPE DE CELEBRAÇÃO
EQUIPE DE LITURGIA
A equipe de Pastoral litúrgica não precisa ser muito grande. Seu coordenador
geral normalmente o Pároco ou um seu cooperador. Deverá ter um coordenador que
tenha uma boa formação litúrgica e alguém que entenda de canto litúrgico. Se houver
alguém que domine um instrumento musical é muito bom.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
a) - Funções do acólito
c) - Funções do leitor
13 - Tudo aquilo que se diz do acólito instituído e que, na sua ausência, pode ser
assumido por outros leigos, como os ministros extraordinários da comunhão, aqui
também, com relação ao leitor instituído, acontece o mesmo: não havendo aqueles que
receberam o ministério pela instituição, então outras pessoas, devidamente
preparadas, podem assumir a sua função.
14 - O leitor tem o mérito de ser aquele pelo qual a Palavra de Deus chega
inicialmente à assembléia, em preparação do ponto culminante, que vai ser o
Evangelho. Ele é, pois, um arauto da mensagem salvífica, um precursor da Boa Nova,
podemos dizer. Daí, a importância e a dignidade de sua função ministerial. Por isso, é
preciso que ele se prepare para o exercício de tão nobre função, familiarizando-se com
o texto, também quanto ao gênero literário (profecia, parábola, sapiencial, epístola
etc.), revelando pela leitura ter assimilado a mensagem que transmite à assembléia.
15 - Cristo Nosso Senhor, na Sagrada Liturgia, primeiro nos é dado como Palavra
salvadora (o Pão da Palavra) e, depois, como Pão da vida eterna, a Eucaristia. Por isso
falamos também de duas mesas, a da Palavra (ambão), e a do Pão Eucarístico (altar).
Vê-se, pois, que a Palavra de Deus, na Liturgia, é de valor sacramental. Assim, não
deve ser apenas lida, mas proclamada, como coloca agora a nova Instrução Geral.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
19 - Útil a todos os leitores, e não somente aos que receberam o ministério instituído, é
a exortação do bispo no rito de instituição: “ Tornando-vos leitores ou proclamadores
da Palavra de Deus, ireis colaborar nessa missão. Recebereis assim um ministério
especial dentro do povo de Deus e sereis delegados para o serviço da fé, que se
fundamenta na Palavra de Deus. Proclamareis esta Palavra na assembléia litúrgica,
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
20 - Dada a ênfase que se dá hoje à participação dos fiéis na Sagrada Liturgia, o ideal,
porém, é que haja verdadeira distribuição de funções, como deixa transparecer
também a Instrução Geral (nº. 91), referindo-se aos princípios da reforma litúrgica do
Vaticano II, que diz: “Nas celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao
desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas
normas litúrgicas lhe compete” (SC 28).
21 - Embora então o próprio Missal permita para o leitor as diversas funções, como se
explicitou acima, não devemos cair na tentação de procurar o lado prático, admitindo,
em circunstâncias não aplicáveis ao espírito da Liturgia, que um mesmo leitor, por ter
qualidades maiores, venha a monopolizar tais funções.
d) - Funções do salmista
24 - A Instrução Geral fala apenas de “saber salmodiar e ter boa pronúncia e dicção”,
mas recomenda-se ao salmista cultivar também a espiritualidade bíblica e salmica,
identificando-se com o autor sagrado nos diferentes gêneros salmicos. Aqui, é
desejável, pois, a formação bíblica, especialmente aquela ligada a salmodia.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
25 - “Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe
executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e
promover a ativa participação dos fiéis no canto” (IGMR 103).
26 - Vê-se pela Instrução que não é função dos cantores substituir os fiéis na execução
do canto litúrgico, mas favorecer e ajudar a sua participação. Mas isso, às vezes, não
acontece. Muitos cantam sozinhos, em tom exageradamente alto, dificultando a
participação de todos. Outras vezes são os instrumentos que acabam abafando a voz
dos fiéis. Ouve-se a música, mas não se ouve a mensagem da letra, e esta é mais
importante. Também, às vezes, canta-se algo que é apenas do gosto dos cantores, sem
nenhuma fidelidade ao tempo litúrgico ou à festa que se celebra. Tudo isso precisa ser
avaliado e repensado sempre, para que o canto litúrgico recupere a sua importância
no âmbito da Liturgia.
f) - Funções do comentarista
29 - Sobre o comentarista, devemos dizer que sua função, a serviço dos fiéis, deve
conter breves explicações e exortações, visando dispor a comunidade para uma
participação também mais plena e consciente. Sejam então suas explicações
cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Deve ele exercer a sua função em lugar
adequado, voltado para a assembléia, uma vez que está a serviço dela, mas não deve
fazê-lo do presbitério e, muito menos, do ambão.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
i) - Funções do sacristão
36 - A Instrução nomeia também a figura do sacristão, que é aquele “que dispõe com
cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias para a
celebração da missa”. Acrescentamos ainda: para cuidar das hóstias não consagradas,
do vinho, da igreja, como casa de oração, abrindo-a e fechando-a. É função simples,
mas de importância capital, que deve, pois, ser exercida no mesmo espírito de todos
os ministérios.
37 - Aqui são dadas outras orientações, às vezes gerais, que podem ajudar no
enriquecimento e na compreensão dos ministérios leigos.
38 - “O sacerdote celebrante, o diácono e demais ministros (leitores, salmistas,
ministros extraordinários da comunhão) tomarão lugar no presbitério” (IGMR 294).
Aí também serão dispostas as cadeiras dos concelebrantes, tudo exprimindo a
ordenação hierárquica da Igreja e constituindo uma unidade íntima. Também esteja
junto da cadeira do presidente a cadeira do diácono. Para os demais ministros, sejam
dispostas as cadeiras de maneira tal que se distingam claramente das do clero, e eles
possam exercer com facilidade a função que lhes é confiada (Cf. IGMR 310).
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
COMUNICAÇÃO LITÚRGICA
Para aproveitar as inúmeras graças concedidas durante a missa, todo fiel deve
tentar conhecê-la melhor e não simplesmente repetir o que os outros fazem ou dizem,
sem saber o porquê. A missa compreendida pode ser amada e muito bem amada! No
entanto, ninguém ama aquilo que não conhece e, dessa forma, acaba por não se
beneficiar em tudo que poderia...
Assim como toda a nossa vida, também a missa é formada por diversos gestos,
símbolos e sinais. São meios humanos de se expressar todo o louvor e adoração que
podemos prestar a Deus. Obviamente, tudo isso possui significado dentro da missa.
No entanto, devem ser feitos de maneira lúcida e não de qualquer modo, pois senão
perdem o seu valor e, quando fazemos algo sem saber seu motivo, que valor poderá
ter para Aquele a quem é dirigido? Portanto, toda liturgia é formada por estes três
elementos: sinal, símbolo e gesto.
SINAL
É algo que significa alguma coisa. Podemos dizer que o sinal ou figura é sempre
menor que o seu significado. Por exemplo: quando colocamos galhos ou ramos de
árvores em uma curva na estrada alertamos para os outros carros que pode haver
algum acidente ou veículo parado na estrada logo após a curva; outro exemplo de
sinal, agora do meio cristão, é o uso da vela: a chama de uma vela acesa significa a
vida eterna, que nunca se acaba. Observe que ambos os exemplos são de
conhecimento universal.
SÍMBOLO
GESTOS
Os gestos são movimentos que fazemos com os membros de nosso corpo ou,
ainda, com todo o corpo, que também possui seus significados. Na missa, nossos
gestos devem ser sinceros, pois senão nada representam. Contudo, quando todos
fazem o mesmo gesto, demonstra-se a unidade da comunidade. Para exemplificar,
levantamos as mãos quando oramos significando súplica e entrega a Deus.
da vela que arde, tudo é expressão simbólica, que nos remete ao abismo do mistério
de Deus. Na compreensão desse dado litúrgico está a beleza de todo ato celebrativo, e
de sua consciência brota já a alegria pascal, como antecipação sacramental das alegrias
futuras, definitivas e eternas.
LIVROS LITÚRGICOS
ESPAÇO CELEBRATIVO
PÚLPITO - Lugar nas igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje,
praticamente não é mais usado.
OBJETOS LITÚRGICOS
15 -VÉU DE ÂMBULA - Pequeno tecido, branco, que cobre a âmbula, quando esta
contém partículas consagradas. É recomendado o seu uso, dado o seu forte
simbolismo. O véu vela (esconde) algo precioso, ao mesmo tempo que revela (mostra)
possuir e trazer tal tesouro. (O véu da noiva, na liturgia do Matrimônio, tem também
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
esta significação simbólica, embora, na prática, não seja assim percebido, muitas vezes
passando como mero adorno de ostentação).
20 - CANDELABRO - Grande castiçal, com várias ramificações, a cada uma das quais
corresponde um foco de luz.
24 - CRUZ - Não só a cruz processional, isto é, a que guia a procissão de entrada, mas
também uma cruz menor, que pode ficar sobre o altar.
26 - OSTENSÓRIO - Objeto que serve para expor a hóstia consagrada, para adoração
dos fiéis e para dar a bênção eucarística.
OUTROS SÍMBOLOS
37 - IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam: Jesus
Salvador dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de
sacrário e nas hóstias.
40 - INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que
querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na
crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).
VESTES LITÚRGICAS
44 - AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes
litúrgicas.
47 - CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo
ou ao conduzí-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
63 - O FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente
na liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos
turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão
simbólica. É símbolo, sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo 48,1; Lc 3,16; 12,49;
At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como fogo devorador (Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb
12,29).
Encerrando esse pequeno subsídio, guardemos então que toda a liturgia é ação
simbólica. Assim, poderíamos ainda falar: do templo, da assembléia, dos sinos, do
jejum, da esmola, das bênçãos, da ceia, da coroa do Advento, da palma, das flores, do
anel, do canto, do abraço, da música, do cordeiro, da hóstia, dos ícones, do
confessionário, do batistério, da arte sacra (em toda a sua vasta extensão) etc., como
também, ainda, de tudo aquilo que diz respeito aos sentidos, tais como: olfato: o
cheiro do incenso e das flores; paladar: o gosto do pão e do vinho; tato: o toque, seja
na imposição de mãos de ritos sagrados, seja nas mãos que se unem às dos irmãos,
seja no toque de coisas sagradas; visão e audição: como se falou nos nºs. 59 e 60 deste
trabalho etc.. Enfim, é todo um universo simbólico, que nos convida a mergulhar cada
vez mais no mistério infinito do amor de Deus.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
CANTOS LITÚRGICOS
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA
A música é uma das mais belas manifestações do espírito humano e, como tal,
não poderia deixar de fazer parte das celebrações litúrgicas da nossa Igreja. Mais do
que qualquer outra forma de expressão artística, a música consegue expressar os mais
variados sentimentos humanos: alegria, tristeza, paz, louvor, etc...
PRINCÍPIO GERAL
1 - Em todos os estudos sobre o canto e a música na liturgia, devemos ter bem claro o
princípio fundamental formulado pelo Concílio Vaticano II: "... a música sacra será
tanto mais santa, quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica..." (SC 112c).
E ainda: "Uma autêntica celebração exige também que se observe exatamente o
sentido e a natureza próprios de cada parte e de cada canto..." (MS 6b). Conclusão:
Quanto mais gerais forem os textos dos cantos e menos ligados à ação litúrgica ou ao
tempo e à festa, tanto menos litúrgicos serão eles, pois o importante é cantar a liturgia,
e não simplesmente cantar na liturgia, como tantas vezes acontece.
3 - Diga-se, para maior consciência de todos nós, que não existe festa sem canto, nem
celebração sem música, e a liturgia deve ser, pela sua natureza laudatória, uma festa,
antes de tudo. Uma celebração, pois, sem canto é uma celebração morta, apagada. Em
todas as culturas e em todas as civilizações, o canto sempre constitui alegria de um
povo, ou então marca de suas angústias, de seus sonhos e de suas aspirações. Na
liturgia, esse dado fundamental da fenomenologia antropológica é ainda mais
evidente.
6 - O canto ainda amplia o sentido das palavras e, por outro lado, sonda o mais
profundo da interioridade do ser, cativa e faz brotar os sentimentos mais puros e
profundos da alma humana. Ele liberta-nos dos limites da palavra, do racionalismo
intelectual, do mero conceito, para dar-nos uma projeção do infinito e do indizível, na
alegria que faz o coração exultar diante do mistério. É nesse sentido que São Tiago
pergunta e, ao mesmo tempo, responde: "Está alguém alegre? Então cante!" (Cf. Tg
5,13b).
9 - Um canto só é, pois, litúrgico, voltamos a dizer, quando serve à liturgia, dentro das
exigências desta. Fora da celebração, mesmo com todas as qualidades litúrgicas,
torna-se simplesmente um canto sacro, religioso. Isto, porém, não quer dizer que todo
canto religioso serve para a liturgia. Os letristas e compositores, a propósito, são
chamados pelo Concílio Vaticano II a se instruírem no mistério litúrgico, a fim de
comporem textos e músicas que enriqueçam ainda mais o tesouro da eucologia cristã.
10 - Visto que os cantos, na liturgia, não são genéricos, mas funcionais, costuma-se
fazer uma distinção entre eles, de acordo com a sua ministerialidade. Assim, podem
ser classificados:
III - Cantos fixos ou ordinários - Os que não variam com o tempo litúrgico ou a festa
(O Glória, o Santo, o Kirye e o Cordeiro de Deus).
VII- Cantos responsoriais - No canto responsorial, as estrofes são cantadas pelo coral
ou por um solista, aqui chamado então salmista. O povo só participa com o refrão.
Exemplo de canto responsorial é o salmo depois da primeira leitura.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
CANTOS SUPLEMENTARES
12 - Para um estudo mais completo do que aqui se propõe, queremos também referir-
nos às situações rituais dos cantos, que são ainda mais importantes que a sua simples
distinção genérica. Podemos assim descrevê-las:
I - Situações hínicas - Aqui os cantos são de estrofes iguais, com a mesma melodia, na
estrutura de hinos. Geralmente, os cantos processionais têm esta característica.
PRIMEIRO GRAU
Nos ritos iniciais:
A saudação de quem preside, junto com a resposta do povo;
A oração presidencial.
Na Liturgia da Palavra:
A aclamação ao evangelho
Na Liturgia Eucarística:
A oração sobre as oferendas;
O prefácio, com o diálogo e o Santo;
A doxologia final;
O Pai Nosso, com seu convite, e o embolismo;
A saudação da paz;
A oração após a comunhão.
Nos ritos finais:
A bênção final;
As fórmulas de despedida.
SEGUNDO GRAU
"Cordeiro de Deus"
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
TERCEIRO GRAU
Nos ritos iniciais:
O canto de entrada.
Na Liturgia da Palavra:
O Salmo responsorial;
As leituras bíblicas.
Na Liturgia Eucarística:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
14 - Sabemos que a liturgia ocupa lugar de destaque na Igreja, sendo mesmo fonte
primária de espiritualidade, nas palavras do Concílio Vaticano II. Por isso, deve-se
dar ênfase às razões do nosso cantar. E quais são essas razões? Podemos dizer que
são, principalmente, as quatro referidas a seguir, em dimensões objetivas da fé. Ei-las:
De ordem teológica: Celebrar a ação de Deus em nossa vida, como pura gratuidade.
De ordem cristológica: Celebrar o Mistério Pascal do Senhor, na alegria dos aleluias
pascais.
De ordem pneumatológica: Cantar no Espírito as maravilhas de Deus, operadas no
seu povo.
De ordem eclesiológica: Cantar em comunidade, como povo eleito e redimido.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
ESPIRITUALIDADE LITÚRGICA
Bem sabemos que a Pastoral Litúrgica visa a participação consciente, ativa e
frutuosa de todos os fiéis, sendo, conforme o n.º 14 da SC, a primeira e necessária
fonte, da qual os fiéis podem haurir o espírito genuinamente cristão, razão a qual
deve levar os pastores de almas, em toda a sua atividade pastoral, a procurarem-na
com o máximo de empenho, através da devida formação.
Se por um lado, a liturgia, em particular a eucaristia, “é a fonte e o cume de
toda a vida da Igreja, por outro lado, ela não esgota a ação da Igreja . . . e a vida
espiritual não se limita à participação da sagrada liturgia” (SC 9;12). A oração litúrgica
não esgota todas as possibilidades da vida espiritual.
Portanto, a Oração e a Religiosidade popular, embora não sejam liturgia no
sentido estrito, merecem valorização e atenção por parte da Pastoral Litúrgica, para
uma pastoral harmônica da dimensão celebrativa e espiritual da vida em Cristo e no
Espírito. Como nos diz o Papa João Paulo II em sua Carta Apostólica Vicesimus quintus
annus n.º 18: “Uma autêntica Pastoral Litúrgica saberá apoiar-se nas riquezas da
piedade popular e orientá-las para a Liturgia, como oferenda dos povos.”
Liturgismo é fazer das celebrações um mero cumprimento de normas e ritos
prescritos em livros ou folhetos. No liturgismo a liturgia fica sendo o canto dos anjos
ou de quem quer que seja, menos da comunidade reunida em assembléia.
A liturgia é uma semente plantada por Deus em nossa terra. Esta semente é a
salvação. Isso lembra o fato de Deus Ter se encarnado para nos redimir. Deus tomou a
forma de gente como a gente. Ele assumiu as nossas limitações, redimiu a natureza
humana. Na liturgia, Deus toma as cores da nossa cultura, fala com as palavras que
usamos todo dia, canta com as melodias e ritmos do nosso povo.
Por isso, a liturgia deve ser encarnada. Deve valorizar as expressões de nossa
gente, os símbolos que realmente são significativos. Isto sugere uma espiritualidade.
Na liturgia falamos com Deus, e Deus fala conosco. Somos o seu povo. Isto só é
possível porque Jesus deixou alguém que fala por meio da nossa voz: é o Espírito
Santo.
Todo leitor, comentarista, músico, animador, sacerdote, etc. . , todo cristão deve
se preparar ao realizar um gesto / celebração litúrgica. Para isso, a equipe de liturgia
precisa refletir, aprofundar e rezar.
Sem espiritualidade litúrgica nosso serviço acaba perdendo o rumo e as
motivações. Em vez de humildes servos nos tornamos prepotentes e arrogantes
”funcionários do culto”. Tomamos posse da sacristia, dos microfones, das missas, do
padre . . . isso é terrível, mas, infelizmente, é o que acontece em muitas comunidades.
Além disso, a liturgia é fonte de vida para o cristão. Assim, podemos dizer que
nascemos juntos das mesmas águas. Bebemos da mesma fonte. A Eucaristia é
novamente a suprema fonte de vida.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Tudo vem da liturgia, Tudo vai para ela. . . A liturgia é ponto de chegada e de
saída. Isso dá novo sentido às pastorais. A liturgia é ponto de encontro, de partilha
e de sustento das pastorais.
A MISSA PARTE POR PARTE
servo mais antigo que procure uma esposa para seu filho Isaac. O servo parte em
busca desta mulher, mas como iria reconhecê-la? Pede a Deus um sinal e o servo a
reconhece quando uma bela jovem dá de beber de seu cântaro ao servo e seus
camelos. E qual sua reação após este fato? “O servo inclinou-se diante do Senhor.
Bendito seja, exclamou ele, o Deus de Abraão, meu senhor, que não faltou à sua
bondade e à sua fidelidade. Ele conduziu-me diretamente à casa dos parentes de meu
Senhor” (Gn 24,26-27). Eis aqui uma ação de graças.
Quais os seus elementos? Temos antes de tudo um fato maravilhoso, uma bênção,
um benefício, uma graça alcançada, manifestação da bondade de Deus. Depois, a
admiração. O servo inclina-se diante do Senhor. Esta admiração manifesta-se pela
exclamação e aclamação. Ele não faltou à sua bondade e à sua fidelidade. Proclama,
então, o fato, narra o acontecimento, o benefício, a Bênção recebida. Todos estes
elementos encontram-se no contexto da missa, como veremos adiante.
E por que então a missa possui este nome? Por enquanto acompanhemos a missa
parte por parte e as respostas serão dadas.
Ritos Iniciais
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:
“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada,
saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio,
introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em
assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de
Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
Comentário Inicial
Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta
seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a
saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.
Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de
entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia,
introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e
dos ministros”(IGMR n.25)
Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início
da missa:
a) O canto
Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da
música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente
acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma de
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Evangelho
É o ponto alto da liturgia da Palavra. Cristo torna-se presente através de sua
Palavra e da pessoa do sacerdote. Tal momento é revestido de cerimônia, devido sua
importância. Todos ficam de pé e aclamam o Cristo que fala. O diácono ou o padre
dirige-se à mesa da palavra para proclamá-la. O que proclama a Palavra do evangelho
menciona a presença do Cristo vivo entre nós. Faz o sinal da cruz na testa, na boca e
no coração para que todo o ser fique impregnado da mensagem do Evangelho: a
mente a acolha, a boca a proclame e o coração a sinta e a viva.
Homilia
A homilia faz a transição entre a palavra de Deus e sua resposta. É feita
exclusivamente por um ministro ordenado, pois este recebeu, através da imposição
das mãos o dom especial para pregar o Evangelho. A função da homilia é confrontar o
mistério celebrado com a vida da comunidade. Na homilia, o sacerdote anima o povo,
exorta-o e se for preciso o denuncia, mostrando a distância entre o ideal proposto e a
vida concreta do povo.
Profissão de fé
“O símbolo ou profissão de fé, na celebração da missa, tem por objetivo levar o povo a dar
seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e homilia, bem como lhe
recordar a regra da fé antes de iniciar a celebração da eucaristia”(IGMR 43).
A profissão de fé consiste na primeira resposta dada à Palavra de Deus. Nela
cremos e aderimos, manifestando também nossa fé naquela que possui a incumbência
de perpetuar esta palavra: a Igreja Católica. Possui duas formas, sendo a mais extensa
proclamada em solenidades especiais, como o Natal, Anunciação etc.
Preces da comunidade
“Na oração dos fiéis ou oração universal, a assembléia dos fiéis, iluminada pela graça de
Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas necessidades da Igreja universal
e da comunidade local, pela salvação do mundo, pelos que se encontram em qualquer
necessidade e por grupos determinados de pessoas” (IGMR 30).
O povo de Deus ouve a Palavra de Deus, a acolhe e dá a sua resposta. Esta pode
ser em forma de louvor, de súplica, adoração ou intercessão. Pede a Deus a graça de
poder realizar a sua vontade; porém ele não é egoísta: pede por todos para que
também possam realizar esta palavra e assim encontrar o sentido para suas vidas.
Pede pela Igreja, para que esta tenha coragem de continuar proclamando esta palavra.
Pede por aqueles que sofrem e pelas autoridades locais, para que concretizem o Reino
de Deus entre nós. Finalmente faz seus pedidos pela comunidade local.
Talvez seria de imensa riqueza para a liturgia se as preces fossem feitas de modo
espontâneo, mas para isso seria necessário ordem e instrução por parte da assembléia.
Seria necessário lembrar que a resposta à Palavra de Deus nunca se dá de modo
egoísta.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Liturgia Eucarística
Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja
irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata de
outro sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu.
Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-se como
oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.
“Cristo na verdade, tomou o pão e o cálice em suas mãos, deu graças, partiu o pão e deu-
os aos seus discípulos dizendo: ‘Tomai, comei, isto é o meu Corpo, este é o cálice do meu
Sangue. Fazei isto em memória de mim’. Por isso, a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia
eucarística em partes que correspondam às palavras e gestos de Cristo: 1) no ofertório leva-se o
pão e o vinho com água, isto é, os elementos que Cristo tomou em suas mãos; 2) na oração
eucarística rendem-se graças a Deus por toda obra salvífica e o pão e vinho tornam-se o Corpo e
o Sangue de Cristo; 3) pela fração do mesmo pão manifesta-se a unidade dos fiéis, e pela
comunhão recebem o Corpo e o Sangue do Senhor como os discípulos o receberam das mãos do
próprio Cristo” (IGMR 48).
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia,
pois afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem uma:
temos a mesa - mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e
o vinho, ou seja, o alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo
conforme o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
E de fato, a Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia fraterna.
Porém foram ocorrendo alguns abusos, como Paulo os sinaliza na Primeira Carta aos
Coríntios. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de Deus antes da
ceia fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia da Missa apresentava o
esquema que possui hoje em dia.
Após essa lembrança de que a Missa também é uma ceia, podemos nos
questionar sobre o sentido de uma ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante até o
mais requintado jantar diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa, encontro,
união, amor, comunhão, comemoração, homenagem, amizade, presença,
confraternização, diálogo, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a Missa,
entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus
que se dá em alimento. Vemos que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração eucarística e
rito da comunhão.
Apresentação das Oferendas
Apesar de conhecida como ofertório, esta parte da Missa é apenas uma
apresentação dos dons que serão ofertados junto com o Cristo durante a consagração.
Devido ao fato de maioria das Missas essa parte ser cantada não podemos ver o que
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
acontece durante esse momento. Conhecendo esses aspectos poderemos dar mais
sentido à celebração.
Analisemos inicialmente os elementos do ofertório: o pão o vinho e a água. O que
significam? De fato foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia, mas eles
possuem todo um significado especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que
ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai na roça colher pão
nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o
Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o
homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha algumas
gotas de água no vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de Jesus os judeus
bebiam vinho diluído em um pouco de água, e certamente Cristo também devia fazê-
lo, pois era verdadeiramente homem. Por outro lado, a água quando misturada ao
vinho adquire a cor e o sabor deste. Ora, as gotas de água representam a humanidade
que se transforma quando diluída em Cristo.
Os tempos da preparação das oferendas:
a) Preparação do altar
“Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o centro de toda
liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal , a não ser
que se prepare na credência”(IGMR 49).
b) Procissão das oferendas
Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão. Lembrando que o pão
e o vinho representam o que é o homem e o que ele faz, esta procissão deve revestir-se
do sentimento de doação, ao invés de ser apenas uma entrega da água e do vinho ao
sacerdote.
c) Apresentação das oferendas a Deus
O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da fórmula: Bendito sejais... e o
povo aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento passa despercebido da
maioria das pessoas devido ao canto do ofertório. O ideal seria que todo o povo
participasse desse momento, sendo o canto usado apenas durante a procissão e a
coleta fosse feita sem as pessoas saírem de seus locais. O canto não é proibido, mas
deve procurar durar exatamente o tempo da apresentação das oferendas, para que o
sacerdote não fique esperando para dar prosseguimento à celebração.
d) A coleta do ofertório
Já nas sinagogas hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus, as pessoas
costumavam deixar alguma oferta para auxiliar as pessoas pobres. E de fato, este
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
A missa é sacrifício
Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio, que
do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida, pois esta
vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta condição por causa
do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito sagrado. O homem torna sua vida
sagrada quando reconhece que esta é dom de Deus. Jesus Cristo faz justamente isso:
na condição de homem reconhece-se como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não
poupando nem sua própria vida. Jesus nesse momento está representando toda a
humanidade. Através de sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de
novamente orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes
e sacerdotisas.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que
representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da
salvação, pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição de
criatura.
Rito da Comunhão
A oração eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em que nos unimos
plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a comunhão com Deus Pai, o
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
desencadeamento natural dos fatos é o encontro com os irmãos, uma vez que Cristo é
único e é tudo em todos. Este é o momento horizontal da Missa. Tem também esse
momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele
reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta oração
deve ser rezada em grande exaltação, se possível cantada. Após o Pai Nosso segue o
seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da oração. Segue aqui
uma observação: o único local em que não dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é
na Missa, dada a continuidade da oração expressa no embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as
pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo.
Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua
missão.
c) O cumprimento da Paz
É um gesto simbólico, representando nosso bem-querer ao próximo. Por ser um
gesto simbólico não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na
Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse momento não seria
necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos casos. Também não é
conveniente que se cante durante esse momento, uma vez que deveria durar pouco
tempo. A música pode ficar para Missas celebradas em pequenos grupos.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste
momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de
Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua
pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou digno de
que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo não nos dá
apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão
Durante esse momento a assembléia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve
procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A
comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro
caso, a mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a boca. Aqueles que por
um motivo ou outro não comungam é importante que façam desse momento também
um momento de encontro com o Cristo. Após a comunhão segue-se a ação de graças,
que pode ser feita em forma de um canto de meditação ou pelo silêncio, que dentro da
liturgia possui sua linguagem. O que não pode é esse momento ser esquecido ou
utilizado para conversar com que está ao nosso lado.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Ritos Finais
“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos: a
saudação do sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela
oração sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a própria despedida, em que se despede a
assembléia, afim de que todos voltem ás suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com
suas boas obras” (IGMR 57).
Para muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas
para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso
assumido na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a
aceitamos em nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também nós
esta passagem da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer
nossa vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.
Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à
comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração.
Após, segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns liturgistas, esse
momento é um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis para que estes
saiam pelo mundo louvando a Deus com palavras e gestos, contribuindo assim para
sua transformação. Vejamos o porquê disso.
Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”.
Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão a
cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão, como também pode
significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que não deixa de ser
uma realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus abençoa toda a
humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os cristãos são re-enviados ao
mundo para que se tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a
Missa reassume todo seu significado.
Conclusão
O intuito maior é mostrar a Missa como algo dinâmico, que não se reduz a
apenas uma série de ritos realizados no interior da nossa Igreja; pelo contrário, através
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
da Missa tornamos presentes em nós Cristo, e por nós tornamos Cristo presente no
mundo. Daí ser a eucaristia fonte da Igreja.
Não poderíamos também deixar de procurar despertar a consciência para o
mistério celebrado, bem como atentar com relações a gestos e posturas durante a
Missa que possuem todo um significado e que enriquecem ainda mais as nossas
celebrações. Que todos aqueles que tiveram a oportunidade de ler o conteúdo destas
páginas possam, cada vez mais, entender o significado do “Ite, Missa est!”, e dessa
forma contribuírem na concretização do Reino de Deus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O QUE É IGMR?
Instrução Geral sobre o Missal Romano (em latim: Institutio Generalis Missalis
Romani). Como o próprio nome indica, se refere a um documento, promulgado pelo
papa a fim de instruir os celebrantes (bispo, padre, diácono e de um modo geral todos
que se envolvem no desenvolvimento das celebrações eucarísticas) sobre como
celebrar a missa no rito latino.
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Aos leitores:
Estes têm o direito de proclamarem as leituras ainda que estejam presentes
outros ministros ordenados;
Na ausência de um diácono, o leitor, “usando sua vestimenta própria, pode
levar o Evangeliário ligeiramente elevado na procissão de Entrada (194). Ao
chegar no presbitério, coloca o Evangeliário sobre o altar e, depois, coloca-se no
presbitério junto com os outros ministros (195)”. Portanto nunca se leva o
Lecionário nesta procissão.
À assembléia:
O documento insiste para que a assembléia tenha uniformidade nos gestos e
posturas: nos momentos em que se assentarem, todos assim estejam, ao
ajoelhar, façam todos igualmente;
“Convém que cada pessoa ofereça o sinal da paz somente àqueles que
estiverem próximos e de uma maneira digna” (82);
Para o momento da consagração diz-se que todos devem se ajoelhar, inclusive
o diácono. Só se reserva exceções aos que não podem fazê-lo por motivos de
saúde, mas os mesmos devem fazer inclinação profunda durante a genuflexão
do sacerdote;
Outras questões:
Abre mais espaço para a comunhão sob as duas espécies, com a tutela do bispo;
Retira definitivamente o cantor/animador e o comentarista do presbitério;
Que o altar seja fixo, de pedra e consagrado;
PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA e SÃO LOURENÇO
“Em obediência à vossa palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5b)
Texto extraído do ad limina do Papa João Paulo II em 1998 para os bispos americanos do
Alaska, Idaho, Montana, Oregon e Washington.
menos inerte ou passivo. Ainda assim, participação ativa não previne a passividade
ativa do silêncio, quietude, e escuta: na verdade, ela o exige. Os participantes não são
passivos, por exemplo, quando ouvem as leituras ou a homilia, ou as orações do
celebrante que se seguem e os cantos e músicas da liturgia. Estas são experiências de
silêncio e quietude, mas elas são a seu modo profundamente ativas. Numa cultura
que nem favorece nem encoraja o silêncio meditativo, a arte de escuta interior é
aprendida somente com dificuldade. Aqui nós vemos o quanto a liturgia, embora
deva ser sempre inculturada apropriadamente, deve também ser contra-cultural.
Tem sido escrito com bastante razão que na história da Igreja toda renovação
verdadeira tem sido associada a uma releitura dos Pais da Igreja. E o que é verdade
em geral, é verdade a respeito da liturgia em particular. Os Pais eram pastores com
um zelo ardente pela tarefa de propagação do Evangelho; e, portanto eles estavam
profundamente interessados em todas as dimensões da cerimônia, deixando-nos
alguns dos mais significativos e permanentes textos da tradição cristã, que são tudo,
menos o resultado de um esteticismo árido.
Os Pais eram pregadores ardentes, e é difícil imaginar que pudesse haver uma
renovação eficaz da pregação católica, como desejava o Concílio, sem uma
familiaridade suficiente com a tradição patrística. O Concílio promoveu uma
mudança no modo homilético de pregação que exporia, como os Pais, o texto bíblico
de uma forma que abre suas riquezas inesgotáveis aos fiéis.
O rito romano tem sempre sido uma forma de rito que olha para a missão. É por
isto que é comparativamente breve: havia muito a ser feito fora da Igreja, e é por isto
que temos a dispensa "Ite missa est", que nos dá o termo da Missa: a comunidade é
enviada a evangelizar o mundo em obediência ao mandamento de Cristo (cf. Mt. 28,
19-20).
Os jovens irão continuar a ter uma parte ativa na liturgia se eles a vivenciarem
como sendo capaz de liderá-los a um relacionamento pessoal mais profundo com
Deus, e é desta experiência que virão vocações sacerdotais e religiosas marcadas por
uma energia verdadeiramente evangélica e missionária. Neste sentido, os jovens estão
convocando o mundo todo a darem o próximo passo em implementar a visão do
serviço litúrgico que o Concílio nos legou. Aliviados pela agenda ideológica de uma
época anterior, eles são capazes de falar simplesmente e diretamente do seu desejo de
experimentar Deus, especialmente em oração pública ou particular. Ouvindo-os, nós
podemos muito bem ouvir "o que o Espírito está dizendo às igrejas" (Ap 2, 11).
Queridos Amigos,
Oração Vocacional